SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE … · 2011-08-13 · intencionalidade, o modo como...

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO PROJETO FOLHAS FEVEREIRO-2008 NRE: IBAITI MUNICÍPIO: PINHALÃO NOME DO PROFESSOR(a): Maria de Fátima Barbosa Nogueira E-MAIL: [email protected] FONE: (43) 35691116 SÉRIE: 3º Ano do Ensino Médio DISCIPLINA: Língua Portuguesa CONTEÚDO ESTRUTURANTE: O discurso enquanto prática social CONTEÚDO ESPECÍFICO: A argumentação TÍTULO: A Argumentação é uma arte? PALAVRAS-CHAVE: Linguagem - Texto - Argumentação – Leitura- Compreensão NOME DO CO- AUTOR: Vladimir Moreira NOME DO CO-AUTOR 2: Maria do Rocio Ramos - RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR 1: Filosofia RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR 2: Sociologia

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIOPROJETO FOLHASFEVEREIRO-2008

NRE: IBAITI MUNICÍPIO: PINHALÃO

NOME DO PROFESSOR(a): Maria de Fátima Barbosa Nogueira

E-MAIL: [email protected]

FONE: (43) 35691116

SÉRIE: 3º Ano do Ensino Médio

DISCIPLINA: Língua Portuguesa

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: O discurso enquanto prática social

CONTEÚDO ESPECÍFICO: A argumentação

TÍTULO: A Argumentação é uma arte?

PALAVRAS-CHAVE: Linguagem - Texto - Argumentação – Leitura- Compreensão

NOME DO CO- AUTOR: Vladimir Moreira

NOME DO CO-AUTOR 2: Maria do Rocio Ramos -

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR 1: Filosofia

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR 2: Sociologia

ARGUMENTAR? OU...? NÃO

ARGUMENTAR?

CAROS ALUNOS, ARGUMENTAR É UMA ARTE?

O que é argumentar? Você sabe?

Para CARNEIRO (2003)

O discurso argumentativo confunde-se com a própria história da democracia. Desde a época em que os sofistas (séc. V e IV a.C.), dentre os quais se destacaram Protágoras e Górgias, mestres da retórica e da oratória, sustentavam a necessidade de se ensinar a arte da argumentação àqueles que participavam da vida política.

CARO ALUNO, VOCÊ JÁ TENTOU CONVENCER ALGUÉM DE ALGUMA COISA?

ACREDITAMOS QUE SUA RESPOSTA FOI POSITIVA. ASSIM, REGISTRE EM POUCAS LINHAS O QUE FOI QUE VOCÊ ARGUMENTOU?

Caro aluno, quais foram as razões, ou seja, os argumentos persuasivos utilizados por você para convencer esse alguém de alguma coisa?a) Registre-os. b) Responda: Por que argumentamos com alguém sobre alguma coisa?

Pesquise no dicionário o significado da palavra persuasão, depois, responda:Todos os textos buscam persuadir?

CONTINUANDO...

nente: Maria de Fátima Barbosa

Nogueira

Antes de realizar a pesquisa acima solicitada, é preciso compreender o que seja texto para alguns autores: 1. Para GUIMARÃES (2006), Em sentido amplo a palavra texto designa um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno.

2. Para o lingüista GERALDI (1995,98): [...] um texto é o produto de uma atividade discursiva onde alguém diz algo a alguém.

4. Em BAKTHIN (1992, p.305): Texto é a realidade imediata (realidade do pensamento e das vivências), a única da qual podem provir essas disciplinas e esses pensamentos. Onde não há texto não há objeto de pesquisa e pensamento. 3. As DCEs(Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná - 2006) utilizando-se da fala de Faraco define texto:

Os conceitos de textos e de leitura não se restringem, aqui, à linguagem escrita; abrangem, além dos textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem), percebendo seu chão comum (são todas práticas sociais, discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de significados) (FARACO, 2002, p.101).

