SECA DE PONTEIROS EM CAFEEIROS POR FALTA DE MAGNÉSIO

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Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 Varginha, MG CEP: 37026-400 35 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br SECA DE PONTEIROS EM CAFEEIROS POR FALTA DE MAGNÉSIO J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé e Salvio Gonçalves Eng Agr Consultor em cafeicultura Deficiências nutricionais podem causar seca de ponteiros dos ramos produtivos de cafeeiros, sendo comum associar-se esse problema com a falta de nitrogênio combinada com carga alta das plantas e, ainda, às carências de boro e potássio. A falta de magnésio nas plantas também pode causar seca de ponteiros. No campo aparecem os sintomas de amarelecimento entre as nervuras, nas folhas velhas, as quais, em seguida, acabam caindo, especialmente nos ramos com carga. Os ramos ficam desfolhados e ocorre a seca das suas pontas, isto acontecendo logo antes ou após o período de colheita. O magnésio é componente da molécula de clorofila e também auxilia no transporte das reservas, sendo, nessa função, mais eficiente que o próprio potássio. Por isso, a deficiência de Mg tem sido muito frequente e sua correção é muito importante para o sucesso da lavoura cafeeira. As condições mais frequentes associadas à ocorrência da deficiência de Mg são a) Calcários pouco solúveis, especialmente por que são aplicados superficialmente nas lavouras adultas, dificultando correções no curto prazo. b) Aplicações continuadas de fórmulas concentradas em K e seu acúmulo no solo, com antagonismo para o Mg. c) Uso de fontes ricas em cálcio, como calcários calcíticos, adubos e gesso, sem o uso de fontes complementares e solúveis de Mg. Verifica-se que as variedades de café mais sensíveis à carência de Mg são aquelas de porte alto, especialmente os Icatus, o Acaiá e o Bourbon amarelo. A retirada de Mg para uma produção de 30-40 scs/ha corresponde a cerca de 60-70 kg de MgO por ha. Em lavouras adultas a necessidade para a reposição anual, apenas para a produção de frutos, é de .25-30 Kg/de MgO/ha, quantidade esta que deve ser aplicada anualmente, observando a necessidade, conforme análise de solo e folhas. Agora vamos às indicações Na falta ou desequilíbrio do Mg, o técnico de campo deve, de posse das análises de solo e folhas bem representativas, comparar os dados em relação aos padrões de interpretação. Havendo carência, ou seja, se no solo o nível for inferior a 15% da CTC e na folha inferior a 0,35%, o técnico deve indicar a suplementação de fontes adequadas de Mg (óxido, sulfato, sulfato duplo e cal dolomítica, tipo Geox), para suprir e reequilibrar, novamente, a relação entre Ca, Mg e K. Em casos de forte desequilíbrio entre K e Mg, com altos níveis de K, o técnico deve assumir que é preciso reduzir ou, mesmo, eliminar, temporariamente, a aplicação de fonte de K na adubação anual.

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SECA DE PONTEIROS EM CAFEEIROS POR FALTA DE MAGNÉSIO

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SECA DE PONTEIROS EM CAFEEIROS POR FALTA DE MAGNÉSIO J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé e Salvio Gonçalves – Eng Agr Consultor em

cafeicultura

Deficiências nutricionais podem causar seca de ponteiros dos ramos produtivos de

cafeeiros, sendo comum associar-se esse problema com a falta de nitrogênio combinada com

carga alta das plantas e, ainda, às carências de boro e potássio.

A falta de magnésio nas plantas também pode causar seca de ponteiros. No campo

aparecem os sintomas de amarelecimento entre as nervuras, nas folhas velhas, as quais, em

seguida, acabam caindo, especialmente nos ramos com carga. Os ramos ficam desfolhados e

ocorre a seca das suas pontas, isto acontecendo logo antes ou após o período de colheita.

O magnésio é componente da molécula de clorofila e também auxilia no transporte das

reservas, sendo, nessa função, mais eficiente que o próprio potássio. Por isso, a deficiência de Mg

tem sido muito frequente e sua correção é muito importante para o sucesso da lavoura cafeeira.

As condições mais frequentes associadas à ocorrência da deficiência de Mg são – a) Calcários pouco solúveis, especialmente por que são aplicados superficialmente nas lavouras

adultas, dificultando correções no curto prazo. b) Aplicações continuadas de fórmulas concentradas em K e seu acúmulo no solo, com antagonismo

para o Mg.

c) Uso de fontes ricas em cálcio, como calcários calcíticos, adubos e gesso, sem o uso de fontes complementares e solúveis de Mg.

Verifica-se que as variedades de café mais sensíveis à carência de Mg são aquelas de porte

alto, especialmente os Icatus, o Acaiá e o Bourbon amarelo.

A retirada de Mg para uma produção de 30-40 scs/ha corresponde a cerca de 60-70 kg de

MgO por ha. Em lavouras adultas a necessidade para a reposição anual, apenas para a produção

de frutos, é de .25-30 Kg/de MgO/ha, quantidade esta que deve ser aplicada anualmente,

observando a necessidade, conforme análise de solo e folhas.

Agora vamos às indicações –

Na falta ou desequilíbrio do Mg, o técnico de campo deve, de posse das análises de solo e

folhas bem representativas, comparar os dados em relação aos padrões de interpretação. Havendo

carência, ou seja, se no solo o nível for inferior a 15% da CTC e na folha inferior a 0,35%, o

técnico deve indicar a suplementação de fontes adequadas de Mg (óxido, sulfato, sulfato duplo e

cal dolomítica, tipo Geox), para suprir e reequilibrar, novamente, a relação entre Ca, Mg e K. Em

casos de forte desequilíbrio entre K e Mg, com altos níveis de K, o técnico deve assumir que é

preciso reduzir ou, mesmo, eliminar, temporariamente, a aplicação de fonte de K na adubação

anual.

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Sintomas bem nítidos de deficiência de magnésio em folhas de cafeeiro, em ramos produtivos, com

o amarelecimento entre nervuras,evoluindo para amarelo ouro e castanho. Machado-MG, 2013

Detalhe de um ponteiro de ramo lateral seco.

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Pode-se ver como fica a planta, com muitos ramos que acabam secando. Aqui a variedade é o

Bourbon amarelo, muito sensível à deficiência de Mg,em Machado-MG.