SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE … · A leitura das imagens é uma necessidade do...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
LUCIANE MARIA DE OLIVEIRA
APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO DE IMAGENS VERBAIS E NÃO VERBAIS
MARINGÁ – PR2010
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
LUCIANE MARIA DE OLIVEIRA
APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO DE IMAGENS VERBAIS E NÃO VERBAIS
Trabalho Final - Artigo Científico apresentado à Secretaria de Estado da Educa-ção
– SEED como parte dos requisitos para a conclusão do Programa deDesenvolvimento Educacional – PDE (2010).
Orientadora IES: Profª Dra Sandra Maria C. S. Moser
MARINGÁ – PR2010
“APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO DE IMAGENS VERBAIS E NÃO VERBAIS”
Profª PDE: Luciane Maria de Oliveira ¹
Orientadora: Profª Dra Sandra Maria C. S. Moser ²
RESUMO
Neste artigo estarei apresentando os resultados do projeto “Aprendizagem De Língua Inglesa Por Meio De Imagens Verbais e Não Verbais”, que foi implementado na 5ª série do ensino fundamental, do Colégio Estadual Pedro II - em Umuarama - Pr, de Agosto a Dezembro de 2011. O material desenvolvido usa a linguagem verbal e não verbal com o objetivo de despertar a atenção dos alunos através de cores, sons, imagens e movimentos bem como despertar o interesse dos alunos pela aprendizagem da língua inglesa. O material foi desenvolvido em duas partes. Uma é para ser usado pelo professor e na TV Multimídia e a outra para os alunos. O material possibilitou ao aluno uma aprendizagem diferenciada e um ensino de Língua Inglesa mais significativo, estimulando o interesse do aluno e tornando a aprendizagem mais motivadora. O material se justificou para melhorar a qualidade de ensino e motivar os alunos na aprendizagem de língua inglesa.
PALAVRAS-CHAVE: Imagens Verbais e Não Verbais; Ensino/Aprendizagem; Língua Inglesa.
ABSTRACT
This article presents the results of the project "Learning English Through verbal and nonverbal Pictures," which was implemented in a class of 5 th grade at the State College Peter II - in Umuarama - Pr, from August to December 2011. The material developed used verbal and nonverbal language in order to arouse the students' attention through color, sounds, images and movements as well as stimulating the interest of students for the English language. The ma-terial was developed in two parts. One to be used by the teacher on Multimedia TV and the other for students use. The material brought to the students a differ -entiated learning and teaching of English language, more meaningful that stimu-
lated the student’s interest and made the learning process more motivating. The material is justified to improve the quality of education and motivate the stu-dents to the learning process of English language.
KEY WORDS: verbal and nonverbal images, teaching / learning; English.
_________________________¹ LUCIANE MARIA DE OLIVEIRA – Professora PDE. Habilitação em Letras pela Unipar - PR –Umuarama (1986). Especialização em Didática Geral pela IEDA (Instituto Educacional de Assis), Faculdade de Educação de Assis - Assis - SP (1998).Especialização em Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais pelo ESAP (Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação), Faculdade Iguaçu – Extensão em Umuara-ma – PR (2006). PDE pela SEED/UEM – Maringá − PR (2010/2011). Professora de Língua Portuguesa e LínguaInglesa, Rede Estadual de Ensino desde 1992; Rede Municipal a partir de 1984.
² SANDRA MARIA COELHO DE SOUZA MOSER – Orientadora. Graduação em Letras – Uni-versidade Estadual de Maringá (1976). Mestrado em Lingüística Aplicada − Universidade Esta-dual de Campinas (1995). Doutorado − Universidade do Estado de São Paulo (2003). Coorde-nadora do curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá. Professora Associada da Uni-versidade Estadual de Maringá. Membro da câmara departamental do Departamento de Letras da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino - Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professor, estratégias − leitura − língua estrangeira, abordagem − professor − prática, crenças − professo-res − formação e abordagem comunicativa − mudanças − ensino de LE.
