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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIDADE DIDÁTICA

PROFESSORA: Mariza Aparecida Buss

PROFESSOR ORIENTADOR: Sandra Nara Neves de Oliveira

GUARAPUAVA

AGOSTO/2011

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SUMÁRIO

IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................ 01

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 04

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 06

METODOLOGIA ............................................................................................ 09

PLANO DE AÇÃO ......................................................................................... 10

ATIVIDADES ................................................................................................. 10

1º– ENCONTRO: Projeto de Implementação Pedagógica na Escola ....... 10

2º– ENCONTRO: A trajetória histórica do Conselho Escolar nas Escolas

do Paraná .................................................................................................... 12

3º– ENCONTRO: Atribuições do Conselho Escolar ................................... 14

4º– ENCONTRO: Gestão Democrática: Participação e Autonomia, desafios

do Conselho Escolar...................................................................................... 14

CULTURA DO INDIVIDUALISMO .................................................................. 15

5º– ENCONTRO: Ações desenvolvidas pelo Conselho Escolar na

atualidade........................................................................................................ 18

6º– ENCONTRO: Retrospectiva e avaliação da pertinência dos assuntos

trabalhados e Produção de Texto sobre a temática do Conselho

Escolar............................................................................................................ 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 19

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IDENTIFICAÇÃO

PROFESSORA PDE: MARIZA APARECIDA BUSS

e-mail: [email protected]

PROFESSORA ORIENTADORA MESTRE: SANDRA NARA NEVES DE OLIVEIRA

e-mail: [email protected]

TRABALHO: UNIDADE DIDÁTICA

ÁREA PDE: GESTÃO ESCOLAR

TÍTULO: GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA: DESAFIOS E

PRÁTICAS DO CONSELHO ESCOLAR

NRE DE GUARAPUAVA: MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA

IES VINCULADA: UNICENTRO

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL ANA VANDA BASSARA – EFM – EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: COMUNIDADE ESCOLAR: EQUIPE

ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA; PROFESSORES, ESTUDANTES,

FUNCIONÁRIIOS E INSTÂNCIAS COLEGIADAS.

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PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA APLICADA NO COLÉGIO

ESTADUAL ANA VANDA BASSARA

UNIDADE DIDÁTICA

• INTRODUÇÃO

Esta unidade pretende investigar e refletir sobre a trajetória e

importância do Conselho Escolar nas Escolas Públicas do Paraná, a relevância

do papel dos Conselheiros Escolares, na busca de realização de uma Gestão

Democrática, assumindo papel efetivo de participação, nas discussões, nas

tomadas de decisões, nas propostas educacionais, compartilhando o trabalho

coletivo da comunidade escolar, colaborando assim, para implementação de

administração coletiva.

As Instâncias Colegiadas em seus espaços de participação

reproduzem várias vozes de representantes da escola e segmentos,

professores, alunos, pais e comunidade. A articulação entre esses segmentos

compondo a escola abre espaços para a criação de mecanismos de

participação, destacando aqui o Conselho Escolar, que é suporte da gestão

democrática por ser deliberativo, consultivo, fiscal e mobilizador.

Nas escolas o Conselho Escolar desempenha atividades ainda muito

tímidas e muitas vezes, seus componentes são chamados para deliberar sobre

assuntos financeiros, promoção de eventos, eventualmente encaminhamentos

de análises para resolução de problemas. A organização do Conselho Escolar

como instância colegiada do gestor escolar tem sido evidenciada apenas no

campo teórico na maioria das escolas. São poucas as instituições que contam

com o Conselho Escolar como participantes da comunidade no processo

ensino aprendizagem, na tomada de decisões e análise de problemas da

escola.

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Ressaltamos também a importância dos Conselheiros Escolares, como

participantes da Gestão Democrática, onde todos contribuem e participam dos

processos decisórios, bem como da articulação e ações para o planejamento e

encaminhamento de propostas educacionais. Portanto, o incentivo, o

fortalecimento para essa instância colegiada é imprescindível para que a

Gestão Democrática se torne uma prática realmente democrática.

Sendo assim, a partir de 1988, a Constituição da República Federativa

do Brasil dispõe, no artigo 206, inciso VI, sobre a gestão democrática na rede

pública de ensino, garantindo assim esse acontecimento e já aponta em que

concepção isso deve se dar.

