SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · A ideia do Projeto é pensar e aproveitar o cinema como um...

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSuperintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas EducacionaisPrograma de Desenvolvimento Educacional

UNIDADE DIDÁTICAUNIDADE DIDÁTICA

Literatura e Cinema: Ressignificando Leituras Literárias

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR2012

Unidade Didática apresentada como um dos requ is i tos do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional 2012, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná/SEED, na área de Língua Portuguesa, em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Donizeti da Cruz

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSuperintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas EducacionaisPrograma de Desenvolvimento Educacional

Título

Autor

Município da Escola

Instituição de Ensino Superior

Resumo

Formato do Material Didático

Literatura e Cinema: ressignificando leituras literárias

Amauri de Lima

Matelândia

Unioeste - Campus de Marechal Cândido Rondon

Unidade Didática

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Professor Orientador

Relação Interdisciplinar

Palavras-chave

Público Alvo

Colégio Estadual Euclides da Cunha - E.F.M.

Antonio Donizeti da Cruz

Arte e História

Literatua; cinema; leitura; ressignificação

Alunos de Ensino Médio

A ideia do Projeto é pensar e aproveitar o cinema como um recurso de estimulo para a leitura de obras literárias na escola e desenvolver reflexões sobre as experiências de escrita representadas na literatura e no cinema. O projeto, que terá como público alvo alunos do Ensino Médio, objetiva a realização de um estudo comparativo entre arte literária e arte cinematográfica; análise de obras cinematográficas adaptadas a partir de obras literárias; e produção de releituras de textos literários em formato de vídeo. Entendemos que o ensino de literatura pode apontar experiências gratificantes por defrontar o aluno com uma grande quantidade de textos, desde os mais simples e motivadores até os mais complexos. A leitura não estará apenas associada a livros, já que há uma multiplicidade de textos, inclusive midiáticos, que fazem parte da vida do estudante. O trabalho com o cinema em sala de aula pode contribuir para que o estudante conceba o texto literário como parte integrante de sua cultura e, ao ler, seja capaz de refletir sobre arte e sobre o seu próprio cotidiano, pois conforme indica Vázquez (2010), a arte é, pois, uma das formas pelas quais o mundo, a realidade, revela-se ao homem.

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UNIDADE DIDÁTICAUNIDADE DIDÁTICA

Literatura e Cinema: Ressignificando Leituras Literárias

APRESENTAÇÃO..............................................................................................

UNIDADE 1 – Literatura e cinema convidam......................................................

UNIDADE 2 – Ler para quê? A literatura responde.............................................

UNIDADE 3 – No mundo do cinema: os filmes nos contam muito.....................

UNIDADE 4 – A escrita no cinema e na literatura...............................................

UNIDADE 5 – Nós escrevemos e você?..............................................................

UNIDADE 6 – Vamos filmar.................................................................................

UNIDADE 7 – Você precisa ver...........................................................................

UNIDADE 8 – Para que serve isto?....................................................................

REFERÊNCIAS..............................................................................................

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SUMÁRIO

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR2012

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UNIDADE DIDÁTICAUNIDADE DIDÁTICA

Literatura e Cinema: Ressignificando Leituras Literárias

ApresentaçãoEm “O prazer e o dever”, o poeta português e professor de literatura, Fernando Pinto

do Amaral, faz algumas reflexões sobre o ensino de literatura,

Quando se discutem os modos (ou até a relevância) do ensino da literatura colocam-se

desde logo problemas de transmissão que relevam de uma esfera essencialmente

subjetiva, na qual a motivação de cada aluno e a personalidade do professor desempenham

um papel provavelmente mais decisivo do que em matérias de conteúdo científico. (...)

Nenhum professor de literatura deverá inibir-se de por em prática leituras, comentários ou

interpretações que estimulem nos estudantes a sensibilidade, o sentido crítico, a

capacidade argumentativa, e sejam assim susceptíveis der lançar alguma luz sobre essa

realidade indefinível a que chamamos universo literário. (AMARAL, 1999, p. 92,)

Buscando, portanto, lançar alguma luz sobre essa realidade a que chamamos universo literário é que esta Unidade Didática se apresenta. A ideia básica está em torno de pensar e aproveitar o cinema como um recurso de estimulo para a leitura de obras literárias na escola. Entendemos que o ensino de literatura pode apontar experiências gratificantes por defrontar o aluno com uma grande quantidade de textos, desde os mais simples e motivadores até os mais complexos, pois não há ensino de literatura sem contato com o texto literário. Entretanto, é importante ressaltar que a leitura não pode estar apenas associada a livros, pois há uma multiplicidade de textos, inclusive midiáticos, que fazem parte do contexto do estudante. Por isso vemos no cinema uma possibilidade de abertura multicultural para contextualizarmos, a partir da escola, a intersecção do texto literário com as mais diversas e heterogêneas formas de linguagem.

Amaral (1999) lembra que um texto literário pode implicar maior ou menor grau de experiência estética. A leitura é “um ato que envolve a personalidade de quem lê e contribui para lhe provocar algum prazer ou alguma perturbação” (AMARAL, 1993, p. 93). Por isso a necessidade do contato com o texto literário. Tal contato, como sabemos, é sempre complexo num ambiente tão plural como o da escola. Para Amaral (1999), neste ponto reside “o fulcro da questão, já que – ao contrário do que se verifica noutras disciplinas mais facilmente transmissíveis – o ensino/aprendizagem da literatura joga-se sempre na eventual capacidade de partilhar com os outros o prazer de ler, a fruição individual decorrente do ato da leitura (AMARAL, 1999, p. 93).

É na busca desta partilha que este trabalho será desenvolvido, já que se pressupõe que só quem realmente é sujeito do ato de ler poderá estar imerso na literatura e, em contrapartida, poderá “receber/entender” literatura. Se o ensino de literatura passa pela leitura, o trabalho com o cinema em sala de aula pode contribuir para que o estudante conceba o texto literário como parte integrante de sua cultura e, ao ler, seja capaz de refletir sobre arte e sobre o seu próprio cotidiano. Conforme indica Vázquez (2010), a arte é, pois, uma das formas pelas quais o mundo, a realidade, revela-se ao homem. Essa realidade, em princípio, encontra-se em constante processo de mudança; daí a necessidade de que variem os meios de expressão. A historicidade da realidade objetiva impõe, ao mesmo tempo, uma historicidade dos meios expressivos, e com isso, determina o próprio movimento da arte. (VÁZQUES, 2010, p. 36)

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UNIDADE DIDÁTICAUNIDADE DIDÁTICA

Literatura e Cinema: Ressignificando Leituras Literárias

A partir da perspectiva apontada nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná, de que “é tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (SEED, 2009, p. 48), constatamos oportuno discutir como se constroem mecanismos que possibilitam as práticas de leitura, escrita e oralidade em atividades de sala de aula. Assim acreditamos que, se há múltiplas linguagens presentes na escola, há condições do professor se aproveitar desta variedade de interferências externas, como a influência das mídias, para propor alternativas de reflexão do processo ensino aprendizagem e implantação de novos mecanismos de aprimoramento de suas práticas de ensino. Uma destas possibilidades é o uso do cinema como fator motivador para o ensino de literatura. Esperamos que os estudantes do Ensino Médio, para quem esta Unidade foi concebida, sejam “provocados” a participar das atividades, já que as atividades que serão propostas envolvem trabalho com imagem em movimento e este recurso se estabelece como um dos mais utilizados expedientes tecnológicos apresentados à sociedade contemporânea para envolver, abordar e discutir a própria sociedade.

Nossa ação como docentes converge para o desenvolvimento de uma proposta dialógica que envolva a participação ativa dos estudantes de forma que os mesmos encarem a possibilidade de executar releituras literárias como uma dinâmica de releituras do próprio cotidiano e de suas próprias realidades.

