SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura...

39

Transcript of SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura...

Page 1: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,
Page 2: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISCOORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

A FORMAÇÃO DE LEITORES NAS 5ª SÉRIES: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DE CONTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS

PROFESSORA PDE – ANA LUIZA SALES PEDROZAORIENTADORA: PROFª WILMA DOS SANTOS COQUEIRO

CAMPO MOURÃO2011

Page 3: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ESTADO DO PARANÁ

ANA LUIZA SALES PEDROZA

A FORMAÇÃO DE LEITORES NAS 5ª SÉRIES: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DE CONTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS

Projeto de intervenção pedagógica apresentado à Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM) e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o programa de formação continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sob a orientação da Profª. Wilma dos Santos Coqueiro

CAMPO MOURÃO2011

Page 4: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO .............................................................................. 4 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5 1 DA LEITURA ...................................................................................................... 7 1.1 SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LEITURA: ...................................................... 7

1.2 LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................... 9

1.2.1 Das DCEs .................................................................................................. 9 1.3 DO CONTO ................................................................................................. 10

1.4 ATIVIDADES ................................................................................................ 11

2 DA ÁFRICA ...................................................................................................... 12 2.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES .................................................................. 12

2.2 PARA CONHECER MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA ÁFRICA ...................... 16

3 DA LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................ 19 4 DAS AFRICANIDADES ................................................................................... 22 4.1 PARA DETERMINAR HORIZONTES DE EXPECTATIVAS E VERIFICAÇÃO

DOS INTERESSES, PARA PREVER ESTRATÉGIAS DE RUPTURA E

TRANSFORMAÇÃO DOS MESMOS. ....................................................... 23

5 CONHECENDO UM POUCO MAIS OS ELEMENTOS DO GÊNERO TEXTUAL 'CONTO' ...................................................................................... 26

6 AS TRANÇAS DE BINTOU .............................................................................. 28 7 PARA TRABALHAR A RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ..... 31 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 38

Page 5: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: Ana Luiza Sales Pedroza

Área PDE: Ensino e Aprendizagem de Leitura

NRE: Goioerê

Professora Orientadora IES: Wilma dos Santos Coqueiro

IES Vinculada: FECILCAM

Escola de Implementação: Colégio Estadual Polivalente de Goioerê

Público objeto da intervenção: Alunos da 5ª Série do Ensino Fundamental

Tema: A Literatura Africana e Afro-Brasileira na Escola

Título: A Formação de leitores nas 5ª Séries: Uma proposta de estudo de

contos Africanos e Afro-Brasileiros.

Page 6: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

INTRODUÇÃO

A leitura é indispensável para o desenvolvimento do ser humano, para a sua

humanização e é essencial para a sua formação. Promove o aprimoramento do

sujeito, tornando-o autônomo, crítico e capacitado a concorrer numa sociedade

competitiva.

A busca de procedimentos adequados, num espaço de liberdade, para a

concretização dessa atividade, no que diz respeito à decodificação, interpretação e

compreensão do material de leitura, assim como utilizar estratégias condizentes com

a realidade do educando, no processo de sua progressão, requer um ativo trabalho

por parte do educador. Na prática pedagógica, observa-se que os apelos lúdicos,

baseados nos avanços tecnológicos, dadas as muitas opções, são fortes

concorrentes para a leitura. Atividades dentro da prática habitual se mostram

superadas, requerendo, portanto, um trabalho diferenciado e criativo por parte do

educador, para cativar o educando, uma vez que leitura não é habilidade que se

desenvolva sem a decisão do leitor. Não é possível criar bons leitores sem

desenvolver o gosto pela leitura.

A autenticidade e a beleza dos contos Afro-Brasileiros e Africanos, poderia

ser uma boa iniciativa para despertar a curiosidade, a sensibilidade do educando e

com isso, o gosto pela leitura? Inserir a temática negra desta literatura, é uma forma

de combater a discriminação. Desse modo, a escolha de contos com essa temática,

pode ajudar a reforçar a identidade cultural de crianças e jovens, pois desta maneira,

a ideia de igualdade estará sendo disseminada e todos poderão, automaticamente,

entender e aceitar as diferenças.

As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, propõem o trabalho

com a diversidade cultural na escola. Sendo assim _ de acordo com As Diretrizes

Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004)

que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros, a obrigatoriedade do

ensino de conteúdos referentes à História, Artes e Literatura _ o presente projeto

objetiva promover o incentivo à leitura por meio de contos Afro-Brasileiros e

Africanos, a partir das 5ª Séries do Ensino Fundamental. Pretende-se, assim, o

estudo de textos literários que despertem a curiosidade, a sensibilidade, buscando

utilizar os contos como instrumento de humanização do indivíduo e de conhecimento

Page 7: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

de mundo. Para tanto, serão trabalhados contos de origem Afro-Brasileira e Africana,

buscando aproximação dos alunos com essas culturas, para que a lei seja de fato

cumprida e a escola se torne democrática e igualitária, aberta para a inclusão e a

diversidade.

A proposta desse trabalho elege como metodologia do desenvolvimento

crítico de leitura aos educandos o método recepcional, elaborado por Bordini e

Aguiar (1988), com base nos pressupostos teóricos da Estética da Recepção de

Jauss. Este método funda-se na participação do aluno/leitor diante de textos

variados, de leituras inicialmente de fácil compreensão, despertando

questionamentos e elevando o senso crítico. Desse modo, ao transformar os

horizontes de expectativas dos educandos, pode-se chegar a uma leitura mais

exigente, tanto estética quanto ideologicamente, cumprindo todas as etapas do

método recepcional.

6

Page 8: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

1 DA LEITURA

“Ler é conhecer, mas também conhecer-se; ler é integrar e integrar-se em

novos universos de sentidos; é abrir e ampliar perspectivas pessoais; é descobrir e

atualizar potencialidades”. (BORDINI, 1985, p. 27).