Ainda, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, número 9.394

de 20 de dezembro de 1996, atenta para a gestão no seu artigo 3º, inciso VIII,

deliberando para as instituições dos estados e municípios, gerir

democraticamente os complexos de ensino cabíveis.

Portanto, apesar do processo de gestão ganhar espaço nas pesquisas

e discussões, necessita-se de muito trabalho, para o envolvimento da

comunidade, nas propostas e decisões concernentes à educação, para

melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem.

Para tanto, a proposta também pretende sintetizar informações e

estudos referentes ao amparo legal, para melhor participação dos envolvidos,

direcionando o conteúdo com atividades em unidade didática, tendo em vista a

conscientização e efetiva participação do Conselho Escolar, nos processos

educacionais.

• Objetivo geral

� Investigar no contexto escolar, como os princípios da Gestão

Democrática estão sendo contemplados, nas relações estabelecidas

entre equipe administrativa, pedagógica, professores, comunidade

escolar e instâncias colegiadas, especialmente o Conselho Escolar.

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• Objetivos Específicos

� Refletir sobre os fundamentos teóricos e metodológicos da Gestão

Democrática, sustentados pelos atuais debates no contexto educacional

brasileiro.

� Identificar os desafios enfrentados para se alcançar a autonomia,

descentralização e participação da comunidade escolar e local na

Gestão Democrática.

� Verificar a constituição do Conselho Escolar e a participação da

comunidade escolar na instância colegiada, do Colégio Estadual Ana

Vanda Bassara, do Município de Guarapuava, Paraná.

• FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A trajetória histórica do Conselho Escolar nas Escolas do Paraná

Na década de 80 foi implantado o Conselho Escolar, em vários estados

do país, sendo que em 1983, o primeiro estado a implantar foi o Estado de

Minas Gerais.

A inclusão do inciso VI, do Artigo 206, da Constituição Federal de 1988,

garantiu a organização democrática do Ensino Público.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº.

9.394/96 estabeleceu os princípios e fins da educação nacional, entre os quais,

o princípio da gestão democrática do ensino público.

No Plano Nacional de Educação (PNE) com Lei nº 10.172/2001,

aprovada em janeiro de 2001, estabelece como meta dentre as prioridades, a

democratização da gestão em estabelecimentos de ensino públicos e oficiais,

aponta para a criação de Conselhos Escolares em escolas de educação

infantil, ensino médio e fundamental.

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A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, no ano de 1991,

através da Resolução nº 2.000/91, estabeleceu o Regimento Escolar Único

onde constava a existência do Conselho Escolar. Nesse mesmo ano, o

Conselho Estadual de Educação – CEE emitiu a Deliberação nº 020/91,

instituindo órgão colegiado de gestão (Conselhos de Escolas), sendo

deliberativo, consultivo e fiscal instituído com representantes abrangendo toda

a comunidade escolar.

No ano de 2005, a Secretaria de Estado da Educação – SEED emitiu a

Resolução nº 2.124/05, orientando a análise e aprovação do Conselho Escolar,

das Escolas Estaduais da Rede Pública.

O Conselho Escolar é suporte da gestão democrática por ser

deliberativo, consultivo, fiscal e mobilizador, desempenhando papel específico

na Gestão Escolar, pela participação dos segmentos envolvidos,

representantes de pais, estudantes, professores, funcionários da escola,

membros da comunidade local e o diretor da escola.

A importância da organização de um Conselho Escolar, abrange a

participação interativa da comunidade escolar nas tomadas de decisões,

concernentes ao trabalho escolar, bem como a participação decisória com

comprometimento de todos para implementação na escola. Ainda, o Conselho

é diretamente responsável pela coordenação coletiva da gestão escolar,

principalmente sobre estudo, planejamento, bem como acompanhamento de

algumas ações do cotidiano escolar, sendo assim um auxiliar e aliado na

gestão escolar (Brasil, 2004).

Dentre outras funções, o conselho escolar administra para o bom

funcionamento da escola, participando ativamente na gestão administrativa,

pedagógica e financeira, juntamente com os dirigentes escolares para

assegurar a qualidade de ensino.

O Conselho Escolar como espaço de construção da Gestão

Democrática, proporciona aos participantes, processos de aprendizagem

coletiva, onde a troca de ideias e experiências promove a articulação da escola

com a comunidade.