INTRODUÇÃO
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCEs) colocam como
perspectiva para o ensino de línguas os gêneros textuais, porque isso amplia a
compreensão dos diversos usos da linguagem. O texto e a leitura são dois
elementos que não se realizam um sem o outro, podendo ser verbal ou não
verbal. Podem ser considerados textos uma figura, um gesto, um slogan, tanto
quanto um trecho de fala gravado em áudio ou uma frase em linguagem verbal
escrita. Conforme Bakhtin:
“Um discurso nasce de outros discursos e se produz para outro sujeito, sendo que esse outro é construído imaginariamente pelo sujeito autor” (apud MUSSALIN,2004, p.250).
Trabalhei com o gênero imagens verbais e não verbais. Acreditamos que
o trabalho com imagens, trouxe um novo atrativo para os alunos que se encon-
travam desmotivados e desinteressados na aprendizagem da língua inglesa
por não ver sentido em aprendê-la da maneira como ela estava sendo ensina-
da.
Atualmente o visual está muito presente em nosso meio, através de vári-
os tipos de textos, como por exemplo: outdoors, jornais, revistas, charges, etc.
Essa relação entre a imagem e o real dentro da sociedade em que o texto apa-
rece, é o que promove um referencial no momento da leitura. Ao interagir com
textos variados, o aluno percebeu a diversificação de significados obtendo um
conhecimento de mundo e permitindo um novo modo de ver a realidade tornan-
do a aula de língua estrangeira um espaço de construção de sentidos, dando
condições de ler nas entrelinhas.
A exploração de imagens na sala de aula foi muito importante, pois pro-
porcionou ao aluno uma melhor compreensão na leitura dos textos, principal-
mente aquelas que representam ações, como descreverei neste artigo na im-
plementação do material.
A linguagem audiovisual tem a capacidade de despertar a atenção dos
indivíduos através de cores, sons, imagens e movimentos. A TV Multimídia sur-
ge como uma ferramenta que pode vir a desenvolver experiências críticas e
oportuniza uma aprendizagem visual, possibilitando a inserção de práticas de
aprendizagem diferenciadas para o ensino de língua Inglesa, contemplando a
diversidade regional. A geração atual está familiarizada com os recursos que a
tecnologia propicia e interagem facilmente com a linguagem audiovisual, pois
podem ter acesso a ela a todo o momento e em qualquer lugar. Os alunos ad-
quirem muitas informações provenientes dos meios de comunicação no dia a
dia, ficando assim claro, a necessidade de mudanças nas práticas pedagógicas
no cotidiano escolar.
No decorrer do ensino fundamental, é necessário definir claramente as
características do oral a ser ensinado, só assim, podemos construir um objeto
de ensino aprendizagem. Essa construção foi muito importante para
estabelecer um procedimento de ensino do texto oral comparando ao do texto
escrito.
Comunicamo-nos por uma infinidade de signos que dão sentido às ima-
gens, sons, cheiros, gestos, símbolos, sinais de trânsito. O hipertexto é uma
nova linguagem que contribui para o cidadão desenvolver a capacidade de
analisar, estabelecer relações, sintetizar e avaliar. O uso das linguagens não
verbais estimulou a percepção, e foi de grande importância no processo de
aprendizagem. A leitura das imagens é uma necessidade do mundo moderno.
Diante da grande importância de se aprender o inglês no mundo atual, é
necessário que o aluno compreenda melhor o uso da Língua Inglesa e seu
significado literário, principalmente na tecnologia, que se faz muito presente
nos dia de hoje.
O uso de imagens na sala de aula são espaços de comunicação em que
as palavras e não palavras orientam as relações entre indivíduos permitindo
um conjunto de mensagens que são absolvidas de maneira consciente ou
inconsciente estimulando o interesse do aluno pela língua inglesa, tornando a
aprendizagem um aspecto mais motivador, possibilitando também como
espaço de formação para cidadania e assim, melhorando a qualidade de
ensino.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Afirma Goethe que “olhar apenas para uma coisa não nos diz nada.