O ato de ler, é mais que codificar e decodificar palavras, mas é, antes de

tudo perceber o significado do texto, por meio das pistas que vão sendo fornecidas

pelo mesmo; e, com base nestas informações, construir sentidos, que vão se

formando a partir dos conhecimentos prévios que o leitor possui sobre o assunto e a

interação com o material de leitura.

A leitura faz toda a diferença, posto que abre os horizontes, propiciando a

dimensão do social, do homem e do mundo, resgatando o ser humano da alienação.

AQUI, ENTRE NÓS...!

• Vamos conversar...! (Responda fazendo uso correto da pontuação).

• Para você, o que é leitura?

• Você gosta de ler?

• Você acha que a leitura pode contribuir para a sua formação cultural e

pessoal? (Comentar)

• O que você gosta de ler?

1.1 SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LEITURA:

Um texto literário não envolve apenas a razão, porque o autor, embora

informe um texto real, o faz de maneira subjetiva, utilizando criatividade, linguagem

poética, originalidade de modo provocar a emoção.

Marque com um (x) as afirmações abaixo que sejam (lhe pareçam)

verdadeiras:

( ) Os textos literários diferenciam-se dos demais pelo seu conteúdo, por

possuírem preocupação estética, criatividade e originalidade.

Page 9: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

( ) O texto literário, além de nos proporcionar prazer estético, é

essencialmente útil, uma vez que, transforma objetivamente o modo de

ser e de viver das pessoas.

( ) Pode-se afirmar que a literatura é importante por ser uma expressão do

ser humano e da vida e, por retratar também épocas e ideias.

( ) Embora a literatura deva ser considerada como um fim em si mesma, ela

nos possibilita ampliar nosso conhecimento de mundo, do ser humano,

bem como, de nossa formação cultural.

( ) O texto literário não aprimora a nossa habilidade de perceber a realidade

e de atribuir sentido ao mundo e a nós mesmos.

Agora que você já fez algumas reflexões sobre o que é literatura, responda:

1. Qual a importância da literatura na vida das pessoas?

a) Socialize a resposta com seus colegas de sala de aula.

2. Para adquirir proficiência leitora é preciso conhecer como realizamos

nossas leituras. Para que você possa se conhecer melhor como leitor,

responda:

a) Você gosta mesmo de ler? Justifique.

b) As atividades desenvolvidas após a leitura, na escola, proporcionam a

realização de uma leitura compreensiva do texto? Comente.

c) Você consegue localizar as informações explícitas e implícitas no texto

por meio dos exercícios sugeridos pelo professor? Fale sobre isso.

d) A leitura realizada, em sala de aula, possibilita a você emitir opiniões a

respeito do que lê? Por quê?

e) As atividades de leitura, na escola, propiciam uma compreensão ampla e

profunda do texto, dando condições para que você possa posicionar-se

criticamente diante do texto lido? Faça um breve comentário.

8

Page 10: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

1.2 LEITURA COMPLEMENTAR

1.2.1 Das DCEs

As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, propõem o trabalho

com a diversidade cultural na escola. Sendo assim de acordo com As Diretrizes

Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004)

que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros, a obrigatoriedade do

ensino de conteúdos referentes à História, Artes e Literatura _ o presente projeto

objetiva promover o incentivo à leitura por meio de contos Afro-Brasileiros e

Africanos, a partir das 5ªs. Séries do Ensino Fundamental. Pretende-se, assim, o

estudo de textos literários que despertem a curiosidade, a sensibilidade, buscando

utilizar os contos como instrumento de humanização do indivíduo e de conhecimento

de mundo. Para tanto, serão trabalhados contos de origem Afro-Brasileira e Africana,

buscando aproximação dos alunos com essas culturas, para que a lei seja de fato

cumprida e a escola se torne democrática e igualitária, aberta para a inclusão e a

diversidade.

PARA SABER UM POUCO MAIS...

Você sabe o que são e para que servem os Parâmetros Curriculares e as

Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa?

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos do MEC, os

quais servem de norte para o ensino de todas as disciplinas em todo o Território

Nacional. As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (DCE) é um documento

do Estado do Paraná que estabelece um norte para o ensino de Língua Portuguesa

para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Estado do Paraná.

OBS.: aqui no Estado do Paraná, existem as Diretrizes Curriculares para as

demais disciplinas também.

9

Page 11: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

1.3 DO CONTO

O conto é um dos gêneros textuais presentes no nosso cotidiano, o qual

suscita o interesse do leitor pela forma sintética como se apresenta: um texto

narrativo curto, o qual apresenta uma só trama com poucos personagens, sendo um

só o principal e é em torno deste que giram todos os acontecimentos. Todo conto

precisa ter um conflito, início, meio e fim. É um gênero textual que normalmente

aparece em prosa, mas pode também aparecer em narrativas em versos,

construídas na estrutura de um poema.

Gêneros textuais são textos presentes no nosso cotidiano, por exemplo:

piada é um gênero textual, Histórias em Quadrinhos é outro. Dizemos que cada um

destes textos é um gênero porque eles possuem características próprias. A piada é

uma narrativa curta, com narrador, personagem, enredo, tempo e espaço, assim

como um conto. A diferença entre conto e piada está no seu desfecho, isto é, ao final

da história o leitor/ouvinte da piada é sempre surpreendido, pois ele pensa que a

história vai terminar de um jeito e ela termina de outro. Isto faz com o texto fique

engraçado ou risível, ou seja, que faz rir.

Para começar...Você já sabe o que é um conto...?