A Unidade Didática se apresenta em oito partes. Na Unidade 1 - Literatura e Cinema convidam, apresentamos algumas atividades com o intuito de despertar o interesse dos estudantes para a análise literária e para a análise de obras cinematográficas, avançando para além da simples posição de leitor ou de expectador. Na Unidade 2 – Ler para quê? A literatura responde, os estudantes serão apresentados às diferentes possibilidades de leitura do texto literário, especialmente das obras selecionadas para este trabalho: “Antes que o Mundo Acabe”, “A Hora da Estrela” e “A troca e a tarefa”. Na Unidade 3 – No mundo do cinema: os filmes nos contam muito, os estudantes terão a oportunidade de assistir aos filmes e fazer o contraponto com as obras homônimas estudadas na Unidade anterior. Na Unidade 4 – A escrita no cinema e na literatura, haverá encaminhamento de atividades para que o estudante tenha capacidade de analisar como se dá o trabalho da criação de roteiros para o cinema, especialmente a partir de obras literárias. Na Unidade 5 – Nós escrevemos e você?, os estudantes serão estimulados a escrever roteiros para produção de seus próprios filmes. Na Unidade 6 – Vamos filmar, os estudantes colocarão em prática o trabalho de captação e produção de imagens que compõe o seu próprio filme. Na Unidade 7 – Você precisa ver, haverá momento para que os participantes apresentem o seu trabalho à comunidade escolar e, na Unidade 8 - Para que serve isto?, os estudantes responderão questionário de avaliação das atividades.

É um desafio, mas acima de tudo é uma oportunidade para estabelecermos uma nova dinâmica nas aulas de língua portuguesa, abrindo espaço para aproximarmos a tradição literária da arte cinematográfica e, sobretudo, para incentivarmos as manifestações criativas dos estudantes. Seja bem vindo, vale a pena, vale o filme, vale a educação.

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UNIDADE DIDÁTICAUNIDADE DIDÁTICA

Literatura e Cinema: Ressignificando Leituras Literárias

Unidade 1Unidade 1

Literatura e Cinema convidamOBJETIVO: Apresentar aos estudantes como a literatura e o cinema fazem parte do nosso cotidiano e por isso representam a nossa maneira de ser e de agir.

DURAÇÃO: 3 horas/aula

A literatura se apresenta

ATIVIDADE

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Que a literatura é um convite para conhecer novos mundos já é notório e sabido. Entretanto este conhecer não é apenas uma viagem descompromissada. Se a obra é transposição da realidade por meio de uma linguagem elaborada, significa dizer que a literatura vem representando direta ou indiretamente a realidade social. Assim, como aponta Eagleton (2011), a mentalidade social de uma época é condicionada pelas relações sociais dessa época e “não há outro lugar em que isso fica mais evidente do que na história da Arte e da Literatura” (EAGLETON, 2011, p. 19). Isso significa dizer que as relações sociais não surgem apenas em temas e questões, mas no estilo, ritmo, na imagem, na qualidade e forma. Ainda de acordo com Eagleton “escrever bem é mais do que uma questão de estilo, significa também ter a disposição uma perspectiva ideológica que permite captar por meio de insights progressistas ou reacionários, os fatos do cotidiano”. (EAGLETON, 2011, p. 23)

Em outras palavras a literatura nos apresenta determinado momento social que pode representar o nosso mundo e é isso que nos convida a embarcar em obras como “A hora da estrela”, de Clarice Lispector, “A troca e a tarefa”, de Lygia Bojunga Nunes e “Antes que o mundo Acabe” de Marcelo Carneiro da Cunha.

Leia o texto ao lado com seus

alunos.Em seguida oriente que

respondam as questões.

Discutindo o tema

1) Antes de estudarmos alguns textos literários, vamos refletir um pouco. Apresente oralmente o que você imagina que os textos escolhidos para este trabalho estarão abordando.

A Hora da Estrela

A troca e a tarefa

Antes queo mundo acabe

2) Responda oralmente: você gosta de ler? Por quê

3) Leia o resumo dos livros A hora da estrela, de Clarice Lispector e Antes que o mundo acabe, de Marcelo Carneiro da Cunha e do conto A troca e a tarefa, de Lygia Bojunga Nunes. Em seguida confronte as informações apresentadas inicialmente com os resumos recebidos.

Para começar

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Professor registre as informações na lousa

4) Os livros “A Hora da Estrela” e “Antes que o Mundo Acabe” possuem adaptações para o cinema. Você prefere ler o livro ou assistir ao filme primeiro?

5) Você já leu livros que foram adaptados para o cinema? Qual foi a sua percepção?

RESUMO

A Hora da Estrela

RESUMO

A troca e a tarefa

RESUMO

Antes queo mundo acabe

DÚVIDASLeia mais...

A Hora da Estrela foi o último livro da autora publicado em vida. O narrador do romance é Rodrigo S. M., sendo que há no decorrer da narrativa um diálogo do narrador com o leitor sobre o estilo de sua narrativa. A personagem pr incipal é Macabéa (Maca) . Nordestina, de origem alagoana, foi criada por uma tia beata após a morte de seus pais quando tinha 2 anos. Já adulta vem para o Rio de Janeiro buscando crescimento pessoal. Segundo a narrativa ela “acumula em seu corpo franzino, 'herança do sertão', todas as formas de repressão cultural, o que a deixa alheada de si e da sociedade. Ela nunca se deu conta de que vivia numa sociedade técnica onde e l a e r a u m p a r a f u s o dispensável” .Trabalhava como datilógrafa, profissão da qual tinha muito orgulho. Era virgem e inicia namoro com Olímpico de Jesus, também nordestino. Assim como ela tinha o sonho de ser uma “estrela de cinema” (daí o título do livro). Por conselho de uma amiga, Glória, Macabéa vai procurar ajuda em uma cartomante, sendo esta a única vez em que se dera conta da vida medíocre que levava; fora preciso Madame Carlota dizer isso a ela. A cartomante faz previsões de que a vida da personagem mudaria a partir do momento em que saísse de sua casa. Foi a primeira esperança representada por ela. Segundo a vidente um homem lindo apareceria em sua vida. Ao sair da casa da Cartomante, Macabéa é atropelada por um Mercedes Benz. A “hora da estrela” enfim chegou, de forma trágica. Ela vomita uma “estrela de mil pontas”. Com ela, morre também o narrador, identificado com a escrita do romance, que neste instante se acaba.

"A troca e a tarefa" é um conto do livro Tchau, da renomada escritoria Lygia Bojunga. O livro, na sua segunda edição (1986) é de publicação da Editora Agira, no Rio de Janeiro.

O conto aborda de forma criativa e poética a passagem da vida. De certa forma a narrativa apresenta como as pessoas lidam com as emoções que vai conhecendo com a passagem do tempo. A personagem principal (a narração é em primeira pessoa, revelando que escritora pode estar escrevendo sobre a sua própria vida) é apresentada ao ciúme quando ainda criança. Neste momento começa a descobrir seu papel na família. Ela é a irmã mais nova, que não é bonita como a irmã mais velha. Sempre por meio de comparações com a irmã mais velha o texto vai descrevendo que a personagem não gosta de estudar como a irmã mais velha, que não sabe poesia e não sabe dançar, como a irmã mais velha. Assim o ciúme tornar-se seu companheiro, até que decide ir para um colégio interno e descobre que ali o ciúme aparecia pouco, mas quando voltava para casa nas férias, lá estava ele novamente. A menina vai crescendo, conhece o primeiro amor e junto, muitas outras frustrações. E com tanta dor, sente que precisa transformá-los. E consegue. Todos os acontecimentos de sua vida, suas frustrações e ilusões viram história e as histórias se transforma em livros. Com muita criatividade, poesia e emoção, a narradora descreve que escreveu 27 livros, sendo que ao terminar seu último livro, termina também sua vida.

"Antes que o mundo acabe", é considerada uma novela juvenil pelo próprio autor Marcelo Carneiro da Cunha. A obra contextualiza o olhar de um jovem que está em uma das fases mais contraditórias do ser humano: a a d o l e s c ê n c i a . O p e r s o n a g e m protagonista é Daniel, que transita entre o mundo da escola, o mundo do primeiro namoro, das amizades, da família e, com o primeiro contato com seu pai, também chamado Daniel e que ele nunca viu. Com 15 anos de idade seu primeiro contato com o pai por meio de cartas. Seu pai é fotógrafo e gira o mundo fotografando lugares dos mais exóticos aos mais perigosos, inclusive ambientes de guerra. Por meio de cartas e fotos enviadas a Daniel pelo correio, seu pai vai apresentando os os lugares onde passou e justifica que seu trabalho de fotografar civilizações nos lugares mais remotos faz parte do projeto “Antes que o mundo acabe”, que dá nome à obra e visa registrar diferentes manifestações culturais, antes que elas se rendam à cultura de massa da sociedade moderna. É uma estratégia de chamar a atenção do leitor como o processo de avanço tecnológico altera as relações sócias e nossa maneira de se comunicar. Além disso a obra traz reflexões sobre a vida do adolescente e os problemas enfrentados no namoro e na escola. Ao ajudar o amigo Lucas, acusado injustamente de roubo na escola, ao conversar com o padrasto e sua mãe e ao d i scu t i r s eu relacionamento com Mim, sua namorada, Daniel estabelece uma relação direta com o leitor juvenil que também vivencia ações semelhantes. No final Daniel não se encontra o pai, mas encontra, de certa forma um novo rumo para a vida.

