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Distribuição Gratuíta - II Série#19 Novembro 2008 Disponível nos vôos Da sonaiR Angola 33 Anos de Independência sonangol p&p 100 mil barris/dia em perspectiva novas descobertas potencial do offshore mantém produção sonangol e.p. tem novo Conselho de administração

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Angola33 Anos de Independência

sonangol p&p 100 mil barris/dia em perspectiva

novas descobertaspotencial do offshore mantém produção

sonangol e.p. tem novo Conselho de administração

1REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

ESTA EDIÇÃO da Sonangol Magazine coincide com

as comemorações de mais um ano de independência da

nossa grande e muito estimada Nação. São 33 anos de

luta e de muita esperança num futuro melhor e mais

audacioso que em 2002 tomou finalmente um rumo

vencedor.

Agora, sobretudo depois das eleições de Setembro passa-

do, Angola é um país unido e concentrado em objectivos

que visam o seu desenvolvimento económico e social.

Solidificado politicamente e reconhecido internacional-

mente como um dos players de maior desenvolvimen-

to em África, o nosso país vê finalmente reconhecido

não só o seu potencial como o seu real valor. Porque

Angola é não só uma grande Nação mas também um

país que já definiu uma linha de orientação estratégi-

ca capaz de promover o bem-estar dos seus cidadãos,

o desenvolvimento das competências dos seus quadros

médios e superiores, a edificação de novas infra-estrutu-

ras nos domínios da saúde, da educação, da habitação,

dos transportes e da logística, assim como a recuperação

das que já existiam e que são consideradas viáveis e fun-

damentais para a boa articulação da oferta com as ne-

cessidades reais das suas populações e dos seus agentes

económicos.

E é nesta perspectiva, em articulação estreita com o Go-

verno e com os seus desígnios nacionais, que a Sonangol

se mantém como um dos maiores interventores e pro-

motores do desenvolvimento do país – sempre aposta-

da em novas descobertas, em parcerias ganhadoras, em

negócios de valor acrescentado para a empresa, para o

país e para as pessoas que nele vivem e trabalham para

construir uma Angola moderna, economicamente viável

e solidária.

Por isso nesta edição se apresentam as novas descobertas,

a internacionalização dos negócios, o desenvolvimento

tecnológico em que o investimento é permanente, a

universidade corporativa da empresa, que em muito irá

contribuir para a formação e desenvolvimento pessoal

e profissional de um número elevado de quadros nacio-

nais, entre outros temas de extrema importância para

o desenvolvimento crescente da Sonangol mas também

do país a que tão bem pertence.

As presenças nos Jogos Olímpicos de Pequim e na Ex-

poSaragoça são também aqui tratadas e apresentadas

como momentos únicos e históricos, vividos com inten-

sidade pelos angolanos, pois através deles Angola mos-

tra-se ao mundo como um país em crescendo, um país

que acredita nas suas qualidades, nas suas possibilidades

e, acima de tudo, nas suas pessoas.

Uma passagem pela Huíla, província verdejante, onde

a natureza sempre foi generosa para Angola, é também

um dos temas que incluímos nesta edição, com o ob-

jectivo de motivar todos os que nos lêem a partirem à

descoberta de paisagens maravilhosas, de monumentos

imponentes e de cidades verdadeiramente surpreenden-

tes, como é o caso do Lubango!

Venha daí connosco. Aprenda, descontraia, divirta-se

nesta Angola que é nossa, que é cada vez mais cosmo-

polita e cada vez mais visitada pelos que estão cá dentro

mas também pelos que vêm de fora! ===

Nota de Abertura

2 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

04 Novas descobertas Angola aproveita potencial

em offshore

A CONCESSIONÁrIA, através da sua sub-sidiária Sonangol P&P, trabalha para a defe-sa e a rentabilização dos seus interesses em várias participações

12 Sonangol P&P poderá atingir os 100.000 barris/dia

14 Uma experiência positiva Manutenção do bloco 3-05

20 Sonangol E.P. tem novo Conselho de Administração

22 Angola Independência e Petróleo

24 Angola prepara presidência da OPEP

em 2009

26 Responsabilidade Social

28 Angobetumes engajada na Reconstrução

de Angola

32 A face oculta da gestão da capacitação dos quadros

34 O que é um ponto de intercâmbio internet ou IXP?

SUMÁRIO

3REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

36 Presidente da República inaugurou a Clínica Girassol

40 Sonangol já tem Universidade Corporativa

43 Angola na ExpoSaragoça 2008

46 Angola nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008

50 Huíla, uma província que deslumbra a cada nova visita

53 Angola independente

PropriedadeSonangol EP

EdiçãoGabinete de Comunicação e Imagem

PeriodicidadeTrimestral

DirectorJoão rosa Santos

Redacção PrincipalPaula de Almeida e raimundo Vilares

Conselho EditorialCarlos Guerreiro, Cristina Novaes, José de Oliveira, José Mota, Lúcia Anapaz, Marta Sousa, Miguel Mendonça e Sónia Santos