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Conforme o Estatuto do Conselho Escolar das Escolas da Rede

Estadual de Ensino, a ação do Conselho deverá estar fundamentada nos

pressupostos emanados da Constituição Federal, da LDB 9394/96, do Estatuto

da Criança e Adolescente – ECA e outras mais legislações vigentes. Com

suporte na LDB 9394/96 no artigo 14 que trata dos princípios da Gestão

Democrática no inciso II – “participação das comunidades escolar e local em

conselhos escolares equivalentes, esses conselhos devem ser implementados

para se ter uma gestão democrática”.

A participação dos envolvidos nesse contexto poderá acontecer de

maneira natural, autônoma e acima de tudo consciente.

Confirma Werle (2003, p.60) que “não existe um conselho vazio, ele é

o que a comunidade escolar estabelecer, construir e operacionalizar. Cada

conselho tem a face das relações de responsabilidade que nele se

estabelecem”. Sendo assim, a comunidade escolar organizada consolida a

participação na gestão da escola, estabelecendo relações de responsabilidade,

respeito e construção para efetivar as funções atribuídas ao Conselho Escolar.

Para Camargo (2003, p. 06):

Os conselhos de Escola apresentam-se como espaços públicos privilegiados, nos quais tensões e conflitos a respeito de questões educacionais podem surgir, superando práticas monolíticas ou pretensamente harmoniosas, ao mesmo tempo em que se configuram como espaços institucionais de articulação de soluções locais para os problemas do cotidiano escolar.

No intuito de contribuir para este fim e na perspectiva de se instalar

novos procedimentos que busquem superar sua existência meramente formal.

Um dos caminhos para a democratização da gestão escolar é a

atuação dos Conselhos Escolares, fortalecendo a organização coletiva e

equipe gestora, nas suas atribuições comuns, ampliando a participação de

professores, coordenadores, pedagogos, estudantes, funcionários, pais de

alunos e comunidade escolar e local, se faz necessário para o processo de

gestão inovador.

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• METODOLOGIA

A proposta anterior contempla a necessidade de reflexão sobre os

fundamentos teóricos e metodológicos da Gestão Democrática, discutidos no

contexto educacional brasileiro, para identificar os desafios para se alcançar

autonomia, descentralização e participação da comunidade escolar e local, na

Gestão Democrática

De acordo com Veiga (1997) apud Ferreira (2001, p. 18) a gestão

democrática exige compreensão em profundidade dos problemas da prática

pedagógica. Assim, o autor afirma, que ao conhecer os problemas pedagógicos

da escola, rompe-se com a separação entre concepção e execução, entre o

pensar e o fazer e entre teoria e prática.

A partir disso, a participação da comunidade escolar da instância

colegiada, o Conselho Escolar do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara será

fundamental para a proposta de intervenção pedagógica. Será organizado

estudos de textos relacionados à participação na gestão democrática, bem

como atividades em duplas para analisar vídeos relacionados ao tema. O

estudo detalhado sobre alguns documentos como: Constituição, Estatuto do

Conselho Escolar, a LDB, ECA, o Projeto Político Pedagógico da Escola e o

Regimento Escolar.

Feito a leitura, estudos e análise dos textos, serão debatidos alguns

temas pertinentes, como por exemplo, Atribuições do Conselho Escolar.

Serão desenvolvidas seis atividades com leituras, pesquisas na

internet, contornando três meses, perfazendo dois encontros mensais de duas

horas cada encontro. Os recursos didáticos serão descritos no Plano de Ação.

Durante o período de estudos e atividades, o grupo poderá vivenciar

um ambiente de trabalho com ações coletivas, indispensáveis para o

envolvimento na Gestão Escolar e para que a escola cumpra seu papel social.

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• PLANO DE AÇÃO

Objetivo Geral

• Analisar a real função do Conselho Escolar na contemporaneidade

diante da Gestão Escolar.

Objetivos Específicos

• Discutir com a comunidade escolar e segmentos, sobre os desafios e as

dificuldades frente à participação e autonomia.

• Identificar as ações desenvolvidas pelo Conselho Escolar na atualidade.

ATIVIDADES:

Primeiro Momento

Apresentação da proposta de intervenção pedagógica para o Conselho

Escolar, ressaltando a importância da participação de cada segmento da

comunidade escolar, no sentido de promover ações coletivas para o

fortalecimento da Gestão Escolar.

1º – Encontro - Mês de Agosto

ATIVIDADE:

Projeto de Implementação Pedagógica na Escola.

