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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE

ROSELI APARECIDA LINZMEIER

ARTIGO /PDE

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS EM RELAÇÃO

AO USO DO LABORATÓRIO COMO INSTRUMENTO DE ENSINO

Trabalho de conclusão de atividades do Programa de

Desenvolvimento Educacional. PDE – 2012.

Orientadora: Dra.Ana Lúcia Crisótimo

Profª.drª. Ana Lúcia Crisótimo

Setor de Ciências Agrárias e

Ambientais – SEAA.

Departamento de Ciências

Biológicas de Guarapuava -

DEBIO/G Universidade Estadual

do Centro-Oeste - UNICENTRO -

Campus CEDETEG.

Rua Simeão Camargo Varela de

Sá, 03 - Bairro Cascavel - 85015-

430. Guarapuava-PR

PITANGA - PARANÁ

2012

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A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS EM RELAÇÃO AO USO DO LABORATÓRIO COMO INSTRUMENTO DE ENSINO

Autor: Roseli Aparecida Linzmeier1

Orientadora: Profª Ana Lúcia Crisostimo2

RESUMO

Atualmente o saber científico se faz necessário para o entendimento da evolução científica pelo educando. O ensino de ciências deve despertar o raciocínio e não somente o conteúdo informativo, propiciando o entendimento das transformações que ocorrem com o homem e a natureza. Pensando nisso, o presente artigo contribui na discussão da importância do uso do laboratório nas aulas de Ciências, seu papel na educação básica através do relato dos professores de Ciências do Colégio Estadual D. Pedro I e dos participantes dos demais estabelecimentos de ensino do município de Pitanga – Paraná. Foi proposto e implementado, por meio de um caderno pedagógico, experimentos e atividades práticas simples que quando usadas proporcionam motivação na aprendizagem dos conceitos científicos potencialmente significativos e que contemplam o uso do laboratório de Ciências no Ensino Fundamental. O resultado demonstrou que, apesar da disponibilidade de materiais de apoio que subsidiem as atividades laboratoriais no ensino de ciências, os participantes ainda tem uma certa resistência em utilizar o laboratório, assim como em preparar as atividades experimentais.

PALAVRAS CHAVE: Experimento – Laboratório – Pesquisa

1 Graduada em Ciências Biológicas, Professora PDE 2010. 2 Graduada em Ciências Biológicas, Mestrado e Doutorado em Educação , professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste .

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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, precisamos de uma reflexão sobre o ensino de ciências em sala de

aula. O saber científico se faz necessário para o entendimento da evolução científica pelo

educando, pois o ensino de Ciências deve despertar o raciocínio e não somente um

conteúdo informativo, levando a um melhor entendimento das transformações que

ocorrem com o homem e a natureza.

Uma escola a altura do seu tempo traz para si a responsabilidade de investigar as

questões postas na realidade na qual se insere. Para isso, organiza-se como espaço

social do diálogo, com base na equidade dos saberes, nas diferentes contribuições

científicas, nas percepções do cotidiano humano e nas manifestações da cultura. Enfim,

numa permanente busca de alternativas para as demandas de seu público.

Por isso a prática pedagógica deve acompanhar todas essas mudanças, o

currículo torna-se imprescindível, e particularmente no ensino de Ciências deve ser uma

combinação para o incentivo à pesquisa, de procura por respostas a questões da vida

prática, possibilitando a aquisição de uma cultura científica necessária a sua inserção

social.

É importante registrar a complexidade das ações humanas diante da conjuntura

social contemporânea para que se encontrem alternativas para enfrentar os problemas de

nosso tempo. A escola, neste contexto, ocupa um lugar de destaque diante de outras

instituições, mostra caminhos, constrói um elo possível entre o conhecimento escolar, a

necessidade social, e a qualidade de vida dos cidadãos.

Não podemos configurar estudar como sendo uma tarefa fácil. São muitas as

disciplinas vinculadas às diversas áreas do conhecimento, contudo, não se pode deixar

de negar a importância e a necessidade da disciplina de Ciências na vida de qualquer

cidadão.

Logo, quando é feito um trabalho pedagógico onde o desenvolvimento do aluno é

apreciado, as atividades didáticas passam a ter um perfil totalmente diferenciado. Neste

sentido, no que tange ao ensino de Ciências, é relevante que as aulas aconteçam de

maneira integrada com as atividades em conjunto com o laboratório.

Para a construção do conhecimento sabe-se que o experimento é a ferramenta

mais adequada. Deste modo, unir a teoria à prática configura-se como sendo um meio

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eficaz de aprendizagem tornando-a mais significativa. Neste sentido o trabalho prático e a

utilidade do laboratório desde o ensino fundamental devem estimular o aluno nesta

construção do conhecimento, deixando de ser um mero ouvinte. É incontestável que hoje

a experimentação deixou de ocupar meramente o meio dos cientistas passando a fazer

parte da população em geral.

Contudo, para uma aprendizagem efetiva são necessários docentes, preparados,

aptos e principalmente motivados a ensinar. Assim, fica evidente que a utilização de

laboratórios nas aulas, além de deixá-las mais dinâmicas também contribuirá para a

assimilação do conteúdo unindo desta forma, teoria à prática.

Por fim, cabe ao docente fazer uso dos mecanismos que dispõe de modo que os

mesmos possam contribuir para a boa formação dos alunos, unindo o abstrato das idéias

ao concreto intercalando aulas teóricas e práticas juntamente com estratégias que devem

ser bem escolhidas para que as atividades laboratoriais não sejam mera demonstração.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná, as

atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem e são

estratégias de ensino fundamentais. E entende-se por atividade experimental toda

demonstração ou manipulação de equipamentos, materiais alternativos, vidrarias,

reagentes, dependendo do tipo de espaço pedagógico e atividade planejada.