Conto é um texto narrativo curto, o qual apresenta uma só trama com

poucos personagens, sendo um só o personagem principal e é em torno deste

personagem que giram todos os acontecimentos. Possui os mesmos elementos do

romance, mas diferencia-se deste pelo tamanho e também por ter característica

estrutural própria. Todo conto precisa de conflito, início, meio e fim. É um gênero

textual que normalmente aparece em prosa, mas algumas vezes podem aparecer

narrativas breves em versos, construídas com a estrutura de um poema. O conto

pode também ser encontrado em forma de letra de música. É comum encontrarmos

letras de música, no repertório da música sertaneja, as quais são compostas como

contos. O conto contemporâneo apresenta diferentes formas no que se refere à:

diversidade temática, linguagem, perspectiva diante da realidade e estilo.

10

Page 12: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

1.4 ATIVIDADES

1. Produção de cartazes convidando a todos para conhecer um conto.

(Citar)

2. Caracterização de alunos como personagens do conto, fazendo o convite

para ler o mesmo.

3. Caracterização do autor, convidando a conhecer sua obra.

11

Page 13: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

2 DA ÁFRICA

O continente africano é amplamente conhecido pelas suas belezas naturais,

principalmente quando se refere à grandiosa vida selvagem. Porém, o que

encontramos de imenso neste continente é uma enorme diversidade física e

socioeconômica, pois existe neste espaço desde extensos vales férteis, onde a vida

parece não ter fim, até desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do

mundo. O contraste da pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua

extensão continental, sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições

de vida em muitos países. O termo “berço da humanidade” é dado em razão da

África abrigar uma das civilizações mais antigas e intrigantes do globo, os egípcios,

que formaram um poderoso “império” há quatro mil anos atrás. Portanto, toda essa

riqueza cultural e natural existente no continente, torna a África um espaço muito

particular.

− http://www.algosobre.com.br/geografia/africa-a-diversidade-num-

continente.htm l

− http://www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_cultura

s_e_sociedades.html

− http://www.google.com.br/images?hl=pt-

br&source=imghp&biw=1015&bih=569&q=africa&btnG=Pesquisar+image

ns&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=

2.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Perguntar para os alunos o que eles conhecem sobre a África. Conversar

com os alunos sobre a história da África, sobre a vinda dos africanos para o Brasil,

sobre a riqueza da cultura africana e sua influência na cultura brasileira (músicas,

comidas, histórias, religiões).

Certamente a partir da apresentação do mapa, os alunos identificarão o

continente africano. Explique-lhes que eles conhecerão um pouquinho da África.

Para que os alunos se envolvam diretamente com o assunto estudado, proponha-

Page 14: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

lhes uma pesquisa na internet em que possam localizar e enumerar os países

africanos de Língua Portuguesa, bem como procurar imagens significativas desse

vasto continente. Chame a atenção para o fato de o continente africano ser marcado

pelas condições de miséria que vive parte de sua população. No entanto, vamos nos

ater a conhecer um outro lado da África, rica pela diversidade cultural, pelas belezas

naturais e por uma marcante produção literária.

Assim que os alunos identificarem os países africanos de Língua

Portuguesa, enumere-os na lousa. Explique-lhes que a primeira parte do trabalho se

deterá em conhecer um pouco desses seis países. Essa seleção se deve à

necessidade de fazer um recorte, por questões didáticas, nos nossos estudos uma

vez há uma grande quantidade de nações. Além disso, trata-se de países que

possuem como língua oficial, o português.

Divida a classe em seis grupos, cada equipe deve fica responsável pela

pesquisa e apresentação de um país, seguindo o roteiro abaixo:

− Angola

− Cabo Verde

− Guiné-Bissau

− Guiné Equatorial

− Moçambique

− São Tomé e Príncipe

Roteiro para pesquisa:

− Localização:

− Países vizinhos: Colonização:

− Principais atividades econômicas:

− Composição étnica:

− Regime político vigente:

− Outras línguas:

− Principal religião:

− Costumes:

− Atividades culturais (dança, música, literatura)

− Produção de texto.

− Roda de leitura das produções.

13

Page 15: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

Após conhecer um pouquinho sobre o continente africano, principalmente

sobre os países que possuem como língua oficial o português, apresente a capa do

livro em que eles conhecerão algumas histórias “Meus Contos Africanos”,

organizado por Nelson Mandela, publicado em 2009 pela editora Martins. Solicite

uma breve pesquisa sobre sua vida.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem

ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem

aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. (Nelson Mandela) Fonte: Disponível

em: <http://www.mundonegro.com.br>.

14

Page 16: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

Após a observação da capa do livro, pergunte aos alunos o que eles

entenderam da ilustração. Deixe os alunos exporem suas ideias. Em seguida,

converse um pouco sobre a constituição da obra e o significado de contos e lendas

africadas.

Objetivos desta aulaCompreender a intervenção de outras culturas na formação da própria

cultura brasileira.

Conhecer as palavras africanas incorporadas por nossa língua em várias

áreas culturais

Você pode saber mais...!

Textos:

− http://www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_cultura

s_e_sociedades.html

− http://picasaweb.google.com/patricia5781/LivroMeninaBonitaDoLaODeFit

a#slideshow/5157706359539591058

− Vídeos:

− http://www.youtube.com/watch?v=VvjuLW0J8U8

− http://www.youtube.com/watch?v=D1hj0DmGg9Y&feature=related

ATIVIDADESVerificar se os alunos conhecem algum conto africano. Caso conheçam,

pedir que contem para seus colegas.

Apresentar um conto.

Apresentar a capa do livro para os alunos:

Perguntar para eles: Qual o título do livro? O que as ilustrações mostram?

Que tipo de histórias esperam encontrar no interior do livro?...

Em seguida, passar para os alunos o vídeo (ver link)

Produção de texto: Viagem imaginária... como poderia ser uma aventura na

África?

15

Page 17: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

2.2 PARA CONHECER MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA ÁFRICA

Fonte: Disponível em: <http://mnoticias.8m.com>.