Apresentação de vídeo com a temática, a participação, O problema

não é meu. (youtube). Acesso: 28/06/2011. Conversar com o grupo sobre o

vídeo assistido.

Apresentação em slides, destacando e refletindo os pontos que serão

abordados durante os encontros, a autonomia, participação e descentralização

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da Gestão Escolar, bem como o fortalecimento do Conselho Escolar e a

análise dos documentos pertinentes ao amparo legal dessa instância

colegiada.

A função da escola...

A escola sofre muitas críticas, pois muitas vezes é vista como mera

repassadora de conteúdos.

Michael Young questiona: Pra que servem as escolas?

< http://www.cedesunicamp.br> Acesso em 09/07/2011. “...elas capacitam ou

podem capacitar jovens a adquirir o conhecimento que, para a maioria deles,

não pode ser adquirido em casa ou em sua comunidade, e para adultos, em

seus locais de trabalho”. (fala do autor).

Significa perguntar como e por que as escolas emergiram historicamente, em tempos e sociedades diferentes, como instituições específicas, com o propósito específico de capacitar alunos a adquirir conhecimento não disponível em casa ou no seu cotidiano.

Os questionamentos sobre as escolas na caminhada histórica, em

tempos e sociedades diferentes, remete questionar o papel da escola na

sociedade atual para capacitar alunos para adquirir conhecimentos formais.

Conforme Saviani (2008, p.98):

... a escola tem uma função de especificidade educativa, propriamente pedagógica, ligada à questão do conhecimento: é preciso pois, resgatar a importância da escola e reorganizar o trabalho educativo, levando em conta o problema do saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade da educação escolar.

O desenvolvimento dos alunos depende da especificidade da escola e

do educador como protagonista e responsável do processo ensino-

aprendizagem.

Paro (2007, p.33-34), afirma:

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No contexto de uma sociedade democrática, a função da escola sintetiza-se na formação do cidadão em sua dupla dimensão: individual e social. Enquanto a primeira dimensão exige a assunção do homem como sujeito (autor, portador autônomo de vontade), a segunda assume a necessidade de convivência livre (entendida a liberdade como construção histórica) entre os sujeitos individuais e coletivos.

A educação oferecida refere-se à formação do aluno como um todo, na

sua integralidade e não só como aquisição de conhecimentos.

Ler cada afirmação dos autores para o grupo e debater o assunto:

Função da escola.

Sugestões de perguntas:

1. Para quê que serve a educação escolar, na sociedade atual?

2. Por que os alunos vem à escola?

3. Quais os motivos pelos quais as pessoas acreditam que a escola pode mudar a vida?

4. “A escola prepara para a vida”. Como isso acontece?

2º– Encontro – Mês de Agosto

ATIVIDADE:

A trajetória histórica do Conselho Escolar nas Escolas do Paraná

Apresentação de slides da síntese.

Proposta de atividade para o grupo: Leitura e estudo do Estatuto do

Conselho Escolar, observando a consonância com a Constituição, LDB, ECA, o

Regimento Escolar e o P.P.P do Colégio.

Atividades propostas em grupos, para análise e apresentação de

alguns tópicos do Estatuto do Conselho Escolar.

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No capítulo II, do artigo 2º (Estatuto do Conselho Escolar) da natureza

e dos fins, prescreve que o Conselho Escolar é um órgão colegiado,

representativo da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva,

avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho

pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as

políticas e diretrizes educacionais da Secretaria de Estado da Educação

observando a Constituição Federal e Estadual, a LDB, o ECA, o P.P.P e o

Regimento Escolar, para o cumprimento da função social da escola.

§ 1º - A função deliberativa refere-se tanto à tomada de decisões relativas às

diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras

quanto ao direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito

escolar.

§ 2º - A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir

dúvidas e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e

financeiras, no âmbito de sua competência.

§ 3º - A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações

educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de

problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o

cumprimento das normas da escola, bem como, a qualidade social da

instituição escolar.

§ 4º - A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da

gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo

a legitimidade de suas ações (Subsídios para elaboração do Estatuto do

Conselho Escolar, p. 9-10).

O encontro encerrará com a apresentação das conclusões dos grupos

sobre as discussões.

