SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura...
Transcript of SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO …...Curriculares para o Ensino de História e Cultura...
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISCOORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
A FORMAÇÃO DE LEITORES NAS 5ª SÉRIES: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DE CONTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS
PROFESSORA PDE – ANA LUIZA SALES PEDROZAORIENTADORA: PROFª WILMA DOS SANTOS COQUEIRO
CAMPO MOURÃO2011
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ESTADO DO PARANÁ
ANA LUIZA SALES PEDROZA
A FORMAÇÃO DE LEITORES NAS 5ª SÉRIES: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DE CONTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS
Projeto de intervenção pedagógica apresentado à Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM) e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o programa de formação continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sob a orientação da Profª. Wilma dos Santos Coqueiro
CAMPO MOURÃO2011
SUMÁRIO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO .............................................................................. 4 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5 1 DA LEITURA ...................................................................................................... 7 1.1 SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LEITURA: ...................................................... 7
1.2 LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................... 9
1.2.1 Das DCEs .................................................................................................. 9 1.3 DO CONTO ................................................................................................. 10
1.4 ATIVIDADES ................................................................................................ 11
2 DA ÁFRICA ...................................................................................................... 12 2.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES .................................................................. 12
2.2 PARA CONHECER MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA ÁFRICA ...................... 16
3 DA LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................ 19 4 DAS AFRICANIDADES ................................................................................... 22 4.1 PARA DETERMINAR HORIZONTES DE EXPECTATIVAS E VERIFICAÇÃO
DOS INTERESSES, PARA PREVER ESTRATÉGIAS DE RUPTURA E
TRANSFORMAÇÃO DOS MESMOS. ....................................................... 23
5 CONHECENDO UM POUCO MAIS OS ELEMENTOS DO GÊNERO TEXTUAL 'CONTO' ...................................................................................... 26
6 AS TRANÇAS DE BINTOU .............................................................................. 28 7 PARA TRABALHAR A RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ..... 31 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 38
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Ana Luiza Sales Pedroza
Área PDE: Ensino e Aprendizagem de Leitura
NRE: Goioerê
Professora Orientadora IES: Wilma dos Santos Coqueiro
IES Vinculada: FECILCAM
Escola de Implementação: Colégio Estadual Polivalente de Goioerê
Público objeto da intervenção: Alunos da 5ª Série do Ensino Fundamental
Tema: A Literatura Africana e Afro-Brasileira na Escola
Título: A Formação de leitores nas 5ª Séries: Uma proposta de estudo de
contos Africanos e Afro-Brasileiros.
INTRODUÇÃO
A leitura é indispensável para o desenvolvimento do ser humano, para a sua
humanização e é essencial para a sua formação. Promove o aprimoramento do
sujeito, tornando-o autônomo, crítico e capacitado a concorrer numa sociedade
competitiva.
A busca de procedimentos adequados, num espaço de liberdade, para a
concretização dessa atividade, no que diz respeito à decodificação, interpretação e
compreensão do material de leitura, assim como utilizar estratégias condizentes com
a realidade do educando, no processo de sua progressão, requer um ativo trabalho
por parte do educador. Na prática pedagógica, observa-se que os apelos lúdicos,
baseados nos avanços tecnológicos, dadas as muitas opções, são fortes
concorrentes para a leitura. Atividades dentro da prática habitual se mostram
superadas, requerendo, portanto, um trabalho diferenciado e criativo por parte do
educador, para cativar o educando, uma vez que leitura não é habilidade que se
desenvolva sem a decisão do leitor. Não é possível criar bons leitores sem
desenvolver o gosto pela leitura.
A autenticidade e a beleza dos contos Afro-Brasileiros e Africanos, poderia
ser uma boa iniciativa para despertar a curiosidade, a sensibilidade do educando e
com isso, o gosto pela leitura? Inserir a temática negra desta literatura, é uma forma
de combater a discriminação. Desse modo, a escolha de contos com essa temática,
pode ajudar a reforçar a identidade cultural de crianças e jovens, pois desta maneira,
a ideia de igualdade estará sendo disseminada e todos poderão, automaticamente,
entender e aceitar as diferenças.
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, propõem o trabalho
com a diversidade cultural na escola. Sendo assim _ de acordo com As Diretrizes
Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004)
que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros, a obrigatoriedade do
ensino de conteúdos referentes à História, Artes e Literatura _ o presente projeto
objetiva promover o incentivo à leitura por meio de contos Afro-Brasileiros e
Africanos, a partir das 5ª Séries do Ensino Fundamental. Pretende-se, assim, o
estudo de textos literários que despertem a curiosidade, a sensibilidade, buscando
utilizar os contos como instrumento de humanização do indivíduo e de conhecimento
de mundo. Para tanto, serão trabalhados contos de origem Afro-Brasileira e Africana,
buscando aproximação dos alunos com essas culturas, para que a lei seja de fato
cumprida e a escola se torne democrática e igualitária, aberta para a inclusão e a
diversidade.
A proposta desse trabalho elege como metodologia do desenvolvimento
crítico de leitura aos educandos o método recepcional, elaborado por Bordini e
Aguiar (1988), com base nos pressupostos teóricos da Estética da Recepção de
Jauss. Este método funda-se na participação do aluno/leitor diante de textos
variados, de leituras inicialmente de fácil compreensão, despertando
questionamentos e elevando o senso crítico. Desse modo, ao transformar os
horizontes de expectativas dos educandos, pode-se chegar a uma leitura mais
exigente, tanto estética quanto ideologicamente, cumprindo todas as etapas do
método recepcional.
6
1 DA LEITURA
“Ler é conhecer, mas também conhecer-se; ler é integrar e integrar-se em
novos universos de sentidos; é abrir e ampliar perspectivas pessoais; é descobrir e
atualizar potencialidades”. (BORDINI, 1985, p. 27).
