Segredo Revelado - Revista Max Pump 4

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    TUDO SOBRE PROTENAS

    Muitas vezes criam-se mitos ao redor de determinados assuntos e estes adquirem

    status de verdade absoluta, as dietas muito ricas em protenas so um exemplo dessesinfundados dogmas, de modo que h um consenso entre praticantes de atividadesfsicas, leigos e alguns profissionais de que altssimas quantidades de protenas soessenciais para que se obtenha resultados que variam desde reduo do percentual degordura at hipertrofia muscular. Segundo CARPENTER (1986) as atribuies inerentesa protena so baseadas na idia de Liebig, para quem este macronutriente era a fontede energia dos msculos, assim como a observao de que as pessoas (e naes) maisbem sucedidas e influentes tinham uma ingesto protica mais alta.

    Mas quais so as bases cientficas para esta teoria? Ser que ela verdadeira?

    INTRODUO S PROTENAS

    Peo que no pulem esta parte, pois a compreenso de alguns conceitos e reaesapresentados aqui ser muito til no futuro.

    A protena uma molcula relativamente grande formada pela unio de blocosmenores denominados aminocidos, os quais recebem este nome por possurem umradical amino (NH2) e um radical cido orgnico, tecnicamente denominado carboxila(COOH). Alm desses dois radicais, os aminocidos possuem uma cadeia lateral que lhedar caractersticas especficas. Estes blocos podem se combinar de infinitas

    maneiras, formando diferentes protenas como insulina, hormnio do crescimento eprotenas musculares.

    Nosso corpo tem a capacidade extremamente limitada de armazenar aminocidos,transformando o excesso de protena em outras substncias. No inicio dessas reaes,a protena degradada a aminocidos, os quais tem seu nitrognio retirado por umprocesso denominado desaminao (lembrem-se que a protena o nicomacronutriente que possui nitrognio). Aps a desaminao, o nitrognio excretadopelos rins na forma de uria. Se o organismo recorrer com muita freqncia a estasreaes pode ocorrer sobrecarga do fgado e rins, principalmente em pessoaspredispostas.

    O esqueleto restante da desaminao ser, ento, usado em outros processos, ouseja a protena que excede a necessidade metablica simplesmente convertida emoutras molculas (inclui-se a a gordura) ou usada como energia.

    Estando o nitrognio presente no produto das reaes de quebra de protenas, asua excreo diretamente relacionada aos resultados deste processo, sendo arelao entre ingesto e eliminao de nitrognio chamada balano nitrogenado.Quando houver mais nitrognio sendo ingerido que eliminado, ocorre o balanonitrogenado positivo, ou seja, o corpo reteve a protena (anabolismo), j o

    desequilbrio a favor da eliminao denominado balano nitrogenado negativo(catabolismo).

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    VANTAGENS DA PROTENA

    Menor resposta de insulina em comparao com os carboidratos: a insulinainibe a liberao de hormnio do crescimento e media o processo de acmulo

    de gordura, sendo assim interessante evit-la em alguns casos. Porm estehormnio tambm influencia positivamente na construo de tecidos eabsoro de creatina, o que muito interessante para pessoas que almejamganhos de massa muscular (GUERRERO-ONTIVEROS, 1998),

    Maior induo da termognese: alimentos ricos em protenas induzem maiorgasto energtico durante a digesto (LeBLANC et al, 1991).

    Menor quantidade de calorias em relao a gordura (porm um pouco maiorem relao aos carboidratos).

    Alimentos proticos geralmente so menos saborosos e o processo digestivomais complexo, o que acaba por levar a menor ingesto calrica.

    Alguns aminocidos (essenciais) no so sintetizados pelo corpo, s podendoser obtidos pela alimentao (ou suplementao).

    O QUE DIZEM AS PESQUISAS

    J em 1975, MUNRO afirmava a existncia de um mecanismo eficiente dereciclagem de aminocidos, relatando que o metabolismo protico na musculaturaesqueltica exibe eficincia considervel na reutilizao de aminocidos essenciais, oque nos levaria a questionar se altas quantidades de protenas seriam realmentenecessrias.