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3º Encontro – Mês de Setembro

ATIVIDADE:

Atribuições do Conselho Escolar

Revisão do estudo do Estatuto do Conselho Escolar sobre a Seção I,

artigos 43 a 46, que trata das Atribuições dos Conselheiros.

Entrega de textos sobre o assunto, para estudo em grupo ou duplas.

Discutir com o grupo sobre as Atribuições do Conselho Escolar.

Apresentação do vídeo: Conselho e Colegiado Escolar (youtube)

Conselho e Colegiado Escolar - 0002.wmv Conselho Escolar Fortalecendo a

Gestão Democrática. Acesso: 29/06/2011.

Questionamentos sobre o assunto fazendo a inter-relação com a

prática atual.

4º Encontro – Mês de Setembro

ATIVIDADE:

Gestão Democrática: Participação e Autonomia, desafios do

Conselho Escolar

O Conselho Escolar é uma instância colegiada que na escola vai além

de um espaço de discussões de questões educativas, pois tem como funções

ser: deliberativo, consultivo, fiscal e mobilizador. É um dos instrumentos

capazes de consolidar a gestão democrática.

Vejamos o que dizem alguns autores:

Gestão significa carregar, chamar a si, executar, exercer e gerar.

Geração de um modo novo de administrar uma realidade, sendo então, por si

mesma, democrática, pois traduz a idéia de comunicação pelo envolvimento

coletivo, por meio da discussão e do diálogo. (DALBÉRIO, 2008, p.3).

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Bordignon e Gracindo (2001, p.154), acrescentam que refletir sobre

gestão da educação, implica num processo complexo.

Refletir sobre gestão da educação, implica num processo complexo de participação coletiva e efetivação na escola de instâncias colegiadas de caráter deliberativo, bem como eleição para diretores e a integração de todos os segmentos da comunidade escolar na elaboração do Projeto Político Pedagógico – P.P.P.

Assim é perceptível que realizar uma gestão democrática e

participativa na atualidade ainda se apresenta como um desafio, pois envolve

vários aspectos complexos e que estão por se efetivar.

Participação, (do latim participationis) significa “fazer parte”, “tomar

parte em”, “fazer saber, informar, anunciar”. (CUNHA, 1994, p. 584). É fazer

parte de uma ação, portanto agindo em uma ação que é coletiva. (FERREIRA,

2005).

Para entendermos melhor o real significado de participação vamos ler

o texto a seguir que trata-se de uma história de um autor desconhecido,

enviada por Dina Matos, consultora de Recursos Humanos em Lisboa, retirado

do artigo de Naura Syria C. Ferreira. O texto retrata a cultura do individualismo

das empresas e desafia à reflexão.

CULTURA DO INDIVIDUALISMO

Antônio era um antigo funcionário de uma empresa extremamente

comprometida com a formação dos seus funcionários. Certo dia, o executivo-

chefe determinou que ele, bem como todo o grupo de gerentes da empresa,

participasse de um fatigante curso de sobrevivência. O treinamento com três

dias de duração, seria uma longa corrida de obstáculos, Para cumprir a

primeira tarefa, que consistia em atravessar um rio violento e impetuoso, dentro

de um período de quatro horas, a equipe formada por 12 gerentes teria de se

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dividir em três grupos. A equipe A recebeu quatro tambores de óleos vazios,

duas grandes toras de madeira, uma pilha de tábuas, um grande rolo de corda

grossa e dois remos. Os integrantes da equipe B receberam dois tambores,

uma tora e um rolo de barbante. Em contrapartida, a equipe C não recebeu

material nenhum para cruzar o rio. Este deveria utilizar os recursos fornecidos

pela Natureza, caso conseguisse encontrá-los por perto. Nenhuma instrução a

mais foi fornecida aos participantes do curso.

Antônio foi escolhido para estar no grupo mais equipado, o A. Ele e

seus companheiros levaram pouco mais do que meia hora para construir uma

maravilhosa jangada. Um quarto de hora mais tarde, todo o grupo estava em

segurança do outro lado do rio. Com os pés enxutos, a equipe A observava

vitoriosa os colegas em sua luta desesperada.

Quase duas horas depois, o grupo B atravessava a correnteza. Há

muito tempo Antônio e sua equipe não riam tanto! O ponto alto foi quando a

tora e os dois tambores viraram com os gerentes financeiro, de computação, de

produção e o de pessoal. O melhor, entretanto, ainda estava por vir.