Pensando nisso, este artigo tem o objetivo de descrever as ações realizadas durante

a implementação da proposta pedagógica vinculada ao Programa PDE, que teve como

objetivo principal subsidiar os professores que atuam na disciplina de Ciências do Colégio

Estadual D. Pedro I, localizado em Pitanga - PR e outros participantes residentes nesta

mesma cidade, no que diz respeito ao uso adequado do laboratório nas suas aulas de

Ciências, tornando o ensino ativo, integrado e significativo. Dessa forma, objetivou-se

enriquecer o currículo, buscando incrementar as aulas teóricas com a prática,

aumentando dessa forma o interesse dos alunos, estimulando-os a novas investigações,

através de experimentos que deram um novo sentido aos conteúdos estudados.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Analisando as Diretrizes Curriculares da Educação Básica - DCE’s,

encontraremos a atividade experimental como uma importante ferramenta de recurso

didático indispensável para o ensino de Ciências.

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De acordo com Pena (2000), os livros didáticos de Ciências dos anos iniciais do

ensino fundamental trazem como uma imitação de atividades experimentais adequadas

do ponto de vista pedagógico dos estudiosos da área, pois muitas vezes, servem apenas

para comprovar o conteúdo do texto, de forma ilustrativa, não instigando a curiosidade e o

espírito científico dos educandos. Segundo esta mesma autora as atividades

experimentais demonstradas não merecem essa denominação. Porém para um melhor

entendimento do assunto, será apresentado um breve histórico do ensino de Ciências

visando conhecer essa trajetória e assim compreender melhor as atividades

experimentais utilizadas nos dias de hoje nesta área do conhecimento.

Quando refletimos sobre a história de Ciências no Brasil, nota-se que seguiu um

rumo desfavorável à aprendizagem significativa do aluno, porque a teoria e a prática eram

distantes, como as Ciências eram ensinadas em sala de aula não favoreciam para o

conhecimento significativo.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s, 1997, p.19), isso

acontecia, porque “O ensino de Ciências Naturais, ao longo de sua curta história na

escola fundamental, tem se orientado por diferentes tendências, que ainda hoje se

expressaram nas salas de aula”.

Numa rápida retrospectiva do ensino de Ciências, é possível observar mudanças

de paradigmas. Sobre essas mudanças, Amaral (1998, p. 12) explica que:

O desfile histórico dos modelos curriculares de Ciências conforme podemos inferir (...), é reflexo de mudanças na própria concepção de ciências. Estas, por sua vez, são derivadas de modificações internas em uma ou mais das três dimensões consideradas, ou, então, da maneira como passaram a ser visualizadas pela sociedade. Por outro lado, as controvérsias que marcaram o desenvolvimento do ensino de Ciências nas últimas décadas trazem embutidas em seu cerne às referidas dimensões. Assim sendo, os chamados modelos clássicos do ensino de Ciências, as suas variações, bem como os novos modelos atualmente, emergentes, equacionam as controvérsias em foco de maneira peculiar, e, dessa forma, diferenciam-se uns dos outros (...).

Dessa maneira, Ciência ensinada em cada época na escola se norteou no que se

considerava ciência no momento. Nem sempre a disciplina de Ciências foi contemplada

em todas as séries do currículo.

Até a promulgação da Lei de Diretrizes e bases n. 4.024/61, ministrava-se aulas de CIÊNCIAS Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial. Essa lei estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries

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ginasiais. Apenas a partir de 1971, com a Lei n. 5.692, Ciências Naturais passou a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro grau. (BRASIL.1997, p.19).

Quando foi promulgada a lei 4.024/61, o ensino tradicional, onde o professor

apenas transmitia seus conhecimentos acumulados e não se cogitava de forma alguma,

atividades de experimentação. Esse modelo tradicional era um modelo mecânico de

recepção passiva com informações pré-formuladas, técnicas expositivo-demonstrativo, e

processo de repetição e memorização.

Nos anos 50, a situação mudou, pois nessa época surgiu a necessidade de novos

cientistas devido a corrida espacial, guerra fria, etc., promovendo assim a necessidade de

uma educação científica.

A lei 4.024/61 trouxe inovações, como a “necessidade de o currículo responder

ao avanço do conhecimento científico e às demandas geradas pela influência da Escola

Nova”. (BRASIL, 1997, p. 19). Então os educandos passaram a ter uma participação ativa

no processo ensino-aprendizagem. Aumentaram a partir daí as atividades praticas para

que os alunos compreendessem os conceitos estudados.

A preocupação em desenvolver atividade experimental começou a ter presença marcante nos projetos de ensino e nos cursos de formação de professores. As atividades práticas chegaram a ser proclamadas como a grande solução para o ensino de ciências, as grandes facilitadoras do processo de transmissão do saber científico. (BRASIL, 1997, p. 20)

O “aprender a aprender” da Escola Nova deveria ser o aluno identificar problemas

e assimilar melhor o conteúdo, obtendo suas próprias conclusões, ou seja, proporcionar

ao aluno atividades de experimentação para a construção do conhecimento, mas na

prática não foi o que aconteceu, pois o aluno deveria reconhecer a importância da

vivência científica não para ser um futuro cientista, mas sim para ser um cidadão comum.

Em 1970, ocorre uma nova mudança no ensino de Ciências, agora voltados para

os problemas relativos ao meio ambiente e a saúde.