    H alguns experimentos que podem ser usados a favor das dietashiperproticas, mas maior problema destes estudos o fato de no considerarem aingesto calrica total, essas limitaes levaram autores como WOLFE (2000) aconcluir que ainda no seja possvel formar um consenso quanto aos benefcios dossuplementos de protenas e/ou aminocidos. MUNRO (1974) aborda o problema compropriedade ao afirmar que um aumento na ingesto calrica ser frustrado se aingesto de protenas for muito baixa, assim como um aumento na ingesto proticade nada valer se a ingesto calrica for baixa. PROCTOR et al (1991), parecemconcordar e consideram que uma dieta composta de 15-20% de protenas suficiente

    para atletas (de fora ou de resistncia) desde que haja uma ingesto calricaadequada. Segundo LEMON talvez o fator mais importante a determinar asnecessidades de aminocidos/protenas seja a ingesto de quantidade adequadas decalorias.

    Nesta linha, DOHM (1984) afirma que apesar de tanto atletas de endurancequanto de fora necessitarem de maiores quantidades de protenas em termosabsolutos, a ingesto relativa normal ser suficiente se as calorias ingeridas foremadequadas. PAUL et al, realizaram um estudo em 1989 onde se afirma que apesar dosatletas necessitarem de mais protenas que pessoas sedentrias em termos absolutos,quando se expressa essa quantidade em relao quantidade calrica total, asporcentagens diferem muito pouco.

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    Em 1993, ECONOMOS e outros pesquisadores realizaram uma reviso deliteratura procurando avaliar as recomendaes nutricionais seguidas por atletas deelite. Segundos os autores, havendo ingesto calrica suficiente, a suplementao deprotenas no se faz necessria, para eles, atletas em treinamento deveriam manter

    cerca de 70% da sua ingesto calrica provenientes de carboidratos. Na opinio dosautores nenhum alimento isolado melhorar a performance dos atletas, e o aspectomais importante seria seguir as orientaes bsicas de uma alimentao saudvel.

    Em alguns experimentos, mesmo o aumento da ingesto protica em cerca100% se mostrou ineficiente. No estudo de CAMPBELL et al (1994), os participantesrecebiam 0,8 ou 1,6g/Kg/dia de protena, os resultados no mostraram diferenas nasmedidas da composio corporal nem nos componentes do metabolismo energticodurante as 12 semanas de treinamento de fora. Outra pesquisa que revelou aineficincia do aumento da ingesto protica foi realizada por LEMON et al (1992)

    onde observou-se a influncia da elevao da quantidade de protenas na massamuscular e fora. Foi comparado o uso de 2,62g/Kg/dia de protenas com 1,35g/Kg/diadurante um ms de treinamento intenso. Ao final do experimento, os ganhos de forae massa muscular no diferiram entre os dois grupos. De acordo com os resultados, aquantidade de protena necessria para manter um balano nitrogenado neutro foi deaproximadamente 1,4-1,5g/Kg/dia, sendo a quantidade de 1,6-1,7g/Kg/diarecomendada para um balano nitrogenado positivo.

    Considerando que a demanda energtica esteja sendo devidamente equilibradacom a alimentao, diversos autores concluem que dietas compostas de 12-15% de

    protenas, fornecendo 1,2-1,6 g/Kg/dia so suficientes para atletas de fora. Algunsexemplos so: LEMON (1988):1,2-1,6g/Kg por dia; LEMON et al (1992): 1,6-1,7g/Kg/dia; WILLIAMS (1995), 1,2-1,7g/Kg/dia.

    DOLNY et al (1984) E LEMON (1991) sugerem um pouco mais, recomendandoaos atletas consumir de 1,5 a 2 g/Kg/dia, porm afirmam que estas quantidadespodem ser facilmente obtidas atravs de uma dieta composta de 12 a 15% deprotenas.

