SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE ... · [email protected] ... presente...

22

Transcript of SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE ... · [email protected] ... presente...

1

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

EDUCAÇÃO EM VALORES: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE

FORMAÇÃOPARA A CIDADANIA NA SOCIEDADECONTEMPORÂNEA

PÁTARO, Ricardo Fernandes – UNESPAR/FECILCAM,

[email protected] ALVES, Cirsa Doroteia – Professora PDE/FECILCAM,

[email protected]

Resumo: As preocupações que deram origem a este trabalho surgiram de

problemáticas reais, vividas no cotidiano de uma escola da rede estadual do município de Campo Mourão - PR. Ao longo dos vários anos de trabalho

pedagógico na instituição escolar investigada, verificamos a importância de se desenvolver uma educação voltada não somente para a instrução de crianças

e jovens, mas também para a formação em valores e exercício da cidadania. A inquietação que nos moveu foi a busca por uma proposta de trabalho que possibilitasse a articulação entre os conteúdos curriculares estudados na

escola com a realidade vivida por alunos e alunas. A partir desse contexto, o presente trabalho busca explicitar os dois objetivos da educação: o

aprendizado dos conteúdos curriculares e a formação ética. Cientes da importância de se transformar a escola em um espaço de luta por uma vida digna para todos e todas, apresentamos uma proposta pedagógica que está

pautada na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Com essa proposta, buscamos a formação de cidadãos e cidadãs que – de posse dos

conhecimentos que lhes possibilitem um olhar crítico para a realidade – valorizem o diálogo, a justiça e o respeito mútuo nas relações interpessoais. O objetivo de nossa proposta é, portanto, que a escola busque contemplar, em

suas práticas cotidianas, o trabalho com a formação ética de sujeitos capazes de se indignarem com as injustiças e construírem relações sociais mais justas

e solidárias – contemplando o que chamamos de educação em valores e promovendo a transformação da sociedade. Palavras-chave: Objetivos da educação. Valores. Cidadania.

INTRODUÇÃO

O trabalho que aqui apresentamos foi desenvolvido no âmbito do

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), implementado pela

Secretaria de Estado e Educação do Estado do Paraná – SEED. O Programa

foi criado para auxiliar professores e professoras da SEED a buscar

conhecimentos que possibilitem um maior entendimento da realidade escolar.

Sob orientação de um professor universitário, o(a) professor(a)-PDE

2

desenvolve um projeto de intervenção pedagógica com vistas à intervenção e

possível transformação da realidade. No caso do presente trabalho, o projeto

foi desenvolvido com professores e professoras do Colégio Estadual Dom

Bosco na cidade de Campo Mourão.

A partir das problemáticas vividas na referida escola (que envolvem

violência, indisciplina e falta de perspectiva para a juventude), voltamos nosso

olhar para a educação em valores por acreditarmos ser essa uma tarefa

importante para a construção da personalidade de crianças e jovens, os quais

desejamos que aprendam os conhecimentos necessários para se tornarem

cidadãos e cidadãs comprometidos com a justiça, a igualdade e a busca pelo

bem coletivo para além do individualismo apregoado em nossa sociedade.

Dessa forma, o presente artigo evidencia uma parte dos caminhos

trilhados em nossos estudos no PDE. Neste texto, abordamos primeiramente

quais são os objetivos da educação, sob o ponto de vista que adotamos. São

tais objetivos – a instrução e a formação ética – que possibilitam a formação

para a cidadania que almejamos. Em seguida, este artigo apresenta o que são

valores e como o princípio da integração de saberes pode possibilitar o

desenvolvimento de uma prática pedagógica que leve em consideração os

objetivos da escola em sua multidimensionalidade. De forma breve,

apresentamos também a experiência de formação que os estudos

desenvolvidos no Programa PDE possibilitaram, quando foi possível trabalhar

conceitos e práticas de formação com professores e professoras em exercício

na escola.

Enfim, esperamos que os caminhos contidos no presente artigo sejam

material para reflexão e incentivo a práticas que considerem todo o potencial

da escola na formação de personalidades que almejem o bem coletivo e que

busquem por uma sociedade mais justa e igualitária.

OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA

Para iniciar o presente trabalho, apresentaremos os objetivos da

educação de acordo com nosso desejo de transformar a escola em um espaço

de aprendizagem significativa. Por acreditarmos que o papel da escola é

3

instruir e ao mesmo tempo formar eticamente crianças e jovens, consideramos

que a escola deve se preocupar com a instrução de alunos e alunas e também

com a formação em valores, condição para o desenvolvimento não só

intelectual, como também moral para o pleno exercício da cidadania. Tais

questões nortearão a discussão apresentada neste texto e nosso objetivo será

o de discutir o papel da escola atualmente. Para tanto, partimos do pressuposto

de que a escola é uma instituição criada pela sociedade para educar as futuras

gerações. Para iniciar nossa reflexão sobre os princípios e fins da educação,

recorremos ao que nos diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN

9394/96):

Art. 9º A União incumbir-se-á de: [...] IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; [...] Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. [...] Art. 27º. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; (BRASIL, 1996).

No trecho citado acima podemos perceber o destaque que é dado aos

dois objetivos considerados como finalidades da educação: a necessidade de

um currículo que assegure conteúdos mínimos e uma formação básica comum

(que chamaremos aqui de instrução) e também a formação para o exercício da

cidadania, o que chamaremos aqui de formação ética dos futuros cidadãos e

cidadãs.

As mesmas preocupações podem ser encontradas na versão preliminar

do Plano Estadual de Educação do Estado do Paraná, quando o documento

destaca os objetivos e metas da escola:

Garantir aos alunos do Ensino Fundamental o acesso e a participação efetiva em projetos ou atividades que favoreçam o

4

exercício da cidadania, bem como uma perspectiva de ampliação de tempos e espaços de aprendizagem. [...] Proporcionar ao aluno do Ensino Fundamental, por meio das diferentes áreas do conhecimento, a apropriação de saberes que favoreçam o exercício da cidadania e a continuidade de seu processo de escolarização. (PEE PR, 2005, p.19)

Mais uma vez, os trechos anteriormente citados demonstram a ênfase

que o PEE-PR atribui tanto para a instrução das futuras gerações – ou seja, o

trabalho com a apropriação de saberes das diferentes áreas do conhecimento

– quanto para a necessidade de desenvolver atividades que favoreçam o

exercício da cidadania por crianças e jovens em idade escolar.

O mesmo podemos notar no projeto político-pedagógico do Colégio Dom

Bosco1:

Deparamo-nos com um Brasil que enfrenta profundas desigualdades sociais, econômicas e culturais. Vivenciando um processo histórico de disputa de vários interesses sociais divergentes e contraditórios. Diante deste quadro encontra-se a escola pública que tem por função social formar o cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e valores que o tornem um “homem” solidário, crítico, ético e participativo. (PPP Colégio Estadual Dom Bosco, 2010, p.62).

De maneira geral, percebemos que os documentos relacionados à

educação apontam a relevância da escola adotar como objetivo central tanto a

instrução quanto a formação ética dos futuros cidadãos e cidadãs. De acordo

com Araújo (2003), os dois objetivos centrais da educação atualmente são, de

fato, a instrução e também a formação ética. Vale ressaltar que esses objetivos

são indissociáveis e corroboram para a formação de cidadãos e cidadãs.

A instrução, segundo Araújo (2003), é o trabalho com os conhecimentos

construídos historicamente pela humanidade, relacionados às áreas

disciplinares como Língua, História, Artes, Matemática, Geografia etc.

Já a formação ética é:

[...] a busca pelo desenvolvimento de aspectos que deem aos jovens e às crianças as condições físicas, psíquicas, cognitivas

1 Escola em que aconteceu o curso de capacitação docente, fruto do trabalho de PDE

abordado no presente artigo.

5

e culturais necessárias para uma vida pessoal digna e saudável e para poderem exercer e participar efetivamente da vida política e da vida pública da sociedade, de forma crítica e autônoma. (ARAÚJO, 2003, p. 31)

Em paralelo à instrução, portanto, um dos objetivos da educação é

desenvolver condições para que crianças e jovens participem da vida em

sociedade de forma crítica e autônoma, o que chamaremos de condições para

o exercício da cidadania. São esses os elementos que a escola deve

desenvolver para que, de maneira crítica, alunos(as) sejam capazes de se

indignar com as injustiças sociais e almejar uma vida digna para si próprios e

para a sociedade.

Portanto, partimos do pressuposto de que os dois objetivos centrais da

educação são a instrução e a formação para a cidadania. Além disso,

encaramos tais objetivos como indissociáveis e por isso entendemos que não é

possível separar a instrução da formação ética e vice-versa. Não se instrui

apenas, assim como não é possível formar alguém eticamente sem trabalhar

com os conteúdos curriculares característicos dos processos de instrução.

A partir disso, consideramos que à escola cabe o trabalho com a

formação dos futuros cidadãos e cidadãs, tarefa que implica não somente no

aprendizado dos conteúdos historicamente construídos pela humanidade e

organizados em disciplinas escolares, mas também o desenvolvimento das

condições físicas, psíquicas, cognitivas e culturais imprescindíveis para que

crianças e jovens tenham uma vida digna e saudável, como destacado

anteriormente por Araújo (2003).