Ainda em meados da década de 70, instalou-se uma crise energética, sintoma da grave crise mundial, decorrente de uma ruptura com o modelo desenvolvimentista deflagrado após a Segunda Guerra Mundial. (...) Problemas ambientais que antes pareciam ser apenas do Primeiro Mundo passaram a ser realidade reconhecida de todos os países, inclusive do Brasil. Os problemas relativos ao meio ambiente e a saúde começaram a ter presença quase obrigatória em todos os currículos de

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Ciências Naturais, mesmo que abordados em diferentes níveis de profundidade e pertinência. (Brasil, 1997, p. 21)

Nos anos 80, o ensino de Ciências se volta para o processo de construção do

conhecimento científico pelo aluno.

A escola, assim como o ensino de Ciências deve ir à busca de novas descobertas que

façam o aluno ser ativo e participativo e a experimentação ser um grande processo de

investigação que motive o aluno a ter capacidade de novas descobertas.

Ensino e aprendizagem são dois conceitos que apresentam ligações bastante

profundas. Logo, fazer com que estes dois conceitos representem as duas faces da

mesma moeda ou as duas vertentes de uma mesma aula é, e sempre foi, o principal

objetivo da Didática.

Segundo Carvalho (2006, p. 1): “A possibilidade de organizar o ensino de modo

que permita a melhoria da aprendizagem é uma premissa da Didática”. Assim, ela

buscará dar respostas aos porquês existentes dentro do ensino. Ela é explicada por

Martins (1988, p. 23) quando o mesmo menciona que:

A didática expressa uma prática pedagógica que decorre da relação básica do sistema capitalista num momento histórico determinado. Portanto, as formas como as classes sociais se relacionam vão se materializar em técnicas, processos, tecnologias, inclusive processos pedagógicos que se realizam através de uma certa relação pedagógica.

Baseados nesses conceitos de ensino aprendizagem, Carvalho (2006) ensina que

estes passaram e sofreram muitas modificações a partir de meados do século XX, sendo

necessário procurar uma consistência entre ambos para que realmente espelhem o

trabalho em sala de aula.

No que se refere às propostas de ensino de Ciências, em que se pretende

alcançar um ensino que leve os alunos a construírem o seu conhecimento mediante uma

integração harmônica entre os conteúdos específicos e os processos de produção desse

mesmo conteúdo, a introdução de atividades que discutam os problemas de Ciências,

Tecnologia e Sociedade.

O uso do laboratório, bem como da tecnologia em geral, como a televisão, o

computador, entre outros, configuram-se como sendo elementos muito importantes para

que se fato haja a aprendizagem significativa.

Sendo assim, o uso do laboratório de Ciências se torna muito importante, pois

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devido às mudanças ocasionadas no mundo, bem como na estrutura de adolescentes é

crescente, sendo necessário que aconteça uma reavaliação dos papéis do trabalho

prático e da utilidade do laboratório, pois as mudanças que ocorrem nos currículos e a

revolução no processo educacional tornam-se cada vez mais aceita e necessária.

Com relação ao uso deste laboratório pode-se dizer que é necessário uma série

de cuidados, pois é uma das áreas de trabalho que mais pode oferecer perigo

principalmente quando estiver em contato com uma turma toda de alunos.

Neste sentido, geralmente são adotadas algumas técnicas e procedimentos que

auxiliam no cuidado desta relação importante: docente e laboratório de ciências.

Faz-se necessário, portanto atentar para os cuidados no uso de substâncias

químicas, como por exemplo, ao aquecer substâncias em tubo de ensaio, nunca colocar o

rosto muito próximo de um recipiente onde está ocorrendo uma reação química, manter o

rosto a uma distância que permita observar bem o fenômeno sem correr risco, entre

outros.

Neste sentido, é necessário que o professor esteja sempre atento, pois as aulas

ministradas em laboratórios exigem muito mais atenção, não somente na aula, mas nas

atividades realizadas, neste ambiente, pelos alunos.

Quanto aos materiais, estes são diversos e devem ser utilizados com cautela,

nunca se esquecendo de ler todo e qualquer rótulo, para que se possam ter noções de

que tipo de equipamento está sendo utilizado.

A preocupação de docentes da disciplina de Ciências não é recente, uma vez que

estas aulas são taxadas como maçantes por grande parte dos alunos, pois na maioria dos

casos faz uso única e exclusivamente de materiais teóricos e nem um pouco da prática

como método de ensino. Segundo Penteado e Kovaliczn (1999, p. 4):

As aulas de Ciências no Ensino Fundamental são excessivamente teóricas. O aluno de hoje vive na era da informática com os videogames, celulares e outros eletrônicos da era digital, e não aceita mais uma aula apenas teórica, monótona, numa pedagogia da transmissão, em que o professor fala e ele escuta, tornando as aulas de Ciências “chatas” e pouco contribuindo para a formação dos alunos. Esse fato afirma que a transição desse tipo de aula para uma outra modalidade em que há diálogo é um sensível progresso.

Diante do exposto, pode-se notar que são muitos os empecilhos quando se trata

em ensinar Ciências, a falta de laboratórios, onde os alunos possam entrar em contato

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direto com a matéria, a falta de formação específica para os docentes que ministram

essas aulas, entre muitos outros que dificulta a aprendizagem.

Krasilchik (2005) menciona em relação à comunicação que professores e

estudantes transmitem mensagens por via oral, ou por meio de textos ou figuras, e os

educadores estão cada vez mais conscientes das dificuldades próprias desses vários

tipos de comunicação. Logo, são vários os problemas no que se refere ao ensino de

Ciências nas escolas: incompreensão do vocabulário, excesso de vocabulário técnico,

falta de interação professor-aluno, entre outros.