    Muitas vezes a suplementao protica proporciona apenas uma correo, a

    qual ocorre nos nveis de protena ou simplesmente na ingesto calrica. Em 1988,CHIANG et al comprovaram a influncia da ingesto calrica na reteno de nitrognio,mantendo-se a ingesto protica em cerca 1,25 g/Kg de massa corporal. Durante oexperimento elevou-se a ingesto calrica em 15% e depois 30%, o que fez a retenode nitrognio aumentar de 7,2 mg/Kg/dia para 23,8 mg/Kg/dia e 33,3 mg/Kg/diarespectivamente. Como visto, no foi necessrio subir a quantidade de protenas, masapenas aumentar a ingesto calrica total. Detalhe que esta quantidade de 1,25g/Kg/dia o limite inferior da recomendao de muitos especialistas.

    MELHOR MANEIRA E MOMENTO INGERIR

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    Apesar de quantidades adequadas de protenas (no doses muito elevadas)poderem beneficiar tanto indivduos treinados quanto sedentrios, os efeitos so maisevidentes em praticantes atividades fsicas. Para WOLFE (2000) tanto a composio dosuplemento ou refeio, quanto a hora de ingesto so importantes no resultado, oque no significa necessariamente dividir sua ingesto diria em inmeras doses com

    pequena concentrao de protenas.

    Apesar de haver aumento do catabolismo aps exerccios com pesos, isto comparativamente reduzido em relao ao aumento da sntese protica, que podedurar at dois dias. A elevao do anabolismo ligada a disponibilidade intramuscularde aminocidos e conseqentemente ao aumento do fluxo sangneo e entrega deaminocidos ao msculo. Sendo assim, a administrao de aminocidos apsexerccios aumenta a sntese de protenas enquanto atenua o catabolismo,melhorando o balano nitrogenado (TIPTON et al, 1998).

    BIOLO et al (1997), verificaram que a hiperaminoacidemia 30-100% maiseficiente quando ocorre aps atividades fsicas. A sntese protica aps o exercciotambm foi maior que no repouso (291 +/- 42% vs. 141 +/- 45%), porm o catabolismomuscular no foi significativamente afetado. Segundo os autores, a ingesto proticaaps atividades fsicas pode ser mais anablica do que em qualquer outro perodo.

    Seguindo esta tendncia do melhor aproveitamento aps atividades fsicas,Bryan Haycock props o protein pulse feeding, um mtodo revolucionrio querecomenda a concentrao de grande parte da ingesto protica (80%) no perodops-treino. (tratarei deste mtodo em um artigo especfico).

    Como foi dito anteriormente h uma grande distncia entre a ingesto deprotenas e sua disponibilidade, o que levou cientistas a criarem variaes destemacronutriente, como a whey (lactoalbumina, obtida do soro do leite) e os pools deaminocidos. Outra evoluo dos suplementos foi melhorar as propores deaminocidos, aumentando o valor biolgico dessas protenas. Dentre os suplementosencontrados no mercado, tanto os compostos de aminocidos, quanto o whey so osque unem melhor estas caractersticas.

    CONCLUSO

    Indiscutivelmente a protena necessria, mas deve ser ingerida de formaconsciente e equilibrada, no h porque faze-la de maneira extrema, conformerecomendam muitos especialistas. Faltam bases cientficas suportando a teoria deque ingestes proticas muito elevadas traro os benefcios prometidos, afirmar queesta relao seja to simples manipular errada e perigosamente conceitos dafisiologia humana at porque, alm da eficincia questionvel, h a probabilidade desobrecarga dos rins e fgado, com conseqentes riscos a sade.

    No estou condenando a suplementao protica, somente questionando a

    dieta absurdamente rica em protenas. Os suplementos podem ser teis na medidaque oferecem protenas facilmente digerveis e de altos valores biolgicos. Alm disso,

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    estes suplementos podem beneficiar vegetarianos e pessoas muito ocupadas, comdificuldade de se alimentar adequadamente, para elas os compostos hiperproticosmais completos so de grande valia na manuteno de uma alimentao saudvel.