Cada olhar leva a uma inspeção, cada inspeção a uma reflexão, cada reflexão
a uma síntese, e então podemos dizer que, com cada olhar atento, estamos
teorizando”. (Goethe apud Leite, 1998, p. 40).
As maneiras de se educar devem ser exploradas pelo professor, para
que o aluno possa se informar e interagir ao ler uma imagem, reconhecendo e
provocando interpretações variadas com um olhar influenciado pelo contexto
sócio, político, ideológico e cultural em que o aluno se organiza observador.
Desta forma, o professor provocará o aluno a desenvolver um olhar hipertextual
sobre as imagens e o mundo, de acordo com a perspectiva Bakhtidiana.
Nesse sentido, buscamos por uma educação, pautada na hipertextualidade e
permeada por manifestações caracterizadas pela interatividade, não
linearidade, heterogeneidade e intertextualidade (entendidas como versões do
dialogismo e da polifonia de Bakhtin). Como proposta para o trabalho com
imagens o olhar hipertextual se insere numa concepção de educação mais
dialógica e deve se constituir, portanto, num processo criativo de produção de
significados. O ensino de língua estrangeira entende como uma prática social
visando o processo de construção de sentidos e sua relação com diferentes
aspectos da aprendizagem como: cenas de filmes, utilizando a TV multimídia,
entre outras práticas.
Pelas Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para a Educação
Básica do Paraná, (2008) “a língua se apresenta como espaços de construções
discursivas, indissociável dos contextos em que ela adquire sua materialidade,
inseparável das comunidades interpretativas que a constroem e são
construídas por elas”.
Como a linguagem audiovisual tem a propriedade de propagar uma
enorme quantidade de informação sob os mais variados gêneros, a tecnologia
está permitindo que as pessoas interajam mais e melhor umas com as outras,
tornando-se capazes de produzir informações contendo movimento, texto e
som. Nessa perspectiva, Amaral (2003) (apud Nakashima in Pesquisas em
Educação, Comunicação e Tecnologia - ETD Educação Temática Digital, 2006),
reforça essa ideia afirmando que:
“Um questionamento sobre a relação ensino-aprendizagem deve considerar todas essas modificações presentes na realidade social, na qual as crianças em idade escolar encontram-se inseridas, para que novas metodologias mais convincentes e atraentes sejam criadas. O objetivo deve ser, portanto, fazer com que os recursos disponibilizados pelas novas tecnologias da informação e da comunicação contribuam para a reflexão e desenvolvimento do espírito crítico, quebrando as barreiras entre espaço escolar e o mundo exterior, integrando-os de forma consciente e enriquecedora. Até mesmo a simples transmissão de informações pode ser feita mais ativamente, com recursos de animação e de som, desenvolvendo novas formas de lidar com o conhecimento disponível”. (AMARAL, 2003 apud Nakashima 2006).
Uma figura, um gesto, um slogan, um trecho de fala gravado em áudio
ou uma frase em linguagem verbal escrita podem ser considerados textos,
porém é preciso entender que para que os sentidos desses textos sejam
reconhecidos como válidos por determinada comunidade, é necessário
também considerar o contexto e o momento histórico em que foram
produzidos. Acredita-se que essa visão é muito importante para os professores
que trabalham com o ensino de línguas. O trabalho com os gêneros pode
ocasionar a construção dos significados e o ajuste discursivo nas práticas
socioculturais desenvolvendo assim, uma consciência mais crítica diante dos
textos, fazendo-os refletir sobre valores e crenças que estão por trás dos
discursos, pois a linguagem pode apresentar significados que vão além do
efeito comunicativo imediato. Como diria MARCUSCHI (2007, p. 09)
(...) a contribuição para um melhor conhecimento do uso da língua, partindo do princípio de que são os usos que fundam a língua e não o contrário, falar ou escrever bem não é ser capaz de adequar-se às regras da língua, mas é usar adequadamente a língua para produzir um efeito de sentido pretendido numa dada situação. Portanto é a intenção comunicativa que funda o uso da língua e não a morfologia ou a gramática. Não se trata de saber como se chega a um texto ideal pelo emprego das formas, mas como se chega a um discurso significativo pelo uso adequado às práticas e à situação a que se destina.