Isto leva a crer, segundo a autora, que se não houver uma experiência prática, o

aluno saíra da escola dominando pouco ou nada a respeito da disciplina de Ciências, o

que poderá dificultar o andar de seus objetivos, como é o caso do vestibular, por exemplo.

O ensino de Ciências deverá ser através de uma prática investigativa que nesta

perspectiva deverá ser organizada heuristicamente através de alguns passos:

planejamento, ação, observação, reflexão e replanejamento, formando uma espiral cíclica

que produz um movimento no contexto ação-reflexão-ação.

Por sua vez, esses passos se organizam através de duas dimensões: a primeira

faz menção ao caráter reconstrutivo-construtivo, e a segunda ao peso discursivo ou

prático do processo.

Cada um dos momentos implica uma olhada retrospectiva e uma intenção

prospectiva que formam conjuntamente uma espiral auto-reflexiva de conhecimento e

ação.

Faz-se necessário, portanto, além de bons e competentes professores, aulas que

possam ser mais dinâmicas e acima de tudo proporcionem e desperte a vontade no aluno

em relação ao aprender. Entende-se que motivados os alunos conseguem alcançar uma

porcentagem muito maior e mais significativa de aprendizagem, logo, o laboratório

aparece como uma fonte inesgotável de saber e motivação. Segundo Penteado e

Kovaliczn (1999, p. 6).

O gosto pela Ciência pode ter início no laboratório escolar. Apesar de muitas práticas não exigirem um local específico para serem executadas, podendo ser realizadas na sala de aula, o laboratório é um local interessante para o aluno, pois muda sua rotina de aulas no dia a dia. Sair de sua sala de aula e entrar no laboratório induz ao aluno imaginar que verá fenômenos incomuns e a motivação está instalada para o professor iniciar sua aula. Portanto, o laboratório é um local importante no ensino de Ciências.

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Porém, não são todas as instituições aptas a desenvolverem, criarem ou

montarem um laboratório, como explica Penteado e Kovaliczn (1999, p. 6), no que se

refere às escolas de rede pública de ensino.

Nas escolas públicas do Estado do Paraná, a maioria dos laboratórios ainda é pobre em materiais de experimentação que possam ser utilizados nas aulas práticas do ensino fundamental. A aquisição desses materiais de ensino é onerosa para a direção da escola, pois já tem uma planilha de gastos mensais comprometida com a verba recebida da Secretaria Estadual de Educação - SEED e a aquisição desses materiais, que ilustram aulas teóricas, pelo professor de Ciências também irão onerar seu orçamento mensal. Vale ressaltar que a falta de materiais de laboratório para o ensino de Ciências, é apenas um dos fatores que prejudicam as atividades práticas que poderiam ser realizadas pelo professor ou pelos alunos reforçando a aprendizagem após explanação teórica do professor.

Por fim, pode-se dizer segundo Cruz (2007) que a escola dos dias atuais tem

espaço para proporcionar aos alunos uma educação de qualidade, basta motivá-los a unir

o conhecimento à vontade de mudar.

Deve-se considerar também, que nem somente de experiências vive a ciência. O

desenvolvimento teórico tem um papel importante nas descobertas e nas pesquisas.

Logo, o laboratório deve unir a teoria à prática, deve ser o elo entre o abstrato das idéias

e o concreto da realidade física. Por isso a importância da pesquisa aqui apresentada.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Baseando-se nestes pressupostos teóricos ocorreu à implementação de uma

proposta pedagógica junto ao Colégio Estadual D.Pedro I, município de Pitanga – Paraná,

a qual visou o desenvolvimento de um processo de formação junto a professores que

atuam na disciplina de Ciências em relação à instrumentação para o uso adequado do

laboratório nas suas aulas. Enfim, o objetivo é enriquecer o currículo, buscando

incrementar as aulas teóricas com a prática, aumentando dessa forma o interesse dos

alunos estimulando os a novas investigações.

As atividades implementadas foram divididas em dezenove etapas, ocorridas de

julho a novembro de 2011, as quais mostra o quadro a seguir:

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1 20 a 22/07/ 2011 Preparação do material e apresentação para a Direção e

Equipe Pedagógica sobre o Projeto de Implementação

Pedagógica. ( 4 horas)

2 20a22/07/2011 Divulgação e explanação do Projeto de Implementação

Pedagógica para os Professores, agentes de apoio I e II

do Colégio D. Pedro I, justificando sua relevância e

solicitando o apoio dos mesmos para a execução do

projeto. (1 hora)

3 12/08/2011 Visita ao Colégio Estadual Antonio Dorigon, para a

divulgação do material didático para a Direção e

Professores de Ciências. Com o intuito de pedir o apoio e

contribuição para o desenvolvimento da pesquisa e para a

implementação do caderno pedagógico. ( 2 horas)

4 12/08/2011 Visita ao Colégio Estadual Tiradentes para a divulgação

do material didático para a Direção e Professores de

Ciências. Com o intuito de pedir o apoio e contribuição

para o desenvolvimento da pesquisa e para a

implementação do caderno pedagógico. ( 2 horas)

5 12/08/2011 Visita ao Colégio Estadual São João da Colina, para a

divulgação do material didático para a Direção e

Professores de Ciências. Com o intuito de pedir o apoio e

contribuição para o desenvolvimento da pesquisa e para a

implementação do caderno pedagógico. ( 4 horas)

