ConheçA Ilda Pulga, a fonte inspiradora do busto da República - Nuno Gonçalves
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO … · 6.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA ... CONHECENDO...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTÊNDENCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
NÁDIA VILAS BOAS STUANI
PRÁTICAS DE LEITURA POR MEIO DOS CONTOS
BRASILEIROS CONTEMPORÃNEOS, FOCADOS NA
TEMÁTICA DO IDOSO
http://annacrafts.wordpress.com/2011/05/27/livros-de-graca/
SÃO JOÃO DO IVAÍ
2011
NÁDIA VILAS BOAS STUANI
Produção Didática Pedagógica – Caderno Pedagógico, apresentada ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da
Secretaria de Estado da Educação, como
requisito parcial para o cumprimento das
atividades propostas, sob a orientação do
Professor Dr. Luiz Carlos Santos Simon do
Departamento de Letras, da Universidade
Estadual de Londrina.
SÃO JOÃO DO IVAÍ
2011
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, o ser supremo, por ter me concedido o
privilégio de participar deste programa e por me dar sabedoria para realizá-lo.
A Ele toda honra e toda Glória.
A todos os profissionais de educação, os quais lutam por uma Educação
de qualidade, aqueles que acreditam que através do seu trabalho podem
transformar, construir e formar pessoas melhores. Aqueles que mesmo diante
as dificuldades conseguem expressar amor ao próximo; consciente de que seu
compromisso com a educação pode fazer a diferença na realidade que nos
cerca.
Dedico ainda, a todos que me apoiaram sendo: compreensivos,
pacientes e tendo sempre uma palavra ao meu favor, como: minha família,
marido e filhas, meu orientador Professor Luiz Carlos Simon e também meus
amigos e companheiros de viagens que sempre estiveram comigo nos
momentos mais difíceis.
A todos, minha sincera gratidão.
Nádia
“A Leitura é o Caminho para todo o Sucesso.” (Nádia)
SUMÁRIO 1. IDENTIFICAÇÃO ..........................................................................................05
2. APRESENTAÇÃO.........................................................................................06 3. OBJETIVOS .................................................................................................08
3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................08
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................08
4. PROBLEMATIZAÇÃO..................................................................................09
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................10 6. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO.....................................................16
6.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA........................................16
6.2 O TEMPO DAS AULAS...............................................................................16
7. UNIDADE 1....................................................................................................17
7.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO............................................................17
7.2 HORA DA LEITURA.................................................................................17
7.3 CURIOSIDADES. - CONHECENDO OS AUTORES................................21
7.4 O ALUNO EM AÇÃO................................................................................25
7.5 OPÇÕES DE LEITURA............................................................................26
8 UNIDADE 2.....................................................................................................27
8.1 O CONTO E SUAS CARACTERÍSTICAS................................................27
8.2 ELEMENTOS DA NARRATIVA................................................................27
8.3 TIPOS DE FOCO NARRATIVO................................................................29
8.4 SAIBA MAIS SOBRE O CONTO..............................................................30
8.5 CONTEXTUALIZANDO............................................................................31
8.6 O TEXTO LITERÁRIO..............................................................................31
9. UNIDADE 3..................................................................................................31
9 .1 VISITA À BIBLIOTECA-PESQUISA INDIVIDUAL...................................31
10. UNIDADE 4..................................................................................................32
10.1 ESTUDO DO CONTO “FELIZ ANIVERSÁRIO” de Clarice Lispector.....32
10.2 ATIVIDADES...........................................................................................33
11. UNIDADE 5..................................................................................................35
11.1 LEITURA E REFLEXÃO DO CONTO “CLÍNICA DE REPOUSO”, de
Dalton Trevisan..................................................................................................35 11.2 ATIVIDADES...........................................................................................36
12. UNIDADE 6..................................................................................................37
12.1 VISITA AO ASILO DA CIDADE..............................................................37
13. UNIDADE 7..................................................................................................39
13.1 LEITURA DRAMATIZADA DO CONTO “LUZ SOB A PORTA” de Luiz
Vilela..................................................................................................................39
13.2 ATIVIDADES...........................................................................................40
14 UNIDADE 8...................................................................................................41
14.1 ESTUDO DO CONTO “CIRCUITO FECHADO (2)” de Ricardo Ramos.41
14.2 OS IDOSOS NO BRASIL........................................................................42
14.3 COMENTÁRIOS SOBRE OS VÍDEOS...................................................43
14.4 ATIVIDADES...........................................................................................45
15. UNIDADE 9..................................................................................................46
15.1 PESQUISA E PRODUÇÃO DO CONTO................................................46
15.2 AVALIAÇÃO DOS ALUNOS...................................................................46
16. ORIENTAÇÕES /RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR.........................47 17. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO.......................48
REFERÊNCIAS
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1. IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Nádia Vilas Bôas Stuani
Área PDE: Língua Portuguesa
NRE: Ivaiporã
Professor Orientador: Luiz Carlos Santos Simon
Escola de Implementação: Colégio Estadual Arthur de Azevedo – EFMPN
Público objeto de intervenção: Alunos do Curso de Formação de Docentes
Tema: Práticas de Leitura por meio do gênero discursivo Contos.
Título: Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros Contemporâneos,
focados na temática do Idoso.
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2. APRESENTAÇÃO
Arquivo Pessoal
Este Caderno Pedagógico é um material elaborado com o intuito
de contribuir para o desenvolvimento e incentivo à leitura, através de
estudos dos Contos Brasileiros Contemporâneos, focados na temática do
idoso.
O trabalho visa estimular a leitura, a fim de desenvolver a
autonomia de ler mais, informar e sensibilizar a buscar conhecimentos para
maior concepção de mundo e do senso crítico.
Este Caderno Pedagógico é uma ferramenta realizada a partir de
estudos e orientações ofertadas pelo Programa de desenvolvimento
Educacional - PDE, que busca proporcionar ensino de qualidade para a
Educação Pública.
A leitura é uma prática pedagógica desafiadora, o drama maior de
quem atua no processo de ensino-aprendizagem. A proposta é fazer com
que os alunos leiam mais, relacionem e encontrem respostas coerentes às
reflexões feitas a partir das leituras diversificadas, sendo selecionados
quatro contos, dos Contos Brasileiros Contemporâneos, para estimular a
leitura, pesquisas e estudos.
O trabalho está estruturado em nove unidades específicas, cada
qual organizada com suas especificidades e objetivos, tendo início com a
7
apresentação do projeto, características do gênero textual, autores, período
literário e na sequência os contos sendo estudados em sua íntegra.
Também estão planejadas dramatizações, visita ao asilo da cidade,
à biblioteca, apresentação de vídeos, debates, reflexões sobre o tema,
mural de exposição das atividades realizadas e produção de contos.
Espera-se que a prática e o desenvolvimento das unidades
ampliem o espaço de debate, estimulem o hábito de leitura e senso crítico,
dando oportunidades a todos de expor suas opiniões mediante as situações
apresentadas pelas leituras, como também propiciar reflexões sobre a
realidade de cada um, provocando mudanças e aprendizados significativos
no decorrer do processo de estudo.
O tema proposto foi escolhido, observando a realidade dos alunos,
idade e interesse pelo tema.