Essas questões são amplamente compartilhadas pelas DCEs/LE (2006).
Em seus fundamentos teórico-metodológicos, ancorados nos pressupostos da
pedagogia crítica, do sócio - interacionismo de Vygotsky e do Círculo de
Bakhtin, este documento entende que:
(...) a escolarização tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para que não apenas assimilem o saber como resultado, mas aprendam o processo de sua produção, bem como as tendências de sua transformação. A escola tem o papel de informar, mostrar, desnudar, ensinar regras, não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser modificadas. (DCEs/LE, 2006, p. 28).
Por esta razão é que se acreditou no desenvolvimento de um trabalho
baseado nos gêneros, uma vez que se entende que os gêneros organizam
nossa fala e, através deles, aprendemos a moldar essas falas às formas do
gênero. Segundo Bakhtin, “se não existissem os gêneros e se não os
dominássemos, se fossem criados sempre pela primeira vez em cada
conversa, a comunicação verbal seria quase que impossível” (DCEs/LE, p. 45).
Enfim, torna-se essencial repensar como essas questões estão sendo
consideradas por professores e alunos em suas aulas de língua. Há, portanto,
a necessidade de se criar um ambiente interativo na escola em que as várias
vozes se façam ouvir para que se atenda ao que Bakhtin preconiza:
(...) toda enunciação envolve a presença de pelo menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso individual, no sentido de que todo discurso se constrói no processo de interação e em função de outro. E é no espaço discursivo, criado na relação entre o eu e o tu, que os sujeitos se constituem socialmente. É no engajamento discursivo com o outro que damos forma ao que dizemos e ao que somos. Daí a língua estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar o contato com outras formas de conhecer, com outros procedimentos interpretativos de construção da realidade. (DCEs/LE, 2006, p.29).
DESENVOLVIMENTO
O projeto foi desenvolvido e implementado de agosto à dezembro no
Colégio Estadual Pedro II de Umuarama, Paraná. O tema do projeto,
“Aprendizagem de Língua Inglesa por meio de Imagens Verbais e não Verbais”,
envolveu toda a tecnologia presente em nosso dia-a-dia, com o objetivo de
despertar o interesse dos alunos pela língua inglesa. O corpo docente recebeu
muito bem minha proposta, principalmente por acharem diferente, colorida e
atrativa. Com imagens, o ensino de língua inglesa se torna mais atraente e
prazeroso, mesmo quando o aluno não tem conhecimento de vocabulário, pois
é possível fazer uma leitura do texto visual e adquirir conhecimento e
concepções de mundo.
LAJE (1987) afirma que a palavra e a imagem misturam-se, completam-
se, modificam-se e justificam-se. Faz-se necessário entender como se proces-
sa a informação nas formas de comunicação de nossa época, até porque uma
imagem pode conter informação que não cabe em mil palavras e uma palavra
pode resumir o conhecimento de mil imagens (LAJE, 1987, p. 7 apud ILARDI,
1999, p. 107). Sendo assim, o que possivelmente se descobre através de uma
imagem pode estar contido num texto escrito por amplo vocabulário. A geração
atual de alunos está familiarizada com os recursos que a tecnologia proporcio-
na e interagem facilmente com a linguagem audiovisual, pois podem ter acesso
a ela a todo o momento e em qualquer lugar. Os alunos assimilam muitas infor-
mações provenientes dos meios de comunicação no dia a dia, ficando assim
evidente, a necessidade de mudanças de práticas pedagógicas no cotidiano
escolar.