6 18/08/2011 Visita ao Colégio Estadual Julia H. de Souza, para a

divulgação do material didático para a Direção e

Professores de Ciências. Com o intuito de pedir o apoio e

contribuição para o desenvolvimento da pesquisa e para a

implementação do caderno pedagógico. ( 2 horas)

7 23/08/2011 Visita ao Colégio Estadual Rio do Meio, para a divulgação

do material didático para a Direção e Professores de

Ciências. Com o intuito de pedir o apoio e contribuição

para o desenvolvimento da pesquisa e para a

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implementação do caderno pedagógico. ( 4 horas)

8 24/08/201l Visita ao Colégio Estadual Aurélio Buarque de Holanda,

para a divulgação do material didático para a Direção e

Professores de Ciências. Com o intuito de pedir o apoio e

contribuição para o desenvolvimento da pesquisa e para a

implementação do caderno pedagógico. (5 horas)

9 29/08/2011 Preparação de material sobre as normas de segurança no

laboratório para distribuição aos professores

colaboradores das escolas participantes na

Implementação do Caderno Pedagógico (10 horas)

10 05/09/2011 Preparação do material utilizado no experimento: modelo

de sistema respiratório para ser implementado no Colégio

Júlia H. de Souza. (2 horas)

11 12/09/2011 Preparação de materiais para o experimento: lente

convergente para ser aplicado no Colégio Júlia H. de

Souza. (2 horas)

12 14/09/2011 Preparação de materiais para o experimento: observação

de protozoários e osmose celular para ser aplicado no

Colégio Estadual Rio do Meio. (4 horas)

13 19/09/2011 Preparação de materiais para o experimento: presença de

amido nos alimentos para ser implementado no Colégio

Estadual Antonio Dorigon. (2 horas)

14 22/09/2011 Preparação de materiais para o experimento: presença de

ar no solo para ser implementado no Colégio Estadual D.

Pedro I. (2 horas)

15 06/10/2011 Preparação de materiais para os experimentos: condução

de calor e dilatação dos líquidos para ser aplicado no

Colégio Estadual São João da Colina. (4 horas)

16 11/10/2011 Preparação de materiais para experimentos: fusão do

gelo mais rápida e mais lenta e importância das glândulas

sebácicas para ser aplicado no Colégio Estadual Aurélio

Buarque de Holanda (5 horas)

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17 20/10/2011 Preparação de materiais para o experimento: observação

de estômatos para ser aplicado no Colégio Estadual

Tiradentes. (2 horas)

18 04/10/2011 Preparação de materiais para o experimento: a

temperatura das reações químicas para ser implementado

no Colégio Estadual D. Pedro I. (2 horas)

19 23/11/2011 Correção dos relatórios elaborados pelos alunos das

escolas colaboradoras na implementação dos

experimentos do caderno pedagógico. (5 horas)

4. O PREPARO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS

As atividades experimentais oferecem aos alunos a possibilidade de conceituar os

fenômenos físicos, químicos e biológicos, permeando o senso comum e a observação

não sistemática das teorias propostas, cuja visão do conhecimento científico, muitas

vezes, discorda das explicações propostas pela maioria.

A experimentação em sala de aula ocorre de acordo com a idade, o conhecimento

dos alunos, os conteúdos estudados e planejados, conforme o plano de trabalho docente,

a metodologia na qual o trabalho será baseado, os recursos materiais disponíveis e o

tempo disponível para sua realização.

Geralmente os livros didáticos demonstram experimentos que se tratados de

maneira correta pelo educador, deixa de ser apenas reprodutor de conhecimentos, mas

permitem que o aluno faça uma análise, com coleta e registro de dados, reflexão,

discussão e construção de conceitos a respeito dos fenômenos observados.

Quando as informações ocorrem antes de se trabalhar os conceitos, formando um

novo conhecimento que é subsidiado pela discussão, reflexão, anotações e explicações,

de modo que o aluno relacione não só os conceitos, mas as diferentes maneiras de

entender a Ciência são dadas o nome experimentação investigativa.

Para que uma aula experimental seja adequada para desenvolver o conhecimento

do aluno, o professor deve elaborar cuidadosamente a atividade, seja ela no laboratório

ou sala de aula. Sendo extremamente importante o professor realizar o experimento antes

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da aula, pois assim ele pode analisar se tem material suficiente para o aluno trabalhar

individualmente ou em grupo, e também tirar qualquer dúvida quanto ao desenvolvimento

da atividade, estando apto a orientar e responder questões que porventura venham a

surgir durante a aula.

Para que o aluno possa participar efetivamente da atividade, é interessante

trabalhar sozinho ou em grupos de no máximo 5 indivíduos, para isso acontecer de forma

adequada deve se observar o número de alunos na sala, o espaço, onde precisa ter a

quantidade de mesas e cadeiras, e se for no laboratório, se as bancadas acomodam

todos.

É necessário também planejar o tempo de preparação antes da atividade

experimental, onde o professor deverá propor aos alunos questões para investigar os

conhecimentos prévios a respeito do assunto que será trabalhado ou, ainda, observar se

os conteúdos estudados são necessários para o desenvolvimento do experimento.

O professor deverá sempre, no início da aula, orientar os alunos a ler as instruções

e ouvir com atenção as recomendações relacionadas à segurança e ao manuseio do

material que será utilizado no experimento.

5. SEGURANÇA DURANTE AS AULAS EXPERIMENTAIS

Recomenda se que na primeira aula prática de todos os anos do Ensino

Fundamental, sejam trabalhadas com os alunos as regras básicas de segurança na

realização de atividades experimentais, seja no laboratório ou na sala de aula. Apesar de

que na maioria dos experimentos realizados não envolva procedimentos nem materiais

que ofereçam riscos, deve se ter muita atenção, pois quaisquer descuidos no manuseio

dos materiais poderão acontecer acidentes graves.