Proposta− Apresentar foto de Nzinga sem mostrar as legendas.

− Perguntar se eles sabem de quem se trata.

− Pedir aos alunos que observem as vestimentas:

− O que elas indicam?

− De quando pode ser a gravura?

− Após especulações mostrar legendas.

Proceder à leitura do texto:

− http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/Ginga000.html

− Nzinga Mbandi Ngola, a rainha Ginga (1587-1663).

Indomável e inteligente soberana (1624-1663) do povo Ginga de Matamba e

Angola e nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa

conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu

até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e

argúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dos mbundus no território Ndongo,

hoje em Angola, e Matamba, Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos

Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro. Ambos pareceram

compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo.

Enviada a Luanda pelo seu meio irmão e rei Ngola Mbandi, para negociar com os

16

Page 18: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

portugueses, foi recebida pelo governador geral e pediu a devolução de territórios

em troca da sua conversão política ao cristianismo, recebendo o nome de D. Anna de Sousa. Depois os portugueses não respeitaram o tratado de paz, e criaram uma

situação de desordem no reino de Ngola. A enérgica guerreira, diante da gravidade

da situação e da hesitação de seu irmão manda envenená-lo, tomando o poder e o

comando da resistência à ocupação das terras de Ngola e Matamba. Não

conseguindo a paz com os portugueses em troca de seu reconhecimento como

rainha de Matamba, renegou a fé católica, aliou-se aos guerreiros jagas de Oeste e

fundou o modelo de resistência e de guerra que constituía o quilombo. Com sua

política ardilosa, conseguiu formar uma poderosa coligação com os estados da

Matamba, Ndongo, Congo, Kassanje, Dembos e Kissama, e comandou a resistência

à ocupação colonial e ao tráfico de escravos no seu reino por cerca de quarenta

anos, usando táticas de guerrilhas e de ataques aos fortes coloniais portugueses,

incluindo pagamentos com escravos e trocas de reféns. Após a assinatura de um

tratado (1656) com o governador geral, que incluiu a libertação de sua irmã Cambu,

então convertida como Dona Bárbara e retida em Luanda por cerca de dez anos

pelos portugueses, e sua renúncia aos territórios de Ngola, uma paz relativa voltou

ao reino de Matamba até a sua morte, aos 82 anos, sendo sucedida por Cambu,

continuadora da memória de sua irmã, mas já estava em curso o declínio da

Coligação. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo empenhou todas as suas forças

para retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e

perdendo a independência, e no início da década seguinte o Reino do Ndongo foi

submetido à Coroa Portuguesa (1771). A rainha quilombola de Matamba e Angola

tornou-se mítica e foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória desafiou

tempo, dando origem a um imaginário cultural que invadiu o folclore brasileiro com o

nome de Ginga, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha,

reine d’Angleterre. Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de

l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766). Ainda hoje é reverenciada

como exemplo de heroína angolana pelos modernos movimentos nacionalistas de

Angola. Sua vida tem despertado um crescente interesse dos historiadores,

antropólogos e outros estudiosos do período do tráfico de escravos. Sua resistência

à ocupação dos portugueses do território angolano e o consequente tráfico de

escravos, tem sido motivo de intensos estudos para a compreensão de seu

17

Page 19: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

momento histórico, caracterizado por sua habilidade política e espírito de liderança

desta rainha africana na defesa de sua nação. Também é conhecida como Jinga,

Zhinga, Rainha Dona Ana e Rainha Zinga.

18

Page 20: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

3 DA LÍNGUA PORTUGUESA

A língua portuguesa, com mais de 210 milhões de falantes nativos, é a

quinta mais falada e a terceira do mundo ocidental, superada pelo inglês e o

castelhano. Atualmente, aproximadamente 250 milhões de pessoas no mundo falam

Português, o Brasil responde por cerca de 80% desse total.

Diante disso, no mundo a língua portuguesa é instituída como oficial em

Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Brasil, Moçambique, Angola,

Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Diante da grandiosidade da

língua, em países do MERCOSUL é obrigatório o ensino do português como

disciplina escolar.

Existem ainda lugares que utilizam a língua de forma não oficial, assim o

idioma é falado por uma restrita parcela da população, são eles: Macau, Goa (um

estado da Índia) e Timor Leste na Oceania.

A dispersão da língua em distintos continentes deve-se principalmente pela

política de expansão de Portugal, especialmente nos séculos XV e XVI, quando

ocorreu a exploração de uma grande quantidade de colônias, sendo assim, a língua

da metrópole foi introduzida e logo se juntou com as culturas locais formando uma

diversidade de dialetos, essa nova forma de falar o português fora da Pátria mãe era

denominada de crioulo.

O português é oriundo do latim vulgar (usado pelo povo essa variação era

apenas falada) língua que os romanos inseriram em uma região ao norte da

Península Ibérica chamada de Lusitânia. A partir da invasão dos romanos na região,

praticamente todos os povos começaram a usar o latim, salvo o povo basco, nesse

processo teve início a constituição do espanhol, português e o galego.

Em sua essência é uma língua românica, ou seja, ibérico-românico, que deu

origem também ao castelhano, catalão, italiano, francês, romeno e outros.

O português se diferencia por meio da variedade de dialetos e subdialetos e

no âmbito internacional, pois a língua é classificada em português brasileiro e

europeu.

Page 21: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

PARA SABER MAISCulturas africanas influenciaram nosso idioma

Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação disponível em:

<http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/ult1687u24.jhtm>.

“O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana,

você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os

negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.

Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura,

que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e

lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.

Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas

(como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos

frequentemente vieram desses idiomas. Quer exemplos? “Bagunça”, “curinga”,

“moleque”, “dengo”, “gangorra”, “cachimbo”, “fubá”, “macaco”, “quitanda”...

Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas.

Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que

falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como “acarajé”, “gogó”, “jabá” e

muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário, foram incorporados à

nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a

brincadeiras, à música e à vida cotidiana.

Quer um exemplo bem trivial? “Bunda”. Essa palavra também é africana,

pode ter certeza. Se não fosse por ela, teríamos que dizer “nádegas”, que é

efetivamente o termo português para essa parte do corpo humano. Da mesma

maneira, em vez de “cochilar”, teríamos que dizer “dormitar”. Em vez de “caçula”,

usaríamos uma palavra bem mais complicada: “benjamim”. Empolado, não é?

Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português,

devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade,

observe os sons da palavra “moleque” e de “gangorra”. Parece também que o jeito

malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o

banto e o português.

A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras africanas que nem repara

em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o “samba”? E tem mais:

“cachaça”, “dendê”, “fuxico”, “berimbau”, “quitute”, “cuíca”, “cangaço”, “quiabo”,

20

Page 22: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

“senzala”, “corcunda”, “batucada”, “zabumba”, “bafafá” e “axé”. Para quem não sabe,

“bafafá” significa confusão. E “axé” é uma saudação com votos de paz e felicidade.

*Heidi Strecker é filósofa e educadora.

• http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=VvjuLW0J8U8

• http://www.youtube.com/watch?v=D1hj0DmGg9Y&feature=related

LicençaTermo de cessão dado pelo autor ou seu representante, diretamente ao

Ministério da Educação, que permite reprodução, tradução, distribuição e a

transferência.

Atividade sugeridaTrabalhar formação das palavras de origem africana.

21

Page 23: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

4 DAS AFRICANIDADES

A cultura africana mantém parte de sua essência pela tradição de contar e

vivenciar suas histórias, consideradas práticas educacionais que chamam atenção

para princípios e valores, visando o autoconhecimento, a socialização e a

convivência comunitária. Assim, a fala ganha força, dando sentido e orientação para

a vida e a oralidade é uma forma encarnada de registro, tão complexa quanto a

escrita, que se utiliza de gestos, de improvisações e danças como modo de

expressão. Mesmo antes de ir para a escola, a criança aprende histórias de sua

comunidade, acontecimentos passados, evidenciando tais fatos como valores de

convivência e solidariedade, considerando:

• Saber sobre si mesmo, autoconhecimento.

• Reconhecimento de valores de convivência comunitária.

• Reverência aos ancestrais e aos espíritos dos familiares.

• Apreço à figura da mãe, venerada quase como entidade.

• Reverência aos velhos e velhas, como portadores do conhecimento.

• Preservação dos fazeres e saberes, costumes e histórias das

comunidades.

• Manutenção da família, enquanto instituição básica da sociedade.

• Atenção para a educação de crianças e jovens, com os princípios e

valores das comunidades.

Os mitos, as lendas e os contos, são a memória de um povo que vai

passando de geração em geração, numa versão sempre atualizada da realidade. A

literatura oral africana tem vários papéis, como o educativo, o recreativo e o da

preservação cultural. Como exemplo desses contadores de histórias, encontramos

na África:

Os Griots e as Griotes, pessoas que têm o ofício de guardar e ensinar a

memória cultural da comunidade. Eles armazenam séculos de segredos, crenças e

costumes, lendas e lições de vida na memória.

O Doma, conhecedor de todas as histórias, guardião doa segredos da

gênese cósmicas e das ciências da vida e mestre de si mesmo, reconhecido como o

Page 24: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

mais nobre contador, por desempenhar o papel de criar harmonia, organizar o

ambiente e as reuniões da comunidade.

As pessoas costumam sentar em volta do contador de histórias para ouvir

seus relatos. Ele acrescenta sempre palavras e expressões próprias, uma

coreografia pessoal de sons e gestos com um objetivo desejado (distração,

advertência etc.). Por outro lado, o ouvinte tem um papel ativo na criação do conto,

devendo sempre refletir ou elaborar de acordo com as estruturas culturais do seu

grupo.

As narrativas africanas não podem ser facilmente separadas como contos,

fábulas ou lendas, pois nos trazem um entrelaçamento de todas essas formas.

Quanto mais próximas da transmissão oral, as histórias se transformam e a cada

vez, feito o reconto, resulta numa nova composição, de acordo com o público e o

momento, a cultura e a língua.

4.1 PARA DETERMINAR HORIZONTES DE EXPECTATIVAS E VERIFICAÇÃO

DOS INTERESSES, PARA PREVER ESTRATÉGIAS DE RUPTURA E

TRANSFORMAÇÃO DOS MESMOS.

AQUI ENTRE NÓS...!

Um conto requer uma leitura atenciosa, não por sua estrutura, mas por seu

conteúdo. Para que se possa compreender os sentimentos da personagem,

saborear suas sensações, talvez seja melhor uma leitura silenciosa, em primeiro

momento.

Este texto possibilita, também, várias reflexões a respeito de tipos de

comportamento. Para que o aluno reflita sobre esses comportamentos ou mesmo

sobre o que nos leva a tê-los, pode ser feita uma dinâmica na qual se produzirão

textos diferentes e depois estes textos serão lidos para toda a classe.

ATIVIDADESPropor questionamentos orais a respeito do relacionamento da criança com

o livro, buscando perceber sensações diante da obra apresentada.

− Como você escolhe um livro para ler?

23

Page 25: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

− Que tipo de leitura lhe agrada mais?

− Quanto tempo você dedica à leitura de textos escritos durante a semana?

E à televisão? E ao computador?

− Você se lembra do primeiro livro ou texto que leu? Qual foi a sensação?

− Qual a história lida/ouvida que você não esquece? Por quê?

− As pessoas liam mais antigamente ou hoje?

Outras questões que o professor achar pertinentes poderão ser

acrescentadas.