É nessa perspectiva que se desenvolveu o projeto que é objeto de relato
deste artigo, ou seja, na experimentação de novas metodologias através da lin-
guagem audiovisual que possam não só despertar o interesse e motivação dos
alunos, mas também ajudá-los na construção de significados e identidade, en-
fim na sua formação como cidadão.
A motivação para a aprendizagem ocorre como resultado de uma combi-
nação de influências distintas e que provêm do interior do aluno, ou seja, o inte-
resse pela atividade, e outras externas, isto é, pela influência de outras pesso-
as.
Segundo Luciana Platero, “a motivação deixa tanto o ensino quanto a
aprendizagem mais fáceis, prazerosos e produtivos”.
O primeiro meio tecnológico de comunicação audiovisual foi o cinema
que completou cem anos em 1995. A partir dele, o mundo se encheu de recur-
sos audiovisuais, tais como a TV, o vídeo e os multimeios levando mensagens
que contagiam com sua linguagem, provocando as mais variadas emoções.
Para José Manuel Moran:
“Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos.Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços en-tre o que estava solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo con-texto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. Aprende-mos quando descobrimos novas dimensões de significação. Aprende-mos quando interagimos com os outros. Aprendemos pelo interesse, necessidade. Aprendemos pelo prazer, porque gostamos de um assun-to, de uma mídia, de uma pessoa”. (Moran, 1991).
A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, do imediato, próxi-
mo, que toca todos os sentidos. Mexem com o corpo, com a pele, as sensa-
ções e os 7 sentimentos – nos tocam e “tocamos” os outros. Estão ao nosso al-
cance através dos recortes visuais, do close, do som estéreo envolvente (Mo-
ran, 1991).
Antes de iniciar, apresentei como e de que forma seria desenvolvido o
meu projeto. Diante disso, questionaram o que seria “PowerPoint” e que era le-
gal por acharem interessante e diferente.
Dando início ao trabalho com os alunos, comecei a discussão sobre o
que eles pensam que sejam imagens verbais e não verbais. Cada unidade
temática tem um ou mais textos visuais para explorar a leitura. Partindo do
conteúdo estruturante, foram propostas atividades que possibilitassem o
conhecimento através de textos verbais e não verbais. Por meio de atividades
diversificadas, foram abordados vários gêneros textuais. Esse conteúdo
sempre é trazido pelos livros didáticos sem muito interesse, às vezes numa
atividade que foi estruturada para ensinar determinado conteúdo perdendo
assim, um pouco a originalidade. E com a nossa proposta os conteúdos foram
apresentados de forma mais atrativa, levando os alunos a participarem mais
das aulas.
Na primeira unidade, foi apresentado uma imagem que mostrava as co-
res e o alfabeto em confetes, na sequência tiveram o conhecimento da história
do produto, que despertou bastante interesse neles. Como primeira atividade,
eles juntaram as cores primárias para descobrir que cor formaria e fizeram uma
cruzadinha com as mesmas. Foi grande o interesse e a participação dos alunos
pela aula. Questionamentos dos alunos durante a aula:
─ É bolinha!!! (Ao fazerem o 3 círculos para juntarem as cores.)─ Parece bordô!!!─ É azul claro?─ Professora, eu já sei que cor vai dar no meio!!!─ Professora, como é que escreve “bordô” em inglês?
Continuando a unidade, pronunciaram o alfabeto por meio de música e
o nome deles, gostando muito desta atividade. Finalizando esta unidade, cria-
ram uma imagem verbal e não verbal.
Para Iniciar a segunda unidade, observaram uma imagem de balões
coloridos, revisando as cores e destacando o tipo de meio de transporte,
principalmente quando aprenderam as palavras: “Trem Bala” e “Bondinho”.
