Segunda chance

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VIVA BELEZA VIVA ENTREVISTA ESPECIAL CAPA VIVA BELEZA ATITUDE NA CABEÇA VIVA ENTREVISTA O PODER DO PERDÃO QUE REDIME PERDÃO saúde & bem-estar edição perdão || #22 REVISTA ESPECIAL CAPA ALIVIE SUAS DORES COM O PERDÃO 35 ANOS

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Matéria para Revista Viva, em dezembro de 2014.

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VIVA BELEZA VIVA ENTREVISTA ESPECIAL CAPAVIVA BELEZA

ATITUDE NA CABEÇAVIVA ENTREVISTA

O PODER DO PERDÃO

QUE REDIMEPERDÃO

saúde & bem-estar edição perdão || #22

R E V I S T A

ESPECIAL CAPA

ALIVIE SUAS DORES COM O PERDÃO

35ANOS

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ELES E ELAS

segunda chanceQuando o perdão reina em um casamento, não existem mágoas que fi ram o casal. O ato de perdoar redime o erro cometido e reconcilia a relação

E m um relacionamento, um dos pilares que

formam a união de duas pessoas é a con-

fi ança. Dar liberdade para o parceiro é uma

maneira de querer o bem. No entanto, quando

esse pilar é abalado, a reconstrução é um pou-

co complicada. Foi o que aconteceu com P.F., 31

anos. A ex-namorada o traiu com um suposto

amigo de longa data, logo após ser apresentada

aos pais dele. “Alguns meses depois, descobri

que ela estava me traindo com a mesma pessoa

desde aquela noite. Ela esqueceu o celular no meu

carro e vi várias fotos e mensagens trocadas que

me feriram profundamente, foi como uma faca

fi ncada no meu coração”.

No outro dia, ela negou tudo, ele fi cou muito

chateado, porém a semana passou e ela enfim

resolveu confessar e pedir perdão. “Eu a perdoei

e por isso continuamos nosso relacionamento,

mas devo admitir que a confi ança fi cou abalada”,

contou. Eles completaram dois anos de namoro.

“Eu não me arrependo de ter confi ado cegamente

no início e também de ter perdoado e tentado no-

vamente. Confi aria de novo e poderia até perdoar

novamente”, declarou.

Diferenças de comportamento diante da trai-

ção entre homens e mulheres têm diminuído,

mas ainda há pontos em comum, de acordo com

o psicoterapeuta Adriano Jardim, que há mais

de 10 anos é procurado por casais que buscam

reaproximar a relação. “Meu papel é estabelecer

comunicação entre o casal para que cada um

possa elaborar seus sentimentos e agir de forma

consciente e madura”, ensinou o especialista,

cliente Unimed Vitória.

Os casais buscam entender o que pode ter cau-

sado a traição e muitos não acabam com a relação

por causa da traição, que “pode ocorrer não neces-

sariamente porque existe algo de ruim na relação,

mas por curiosidade, vaidade, desejo sexual ou

para testar se ainda é capaz de conquistar”.

A terapia funciona conversando junto com o

psicoterapeuta. “Quando há o desejo de discutir

para o crescimento individual, há boas chances

dos pares encontrarem pontos de contato na re-

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lação viabilizando decisões maduras e refl etidas”,

indicou. O consultório muitas vezes serve como

local para conversar durante uma hora por sema-

na para, a partir daí, repensar a relação.

Na nossa cultura ainda é comum que o ho-

mem traia e que a mulher tenha mais propensão a

perdoar, contou Jardim. “Em geral, as mulheres se

preocupam com a possibilidade de haver envolvi-

mento emocional e, por isso, é mais fácil para elas

perdoarem uma traição física ocasional”.

O PERDÃOO casal Briane e Marcelo Giovenardi, ambos com

40 anos, são casados há 20. Depois do nascimento

do primeiro fi lho do casal, em 1996, aconteceu

uma traição por parte do marido. Briane descon-

fi ou e por anos perguntava a Marcelo, que negava.

Em 2000, como forma de se redimir, confessou a

traição à esposa. “Até então eu não tinha coragem

para dizê-la o que tinha acontecido”, rememorou.

Briane o perdoou desde o início, mas por um

tempo achou que a culpa fosse dela. “Fiz cirur-

gia plástica e entrei na dieta. Isso não resolveu

a situação, mas a proximidade com Deus, sim”,

argumentou.

Com a relação fragilizada, mas decididos a

não se separar, Briane e Marcelo escolheram

participar do curso religioso “Casados para Sem-

pre”, conhecido e ministrado mundialmente para

o fortalecimento dos casamentos. “Trabalhar a

minha autoestima foi o mais árduo. Minha mãe

teve papel fundamental nessa época, me apoian-

do em tudo”, contou Briane.

Conviver com as lembranças da traição não é

simples, mas não perdoar pode fazer mais mal à

pessoa. “Alimentar rancor signifi ca desenvolver

circunstâncias psicológicas que podem aprisio-

nar a pessoa ao fato, desencadeando ansiedade

e depressão”, explicou Jardim.

Com a fase superada, Briane e Marcelo estão

mais unidos. “Passamos a fazer mais coisas juntos

e conversamos muito mais do que antes”, garan-

tiu Briane. O perdão pode demorar, mas fortalece

a relação e é necessário para trazer a harmonia e a

confi ança entre os dois. O psicoterapeuta confi r-

ma: “uma relação que sobrevive a uma crise séria

tende a se fi rmar com ainda mais força e vigor”.

Por isso, não guarde mágoas, perdoe.

ATITUDES PARA PERDOAR E PEDIR PERDÃO» COMUNICAÇÃO: O casal deve buscar o diálogo

e melhorar a comunicação

» PENSAR NA FAMÍLIA: Fortalecer laços e enxergaros valores do casamento

» CORRIGIR AÇÕES: Encontrar e corrigir atitudesque motivaram e levaram à traição

» FOCAR EM SI MESMO: Ignorar as expectativasque se tem sobre o outro

» VALORIZAR PONTOS POSITIVOS: Focar nos comportamentos positivos de cada um

» ACENDER E MANTER A CHAMA: Solucionarproblemas sexuais

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Para Adriano Jardim muitos

casais preferem praticar o perdão

e não alimentaro rancor

Briane perdoou o marido Marcelo Giovenardi e hoje o casal vive ainda mais unido

Fonte: psicólogo Adriano Jardim