FotógrafosJoy Artur, José Quarenta, Quintiliano dos Santos Colaboram nesta ediçãoAfonso Chipepe, António Bequengue, Domingos Golombole, Fernando Tati, Jorge Assis, Mateus João Pedro, Pedro da ressureição, raimundo Vilares, rosa Maria Fonseca, Sílvio Almada

DesignPós Imagem Design

Apoio Editorial e Produção Gráfica

e-mail: [email protected]

Sederua 1º Congresso do MPLA, 8/16Caixa Postal 1316Luanda - Angola

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Revista Sonangol Magazine

4 OUTUbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

ANGOLA ESTÁ A APrOVEITAr os seus recur-sos energéticos existentes ao longo da costa angola-na, em on e no offshore, com o objectivo de manter os actuais níveis de produção petrolífera. Alguns especialistas avançam com a hipótese do crude angolano poder esgotar-se dentro de 30 anos. Mas estas projecções não diminuem os actuais níveis de pesquisa. As empresas que actuam no dinâmico sector petrolífero em Angola, lideradas pela conces-sionária angolana de combustíveis, Sonangol, têm feito esforços titânicos para revelar todo o potencial energético do país. Estes esforços têm contribuído para o desenvolvimento de métodos avançados de recuperação de petróleo. Em resultado, em cada ano que passa são descobertos novos poços. A indústria atravessa uma fase promissora, para a qual tem contribuído a actividade de pesquisa e pro-dução no offshore angolano, sobretudo nas águas

ultra-profundas ao longo da costa angolana. Dados do sector indicam que até 2015 serão perfura-dos 100 novos poços de petróleo e adquiridas novas plataformas flutuantes de pesquisa e processamento de crude, as denominadas “FPSO - Floating Produc-tion, Storage and Offloading”. A concessionária, através da sua subsidiária Sonan-gol P&P, tem trabalhado no sentido da defesa dos recursos energéticos de Angola e na rentabilização dos seus interesses nos vários blocos em que partici-pa e/ou opera.

PETrólEo dEScobErTo no bloco 32Nos dois primeiros meses de 2008 foram descobertos novos poços no bloco 32, localizado em águas ultra- -profundas, no qual a Sonangol é a concessionária e a Total E&P é a operadora. As atenções concen-tram-se, sobretudo, no Manjericão-1 e no Caril-1.

A CONCESSIONÁRIA, através da sua subsidiária Sonangol P&P, trabalha para a defesa e para a rentabilização dos seus interesses em várias participações.

Novas descobertas Angola aproveita potencial em offshore

Domingos Golombole(Jornalista)

4 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

No primeiro, perfurado a 1977 metros de profundi-dade, confirmou-se a existência de petróleo cuja ca-pacidade de extracção diária ultrapassa os cinco mil barris. Por sua vez, o poço Caril-1, perfurado a 1673 metros de profundidade, produziu, na fase de testes, 6300 barris de petróleo. Estudos técnicos comple-mentares estão em curso para avaliar os resultados obtidos nos testes iniciais. Assim, como apurou a re-vista Sonangol Magazine, estão programadas novas perfurações de pesquisa no bloco 32.Para além da operadora, Total E&P (com 30%), participam na exploração deste bloco a Marathon com 30%, a Sonangol E.P com 20%, a Esso Exploration com 15% e a Petrogal com 5%.Ainda neste bloco confirmaram-se no-vas descobertas durante o mês de Maio. Louro-1 e Cominhos-1, o décimo e o décimo primeiro poço de pesquisa em águas ultra-profundas, respectivamen-

te. No primeiro, perfurado a uma profundidade de lâmina de água de 1883 metros, as pesquisas revela-ram a existência de reservatórios de petróleo, tanto no Mioceno como no Oligoceno. Já no Caminhos-1 perspectiva-se a existência de reservatórios contendo petróleo no Oligoceno superior e inferior. A partir de um intervalo do Oligoceno inferior, o poço for-neceu, em fase de teste, cerca de 6258 barris por dia (bpd) de petróleo, com uma densidade de 32º API.Também em águas ultra-profundas, desta feita no bloco 15/06, foi anunciada a descoberta do Sango-1. Este poço foi sondado em Abril deste ano, localizan-do-se a uma profundidade de 1349 metros e atingin-do uma profundidade total de 3343 metros. O Sango-1 é o primeiro a ser perfurado no Bloco 15/06, o qual está situado a cerca de 350 quilómetros a Norte de Luan-da. Através do desenvolvimento de sinergias, seguir-se-ão outras pesqui-sas, dado o elevado potencial desta área. A Sociedade Nacional de Com-bustíveis de Angola é conces-sionária do bloco e a ENI Angola SPA é o operador.

5REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

Em Agosto, a Sonangol E.P. e a ExxonMobil Corpo-ration, através da sua afiliada Esso Exploration An-gola (Block 15) Limited, anunciaram o arranque da produção dos campos Saxi e Batuque, localizados no bloco 15 do offshore angolano, o qual se enquadra no âmbito da evolução do projecto de desenvolvi-mento do bloco, denominado Kizomba C.A produção do Kizomba C teve início em Janeiro de 2008, com a entrada em funcionamento do campo Mondo, prevendo-se que a produção total dos três campos que o compõem - Mondo, Saxi e Batuque -, atinja os 200 mil bpd até ao final deste ano.O projecto de desenvolvimento do Kizomba C foi concebido para produzir um total de 600 milhões de barris de petróleo durante o tempo de vida útil dos três campos, localizados a cerca de 145 quilómetros (90 milhas) da costa marítima de Angola e a uma profundidade de, aproximadamente, 800 metros.

Kizomba c conTEmPla FPSo E PoçoS SubmarinoSO projecto de desenvolvimento Kizomba C inclui a aquisição de duas novas FPSO e a construção de 36 poços submarinos, tornando-se assim no maior projec-to de desenvolvimento submarino operado pela afiliada da ExxonMobil em todo o mundo. As duas FPSO, em tudo idênticas, constituem a quarta e a quinta instalações centrais de produção em actividade no Bloco 15, depois do Xikomba (2003), Kizomba A (2004) e Kizomba B (2005). Quando os campos Saxi e Batuque atingirem os seus picos de produção, calcula-se que a produção total do Bloco 15 alcance o marco de 700 mil bpd. Este projecto consumiu cerca de 1,5 mil milhões de USD, gastos em bens e serviços, os quais foram forne-cidos por empresas locais, no quadro dos contratos de construção, apoio logístico e capacitação do pessoal an-golano.

6 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

REVISTA SONANGOL MAGAZINE •NOVEMbRO DE 2008

8 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

A Esso Exploration Angola (Block 15) Limited é o operador da concessão do Bloco 15, com 40% de participação e tem como associados a BP Explora-tion (Angola) Limited (26,67%), a ENI Angola Ex-ploration B.V. (20%) e a Statoil Angola Block 15 A.S (13,33%). A Sonangol E.P. é a concessionária.

bloco 31 Em ExPloraçãoA Sonangol E.P. autorizou a BP Exploration (Ango-la), e os seus parceiros, a desenvolverem de forma in-tegrada os campos localizados em águas profundas no bloco 31 do offshore de Angola. A BP Exploration (Angola) é o operador do bloco 31, com uma participação de 26,67 por cento, e tem como associados a Esso Exploration and Production Angola Limited (25%), a Sonangol E.P., empresa con-cessionária (20%), a StatoilHydro Angola A.S. (13.33 %), a Marathon Internacional Petroleum Angola Li-mited (10%) e a Tepa (5%). O primeiro projecto do programa abarca os campos Plutão, Saturno, Vénus e Marte (PSVM), localizados na região nordeste do Bloco 31, a uma profundidade de, aproximadamente, dois mil metros a Noroeste de Luanda. Os trabalhos de construção deverão ter início no de-curso deste ano, prevendo-se o arranque da produção para o ano 2011. Apenas um ano depois os campos atingirão a sua produção máxima, estimada em 150 mil bpd. O bloco 31 encontra-se já em fase de imple-mentação.

ProjEcToS Em marchaHá medida que o sector cresce através de novos in-vestimentos em recursos humanos e tecnológicos, sur-gem novos projectos petrolíferos. A companhia Total Angola deverá inaugurar, em 2011, o terceiro pólo de produção do Bloco 17, o Pazflor, cujo investimento rondará os 8,5 mil milhões de dólares, o dobro do in-vestimento realizado na exploração do Dália. Com uma produção prevista de 220 mil bpd, o Pazflor deverá elevar os níveis produtivos da companhia fran-cesa em Angola para mais de 700 mil bpd. O novo poço terá uma profundidade de água que irá variar