Atividade:Pesquise o conceito de texto em mais dois autores:1. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PÁGINA DOS SIGNIFICADOS:1. artes visuais:

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. semiologia:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. infográfica:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Observe que o conceito moderno de texto vai além dos que são escritos.

Aqui você vai trabalhar com alguns textos que

pertecem ao universo dos gêneros textuais.

A escola pública, na pessoa do professor de Língua Portuguesa, assume a tarefa solitária na produção de textos, por isso, em muitos casos fracassamos. Conforme o que disse CITELLI, a produção textual deve estar fundamentada na intertextualidade e na interdiscursividade, com uma visão multidisciplinar. É preciso que as disciplinas do currículo escolar público busquem esta interatividade, que é fundamental para a eficácia do ato do bem falar, ler e do bem escrever de uma comunidade escolar, principalmente, quando tratamos da argumentatividade, que é um tipo textual, que não é novo, mas é atual. A argumentatividade está presente em todas as esferas do conhecimento humano, esse tipo textual pode estar inserido nos mais diversos gêneros textuais.

Para falarmos de argumentação precisamos entender o

que são tipos e gêneros textuais. O que difere os gêneros

textuais dos tipos textuais?

Para OLIVEIRA (2007)

O que é falado, a maneira como é falado, a forma que é dada ao texto

são características diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de

comunicação em nossa vida social são inúmeras, inúmeros são os

gêneros textuais: bilhete, carta pessoal, carta comercial, telefonema,

notícia jornalística, editorial de jornais e de revistas, horóscopo, receita

culinária, texto didático, ata de reunião, cardápio, palestra, resenha crítica,

bula de remédio, instruções de uso, e-mail, aula expositiva, piada,

romance, conto, crônica, poesia, verbete de enciclopédia e dicionários,

etc. (...)

Os textos independentemente dos gêneros a que pertencem, se

constituem de seqüências com determinadas características lingüísticas,

como classe gramatical predominante, estrutura sintática; predomínio de

determinados tempos e modos verbais, emprego de vocativo, etc. Assim

dependendo dessas características temos os diferentes tipos verbais.

Como já vimos, os gêneros textuais são inúmeros, dependendo da função

de cada texto e das diferentes situações comunicacionais. O mesmo não

acontece com os tipos textuais, que são poucos: narrativo, descritivo,

argumentativo, explicativo ou expositivo, injuntivo ou instrucional e

preditivo.

ETC

INSTRUÇÕES

POESIA

TIRA

PROPAGANDA

CHARGE

RECEITA

VERBETE ATA

EDITORIAL

CARTA

BULA

ROMANCE

CRÔNICA

CONTO

PIADA

E-MAIL

GT

GÊNEROS TEXTUAIS

AR

PREDITIVO

EXPLICATIVO OU EXPOSITIVO

INJUNTIVOOU

INSTRUCIONAL

DESCRITIVO

NARRATIVO

ARGUMENTATIVO

TIPOS TEXTUAIS

TIPOS TEXTUAIS

Vamos lá!Eu percebi que o texto argumentativo está dentre os tipos, uma charge ou uma piada são gêneros textuais, mas podem apresentar elementos argumentativos? É isto que eu quero ver.

Agora que você já sabe o que é texto? O que é gênero textual? E o que é tipo textual?Podemos seguir em frente? O que você aprendeu?

TESTANDO OS SEUS CONHECIMENTOS...

Quero participar da conversa e dizer que todos os textos de uma forma ou de outra tentam nos convencer de algo. Uns mais outros menos. Sendo assim, a charge é um texto altamente persuasivo, que se utiliza da ironia para nos convencer de que há algo no discurso que deve ser esclarecido. Geralmente, neste gênero a imagem fala mais que as palavras.É um gênero muito utilizado para questionar e ironizar fatos políticos ou sociais.

E por falar em charge, leia alguma coisa sobre esse gênero textual.