Os riscos de ocorrer acidentes não podem ser eliminados, mas pode ser

minimizado se tomar alguns cuidados básicos. As noções básicas de proteção individual

ou coletiva devem ser de conhecimento de todos e aplicadas corretamente.

As principais causas de possíveis acidentes envolvem o manuseio de vidros, fogo e

substâncias químicas nas atividades experimentais.

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Todos os laboratórios, por mais simples que sejam, necessitam seguir

rigorosamente algumas normas para ter a segurança necessária. Essas normas são

regras fixas, que não mudam de laboratório para laboratório, e se não forem seguidas

podem acontecer acidentes graves. A seguir temos uma relação das principais normas de

segurança.

6. NORMAS DE SEGURANÇA EM UM LABORATÓRIO

O laboratório é um local de trabalho e concentração e se for usado de maneira

errada pode ser muito perigoso.

Os cabelos devem ser mantidos presos durante a realização da aula prática.

Não comer ou beber, durante a realização das atividades.

Não colocar sobre a bancada do laboratório ou sobre as carteiras, bolsas,

agasalhos ou qualquer material que não esteja sendo utilizado.

Encarar todos os produtos químicos como veneno.

Todas as experiências que envolvem a liberação de gases tóxicos devem ser

realizadas na câmara de exaustão ou capela.

Nunca cheirar qualquer substância, não passar os dedos na boca, nos olhos ou no

nariz. Manter o recipiente que a contém afastado do rosto e, com movimentos da

mão, dirigir os vapores desprendidos.

Não colocar qualquer substância em contato com a pele, a boca ou os olhos. Se

isso acontecer, lavar a região com água em abundância. A seguir, procurar o

auxílio de um médico ou enfermeiro.

Nunca provar qualquer substância utilizada ou produzida durante a aula prática.

Mesmo que se julgue absolutamente seguro, pode estar enganado sobre sua

composição ou seus efeitos.

Nunca colocar o rosto muito próximo de um recipiente em que está ocorrendo uma

reação química para não correr o risco de ser atingido por respingos ou

borbulhamento.

Nunca pipetar líquidos cáusticos ou tóxicos, usar pipeta com regulador.

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Jamais adicionar água em um ácido concentrado, pois a reação poderá ser

violenta, com grande produção de calor e borbulhamento intenso. Se precisar diluir

um ácido concentrado, despejar lentamente o ácido sobre bastante água.

Ler com atenção os rótulos dos frascos para evitar utilizar o reagente errado.

Durante a utilização de um reagente, segurar o frasco com o rótulo voltado para a

palma da mão.

Não usar substâncias a mais. Usar sempre as quantidades indicadas nas

instruções do experimento.

Conservar os frascos tampados. E cuidar para não trocar as tampas.

Não devolver nos frascos substâncias deles retiradas e que não foram totalmente

utilizadas.

Não misturar substâncias ao acaso, mas somente de acordo com as instruções do

procedimento.

Para introduzir tubos de vidro ou termômetros em orifícios de rolhas, lubrificar com

glicerina o orifício e a peça a ser introduzido.

Não usar vidraria quebrada ou trincada.

Não jogar vidro quebrado no lixo comum.

Nunca aquecer um recipiente fechado. Pode ocorrer explosão.

No aquecimento dos tubos de ensaio, fazer movimentos leves e circulares sobre a

chama, evitando assim o superaquecimento de uma única região. Nunca apontar a

abertura do tubo para si mesmo ou outra pessoa, pode ocorrer reação violenta e

consequentemente acidentes.

Nunca colocar perto do fogo substâncias voláteis e inflamáveis (acetona, álcool,

gasolina, benzina, querosene), assim como qualquer aerossol.

Não colocar vidro quente sobre superfícies frias, pois o choque térmico pode trincá-

lo ou quebrá-lo.

Não pegar com a mão recipientes que foi submetido ao aquecimento, pois podem

ainda estarem quentes, vidro quente tem a mesma aparência que vidro frio.

Não usar anéis ou pulseiras.

Não usar organismos patogênicos e nem extrair sangue humano durante as aulas.

O laboratório deve ser um local bem arejado e iluminado.

O piso não pode ser escorregadio.

Os móveis devem ser de fácil limpeza e baixa combustão.

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O local deve estar sempre limpo e organizado.

É importante ter extintor de incêndio no local.

Materiais com substâncias perigosas devem ser armazenados em armários

fechados.

As instalações elétricas, hidráulicas e gás devem estar em boas condições.

Ao final da aula, o lixo deve ser recolhido e depositado em local apropriado.

Antes de sair das dependências do laboratório verificar se não há torneiras de água

e gás abertas. E lavar bem as mãos.

7. METODOLOGIA

Para que o projeto “A importância da formação de professores de Ciências em

relação ao uso do laboratório como instrumento de ensino” se concretizasse contamos

com a participação dos professores de Ciências do Colégio Estadual D. Pedro I – Ensino

Fundamental, Médio, Profissionalizante e Normal e de outras escolas estaduais de

Pitanga- Paraná, que se predispuseram a aplicar as sugestões de experimentos em suas

salas de aula, organizados no formato de caderno pedagógico3 .