    Atrs da dieta rica em protenas, como em todas as teorias radicais, h mais

    interesses financeiros do que humanos, tanto que sua propaganda invariavelmentefeita atravs de apelos emocionais e empricos, quando deveriam ser cientficos. Porincrvel que parea, a quantidade calrica mais importante que a composio dadieta na maioria dos casos. A simples prtica de uma alimentao equilibrada ecoerente com sua demanda metablica a melhor maneira de potencializar oresultado dos seus treinos.

    Da prxima vez que tentarem ingerir a terrvel (e quase sempre insolvel)albumina, se empaturrarem de claras de ovo ou gastarem uma nota em suplementos,pensem no porqu desta prtica e se perguntem: ser que vale a pena?

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    HMB

    Os efeitos anticatablicos da Leucina e seu metablito KIC tem sido propostosh mais de 40 anos. Atribui-se a eles diminuio da perda de nitrognio e inibio doprocesso de degradao da massa muscular, porm isto nunca verificado com clareza,a menos em alguns casos patolgicos de protelise elevada. Alguns pesquisadoresbasearam-se em estudos feitos em animais para criar a hiptese que o -hidroxi--metilbutirato (HMB) seja o responsvel pelos efeitos anti-catablicos por vezesencontrados com a Leucina e seus derivados. O HMB um metablito da Leucinanaturalmente produzido pelo organismo, em quantidades mdias de 200 a 400 mg pordia, podendo tambm ser obtido a partir da alimentao. No corpo humano cerca de5% de toda Leucina convertida em HMB.

    At hoje no se sabe ao certo como o HMB poderia funcionar, no entanto

    existem duas hipteses bsicas: 1) inibio direta do processo proteoltico; 2) o HMBpode ser similar e covalentemente ligado a estruturas da membrana destrudas sobestresse, o que diminuiria os danos celulares.

    Existem muitos estudos acerca dos efeitos dos metablitos da Leucina, pormuma boa parte deles foi feito em animais, usando-os com sucesso para aumentar opeso e melhorar sua resistncia a doenas (KREIDER et, 1994; VAN KOEVERING et al,1994; NISSEN et al, 1994).

    Pesquisas em humanos destreinados.

    Em 1996 NISSEN et al, usaram 3 diferentes doses de HMB (0, 1,5 e 3gramas/dia) combinadas com duas quantidades dirias de protena (117 e 175 gramas)em pessoas treinando musculao pela primeira vez. De acordo com os resultados,houve diminuio dos marcadores de degradao protica com a suplementao deHMB, porm as alteraes na massa magra e no percentual de gordura no foramsignificativas. interessante notar uma "puxada de sardinha" na maioria dos estudos,principalmente os que tm a participao de NISSEN (ou seja, a maioria deles), nocitado anteriormente, por exemplo, no houve alterao significativa na massa magra,porm ocorreu uma tendncia de aumento, e os autores convenientemente apenas

    falaram que ocorreu a tendncia, dando a impresso de resultados positivos. Tambm importante frisar que a maioria dos marcadores de danos celulares no tevereduo, porm os pesquisadores se prenderam somente aos marcadores quemostraram resultados positivos. Ainda assim, sem diferena significativa nacomposio corporal e na maioria dos marcadores de danos celulares, o estudoapresenta duas hipteses de como o HMB promove sua "mgica" e conclui que asuplementao de HMB em pessoas submetidas a treinamento de fora intensoresulta em ganho de massa magra e diminui o catabolismo. Uma observao minha:isto tambm ocorreu em pessoas que no tomaram HMB e realizaram o treino defora.