O ato de ler, é mais que codificar e decodificar palavras, mas é, antes de
tudo perceber o significado do texto, por meio das pistas que vão sendo fornecidas
pelo mesmo; e, com base nestas informações, construir sentidos, que vão se
formando a partir dos conhecimentos prévios que o leitor possui sobre o assunto e a
interação com o material de leitura.
A leitura faz toda a diferença, posto que abre os horizontes, propiciando a
dimensão do social, do homem e do mundo, resgatando o ser humano da alienação.
AQUI, ENTRE NÓS...!
• Vamos conversar...! (Responda fazendo uso correto da pontuação).
• Para você, o que é leitura?
• Você gosta de ler?
• Você acha que a leitura pode contribuir para a sua formação cultural e
pessoal? (Comentar)
• O que você gosta de ler?
1.1 SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LEITURA:
Um texto literário não envolve apenas a razão, porque o autor, embora
informe um texto real, o faz de maneira subjetiva, utilizando criatividade, linguagem
poética, originalidade de modo provocar a emoção.
Marque com um (x) as afirmações abaixo que sejam (lhe pareçam)
verdadeiras:
( ) Os textos literários diferenciam-se dos demais pelo seu conteúdo, por
possuírem preocupação estética, criatividade e originalidade.
( ) O texto literário, além de nos proporcionar prazer estético, é
essencialmente útil, uma vez que, transforma objetivamente o modo de
ser e de viver das pessoas.
( ) Pode-se afirmar que a literatura é importante por ser uma expressão do
ser humano e da vida e, por retratar também épocas e ideias.
( ) Embora a literatura deva ser considerada como um fim em si mesma, ela
nos possibilita ampliar nosso conhecimento de mundo, do ser humano,
bem como, de nossa formação cultural.
( ) O texto literário não aprimora a nossa habilidade de perceber a realidade
e de atribuir sentido ao mundo e a nós mesmos.
Agora que você já fez algumas reflexões sobre o que é literatura, responda:
1. Qual a importância da literatura na vida das pessoas?
a) Socialize a resposta com seus colegas de sala de aula.
2. Para adquirir proficiência leitora é preciso conhecer como realizamos
nossas leituras. Para que você possa se conhecer melhor como leitor,
responda:
a) Você gosta mesmo de ler? Justifique.
b) As atividades desenvolvidas após a leitura, na escola, proporcionam a
realização de uma leitura compreensiva do texto? Comente.
c) Você consegue localizar as informações explícitas e implícitas no texto
por meio dos exercícios sugeridos pelo professor? Fale sobre isso.
d) A leitura realizada, em sala de aula, possibilita a você emitir opiniões a
respeito do que lê? Por quê?
e) As atividades de leitura, na escola, propiciam uma compreensão ampla e
profunda do texto, dando condições para que você possa posicionar-se
criticamente diante do texto lido? Faça um breve comentário.
8
1.2 LEITURA COMPLEMENTAR
1.2.1 Das DCEs
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, propõem o trabalho
com a diversidade cultural na escola. Sendo assim de acordo com As Diretrizes
Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004)
que, baseadas na Lei nº. 10.639/2003, discute entre outros, a obrigatoriedade do
ensino de conteúdos referentes à História, Artes e Literatura _ o presente projeto
objetiva promover o incentivo à leitura por meio de contos Afro-Brasileiros e
Africanos, a partir das 5ªs. Séries do Ensino Fundamental. Pretende-se, assim, o
estudo de textos literários que despertem a curiosidade, a sensibilidade, buscando
utilizar os contos como instrumento de humanização do indivíduo e de conhecimento
de mundo. Para tanto, serão trabalhados contos de origem Afro-Brasileira e Africana,
buscando aproximação dos alunos com essas culturas, para que a lei seja de fato
cumprida e a escola se torne democrática e igualitária, aberta para a inclusão e a
diversidade.
PARA SABER UM POUCO MAIS...
Você sabe o que são e para que servem os Parâmetros Curriculares e as
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa?
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos do MEC, os
quais servem de norte para o ensino de todas as disciplinas em todo o Território
Nacional. As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (DCE) é um documento
do Estado do Paraná que estabelece um norte para o ensino de Língua Portuguesa
para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Estado do Paraná.
OBS.: aqui no Estado do Paraná, existem as Diretrizes Curriculares para as
demais disciplinas também.
9
1.3 DO CONTO
O conto é um dos gêneros textuais presentes no nosso cotidiano, o qual
suscita o interesse do leitor pela forma sintética como se apresenta: um texto
narrativo curto, o qual apresenta uma só trama com poucos personagens, sendo um
só o principal e é em torno deste que giram todos os acontecimentos. Todo conto
precisa ter um conflito, início, meio e fim. É um gênero textual que normalmente
aparece em prosa, mas pode também aparecer em narrativas em versos,
construídas na estrutura de um poema.
Gêneros textuais são textos presentes no nosso cotidiano, por exemplo:
piada é um gênero textual, Histórias em Quadrinhos é outro. Dizemos que cada um
destes textos é um gênero porque eles possuem características próprias. A piada é
uma narrativa curta, com narrador, personagem, enredo, tempo e espaço, assim
como um conto. A diferença entre conto e piada está no seu desfecho, isto é, ao final
da história o leitor/ouvinte da piada é sempre surpreendido, pois ele pensa que a
história vai terminar de um jeito e ela termina de outro. Isto faz com o texto fique
engraçado ou risível, ou seja, que faz rir.
Para começar...Você já sabe o que é um conto...?