Inicialmente o referido projeto foi apresentado para os professores de Ciências

durante um Curso de Capacitação realizado pelo Núcleo Regional de Educação, os

professores relacionaram os conteúdos que seriam trabalhados no 2º semestre de 2011 e

dessa forma as atividades práticas foram elaboradas de acordo com o Plano de Trabalho

Docente, buscando facilitar o aprendizado por parte dos educandos.

Os professores tanto do Colégio D. Pedro I, como os das outras escolas de Pitanga,

foram os disseminadores do Caderno Pedagógico, que contém textos, experimentos e

atividades práticas simples que quando usadas proporcionam motivação na

3 Material composto por várias unidades, com abordagem centrada em tema(s) de área/disciplina

específica, contendo texto de fundamentação teórica com, obrigatoriamente, as respectivas sugestões

de atividades a serem desenvolvidas.

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aprendizagem dos conceitos científicos potencialmente significativos e que contemplam o

uso do laboratório de Ciências no Ensino Fundamental.

Os professores que colaboraram com a implementação do projeto viabilizando

a sua aplicabilidade na realidade escolar contando com o acompanhamento da autora do

projeto, que tinha a autorização das Direções dos Estabelecimentos e acompanhamento

da Equipe Pedagógica para que o mesmo se efetivasse.

As atividades práticas foram elaboradas de acordo com os conteúdos abordados

nas Diretrizes Curriculares de Ciências para que o professor tivesse mais material para

preparar seu Plano de Trabalho Docente, e dessa forma enfatizar a teoria e prática uma

complementando a outra. Deixando bem claro que não se tratavam de aulas prontas, mas

sugestões que poderiam ser utilizadas para inserir um determinado conteúdo em sala de

aula, para contribuir com o ensino- aprendizagem.

Para melhor visualização do trabalho investigativo desenvolvido realizado junto

aos participantes do processo formativo descreveremos brevemente as atividades

desenvolvidas durante a implementação e, em seguida, as análises possíveis da

aplicação da metodologia considerando a aplicação de um questionário semi-aberto aos

professores que participaram diretamente na implementação das atividades laboratoriais

propostas e nos depoimentos dos professores do Grupo de Trabalho em Rede (GTRs).

8. DISCUSSÃO

Na implementação foi sugerido atividades experimentais, por série ou ano, sendo que

nos conteúdos de químicas e física foi sugerido 5 atividades de cada, pois tem

professores que iniciam seus conteúdos com física, outros com química. Estes

experimentos foram realizados no no segundo semestre de 2011, possibilitando a análise

dos professores durante o período de implementação.

É importante deixar claro que os experimentos apresentados foram facilmente

realizados em laboratório, e na falta deste, em sala de aula ou qualquer ambiente escolar

apropriado, e com materiais de laboratório ou caseiros, fáceis de serem encontrados.

Podemos exemplificar o caso dos copos que substituíram o béquer, caixa de sapato com

perfurações na tampa que foram usados para acondicionar tubos de ensaio, que também

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podem ser substituídos por vidros pequenos de remédio, e assim sucessivamente de

acordo com a criatividade do professor.

As atividades apresentadas no caderno pedagógico contemplaram os quatro anos do

ensino fundamental, desta forma todos os professores de Ciências do Núcleo Regional de

Pitanga puderam utilizar-se do trabalho, pois foram colocadas várias sugestões de

experimentos para que o professor pudesse escolher as que estivessem mais adequadas

aos materiais disponíveis e ao seu ambiente de trabalho.

Também foram indicadas algumas normas de segurança que devem ser

apresentadas aos alunos antes da primeira aula prática, bem como conhecer os

equipamentos específicos, como nome e função, caso a escola possuísse um laboratório

ou os materiais.

A experimentação em sala de aula ocorreu de acordo com a idade, com o

conhecimento dos alunos, com os conteúdos estudados e planejados, conforme o Plano

de Trabalho Docente, a metodologia na qual o trabalho foi baseado, os recursos materiais

disponíveis e o tempo disponível para sua realização.

Em relação às atividades realizadas pelos alunos, para que os mesmos pudessem

participar efetivamente destas, as atividades foram desenvolvidas individualmente ou em

grupo. É interessante trabalhar sozinho ou em grupos de no máximo 5 indivíduos, para

que isso aconteça de forma adequada observando-se o número de alunos na sala, o

espaço, a quantidade de mesas e cadeiras no laboratório, se as bancadas seriam

suficientes para todos os alunos.

Foi necessário também planejar o tempo de preparação antes da atividade

experimental, onde o professor propôs aos alunos questões para investigar seus

conhecimentos prévios a respeito do assunto que estava sendo trabalhado, observando-

também se os conteúdos estudados eram necessários para o desenvolvimento do

experimento.

As atividades experimentais foram planejadas, calculando-se o tempo de

preparação para que os grupos de até 5 alunos, pudessem participar ativamente da

atividade proposta. Portanto, o professor no inicio da aula, orientou os alunos a ler as

instruções e ouvir com atenção as recomendações relacionadas à segurança e ao

manuseio do material que seria utilizado no experimento a ser desenvolvido.

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As análises resultantes da aplicação da aplicação de um questionário semi-aberto

aos professores que participaram diretamente na implementação das atividades

laboratoriais propostas e nos depoimentos dos professores do Grupo de Trabalho em

Rede (GTR)s, destacam inicialmente que as regras básicas de segurança na realização

de atividades experimentais, tanto no laboratório como em sala de aula foram levadas ao

conhecimento dos alunos, mesmo que os experimentos que foram realizados não

ofereceram perigo nem nos procedimentos, nem nos materiais que foram utilizados, mas

o conhecimento das normas de segurança fez-se necessário.