A intenção é que este material possa trazer mudanças positivas na
conduta dos alunos, como também, mudanças na prática pedagógica dos
docentes que poderão usufruir deste material. A elaboração deste Caderno
Pedagógico, embora sendo um material simples, é resultado de muito
estudo, pesquisas, empenho e determinação; almejando que, os resultados
aqui conquistados possam favorecer a todos que buscam melhorias
significativas na Educação.
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3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Estimular a leitura, por meio dos Contos Brasileiros Contemporâneos,
focados na temática do Idoso, a fim de desenvolver a autonomia de ler mais,
informar e sensibilizar a buscar conhecimento para maior concepção de mundo
e do senso crítico.
3.2 Objetivos Específicos
Estudar os contos brasileiros contemporâneos, para aperfeiçoar a
leitura e a interpretação.
Compreender e refletir sobre a temática dos contos, relacionando com a
realidade presente.
Conhecer e identificar os recursos utilizados pelos autores e as demais
características presentes no gênero conto.
Perceber as inúmeras possibilidades de relação dos contos com outros
textos.
Conhecer os autores, período literário e suas características.
Produzir um conto.
9
4. PROBLEMATIZAÇÃO
Segundo relatos e experiências vivenciadas no contexto escolar, um dos
grandes desafios encontrados pela educação é fazer com que os alunos
gostem de ler e usem a leitura a seu favor. Bem se sabe que a leitura de boa
qualidade é aquela que os leitores gostam de ler, afirma o escritor João
Wanderley Geraldy. Assim indagamos. Como gostar de literatura se os alunos
reagem à leitura? De que modo às relações familiares, valores, conflitos,
vivenciados em alguns contos podem sensibilizar e despertar os alunos à
realidade? Os contos fictícios podem estar relacionados com a realidade de
nossos alunos e contribuir para o incentivo da leitura?
Formar leitores é um dos anseios que perpassam pela nossa prática
pedagógica. Dada à dificuldade, é que se buscam meios que possibilitem maior
entrelaçamento entre a leitura/ literatura e o aluno.
A literatura não é somente um processo artístico a ser usufruído por
algumas pessoas, e sim um direito que deve ser acessível a todos, é um
instrumento de comunicação e de interação social, transmissora de
conhecimento e cultura.
Dessa forma, faz-se necessário instigar a leitura, para que ocorra o
prazer de descobrir o maravilhoso mundo da literatura que sensibiliza,
emociona e que envolve o leitor a buscar sempre mais, buscar a leitura como
base para o crescimento e o desenvolvimento pessoal, ampliando sua
concepção de mundo e de senso crítico.
http://universooitavoato.blogspot.com/2011/04/biblioteca-virtual-dominio-publico.html
10
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Literatura Brasileira sempre se mostrou como fonte inspiradora para a
construção e o enriquecimento do conhecimento durante toda história da
humanidade.
As narrativas ouvidas e contadas é um hábito que vem acompanhando a
trajetória dos povos ao longo de sua existência, contribuindo para o
desenvolvimento do conhecimento e da cultura, mesmo de forma simples.
Sabe-se que todos os grupos humanos, em todas as épocas, criaram e
conservaram suas narrativas (histórias), estabelecendo laços de amizade e
interação uns com os outros. Nesta necessidade de interação entre os
homens, nasce a linguagem, com a qual o sujeito estabelece comunicação,
constrói e desconstrói significados em diversas relações sociais, tornando
evidentes sua evolução e conquistas.
De acordo com o que nos propõe Bakhtin, a palavra revela-se, no
momento de sua expressão, como produto de relação viva das forças sociais.
Através destas palavras, é que se constitui justamente o produto da interação
do locutor e do ouvinte.
[...] Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige a alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. [...] A palavra é território comum do locutor e do interlocutor (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 113).
Esta interação (dialogismo) apresentada por Bakhtin, evidencia a
importância da comunicação entre as pessoas, sem a palavra inicial não
haveria as relações existentes que foram surgindo a partir do desenvolvimento
expressivo de cada um, mediante o contexto social e histórico inserido.
Segundo Candido a literatura é um patrimônio cultural a que todos
devem ter acesso, é uma herança que toda sociedade que se diz democrática
deve incluir como direito do cidadão. Assim, a literatura é uma herança cultural
estabelecida pelos povos, através da prática social, a qual é entendida na DCE
11
de Língua Portuguesa como toda atividade humana exercida com e na
linguagem.
Ainda de acordo com a DCE de Língua Portuguesa do Estado do
Paraná, a obra literária não está somente ancorada, fixa ao tempo original de
sua produção. A relação dialógica entre o leitor, texto e autor, de diferentes
épocas, acabam por utilizá-la, o que revela seu dinamismo, sua constante
transformação. As pessoas estão imersas numa história, numa cultura e em
diferentes grupos sociais, nos quais exercem papéis variáveis. Trata – se de
um processo de construção e desenvolvidas e transformadas estão vinculadas
a prática social, a qual resulta da construção da cultura produzida no decorrer
do desenvolvimento humano. Assim, também ocorre na literatura como
produção humana, está intrinsecamente ligada a vida social.
Eagleton (1983, p.105), comenta a respeito da dificuldade em definir
literatura, uma vez que depende da maneira como cada um atribui o significado
a uma obra literária, pois esta se concretiza na recepção, e sem essa constante
participação ativa do leitor, não haveria obra literária.
Para Afrânio Continho, a literatura é uma arte, a arte da palavra, isto é,
produto da imaginação criadora, cujo meio específico é a palavra e cuja
finalidade é despertar no leitor ouvinte o prazer estético e sua crítica deve
obedecer a esses elementos intrínsecos. (COUTINHO, 2003, p.46).
Tomando como fundamentação teórica as idéias de Antônio Candido
(1972), quanto às relações entre literatura e sociedade, ele atribui à literatura
três funções: psicológica, formadora e a social. Ele afirma que os textos
literários, possibilitam ao leitor momentos de reflexão, identificação e formação,
atuando como instrumento de educação. Para tanto, nos contos pode – se
perceber a função social retratada a partir dos diversos seguimentos da
sociedade, experiências de vida, valores e conflitos, sendo possível adequar o
texto literário a atualidade no momento da leitura.
De acordo a DCE de Língua Portuguesa (2010) Bordini e Aguiar (1993),
diz que o estudo da literatura tem como objetivo efetuar leituras compreensivas
e críticas; ser receptivas a novos textos e a leitura de outrem; questionar as
leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural; transformar os
próprios horizontes de expectativas. Para alcançar esses objetivos as autoras
propõem a Teoria da Estética da Recepção e a Teoria do Efeito, usando como
12
método o Recepcional; devido ao papel que se atribui ao leitor, proporcionando
momentos de debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando a ampliação
dos seus horizontes e expectativas.
“O processo de recepção se completa quando o leitor, tendo comparado a obra emancipatória ou conformadora com a tradição e os elementos de sua cultura e seu tempo, a inclui ou não como componente de seu horizonte de expectativas, mantendo-o como era ou preparando-o para novas leituras de mesma ordem, para novas experiências de ruptura com os esquemas estabelecidos. Quanto mais leituras o individuo acumula, maior a propensão para a modificação de seus horizontes, porque a excessiva confirmação de suas expectativas produz monotonia que a obra difícil pode quebrar.” (BORDINI, AGUIAR, 1993, p.85).