Conto é um texto narrativo curto, o qual apresenta uma só trama com
poucos personagens, sendo um só o personagem principal e é em torno deste
personagem que giram todos os acontecimentos. Possui os mesmos elementos do
romance, mas diferencia-se deste pelo tamanho e também por ter característica
estrutural própria. Todo conto precisa de conflito, início, meio e fim. É um gênero
textual que normalmente aparece em prosa, mas algumas vezes podem aparecer
narrativas breves em versos, construídas com a estrutura de um poema. O conto
pode também ser encontrado em forma de letra de música. É comum encontrarmos
letras de música, no repertório da música sertaneja, as quais são compostas como
contos. O conto contemporâneo apresenta diferentes formas no que se refere à:
diversidade temática, linguagem, perspectiva diante da realidade e estilo.
10
1.4 ATIVIDADES
1. Produção de cartazes convidando a todos para conhecer um conto.
(Citar)
2. Caracterização de alunos como personagens do conto, fazendo o convite
para ler o mesmo.
3. Caracterização do autor, convidando a conhecer sua obra.
11
2 DA ÁFRICA
O continente africano é amplamente conhecido pelas suas belezas naturais,
principalmente quando se refere à grandiosa vida selvagem. Porém, o que
encontramos de imenso neste continente é uma enorme diversidade física e
socioeconômica, pois existe neste espaço desde extensos vales férteis, onde a vida
parece não ter fim, até desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do
mundo. O contraste da pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua
extensão continental, sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições
de vida em muitos países. O termo “berço da humanidade” é dado em razão da
África abrigar uma das civilizações mais antigas e intrigantes do globo, os egípcios,
que formaram um poderoso “império” há quatro mil anos atrás. Portanto, toda essa
riqueza cultural e natural existente no continente, torna a África um espaço muito
particular.
− http://www.algosobre.com.br/geografia/africa-a-diversidade-num-
continente.htm l
− http://www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_cultura
s_e_sociedades.html
− http://www.google.com.br/images?hl=pt-
br&source=imghp&biw=1015&bih=569&q=africa&btnG=Pesquisar+image
ns&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
2.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Perguntar para os alunos o que eles conhecem sobre a África. Conversar
com os alunos sobre a história da África, sobre a vinda dos africanos para o Brasil,
sobre a riqueza da cultura africana e sua influência na cultura brasileira (músicas,
comidas, histórias, religiões).
Certamente a partir da apresentação do mapa, os alunos identificarão o
continente africano. Explique-lhes que eles conhecerão um pouquinho da África.
Para que os alunos se envolvam diretamente com o assunto estudado, proponha-
lhes uma pesquisa na internet em que possam localizar e enumerar os países
africanos de Língua Portuguesa, bem como procurar imagens significativas desse
vasto continente. Chame a atenção para o fato de o continente africano ser marcado
pelas condições de miséria que vive parte de sua população. No entanto, vamos nos
ater a conhecer um outro lado da África, rica pela diversidade cultural, pelas belezas
naturais e por uma marcante produção literária.
Assim que os alunos identificarem os países africanos de Língua
Portuguesa, enumere-os na lousa. Explique-lhes que a primeira parte do trabalho se
deterá em conhecer um pouco desses seis países. Essa seleção se deve à
necessidade de fazer um recorte, por questões didáticas, nos nossos estudos uma
vez há uma grande quantidade de nações. Além disso, trata-se de países que
possuem como língua oficial, o português.
Divida a classe em seis grupos, cada equipe deve fica responsável pela
pesquisa e apresentação de um país, seguindo o roteiro abaixo:
− Angola
− Cabo Verde
− Guiné-Bissau
− Guiné Equatorial
− Moçambique
− São Tomé e Príncipe
Roteiro para pesquisa:
− Localização:
− Países vizinhos: Colonização:
− Principais atividades econômicas:
− Composição étnica:
− Regime político vigente:
− Outras línguas:
− Principal religião:
− Costumes:
− Atividades culturais (dança, música, literatura)
− Produção de texto.
− Roda de leitura das produções.
13
Após conhecer um pouquinho sobre o continente africano, principalmente
sobre os países que possuem como língua oficial o português, apresente a capa do
livro em que eles conhecerão algumas histórias “Meus Contos Africanos”,
organizado por Nelson Mandela, publicado em 2009 pela editora Martins. Solicite
uma breve pesquisa sobre sua vida.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem
ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem
aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. (Nelson Mandela) Fonte: Disponível
em: <http://www.mundonegro.com.br>.
14
Após a observação da capa do livro, pergunte aos alunos o que eles
entenderam da ilustração. Deixe os alunos exporem suas ideias. Em seguida,
converse um pouco sobre a constituição da obra e o significado de contos e lendas
africadas.
Objetivos desta aulaCompreender a intervenção de outras culturas na formação da própria
cultura brasileira.
Conhecer as palavras africanas incorporadas por nossa língua em várias
áreas culturais
Você pode saber mais...!
Textos:
− http://www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_cultura
s_e_sociedades.html
− http://picasaweb.google.com/patricia5781/LivroMeninaBonitaDoLaODeFit
a#slideshow/5157706359539591058
− Vídeos:
− http://www.youtube.com/watch?v=VvjuLW0J8U8
− http://www.youtube.com/watch?v=D1hj0DmGg9Y&feature=related
ATIVIDADESVerificar se os alunos conhecem algum conto africano. Caso conheçam,
pedir que contem para seus colegas.
Apresentar um conto.
Apresentar a capa do livro para os alunos:
Perguntar para eles: Qual o título do livro? O que as ilustrações mostram?
Que tipo de histórias esperam encontrar no interior do livro?...
Em seguida, passar para os alunos o vídeo (ver link)
Produção de texto: Viagem imaginária... como poderia ser uma aventura na
África?
15
2.2 PARA CONHECER MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA ÁFRICA
Fonte: Disponível em: <http://mnoticias.8m.com>.