''Charge'' é um estilo de [[ilustração]] que tem por finalidade [[Sátira|satirizar]], por meio de uma [[caricatura]], algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem [[França|francesa]] e significa ''carga'', ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo ''burlesco''. Muito utilizadas em críticas políticas no Brasil. Apesar de ser confundido com ''[[cartoon]]'' (ou cartum), que é uma palavra de origem inglesa, é considerado como algo totalmente diferente, pois ao contrário da charge, que sempre é uma crítica contundente, o cartoon retrata situações mais corriqueiras do dia-a-dia daMais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e da sátira. Para entender uma charge não precisa ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar por dentro do que acontece ao seu redor. http://www.pt.wikipedia.org/w/index.php?title=charge&action=edit, acesso em 03/01/08.

Observe a charge da professora Rosilene do município Pinhalão, do

CONTINUANDO...

RE... O QUÊ?...REELEIÇÃO NÃO!

NEM PENSAR!!!

O DISCURSO E O CONVENCIMENTO.

REEXC... EXCELÊNCIA E QUANTO ÀS ELEIÇÕES...REELEIÇÃO EXCELÊNCIA? O POVO QUER SABER.

Para a leitura de um texto, principalmente uma charge, é preciso entendermos o que a teoria da enunciação nos diz. Esta teoria tem como precursor Mikhail Bakhtin, é ela que fundamenta as DCEs do Paraná. A enunciação se dá quando o enunciador e o enunciatário se interagem num enunciado. Bakhtin define que a enunciação tem a natureza social, é ideológica, é o evento único capaz de produzir enunciado. As condições de produção de enunciado são: tempo, lugar, papéis representados pelos interlocutores, imagens recíprocas, relações sociais, objetivos visados na interlocução, são constitutivas do sentido do enunciado. Enunciado é a manifestação de uma frase, levando-se em conta o contexto em que ocorreu. Quando os interlocutores interagem num texto, buscando o enunciado, levam para o texto seus conhecimentos, sua ideologia, seus conceitos e preconceitos, a intencionalidade, o modo como é dito. Então, ocorre a enunciação. Que nada mais é que o processo discursivo, levando em conta o contexto de produção, a situação de produção do texto e as relações existentes entre o enunciador e o enunciatário.

Já sei. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. É na relação entre os interlocutores que se constroem a significação das palavras, é construído também o sentido do texto pelos próprios sujeitos.

no m

omen

to d

a C

oleg

a,

você

en

tend

eu

tudo

di

reiti

nho.

Ago

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Para

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qu

e sa

ber

o qu

e es

tava

se

pass

ando

no

mom

ento

da

prod

ução

.

a) Analise a charge acima, descubra quais são as marcas de argumentatividade que

sua autora utiliza para persuadir o leitor a compartilhar da opinião dela.

b) Fale da eficácia da imagem da charge como elemento argumentativo do autor sobre

o assunto.

c) A chargista utilizou-se da argumentação para nos convencer de que:( ) O entrevistado disse a verdade, ele não quer se reeleger.( ) Ele disse uma coisa e pensa outra.

d) Na nossa língua vários são processos para formação de palavras. No meio político brasileiro, palavras são inventadas para justificar atos e fatos inexplicáveis. A chargista se utilizou de uma expressão “REEXC”, quando iniciou a fala da repórter com o entrevistado.

• Você pode afirmar que isto foi proposital? • A expressão “REEXC” tem peso argumentativo de oposição à resposta do

entrevistado? • Dê um palpite, qual é a palavra que ela pretendia inventar?• Explique qual é o significado do prefixo “re” na Língua Portuguesa.

e)Analise e responda as questões abaixo: • O significado da expressão “EXCELÊNCIA” tem relação com a atividade

laboral do entrevistado?• A palavra “EXCELÊNCIA” tem sexo ou gênero? Está de acordo com o

sexo do entrevistado? Por quê?• A palavra “EXCELÊNCIA” está substituindo o nome da personagem da

charge. Uma única classe gramatical tem esta função. Qual é a classe de palavra que substitui o nome ou se relaciona com ele?