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Leia o artigo Cinema e Educação: Pensando em uma Proposta de Ensino do Cinema Brasileiro,

de Salete Paulina Machado Sirino, que traz reflexões sobre a necessidade de uma proposta

metodológica para o ensino do Cinema Brasileiro, com vistas à formação de professores para a

utilização desta no ensino fundamental e médio.

http://www.unemat.br/revistas/ecos/?link=resumo&vol=MQ==&f=MQ==&r=Nw==&a=OA==

Discutindo o tema

1) Quais motivos você aponta para gostar ou não gostar de cinema?

2) Você lembra a quais filmes assistiu recentemente?

3) A partir das informações, registre em seu caderno quais filmes pertencem a cada um dos seguintes gêneros:

Comédia Ação/Suspense Drama

4) Entre os gêneros apontados, qual o seu preferido. Por que razão?

5) O que estes filmes tem a ver com a sociedade, com o mundo em que vivemos e com a sua própria vida?

6) E para finalizar, escreva de forma objetiva qual história você contaria se pudesse fazer um filme?

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o endereço:

O Cinema está no ar

ATIVIDADE

a2

Entre as diferentes alternativas metodológicas para encaminhar possibilidades de aprendizagem em sala de aula está o trabalho com cinema. Napolitano (2010) sustenta que o cinema ajuda a escola a “reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sistematizados numa mesma obra de arte” (NAPOLITANO, 2010, p. 12).

Faraco (2002) também faz referência ao cinema como forma de contemplar textos das diferentes esferas sociais na escola. Para ele,

[...] (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem), percebendo seu chão comum (são todas práticas sociais, discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de significados). (FARACO, 2002, p.101, apud DCEs, 2009, p. 49)

Entendido como uma prática discursiva presente na escola o cinema, ao se tornar um dos recursos midiáticos mais acessíveis nos últimos anos, alimenta caminhos para aproximar os estudantes do texto literário, incentivando o hábito da leitura, da escrita e da oralidade. No primeiro caso porque os filmes ao fazerem referência a obras literárias podem suscitar o interesse por obras escritas (mesmo que o filme ou documentário não seja uma adaptação direta); no segundo caso por permitir que os estudantes preparem roteiros para criar releituras dos próprios filmes ou de obras literárias afins à obra assistida; e, por último, a oralidade, pois abre espaço para que os próprios alunos interpretem e encenem seus textos por ocasião de um trabalho de montagem das cenas.

Leia o texto ao lado com seus

alunos.Em seguida oriente que

respondam as questões.

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Site do projeto O cinema vai à escola da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que busca subsidiar a

rede pública de ensino com materiais, equipamentos e acervos didáticos de apoio à prática pedagógica com uso

do Cinema. O material é riquíssimo.

http://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/cinema/Cinema.aspx?menu=14

Unidade 2Unidade 2

Ler para quê? A Literatura respondeOBJETIVO: Discutir e problematizar o conteúdo das obras escolhidas para o desenvolvimento das atividades.

DURAÇÃO: 4 horas/aula

Lendo “A hora da Estrela”

ATIVIDADE

a1PersonagensMacabéa: nordestina (alagoana) que migra para o Rio de Janeiro. Protagonista da narrativa.Olímpico de Jesus: imigrante nordestino assim como Macabéa. Torna-se seu namorado.Glória: amiga de trabalho de Macabéa.Seu Raimundo Silveira: chefe da firma que contrata Macabéa.A tia: beata que cria Maca após a morte da mãeAs quatro Marias: Maria da Penha, Maria Aparecida, Maria José e Maria, colegas de quarto da nordestina.Madama Carlota: a cartomante que prevê o futuro de Macabéa.O médico: atende Maca pela primeira vez na vida.O rico ocupante do Mercedez Benz: dono do carrão amarelo.O narrador: Rodrigo S. M., também personagem.

Vamos conhecer as obras desta

Unidade e seus autores. Estabeleça prazo para leitura

extra escola.

Análise da obra

1) Onde a narrativa se desenvolve? O que este espaço representou para a personagem protagonista?

2) O tempo da narrativa é cronológico e linear? Qual a intenção da autora ao escolher esta forma de progressão da narrativa?

3) Qual a significado do título “A Hora da Estrela” para o desenvolvimento da narrativa?

4) Leia o conto A Cartomante, de Machado de Assis e faça uma comparação com Madame Carlota, personagem de “A Hora da Estrela”. O que elas têm de semelhanças?

5) Você acha que hoje as pessoas ainda acreditam em cartomantes ? Por quê?

Para começar

Quem é Clarice Lispector

Professor indique que as respostas sejam feitas no caderno.

10/12/1920, Tchechelnik, Ucrânia 9/12/1977, Rio de Janeiro (RJ)

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, mas seus pais imigraram para o Brasil pouco depois. Chegou a Maceió com dois meses de idade, com seus pais e duas irmãs. Mudou-se para Recife em 1924. Aos oito anos, perdeu a mãe. Com 11 anos mudou-se com seu pai e suas irmãs para o Rio de Janeiro. Estudou Direito entre 1939 e 1943. Foi redatora na Agência Nacional e jornalista no jornal "A Noite". Casou-se em 1943 com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem viveria muitos anos fora do Brasil. O casal teve dois filhos, Pedro e Paulo. Seu primeiro romance foi publicado em 1944, "Perto do Coração Selvagem". Separada de seu marido, radicou-se no Rio de Janeiro. Em 1960 publicou seu primeiro livro de contos. Em 1967 Clarice Lispector feriu-se gravemente num incêndio em sua casa, provocado por um cigarro. Já no final de sua vida publicou "A Hora da Estrela", seu ultimo romance, que foi adpatado para o cinema, em 1985. Clarice Lispector morreu vitimada por câncer, na véspera de seu aniversário de 57 anos.

Texto disponível in: http://educacao.uol.com.br/biografias/clarice-lispector.jhtm, acessado em 25/11/2012 (com adaptações)

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Lendo “A troca e a tarefa”

ATIVIDADE

a2 Personagens

Menina – personagem protagonistaIrmã – irmã por quem a menina senti ciúmesCiúme – conversa com a menina quando esta apresenta sinais de ciúme.Pais da menina – Apresentam, na opinião da menina, certa preferência pela irmã mais velha.Omar - rapaz por quem a menina se apaixona, mas casa-se com sua irmã.Analise mais

esta obra.

Análise da obra

1) O tema da morte está presente no conto de Lygia Bojunga Nunes. Qual a relação do ciúme com este tema?

2) O ato de escrever é apresentado de forma poética e com muito sentimento. Apresente duas passagens do texto para confirmar esta característica.

3) Leia este trecho e reflita sobre o que a personagem/autora quis dizer com inventar a vida?

– Mas por que você vai querer ser igual a ela? Você tem que ser igual a você! Você é tão legal, você tá sempre pronta pra cantar, pra brincar, você tá tão a fim de viver a vida, pra que você vai querer ser feito ela que só tá a fim de inventar a vida! (NUNES,1986, p.35-6).

4) No trecho a seguir fica marcada a visão da autora sobre o que é ser escritora. Por que, em sua opinião, um escritor pode viver transformando?

Achei tão bom poder transformar o que eu sentia em história que eu resolvi que era assim que eu queria viver: transformando. Foi por isso que eu me virei em escritora (NUNES,1986, p.58).