entre os 600 e os 1200 metros. Depois do Girassol em 2001, do Dália em 2006 e do rosa em 2007, o Pazflor será uma nova referência mundial para a Total. A reinjecção das águas de produção dos reservatórios do Mioceno, a recuperação do calor dos fumos de escape à saída das turbinas e a reciclagem dos gases de ventilação das cisternas, são algumas das medi-das tomadas para limitar o impacto ambiental deste mega-projecto. Além disso, já não haverá mais quei-ma de gás, sendo o funcionamento assegurado pelo encaminhamento dos gases para a futura unidade de liquefacção, Angola LNG, no Soyo. Aliás, o Pazflor também será um vector importante do desenvolvi-mento do tecido industrial petrolífero nacional.Capitalizando os conhecimentos adquiridos na explo-ração do Girassol, do Jasmim, do rosa e do Dália, o grupo vem agora conjugar soluções tecnológicas com-provadas. Ao contribuir também para a formação de técnicos angolanos na tecnologia de ponta da explo-ração petrolífera e ao integrar quadros angolanos no projecto, o Pazflor irá dar um novo testemunho do espírito de partilha e de know-how internacional.

ÍndicE dE SucESSo noS blocoSCom a entrada em produção de novos campos, os índices de sucesso não param de crescer. Uma ten-dência que se prevê contínua para os próximos anos, à medida que mais poços em águas profundas são des-cobertos e entram em produção.Até agora as descobertas em águas profundas da costa Atlântica angolana têm alcançado índices de sucesso na ordem dos 80%. No Bloco 17 encontrou-se petró-leo em todos poços ali perfurados – rosa, Dália, Or-quídea, Jasmin, Tulipa e Girassol.Em 2001 a produção de petróleo em Angola estava abaixo de um milhão de bpd. No final de 2005 a pro-dução média chegou aos 1,4 milhões bpd e até finais de 2008 dever-se-ão produzir dois milhões bpd.A exploração de petróleo em Angola é feita, princi-palmente, em alto-mar, em profundidades superiores a 1200 metros, razão pela qual a maioria dos opera-dores no mercado angolano usa tecnologia de ponta para a exploração de hidrocarbonetos. Foi a combi-

algumasdescobertasocorridasem 2008

Fevereiro Portia no Bloco 31

foi descoberto em águas ultra-profundas do offshore angolano pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol EP) e a BP Exploration (Angola) Limited.

maio louro e camiNhos-1,

descobertas ocorridas na parte Sudeste do Bloco 32, aproximadamente a 4,5 quilómetros a Oeste do poço salsa-1, descoberto em 2006.

saNgo-1 foi sondado em Abril deste ano a uma profundidade de água de mil 349 metros e atingiu a profundidade total de três mil e 343 metros. O poten-cial é do bloco 15/06, na zona marítima de Angola.

agosto maNjericão-1 e ca-

ril-1, no bloco 32, em águas ultra-profundas do offshore de Angola, pela Sonangol e Total E&P Angola

O início de produção dos campos saxi e batuque, localizados no Bloco 15 do offshore angolano, no pros-seguimento da evolução do projecto de desenvolvimento denominado Kizomba C.

9REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

nação de factores como a inovação na tecnologia e na engenharia e a perícia dos operadores que deu resulta-dos espectaculares a todos os níveis na exploração dos blocos 15, 17 e 18.O Bloco 15, localizado a cerca de 370 km a Noroeste de Luanda, tem os seus reservatórios 500 a 2000 me-tros abaixo do leito oceânico, em profundidades que rondam entre os 700 e os 1500 metros. As áreas de desenvolvimento neste Bloco têm os seus poços bom-beados para as FPSO Kizomba A e Kizomba B, cuja produção combinada é de cerca de 500 mil bpd.O Bloco 17, que tem 15 descobertas comerciais, fica a 135 km da costa angolana e a sua lâmina de água varia entre 1200 e 1500 metros. Deste bloco constam quatro áreas principais: Girassol (que inclui os campos rosa e Jasmim), Dália - estas áreas ambas em pro-dução - Pazflor e CLOV (que representa Cravo, Lírio, Orquídea e Violeta). A produção das duas últimas áreas será superior aos mais de 500 mil bpd bombeados dos campos Girassol, rosa e Dália. Este último campo começou a produzir