• “EXCELÊNCIA” se refere a que pessoa do verbo?

Caro aluno,observe que a charge foi escrita em um dado momento, em que os políticos estavam preocupados com a sucessão presidencial. Isto porque, no Brasil, se encontra em vigor uma lei que impossibilita a reeleição a cargos executivos pela segunda vez. Naquele momento, em meados de 2007, pensou-se até em mudar a lei. O que não está descartado, porque essa possibilidade é latente no meio político.

Caro estudante, o que você aprendeu?Eu posso dizer que o enunciado da charge foi compreendido pela interação da autora comigo e com você. Eu percebi que o entrevistado quer ser Presidente novamente. Isto foi percebido pelos seus dedos cruzados. O que eu não sabia é que ele não pode se reeleger novamente se a lei não mudar.

d) Identifique qual foi o recurso que mais lhe persuadiu a escolher uma das alternativas da questão “c”:( ) imagem( ) escrita

e) Justifique o porquê de sua escolha, apontando o motivo de seu conhecimento.

A chargista nos convenceu de que o entrevistado quer a reeleição. O argumento mais forte foi o visual, contido na imagem.A imagem desmascarou

CONCLUSÃO SOBRE A CHARGE...

Agora eu quero saber se há argumentação na piada? Gostaria que contasse uma piada de um discurso político.

Hei! Deixa eu contar aquela...?

Deixa que eu conto!

O discurso político

É aquela do político que chegou ao bairro para fazer um comício e encontra apenas um barril para lhe servir de púlpito. Então, subiu nele e foi logo rasgando o verbo: _ Companheiros, se eleito for, vou fazer deste bairro a sede de meu governo. Além disso, vou dar cestas básicas para 100% da população, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá... Em meio a tantos blás, blás, blás, a multidão foi saindo devagarinho, devagariho... No final do discurso, permaneceu no local apenas um cidadão, meia idade, com cara de matuto. O político desceu do barril e foi agradecer o eleitor por ter prestigiado o seu discurso: _ Companheiro, acredito que tenha gostado da minha fala, não vou me esquecer disso. O matuto na sua simploriedade responde: _ Gostá eu não gostei, discurso é tudo igá. Promete, promete e depois ... nada.O político irritado ao ponte de pular a goela do cidadão, conteve-se e perguntou-lhe: _ Então, por que ficou me ouvindo até o final? _Ué, foi o Sinhô que não parava de falá. I promete, que promete. _Isso não responde a minha pergunta? – indagou o político irritado com a sua perda de tempo. _Ué, o Sinhô tava encima do barrir que eu levo o de bebê pros animar uai.

Voc

ê já

pa

rou

de ri

r?A

gora

ob

serv

e qu

e a

piad

a tra

z na

su

a es

trutu

ra

exem

plo

típic

o do

di

scur

so

polít

ico.

No discurso político há argumentação? O discurso político sempre que é proferido, ele tem a intencionalidade de convencer alguém de alguma coisa?

ANALISANDO O TEXTO-PIADA...

No inicio do trabalho, citamos Koch, que resumidamente quis dizer: nenhum texto é ingênuo. Isto significa que em todo texto perpassa a ideologia do autor, que nada mais é que o seu ponto de vista sobre aquilo que diz, escreve, pinta, desenha, etc. Também a sua intencionalidade esta presente, seja de forma explicita (visível) ou implicitamente (nas entrelinhas ou marcas).

Para GUIMARÃES (2007.p.14), O texto é uma unidade. E sua unidade é um efeito ideológico da posição do autor.

A texto-piada acima, possui marcas de intencionalidade e de ideologia que tentam nos persuadir de algo muito forte que ocorre no meio político, o descrédito do discurso.A piada é um texto de humor antigo, apimentado com a ironia.