Ainda voltado para a teoria da Estética da Recepção, Hans Robert Jauss
(1994), elabora sete teses com a finalidade de propor uma metodologia para
(re) escrever a história da literatura. O autor propõe uma metodologia voltada
para a recepção. Aborda a relação entre leitor e texto, destaca o saber prévio
do leitor, enfatiza o horizonte de expectativas, a ponta a relação dialógica do
texto, discute o enfoque diacrônico, refere-se ao corte sincrônico e o caráter
emancipatória da obra literária em relação a atuação do homem em sociedade.
Nesta perspectiva a literatura provoca rupturas, morre, nasce e se transforma,
dando o verdadeiro sentido ao texto literário, um sentido de vida e de
permanência, passando a ser significativo.
Compartilhando a teoria de Jauss, Wolfgang Iser, apresenta a teoria de
Efeito, a qual reflete a partir do resultado estético da obra literária no leitor
durante a recepção. Para Iser (1996, p.73) “[...] a concepção de leitor implícito
designa [...] uma estrutura do texto que antecipa a presença do receptor”.
No que se refere especificamente ao conto, segundo SMOLKA (1994 p.
6), o conto é tão antigo quanto à fala humana. Para reforçar Smolka, a historia
do conto, propicia subsídios para maior conhecimento a respeito desse gênero,
sua origem e expansão pelo mundo, levando em conta, sua importância para a
literatura.
CONTO é um dos gêneros literários da prosa de ficção. Freqüentemente
conta-se a amigos histórias sobre acontecimentos da vida diária. Do mesmo
13
modo, podem-se contar anedotas para fazê-los rir ou para explicar melhor o
que se quer dizer. Tais modalidades de narrativa possuem um íntimo
parentesco com o conto, mas este tem vários elementos que lhe dão
características próprias. Um conto é cuidadosamente citado e deve ter unidade.
Todos os seus detalhes desempenham um papel preciso e ampliam seu efeito.
Com relação ao romance, o conto, enquanto gênero diferencia-se não
somente por ser menor, mas também por sua dramaticidade estar
condicionada ao relato de uma única situação. Os seus personagens são em
geral retratados rapidamente, com poucos detalhes.
O conto inicialmente fazia parte da literatura oral, com origem na
narrativa de mitos e lendas. Foi com Boccaccio, autor do Decamerão, que o
conto pela primeira vez ocupou um lugar entre as grandes obras universais. Os
contos do Decamerão deram origem à novela renascentista italiana. Os
espanhóis também se dedicaram a um ramo dessa novela, através do
subgênero criado por Cervantes e denominado "novela exemplar". Quase
desaparecido durante o século XVII, o gênero ressurgiu no século seguinte,
como "conto filosófico", meio de que se utilizaram Voltaire e Diderot para a
exposição de suas idéias.
Na Alemanha, depois do romantismo, surgiu o "conto gótico", com a
introdução de elementos fantásticos e sobrenaturais em sua composição, tendo
C.T.A. Hoffmann como o seu maior representante. Sem chegar a exercer
grande influência em seu próprio país, Hoffmann constituiu, no entanto, modelo
seguido por grandes escritores de outros países, entre os quais Edgar Allan
Poe, nos E.U.A. Despido de qualquer sentido filosófico, o "conto gótico" foi
substituído pelo conto policial (veja CONAN DOYLE, SIR ARTHUR), até
ganhar, no século XX, significações especiais e profundas com autores como
Kafka, Jorge Luís Borges e Julio Cortázar. Guy Maupassant, na França, e
Anton Tchekov, na Rússia, foram dois grandes nomes na história do gênero.
Fonte 3. Em Portugal, foram grandes contistas Eça de Queiroz, Camilo
Castelo Branco e Fialho de Almeida. No Brasil, alguns consideram Machado de
Assis como o maior contista da literatura brasileira. Outros autores importantes,
porém, entre os quais Monteiro Lobato, Lima Barreto e Simões Lopes Neto.
Nos dias atuais, podem ser citados Dalton Trevisan e Clarice Lispector, dois
14
escritores que se notabilizaram no gênero. Atribui-se a Mário de Andrade a
feição moderna que o conto adquiriu no Brasil depois do modernismo.
Dá-se também, o nome de conto, às narrativas folclóricas orais (conto
popular). Em sua manifestação oral, o conto aparece já nas antigas
civilizações, sob a forma de narrativas imaginárias e fantásticas, que viriam a
constituir o fundo comum do folclore da maioria dos países ocidentais. A
literatura árabe possui a coletânea mais famosa no gênero: As Mil e Uma
Noites. Na literatura medieval européia de origem popular, o conto tomaria uma
feição mais realista, ao mesmo tempo didática e picaresca (Hans Sachs, Os
fabliaux franceses). Como gênero literário escrito, o conto começaria a fixar-se
a partir do século XVIII (Voltaire), para estabelecer-se definitivamente no século
XIX: Merimée, Balzac, Daudet, Poe, Hoffmann, Gogol. No final desse século, o
conto seria cultivado com perfeição por Maupassant, Tchekhov, O. Henry e
Machado de Assis. O conto, no nosso século, filiar-se-ia ora à tradição
narrativa de Maupassant, ora à tradição intimista de Tchekhov, tendendo, com
Joyce e Katherine Mansfield, para um grande requinte de concisão e lirismo.
Ao teorizar a respeito ao caráter do conto, Julio Cortazar, em alguns
aspectos do conto, p. 147 – 162, 1974, diz: “É preciso chegar a ideia viva do que é o conto, e isso é sempre difícil na medida em que as idéias tendem ao abstrato, a desvitalizar seu conteúdo, ao passo que a vida rejeita angustiada o laço que a conceituação quer lhe colocar para fixá-la e categorizá-la. Mas, se não possuirmos uma ideia viva do que é conto, teremos perdido nosso tempo, pois um conto, em ultima instância, se desloca no plano humano em que a vida e a expressão escrita dessa vida travam batalha fraternal, se me permitem o termo; e o resultado dessa batalha é o próprio conto, uma síntese viva e ao mesmo tempo uma vida sintetizada, algo como o tremor de água dentro de um cristal, a fugacidade numa permanência.” Ainda de acordo com o conto, Silva explica que: “A leitura do conto pode estimular o aluno-leitor a encontrar na leitura literária, uma forma lúdica de entender melhor sua própria realidade. Ao ler narrativas curtas que exijam uma resposta mais rápida e dinâmica do receptor, o aluno pode se sentir mais atraído pelo texto.” (SILVA, 2005, p.93).
Para Gotlib em a Teoria do conto p.83, cada conto traz um compromisso
selado com sua origem: a da estória. E com o modo de se contar a estória: é
uma forma breve. E com o modo pelo qual se constrói este seu jeito de ser,
15
economizando meios narrativos, mediante contração de impulsos,
condensação de recursos, tensão das fibras do narrar.
Porque são assim construídos, tendem a causar uma unidade de efeito,
a flagrar momentos especiais da vida, favorecendo a simetria no uso do
repertório dos seus materiais de composição.
Além disso, são modos peculiares de uma época da história. E modos
peculiares de um autor, que, deste e não de outro modo, organiza a sua
estória, como organiza outras, de outros modos, de outros gêneros. Como são
também modos peculiares de uma face ou de uma fase da produção deste
contista, num tempo determinado, num determinado país.