Com relação à indissociabilidade entre instrução e formação, recorremos

novamente à LDBEN 9394/96, quando essa lei destaca a importância do

aprendizado da leitura, escrita e cálculo (aspectos do aprendizado associados

à instrução escolar), mas também o desenvolvimento de valores como a

solidariedade, a tolerância e a compreensão da sociedade em que se vive.

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)

6

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996)

Encontramos o mesmo tipo de reflexão no PEE-PR (2005) quando esse

plano destaca a insuficiência dos aspectos instrutivos ao se definir o termo

educação, ampliando-o para o exercício da cidadania e a busca pela melhoria

da qualidade de vida.

Não basta ensinar a ler e a escrever. O conceito de educação ao longo de toda a vida, que há de se iniciar com a alfabetização, deve inserir a população no exercício pleno da cidadania, melhorar sua qualidade de vida e de fruição do tempo livre e ampliar suas possibilidades de geração de trabalho, emprego e renda. (PEE-PR, 2005, p.41)

Enfim, sabemos que a discussão acerca dos objetivos da educação é

ampla, pois são diversas as compreensões possíveis acerca do tema. Por

outro lado, consideramos que essa discussão é importante para os

profissionais da educação que têm interesse em transformar a escola e a

sociedade de maneira geral. Apoiados na ideia de que os objetivos da escola

giram em torno da instrução e também da formação para o exercício da

cidadania, entendemos que a escola precisa desenvolver práticas pedagógicas

que levem alunos e alunas a analisar e atuar criticamente diante da realidade.

Por conseguinte, trazer o trabalho com a formação ética para o espaço escolar

significa enfrentar o desafio de incorporar nas práticas pedagógicas cotidianas

alguns princípios e valores muito conhecidos, mas pouco praticados de

maneira geral (como o diálogo, a participação, o compromisso, a busca do bem

coletivo). Contudo, antes de abordarmos quais medidas concretas poderíamos

adotar na escola para incorporar nas práticas pedagógicas tais princípios e

valores, consideramos importante compreender brevemente o que são valores

e suas relações com a educação, como veremos a seguir.

7

VALORES, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

É comum surgirem dúvidas quando se aborda o trabalho com valores na

escola. Tradicionalmente associado unicamente à família, o processo de

formação dos valores é complexo e demanda o desenvolvimento de aspectos

sociais, culturais, psíquicos, políticos, afetivos, entre outros. Por isso,

acreditamos que a escola tem muito a ajudar no processo de formação em

valores de crianças e jovens. Em tempos difíceis, de violência, indisciplina e

falta de perspectiva para a juventude, a noção de valores adquire proporções

crescentes nos debates entre a escola e a sociedade em geral. Diante disso,

consideramos que é necessário voltarmos nossos olhares para a educação em

valores, tarefa que julgamos indispensável para a construção da personalidade

de cidadãos e cidadãs comprometidos com a justiça, igualdade e valorização

dos direitos humanos.

Ao abordarmos o tema da educação em valores não fazemos referência

a um possível retorno aos antigos modelos de educação e de valores

tradicionais, “idealizados como eficientes tanto como em relação aos conteúdos

enfocados quanto em relação à transmissão de determinados valores

alicerçados nos postulados religiosos.” (ARAÚJO, 2001, p.9). Essa educação

em valores que aqui destacamos – e consequentemente o processo de

formação de cidadãos e cidadãs – solicitam da escola a formação de sujeitos

críticos, conscientes de seus direitos e deveres. Diante disso, passamos a

considerar que à escola cabe uma nova postura, diferente da idealizada nos

modelos tradicionais de educação. Acreditamos que a função da instituição

escolar, hoje, deve contemplar os dois objetivos básicos discutidos

anteriormente: a instrução e também a formação ética. Isso deve ocorrer a

partir, não somente do trabalho sistematizado com o conhecimento

historicamente construído pela humanidade, como também mediante a

formação ética do cidadão e da cidadã. Essa formação ética, por sua vez, visa

o desenvolvimento de condições necessárias para uma vida digna que

possibilite a participação em sociedade de forma crítica e autôno ma, como

destaca Araújo (2003).