Participaram e gostaram muito, pois opinaram sobre os tipos de
transportes e quais inventariam como está citado abaixo:
─ Mochila a jato!!!─ Tênis com turbo!!!─ Duas asas!!!─ Um robô!!!─ Patinete a jato!!!─ Carro elétrico!!!─ Tênis a jato!!!
Também relatando o que sentiram ao ver um balão:
─ Medo!!!─ Solidão!!!─ Felicidade!!!─ Tristeza!!!─ Alegria!!!─ Tédio!!!─ Perigo!!!
Esta unidade termina com um caça-palavra, a qual participaram com
muito interesse.
Na terceira unidade, visualizaram uma imagem de maçãs para introduzir
as frutas em inglês, ressaltando as vitaminas e sua importância para nosso
organismo. No decorrer da aula, puderam descobrir frutas que não conheciam,
despertando grande interesse pelas mesmas, veja abaixo:
─ O que é “kiwi”?─ O que é “cherry”?─ Coloque o slide das frutas para nós vermos de novo!!!
Concluimos a unidade com uma cruzadinha e dominó das frutas. Os
alunos participaram com muita competitividade dessas atividades realizada
através de jogos.
A próxima atividade foi iniciada com dois vídeos e a imagem do Big Ben
exibindo as horas que despertou grande interesse e curiosidade:
─ Nossa!!! Como é que escuta!!!─ Nossa!!! Quantas escadas!!!─ E depois prá descer? ─ ETA!!! Olha, quanta gente!!!─ A contagem regressiva!!!─ Bonito, né ?─ Foi a inauguração da roda gigante!─ Ele tem esse nome porque é grande!
Dando continuidade à imagem, foi apresentado a história do Big Ben, o
surgimento do relógio, das horas e os tipos de relógios que existiram. Fechan-
do a unidade, fizeram exercícios sobre as horas, confeccionaram um relógio de
sol exibindo em uma exposição, como mostra a foto abaixo.
Exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos
Na quinta unidade, finalizei o projeto mostrando imagens e vídeo de lixo
reciclável, as categorias das latas de lixos e a tabela de reciclagem por materi -
al. Descobriram a importância de reciclar e o que se pode fazer com o material
reciclado. Nessa unidade os alunos forma muito conscientes e criativos nas
discussões.
A troca de experiência junto ao GTR
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) é constituído por professores da
rede estadual de educação para proporcionar uma troca de experiência, auxili-
ando no enriquecimento das aulas. Este curso de capacitação on-line é ofereci -
do aos docentes como formação continuada. Eles participam estudando, anali-
sando e contribuindo na implementação do projeto do professor pde.
As atividades foram discutidas e compartilhadas por vários professores
de Língua Estrangeira. A colaboração desses profissionais foi essencial para o
desenvolvimento e implementação do nosso projeto. As atividades iniciaram
com a leitura do projeto e socializados através de discussões e contribuições
postadas nos fóruns e diários da plataforma Moodle3.