Dessa forma, o trabalho com leitura através do gênero Conto, está
fundamentado em teorias, as quais contribuirão para a construção do
conhecimento reflexivo, critico e significativo no processo de ensino
aprendizagem.
16
6. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
6.1 Projeto de Implementação na Escola.
O Projeto Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros
Contemporâneos, focados na temática do idoso proporcionará algumas
práticas de leituras, as quais serão aplicadas e desenvolvidas em nove
unidades específicas, cada qual com suas especificidades.
A leitura pode ser um grande desafio. É preciso ensinar a ler para além
das linhas, desenvolverem a capacidade de compreensão, apreciação e
reflexão sobre o sentido do texto.
Sabendo que a leitura gera consciência, participação, atuação sobre o
mundo e sobre si, o projeto propõe uma leitura interessante dos
acontecimentos do cotidiano, vivenciados nas relações familiares,
principalmente com o idoso, que vai instigar o interesse de ler.
6.2 O TEMPO DAS AULAS
O trabalho está estruturado por unidades, cada unidade vai tratar de um
assunto referente ao conteúdo; sendo que algumas delas poderão ser
desenvolvidas em menos tempo, enquanto que outras levarão mais tempo. Por
isso, a estimativa é que toda implementação tenha duração de 20 a 26 aulas.
“Aprender é a única coisa de que a mente
nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se
arrepende.”
Leonardo da Vinci
17
7. Unidade 1
7.1 Apresentação do Projeto.
A Apresentação do projeto para a turma é muito importante, pois os
alunos terão conhecimento de todos os passos a serem desenvolvidos durante
a implementação do projeto. Com isso, inicia-se:
Apresentando o projeto à turma, o gênero textual que será trabalhado,
dialogando com os alunos, com o intuito de conhecer seus conhecimentos
prévios sobre o gênero conto e o tema abordado.
Comentando sobre os contos e apresentando os autores, sensibilizando-
os para as emoções referentes ao tema.
Lendo e compreendendo os contos, fazendo a contextualização com
outros saberes.
7.2 HORA DA LEITURA
Este é um momento muito especial, pois é hora de aguçar o
interesse de ler os contos a serem trabalhados. A motivação à leitura se
faz necessária, para que os alunos possam participar com entusiasmo.
Dividir a turma em quatro grupos. Cada grupo fará a leitura de um
conto.
Conhecer os autores de cada conto.
http://monoludica.multiply.com/journal?&page_start=100
18
Leitura do conto I
“FELIZ ANIVERSÁRIO” de Clarice Lispector.
Conto - FELIZ ANIVERSÁRIO
A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapeado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados — e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata...
Leitura do conto II
“Clínica de Repouso” de Dalton Trevisan
Dona Candinha deparou na sala o moço no sofá de veludo e a filha servindo
cálice de vinho doce com broinha de fubá mimoso.
Mãezinha, este é o João.
Mais que depressa o tipo de bigodinho foi beijar a mão da velha, que se
esquivou à gentileza. O mocinho servia o terceiro cálice, Maria chamou a mãe
para a cozinha, pediu-lhe que aceitasse por alguns dias. Não, como hóspede
da família. Irmão de uma amiga de infância, sem conhecer ninguém de
Curitiba, não podia pagar pensão até conseguir emprego.
Dias mais tarde a velha descobriu que, primeiro, o distinto já estava
empregado (colega de repartição de Maria) e, segundo, ainda que dez anos
mais moço, era namorado da filha...
19
Leitura do conto III
“Luz sob a Porta” de Luiz Vilela
– E sabem o quê o cara fez? Imaginem só: deu a maior cantada! Lá, gente, na
porta da minha casa! Não é ousadia demais?
– E você?
– Eu? Dei té-logo e bença pra ele; engraçadinho, quem que ele pensou que eu
era?
– Que eu fosse.
– Quem tá de copo vazio aí?
– Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
– Você começou a me falar àquela hora...
– Kafka? Estou lendo. O processo. Delirando. Kafka deixa a gente angustiada.
– Já passei minha fase de Kafka. Estou lendo agora é Sartre; O muro, já leu?
Bárbaro.
– Gosto mais de A náusea.
– Vocês não vão dançar?
– Toninho, põe os Beatles...
http://poesiasgraci.blogspot.com/2010/11/maos-calejadas.html
20
Leitura do conto IV
“Circuito fechado (2)”, de Ricardo Ramos.
Dentes, cabelos, um pouco do ouvido esquerdo e da visão. A memória
intermediária, não a de muito longe nem a de ontem. Parentes, amigos, por
morte, distância, desvio. Livros, de empréstimo, esquecimento e mudança.
Mulheres também, como os seus temas. Móveis, imóveis, roupas, terrenos,
relógios, paisagens, os bens da infância, do caminho, do entendimento. Flores
e frutos, a cada ano, chegando e se despedindo, quem sabe não virão mais,
como o jasmim no muro, as romãs encarnadas, os pés de pau. Luzes, do
candeeiro ao vaga-lume. Várias vozes, conversando, contando, chamando, e
seus ecos, na música, seu registro. Várias vozes, conversando, contando,
chamando, e seus ecos, sua música, seu registro. O alfinete das primeiras
gravatas e o sentimento delas.
A letra das canções que foram importantes. Um par de alpercatas, uns sapatos
pretos de verniz, outros marrons de sola dupla...
Arquivo Pessoal
21
7.3 CURIOSIDADES
CONHECENDO OS AUTORES.
http://www.oyo.com.br/autores/ficcao/clarice-lispector/fotos-videos/
Clarice Lispector
A autora Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 1925.
Veio para o Brasil com dois meses de idade e faleceu no Rio de Janeiro,
1977, intuitiva até certo ponto, lírica, tenta desvendar o mundo, em sua
literatura, através do olhar voltado para si mesmo. Descobrindo-se, passa a
descobrir “o outro” para o leitor. “O outro”, que tanto pode ser homem, planta,
luz ou animal – universo por onde seu mistério e suas dúvidas circulam.
“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como
eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer
entendimento”.
(Clarice Lispector)
22
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Dalton_Trevisan.gif
Dalton Trevisan
Dalton Trevisan nasceu no Paraná , em 1925 , possui o raro poder de
caracteriza sentimentos, personagens e situações com as palavras mais
precisas diretas, no conto CLÍNICA DE REPOUSO, por exemplo, a idéia de
falta de sensibilidade, de miséria moral e de desamparo chega ao leitor quase
sem adjetivos, através apenas de fatos concretos. O ambiente que recria é,
também neste conto, o da classe média suburbana.
A filha servia “cálice de vinho doce com broinha de fubá mimoso”.
Em termos de solidão, raramente encontramos na literatura, cena tão
patética quanto a do final da história transcrita neste conto.
“O velho: - Acordo às três da manhã. Daí começo a brigar. -Com quem? -Com
a minha cabeça”.
(Dalton Trevisan)
23
http://wwwproducaovirtual20.blogspot.com/2010_04_01_archive.html
Luiz Vilela
Luiz Vilela nasceu em Minas Gerais, em 1942. A arte difícil de expressar
com economia de palavras o que transita entre as pessoas, atrás do óbvio, do
aparente, é característica marcante no seu estilo.