No [[século XII]], [[São Tomás de Aquino]] já escrevia que "brincar é necessário para levar uma vida humana", defendendo que as piadas seriam importantes para repor das "forças do espírito".(<refname="Época">''fonte: [http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT413669-1664-1,00.html|revista Época]''</ref>)Contudo, nem todos os religiosos concordavam com os benefícios das piadas e do [[humor]]. No romance ''[[O Nome da Rosa]]'', por exemplo, o autor [[Umberto Eco]] centra a trama em livros que haviam sido proibidos pelo [[Vaticano]] exatamente por conterem um estudode[[Aristóteles]]sobre[[riso]]. http://www.pt.wikipedia.org/wiki/piada#no_passado, acessado em 20/12/2007.

A ARGUMENTATIVIDADE NO TEXTO-PIADA

A autora do texto-piada o construiu de forma a nos conduzir ao seu ponto de vista, em relação à credibilidade dos discursos políticos. Você pode até discordar dela, mas os recursos argumentativos utilizados por ela foram fortes e difíceis de serem contra-argumentados.

A argumentação é concretizada através de opiniões, a favor e contra uma tese (principal ou local), argumento ou contra-argumento. Mas exprimir afirmações como (contra-)argumentos e exprimir opiniões são duas coisas distintas. Na argumentação, nem sempre conseguimos exprimir claramente as nossas opiniões; por isso é conveniente exprimi-las abertamente.

Observe que...

há sempre uma tese principal ou questão principal a ser examinada ou debatida em qualquer

ENTÃO...

Uma afirmação que apoia outra designa-se por argumento, e uma proposição que ataca outra designa-se por contra-argumento. .

Uma afirmação que é apoiada e/ou atacada deste modo é designada

por tese: geralmente consiste numa afirmação que é contestada,

a) Destaque na tarja azul os argumentos do candidato para a sua reeleição;

b) Destaque na tarja lilás os contra-argumentos da autora refutando a eleição do candidato. c) Exemplifique com parte do texto a opinião da autora.

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AVALIAÇÃO E CONCLUSÃO DO ESTUDO: Caro aluno, mostre que você aprendeu um pouco da arte de argumentar. A personagem abaixo foi criada com o nome de: Candidato Brasileirinho. Você é o Brasileirinho, por isso crie um discurso político original, criativo e persuasivo. O discurso seguirá a seguinte regra:São vedados palavrões;É vedado denegrir a imagem de quem quer que seja;É vedado se identificar com qualquer personalidade política já existente;É permitido inovar;É permitido ser criativo;É permitido alegrar e encantar.

Caro aluno, veja que a literatura presta serviço relevante à Sociologia. Enquanto o pensamento filosófico dominante em cada época, questiona os fatos sociais e faz com que o ser humano reflita sobre eles, percebendo como a força ideológica faz para dominar a massa, a literatura registra, mesmo que inconscientemente esses fatos sociais e as marcas ideológicas presentes na sociedade da época.Leia os trechos do livro didático público do Estado do Paraná da disciplina de Sociologia, para fazer a sua conclusão.

[...] Durkheim acreditava que os acontecimentos sociais poderiam ser observados como coisas (objetos), pois assim, seria fácil estudá-los. Então o que ele fez? Criou as regras que identificariam que tipo de fenômenos que poderiam ser estudados pela Sociologia. A esses fenômenos que poderiam ser estudados por uma ciência da sociedade ele denominou de fatos sociais. (SEED PR, 2006:34)

A sistematicidade e a coerência ideológicas nascem de uma determinação muito precisa: o discurso ideológico é aquele que pretende coincidir com as coisas, anular a diferença entre o pensar, o dizer e o ser e, destarte, engendrar uma lógica da identificação que unifique o pensamento, linguagem e realidade para, através dessa lógica, obter a identificação de todos os sujeitos sociais com uma imagem particular universalizada, isto é, a imagem da classe dominante. Universalizando o particular pelo apagamento das diferenças e contradições, a ideologia ganha coerência e força porque é um discurso lacunar que não pode ser preenchido. Em outras palavras, a coerência ideológica não e obtida malgrado as lacunas, mas, pelo contrário, graças a elas. Porque jamais poderá dizer tudo até o fim, a ideologia é aquele discurso no qual os termos ausentes garantem a suposta veracidade daquilo que está explicitamente afirmado. (CHAUÍ, 1997: 3-4).