Após a leitura do projeto foram debatidas questões sobre a linguagem
audiovisual. Trago aqui alguns excertos desse momento:
Uma participante do Grupo de Trabalho em Rede mencionou que:
“O trabalho com as diferentes formas de linguagem nos possibilita desenvolver nos alunos os eixos que contemplamos: leitura, oralidade e escrita como reflexão da prática social, analisando o mundo atual pode conseguir fazer o aluno entender que ele faz parte desse processo de construção da linguagem através do conhecimento e leitura de mundo que carregam em si através das experiências vivenciadas por ele no meio em que vive.”(Participante-GTR-2010)
Na temática 2, fizeram a leitura da sequência didática e uma participan-te do GTR comentou:
“A produção didático-pedagógica está em total consonância com o pro-jeto e também com o que dita as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para Língua Estrangeira Moderna. Desperta a atenção dos alu-nos pois é de fácil compreensão, mas sem "baratear" o estudo da lín-gua inglesa. Contempla todo tipo de exercícios e trabalhos que se po-dem realizar na sala de aula: exercícios escritos (writing), falados (spe-aking), lidos (reading), ouvidos (listening) e concomitantemente o uso da linguagem verbal e não-verbal (imagens).”(Participante-GTR-2010)
Outras participantes no fórum de discussão comentaram:
“O material produzido é muito bom, pela riqueza de imagens, pelas in-formações que serão repassadas para os alunos e também pelas solici-tações de atividades feitas, que está de acordo com a série onde será feita a implementação. O uso das imagens chama a atenção, bem como os vídeos que serão apresentados, que além de motivar, serve para treinar a audição e a própria oralidade.” (Participante-GTR-2010)
“Parabéns pelo trabalho proposto na produção didático pedagógica. É excelente, dinâmico e bem elaborado. As questões, como cruzada, pin-tar, completar e traduzir fazem com que o educando se relacione com a língua inglesa de forma prazerosa.”( Participante-GTR-2010)
Na temática 3 encerramos com o professor escolhendo uma das unida-
des da produção didático-pedagógica, para aplicar em sua escola. Uma partici-
pante justificou:
“Gostaria de afirmar que a proposta de implementação muito tem me ajudado na preparação das aulas de EJA. O livro didático adotado aqui no CEEBJA há muita leitura visual, a oralidade é muito aguçada. O professor é levado a buscar atividades para complementar o material. Com este GTR tive várias ideias para trabalhar com meus alunos.” (Participante-GTR-2010)
As docentes, participantes do GTR, enviaram colaborações mencionan-
do que “os textos apresentados no projeto são pertinentes à Educação Básica
no que diz respeito às Diretrizes Curriculares Estaduais, uma vez que estas re-
gistram que as aulas de LE se configuram como espaços de interação entre
professores e alunos e pelas representações e visões de mundo que revelam
no dia a dia. Sendo de suma importância esse estudo já que as DCEs estão di -
recionadas para essa discussão, levando em consideração que a língua não é
algo estático, mas que está em constante transformação”.
As participantes do grupo encionaram ainda que, nós, professores, “devemos
trabalhar a partir do conteúdo estruturante (o discurso como prática social) às
práticas de oralidade, leitura e escrita de forma contextualizada e simultânea,
não dividindo as habilidades, mas sim integrando-as”.
Finalizando, segundo as participantes desse curso on-line, o GTR foi
uma oportunidade de aprendizagem e interação. Foi considerado de grande im-
portância e valia, pois tornou possível enriquecer o processo ensino/aprendiza-
gem e reavaliar a nossa prática em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino e a aprendizagem com o gênero imagens verbais e não ver-
bais trouxe um novo atrativo para os alunos estabelecendo situações que pro-
movam atividades significativas de leitura levando-os à compreensão, constru-
ção de sentido, reflexão e atitude responsiva sobre textos. Os professores de-
vem focar o ensino da leitura e da interpretação das diferentes linguagens no
sentido de prática social e cultural, de forma que os alunos internalizem sua
aprendizagem como meio para ampliar sua visão da realidade, de mundo e
como meio de prazer em momentos de lazer. Então, para isso, precisamos pro-
porcionar o acesso às diferentes leituras e ao mesmo tempo aproveitar as ex-
periências individuais e sociais dos educandos, para iniciar sua prática enfo-
cando a linguagem verbal através da utilização dos diversos gêneros existentes
e a linguagem não verbal, através de imagens, sons, gestos, movimentos e ou-
tros sistemas de produção de sentido. Como a leitura e a interpretação são pro-
cessos de interação entre o texto e leitor ativo, se pressupõe a existência de
um objetivo a dirigi-la ou uma finalidade a ser alcançada: lazer e fruição, infor -
mação, instrução, confirmação de conhecimento prévio, pesquisa para realiza-
ção de trabalhos orais, escritos, artísticos ou outros. E, são as interpretações
que se efetivam durante a leitura que levam à conclusão sobre o texto, suprin-
do a finalidade de sua leitura. É relevante que os alunos alcancem também, a
compreensão de que podem seguir sozinhos, porque a leitura e a interpretação
realizadas na escola, com a ajuda do professor, serão convertidas, mais tarde,
em leitura e interpretação próprias.É importante que o aluno saiba que toda e
qualquer linguagem veiculada socialmente deve ser analisada criteriosamente,
porque pode levar à mudança de valores e atitudes, tanto individuais como so-
ciais. São meios importantíssimos de comunicação e informação, capazes de
tornar os cidadãos cientes de sua capacidade de interagir em seu meio e de
sua responsabilidade quanto à construção de sua história.