Sugestão de atividades:Organizar um sarau convidando um contador de histórias (conto africano),

(Apresentação conto “O jabuti de asas”). Mostra de produções

Selecionar um conto ou mais, para uma leitura dramática. O texto se divide

em várias partes. A cada parte aparece uma nova personagem. A turma pode ser

dividida em pequenos grupos e cada grupo fará a leitura dramática da parte do texto

que lhe couber (orientar para que atentem para a expressão facial na representação

das emoções). Se for apenas leitura dramática, precisará de um narrador para cada

trecho. Se quiser depois transformar em teatro, pode ter um narrador para costurar

as partes, um narrador para cada parte ou não ter narrador.

O professor deverá:

− auxiliar os alunos, se necessário, na formação dos grupos para que

ninguém fique de fora.

− numerar os grupos de 1 a 10. Este número servirá para outra atividade.

− dividir as partes do texto e especificar qual(is) caberá(ao) a cada grupo.

− providenciar aula(s) para ensaio.

− marcar com antecedência a data e o local da apresentação. (sarau)

− Os alunos deverão:

− escolher entre si quem irá representar cada papel.

− especificar quais e como serão as falas.

− escrever um pequeno roteiro da apresentação para entregar previamente

ao professor e providenciar a indumentária das personagens e acordar as

datas com o professor para ensaio e apresentação (no caso de

teatralização).

Sugestões

24

Page 26: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

− Leitura expressiva de outros contos. Contador de histórias na roda.

25

Page 27: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

5 CONHECENDO UM POUCO MAIS OS ELEMENTOS DO GÊNERO TEXTUAL 'CONTO'

Narrador: Quem conta a história.

Às vezes, ele pode ser uma das personagens, neste caso, chama-se

narrador-personagem e a história é narrada em primeira pessoa do singular ou

plural: eu/nós. O ponto de vista narrativo (ou foco narrativo) é interno, expressa uma

visão subjetiva e parcial. A história é contada pelo olhar de uma das personagens

que presenciou ou viveu os fatos.

O narrador pode ser também uma terceira pessoa, um observador “de fora”

(narrador-observador) que narra os fatos sem necessariamente conhecer o

pensamento e o passado das personagens. Neste caso, a história é narrada em

terceira pessoa: ele/ela; eles/elas e o ponto de vista narrativo é externo,

expressando uma visão incompleta.

São inúmeras as possibilidades de narrar uma história.

Importante: não confunda o narrador da história (quem conta) e o autor

(quem escreve).

Personagens: Seres (humanos ou não) que vivenciam os acontecimentos

narrados.

Cada personagem tem um papel diferente na narração. Por isso,

personagem principal, secundário...

Enredo: Ação, movimento. O desenrolar dos fatos constitui o enredo. O que

move o enredo, geralmente é um fato que instaura o problema dentro do estado de

“normalidade”. A partir daí cria-se a expectativa e espera-se o desfecho.

Espaço: Cenário onde as ações acontecem. O narrador pode enfatizar mais

o espaço físico (floresta, por exemplo), ou o espaço social (enredo ambientado em

espaço pobre ou rico, metrópole, ou vila...).

Tempo: Duração. Os fatos podem ser narrados de maneira mais ou menos

rápida; em ordem cronológica ou não; abrangendo curtos ou longos períodos;

situados em diferentes épocas. O tempo pode ser físico (duas horas, um dia, quatro

semanas...) e psicológico (percebido subjetivamente).

Page 28: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

Atividades

− Após a leitura de um conto!

− Você é um artista!

− Procure 'captar' um momento do texto que mais chamou sua atenção e

transforme em desenho! Use somente grafite, ou as cores que mais

gosta!

− Pode ser também, uma reprodução da ilustração que você mais gostou.

− Coloque uma legenda, que pode ser parte do texto, ou de sua

criatividade.

PENSE E RESPONDA:

− A leitura é uma atividade interessante e significativa para você? Comente.

27

Page 29: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

6 AS TRANÇAS DE BINTOU

Fonte: http://pragentemiuda.blogspot.com/2010/05/livro-as-trancas-de-bintou_25.html

PARA TRABALHAR A AMPLIAÇÃO DOS HORIZONTES DE EXPECTATIVA –AS TRANÇAS...#

− http://picasaweb.google.com/woundedbutterfly9/LivroAsTranAsDeBintou

Nesta aula o aluno será levado a reconhecer que há diferentes culturas em

quaisquer espaços/tempos - próximos e distantes:

− Respeitar diferentes culturas;

− Refletir acerca de seus desejos;

− Escrever redações usando aspectos da língua já aprendidos;

− Duração das atividades;

− aulas de 50 minutos;

− Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:

− Regras ortográficas já aprendidas;

28

Page 30: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

− Regras para a escrita de uma redação: parágrafos, letras maiúsculas e

minúsculas, desenvolvimento das ideias, continuidade e outros aspectos

determinados pelo professor e pela turma.

− Leitura do livro – As Tranças De Bintou-

http://www.youtube.com/watch?v=-bV-ysrVtLk-

Após a leitura do livro, abrir espaço para uma discussão.

Lançar perguntas como:

− O lugar onde vive a menina Bintou é parecido com a cidade onde

moramos?

− Pela leitura do livro, podemos perceber que diferenças existem entre a

vida de Bintou e a de vocês? E que semelhanças?

− Por que ela não podia ter tranças?

− Você acha certo uma menina vestir-se igual a uma moça?

− Que coisas meninos e meninas que vivem aqui (na cidade de sua escola)

não podem fazer?

− O maior desejo de Bintou era poder usar tranças. E o seu maior desejo,

qual é?

− Montar com eles um envelope de desejos.

− Depois de montado, pedir que cada criança retire um desejo

aleatoriamente e leia para a turma;

− Por último, pedir que escrevam uma história sobre o seu maior desejo.