Quem é Lygia Bojunga Nunes

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o link:

(Pelotas - RS 1932)

Lygia Bojunga Nunes, passa sua primeira infância em uma fazenda. Aos 8 anos muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Em 1951, torna-se atriz da Companhia de Teatro Os Artistas Unidos, viajando pelo interior do Brasil. Ao abandonar os palcos começa a escrever para o rádio e para a televisão. Em busca de uma vida mais integrada à natureza, refugia-se no interior do estado do Rio de Janeiro. Funda, acompanhada de seu segundo marido, o inglês Peter, uma escola rural para crianças carentes, a Toca, que dirige por cinco anos. Faz sua estréia literária em 1972, com o livro Os Colegas e, já em 1973, recebe o prêmio Jabuti. Em 1982, torna-se a primeira autora, fora do eixo Estados Unidos-Europa, a receber o Prêmio Hans Christian Andersen, uma das mais relevantes premiações concedidas aos gêneros infantil e juvenil. Nesse mesmo ano muda-se para Inglaterra, alternando entre esse país e Brasil. Em 1988, volta ao teatro, escrevendo e atuando em palcos no país e no exterior. Trabalha com edição e produção de livros, feitos de forma artesanal. Em 1996, publica Feito à Mão, uma realização alternativa à produção industrial, como indica o título, composta manualmente, com papel reciclado e fotocopiado. Em 2002, publica

Retratos de Carolina, o primeiro livro da sua própria editora, a Casa Lygia Bojunga. Pelo conjunto de sua obra, em 2004, ganha o Astrid Lindgren Memorial Award, prêmio criado pelo governo da Suécia, jamais antes outorgado a um autor de literatura infantil e juvenil. Com esse incentivo, cria nesse mesmo ano a Fundação Cultural Lygia Bojunga com o intuito de desenvolver ações que aproximem o livro da população brasileira.

Texto disponível in: acessado em 25/11/2012 (com adaptações)http://www.itaucultural.org.br.

http://www.casalygiabojunga.com.br/Site oficial da escritora Lyia Bojunga

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Lendo “Antes que o Mundo Acabe”

PersonagensDaniel – personagem protagonistaMim – namorada de DanielLucas – amigo de Daniel, foi adotado depois de ser abandonado pelos pais biológicos.Strossman – menino valentão que enfrenta DanielAntonio – padrasto de DanielDaniel – pai de Daniel. Fotógrafo que viaja o mundo.Mãe de Daniel – arquiteta e bem sucedida profissionalmente

Análise da obra

1) Com qual dos personagens você mais se identificou, por quê?

2) Além das relações familiares e fraternais, quais os outros temas que o livro destaca?

3) O comportamento de Strosmann pode ser considerado Bullyng? Justifique:

4) Leio o trecho do livro e faça uma análise do que o personagem Daniel comenta ao terminar o namoro com Mim. Este comportamento acontece ainda hoje?

O Antônio diz que era tudo muito mais simples no passado. As mulheres não tinham profissão, essas coisas todas. Viviam pra gente, para nós, homens, quero dizer. Não tinha essa cosia de garota ter banda e pegar estrada. Não tinha essa coisa de ficar com o coração na boca, pensando em coisas tipo como quem a garota da gente podia estar ficando. Claro que naquele tempo só a gente podia ficar, e as mulheres é que ficavam em casa, com o coração na boca, imaginando com quem os caras tavam ficando. Bons tempos. Claro que eu sei que era errado, e que hoje a gente tem igualdade, essas coisas. Mas que é uma droga é. Quando inventaram essa conversa de igualdade, ninguém pensou no que ia dar, isso é o que eu acho. Eu morro de ciúmes da Mim e pronto. Um pai já tinha me abandonado, ia me abandonar também. Era muita abandonação para um cará só, e eu me sentia mal, mesmo. (Antes que o Mundo Acabe, 2011, p. 74)

Quem é Marcelo Carneio da Cunha

ATIVIDADE

a3

Vamos conhecer mais uma obra

trabalhada nesta Unidade

Marcelo Carneiro da Cunha nasceu em Porto Alegre. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, como escritor, já publicou 18 livros, tendo recebido prêmios da Associação Paulista de Críticos de Artes, da União dos Escritores do Brasil e da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, entre outras. Escreveu o roteiro do filme Batalha naval e o argumento de O branco — premiado nos festivais de cinema de Berlim, Rio de Janeiro, Biarritz e outros. Em 2000, foi escritor-residente da Fundação Ledig House, de Nova York. Em 2004, lançou o romance O nosso juiz, seu primeiro livro para o público adulto. Em 2005, publicou o volume de contos Simples — O amor nos anos 00.

Porto Alegre, 01/09/1957Texto disponível in: acessado em 25/11/2012 (com adaptações)http://www.record.com.br/autor_sobre.asp?id_autor=287

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o endereço

É o endereço do site da Casa de Cinema de PortoAlegre, criada em 1987 por um grupo de cineastas gaúchos

que já trabalhavam em conjunto desde o início dos anos 80. A Casa é a responsável pela produção do filme Antes que o Mundo Acabe. Você vai poder acompanhar mais

detalhes sobre esta produção.

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http://www.casacinepoa.com.br/antes-que-o-mundo-acabe

Unidade 3Unidade 3No mundo do cinema: Os filmes nos contam muito

OBJETIVO: Assistir aos filmes homônimos das obras literárias e fazer o contraponto entre arte literária e arte cinematográfica, além de refletir sobre as possibilidades de criação a partir de obras que não possuem adaptação.

DURAÇÃO: 5 horas/aula

Para começar

Assistindo “Antes que o mundo acabe”

ATIVIDADE

a1Após assistir a

fragmentos do filme “Antes que o mundo

acabe”, os estudantes deverão imitir suas opiniões a respeito das cenas do filme.

Análise do Filme

HORA DO

CINEMA

1) Diferentemente do que acontece no livro, há uma triangulação sentimental entre os três personagens principais. O que você pensa sobre este enredo dado pela diretora do filme?

2) Você considera que o filme conseguiu retratar bem as relações familiares; iniciação amorosa e bullyng, levantadas, direta ou indiretamente, por Marcelo Carneiro da Cunha no livro?

3) Qual estratégia utilizada pelo filme e pelo livro para tratar do tema globalização?

4) Por que a meia-irmã caçula de Daniel ganha destaque no filme?

FICHA TÉCNICADiretor: Ana Luiza AzevedoElenco: Pedro Tergolina, Eduardo Cardoso, Blanca Menti, Janaina Kremer, Mauro Grossi. Carolina GuedesProdução: Ana Luiza AzevedoRoteiro: Paulo HalmFotografia: Jacob SolitrenickTrilha Sonora: Leo HenkinDuração: 102 min.Ano: 2009Gênero: DramaCor: ColoridoDistribuidora: Imagem FilmesEstúdio: Casa de Cinema de Porto AlegreClassificação: 10 anos

O filme a que você irá assistir é uma adaptação do livro ‘Antes que o mundo acabe’, de Marcelo Carneiro da Cunha, que você leu na Unidade anterior. Depois de assistir a fragmentos do filme, exponha suas impressões sobre o que acabou

de ver e debata com seus colegas e professor, sempre levando em conta a comparação entre o filme a o livro.

O cinema é, antes de tudo, uma das experiências sociais mais fortes da sociedade de massas, desde as primeiras décadas do século XX. A possibilidade de assistir a imagens em movimento numa tela de grandes

dimensões vem impactando multidões, de diversas origens sociais, formações culturais e raízes étnicas. Fruto da sociedade industrial e de massas, o cinema nasceu junto com o século XX e seus modernismos estéticos e

sociabilidades modernas. (BENJAMIN, 1985; CHARNEY & SCHWARTZ, 2001, apud NAPOLITANO, 2009, p. 11)

12

Assistindo “A Hora da Estrela”

ATIVIDADE

a2Ver um filme é, antes de tudo, compreendê-lo, independente do seu grau de

narratividade. Em certo sentido, ele “diz” alguma coisa, e foi a partir desta constatação que nasceu, na década de 20, a ideia de que, se um filme comunica um sentido, o

cinema é um meio de comunicação, uma linguagem. (Dicionário teórico e crítico de cinema, de Jacques Aumont e Michel Marie)

Após assistir a fragmentos do

filme “A hora da estrela”, os estudantes

deverão emitir suas opiniões a

respeito das cenas do filme.

Análise do Filme

1) Você percebeu que não há um narrador no filme como acontece na obra homônima escrita. Quais elementos do filme substituem o narrador-personagem do livro?

2) Quais passagens do filme revelam o tom pessimista de Clarice Lispector em relação a personagem?