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    Em setembro de 200 foi publicado outro estudo que usou 3 gramas dirias deHMB ou placebo em mulheres submetidas a 4 semanas de treino de fora. Com asuplementao, obteve-se uma tendncia a reduo nos nveis plasmticos de creatinafosfoquinase (um indicador de danos celulares), com maiores ganhos de fora e demassa magra. O grupo experimental ganhou em mdia 1,4 kg de massa magra e

    perdeu 1,1% de gordura, enquanto o placebo ganhou 0,9 kg de massa magra e perdeu0,5% de gordura, sem, no entanto, haver diferena significativa entre os grupos (p =0,08) (PANTON et al, 2000). Novamente aparecem tendncias, sem nada poder serafirmado.

    Em 2000, GALLAGHER et al publicaram um estudo que mostra claramente anecessidade de termos cuidado com a interpretao de pesquisas. Houve trsintervenes: sem suplementao de HMB; 38 mg de HMB por quilo de peso corporale 76 mg/kg por dia. Trinta e sete homens destreinados terminaram o estudo de 8semanas, que inclua a prtica de musculao 3 vezes por semana. Os resultados foram

    curiosos:- No houve diferenas de fora nos testes de 1 repetio mxima.

    - Nos testes isocinticos houve superioridade em algumas velocidades para asuplementao de 38 mg/kg e em outras para 76 mg/kg, enquanto no restante nohouve diferenas entre os trs grupos.

    - Dois dias aps o treino, os marcadores qumicos de danos celulares eram menoresnos grupos que suplementavam HMB.

    - No houve diferena nas alteraes no percentual de gordura entre os grupos.

    - O grupo que utilizou 38 mg/kg ganhou em mdia 1,9 kg de massa magra, enquantoos outros grupos no tiveram alteraes.

    A parte que intriga que os nveis de HMB eram maiores quanto maioresfossem as doses ingeridas, sendo assim por que somente o grupo que ingeriu 38 mg/kgteve aumento da massa magra? Se o HMB realmente funciona, por que as dosesmaiores no produziram nenhum resultado? Se o HMB realmente funciona, por que ostestes de fora no foram consistentes?

    Casos especiais e segurana

    Pesquisadores do Centro Mdico do Condado de Nassau, usaram a combinaode 3 g de HMB, 14 g de Glutamina e 14 g de Arginina para conter a perda de massamagra em pacientes com AIDS. Sessenta e oito pacientes foram recrutados nesseestudo de 8 semanas, medindo-se o peso corporal, a massa magra e a massa gorda. Aofinal do estudo, os pacientes que receberam os suplementos ganharam +/- 3 kg depeso total, enquanto os outros ganharam 370 gramas, este ganho de peso do grupoexperimental foi principalmente devido massa magra (2,55 kg), ao contrrio dogrupo placebo que perdeu 0,9 kg de massa magra. Outro ponto importante foi um

    aumento de fatores imunolgicos no grupo experimental. (CLARK et al, 2000).

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    Esta mesma dosagem de 3 gramas foi usada por VUKOVICH et al (1997) emidosos, verificando aumento de 1,5% na massa magra e diminuio de 4,1% na massagorda ao final de 8 semanas.

    Quanto segurana, NISSEN et al realizaram uma reviso em 2000 e concluram

    que at 3 gramas dirias so seguras, mostrando inclusive efeitos positivos no nveisde colesterol. GALLGHER et al (2000) tambm concluram que a suplementao deHMB era segura aps acompanharem por 8 semanas a utilizao de mais de 6 gramasdirias e analisarem fatores enzimticos relacionados funo hematolgicas,heptica e renal. KREIDER et al (2000) e NISSEN et al (1996) usaram doses de 3 gramasdirias e tambm no encontraram efeitos colaterais com a suplementao de HMB.

    Vida real

    Vejamos agora os estudos em pessoas treinadas.

    Em 1999, KREIDER et al, analisaram os efeitos da suplementao de HMB emhomens treinados em musculao. No estudo foi testada a suplementao de 0, 3 ou 6gramas de HMB juntamente com uma bebida carboidrato e protena em 40 atletas. Osresultados no mostraram diferena nas alteraes na composio nem na fora entreos grupos. Apesar das concentraes sricas e urinrias de HMB subirem, os resultadosno indicaram nenhuma diferena estatstica nos marcadores deanabolismo/catabolismo, massa magra, massa gorda, percentual de gordura e fora,Concluindo que a suplementao de HMB no produz efeitos positivos em pessoastreinadas.