− Organizar com eles as regras da escrita que não podem ser esquecidas e

que serão avaliadas pelo professor.

− Uso de parágrafos, letras maiúsculas, organização das ideias, início,

meio e fim.

Dicas e sugestões− Devolver a história escrita depois de uma semana para que as crianças

possam reler e reformular, caso sintam necessidade.

− Depois da correção do professor, as redações podem ser devolvidas para

serem passadas a limpo e colocadas no mural.

Sugestões de Atividades:

− Fazer com os alunos um mural com desenhos da Bintou.

29

Page 31: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

− Montar um quebra cabeça da bonequinha, fazer colagens, dobraduras,

pintura a dedo, modelagem, alinhavo…

− Fazer uma bonequinha de pano para cada um e deixar que façam e

vistam a roupinha nela.

− Fazer um livrão de reconto, as crianças fazem o reconto, o professor

anota e elas desenham as cenas.

Avaliação− Deverá ser feita por meio do debate e da leitura individual das histórias

escritas.

− Ler comentário – (imprimir artigo de Lenir Castro) disponível em:

http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/1166304

30

Page 32: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

7 PARA TRABALHAR A RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVASO MENINO MARROM - ZIRALDO

Para começar a trabalhar o tema fazemos uma dinâmica. (Sugestões A, B)

A) Dinâmica das flores: leve flores de diferentes cores e formas para a

classe e deixe que cada aluno escolha uma. Depois, pergunte o que chamou a

atenção deles para escolher aquela flor. Peça-lhes que percebam as diferentes

cores, o perfume, a textura, as diferentes formas... Chame sua atenção para o fato

de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas. Depois,

peça que olhem uns para os outros. Assim como as flores, cada um é diferente, mas

não menos importante. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos

olhos, tamanho do nariz, altura, cor da pele, etc.

B) Dinâmica das cores: leve um aparelho de som para a classe e coloque

uma música suave. Espalhe vários lápis ou gizes de cera de várias cores sobre a

mesa e peça para as crianças escolherem a cor que mais lhes agrada. Haverá cores

iguais e cores diferentes. Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo

fosse de uma só cor... azul, por exemplo; e se tudo fosse amarelo? Ou vermelho?

Será que elas comeriam uma banana azul? Ou um morango cinza? Sim? Não? Por

quê?

Você pode perguntar se é bom haver cores diferentes e por quê.

Depois, peça que olhem uns para os outros. Assim como as cores, cada um

é diferente. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos olhos,

tamanho do nariz, altura, cor da pele... Pergunte que cor de lápis ou giz é mais

parecido com a cor da pele de cada um. (Caso algum aluno diga que sua cor é

“feia”, procure fazê-lo se sentir valorizado, por meio das atividades sugeridas a

31

Page 33: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

seguir. Esse momento será propício para melhorar a autoestima dessa criança.)

http://www.educacional.com.br/projetos/em/todosiguais/ensino14.asp

Atividades para trabalhar o tema 'diferenças':Ler para as crianças a história “Dois coelhinhos diferentes” (se preferir,

escolha um livro das sugestões de leitura). Por meio da história, aborde a questão

das diferentes características das pessoas (cor de cabelo, de pele, altura, tamanho e

formato dos olhos, do nariz, etc.). Somos todos iguais, pois somos pessoas, mas ao

mesmo tempo somos todos diferentes, porque temos características que nos

diferenciam.

As crianças poderão dramatizar a história e fazer desenhos sobre ela.

Dois coelhinhos diferentesMontar um mural com personalidades que apresentam características físicas

que fogem aos padrões e questionar o conceito de feio e bonito.

Promover a leitura de livros que abordem a temática do preconceito (veja as

sugestões de leitura).

Fazer dramatização dos livros lidos.Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma história

sobre uma criança com uma característica física ou mental especial. Terminadas as

histórias, organizá-las em um livro e se possível providenciar uma cópia para cada

aluno.

Ler também o livro MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

http://picasaweb.google.com/professoralikaa/MENINABONITADOLAODEFITA#slides

how/5230112521960999538

32

Page 34: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

LEITURA DO LIVRO “O MENINO MARROM”

Fonte: http://bibliotecainfantilgrandesautores.blogspot.com/2010/05/sugestoes-de-alguns-maravilhosos-livros.html

ATIVIDADESConversa informal:

− Com quem a gente se parece?

− Todas as pessoas são iguais?

− Mostrar também a capa do livro “Menina bonita do laço de fita” e

perguntar:

− Quem será essa menina?

− Como ela é?

− Quais as suas características?

− Eles se parecem?

− Como eles parecem estar se sentindo?

33

Page 35: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

Fonte: Disponível em: <http://picasaweb.google.com/patricia5781/ Livro MeninaBonitaDoLa-ODeFita#slideshow/5157706359539591058>.

Após explorar a capa do livro e ouvir o que as crianças têm a dizer a respeito

das perguntas, fazer a leitura do livro, primeiro silenciosamente pelos alunos, depois

em voz alta pela professora, ou leitura por apresentação de slides:

Momento 1Trabalhar oralmente as características físicas da menina, associando às

comparações do texto.

Em seguida, realizar a interpretação do livro:

Qual era a cor da pele da menina? Parecia com o que? Quem se lembra?

E o seu cabelo? O que sua mãe fazia nele?

Seus olhos se pareciam com o que?

Como era o coelho?

O que ele descobriu?

Qual a conclusão que o coelho chegou sobre a cor da pele da menina?

Por que os filhotes do coelho nasceram um de cada cor?

34

Page 36: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

Deixar claro que cada um de nós tem suas características, oriundas de sua

família. Sendo assim, somos únicos, diferentes, e isso torna cada um de nós

especial.

Momento 2Recolher as fotos trazidas pelos alunos ou autorretrato produzidos e colar

em grande cartaz, dizendo:

Diferenças: não basta reconhecê-las é preciso valorizá-las.