10 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

11REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

em Dezembro de 2006 com uma FPSO – uma das maiores do mundo – que leva o seu nome; seis me-ses depois, em Junho de 2007, entrou em produção o rosa que está interligado ao FPSO Girassol. O cam-po rosa está apenas a 15 km do FPSO Girassol. rosa é o primeiro campo em águas ultra-profundas e com tamanhas proporções a estar ligado a uma plataforma remota nesta profundidade de água. O crude do rosa manterá o nível de produção da FPSO nivelada em 250 mil bpd até ao princípio da próxima década.O Bloco 18 está localizado a 160 km a Nordeste de Luanda, em profundidades a rondar os 1450 e os 1200 metros. Neste bloco incluem-se os campos Gá-lio, Crómio, Paládio, Cobalto e Plutónio.A prospecção do petróleo bruto no campo Grande Plutónio começou no dia 1 de Outubro de 2007 e consiste em 43 poços – dos quais 20 produtores, 20 injectores de água e 3 injectores de gás. A sua estima-tiva de produção é de 240 mil bpd de crude com baixo teor de enxofre e de média densidade, uma quanti-dade que coloca a produção diária em Angola mais próxima do objectivo de 2 milhões barris por dia.

inTErligação dE FPSoLigar um poço a uma FPSO é um processo intrinca-do, que é feito sob um rigoroso e complexo processo de segurança, o qual requer tempo e muita mão-de- -obra qualificada.O campo rosa está ligado ao FPSO Girassol por 64 km de condutas isoladas para produção contínua. Para construção da conduta foram necessárias 5600 toneladas de módulos e equipamentos especiais que foram transportadas para o local, 200 km a Noroeste de Luanda, e montadas a bordo da FPSO. Esta fase causou interrupções mínimas para a produção normal dos campos Girassol e Jasmim que já estavam em pro-dução.A FPSO Grande Plutónio está ligada ao reservatório de desenvolvimento e aos poços através do maior sis-tema submarino em águas profundas, que inclui uma única torre de elevação com 1258 metros – a mais lon-ga do género no mundo

Produção ProgrESSiva O crescimento da produção começou a verificar-se a partir de 2004, altura em que se alcançou 1 milhão de barris por dia, ou seja, a produção saiu de 173 mil barris/dia antes da independência para 1 milhão, em 2004. Em função das novas descobertas comerciais realiza-das nos últimos 10 anos, várias actividades de desen-volvimento estão em curso na Bacia do Baixo Congo. O campo Platina será conectado em 2011/12, tão logo haja capacidade para tal. O desenvolvimento dos campos Plutão, Saturno, Vénus e Marte (PSVM), lo-calizados na porção norte do Bloco 31, marca o início da actividade em águas ultra-profundas.A produção máxima está estimada em 125 mil b/d e a primeira produção deverá ocorrer em 2009/10. Para já, Plutão e Saturno serão os primeiros a ser postos em produção, seguidos de Marte e Vénus.O offshore angolano está dividido em 51 blocos de concessão, distribuídos por 14 em águas rasas, 17 em águas profundas e nove em águas ultra e ultra-profun-das a Oeste.Actualmente, estão já adjudicados 20 blocos, encon-trando-se em aberto os restantes. Em 2006, foram ad-judicados os blocos 1/06, 5/06, 6/06, 8 e 23 e as áreas remanescentes dos blocos 15/06, 17/06 e 18/06.A exploração em águas profundas da Bacia do Baixo Congo começou em 1994 e, no período de 1996 a 2006, foram protagonizadas cerca de 60 descobertas comerciais, revelando-se como uma área de baixo ris-co geológico.Em 2001, teve início a perfuração em águas ultra- -profundas da Bacia do Baixo Congo, tendo resulta-do, até à data presente, em 23 descobertas comerciais, nomeadamente nos blocos 31, 32 e 33. A fase de exploração permanece em curso nos blocos 31 e 32. ===

12 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

sonangol P&P poderá atingir os100.000 barris/dia

raimundo Vilares

A SONANGOL PESQUISA E PrODUÇÃO é o ‘Braço Operacional’ da Sonangol E.P. e uma empre-sa com crescente afirmação nacional e internacional. Orientada para a rentabilidade e para acrescentar valor às diferentes partes interessadas (stakeholders), a Sonangol P&P encontra-se em pleno desenvolvimento e assume-se perante o mercado internacional com um posicionamento sustentado no trabalho, na competên-cia, na confiança e na transparência.Presentemente, a indústria petrolífera angolana vive momentos de grande expansão, associada à descoberta de novos campos e de novas reservas de hidrocarbone-tos e que situam a sua produção em cerca de 2.000.000 de barris por dia.A Sonangol Pesquisa e Produção foi criada em 1991 pela resolução 4/91, de 6 de Dezembro, da Comissão

Permanente do Conselho de Ministros, mas só quase um ano depois, em Novembro de 1992, foram aprova-dos os seus estatutos.A empresa arrancou de facto a sua actividade em 1994, começando a operar num campo considerado margi-nal, o Bloco 4, abandonado pelo grupo empreiteiro que integrava a Espa, Empresa de Serviços de Petróleo de Angola.Foi exactamente no campo Kiabo que a Sonangol P&P arregaçou as mangas e mostrou que tinha todos os in-gredientes para se afirmar como Operador num Bloco com uma produção que rondava na altura os 6.000 barris por dia.O futuro da Sonangol Pesquisa & Produção é visto pelo Conselho de Administração da Sonangol E.P. com muito optimismo.

13REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

Na materialização dos objectivos da empresa, defini-dos com base no crescimento e no desenvolvimento e fazendo jus ao seu papel de companhia operadora, a Sonangol Pesquisa & Produção esteve no Dubai, Emi-ratos Árabes Unidos, onde baptizou o seu novo FPSO (Floating Prodution Storage and Offloading) com o nome de Gimboa, apadrinhado pela actual Ministra da Justiça do Governo angolano, Guilhermina Prata.O FPSO é uma unidade flutuante e foi alugada à em-presa Saipem, que o mandou construir nas docas da empresa Drydocks World, especializada neste sector de actividade, na qual participaram muitos engenheiros angolanos pertencentes à Sonangol Pesquisa & Pro-dução.Gimboa é um verdadeiro ‘achado tecnológico’ e vai operar no Bloco 4/05, no offshore angolano, durante um período aproximado de 15 anos, com possibilida-de de prorrogação. Foi projectado para processar, em termos de exploração e de produção, 60.000 barris, mas tem uma capacidade de armazenamento de 1.8 milhões de barris. Numa primeira fase – até os outros dois campos entrarem em produção, nomeadamente, UMX e UM7 – o FPSO apenas processará 40.000 barris do campo Gimboa. O FPSO tem mais de uma dezena de módulos ou de componentes que integram toda a parte técnica no pro-cessamento de óleo, injecção de água e de gás; possui um separador e um laboratório que permitem a ex-ploração e a produção efectiva do petróleo em moldes ultra modernos.Gaspar Martins, Presidente do Conselho Executivo da Sonangol Pesquisa & Produção, afirmou à revista So-nangol Magazine que “o estado actual do Bloco 4/05 é bastante animador”. A actividade de exploração rea-lizada em toda a extensão do Bloco “deu bons frutos” e o resultado foi a inauguração e o baptismo do FPSO Gimboa no Dubai. Gaspar Martins mostrou-se muito optimista, subli-nhando que a empresa saiu “da exploração para uma fase de desenvolvimento” e que o Bloco apresenta um bom potencial de exploração.Em relação aos campos, o Presidente do Conselho Exe-cutivo disse que as prospecções dos que estão próximos

do Gimboa, associadas aos estudos realizados até hoje pelas equipas da Sonangol Pesquisa & Produção, indi-cam que há a possibilidade de aumentar as reservas que vão ser produzidas a partir do Gimboa.Os resultados do estudo da actividade sísmica realizado em todas as áreas do Bloco, numa extensão de cerca de 2.000 m2, estão em fase de interpretação mas, de acordo com o PCE, é muito provável que dêem origem a “pros-pectos a perfurar muito brevemente no Bloco 4/05”. Gaspar Martins, que no acto de inauguração e do bap-tismo do FPSO no Dubai não escondia a sua felicidade, afirmou peremptoriamente: “sinto-me satisfeito e com o sentido de parte do dever cumprido. Sei perfeitamen-te que ainda há muito que fazer, mas, estamos no ca-minho certo”.referindo-se aos recursos humanos, Gaspar Martins, salientou a aposta que a empresa tem feito “no au-mento das competências do quadro de pessoal téc-nico”, que foi quem “conduziu este projecto desde a sua fase embrionária”. E acrescentou: “Tem valido a pena capacitar o nosso pessoal e é isso que vamos continuar a fazer. É o valor acrescentado para que a Sonangol Pesquisa & Produção se posicione cada vez melhor no competitivo mercado mundial da activida-de petrolífera”.Por seu turno, António raposo, Director do Bloco 4/05, afirmou que o mesmo está já na fase final de desenvolvimento, havendo perspectivas de que o início da fase de progressão seja ainda este ano. Considerou a cerimónia do baptismo da unidade como um marco importante.Amadeu Azevedo, Director Nacional dos Petróleos, atribuiu ao acto um significado importante, na medida em que o novo equipamento vai aumentar a produção da Sonangol Pesquisa & Produção, e também porque demonstra a evolução da qualificação dos quadros da operadora nacional. Guilhermina Prata, Ministra da Justiça do Governo de Angola, madrinha do FPSO, qualificou o acto de extrema importância do ponto de vista económico, pois representa o culminar de investimento e de todo um trabalho já desenvolvido pela Sonangol Pesquisa & Produção. ===