Observação:Émile Durkheim: sociólogo e pensador francêsMarilena Chauí: filósofa e pensadora brasileira

Caro aluno, pesquise os termos desconhecidos dos fragmentos acima, e faça a sua conclusão sobre o conteúdo da charge e do texto-piada. Ambos dão-lhes pistas de fatos sociais da sociedade brasileira que podem ser questionados pelos seus

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem São Paulo: Hucitec, 2002.

_______________Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.BARROS, Diana L. P. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2003.

BARTHES, Roland; tradução J. Guinsburgl. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 2006.

CARNEIRO, Marisa. Argumentação no texto escolar[on line] Disponível na Internet via URL: http://filologia.org.br/anais/anais%20III/20CNLF%2029.HTML, acessado em 22/08/2007.

CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão, 8 ed. São Paulo: Ática, 2006.

João Wanderley. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1995. GUIMARÃES, Eduardo. Texto e argumentação: um estudo de conjunções do português. 4 ed. Campinas, SP: Pontes, 2007.GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto, 9. ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.

OLIVEIRA, Esther Gomes de. Gêneros textuais e argumentação. Londrina: UEL, 2007.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Sociologia:Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.

___________________________& TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e coerência. São Paulo: Contexto, 1991.

___________________________Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

__________________________& TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2006.

__________________________A inter-relação pela linguagem. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

__________________________ Texto e coerência. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2003__________________________O texto e a construção de sentidos. 7. ed. São Paulo:

Contexto, 2003.__________________________Argumentação e linguagem. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

VAL, Maria da graça Costa. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.http://www.pt.wikipedia.org/wiki/piada#no_passado, acessado em 20/12/2007.http://www.pt.wikipedia.org/w/index.php?title=charge&action=edit, acesso em 03/01/08.http://filologia.org.br/anais/anais%20III20CNLF%2029.HTML, acessado em 22/08/2007. http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php acessado em 22/08/2007.

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICAPROFESSOR PDE

1. Nome do(a) Professor(a) PDE: Maria de Fátima Barbosa Nogueira

2. Disciplina/Área: Língua Portuguesa

3. IES: Universidade Estadual de Londrina

4. Orientador(a): Professor Doutor Vladimir Moreira

5. Co-Orientador(a) (se houver): ): Professora Mestra Maria do Rocio Ramos

6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado):

O objeto deste estudo define-se da seguinte forma: análise da argumentação nos textos produzidos pelos alunos do Ensino Médio, organizada nos seguintes passos:5.1. A leitura prévia como fonte de produção de textos;5.2. Elaboração de um plano para produção textual;5.3. Análise lingüística nos textos produzidos pelos alunos;5.4. Análise da argumentação e de suas marcas presentes nos textos dos alunos.Assim, professores de Língua Portuguesa de escolas públicas do Paraná poderão trilhar um caminho, que já não nos parece novo, mas que é ainda ousado e que vale a pena buscá-lo para o ensino da produção textual que nada mais é que promover o gosto pela escrita. Segundo VAL, (1999, p. 4-5) [...] antes de mais nada um texto é uma unidade de linguagem em uso, cumprindo uma função identificável num dado jogo de atuação sociocomunicativa. E o professor é a ponte entre o aluno, a leitura, a interpretação do texto lido e a produção de sua própria obra. É por isso que comporta hoje uma produção textual interativa e com significados a quem quer que a leia. Não só para o professor. O professor de Língua Portuguesa deve ser um elo entre o falante e o mundo em que este vive. Um dos fatores mais relevantes para esta proposição, é que o aluno preparado na arte do bem falar e escrever, será mais respeitado em sua condição humana. Isto poderá garantir-lhe um pouco mais de autonomia e dignidade.

7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Argumentar é uma arte?