Proposta− Apresentar foto de Nzinga sem mostrar as legendas.
− Perguntar se eles sabem de quem se trata.
− Pedir aos alunos que observem as vestimentas:
− O que elas indicam?
− De quando pode ser a gravura?
− Após especulações mostrar legendas.
Proceder à leitura do texto:
− http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/Ginga000.html
− Nzinga Mbandi Ngola, a rainha Ginga (1587-1663).
Indomável e inteligente soberana (1624-1663) do povo Ginga de Matamba e
Angola e nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa
conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu
até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e
argúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dos mbundus no território Ndongo,
hoje em Angola, e Matamba, Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos
Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro. Ambos pareceram
compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo.
Enviada a Luanda pelo seu meio irmão e rei Ngola Mbandi, para negociar com os
16
portugueses, foi recebida pelo governador geral e pediu a devolução de territórios
em troca da sua conversão política ao cristianismo, recebendo o nome de D. Anna de Sousa. Depois os portugueses não respeitaram o tratado de paz, e criaram uma
situação de desordem no reino de Ngola. A enérgica guerreira, diante da gravidade
da situação e da hesitação de seu irmão manda envenená-lo, tomando o poder e o
comando da resistência à ocupação das terras de Ngola e Matamba. Não
conseguindo a paz com os portugueses em troca de seu reconhecimento como
rainha de Matamba, renegou a fé católica, aliou-se aos guerreiros jagas de Oeste e
fundou o modelo de resistência e de guerra que constituía o quilombo. Com sua
política ardilosa, conseguiu formar uma poderosa coligação com os estados da
Matamba, Ndongo, Congo, Kassanje, Dembos e Kissama, e comandou a resistência
à ocupação colonial e ao tráfico de escravos no seu reino por cerca de quarenta
anos, usando táticas de guerrilhas e de ataques aos fortes coloniais portugueses,
incluindo pagamentos com escravos e trocas de reféns. Após a assinatura de um
tratado (1656) com o governador geral, que incluiu a libertação de sua irmã Cambu,
então convertida como Dona Bárbara e retida em Luanda por cerca de dez anos
pelos portugueses, e sua renúncia aos territórios de Ngola, uma paz relativa voltou
ao reino de Matamba até a sua morte, aos 82 anos, sendo sucedida por Cambu,
continuadora da memória de sua irmã, mas já estava em curso o declínio da
Coligação. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo empenhou todas as suas forças
para retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e
perdendo a independência, e no início da década seguinte o Reino do Ndongo foi
submetido à Coroa Portuguesa (1771). A rainha quilombola de Matamba e Angola
tornou-se mítica e foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória desafiou
tempo, dando origem a um imaginário cultural que invadiu o folclore brasileiro com o
nome de Ginga, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha,
reine d’Angleterre. Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de
l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766). Ainda hoje é reverenciada
como exemplo de heroína angolana pelos modernos movimentos nacionalistas de
Angola. Sua vida tem despertado um crescente interesse dos historiadores,
antropólogos e outros estudiosos do período do tráfico de escravos. Sua resistência
à ocupação dos portugueses do território angolano e o consequente tráfico de
escravos, tem sido motivo de intensos estudos para a compreensão de seu
17
momento histórico, caracterizado por sua habilidade política e espírito de liderança
desta rainha africana na defesa de sua nação. Também é conhecida como Jinga,
Zhinga, Rainha Dona Ana e Rainha Zinga.
18
3 DA LÍNGUA PORTUGUESA
A língua portuguesa, com mais de 210 milhões de falantes nativos, é a
quinta mais falada e a terceira do mundo ocidental, superada pelo inglês e o
castelhano. Atualmente, aproximadamente 250 milhões de pessoas no mundo falam
Português, o Brasil responde por cerca de 80% desse total.
Diante disso, no mundo a língua portuguesa é instituída como oficial em
Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Brasil, Moçambique, Angola,
Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Diante da grandiosidade da
língua, em países do MERCOSUL é obrigatório o ensino do português como
disciplina escolar.
Existem ainda lugares que utilizam a língua de forma não oficial, assim o
idioma é falado por uma restrita parcela da população, são eles: Macau, Goa (um
estado da Índia) e Timor Leste na Oceania.
A dispersão da língua em distintos continentes deve-se principalmente pela
política de expansão de Portugal, especialmente nos séculos XV e XVI, quando
ocorreu a exploração de uma grande quantidade de colônias, sendo assim, a língua
da metrópole foi introduzida e logo se juntou com as culturas locais formando uma
diversidade de dialetos, essa nova forma de falar o português fora da Pátria mãe era
denominada de crioulo.
O português é oriundo do latim vulgar (usado pelo povo essa variação era
apenas falada) língua que os romanos inseriram em uma região ao norte da
Península Ibérica chamada de Lusitânia. A partir da invasão dos romanos na região,
praticamente todos os povos começaram a usar o latim, salvo o povo basco, nesse
processo teve início a constituição do espanhol, português e o galego.
Em sua essência é uma língua românica, ou seja, ibérico-românico, que deu
origem também ao castelhano, catalão, italiano, francês, romeno e outros.
O português se diferencia por meio da variedade de dialetos e subdialetos e
no âmbito internacional, pois a língua é classificada em português brasileiro e
europeu.
PARA SABER MAISCulturas africanas influenciaram nosso idioma
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/ult1687u24.jhtm>.
“O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana,
você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os
negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.
Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura,
que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e
lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.
Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas
(como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos
frequentemente vieram desses idiomas. Quer exemplos? “Bagunça”, “curinga”,
“moleque”, “dengo”, “gangorra”, “cachimbo”, “fubá”, “macaco”, “quitanda”...
Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas.
Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que
falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como “acarajé”, “gogó”, “jabá” e
muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário, foram incorporados à
nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a
brincadeiras, à música e à vida cotidiana.
Quer um exemplo bem trivial? “Bunda”. Essa palavra também é africana,
pode ter certeza. Se não fosse por ela, teríamos que dizer “nádegas”, que é
efetivamente o termo português para essa parte do corpo humano. Da mesma
maneira, em vez de “cochilar”, teríamos que dizer “dormitar”. Em vez de “caçula”,
usaríamos uma palavra bem mais complicada: “benjamim”. Empolado, não é?
Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português,
devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade,
observe os sons da palavra “moleque” e de “gangorra”. Parece também que o jeito
malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o
banto e o português.
A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras africanas que nem repara
em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o “samba”? E tem mais:
“cachaça”, “dendê”, “fuxico”, “berimbau”, “quitute”, “cuíca”, “cangaço”, “quiabo”,
20
“senzala”, “corcunda”, “batucada”, “zabumba”, “bafafá” e “axé”. Para quem não sabe,
“bafafá” significa confusão. E “axé” é uma saudação com votos de paz e felicidade.
*Heidi Strecker é filósofa e educadora.
• http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=VvjuLW0J8U8
• http://www.youtube.com/watch?v=D1hj0DmGg9Y&feature=related
LicençaTermo de cessão dado pelo autor ou seu representante, diretamente ao
Ministério da Educação, que permite reprodução, tradução, distribuição e a
transferência.
Atividade sugeridaTrabalhar formação das palavras de origem africana.
21
4 DAS AFRICANIDADES
A cultura africana mantém parte de sua essência pela tradição de contar e
vivenciar suas histórias, consideradas práticas educacionais que chamam atenção
para princípios e valores, visando o autoconhecimento, a socialização e a
convivência comunitária. Assim, a fala ganha força, dando sentido e orientação para
a vida e a oralidade é uma forma encarnada de registro, tão complexa quanto a
escrita, que se utiliza de gestos, de improvisações e danças como modo de
expressão. Mesmo antes de ir para a escola, a criança aprende histórias de sua
comunidade, acontecimentos passados, evidenciando tais fatos como valores de
convivência e solidariedade, considerando:
• Saber sobre si mesmo, autoconhecimento.
• Reconhecimento de valores de convivência comunitária.
• Reverência aos ancestrais e aos espíritos dos familiares.
• Apreço à figura da mãe, venerada quase como entidade.
• Reverência aos velhos e velhas, como portadores do conhecimento.
• Preservação dos fazeres e saberes, costumes e histórias das
comunidades.
• Manutenção da família, enquanto instituição básica da sociedade.
• Atenção para a educação de crianças e jovens, com os princípios e
valores das comunidades.
Os mitos, as lendas e os contos, são a memória de um povo que vai
passando de geração em geração, numa versão sempre atualizada da realidade. A
literatura oral africana tem vários papéis, como o educativo, o recreativo e o da
preservação cultural. Como exemplo desses contadores de histórias, encontramos
na África:
Os Griots e as Griotes, pessoas que têm o ofício de guardar e ensinar a
memória cultural da comunidade. Eles armazenam séculos de segredos, crenças e
costumes, lendas e lições de vida na memória.
O Doma, conhecedor de todas as histórias, guardião doa segredos da
gênese cósmicas e das ciências da vida e mestre de si mesmo, reconhecido como o
mais nobre contador, por desempenhar o papel de criar harmonia, organizar o
ambiente e as reuniões da comunidade.
As pessoas costumam sentar em volta do contador de histórias para ouvir
seus relatos. Ele acrescenta sempre palavras e expressões próprias, uma
coreografia pessoal de sons e gestos com um objetivo desejado (distração,
advertência etc.). Por outro lado, o ouvinte tem um papel ativo na criação do conto,
devendo sempre refletir ou elaborar de acordo com as estruturas culturais do seu
grupo.
As narrativas africanas não podem ser facilmente separadas como contos,
fábulas ou lendas, pois nos trazem um entrelaçamento de todas essas formas.
Quanto mais próximas da transmissão oral, as histórias se transformam e a cada
vez, feito o reconto, resulta numa nova composição, de acordo com o público e o
momento, a cultura e a língua.
4.1 PARA DETERMINAR HORIZONTES DE EXPECTATIVAS E VERIFICAÇÃO
DOS INTERESSES, PARA PREVER ESTRATÉGIAS DE RUPTURA E
TRANSFORMAÇÃO DOS MESMOS.
AQUI ENTRE NÓS...!
Um conto requer uma leitura atenciosa, não por sua estrutura, mas por seu
conteúdo. Para que se possa compreender os sentimentos da personagem,
saborear suas sensações, talvez seja melhor uma leitura silenciosa, em primeiro
momento.
Este texto possibilita, também, várias reflexões a respeito de tipos de
comportamento. Para que o aluno reflita sobre esses comportamentos ou mesmo
sobre o que nos leva a tê-los, pode ser feita uma dinâmica na qual se produzirão
textos diferentes e depois estes textos serão lidos para toda a classe.
ATIVIDADESPropor questionamentos orais a respeito do relacionamento da criança com
o livro, buscando perceber sensações diante da obra apresentada.
− Como você escolhe um livro para ler?
23
− Que tipo de leitura lhe agrada mais?
− Quanto tempo você dedica à leitura de textos escritos durante a semana?
E à televisão? E ao computador?
− Você se lembra do primeiro livro ou texto que leu? Qual foi a sensação?
− Qual a história lida/ouvida que você não esquece? Por quê?
− As pessoas liam mais antigamente ou hoje?
Outras questões que o professor achar pertinentes poderão ser
acrescentadas.