    No ano seguinte, o mesmo KREIDER participou de outra pesquisa em pessoastreinadas. A amostra era composta por jogadores de futebol americano que estavamhabituados a treinar fora. Durante o estudo foram administradas 3 gramas dirias deHMB. Novamente os resultados no mostraram mudanas significativas nosmarcadores de anabolismo/catabolismo, composio corporal (peso total, percentualde gordura, massa magra...), fora, e performance de sprint. Com estes resultados, osautores concluem que o HMB no produz alteraes positivas na composio corporal,nem oferece vantagens ergognicas para atletas bem treinados (KREIDER et al, 2000).

    Em uma reviso de literatura, SLATER & JENKINS (2000) afirmam que o HMBpode ter efeitos em pessoas jovens destreinadas, porm no h material suficientepara generalizar os resultados para pessoas treinadas. Os autores alertam ainda para anecessidade de cautela diante da interpretao dos resultados das pesquisas devido falta de rigor da maioria delas, e (observao minha) manipulao das pesquisas.

    Concluindo

    As doses de HMB usadas nos estudos so muito altas para a possibilidade (eno certeza) de se obter algum resultado. E veja que estou falando em possibilidades,pois os efeitos, quando encontrados, so reduzidos e foram verificados apenas em

    pessoas destreinadas ou em condies patolgicas, sem comentar a estranha omisso

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    de informaes importantes e as concluses incompatveis com os resultados dapesquisa.

    O uso de HMB para obter resultados estticos por praticantes de musculao uma prtica de custo financeiro muito elevado e sem eficincia comprovada. J ouvi

    muitos comentrios sobre o envolvimento do dono da patente do HMB em algumas(para no dizer todas) pesquisas que mostraram resultados positivos destasuplementao. Mesmo que isto no seja verdade, a inconsistncia dos estudos e suasfalhas metodolgicas no permitem que se promova o uso do HMB.

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    NATAO ENGORDA?

    A natao um dos esportes mais praticados do mundo, sendo normalmente

    recomendado para pessoas com problemas respiratrios, com leses msculo-esquelticas e pessoas desejando perder peso. Especificamente com relao perdade peso, acredita-se que a natao fornea um alto gasto energtico por envolver umgrande nmero de msculos em seus movimentos.

    No entanto, paradoxal ver que nadadores normalmente apresentam maioresquantidades de gordura corporal em comparao com atletas de outras modalidades.Como exemplo podemos citar um estudo da dcada de 1980 no qual foramcomparados nadadores e corredores. Os resultados mostraram diferenas em atletasde ambos os sexos, no caso dos homens, os corredores possuam em mdia 7% degordura, enquanto os nadadores possuam 12%, j para as mulheres os valores foramde 15 e 20%, respectivamente (Jang et al, 1987). A anlise de gasto calrico norevelou a origem da diferenas, no caso dos homens no houve diferena entre obalano energtico nem entre o gasto calrico (3380 para nadadores e 3460 kcal paracorredores). No caso das mulheres, a situao foi ainda mais paradoxal, tendo em vistaque as nadadoras gastavam mais energia (2490 x 2040 kcal) e ainda se encontravamem um balano energtico negativo (Jang et al, 1987).

    Ao observar a comparao entre atletas, pode-se alegar que as diferenas decomposio corporal sejam atribudas seleo natural, pois nadadores sebeneficiariam menos de corpos mais densos. No entanto, os estudos usando tais

    atividades como interveno trazem testemunho contra a natao. o caso do estudopublicado por Gwinup em 1987, comparando trs atividades: caminhada,cicloergmetro e natao. O experimento durou seis meses e o tempo das atividadesfoi aumentado at se chegar a 60 minutos dirios. Aps o trmino do estudo, que noenvolveu restries alimentares, as praticantes de caminhada perderam 10% do pesoinicial, as de ciclismo 12% e as de natao no perderam peso algum (na verdadehouve um aumento mdio de 2,5 quilos), adicionalmente a anlise da composiocorporal revelou que no houve perda de gordura nas nadadoras.