Com base nesses ideais, acreditamos que a escola possa formar

sujeitos capazes de construir relações sociais mais justas e solidárias,

8

contemplando o que chamamos de educação em valores. Para que isso

ocorra, vários autores (ARAÚJO, 2001, 2003; ARANTES, ARAÚJO e PUIG,

2007; CANDAU, 1995; DALLARI, 1998; FESTER, 1989; MOSCA e AGUIRRE,

1985; PÁTARO, 2008) apontam o caminho indicado pela Declaração Universal

dos Direitos Humanos (DUDH)2, que traz consigo uma série de princípios e

valores relacionados à justiça, igualdade, equidade e solidariedade. Tais

princípios podem se revelar como um caminho frutífero para a elaboração de

programas educacionais que objetivem a educação em valores no mundo

contemporâneo, já que os artigos da DUDH estão baseados em contextos e

problemáticas reais vividas pela sociedade contemporânea. Partindo de tais

considerações e de nossas vivências frequentes com a indisciplina, violência e

apatia dentro de sala de aula, consideramos que o trabalho com a DUDH pode

subsidiar a prática docente daqueles que lutam contra as desigualdades da

sociedade.

Apoiados na ideia de que os objetivos da escola giram em torno da

instrução e também da formação para o exercício da cidadania, entendemos

que a escola precisa desenvolver práticas pedagógicas que levem alunos e

alunas a analisar e atuar criticamente diante da realidade. É nesse ponto que

recorremos à Declaração Universal dos Direitos Humanos, como documento

que busca reconhecer a dignidade de direto a todos os seres humanos.

Acreditamos que o trabalho com a DUDH na escola é necessário tanto para

difundir tal documento quanto para implementar, por meio da educação,

algumas medidas concretas que assegurem o reconhecimento dos princípios e

valores nele contido.

2 Do ponto de vista formal a DUDH contém, além do preâmbulo, trinta artigos, contemplando

direitos fundamentais. De forma breve, pode-se dividir o documento em quatro partes. A

primeira (artigos I e II) apresenta os direitos fundamentais que dão a base para todos os outros. A segunda parte (artigos IV a XV) elenca os direitos civis e políticos. Já a terceira parte (artigos XVI a XXVII) reúne os direitos econômicos, sociais e culturais. Por fim, a quarta parte (do

artigo XXVII até o XXX) cita os mecanismos de manutenção dos 9 direitos promulgados pela DUDH. Acreditando na importância desses artigos desejamos uma educação voltada para a dignidade. Para isso, almejamos a transformação das práticas escolares, para que permitam o

trabalho com os direitos humanos contidos na DUDH.

9

O QUE SÃO VALORES?

Mas, afinal, o que vem a ser educação em valores? O que a escola pode

fazer para intervir na formação dos futuros cidadãos e cidadãs? Como

participar desse processo, normalmente tido como responsabilidade dos pais?

Essas e outras preocupações, como afirma Arantes, devem estar presentes

entre os educadores:

Compreender o que são valores e como cada um e todos os seres humanos se apropriam da cultura e se inserem eticamente no mundo faz parte do rol de preocupações daqueles interessados em estudar o citado binômio [educação e valores] e suas possíveis relações. Afinal, os valores seriam inatos, herdados geneticamente, transmitidos pela cultura ou resultariam de interações complexas entre as pessoas e o mundo/cultura em que elas vivem? (ARANTES, 2007, p. 9)

Para a autora, a escola precisa reconhecer que a educação em valores

é um processo complexo constituído de diferentes aspectos – sociais, culturais,

psíquicos, políticos etc. – e suas relações mútuas. Isso quer dizer que para

educar em valores precisamos levar em consideração não apenas a cultura e a

sociedade, mas também os aspectos concernentes ao sujeito, como

sentimentos e convicções, por exemplo.

Para Jean Piaget, da mesma forma, os valores pessoais referem-se a uma

troca afetiva que um determinado sujeito realiza com o exterior, ou seja, com

objetos ou pessoas. Assim, os valores estão relacionados à dimensão geral da

afetividade e às projeções afetivas que o sujeito faz sobre objetos ou pessoas.

Isso nos permite afirmar que Piaget “recusa tanto as teses aprioristas de que

os valores são inatos quanto as teses empiristas de que eles são resultantes

das pressões do meio social sobre as pessoas.” (ARAÚJO, 2007, p.20). Diante

disso, adotamos a concepção de que os valores não estão predeterminados

geneticamente na pessoa ao nascer e nem são internalizados de fora para

dentro, mas são o resultado das ações do sujeito no mundo em que vive, e por

isso, podem ser exercitadas na escola. Dessa forma, como afirma Araújo:

(...) uma ideia ou uma pessoa tornar-se-ão um valor para o sujeito se ele projetar sobre ela sentimentos positivos. Na direção contrária, as pessoas também projetam sentimentos

10

negativos sobre objetos e/ou pessoas e/ou relações e/ou sobre si mesmas. (ARAÚJO, 2007, p. 21).