Sugestão de atividades:Organizar um sarau convidando um contador de histórias (conto africano),
(Apresentação conto “O jabuti de asas”). Mostra de produções
Selecionar um conto ou mais, para uma leitura dramática. O texto se divide
em várias partes. A cada parte aparece uma nova personagem. A turma pode ser
dividida em pequenos grupos e cada grupo fará a leitura dramática da parte do texto
que lhe couber (orientar para que atentem para a expressão facial na representação
das emoções). Se for apenas leitura dramática, precisará de um narrador para cada
trecho. Se quiser depois transformar em teatro, pode ter um narrador para costurar
as partes, um narrador para cada parte ou não ter narrador.
O professor deverá:
− auxiliar os alunos, se necessário, na formação dos grupos para que
ninguém fique de fora.
− numerar os grupos de 1 a 10. Este número servirá para outra atividade.
− dividir as partes do texto e especificar qual(is) caberá(ao) a cada grupo.
− providenciar aula(s) para ensaio.
− marcar com antecedência a data e o local da apresentação. (sarau)
− Os alunos deverão:
− escolher entre si quem irá representar cada papel.
− especificar quais e como serão as falas.
− escrever um pequeno roteiro da apresentação para entregar previamente
ao professor e providenciar a indumentária das personagens e acordar as
datas com o professor para ensaio e apresentação (no caso de
teatralização).
Sugestões
24
− Leitura expressiva de outros contos. Contador de histórias na roda.
25
5 CONHECENDO UM POUCO MAIS OS ELEMENTOS DO GÊNERO TEXTUAL 'CONTO'
Narrador: Quem conta a história.
Às vezes, ele pode ser uma das personagens, neste caso, chama-se
narrador-personagem e a história é narrada em primeira pessoa do singular ou
plural: eu/nós. O ponto de vista narrativo (ou foco narrativo) é interno, expressa uma
visão subjetiva e parcial. A história é contada pelo olhar de uma das personagens
que presenciou ou viveu os fatos.
O narrador pode ser também uma terceira pessoa, um observador “de fora”
(narrador-observador) que narra os fatos sem necessariamente conhecer o
pensamento e o passado das personagens. Neste caso, a história é narrada em
terceira pessoa: ele/ela; eles/elas e o ponto de vista narrativo é externo,
expressando uma visão incompleta.
São inúmeras as possibilidades de narrar uma história.
Importante: não confunda o narrador da história (quem conta) e o autor
(quem escreve).
Personagens: Seres (humanos ou não) que vivenciam os acontecimentos
narrados.
Cada personagem tem um papel diferente na narração. Por isso,
personagem principal, secundário...
Enredo: Ação, movimento. O desenrolar dos fatos constitui o enredo. O que
move o enredo, geralmente é um fato que instaura o problema dentro do estado de
“normalidade”. A partir daí cria-se a expectativa e espera-se o desfecho.
Espaço: Cenário onde as ações acontecem. O narrador pode enfatizar mais
o espaço físico (floresta, por exemplo), ou o espaço social (enredo ambientado em
espaço pobre ou rico, metrópole, ou vila...).
Tempo: Duração. Os fatos podem ser narrados de maneira mais ou menos
rápida; em ordem cronológica ou não; abrangendo curtos ou longos períodos;
situados em diferentes épocas. O tempo pode ser físico (duas horas, um dia, quatro
semanas...) e psicológico (percebido subjetivamente).
Atividades
− Após a leitura de um conto!
− Você é um artista!
− Procure 'captar' um momento do texto que mais chamou sua atenção e
transforme em desenho! Use somente grafite, ou as cores que mais
gosta!
− Pode ser também, uma reprodução da ilustração que você mais gostou.
− Coloque uma legenda, que pode ser parte do texto, ou de sua
criatividade.
PENSE E RESPONDA:
− A leitura é uma atividade interessante e significativa para você? Comente.
27
6 AS TRANÇAS DE BINTOU
Fonte: http://pragentemiuda.blogspot.com/2010/05/livro-as-trancas-de-bintou_25.html
PARA TRABALHAR A AMPLIAÇÃO DOS HORIZONTES DE EXPECTATIVA –AS TRANÇAS...#
− http://picasaweb.google.com/woundedbutterfly9/LivroAsTranAsDeBintou
Nesta aula o aluno será levado a reconhecer que há diferentes culturas em
quaisquer espaços/tempos - próximos e distantes:
− Respeitar diferentes culturas;
− Refletir acerca de seus desejos;
− Escrever redações usando aspectos da língua já aprendidos;
− Duração das atividades;
− aulas de 50 minutos;
− Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
− Regras ortográficas já aprendidas;
28
− Regras para a escrita de uma redação: parágrafos, letras maiúsculas e
minúsculas, desenvolvimento das ideias, continuidade e outros aspectos
determinados pelo professor e pela turma.
− Leitura do livro – As Tranças De Bintou-
http://www.youtube.com/watch?v=-bV-ysrVtLk-
Após a leitura do livro, abrir espaço para uma discussão.
Lançar perguntas como:
− O lugar onde vive a menina Bintou é parecido com a cidade onde
moramos?
− Pela leitura do livro, podemos perceber que diferenças existem entre a
vida de Bintou e a de vocês? E que semelhanças?
− Por que ela não podia ter tranças?
− Você acha certo uma menina vestir-se igual a uma moça?
− Que coisas meninos e meninas que vivem aqui (na cidade de sua escola)
não podem fazer?
− O maior desejo de Bintou era poder usar tranças. E o seu maior desejo,
qual é?
− Montar com eles um envelope de desejos.
− Depois de montado, pedir que cada criança retire um desejo
aleatoriamente e leia para a turma;
− Por último, pedir que escrevam uma história sobre o seu maior desejo.
− Organizar com eles as regras da escrita que não podem ser esquecidas e
que serão avaliadas pelo professor.