Segue a tendência mineira de evitar excessos. Cria, em atmosferas
densas situações que o leitor recebe através de um código sutil. As palavras
como um gesto leve, quase um olhar, brotam espontâneas.
" Lembro-me de que ele só usava camisas brancas. Era um velho limpo e eu
gostava dele por isso”.
(Luiz Vilela)
24
http://pedrolusodcarvalho.blogspot.com/2010_10_01_archive.html
Ricardo Ramos
Ricardo Ramos nasceu em Alagoas , em 1929 , e faleceu em São Paulo
em 1992.
Em seus primeiros contos, já expunha o conflito do nordestino quando
fora de seu meio: a perda dos valores a imposição de outra cultura.
Depois o autor parte para temas urbanos, dentro do mesmo conceito:
lutar por um mundo mais claro por meio do rigor da palavra, do ritmo das
frases, da estética da linguagem - a literatura como música de câmara. Em
“Circuito fechado” sente-se a emoção contida na precisão exigente da estrutura
nos clipes renovadores. Só e aos pedaços, de forma atual, mais uma vez ai o
verbo se faz homem, completando-se.
“É, leia que é bom. Ainda Agosto e esse calor. Me acorde cedo amanhã, viu?”
(Ricardo Ramos)
25
7.4 O Aluno em Ação
http://estyloproprio.blogspot.com/2011/02/vai-pesquisar-acesse-o-portal-dominio.html
Momentos de Reflexão Oral Conhecimentos Prévios
Os contos apresentam os temas voltados à questão social do idoso, a
forma como são vistos e tratados pela sociedade, muitas vezes vivenciadas por
muitos alunos.
O conto de Ricardo Ramos, possuem características diferentes quanto a
sua estrutura, porém, não foge do tema.
Após a leitura dos contos, questionar sobre a temática que envolve os
contos e o que eles têm em comum. Debater sobre as informações referentes à temática do idoso, incitando os
alunos a exporem suas opiniões sobre o assunto.
Responda. 1) De que maneira pode-se perceber a representação da família nos contos
lidos?
a) O que você já sabe sobre o tema em questão? Comente.
b) O que gostaria de saber mais sobre o tema? Por quê?
c) Você conhece alguém que já passou ou passa por situações semelhantes às
histórias dos contos? Comente.
26
7.5 Opções de Leitura
Para aqueles que são apaixonados por leitura, algumas opções:
Os cem melhores contos Brasileiros do século, seleção de Ítalo Moriconi
(Objetiva).
Os 100 melhores contos de humor da literatura Universal, organização
de Flávio Moreira da Costa (Ediouro).
Contos de escritoras Brasileiras, seleção e organização de Lucia
Helena Viana e Márcia Ligia Guidin ( Martins Fontes).
O conto Brasileiro Contemporâneo, organização de Alfredo Bosi
(Cultrix).
Antes do Baile verde, de Ligia Fagundes Telles (José Olýnpio).
As mil e uma noites (Ediouro).
Contos Brasileiros Contemporâneos, organização de Juliete de Godoy
Ladeira (Moderna).
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8. UNIDADE 2
8.1 O Conto e suas características:
O Conto é uma narrativa ficcional curta, condensada, que apresenta
poucas personagens, poucas ações e tempo e espaço reduzidos. O enredo
apresenta um conflito. Emprega geralmente a variedade padrão da língua e os
verbos são geralmente empregados no passado, porém, nem todos os contos
apresentam esta estrutura na ordem sequencial. Há aqueles que fogem das
regras, porém são considerados contos.
O importante é uma maior interação com o texto, dessa forma, é necessário
conhecer e compreender as características que envolvem esse gênero.
Nesta unidade, o estudo será voltado para:
Compreender o conceito do Gênero Discursivo CONTO e as
características próprias deste gênero.
Conhecer os recursos linguísticos que envolvem o texto.
Realizar as atividades propostas com clareza.
8.2 Elementos da Narrativa: O enredo, o tempo, o espaço e as personagens.
Fato enredo - o que se vai narrar (O quê?)
Tempo – cronológico e psicológico, quando o fato ocorreu (Quando?)
Lugar – espaço - onde o fato se deu (Onde?)
Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)
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Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)
Modo - como se deu o fato (Como?)
Consequências (Geralmente provoca determinado desfecho)
A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes maneiras:
piada, peça teatral, crônica, novela, conto, fábula etc.
Uma narrativa pode trazer falas de personagens entremeadas aos
acontecimentos, faz-se uso dos chamados discursos: direto, indireto ou indireto
livre.
No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da própria
personagem. Para tanto, recomenda-se o uso de algumas notações gráficas
que marquem tais falas: travessão, dois pontos, aspas. Mais modernamente
alguns autores não fazem uso desses recursos.
O discurso indireto apresenta as palavras das personagens através do
narrador que reproduz uma síntese do que ouviu, podendo suprimir ou
modificar o que achar necessário. A estruturação desse discurso não necessita
de marcações gráficas especiais, uma vez que sempre é o narrador que detém
a palavra. Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi (elocução) e oração
subordinada substantiva com verbo num tempo passado em relação à fala da
personagem.
Quanto ao discurso indireto livre, é usado como uma estrutura bastante
informal de colocar frases soltas, sem identificação de quem a proferiu, em
meio ao texto. Traz, muitas vezes, um pensamento do personagem ou do
narrador, um juízo de valor ou opinião, um questionamento referente a algo
mencionado no texto ou algo parecido. Esse tipo de discurso é o mais usado
atualmente, sobretudo em crônicas de jornal, histórias infantis e pequenos
contos.
29
8.3 Tipos de Foco Narrativo Narrador-Observador
O Narrador-Observador é aquele que conta a história através de uma
perspectiva de fora da história, isto é, ele não se confunde com nenhum personagem. Este foco narrativo se dá, predominantemente, em terceira pessoa e pode ser dividido em:
Narrador-Observador Onisciente: É o narrador que tudo sabe sobre o enredo, os personagens e seus pensamentos. A onisciência do narrador pode ou não se limitar a apenas um dos personagens da história.
Narrador-Observador Câmera: Este narrador não tem a ciência do que se passa nas mentes dos personagens da história, mas conhece tudo sobre o enredo e sobre qualquer outra informação que não sejam intimas da psique dos personagens.
Narrador Personagem
O Narrador-Personagem é aquele que conta a história através de uma perspectiva de dentro da história, isto é, ele, de alguma forma participa do enredo, sendo um dos personagens da história, usando a Primeira Pessoa (eu ou nós) para se contar historia. Pode-se classificar o Narrador-Personagem em:
Narrador-Personagem Protagonista: Este narrador é a personagem principal da história, narrando-a de um ponto de vista fixo: o seu. Não sabe o que pensam os outros personagens e apenas narra os acontecimentos como os percebe ou lembra. Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa; Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Narrador-Personagem Testemunha: Vive os acontecimentos por ele descritos como personagem secundária. É um ponto de vista mais limitado, uma vez que ele narra a periferia dos acontecimentos, sendo incapaz de conhecer o que se passa na mente dos outros personagens. Exemplo: Memorial de Aires, de Machado de Assis; As Aventuras de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle.
Narrador Intruso e Neutro
Uma das características de ambos os focos narrativos é a possibilidade de fazer comentários sobre a sua vida e a vida dos personagens ou sobre o cenário da narrativa. O narrador que faz este tipo de comentário é chamado de Intruso; o que não o faz, de Neutro.