Acreditamos que é sobre esse processo que a escola pode intervir

intencionalmente, com o objetivo de formar pessoas capazes de se

preocuparem e almejarem uma vida mais digna para todos os homens e todas

as mulheres da sociedade em que vivemos. A partir disso, nosso próximo

passo é buscar investigar: Como formar sujeitos capazes de se indignarem

com as injustiças sociais? Como formar pessoas capazes de atuarem rumo a

transformação do modelo de sociedade em que vivemos? Em busca da

resposta a tais indagações, consideramos importante delimitar mais um

princípio que embasa nossa proposta. Tal princípio nos ajudará a entender

como se pode trabalhar com os conteúdos curriculares e formar eticamente ao

mesmo tempo. É o conceito de transversalidade, como veremos a seguir:

O PRINCÍPIO DA TRANSVERSALIDADE

O pressuposto por nós adotado de que à escola cabe o trabalho com a

instrução e formação em valores das futuras gerações nos leva,

consequentemente, à proposta de transversalidade de Montserrat Moreno

(1998). Para a autora, os conteúdos curriculares – representantes da instrução

escolar – devem ser meio para atingir a formação em valores de crianças e

jovens e alcançar a melhoria da sociedade e da humanidade. Ao se perguntar

sobre como podemos trabalhar com os conteúdos escolares sem ignorar as

problemáticas mais atuais que visam à formação para a cidadania, a autora

propõe:

Uma solução viável para esse conflito é a integração dos saberes. É preciso retirar as disciplinas científicas de suas torres de marfim e deixá-las impregnar-se de vida cotidiana, sem que isto pressuponha, de forma alguma, renunciar às elaborações teóricas imprescindíveis para o avanço da ciência. Se considerarmos que estas duas coisas se contrapõem, estaremos participando de uma visão limitada, que nos impede contemplar a realidade de múltiplos pontos de vista. (MORENO, 1998, p.35)

11

Assim, vemos que a integração de saberes proposta por Moreno indica

uma possível articulação entre as dimensões do científico e do cotidiano, no

sentido de aproximar as matérias disciplinares aos temas da realidade social

vivida por alunos(as). Uma das ideias centrais dessa integração é a de que

para aprender é preciso que exista compreensão do significado do objeto

estudado. A articulação entre os temas do cotidiano e os conteúdos científicos

é feita, portanto, para atribuir significado às aprendizagens escolares.

Assim, a proposta de um ensino transversal traz para o interior da sala

de aula o trabalho com temáticas contextualizadas nos interesses e

necessidades da maioria das pessoas. São preocupações sociais – que

podemos chamar de saberes não-disciplinares – e que estão intimamente

ligadas a questões éticas de melhoria da sociedade e não a conteúdos de

interesse de pequenas parcelas da população.

Quando se propõe o estudo de uma temática que está relacionada à

realidade dos estudantes, disciplinas como matemática, língua, história, artes –

que continuam presentes no contexto escolar e são fundamentais ao ensino –

podem adquirir maior significado. Assim, as aprendizagens escolares deixam

de acontecer em um contexto distante e passam a ter relações com o que

acontece cotidianamente na vida de alunos e alunas fora da instituição escolar.

Em outras palavras, as disciplinas curriculares passam a ajudar no estudo de

temáticas relacionadas à educação em valores. As disciplinas adquirem sentido

quando são estudadas para ajudar a entender as temáticas retiradas do mundo

em que vivem crianças e jovens em idade escolar.

A contextualização deve existir como principio fundamental para o

desenvolvimento integral de alunos e alunas. Nesse sentido, os princípios da

transversalidade abrem as portas para pensarmos nossos alunos e a alunas

como pessoas que interagem com o seu meio social a partir de suas vivências

e do conhecimento adquirido na escola, contribuindo para a construção e

desenvolvimento da sociedade.

No contexto de nosso estudo, esta é uma das maneiras possíveis de

contemplar o que consideramos os dois objetivos da educação: a instrução e a

formação ética das futuras gerações.