3) A ideia de morte está presente no livro e no filme. Como sabemos “A hora da estrela foi o último livro de Clarice Lispector em vida. Discuta com seus colegas e analise em que medida esse sentimento de impotência diante do fim da vida influenciou na criação da personagem Macabéa.

4) No livro o ato da escrita e a saga da Macabéa são apresentados pelo narrador-personagem Rodrigo S.M. de forma paralela. Esta preocupação com o processo de escrita é revelado de alguma maneira no filme?

5) Em várias cenas Macabéa observa-se frente ao espelho. Qual a simbologia que esta atitude revela?

HORA DO

CINEMA

Ficha técnica:Brasil, 1985, CorDireção: Suzana AmaralRoteiro: Suzana Amaral e Alfredo OrozFotografia: Edgar MouraEdição: Idê LacretaElenco: Marcélia Cartaxo (Macabéa), José Dumont (Olímpico de Jesus), Fernanda Montenegro (Madame Carlota, a cartomante), Tamara Taxman (Glória), Umberto Magnani (seu Raimundo), Denoy de Oliveira (Pereira)Fonte: Cinemateca Brasileira.

O filme ‘A Hora da Estrela’, foi baseado na obra homônima de Clarice Lispector. Depois de assistir a fragmentos do filme, exponha suas impressões sobre o que acabou de ver e debata com seus colegas e professor.

http://www.youtube.com/watch?v=376JgN-2cEc

Você pode assistir ao filme na integra acessando:

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o link:http://www.uece.br/posla/dmdocuments/gleydaluciacordeirocostaaragao.pdf

13

Neste endereço você vai poder analisar um excelente trabalho comparativo entre aos obra escrita e filmada,

lendo a dissertação Do livro a tela: identidade e representação em A Hora da Estrela de Clarice

Lispector, de autoria de Cleyda Aragão.

Assistindo “Narradores de Javé”

ATIVIDADE

a3Após assistir a fragmentos do

filme “Narradores de Javé”, os estudantes

deverão imitir suas opiniões a

respeito das cenas do filme.

Análise do Filme

HORA DO

CINEMA

1) Por que, na sua opinião, Antônio Biá não conseguiu escrever o livro das memórias?

2) Segundo a personagem Antônio Biá, há diferenças entre contar e escrever. Você consegue apontar algumas que ele apresentou no filme?

3) Qual a diferença, segundo os moradores de Javé, entre escrita convencional e escrita científica?

4) Por que você imagina que cada pessoa ouvida por Biá tinha a sua própria versão sobre a história do povoado?

5) O filme problematiza o progresso como justificativa para por fim a muitas cidades e até pessoas. O que você pensa sobre isso?

Título original: Narradores de JavéGênero: ComédiaDuração: 100 min.Lançamento (Brasil): 2003Distribuição: Lumière e RiofilmeDireção: Eliane CafféRoteiro: Luiz Alberto de Abreu e Eliane CafféProdução: Vânia Catani e Bananeira FilmesCo-Produção: Gullane Filmes e Laterit ProductionsMúsica: DJ Dolores e Orquestra Santa MassaSom: Romeu QuintoFotografia: Hugo Kovensky

FICHA TÉCNIADireção de arte: Carla CafféFigurinista: Cris CamargoLetreiros: Carla Caffé e Rafael TerpinsEdição: Daniel RezendeElenco: José Dumont (Antonio Biá); Matheus Nachtergaele (Souza); Nélson Dantas (Vicentino); Rui Resende; Gero Camilo (Firmino); Luci Pereira; Nelson Xavier (Zaqueu); Jorge Humberto e Santos Altair Lima (Galdério); Alessandro Azevedo (Daniel); Henrique (Cirilo); Maurício Tizumba (Samuel); Orlando Vieira; (Gêmeo); Roger Avanzi (Outro)

O filme a que você irá assistir agora, diferentemente dos outros trabalhados anteriormente, não é uma adaptação de obra literária. O filme recebeu dezenas de prêmios no Brasil e

exterior e já foi tema de vários estudos acadêmicos. Assista com atenção e tente perceber porque o filme chamou atenção de tanta gente de diferentes segmentos sociais. Em

seguida debata as suas percepções com o professor e colegas.

SINOPSE DO FILME: Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que Javé pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidro-elétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: vão preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.

Você pode assistir ao filme na integra acessando:

http://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o enderço:

14

Você vai ter acesso a dissertação Identidade, Memória, Oralidade e Escrita em Narradores de

Javé, de Amauri de Lima, um dos dezenas de trabalhos de pesquisa que discutiram as

representações que o filme suscita.

http://cac-php.unioeste.br/pos/media/File/letras/amauri_de_lima.pdf

Unidade 4Unidade 4 A escrita no cinema e na literatura

OBJETIVO: Analisar os processos de criação de roteiros para o cinema, especialmente a partir da obra literária e como o tema da escrita é recorrente em todas as obras selecionadas, tanto cinematográficas quanto literárias.

DURAÇÃO: 4 horas/aula

O ato de escrever

ATIVIDADE

a1Na Unidade 4

vamos trabalhar a escrita

observando como o processo de

criação artística é construído no cinema e na

literatura

Discutindo o tema

1) Após esta discussão inicial, responda:a) Como você pode observar o ato da escrita também é um dos temas das obras estudadas nesta Unidade didática. Procure voltar a leitura de “A hora da estrela” e aponte como o narrador se refere a escrita.

b) No livro “Antes que o mundo acabe” o autor usa a estratégia do uso cartas para lançar reflexão sobre o papel da escrita. Qual seria esta possível reflexão?

c) Escrever não é uma tarefa simples. Em se tratando de escrita para o cinema este trabalho é mais complexo ainda, pois exige que o autor busque, além de explicitar a fala dos personagens, apresentar aquilo que pretende que os atores façam e ainda como o cenário deve ser preparado. Leia o fragmento do roteiro do filme “Antes que o mundo acabe”, ao lado e observe as características da escrita de um roteiro:

Para começar

CENA 29 – ESCOLA/ESCADA – INT/DIA(Mim está descendo a escada, apressada. Daniel tenta alcançá-la).DANIEL - Mim...(Mim diminui seu passo. Para e dirige seu olhar a Daniel, que está alguns degraus acima).DANIEL (atrapalhado) - Só queria saber... Quanto tempo é um tempo?!(Mim pensa um pouco).MIM - Sei lá, Daniel. Um tempo... é um tempo. Não sei quanto tempo é, mas ainda não passou.DANIEL - Vou contar até cem.MIM - Conta até mil. Eu tenho que ir, tou atrasada.(Mim dá as costas para Daniel e se afasta, descendo outro lance da escada. Daniel observa Mim se afastando em direção à saída da escola. Alguém chega por trás e dá um tapinha consolador em suas costas. É Beto, que se aproxima acompanhado por COLEGAS, um deles com uma bola na mão).BETO - Azar o teu, Presunto. Não foi na festa, agora a Mim tá caidinha por mim.DANIEL - É. Eu notei.BETO - Vamos jogar bola? Conseguimos a quadra até às dez.DANIEL - Não tou a fim.OUTRO COLEGA - Qualé, Daniel? Vai ficar sofrendo por um rabo de saia?BETO - Se bem que, por um rabinho como o da Mim, até que vale a pena...(Daniel encara Beto, entra no laboratório. Beto segue com os colegas).Antes que o mundo acabe, Cena 29. In: Roteiro de Ana Luiza Azevedo, Giba Assis Brasil, Jorge Furtado e Paulo Halm. Filme da Casa de Cinema de Porto Alegre. São Paulo: Imprensa Oficial, 2010

ROTEIRO

O que é escrita? (Ingedore Koch e Wanda Elias)Se houve um tempo em que era comum a existência

de comunidades ágrafas, se houve um tempo em que a escrita era de difícil acesso ou uma atividade destinada a alguns poucos privilegiado, na atualidade, a escrita faz parte da nossa vida, seja porque somos constantemente solicitados a produzir textos escritos (bilhetes, e-mail, listas de compras, etc, etc.), seja porque somos solicitados a ler textos escritos em diversas situações do dia-a-dia (placas, letreiros, anúncios, embalagens, e-mail, etc. etc.).

Barré-de-Maniac (2006:38) afirma que “hoje a escrita não é mais domínio exclusivo dos escrivães e dos eruditos [...] A prática da escrita de fato se generalizou: além dos trabalhos escolares eruditos, é utilizada para o trabalho, a comunicação, a gestão da vida pessoal e doméstica”.