Nada impede que, numa mesma história, exista mais de um foco narrativo. O autor deve ter cautela ao executar a mudança do ponto de vista, evitando possíveis confusões no enredo e mau entendimento dos leitores.
30
8.4 Saiba mais sobre o conto.
http://www.osabetudo.com/page/110/
O conto tem origens antigas. Liga-se ao desejo de contar e ouvir histórias
inerentes à natureza humana e manifesta-se precocemente na história.
Vem das narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar, passa pelas
narrativas dos bardos gregos e romanos, pelas lendas orientais, pelas
paradas bíblicas, pelas novelas medievais italianas, pelas fábulas francesas
e chega até nós, em livros, como hoje o conhecemos.
31
8.5 CONTEXTUALIZANDO
8.6 O Texto Literário
O texto literário revela muito sobre os costumes sociais, as relações
entre as pessoas, expõem o que o ser humano guarda em sua mente e em seu
coração, é através da literatura que o ser humano aprende a complexidade de
suas próprias emoções por meio da reflexão e do libertar-se. A arte literária, de
algum modo, arranca o indivíduo de sua solidão e amplia suas perspectivas,
ora provocando lágrimas, ora provocando risos.
9. UNIDADE 3
9.1 Visita à biblioteca – Pesquisa individual.
Nesse momento os alunos serão conduzidos à biblioteca para pesquisar.
A visita à biblioteca pode ampliar ainda mais o repertório e o
conhecimento dos alunos. Conhecendo melhor o acervo e descobrindo outros
saberes, proporcionará maior interação com os livros.
A Biblioteca será organizada com várias opções de materiais, para que
os alunos possam observar as diversas possibilidades de pesquisas a fim de
organizar e realizar as atividades propostas.
Atividades
1) Pesquisar a biografia dos autores abaixo e suas características individuais:
Clarice Lispector, Dalton Trevisan, Luiz Vilela e Ricardo Ramos. 2) Pesquisar o período literário referente aos contos e suas características. 3) Fazer a comparação entre livros de contos e livros de outros gêneros
literários (romances, poemas...).
32
10. UNIDADE 4
10.1 Estudo do Conto “Feliz Aniversário” de Clarice Lispector.
Na análise de uma narrativa, o autor é o sujeito quem a escreve, o
escritor que recebe da realidade em que vive os estímulos que o levam a
produzir o texto.
O narrador. Entidade fictícia, como as personagens e a história contada,
o narrador acaba por constituir uma verdadeira personagem que narra os
acontecimentos. O narrador não pode ser confundido com o autor, mesmo
quando a narrativa é contada em terceira pessoa.
Saiba mais sobre a autora.
Clarice nunca aceitou o rótulo de escritora feminista. Apesar disso,
muitos de seus romances e contos têm como protagonista personagens
femininas, quase sempre urbanas. O ponto de partida da literatura de Clarice é
o da experiência pessoal da mulher e o seu ambiente familiar. Contudo, a
escritora extrapola os limites desse universo. Seus temas, são essencialmente
humanos e universais, como as relações entre o eu e o outro, a falsidades das
relações humanas, a condição social da mulher e o esvaziamento das relações
familiares.
Para maior interação com o texto
Ler e compreender a estrutura do texto. (características, narrador,
temática e recursos linguísticos).
Responder as questões que se remetem ao texto, compreendendo a
intertextualidade.
Dramatizar o conto.
33
10.2 Atividades
1) Leia o conto “Feliz Aniversário” de Clarice Lispector e complete o
quadro abaixo, com as informações retiradas do texto.
Personagens
do texto.
Tempo que
ocorreu a história.
Espaços que
ocorreram os fatos.
Foco
narrativo
Tipo de
narrador
2) Retire do texto um fragmento que apresenta o discurso direto e o
discurso indireto.
3) Mesmo trabalhando com o universo da consciência individual de
personagens, a literatura de Clarice Lispector consegue ser também social?
Justifique sua resposta.
4) Que relação pode ser estabelecida entre o título do conto e o
comportamento das personagens?
5) Como a personagem D. Anita vê sua família?
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6) No conto, percebe-se que a fala das personagens interfere na
condução da narrativa. Apresente um trecho do texto onde não há esta
interferência.
7) Faça uma síntese do conto de 10 a 12 linhas.
8) Após a realização das atividades os alunos dramatizarão o conto,
sendo organizado uma festa de aniversário, comemorando os oitenta e nove
anos da personagem dona Anita, conforme descreve o conto.
Feliz Aniversário
35
11. UNIDADE 5
11.1 Leitura e Reflexão do Conto “Clínica de Repouso”, de
Dalton Trevisan.
Nessa Unidade, inicia-se a leitura do conto, reflexão e discussão em
relação à condição que se encontra a personagem central. Em seguida os
alunos serão conduzidos ao laboratório de informática para pesquisar sobre a
realidade do idoso no Brasil, as políticas de proteção à terceira idade, o
estatuto do idoso.
Após o trabalho de leitura, reflexão e análise, é hora de organizar um mural
contendo todas as informações coletadas durante as pesquisas. Expor o mural
para toda a escola.
Ler, refletir e discutir sobre a condição da personagem central.
Pesquisar em diferentes fontes a situação do idoso no Brasil, ler, discutir
e opinar sobre os temas que envolvem os textos pesquisados.
Planejar o mural para a exposição da pesquisa.
Analisar o conto.
Você sabia que:
Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão. Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando
seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer
outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de
seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
Famílias que abandonam o idoso em hospitais e casas de saúde sem dar
respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de
seis meses a três anos de detenção e multa. (estatuto do idoso).
Tipos de Solidão Solidão por abandono, por falta de solidariedade, por exclusão social, pela separação do casal, pela perda de alguém e por distúrbios emocionais.
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Aprendendo mais com o Texto.
O estilo do autor é enxuto, com frases curtas, parágrafos incisivos e
diretos, dando importância ao fato narrado mais que a nomes ou características
das personagens. Crueldades das palavras ao denunciar os problemas sociais;
as relações em conflitos.
O narrador demonstra conhecer os pensamentos e sentimentos das
personagens e os expõem ao longo da narrativa para que o leitor os conheça,
despertando a sensibilidade do leitor para os problemas de pessoas doentes e
abandonadas. Clínica de repouso apresenta o abandono na velhice.
11.2 Atividades 1) Leia novamente o conto e responda as questões abaixo.
a) Qual é a ironia do título “Clínica de repouso”?
b) O autor usa vários diminutivos na construção do texto. Qual a finalidade
deles?
c) Com base no conto, há um contraste muito grande entre mãe e filha.
Como o conto nos apresenta isso?
d) Qual a crítica social a que nos remete o texto? Justifique com passagens
do texto.
e) Existe no conto, após a internação de Dona Candinha, as mais variadas
expressões que possam representar os doentes. Comprove com
expressões do texto.
f) Indique um trecho no texto onde se apresenta a solidão por abandono
da família.
g) O conto apresenta crueldade nas palavras ao denunciar os problemas
sociais. Comprove essa afirmação com passagens do texto.