Pedir que olhem o cartaz e procurem em seus colegas alguma característica

parecida com a sua. Havendo alguma foto ou criança negra na sala, a professora

poderá ressaltá-la, dizendo das semelhanças com a menina da história.

Momento 3Para esse momento, xerocar a ilustração abaixo e entregar as 3 imagens

recortadas e embaralhadas para cada criança (1 cópia para cada um).

Imagem: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_3yrMyAYc3_Y/Sg-

zRJnK32I/AAAA AAAA DAQ/1zWLlK_oeYc/s1600-h/Nova+Imagem.png>.

Pedir para as crianças colarem na ordem (em uma folha ofício A4) as

tentativas do coelho para conseguir ficar da cor da menina. Após a colagem, pedir

que escrevam uma frase para cada cena.

Momento 4Distribuir a seguinte atividade xerocada:

Imagem: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_3yrMyAYc3_Y/Sg-

5LMCdv6I/ AAAAAAAADAY/EmwCZfpSk4g/s1600-h/hist%C3%B3ria+144.jpg>

Ler o enunciado com as crianças e explicar o que deve ser feito. Quando

todas acabarem de fazer a correção no quadro, pedir:

Circule a primeira letra de cada palavra que forma o título do livro.

Pinte de azul (por exemplo) a última letra de cada palavra que forma o título

do livro.

Atividades:

A- Fazer um levantamento de palavras que gostaríamos de poder abolir do

nosso vocabulário, como discriminação, vergonha, preconceito, incompreensão,

injustiça, humilhação, desrespeito, violência, intolerância, desigualdade.

B- Aproveitando para trabalhar ortografia, esse conjunto de palavras pode

fazer parte de um exercício ditado, que pode colado em suas próprias mãos

desenhadas e recortadas, resultando num belo e significativo mural.

35

Page 37: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

C- Sala de Redação: Ana Maria Machado, em “Menina bonita do laço de

fita”, e Ziraldo, em “Menino Marrom”, não influenciam o leitor pela caracterização de

ser ou não ser “branca como a neve”, perfil do protagonismo clássico dos contos

europeus das fadas.

Assim, a menina de Ana Maria era “linda, linda. Os olhos dela pareciam duas

azeitonas pretas, daqueles bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem

negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera

negra quando pula na chuva”.

E o menino marrom, de Ziraldo, tinha a “pele cor de chocolate. As bolinhas

dos olhos pareciam duas jabuticabas: pretinhas. Os cabelos eram enroladinhos e

fofos. Pareciam uma esponja”.

Tatiana Belinky, em seu livro “Diversidade”, faz exuberante e ilustrativa

abordagem sobre o assunto em pauta.

Um é feioso. Outro é bonito

Um é certinho. Outro, esquisito

Um é magrelo. Outro é gordinho

Um é castanho. Outro é ruivinho

Um é tranquilo. Outro é nervoso

Um é birrento. Outro dengoso

Um é ligeiro, outro é mais lento

Um é branquelo. Outro sardento

Um é preguiçoso. Outro, animado

Um é falante. Outro é calado

Um é molenga. Outro forçudo

Um é gaiato. Outro é sisudo

Um é moroso. Outro esperto

Um é fechado. Outro é aberto

Um carrancudo. Outro, tristonho

Um divertido. Outro, enfadonho

Um é enfezado. Outro é pacato

Um é briguento. Outro é cordato

De pele clara. De pele escura

Um, fala branda. O outro, dura

Olho redondo. Olho puxado

36

Page 38: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

Nariz pontudo. Ou arrebitado

Cabelo crespo. Cabelo liso

Dente de leite. Dente de siso

Um é menino. Outro é menina

(Pode ser grande ou pequenina)

Um é bem jovem. Outro, de idade

Nada é defeito. Nem qualidade

Tudo é humano. Bem diferente

Assim, assado todos são gente

Cada um na sua. E não faz mal

Di-ver-si-da-de. É que é legal

Vamos, venhamos. Isto é um fato:

Tudo igualzinho. Ai, como é chato!Fonte: <http://rociorodi.blogspot.com/2010/04/diversidade-cultural-debate-preciso-em.html>.

Proposta de Temas:1. SE TODOS FOSSEM IGUAIS

2. SOMOS TODOS IGUAIS

Após reestruturação de texto, formar varal para RODA DE LEITURA. Todos

expõem seus trabalhos, sorteia-se alguns para apresentação.

Avaliação das atividades propostas:

− Observar o envolvimento e a participação dos alunos nas respostas às

questões colocadas.

− Avaliar se compreenderam a sequência dos fatos ocorridos com o

personagem.

− Analisar o progresso de escrita e a criatividade ao produzir frases.

− Anotar as conclusões das crianças para verificar o nível de compreensão

da história e da importância de valorizar as diferentes raças.

37

Page 39: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros,

REFERÊNCIAS

BELINKY, Tatiana. Diversidade. São Paulo: Quinteto Editorial Ltda, 1999.

BORDINI, M. G. & AGUIAR, V.T. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

BORDINI, Maria da Glória. Literatura na escola de 1º e 2º graus: por um ensino não alienante. Perspectiva, Florianópolis, ano 2, n. 4, p. 27-46, jan./jun. 1985.

DIOUF, Sylviane A. As tranças de Bintou.Título original: Bintou's Braids. Ilustração: Shane W. Evans. Tradução: Charles Cosac. 4.ed. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS. Para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF, junho, 2005.

DOMÍNIO PÚBLICO. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: jun. 2011.

MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. 7. ed. São Paulo. Melhoramentos, 1986.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PINTO, Ziraldo Alves. O menino marrom. 14. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1994.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica: língua portuguesa. Curitiba, 2008.

ZILBERMAN, R. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo: Ática, 1989.

ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.