Que a escrita é onipresente em nossa vida, já o sabemos. Mas, afinal, “o que é escrever?”. Responder a esta questão é uma tarefa difícil, porque a atividade de escrita envolve aspectos de natureza variada (linguística, cognitiva, pragmática, sócio-histórica e cultural).

Como é de nosso conhecimento, há muitos estudos sobre a escrita, sob diversas perspectivas, que nos

proporcionam diferentes modos de responder a questão em foco. [...]

Apesar da complexidade que envolve a questão, não é raro, quer em sala de aula, quer em outras situações do dia-a-dia, nos depararmos com definições de escrita, tais como: “escrita é inspiração”; “escrita é uma atividade para alguns poucos privilegiados (aqueles que nascem com esse dom e se transformam em escritores renomados)”; “escrita é expressão do pensamento” no papel ou em outro suporte; “escrita é domínio de regras da língua”; “escrita é trabalho” que requer a utilização de diversas estratégias da parte do produtor.

Essa pluralidade de respostas nos faz pensar que o modo pelo qual concebemos a escrita não se encontra dissociado do modo pelo qual entendemos a linguagem, o texto e o sujeito que escreve. Em outras palavras, subjaz uma concepção de linguagem, de texto e de sujeito escritor ao modo pelo qual entendemos, praticamos e ensinamos a escrita, ainda que não tenhamos consciência disso.(In: KOCH, I.V; ELIAS, V.M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2ed. São Paulo: Contexto, 2011, p. 31-32)

15

A escrita cinematográfica

Cinema e Literatura dá para comparar?

Escrever livros e escrever para o cinema

ATIVIDADE

a2Como você percebeu há diferenças entre escrever livros e

escrever para o cinema. Vamos trabalhar algumas destas diferenças.

A escrita no cinema recebe o nome de Roteiro. O Roteiro nada mais é do que um caminho, uma esquema detalhado do que os envolvidos na produção e filmagem

do filme devem seguir. Por isso o trabalho de quem escreve para o cinema, tanto como na Literatura, é sempre muito valorizado.

Oriente seus alunos a

perceber como a escrita literária e

a escrita cinematográfica

tem características

próprias.

Discutindo o tema1) Como você percebeu nesta discussão, as linguagens literária e cinematográfica são manifestações artísticas de grande valor estético e cultural. O que, em sua opinião, os escritores e cineastas têm em comum?

2) Agora que você já conhece um pouco mais sobre literatura e cinema, procure apontar algumas diferenças que você percebeu:

3) Se você fosse um diretor de cinema e fosse convidado para adaptar para o cinema o conto ‘A troca e a tarefa’, de Lygia Bojunga Nunes, qual o seria o foco principal de seu filme, ou seja, o que você procuraria apresentar com maior ênfase ao público espectador?

4) Você acha que o filme Narradores de Javé poderia ser um livro de sucesso? Por quê?

Ao discutir elementos da produção literária na obra Literatura e Sociedade, o crítico Antônio Cândido se reporta à relação escritor e público para mencionar que há fatores internos e fatores externos que interferem na criação literária. Para ele “o escritor, numa determinada sociedade, é não apenas o indivíduo capaz de exprimir a sua originalidade (que o delimita e especifica entre todos), mas alguém desempenhando um papel social, ocupando uma posição relativa ao seu grupo profissional e correspondendo a certas expectativas dos leitores ou auditores. A matéria e a forma da sua obra dependerão em parte da tensão entre as veleidades profundas e a consonância ao meio, caracterizando uma diálogo mais ou menos vivo entre criador e público. (CÂNDIDO, 2010, P. 83-4)

Segundo Cândido (2010), a literatura é pois um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem, decifrando-a, aceitando-a, deformando-a. A obra não é produto fixo, unívoco ante qualquer público, nem este é passivo, homogêneo. Para concluir ele diz ainda que autor e obra constituem um par solidário, funcionalmente vinculado ao público.

A escrita literária

Segundo Angela Tamaru (2006), a linguagem que o cinema adota em suas cenas é composta por signos imagéticos. Ao atingir o teor poético, o cinema pode recuperar os movimentos e expressões esquecidos pela arte da palavra. Ainda de acordo com a autora “o cinema traduziu palavras em imagens”. O espectador atual pode ver o filme e pode ler a obra em que este foi inspirado. Mas terá ele duas obras distintas: enquanto uma é feita de palavras, encerrando em si a arte poética dos símbolos da escrita, a outra é composta de homens e objetos filmados analogicamente à realidade. Cabe ao espectador viver a multiplicidade de sentidos que são apresentados a ele, seja pela literatura, seja pelo cinema. (TAMARU, 2006, p. 146)

TAMARU, Angela Harumi. Descrição e Movimento: imagens descritivas no cinema e na literatura. São Paulo: Scortecci, 2006

CÂNDIDO, Antônio. Literatura e Sociedade: Estudos da Teoria e História Literária. 11ª ed. revista pelo autor. Rio Janeiro: Ouro sobre Azul, 2010

Angela Tamaru (2006) nos apresenta informações importantes a este respeito. De acordo com ela «analisando comparativamente filme e livro, encontramos elementos comuns utilizados pela escrita e pela imagem», pois o cinema é uma linguagem, já que ele obviamente comunica, porém não é uma língua porque não pode ser reduzido a unidades distintas além do nível da linguagem. Não tem, portanto, signos no mesmo sentido da linguagem verbal. (JOHNSON, Literatura e cinema, p. 14-5, apud TAMARU, 2006, p. 33)

Para a pesquisadora, portanto, a imagem é uma representação analógica, contínua e icônica da realidade, ao passo que a escrita é não-analógica e simbólica.

O que fica constatado de forma geral é que é possível sim fazer uma comparação entre as duas manifestações artísticas, porém cada uma tem suas especificidades e tem marcas constitutivas que a fazem única.

16

Falando mais sobre roteiro

ATIVIDADE

a3 Agora você vai ler um texto que trata da escritura de Roteiros. Preste bem atenção, por

que depois você vai precisar.

Leia o texto com seus alunos e em seguida selecione cenas dos filmes para analisar como o roteirista as

escreveu.

Discutindo o tema

“O melhor roteiro não é o que tenha a escritura mais correta, mas aquele cuja estrutura narrativa preveja a realização de um bom filme. Feita essa

ressalva, adianto que aqui, neste texto, eu me proponho a falar de escritura e apenas de escritura.”

Roteiro não é literatura. Ou seja: não é uma forma acabada de linguagem, não deve ser pensado como algo a ser apresentado ao público, mas como um momento intermediário de criação, e que portanto deve servir ao seu objetivo final: o filme. Sempre que tiver que optar entre uma frase agradável, esperta, "literária", e uma frase clara, o roteirista deve ser claro.

O objetivo de um roteiro, portanto, é tentar estabelecer com o seu leitor uma relação o mais parecida possível com a relação de um espectador vendo um filme. Um objetivo impossível de se atingir, é claro, uma vez que um filme são imagens em movimento numa tela acompanhadas de som, e um roteiro vai ser sempre palavras sobre papel.

Uma utopia criativa a serviço de um objetivo fundamentalmente econômico: uma boa definição não só de roteiro, mas da própria essência do cinema.

ELEMENTOS TEXTUAISUm bom critério para reconhecimento de um roteiro

no papel poderia ser a presença dos seguintes elementos: (1) a DIVISÃO DE CENAS claramente indicada; (2) a NARRAÇÃO de toda a ação do filme, na ordem cinematográfica; (3) breve DESCRIÇÃO física dos personagens e dos cenários quando eles aparecem pela primeira vez; (4) as FALAS (diálogos e textos de narração) completos e destacados do restante do texto; e (5) RUBRICAS ou indicações para os atores durante as falas.

REGRAS DE ESCRITURA3.1. TERCEIRA PESSOA

Um filme é uma experiência externa, que acontece numa tela colocada à nossa frente, a uma certa distância, com outras pessoas ou personagens. Por isso, todo roteiro deve ser narrado em terceira pessoa.

Como comparação: a maior parte da literatura é narrada também em terceira pessoa, mas existe toda uma tradição de ficção literária em primeira pessoa, e mesmo experiências isoladas de textos literários em segunda pessoa.