− Uso de parágrafos, letras maiúsculas, organização das ideias, início,
meio e fim.
Dicas e sugestões− Devolver a história escrita depois de uma semana para que as crianças
possam reler e reformular, caso sintam necessidade.
− Depois da correção do professor, as redações podem ser devolvidas para
serem passadas a limpo e colocadas no mural.
Sugestões de Atividades:
− Fazer com os alunos um mural com desenhos da Bintou.
29
− Montar um quebra cabeça da bonequinha, fazer colagens, dobraduras,
pintura a dedo, modelagem, alinhavo…
− Fazer uma bonequinha de pano para cada um e deixar que façam e
vistam a roupinha nela.
− Fazer um livrão de reconto, as crianças fazem o reconto, o professor
anota e elas desenham as cenas.
Avaliação− Deverá ser feita por meio do debate e da leitura individual das histórias
escritas.
− Ler comentário – (imprimir artigo de Lenir Castro) disponível em:
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/1166304
30
7 PARA TRABALHAR A RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVASO MENINO MARROM - ZIRALDO
Para começar a trabalhar o tema fazemos uma dinâmica. (Sugestões A, B)
A) Dinâmica das flores: leve flores de diferentes cores e formas para a
classe e deixe que cada aluno escolha uma. Depois, pergunte o que chamou a
atenção deles para escolher aquela flor. Peça-lhes que percebam as diferentes
cores, o perfume, a textura, as diferentes formas... Chame sua atenção para o fato
de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas. Depois,
peça que olhem uns para os outros. Assim como as flores, cada um é diferente, mas
não menos importante. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos
olhos, tamanho do nariz, altura, cor da pele, etc.
B) Dinâmica das cores: leve um aparelho de som para a classe e coloque
uma música suave. Espalhe vários lápis ou gizes de cera de várias cores sobre a
mesa e peça para as crianças escolherem a cor que mais lhes agrada. Haverá cores
iguais e cores diferentes. Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo
fosse de uma só cor... azul, por exemplo; e se tudo fosse amarelo? Ou vermelho?
Será que elas comeriam uma banana azul? Ou um morango cinza? Sim? Não? Por
quê?
Você pode perguntar se é bom haver cores diferentes e por quê.
Depois, peça que olhem uns para os outros. Assim como as cores, cada um
é diferente. Muitas coisas variam: cor e tipo de cabelo, formato e cor dos olhos,
tamanho do nariz, altura, cor da pele... Pergunte que cor de lápis ou giz é mais
parecido com a cor da pele de cada um. (Caso algum aluno diga que sua cor é
“feia”, procure fazê-lo se sentir valorizado, por meio das atividades sugeridas a
31
seguir. Esse momento será propício para melhorar a autoestima dessa criança.)
http://www.educacional.com.br/projetos/em/todosiguais/ensino14.asp
Atividades para trabalhar o tema 'diferenças':Ler para as crianças a história “Dois coelhinhos diferentes” (se preferir,
escolha um livro das sugestões de leitura). Por meio da história, aborde a questão
das diferentes características das pessoas (cor de cabelo, de pele, altura, tamanho e
formato dos olhos, do nariz, etc.). Somos todos iguais, pois somos pessoas, mas ao
mesmo tempo somos todos diferentes, porque temos características que nos
diferenciam.
As crianças poderão dramatizar a história e fazer desenhos sobre ela.
Dois coelhinhos diferentesMontar um mural com personalidades que apresentam características físicas
que fogem aos padrões e questionar o conceito de feio e bonito.
Promover a leitura de livros que abordem a temática do preconceito (veja as
sugestões de leitura).
Fazer dramatização dos livros lidos.Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma história
sobre uma criança com uma característica física ou mental especial. Terminadas as
histórias, organizá-las em um livro e se possível providenciar uma cópia para cada
aluno.
Ler também o livro MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA
http://picasaweb.google.com/professoralikaa/MENINABONITADOLAODEFITA#slides
how/5230112521960999538
32
LEITURA DO LIVRO “O MENINO MARROM”
Fonte: http://bibliotecainfantilgrandesautores.blogspot.com/2010/05/sugestoes-de-alguns-maravilhosos-livros.html
ATIVIDADESConversa informal:
− Com quem a gente se parece?
− Todas as pessoas são iguais?
− Mostrar também a capa do livro “Menina bonita do laço de fita” e
perguntar:
− Quem será essa menina?
− Como ela é?
− Quais as suas características?
− Eles se parecem?
− Como eles parecem estar se sentindo?
33
Fonte: Disponível em: <http://picasaweb.google.com/patricia5781/ Livro MeninaBonitaDoLa-ODeFita#slideshow/5157706359539591058>.
Após explorar a capa do livro e ouvir o que as crianças têm a dizer a respeito
das perguntas, fazer a leitura do livro, primeiro silenciosamente pelos alunos, depois
em voz alta pela professora, ou leitura por apresentação de slides:
Momento 1Trabalhar oralmente as características físicas da menina, associando às
comparações do texto.
Em seguida, realizar a interpretação do livro:
Qual era a cor da pele da menina? Parecia com o que? Quem se lembra?
E o seu cabelo? O que sua mãe fazia nele?
Seus olhos se pareciam com o que?
Como era o coelho?
O que ele descobriu?
Qual a conclusão que o coelho chegou sobre a cor da pele da menina?
Por que os filhotes do coelho nasceram um de cada cor?
34
Deixar claro que cada um de nós tem suas características, oriundas de sua
família. Sendo assim, somos únicos, diferentes, e isso torna cada um de nós
especial.
Momento 2Recolher as fotos trazidas pelos alunos ou autorretrato produzidos e colar
em grande cartaz, dizendo:
Diferenças: não basta reconhecê-las é preciso valorizá-las.