12

EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO OCORRIDA NO COLÉGIO DOM BOSCO –

CAMPO MOURÃO

A partir das problemáticas frequentemente vividas em nosso contexto

escolar o que sugerimos é, portanto, um novo olhar sobre o papel da escola. A

educação é permeada por grandes desafios no cotidiano e diante de situações

de indisciplina, violência, apatia e falta de contextualização do ensino, julgamos

importante destacar que educar não pode ser considerado apenas como um

ato de instrução. Em vista de tudo o que colocamos anteriormente, acreditamos

que educar é também oferecer experiências democráticas, de participação e

significativas, que integrem os diferentes saberes à realidade que se vive e

ofereça a formação necessária para que crianças e jovens vivam criticamente e

democraticamente em sociedade. Se quisermos formar cidadãos aptos a

requererem seus direitos e lutarem por um mundo mais justo e igualitário,

precisamos transformar o ambiente escolar em um espaço de exercício de

cidadania e democracia. Diante disso, a escola precisa preocupar-se com a

formação intelectual do educando e também com a sua formação enquanto ser

humano autônomo e participante da vida pública da sociedade. É preciso

exercitar a democracia, o diálogo, a participação e os valores universalmente

desejáveis, que levem à formação de pessoas capazes de se indignarem com

as injustiças sociais e capazes de lutarem pela transformação da sociedade.

Diante de tais preocupações, foi preparado um curso de formação para

professores e professoras em exercício no Colégio Dom Bosco, de Campo

Mourão. O curso, intitulado “Educação em valores: a escola como espaço de

formação para a cidadania na sociedade contemporânea”, teve por objetivo

trabalhar os conceitos e princípios estudados ao longo do trabalho

desenvolvido no PDE e organizou-se em forma de um grupo de estudos.

Consideramos que o curso organizado não é a única maneira de se trabalhar

com tais conteúdos, mas antes uma proposta possível de concretização da

formação ética que pode ajudar a proporcionar às futuras gerações as

condições para o desenvolvimento da autonomia – entendida aqui como

capacidade de posicionar-se diante da realidade, fazer escolhas, estabelecer

critérios e participar de ações coletivas.

13

O curso abordou questões relacionadas ao papel da escola na

sociedade contemporânea, direitos humanos e formação em valores. A

proposta do grupo de estudos vinculado ao curso foi a de refletir sobre uma

educação voltada para a construção de uma sociedade mais igualitária e

humana. O curso apresentou questões, ideias, reflexões, temáticas de

relevância e conceitos essenciais para o debate acerca dos desafios

contemporâneos vividos pela escola.

Foi pensado para professores e professoras da Escola Básica e

planejado com a preocupação de buscar caminhos para que a formação em

valores ocorra nas práticas pedagógicas cotidianas, buscando uma escola

pública de qualidade, aberta a práticas democráticas e que priorize o trabalho

com a formação de crianças e jovens autônomos, críticos e que almejem uma

sociedade mais justa e solidária.

O Caderno Pedagógico elaborado como base do curso abordou os

seguintes tópicos:

- os objetivos da educação (com ênfase nos conceitos de instrução e

também formação em valores, estudo da Constituição Brasileira de 1988, Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, estudo do Plano

Estadual de Educação da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e PPP

da escola que recebeu o curso);

- a formação em valores de crianças e jovens em idade escolar (o que

implica levar em consideração não apenas a cultura e a sociedade, mas

também os aspectos concernentes ao sujeito, como seus sentimentos e

convicções, por exemplo);

- o conceito de valores como um processo complexo constituído de

diferentes aspectos, como sociais, culturais, psíquicos, políticos etc.

- a formação para o exercício da cidadania (tarefa que implica não

somente o aprendizado dos conteúdos historicamente construídos pela

humanidade e organizados em disciplinas escolares, mas também o

desenvolvimento das condições físicas, psíquicas, cognitivas e culturais

imprescindíveis para que crianças e jovens tenham uma vida digna e

saudável);

- os princípios da transversalidade e de um aprendizado significativo

(conceitos que ajudam a entender que os conteúdos curriculares

14

tradicionalmente trabalhados na escola – representantes do trabalho com a

instrução – não devem ser trabalhados como um fim em si mesmos, mas

devem ser meio para atingir a formação em valores de crianças e jovens em

idade escolar e alcançar a melhoria da sociedade e da humanidade);

- um histórico da Declaração Universal dos Direitos Humanos (os direitos

e deveres contidos na DUDH foram relacionados ao cotidiano de alunos e

alunas, ajudando a pensar na importância de garantir a dignidade da pessoa

humana frente a situações do cotidiano que ferem tais princípios).

Todos os conceitos foram exercitados em debates, discussões,

compreensão e escrita de textos e em materiais complementares (como artigos

científicos, filmes, músicas, charges, etc.) disponibilizados aos participantes do

curso de formação.

Verificamos que o curso configurou-se como uma possibilidade de

formar professores e professoras aptos a trabalharem em sala de aula a

formação de crianças e jovens capazes se indignarem com as desigualdades e

injustiças que presenciamos em nossa sociedade. Assim, a compreensão

crítica da realidade torna-se objetivo comum a todas as áreas do conhecimento

trabalhadas na escola.