14 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

O PONTO CrUCIAL NA PrEPArAÇÃO do plano anual de produção e operações do Bloco 3-05 é a previsão das actividades de manutenção ou inter-venção sobre equipamentos e unidades que possam ter um impacto na segurança e integridade das ins-talações por um lado e, por outro, no perfil da pro-dução. Na actual configuração das infra-estruturas de superfície, sob o ponto de vista de uma eventual para-gem de funcionamento, o FSO Terminal Palanca é a instalação mais crítica, seguido do complexo PALP1 – PALP2. Isto porque ao Terminal Palanca converge a produção dos Bloco 3-05 e Bloco 2, operados pela Sonangol P&P, a produção do Bloco 3-85/91, opera-do pela Total E&P Angola, e a produção dos campos FS/FST em onshore, operados pela Somoil. Toda essa produção resulta numa média de 115.000 barris por dia, exportados em cerca de dois a três carrega-mentos por semana. A montante do Terminal Palan-ca e actuando como um hub para o fluxo do petróleo bruto proveniente dos campos acima referidos, está o complexo PALP1- PALP2.

oS objEcTivoS E a PrEParaçãoDesde que a Sonangol P&P tomou conta das ope-rações do Bloco 3-05, em Julho de 2005, já se efec-tuou uma paragem no funcionamento do Terminal Palanca, em Outubro de 2005, com a duração de 7

dias. Esta teve como objectivo principal a substituição das condutas flexíveis que ligam o Terminal Palanca às válvulas de seccionamento submarinas. A referida paragem esteve a cargo da Total E&P Angola, pois ainda fazia parte do processo da transferência das operações para a Sonangol P&P. Em 2006 e 2007 foram feitas paragens parciais de manutenção dos sectores Pacassa e Palanca, mas que não foram su-ficientes para a conclusão de trabalhos de reparação necessários. razão pela qual foi levantada a questão de se organizar uma paragem global do complexo PALP1-PALP2, por forma a eliminar grande parte das situações degradadas existentes. Inicialmente essa paragem foi apontada para No-vembro de 2007, mas depois de melhor definidos os limites e a magnitude das tarefas a realizar, optou-se por estender os prazos de preparação e coordenar com outras actividades de grande envergadura no Bloco 3-05, como é o caso do projecto de perfuração de novos poços a partir da plataforma PACF4, se-guida da sua integração no sistema de produção e a campanha de pintura geral das plataformas em curso em PACF2. Era também necessário coordenar com as actividades dos outros blocos e dos outros opera-dores, que seriam obrigados a parar a sua produção, tornando esta uma oportunidade para serem executa-dos trabalhos de manutenção que são impossíveis em

uma experiência positiva Manutenção do bloco 3-05

Jorge Assis, Offshore Installations Manager do Bloco 3-05

15REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

16 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

algumas das tareFas Na PlataForma

1 PALP2 vista a partir da tocha de baixa pressão

2 Separadores abertos para inspecção interna

3 Instalação do auto sampler4 Inspecção da tocha BP

5 Preparação de tubagem6 Substituição de tubagem de difícil

acesso7 Equipas de inspecção e produção8 Equipa de manutenção

1 2 3

4

5

6 7 8

17REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

fase normal de operação. Isso permitiu que as equipas aprofundassem a preparação dos detalhes dos proce-dimentos a seguir, que os trabalhos de pré-fabricação e preparação das linhas a serem substituídas fossem concluídos nos ateliês em onshore e que todos os ma-teriais e acessórios necessários fossem adquiridos a tempo. Assim, a grande paragem de 2008 foi planifi-cada para o mês de Julho, durante dez dias. Após diversos ajustes do plano, por forma a reduzir tanto quanto possível os custos, reflectidos principal-mente nos cerca de 1.150.000 barris (previsão) que não seriam produzidos, a filosofia da operação ficou definida considerando o tempo total de dez dias pre-visto dividido em duas fases. A primeira fase consis-tiria numa paragem total de 5 dias para intervenção nos sistemas vitais, sem os quais não é possível ope-rar, e os outros 5 dias seriam dedicados à segunda fase, que consistiria numa paragem parcial para in-tervenção sobre aquelas unidades que não impedi-riam a reinício da produção de determinados poços do Bloco 3-05, recepção da produção proveniente do Bloco 2 e eventualmente do Bloco 3-85/91. Foram mobilizados mais de 500 toneladas de material para a execução da substituição de quarenta e sete linhas de tubagem contendo diferentes comprimentos e com diâmetros que variavam até 20 polegadas; abertura e inspecção interna de dezasseis capacidades, incluindo separadores, balões do sistema de drenagem e balões de retenção de líquidos do sistema de tocha; substi-tuição ou intervenção em mais de 100 válvulas de diferentes dimensões, bem como a execução de de-zenas de outros trabalhos sobre os sistemas eléctricos, automação e de controlo. De realçar a instalação de um colector automático de amostras na linha de ex-portação de 20 polegadas entre PALP2 e o Terminal, elemento há muito esperado por ser vital na precisão do seguimento da qualidade da produção e na sua repartição entre os blocos 3-05 e 3-85/91.Foram identificadas 170 tarefas principais a serem executadas a coberto de mais de 200 autorizações de trabalho. Do lado administrativo da operação, o elevado número de autorizações de trabalho a gerir dia e noite obrigou a que fossem mobilizados quatro