3.2. VERBOS NO PRESENTE Assistir a um filme é uma experiência que acontece

no tempo, como a música ou o teatro, e ao contrário da pintura, da escultura e da literatura, que acontecem no espaço. O tempo de visualização de um filme é sempre o presente. Mesmo no caso de um flash-back: entendemos, por uma série de convenções, que a cena se passa no passado em relação a outras cenas já mostradas, mas, quando ela está sendo mostrada ao público, ela é percebida como presente. Portanto, num roteiro, todos os verbos devem ser colocados no presente (ou, eventualmente, no gerúndio, que é um presente contínuo). 3.3. ORDEM FÍLMICA

Tudo no roteiro deve estar na ordem em que vai aparecer no filme: não necessariamente na ordem cronológica, mas na ordem fílmica. Evidentemente que isso se aplica à ordem das cenas, que devem ser dispostas no roteiro conforme a ordem narrativa definida pelo roteirista, e que, em princípio, deve ser seguida na montagem final do filme.3.4. NADA INFILMÁVEL

Um roteiro não pode ter nada que não seja diretamente filmável. Esta é talvez a regra mais óbvia, e a menos observada. Até porque é possível defender a tese de que "tudo é filmável". No limite, qualquer texto literário (mesmo Kafka ou Joyce, por exemplo) pode ser filmado3.5. EVITAR TERMOS TÉCNICOS

Um roteiro deve evitar ao máximo possível o uso de especificações técnicas, ou expressões que indiquem explicitamente a filmagem, tais como "close", "plano geral", "travelling", "corta para", "a câmara mostra", "vemos agora". 3.6 TEMPO DE LEITURA

Cada narração, cada descrição, cada rubrica, deve ser redigida de forma a ter um tempo de leitura o mais próximo possível do tempo que se imagina que eles teriam no filme. A principal consequência disso é que, num roteiro, só devem ser usadas frases que tenham a duração aproximada daquilo que elas narram ou descrevem.

Texto na integra você encontra em: http://www.roteirodecinema.com.br/manuais.htm#unisinos

Como você percebeu, o Roteiro é um guia para que os demais participantes do

processo de produção preparem o filme. Vamos analisar um roteiro. Selecione uma

cena qualquer de um dos filmes a que você assistiu e tente transcrever

como o roteiro foi desenvolvido.

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o endereço:

http://www.roteirodecinema.com.br/manuais.htm

A ESCRITURA DO ROTEIROGiba Assis Brasil

17

Unidade 5Unidade 5 Nós escrevemos... e você...?

OBJETIVO: Desenvolver estratégias para o procedimento da escrita de roteiros para produção de filmes.

DURAÇÃO: 5 horas/aula

Você é o roteirista

Primeiros passos

Para começar

ATIVIDADE

a1

Apresentamos alguns textos

literários como sugestão, mas

você e seus alunos podem escolher textos

de seu conhecimento.

Após ler sobre literatura, cinema e como a escrita está presente no universo destas duas manifestações artísticas vamos escrever também. A intenção é que você escreva roteiros para produção de seu próprio filme. No nosso caso não pretendemos fazer grandes produções cinematográficas, por questões óbvias de estrutura, tempo e investimento. Entretanto você pode produzir pequenos vídeos (curtas-metragem) que retratem algum tema que você considere interessante. Para tanto propomos duas situações: a primeira, que os roteiros sejam realizados a partir de textos literários; e a segunda, que você possa escrever seu próprio roteiro a partir de um assunto que acredita ser argumento para um bom filme.

O cinema entra na escola como “um outro”, um estrangeiro pela sua natureza, pelos seus instrumentos, pelos seus mediadores. O melhor

objetivo que a escola pode propor hoje é se aproximar dos filmes como obras de arte e de cultura. (Adriana Mabel Fresquet)

Escolha com ajuda de seu professor e de seus colegas um texto literário que você conheça e que imagina ser interessante adaptar para o cinema. após ler o texto, reúna-se em grupo pense como você faria um filme com base no texto escolhido. A partir das discussões comece a organizar as ideias para escrever o roteiro. Não se esqueça de observar as dicas da Unidade anterior sobre as regras da escritura de roteiros. Bom trabalho!

Chegou a sua vez

Contos de Machado de Assis, como a “A Cartomante”; “O Enfermeiro”; “A Igreja

do Diabo”; entre outros, receberam várias adaptações realizadas por estudantes. Você pode acessar a Internet e assistir alguns destes

trabalhos e quem sabe também fazer o seu vídeo curta-metragem a partir das obras do escritor de “Dom Casmurro”.

Alguns contos interessantes que podem merecer uma adaptação:

A orelha de Van Gogh, Moacir Slciar;Pausa, Moacir Slicar;

O consumidor, Luiz Puntel;O bife e a pipoca, Lygia Bojunga Nunes;

Nosso dia, Luiz Vilela;Apelo, Dalton Trevisan;

Legião Estrangeira, Clarice Lispector;A máquina extraviada, de José J. Veiga;

Contos de Luiz Fernando Veríssimo.

Dica Dica

DÚVIDASLeia mais...

FRESQUET, A. M. Fazer Cinema na Escola: pesquisa sobre as experiências de Alain Bergala e Núria Aidelman Feldman. 2008. GT-16: disponível em:http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4996--Int.pdf

Leia o artigo de Angela Mabel Fresquet

18

Testando a criatividade

Transformando textos em roteiros

ATIVIDADE

ATIVIDADE

a2

a3

Conduza a atividade para que

o estudante escreva

livremente, sem se preocupar

neste momento com a escrita de roteiros. Depois do texto pronto é

que você e a turma poderão

avaliar se o texto é argumento para um bom roteiro.

Para a produção do roteiro solicite aos

alunos que observem os elementos textuais do roteiro:1) DIVISÃO

DE CENAS (2) NARRAÇÃO; (3) DESCRIÇÃO dos

personagens e dos cenários; (4) FALAS e

(5) RUBRICAS. (Ver página 17)

Segundo Fresquet (2008) ao trabalharmos a arte cinematográfica com os alunos podemos trabalhar os valores que lhes são próprios, isto é, trabalho em equipe, constância, capacidade de espera, imaginação e sensibilidade. Quando realizam os filmes, os alunos devem elaborar um roteiro, planejar a filmagem, assumir tarefas, transmitir e comunicar ideias, escutar e dialogar com os outros. O projeto visa um resultado que não se limita apenas ao filme, mas especialmente a todas as aprendizagens do processo.

Na visualização de filmes, aprendem a olhar a realidade com atenção, a pensar ou intuir como dar forma às ideias, a partilhar decisões e explicar as próprias escolhas, o que, de alguma maneira, constitui uma outra forma de se relacionar com o mundo e com os outros. (FRESQUET, 2008, p. 09)

De acordo com Lotman (1978), qualquer unidade de texto (visual, figurativa, gráfica ou sonora) pode tornar-se elemento da linguagem cinematográfica, a partir do momento em que ofereça uma alternativa (nem que seja o caráter facultativo do seu emprego) e que, por conseguinte, apareça no texto não automaticamente, mas associada a uma significação. Ainda segundo ele, é necessário que se distinga uma ordem discernível (um ritmo). Esse ritmo implica afirmar que a escrita de uma história não deve ser feita somente por instinto, deve ser planejada. A história precisa ter início, meio e fim, transformados em etapas/atos: Ato I (início), Ato II (meio) e Ato III (fim). Portanto, como indica Lotman, a palavra não é elemento facultativo, suplementar na narrativa cinematográfica, mas um elemento obrigatório desta.

Meu texto, meu mundo...

O ato é todo seu

Nesta atividade o autor é você. A partir das experiências pessoais e das informações discutidas até este momento, escreva um texto que aborde questões que estejam presentes no mundo em que você vive. O texto pode ser uma poesia, uma história, uma opinião sobre assuntos de interesse social, político, econômico ou esportivo. Fique a vontade para fazer a sua criação, a intenção neste momento é que você escreva algo que expresse a sua visão de mundo.

Você leu textos literários, escreveu o seu próprio texto e agora você vai ter a oportunidade de transformar estes textos em um roteiro para a produção de um filme.

DÚVIDASLeia mais...

Acesse o endereço

19

http://www.massarani.com.br/Rot-Estrutura-Roteiro-Historia.html

Neste site você encontrará textos importantes sobre o trabalho de produção e escrita de roteiros.