A tecnologia tomou crescimento desenfreado e a cada dia novas tecno-
logias surgem no mercado. Dos desenhos nas cavernas, passamos ao texto
manuscrito e deste ao texto impresso, e hoje vamos além, podemos transferir
para a memória de nossos computadores a tarefa de armazenar informações,
juntando diferentes formatos com o texto, som, imagem estática e em movi-
mento. Todo novo é desafiador e cada avanço tecnológico vem acompanhado
pelo mesmo medo que nossos ancestrais foram acometidos quando tiveram
que aderir, a exemplo, a escrita quando o homem se comunicava oralmente.
Assim como a tecnologia e a ciência estão em desenvolvimento, o indivíduo
necessita fazer parte dessa transformação.
Na educação, o quadro não difere e a cada aula sentimos esse avanço.
As práticas de ensino adotadas há séculos atrás deram lugar à interatividade
de professor/aluno. O que antes era o professor como “o detentor do saber”,
hoje é o professor visto como “o facilitador do saber”. Continuar no quadro de
professor como autoridade da sala de aula é assinar antecipadamente o resul-
tado de fracasso profissional, medo pelo qual ainda passam alguns professores
a cada ano.
Pesquisar é essencial, mudar é preciso, transformar as práticas pedagó-
gicas se faz necessário a cada impossibilidade de aprendizado constatada. Os
nossos alunos já se iniciam no processo de aprendizagem muito antes de en-
trarem na sala de aula. O conhecimento de mundo tem aumentado a cada
nova geração, ao meio de toda essa transformação que o mundo vem sofren-
do. Jogos eletrônicos e brinquedos que hoje falam com as nossas crianças de-
senvolvendo seu intelectual, tomaram o lugar de brinquedos simples muito ex-
plorados alguns anos atrás. Ter consciência de que tudo isso ocorre no hoje e
reflete no amanhã, e buscar melhorar enquanto sujeitos em desenvolvimento,
faz de nós, seres humanos críticos e diferentes em atitudes e opiniões.
Conclui-se, através desta pesquisa, que a técnica de leitura visual reflete
no aprendizado dos alunos, instigando sua criatividade para a leitura que ela
apresenta. É um processo lento, que exige paciência e perseverança e que, se
adotado, poderá fazer grande diferença na aprendizagem de língua inglesa
desde que trabalhado com objetivos.
REFERÊNCIAS:
LEITE, Miriam L. Moreira. Texto Visual e Texto Verbal. In: FELDMAN-BIANCO, Bela e LEITE, Miriam L. Moreira (orgs.). Desafios da imagem. Fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas, SP: Papirus, 1998.
JOLY, BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
SCHNEUWLY BERNARD e JOAQUIM DOLZ. Gêneros Orais e Escritos na Escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.
Amaral (2003) (apud Nakashima in Pesquisas em Educação, Comunicação e Tecnologia - ETD Educação Temática Digital, 2006).
FREITAS M. Vygotsky e Bakhtin - Psicologia e Educação: um intertexto, São Paulo, SP: Ática, 2003.
MARCUSCHI l. Da fala para a Escrita - Atividades de retextualização. São Paulo, SP: Cortez, 2007.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares Estaduais de Línguas EstrangeirasModernas para a educação básica. Curitiba: SEED, 2008.