Pedir que olhem o cartaz e procurem em seus colegas alguma característica
parecida com a sua. Havendo alguma foto ou criança negra na sala, a professora
poderá ressaltá-la, dizendo das semelhanças com a menina da história.
Momento 3Para esse momento, xerocar a ilustração abaixo e entregar as 3 imagens
recortadas e embaralhadas para cada criança (1 cópia para cada um).
Imagem: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_3yrMyAYc3_Y/Sg-
zRJnK32I/AAAA AAAA DAQ/1zWLlK_oeYc/s1600-h/Nova+Imagem.png>.
Pedir para as crianças colarem na ordem (em uma folha ofício A4) as
tentativas do coelho para conseguir ficar da cor da menina. Após a colagem, pedir
que escrevam uma frase para cada cena.
Momento 4Distribuir a seguinte atividade xerocada:
Imagem: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_3yrMyAYc3_Y/Sg-
5LMCdv6I/ AAAAAAAADAY/EmwCZfpSk4g/s1600-h/hist%C3%B3ria+144.jpg>
Ler o enunciado com as crianças e explicar o que deve ser feito. Quando
todas acabarem de fazer a correção no quadro, pedir:
Circule a primeira letra de cada palavra que forma o título do livro.
Pinte de azul (por exemplo) a última letra de cada palavra que forma o título
do livro.
Atividades:
A- Fazer um levantamento de palavras que gostaríamos de poder abolir do
nosso vocabulário, como discriminação, vergonha, preconceito, incompreensão,
injustiça, humilhação, desrespeito, violência, intolerância, desigualdade.
B- Aproveitando para trabalhar ortografia, esse conjunto de palavras pode
fazer parte de um exercício ditado, que pode colado em suas próprias mãos
desenhadas e recortadas, resultando num belo e significativo mural.
35
C- Sala de Redação: Ana Maria Machado, em “Menina bonita do laço de
fita”, e Ziraldo, em “Menino Marrom”, não influenciam o leitor pela caracterização de
ser ou não ser “branca como a neve”, perfil do protagonismo clássico dos contos
europeus das fadas.
Assim, a menina de Ana Maria era “linda, linda. Os olhos dela pareciam duas
azeitonas pretas, daqueles bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem
negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera
negra quando pula na chuva”.
E o menino marrom, de Ziraldo, tinha a “pele cor de chocolate. As bolinhas
dos olhos pareciam duas jabuticabas: pretinhas. Os cabelos eram enroladinhos e
fofos. Pareciam uma esponja”.
Tatiana Belinky, em seu livro “Diversidade”, faz exuberante e ilustrativa
abordagem sobre o assunto em pauta.
Um é feioso. Outro é bonito
Um é certinho. Outro, esquisito
Um é magrelo. Outro é gordinho
Um é castanho. Outro é ruivinho
Um é tranquilo. Outro é nervoso
Um é birrento. Outro dengoso
Um é ligeiro, outro é mais lento
Um é branquelo. Outro sardento
Um é preguiçoso. Outro, animado
Um é falante. Outro é calado
Um é molenga. Outro forçudo
Um é gaiato. Outro é sisudo
Um é moroso. Outro esperto
Um é fechado. Outro é aberto
Um carrancudo. Outro, tristonho
Um divertido. Outro, enfadonho
Um é enfezado. Outro é pacato
Um é briguento. Outro é cordato
De pele clara. De pele escura
Um, fala branda. O outro, dura
Olho redondo. Olho puxado
36
Nariz pontudo. Ou arrebitado
Cabelo crespo. Cabelo liso
Dente de leite. Dente de siso
Um é menino. Outro é menina
(Pode ser grande ou pequenina)
Um é bem jovem. Outro, de idade
Nada é defeito. Nem qualidade
Tudo é humano. Bem diferente
Assim, assado todos são gente
Cada um na sua. E não faz mal
Di-ver-si-da-de. É que é legal
Vamos, venhamos. Isto é um fato:
Tudo igualzinho. Ai, como é chato!Fonte: <http://rociorodi.blogspot.com/2010/04/diversidade-cultural-debate-preciso-em.html>.
Proposta de Temas:1. SE TODOS FOSSEM IGUAIS
2. SOMOS TODOS IGUAIS
Após reestruturação de texto, formar varal para RODA DE LEITURA. Todos
expõem seus trabalhos, sorteia-se alguns para apresentação.
Avaliação das atividades propostas:
− Observar o envolvimento e a participação dos alunos nas respostas às
questões colocadas.
− Avaliar se compreenderam a sequência dos fatos ocorridos com o
personagem.
− Analisar o progresso de escrita e a criatividade ao produzir frases.
− Anotar as conclusões das crianças para verificar o nível de compreensão
da história e da importância de valorizar as diferentes raças.
37
REFERÊNCIAS
BELINKY, Tatiana. Diversidade. São Paulo: Quinteto Editorial Ltda, 1999.
BORDINI, M. G. & AGUIAR, V.T. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
BORDINI, Maria da Glória. Literatura na escola de 1º e 2º graus: por um ensino não alienante. Perspectiva, Florianópolis, ano 2, n. 4, p. 27-46, jan./jun. 1985.
DIOUF, Sylviane A. As tranças de Bintou.Título original: Bintou's Braids. Ilustração: Shane W. Evans. Tradução: Charles Cosac. 4.ed. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS. Para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF, junho, 2005.
DOMÍNIO PÚBLICO. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: jun. 2011.
MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. 7. ed. São Paulo. Melhoramentos, 1986.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
PINTO, Ziraldo Alves. O menino marrom. 14. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1994.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica: língua portuguesa. Curitiba, 2008.
ZILBERMAN, R. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo: Ática, 1989.
ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.