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12. UNIDADE 6
12.1 Visita ao Asilo da Cidade
Arquivo Pessoal
A Política Nacional do Idoso tem como objetivo assegurar os direitos
sociais do idoso, para assim promover sua autonomia, integração e
participação efetiva na sociedade.
Iniciar a conversa, sensibilizando os alunos a respeito da importância de
conhecer e dialogar com as pessoas mais velhas, valorizando cada história
contada.
Para a organização das atividades que serão realizadas com os idosos,
faremos uma pesquisa para conhecer o que eles gostam e quais as atividades
que podem ser realizadas com eles como: cantos, danças, histórias contadas
etc.
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Depois de tudo pronto, chega o momento da visita. Ela será agendada
junto à coordenação do asilo, antecipadamente. Após a visita, organizar uma
roda de conversa para expor as emoções e experiências vivenciadas durante a
visita.
Nessa unidade estão previstas os seguintes objetivos:
Sensibilizar os alunos para o respeito com os idosos, valorizando suas
experiências de vida.
Organizar as atividades que serão realizadas. Visitar o asilo da cidade, para conhecer melhor a realidade vivida por
eles. Refletir sobre à visita, em uma roda de conversa.
“O mais difícil não é escrever muito; é dizer tudo escrevendo
pouco.”
(Júlio Dantas)
39
13. UNIDADE 7
13.1 Leitura Dramatizada do Conto “Luz sob a Porta” de Luiz
Vilela
O Conto “Luz sob a Porta” é feito praticamente em diálogos, com grande
economia de palavras, o autor constrói uma cena de grande intensidade
dramática, mostrando a solidão do idoso.
O conto de Luiz Vilela apresenta a tentativa de o homem urbano
contemporâneo entender-se na solidão, no seu cotidiano, na sua
impossibilidade de resolver suas angústias. Há uma espécie de suspensão na
qual as coisas tendem a não se resolver. Além do final inconcluso o autor por
meio de uma linguagem resumida, vale-se de todos os mecanismos
necessários para a construção de sua narrativa singular, amplamente centrada
nas questões humanas.
Por se tratar de um conto com grande intensidade dramática, a leitura será
dramatizada, os alunos assumirão o papel das personagens e dramatizarão.
Em seguida, abre-se o momento para a discussão do tema, os alunos poderão
expor suas opiniões contanto suas experiências vivenciadas ou escrevendo
suas emoções e sentimentos em relação à temática discutida.
Objetivos almejados:
Fazer a leitura dramatizada do conto.
Discutir sobre a temática do conto.
Expor opiniões, contar experiências ou escrever sobre o tema.
Analisar a estrutura linguística do texto.
“O Não dito muitas vezes diz muito mais que o dito. Palavra e silêncio, em
meus textos, têm a mesma importância na tessitura de cada conto ou
novela.”
(Luiz Vilela)
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13.2 Atividades
1) Fazer a leitura do conto “Luz sob a Porta” de Luiz Vilela e responder as
seguintes questões.
a) Compare os contos “Feliz Aniversário” e “Luz sob a Porta”e aponte
semelhanças entre eles.
b) Qual é a linguagem empregada no conto “Luz sob a Porta” e que tempo
verbal predomina?
c) Identifiquem no conto elementos que evidenciam a solidão no cotidiano.
d) O que significa para mãe a visita do filho?
e) Que característica da sociedade contemporânea esse conto evidencia?
Por quê?
f) Copie do texto uma fala das personagens e uma fala do narrador.
g) Qual o momento do conto que apresenta maior tensão?
h) Complete com dados referentes ao conto.
O que foi
narrado?
Quando? Onde? Personagens Causa que
determinou
o ocorrido.
Como?
Modo que
se deu o
fato.
Consequências
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14. UNIDADE 8
14.1 Estudo do Conto “Circuito fechado (2)”, de Ricardo
Ramos.
Em “Circuito fechado (2)”, a narrativa é composta somente por
substantivos e retrata, sem a presença de sujeitos, ações ou adjetivos,
fielmente o cotidiano. Há articulação entre as palavras, formando o sentido
do texto. O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. A
limitação da vida que sempre preocupou o homem, a rotina se torna a
regra.
O conto apresenta uma estrutura diferenciada dos demais, constituído
de palavras substantivas, dessa forma, compreenderem sua estrutura e
organização é muito importante para ampliar o conhecimento. Na seqüência
serão apresentados dois vídeos poemas com o tema “Envelhecer” e
“Envelhecer é gostoso! Melhor ainda é amar um Idoso”, para que os alunos
possam interagir melhor com a mensagem do texto quanto a do vídeo e
debater sobre as diversas situações apresentadas.
Objetivos previstos:
Compreender a estrutura e organização do texto, constituído de palavras
substantivas; fazendo a análise linguística.
Ler e refletir sobre o texto de contextualização.
Assistir os vídeos / poemas, Envelhecer, de Leonardo Daniel e
Envelhecer é gostoso! Melhor ainda é amar um Idoso.
Fazer a reflexão das mensagens e debater as diversas situações
apresentadas.
“Façamos sempre contos.
O tempo passa e o conto da vida se completa sem disso nos darmos conta”.
(Diderot)
42
14.2 Os idosos no Brasil
Os idosos são 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do
país, segundo o IBGE, com base no senso de 2000. O instituto considera
idosas as pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em
desenvolvimento.
Em uma década o número de idosos no Brasil cresceu 17%, em 1991,
ele correspondia a 7,3% da população.
O envelhecimento da população Brasileira é reflexo do aumento da
expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa
de natalidade.
Estima-se que em 2020 a população com mais de 60 anos no país deva
chegar a 30 milhões de pessoas.
Na atualidade, as instituições públicas geriátricas não servem como
modelo de serviço para o idoso alcançar um estilo de vida com qualidade.
DUARTE (1998) ressalta que é compromisso de todos os profissionais de
saúde criar condições para geração de serviços de boa qualidade com enfoque
específico, voltado ao direito do idoso como pessoa. SAYEG (1997),
entretanto, nos aponta o Brasil como um país carente de especialistas na área
de saúde do idoso em consequência, principalmente, da impossibilidade da
realização de cursos de extensão durante os períodos de formação
universitária.
É importante ressaltar que o acesso do idoso aos direitos especiais que
lhes são destinados em lei é expressão da sua cidadania e, como tal, deve ser
viabilizado tanto pela esfera governamental, quanto pela sociedade civil.
DUARTE (1998) cita que ser cidadão é ter consciência de seus direitos e
deveres civis e políticos, participando das decisões que interferem na vida de
cada um, com sentimento ético e consciência de cidadania.
43
14.3 COMENTÁRIOS SOBRE OS VÍDEOS
Os vídeos foram selecionados com o intuito de ampliar a reflexão feita
durante os estudos dos contos, os quais focam na temática do idoso. Nesses
vídeos os alunos terão a oportunidade de compreender melhor a vida na
terceira idade, através das imagens apresentadas e fazer um paralelo com sua
própria realidade.
O primeiro vídeo refere-se a um poema aonde o autor vai narrando o
envelhecimento, mostrando que não podemos fugir dele, e que cada momento
de nossas vidas é direcionado a este fato.
Apresenta o envelhecimento como uma jóia que brilha sempre eterna
para além da vida que o tempo nos deixou.
ENVELHECER
Envelhecer é fato Não dá pra fugir
E se hoje estamos aqui É por causa das curvas
Do tempo que feito seus intentos Nos envelheceu bem debaixo
Do seu nariz...