Os alunos também conheceram as funções e limitações dos materiais usados num

laboratório como a cerâmica, metal, plástico e vidro.

Após as aulas práticas foram realizados relatórios, o professor que quisesse poderia

utilizar o modelo que se encontrava no Caderno Pedagógico ou a seu próprio critério,

para que a aula não se tornasse apenas mais uma, precisava ter um referencial onde

deveria conter o nome do experimento, objetivos, questões iniciais, materiais utilizados,

procedimentos, questões relacionadas ao experimento e a conclusão.

Nas escolas onde o projeto foi aplicado somente três tinham laboratório equipado com

vidrarias e reagentes. As demais improvisaram locais e muitas vezes na própria sala de

aula, os materiais foram adaptados por outros do dia-a-dia, como por exemplo, copos que

podem substituir o béquer, caixa de sapato com perfurações na tampa podem ser usados

para acondicionar tubos de ensaio que também podem ser substituídos por vidros

pequenos de remédio, e assim sucessivamente de acordo com a criatividade do

professor.

Para enriquecer a discussão sobre a importância do uso do laboratório no ensino de

ciências, a limitação para a utilização dos mesmos e avanços no processo formativo

proposto serão apresentados depoimentos dos professores que disseminaram o material

didático, bem como os participantes do GTR/2011. Para preservar a identidade dos

professores envolvidos seus depoimentos constam em itálico, pois serão apresentados na

integra com a simbologia de numeração para cada professor participante.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná, as

atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem e são

estratégias do Ensino Fundamental.

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Vindo de encontro com o relato da Professora A ... o conteúdo do material didático é

bastante relevante para as séries finais do Ensino Fundamental, pois contempla as

DCE’s... .

Para que a aprendizagem se efetive se faz necessários docentes preparados, aptos e

principalmente motivados a ensinar. Assim fica evidente que a utilização de laboratórios

nas aulas, além de deixá-las mais dinâmicas também contribui para a assimilação do

conteúdo unindo desta forma teoria à prática.

A partir dessa afirmação o Professor B que participou do GTR comenta “Acredito

realmente que as aulas de laboratório podem ser um motivo a mais para os nossos

alunos virem à escola. O laboratório às vezes acaba se tornando um mito entre os alunos.

Tanto no sentido de nunca irem, e quando levados eles, acham que vão abrir sapos, fazer

explosões, entre outras coisas. Então acho que o laboratório deve ser parte do cotidiano,

que ele seja um estimulador e um instigador da prática pedagógica de Ciências. Enfim,

cabe a nós desmistificar o laboratório, torná-lo acessível e algo real, parte do processo de

aprendizagem”.

Ressaltamos que para a realização das aulas experimentais, se faz necessário que

o professor elabore cuidadosamente a atividade, seja ela no laboratório ou sala de aula,

sendo extremamente importante que o professor realize o experimento antes da aula, pois

assim ele analisou se o material era suficiente para o aluno trabalhar individualmente ou

em grupo, e também tirou qualquer dúvida quanto ao desenvolvimento da atividade,

estando apto a orientar e responder questões que porventura viessem surgir durante a

aula.

Destacamos ainda a resposta do Professor C sobre o laboratório de Ciências e

como o mesmo pode ser utilizado de maneira satisfatória no Ensino Fundamental:

“Também concordo que as práticas e a contextualização despertam a atenção, a

criatividade e tornam as aulas mais prazerosas, mas acredito que é necessário segurança

e bem estar de todos os envolvidos para que elas se realizem de forma satisfatória”.

A partir desta abordagem foi possível ouvir desabafos de professores tal como da

Professora D que comenta “Percebe-se que nas escolas faltam uma boa rede física;

formação continuada de qualidade em práticas laboratoriais aos professores de Ciências;

(ajuda para o laboratorista) para a execução das práticas com segurança, visto que os

alunos (geralmente mais de 30) estão sob a responsabilidade do professor; aumento de

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horas atividade visto que é insuficiente para tantas atribuições, pois não podemos

esquecer que temos vida particular”.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ressaltamos como um dos fundamentos teóricos a importância do professor no

processo ensino e aprendizagem, pois seu papel passa a ser de facilitador, com o aluno

envolvido efetivamente no processo de aprendizagem, construindo seu conhecimento e

expressando seus sentimentos de valorização diante do processo vivido na interação com

o professor e com a experimentação no ensino de Ciências.

O uso de atividade de laboratório vem sendo considerado, ao longo dos anos,

como um recurso útil para promover a aprendizagem em ciências. O planejamento e a

aplicação como uma estratégia de ensino pode ser considerada como uma etapa

importante da aprendizagem, pois pode revelar aos professores, não só suas deficiências

em relação ao conteúdo, mas também suas potencialidades e capacidades.

No entanto, apesar do trabalho realizado com esta abordagem ter motivado os

professores, o que pode ter contribuído na mudança de paradigma com relação ao uso

tradicional de aulas experimentais, os resultados obtidos não nos permitem concluir que o

uso de estratégias inovadoras para o uso do seja suficiente para promover mudanças na

formação e na prática docente destes futuros professores.

Finalmente salientamos que, essa experiência formativa oportunizada pelo

Programa de Desenvolvimento Profissional (PDE), proposto pela Secretaria de Estado da

Educação do Paraná, criou espaços construção de uma cultura profissional em relação à

capacitação contínua de professores da educação básica em relação ao uso do

laboratório no ensino de ciências.

REFERÊNCIAS

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RODRIGUES JÚNIOR. F. A didática e suas dimensões. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/humanities/1754859did%C3%A1ticaemsuass/>. Acesso em 03 de jul. de 2011.