Roteiro Cena 1 - No começo

LOTMAN, Yuri. Estética e Semíótica do Cinema. Lisboa: Editorial Estampa, 1978

Unidade 6Unidade 6 Agora vamos filmar!!!!

OBJETIVO: Incentivar os estudantes a executar o trabalho de coleta e produção de imagens que comporão um filme, além de realizar a montagem de vídeos curtas-metragem.

DURAÇÃO: 5 horas/aula

O Cenário e os ensaiosNão se trata de “aprender cinema no colégio”, mas de aprender a pensar o mundo por

uma das experiências culturais mais fascinantes e encantadoras dentro de uma instituição que tem muito a oferecer. (NAPOLITANO, 2009, p. 30)

Para começar

ATIVIDADE

ATIVIDADE

a1

a2

Para ensaiar as cenas você pode solicitar ajuda do

professor de Arte. Procure

motivar os alunos para não perderem o foco

do trabalho.

Incentive os alunos a trazer

as suas máquinas

digitais para a escola. E

indique curtas para que eles

assistam.

Dando cor a produção

Organizando as imagens

De posse do roteiro e sabendo o que será filmado, o primeiro passo é preparar o cenário e os ensaios. Quanto ao cenário não há necessidade da criação de um espaço específico para as gravações, você pode utilizar a própria sala de aula com fundo neutro e no caso de gravações externas optar por ambientes que façam parte do seu cotidiano, dando maior realidade as produções. Em relação aos ensaios é importante lembrar que a intenção não é apresentar grandes atuações dramáticas, mas sim abrir espaço para que haja prática do exercício de interação sócio-comunicativa.

Com o roteiro definido e c o m o s e n s a i o s encaminhados, você p o d e c o m e ç a r a s fi lmagens. Use suas próprias câmeras digitais, que atualmente possuem uma boa capacidade de resolução, para fazer as filmagens. Contudo a maioria das escolas já possuem filmadoras que podem ser utilizadas para a r e a l i z a ç ã o d e s t e trabalho.

20

CEnA

EU QUERO FILMAR

NA ESCOLA

Montando o filme

ATIVIDADE

a3Esta atividade

certamente exigirá trabalho

extra classe. Por isso converse

com seus alunos para solicitarem ajuda sempre que preciso.

Montagem - A definição técnica de montagem é simples, trata-se de colar uns após outros, em uma ordem determinada, fragmentos de filme, os planos, cujo

comprimento foi igualmente determinado de antemão. Essa operação é efetuada por um especialista, o montador, sob a responsabilidade do diretor

(ou do produtor, conforme o caso). (Dicionário teórico e crítico de cinema, de Jacques Aumont e Michel Marie)

Para a montagem das cenas você pode usar programas como o Movie Maker, disponível na maioria dos computadores, já que faz parte dos acessórios do sistema. Caso você não tenha o software a disposição, há possibilidade de baixar, gratuitamente vários sotwares para a edição de imagens. No endereço http://pt.kioskea.net/download/edicao-de-video-76,você encontra alguns destes softwares de distribuição gratuita.

Outra dica importante, seus vídeos deverão ter curta duração e, portanto, você estará fazendo curta-metragem.

Curta-metragem, ou simplesmente curta, é o nome que se dá a um

filme de pequena duração. O Dicionário Houaiss define curta-

metragem como "filme com duração de até 30 minutos, de intenção

estética, informativa, educacional ou publicitária, geralmente exibido

como complemento de um programa cinematográfico".

É um projeto apoiado pela Petrobrás, onde professores cadastrados compartilham suas vivências em torno da utilização dos curtas em sala de aula através de comentários aos filmes,

discussões no fórum e, principalmente, do envio de relatos de suas experiências com a exibição de filmes aos alunos. Tais relatos integram um grande banco de experiências

educacionais, permanentemente aberto para consultas por todos. Com a atividade a Petrobrás dá seguimento a uma idéia surgida ainda em 2002 com o início

do projeto Porta Curtas Petrobrás.

A participação no Projeto é aberta a professores de todo o Brasil.Os educadores têm acesso, através deste site, a um conjunto de planos de aula que

acompanham mais de 300 filmes brasileiros de curta-metragem. Acesse: http://www.curtanaescola.org.br/

Curta metragem

Curta na escola

DÚVIDASLeia mais...

Conforme o próprio site se apresenta é gratuito e acessível a todos. Este portal de comunidade permite reparar, ser ajudado e formar-se em informática e as novas tecnologias.

O link abaixo trata especialmente da montagem de vídeos:

O cineasta é você

Excelente site para pesquisar sobre a produção de curta-metragens. O Portal

possui mais de 7.700 curtas catalogados e mais de 1000 curtas disponíveis para assistir. São milhares de profissionais

catalogados: Artistas e Técnicos (36093)

Atores (11058)Fotografia (4365)Diretores (6513)

Animadores (664)Acesse: http://portacurtas.org.br/

Porta Curtas

21

Acesse o endereço: http://pt.kioskea.net

http://pt.kioskea.net/faq/6370-como-fazer-uma-montagem-de-video

Unidade 7Unidade 7 Vocês precisam ver!!!

OBJETIVO: Apresentar os filmes para a comunidade escolar como estratégia de aproximação entre texto literário e cinema.

Duração: 4 horas/aula

Preparando a divulgação

Para começar

ATIVIDADE

a1É o momento

em que os estudantes

poderão trocar ideias e emitir

opiniões sobre a produção dos

colegas

1) Antes de organizar a Mostra final para toda a comunidade escolar, você e seus colegas irão assistir a todos os filmes produzidos durante esta Unidade Didática.

2) Depois de assistir aos filmes faça um grande debate em sala de aula sobre quais foram as primeiras impressões sobre as atividades desenvolvidas. Você gostou ou não gostou do seu filme? E do filme de seus colegas?

3) Converse com o seu professor e aponte inicialmente para ele quais problemas você visualizou ao assistir o filme do grupo que não é o seu. Após aprovação do professor socialize com todo o grupo qual a sua “crítica” sobre a produção. Pense que este é um momento importante, pois poderá antecipar o que o público em geral poderá pensar sobre seu trabalho e o trabalho de seus colegas.

É hora de mostrar...

Depois de todo trabalho de elaboração, organização e divulgação, chegou o grande momento, os alunos vão

organizar a Mostra de Cinema da Escola. Muito provavelmente haverão bons vídeos e outros nem tanto, contudo você deve valorizar o trabalho de cada estudante e seu

esforço para apresentar algo “defensável” em termos de produção literária ou cinematográfica.

ATIVIDADE

a2Peça ajuda ao professor de Arte. Com

certeza ele trará muitas

contribuições para produção de materiais de

divulgação.

1) Reúna-se em grupo e discuta quais vídeos tem afinidade temática e em seguida organize a relação de quais filmes serão apresentados primeiro.

2) Produza cartazes com o título do fime, destacando data, hora e local de projeção.

3) Destaque um colega por grupo para visitar as demais salas e divulgar o evento.

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Unidade 8Unidade 8 Para que serve isto?

OBJETIVO: Contextualizar a percepção dos estudantes e da comunidade escolar sobre a realização das atividades

Duração: 2 horas/aula

O que eu penso, o que eu aproveitei?

Todos pensam como eu?

1) Você gostou de participar destas atividades?( ) Sim ( ) Não

2) Qual parte atividades você mais gostou e quais você menos gostou?

3) Vacê pensa que o cinema pode ajudar a compreender melhor as obras literárias? Por quê?

4) Você vai assistir a filmes da mesma maneira que assistiu até a realização destas atividades? Justifique.

5) Que tipo de filme você faria caso fosse um grande cineasta? Comente.

1) Você gostou de participar destas atividades?( ) Sim ( ) Não

2) Qual filme/vídeo você mais gostou? Por quê?

3) Você assiste a muitos filmes? Qual sua preferência?

4) Este tipo de atividade incentiva o alunos a aprender mais? Por quê?

5) Dê a sua sugestão para futuros filmes:

Para começar

ATIVIDADE

ATIVIDADE

a1

a2

Apresente o pequeno

questionário ao lado e solicite

que apresentem as suas

impressões sobre as

atividades.

Agora você vai solicitar a seus

alunos que entrevistem os

colegas da escola,

professores e visitantes sobre a

experiência de assistir a filmes

produzidos pelos próprios

estudantes..

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REFERÊNCIAS