(Leonardo Daniel)
O segundo vídeo “Envelhecer é gostoso! Melhor ainda é amar um
Idoso”, apresenta imagens e falas que mexem com nosso emocional, pois as
cenas entre pai e filho remetem sentimentos de amor e compreensão. O pai
velho sentado no jardim com o filho que está lendo o jornal, o pai olha um
passarinho e pergunta o que é aquilo. O filho responde e volta a ler.
Novamente seu pai pergunta à mesma coisa, e o filho responde bravo. O pai
olha para o filho e pergunta de novo, o filho sem a mínima paciência responde
gritando que é um pássaro.
O pai sem dizer nada, sai cabisbaixo e vai até a casa e retorna com um
diário nas mãos o qual estava registrado a atitude do filho quando pequeno e
pede ao filho que leia em voz alta. E ele lê que quando tinha três anos de
idade, sentado no parque com seu pai perguntou vinte e uma vezes o que era
aquilo, um passarinho brincando, e o pai respondeu as vinte e uma vezes e a
44
cada resposta abraçava o filho, sem ficar zangado, sentindo carinho pelo
pequeno garoto.
Então, ao ler tudo aquilo, o filho fecha o diário, e abraça e beija seu pai,
num gesto de arrependimento e carinho, certo de que aprendeu a lição.
1 - Envelhecer.
2 - Envelhecer é gostoso! Melhor ainda é amar um Idoso.
Fonte: www.youtube.com.br
45
14.4 Atividades
1) De acordo com o texto estudado, responda as questões abaixo:
a) Qual o significado do título do conto?
b) O texto narra à passagem do tempo. Dê dois exemplos do texto que
comprovem essa afirmação.
c) Que trecho sugere que o narrador é uma pessoa idosa?
2) Releia estes trechos e observe o predomínio dos substantivos que desempenham papel fundamental na narrativa.
I - Parentes, amigos, por morte, distância, desvio.
II - Móveis, imóveis, roupas, terrenos, relógios, paisagens, os bens da
infância, do caminho, do entendimento.
Responda:
a) Como você interpreta o trecho I?
b) Como você interpreta o trecho II?
3) Reescreva o texto desfragmentando-o, construindo frases, orações, períodos e inserindo outros recursos gramaticais e ortográficos.
4) Descreva um dia de rotina de sua vida, usando a mesma estratégia de “Circuito fechado (2)”.
46
15. UNIDADE 9
15.1 Pesquisa e Produção do Conto.
Após terem estudado e analisado os contos, é interessante conhecer
também outros tipos de contos, os em forma de poema e em forma de letra
de música, para que o conhecimento não fique limitado ao conto narrado.
A produção individual é essencial à complementação do trabalho, assim,
os alunos produzirão um conto, baseado em todo aprendizado adquirido no
decorrer da implementação do projeto. Também terão a oportunidade de
mostrarem para toda a escola as pesquisas e as produções feitas, expondo
todo o trabalho.
Com isso, busca-se:
Pesquisar outros contos, em forma de poema e em forma de letra de
música.
Produzir um conto individual.
Expor as pesquisas e os contos produzidos.
15.2 AVALIAÇÃO DOS ALUNOS
Os alunos serão avaliados continuamente, a cada unidade estudada serão
propostas atividades diversificadas, as quais proporcionarão possibilidades
diferenciadas de avaliação para que os alunos possam desenvolver o
conhecimento de forma autônoma e crítica, mediante os conteúdos estudados.
Assim, espera-se a participação e o interesse dos alunos durante todo o
processo de implementação do projeto para que realmente ocorram mudanças
significativas na aprendizagem.
47
16. ORIENTAÇÕES / RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR.
Para aqueles que acreditam na EDUCAÇÃO...
O maior desafio para este milênio é construir uma consciência coletiva de
forma a que tenhamos uma sociedade para todas as idades, com justiça e
garantia plena de direitos, dessa forma ao término desse trabalho, espera-se
alcançar, além dos objetivos propostos, uma maior conscientização em relação
aos problemas sociais presentes na sociedade, como também maior
concepção de mundo e de senso crítico, mediante as diversas situações
enfrentadas no cotidiano.
A todos aqueles que de certa forma poderão usufruir desse projeto, que
o desenvolva com compromisso e responsabilidade, para que, mesmo diante
das dificuldades enfrentadas no dia a dia seu resultado seja positivo, e que o
aluno, nosso maior alvo, seja atingido com um conhecimento significativo e
uma educação de qualidade. A vocês, um bom trabalho!
48
17. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO.
Este material didático é fruto de muito trabalho, pesquisa e dedicação,
embora sendo um material simples, espera-se que possa trazer subsídios que
auxiliem a prática pedagógica de todos aqueles que possam usufruir dele.
É um trabalho voltado ao aluno, o qual proporcionará uma interação
crítica, constante e transformadora mediante as diversas atividades ofertadas
durante todo o processo de implementação.
A cada unidade proposta o aluno terá possibilidades diversificadas de
conduzir seus conhecimentos de forma significativa, oportunizando maior
compreensão e provocando mudanças. Com isso, almeja-se que, o que está
exposto sirva para contribuir com melhorias na qualidade da Educação.
49
REFERÊNCIAS BAKHTIN, MIKHAIL. Marxismo e filosofia da linguagem
São Paulo: Hucitec, 1979.
BAKHTIN, MIKHAIL. “Os gêneros do discurso”, In: Estética da criação verbal –
1953/79. São Paulo, Martins Fontes, 2003.
BORDINI, M.G., AGUIAR, V.T. literatura: a formação do leitor: alternativas
metodológicas. Porto Alegre: Mercado Alberto, 1988. Série Novas
Perspectivas.
CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Ciência e cultura. São
Paulo 1972.
CELIA, Regina. Historia do Conto. Disponível em:
www.reginaceliaseusite.hpg.com.br. Acesso em 15 de fevereiro de 2011.
CEREJA, Willian R., MAGALHÃES, Thereza C; Português: Linguagem: Vol. 3.
5 ed. São Paulo: Atual, 2005.
CIDADÃO, Guia Serasa de Orientação. Disponível em:
www.serasaexperian.com.br/guiadoidoso/18htm. Acesso em 15 de fevereiro de
2011.
CORTÁZAR, J. Alguns Aspectos do conto. In: _____. Valise de Cronópio. São
Paulo: Perspectiva, p. 147 – 163, 1974.
COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. Vol. I a VI, 6ª ed, São Paulo:
Global, 2003.
DANIEL, Leonardo. Vídeo / Poema Envelhecer. Disponível em:
www.youtube.com.br . Acesso em 15 de fevereiro de 2011.
50
UARTE, M.J.R.S. Internação Institucional do Idoso; Assistência à Saúde em
Geriatria no setor Público. Tese de Doutorado em Saúde Pública, ENSP
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro: 1991.
EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo. Martins
Fontes, 1983.
ESTATUTO do Idoso. Disponível em: www.serasa.com.br/guiaidoso/20.htm.
Acesso em 15 de fevereiro de 2011.
GERALDI, J.W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: O texto
na sala de aula. S. ed. Cascavel: Assoeste, 1990.
GOLTIB, Nádia Batella. Teoria do conto. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1999.
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