    Uma das explicaes para a suposta ineficincia da natao na reduo da

    gordura corporal est em um possvel aumento de apetite causado pela atividade, fatoque alguns praticantes relatam atravs da observao pessoais. No entanto, o estudode Jang et al (1987) no encontrou diferenas entre a ingesto de calorias decorredores e nadadores, e estudos em animais mostram que as mudanas nocomportamento alimentar decorrentes do treino de natao podem ser positivas,diminuindo a ingesto de gorduras (Boghossian & Alliot, 2000; Boghossian et al, 2000).Isto tambm no parece ocorrer em atletas, como mostra estudo realizado com umaequipe universitria de natao, no qual foi verificado que o aumento de volume eintensidade dos treinos no era acompanhado por um aumento proporcional daingesto calrica, levando a reduo da gordura corporal (Barr & Costill, 1992). Em de

    1999, Lambert et al compararam a ingesto de energia 2 horas aps 45 minutos denatao ou corrida (a 71,8% do VO2mx) em triatletas bem treinados e verificaram

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    que no havia diferena na percepo de fome nem na ingesto calrica aps asatividades.

    Um possvel efeito agudo no metabolismo tambm no pode ser usado como justificativa. Em um estudo de Flynn et al (1990), foram comparados os efeitos da

    corrida e da natao (45 minutos a 75% do VO2 mx) no metabolismo durante as duashoras seguintes s atividades. Os resultados mostraram que o gasto calrico tanto noexerccio quanto no repouso era similar nas atividades, no entanto, o taxa de troca degases sugere uma maior utilizao de gordura para natao.

    Consideraes finais

    Apesar de ainda no existir uma explicao para o fenmeno, a literatura atualno fornece suporte para a crena comum de que a natao seja uma excelenteatividade para perda de gordura, no havendo evidncias de sua superioridade sobre

    as demais. Entretanto ainda necessrio estudar as variaes metodolgicas para seter um posio mais precisa quanto real eficincia da atividade, antes de rotul-lacomo ineficiente.

    Certamente a natao uma atividade excelente, sendo til para diversassituaes, especialmente como uma forma de lazer e de segurana, no entanto elavem sendo prescrita de forma generalista por profissionais desinformados. Com acrescente popularidade deste esporte, profissionais acomodados vm enxergando-acomo uma panacia para casos de problemas articulares, osteoporose, obesidade,perda de peso e diversas outras situaes onde ela pode no trazer os resultados

    esperados quando comparada com outras atividades.

    importante que a natao seja praticada e recomendada pelos diversosbenefcios que ela pode realmente produzir, no entanto, deve-se ter cuidado para nose prescrev-la de maneira irresponsvel, o que pode afastar o aluno dos resultados eeventualmente rotular esta atividade como intil.

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    SOBRE O PROGRAMA DE TREINAMENTOMAX PUMP

    Os produtos fornecidos pelo MAX PUMP tem o propsito de divulgarinformaes somente. MAX PUMP no visa substituir o acompanhamento deprofissionais de sade, tais como mdicos, nutricionistas, psiclogos, profissionais deeducao fsica.

    Os produtos de MAX PUMP no devem ser usados em detrimento deinformaes prestadas por tais profissionais. Os resultados obtidos pelo uso dasinformaes disponibilizadas pelo MAX PUMP podem variar de pessoa para pessoa,uma vez que cada organismo tem suas caractersticas individuais.

    O CLIENTE o responsvel pela sua sade, pelas pesquisas sobre dietas e pelasdecises que tomar. Sendo assim, MAX PUMP aconselha que voc consulte o seumdico ou profissional de sade antes de fazer sua dieta ou tomar qualquer decisoque tenha reflexo em sua sade.

    Atenciosamente,Equipe MAX [email protected]