Antes da implementação do curso em formato de grupo de estudos

foram coletados dados com professores e funcionários do colégio, que

puderam expor suas opiniões e anseios a respeito do tema “Educação em

valores e direitos humanos em sala de aula”. A preocupação da maioria foi a

falta de perspectiva, desinteresse e falta de limites dentro e fora da sala de

aula. Esses dados foram obtidos através de questionários e entrevistas com os

professores e professoras da escola. A maioria apresentou grande angústia

diante das problemáticas escolares demonstrando necessidade de procurar

trabalhar principalmente a questão humana, como vemos no quadro resumo da

página seguinte.

15

QUADRO RESUMO – QUESTIONÁRIO AOS DOCENTES E FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA

Pergunta do questionário

Exemplo de resposta Quantidade

De que forma o ser humano se apropria de determinados valores?

O ser humano se apropria de determinados valores através da convivência e cultura que foi passado pela educação familiar tornando um hábito.

20

Por que alguns alunos e alunas são violentos e outros não?

Devido má educação familiar (desestrutura) Por influência da sociedade É da personalidade de cada um

10 7

3

Que tipo de sujeito a escola pretende formar?

Sujeitos com instrução e formação humana (crítico, solidário, ético...) Ensinar o saber

19 1

O que a escola pode fazer para colaborar na construção de valores universalmente desejáveis?

Cobrar da família comportamentos e atitudes Envolver a comunidade, escolar, trabalhar respeito, incentivando a colaboração e a solidariedade.

6

14

De que forma isso pode ser feito?

A escola deve trabalhar a formação humana, não admitir indiferença, discriminação e apatia diante das violações diárias dos direitos das pessoas, e que se engaja na luta pela melhoria das condições de vida e de trabalho de todos(as).

6

Quadro 1 – Questionário aos professores e funcionários da escola

Na primeira parte do grupo de estudos foram apresentados os objetivos

da educação. Também buscou-se delinear, ainda que brevemente, o processo

de internacionalização dos direitos humanos, cujo marco inicial foi a

Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, bem como a forma

através da qual a Constituição brasileira de 1988 se relaciona com tais direitos

16

humanos. Por fim, buscou-se delinear qual o papel da educação em direitos

humanos, e quais são as possíveis maneiras de se implementar um trabalho

pedagógico que leve me conta os aspectos instrutivos formativos da educação.

Como subsídio para o grupo de estudos foram organizadas várias

atividades em um Caderno Pedagógico que continha textos informativos acerca

dos conceitos trabalhados, vídeos, letras de músicas e discussões norteadas

pelo moderador do grupo.

Dos vinte profissionais que responderam as questões somente um disse

que os valores são de inteira responsabilidade da família e que a função da

escola hoje é trabalhar apenas com o saber científico. De maneira geral, todos

os entrevistados concordaram que o ser humano se apropria de determinados

valores através da convivência e cultura que foi passado pela educação familiar

tornando assim um hábito, e que a escola deve trabalhar a formação humana,

não admitir indiferença, discriminação e apatia diante do desrespeito aos

direitos das pessoas, e que se engaje na luta pela melhoria das condições de

vida e de trabalho de todos(as).

Em relação à forma de trabalho, os(as) entrevistados(as) enfatizaram a

necessidade de uma atitude reflexiva, que permite o reconhecimento de

contradições, de condutas incoerentes, de conflitos, buscando reconhecer

comportamentos discriminatórios. Na busca pela coerência é fundamental, de

acordo com os professores, ter atitudes que denotem respeito, predisposição

para o diálogo, justiça, compromisso e responsabilidade. A educação em

Direitos Humanos é uma perspectiva de educação assumidamente política que

exige do(a) educador(a) uma postura crítica e transformadora.

Além do curso de formação, duas professoras, juntamente com a

pedagoga PDE, desenvolveram um trabalho com uma turma de 2ª ano do

Ensino Médio. Foram apresentados aos alunos e alunas, os trinta artigos da

Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seguida realizou-se vários

debates e questionamentos por parte dos educandos, pois a maioria acha que

esses artigos não são respeitados por parte da sociedade e governantes. A

professora sugeriu que cada aluno(a) procurasse uma notícia em jornais,

revistas ou internet e fizesse a análise um do acontecimento onde os direitos

humanos fossem desrespeitados com sugestões e propostas para solucionar

tal problema. A seguir podemos ver alguns exemplos dessas atividades.