Nem mesmo o rugido das águas foi suficiente para sufocar o riso dos

oito homens enquanto o grupo C lutava contra a correnteza. Desesperados, os

integrantes desse grupo agarraram-se a um emaranhados de galhos, que se

movia rapidamente com o curso das águas. O auge da diversão foi quando

eles bateram em um rochedo, quebrando os galhos. Somente reunindo todas

as forças que lhe restava foi que o último membro do grupo C, o gerente de

logística, todo arranhado e com os óculos quebrados, conseguiu atingir a

margem, 200 metros rio abaixo.

Quando o líder do curso voltou, quatro horas depois, questionou:

“Então como se saíram?” O grupo A respondeu em coro: “Nós vencemos!

Atravessamos o rio em 45 minutos!” O instrutor, entretanto rebateu: “Vocês

devem ter entendido mal. Não foi pedido ao grupo que vencessem às custas

dos outros. A tarefa somente teria sido concluída com sucesso, caso as três

equipes tivessem atravessado o rio dentro das quatro horas”, reprovando a

atitude individualista e competitiva do grupo A.

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Foi uma lição definitiva para todos. Nenhum deles pensou em ajuda

mútua, muito menos em divisão de recursos (tambores, toras, corda e remos)

para atingir uma meta comum. Não ocorreu a nenhum dos grupos coordenar

esforços nem ajudar os outros. Assim, todos caíram na mesma armadilha. A

verdadeira participação só se daria se todos fizessem parte daquela ação, que

era de todos, enquanto atividade de formação e de treinamento. Porém,

naquele dia, todos os participantes aprenderam muito a respeito do trabalho

em equipe, participação conjunta, lealdade e da utilidade da “cultura do nós”

em lugar da cultura do eu/eles”, para uma convivência mais humana e a

construção coletiva de um mundo mais humano para todos. Somente a

participação, a solidariedade, o espírito de grupo e o trabalho coletivo, podem,

construir os seres humanos e a sociedade.

(AUTOR DESCONHECIDO)

(Distribuir o texto para leitura e reflexão do grupo).

Feita a leitura, o grupo poderá responder algumas questões sobre o assunto.

1. Qual a importância em ser solidário?

2. Qual a diferença em ser solidário? E individualista?

3. A partir da história lida, escrevam o que entendem por “cultura do eu” e

por “cultura do nós”.

4. Qual o significado para o grupo de participação e como podemos

desenvolver a participação em nossas escolas?

5. Qual a importância da participação na gestão escolar? Por quê, Para

quê?

Autonomia - O que é Autonomia? Etimologicamente, autonomia

representa a capacidade de definir para si as regras que conduzirão

suas próprias ações (RIOS, 1995, p. 15).

De acordo com LÜCK (2009, p. 128):

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A autonomia da gestão escolar é importante, pois possibilita aos seus

profissionais demonstrarem sua responsabilidade no fazer

educacional, agindo, inovando, tomando decisões conscientes e

comprometidas com melhores resultados.

A autonomia proporciona a liberdade do educador na caminhada do

trabalho pedagógico, desenvolvendo com responsabilidade e

comprometimento, buscando resultados que atendam as necessidades dos

educandos.

5º Encontro – Mês de Outubro

ATIVIDADE:

Ações desenvolvidas pelo Conselho Escolar na atualidade.

Pesquisas orientadas na Internet com sites anteriormente encontrados,

incluindo textos de jornais.

6º Encontro – Mês de Outubro

ATIVIDADE:

Retrospectiva e avaliação da pertinência dos assuntos trabalhados e

Produção de Texto sobre a temática do Conselho Escolar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R. F. Discutindo os limites, responsabilidades e a importância do conhecimento da legislação na gestão escolar. PDE. 2008

ABRANCHES, M. Colegiado Escolar: Espaço de participação da comunidade. São Paulo: Cortez, 2003.

BARROSO, J. Autonomia e gestão das escolas. Lisboa: Ministério da Educação, 1997.

BORDIGNON, G.; GRACINDO, R. V. Gestão da educação: município e escola. IN: FERREIRA, N. S. e AGUIAR, M. A. (Orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2001. 154p. BRASIL – Ministério de Educação a Distância. Salto para o Futuro, Construindo uma escola cidadã, projeto político-pedagógico. Brasília: SEED, 1996, ISBN.

BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor: Elaborado por Ignez Pinto Navarro. Brasilia: MEC, SEB, 2004.

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