8. Justificativa da Produção: A arte da argumentatividade é um recurso antigo da oralidade e da escrita, que deixou de ser eficaz nas escolas públicas . O material produzido é um convite singelo para que o aluno reflita sobre esta prática e identifique-a em dois tipos de texto: uma charge e um discurso-piada.

9. Objetivo geral da Produção: Promover a interação social por intermédio da língua, interação essa, fundamentada pela argumentatividade.

10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica:( X ) Folhas ( ) OAC ( ) Outros (descrever):

Obs.: Embora o material tenha algumas características próprias, que aparentemente diferem de um Folhas, ele seguiu os fundamentos teórico-metodológicos de um Folhas, por isso a proponente o considera como tal.

11. Público-alvo: Este material foi produzido para alunos do ensino médio regular e profissionalizantes, mais especificamente para os terceiros anos destes cursos, porém, nada impede que professores de outras séries e níveis de ensino se utilizem dele adaptando-o à realidade da turma, isto pode ser feito porque o material é de fácil compreensão.

Pinhalão, 28/02/2008.

Maria de Fátima Barbosa Nogueira Professor PDE

Secretaria de Estado da Educação – SEEDSuperintendência da Educação - SUED

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPEPrograma de Desenvolvimento Educacional – PDE

RESUMO SOBRE O MATERIAL DIDÁTICOO Material Didático aqui proposto segue o objeto de estudo do

Plano de Trabalho da proponente, o qual se define da seguinte forma: Análise da argumentação nos textos produzidos pelos alunos do Ensino Médio, organizada nos seguintes passos:

a) A leitura prévia como fonte de produção de textos;b) Elaboração de um plano para produção textual;c) Análise lingüística nos textos produzidos pelos alunos;d) Análise da argumentação e de suas marcas presentes nos textos dos alunos.

O Material Didático desenvolvido tem como conteúdo a tipologia textual da argumentação. Tem como título: Argumentar é uma arte? Esta interrogativa veio impulsionar uma reflexão sobre a arte da argumentação que não é muito utilizada hoje em nosso meio educacional e também na sociedade como um todo. Com este Material a proponente espera que os professores de Língua Portuguesa das escolas públicas do Paraná possam trilhar um caminho, que já não nos parece novo, mas que é ainda ousado e que vale a pena buscá-lo para o ensino da produção textual que nada mais é que promover o gosto pela escrita. Segundo VAL, (1999, p. 4-5) [...] antes de mais nada um texto é uma unidade de linguagem em uso, cumprindo uma função identificável num dado jogo de atuação sociocomunicativa. O professor é a ponte entre o aluno, a leitura, a interpretação do texto lido e a produção de novas obras. É por isso que comporta hoje uma produção textual interativa e com significados a quem quer que a leia. O texto não deve ser produzido para um interlocutor apenas, o professor, os interlocutores devem ser pensados como um universo, respeitada diversidade.

O professor de Língua Portuguesa deve ser um elo entre o falante e o mundo em que este vive. Um dos fatores mais relevantes desta proposição, é que o aluno preparado na arte do bem falar e escrever, será mais respeitado em sua condição humana. Isto poderá garantir-lhe um pouco mais de autonomia e dignidade.

Justificativa da Produção: A arte da argumentatividade é um recurso antigo da oralidade e da escrita, que deixou de ser eficaz nas escolas públicas . O material produzido é um convite singelo para que o aluno reflita sobre esta prática e identifique-a em dois tipos de texto: uma charge e um discurso-piada.

Objetivo geral da Produção: Promover a interação social por intermédio da língua, interação essa, fundamentada pela argumentatividade.

Tipo de Produção Didático-Pedagógica:( X ) Folhas

Público-alvo: Este material foi produzido para alunos do ensino médio regular e profissionalizantes, mais especificamente, para os terceiros anos destes cursos, porém, nada impede que professores de outras séries e níveis de ensino se utilizem dele adaptando-o à realidade da turma, isto pode ser feito porque o material é de fácil compreensão.