17

EXEMPLO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA

Imagem 01 – Exemplo de atividade desenvolvida no 2º ano do Ensino Médio.

18

Imagem 02 – Exemplo de atividade desenvolvida no 2º ano do Ensino Médio.

19

Imagem 03 – Exemplo de atividade desenvolvida no 2º ano do Ensino Médio.

Enfim, inúmeros outros elementos poderiam aqui ser relatados. Nossas

escolhas centraram-se nos aspectos anteriormente abordados por

20

considerarmos importante afirmar que o trabalho desenvolvido ao longo do

Programa PDE resultou em trabalhos paralelos tanto com professores e

professoras quanto com alunos e alunas da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação ética de crianças e jovens pode ser promovida pela escola

através da vivência de valores como a liberdade, a cooperação, a tolerância, o

que pode acontecer mediante o uso dos artigos da Declaração Universal dos

Direitos Humanos em sala de aula. Além do uso de metodologias diversificadas

– que levem estudantes a se depararem com as problemáticas vividas por eles

mesmos em seu cotidiano – o que sugerimos e fizemos no curso de formação

que propusemos é um novo olhar sobre o papel da escola. A formação ética

para a cidadania é um dos desafios da escola contemporânea, visto que

educar não é apenas instruir, mas também oferecer experiências significativas

que preparem crianças e jovens para a vida em sociedade.

Diante disso, a escola precisa se preocupar com a instrução intelectual

do educando e também com a sua formação enquanto ser humano autônomo e

participante da vida pública da sociedade. Acreditamos que, ao mesmo tempo

em que instrui, é papel da escola desenvolver uma formação ética que

proporcione às futuras gerações as condições para o desenvolvimento da

autonomia, entendida aqui como capacidade de posicionar-se diante da

realidade, fazer escolhas e participar de ações coletivas.

Para que esse ideal de escola seja possível, lançamos mão dos

princípios da transversalidade, que nos permitem encarar os dois objetivos da

escola ao mesmo tempo. Se à escola cabe tanto o trabalho com os

conhecimentos historicamente construídos pela humanidade (a instrução)

quanto o trabalho com a formação ética de crianças e jovens, não podemos

deixar de lado nenhum desses dois objetivos. Assim, ao trabalharmos

transversalmente com assuntos de relevância social (momento em que a

DUDH tem participação essencial), pudemos realizar esses dois objetivos:

instruir e formar crianças e jovens, que tornam-se conhecedores da herança

cultural e também cidadãos e cidadãs desejosos de uma sociedade mais justa.

21

A partir do que apresentamos, portanto, o desenvolvimento da

autonomia e formação do(a) cidadão(ã) torna-se o objetivo comum a todas as

áreas do conhecimento trabalhadas na escola, e para alcançar tal objetivo é

preciso que essas diferentes áreas se articulem transversalmente, em prol da

formação para a cidadania.

Enfim, esperamos que tais ideias frutifiquem em práticas pedagógicas

que busquem a formação de cidadãos(ãs) que valorizem o diálogo, a justiça, o

respeito mútuo, a solidariedade, a tolerância, e lutem por uma vida digna para

todos os seres humanos, e não apenas para uma pequena parcela da

população.

REFERÊNCIAS

ARANTES, Valéria A. (org); ARAÚJO, Ulisses Ferreira; PUIG, Josep Maria. Educação e valores: Pontos e Contrapontos. São Paulo: Summus, 2007.

ARAÚJO, Ulisses Ferreira & AQUINO, Julio Groppa. Os Direitos Humanos na

sala de Aula: a ética como Tema Transversal. São Paulo: Ed. Moderna,

2001.

ARAÚJO, Ulisses Ferreira. Temas transversais e a estratégia de projetos.

São Paulo: Moderna, 2003.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de

26 de dezembro de 1996.

CANDAU, V. M. et al. Oficinas pedagógicas de direitos humanos.

Petrópolis: Vozes, 1995.

DALLARI, D. A. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.

FESTER, A. C. R. (org.) Direitos humanos e... São Paulo: Brasiliense, 1989.

MORENO, Montserrat. Temas transversais em educação: bases para uma

formação integral. São Paulo: Ática, 1998.

MOSCA, J. J. e AGUIRRE, L. P. Direitos humanos: pauta para uma educação libertadora. São Paulo: Vozes, 1985.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Plano Estadual de Educação: uma construção coletiva (versão preliminar). Curitiba, setembro 2005.

PIAGET, Jean. Os procedimentos da educação moral. In MACEDO, Lino de. Cinco estudos de educação moral. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996.

PUIG, Josep Maria. Ética e valores: métodos para um ensino transversal.

São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.