profissionais adicionais para se ocuparem es-pecificamente do processo de verifi-cação, validação, abertura, continui-dade e fecho das au-torizações de trabalho.

aS FaSES dE ExEcução E rESulTadoS FinaiSNo dia 15 de Julho, por volta das 6h00, a operação começou com a paragem do compressor de gás lift em COBP1 e logo as equipas da produção deram início à imple-mentação dos procedimentos necessários para colocação das instalações à disposição das equipas de manutenção, construção e inspecção. Um total de duzentos e quinze trabalhadores esteve directamente envolvido nas tarefas principais da operação. Antes do início da intervenção, para cada equipa foi feita uma breve reunião informativa onde foram esclare-cidos os objectivos e os procedimentos da operação, a disposição da estrutura organizativa no local, as precauções básicas e específicas de segurança a serem tidas em conta. Nestas reuniões apelou-se também ao zelo e ao profissionalismo de cada indivíduo en-quanto elemento fundamental para o bom des-empenho de toda a equipa.Cinco dias depois, tal como tinha sido pla-nificado, estavam concluídos os trabalhos da primeira fase da paragem, permitin-do a reentrada em produção de al-guns poços eruptivos dos campos Pacassa e Búfalo, bem como a recepção da produção prove-niente do Bloco 2. No dia 23, 99% das tarefas planificadas estavam terminadas, ficando por con-cluir os trabalhos na rede eléctrica de BUFF1. Estes tiveram que ser can-celados devido à prioridade que teve que ser dada aos trabalhos de electri-

18 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

cidade na plataforma IPSF1, que não tinham sido pla-nificados. Também ficaram adiados os trabalhos nas UPS de PACF2 e PACF4, bem como a substituição de uma válvula de segurança de pressão em PACF1. Assim foram dadas por terminadas as operações da paragem e a ordem para o reinício total da produção, com o balanço final bastante positivo. Até certo ponto, chegou mesmo a surpreender alguns, dada a enverga-dura dos trabalhos realizados dentro dos prazos esta-belecidos e que permitiu resolver 20 situações degra-dadas consideradas de críticas e que correspondiam a 1/3 do total existente antes da paragem.Mas, como diz o velho ditado, “não há bela sem senão”. É assim que já na fase de arranque da plata-forma PALF2, foi detectado um inexplicável curto-circuito na linha de 20 kV entre as plataformas PALP1 e PALF2 impedindo a sua entrada em produção. Após vários testes de diagnóstico, as conclusões preliminares apontam para um defeito no cabo, na extremidade de PALF2. O ponto exacto e as causas estão a ser investi-gados, mas tudo indica que estejam relacionados com a idade avançada das instalações, o que a confirmar- -se implica que sejam tomadas outras medidas de pre-caução para os circuitos das restantes plataformas.Tão rápido quanto possível foram mobilizados, a partir do onshore, dois grupos geradores móveis para fornecerem energia eléctrica alternativa à plataforma

enquanto se concretiza a reparação do cabo. Após vá-rios testes e trabalhos de dia e noite, PALF2 voltou finalmente a entrar em produção efectiva no dia 4 de Agosto ou seja, doze dias depois do fim das operações da grande paragem. Contudo, esse evento imprevis-to não tira o mérito aos êxitos alcançados, sobretudo se for tido em conta o número de tarefas realizadas, o número de pessoas envolvidas, o respeito do plano estabelecido e, acima de tudo, o facto não ter sido re-gistado nenhum acidente de trabalho. De facto é um marco digno de registo nas operações da Sonangol P&P no Bloco 3-05, deu provas de um excelente trabalho de equipa, da preparação e do profissionalismo existente no seio do seu efectivo de colaboradores e de empresas prestadoras de ser-viço.===

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CURVAS DE PROGRESSÃO DAS ACTIVIDADES

CURVA DE ACTIVIDADES PLANEADA

CURVA DE ACTIVIDADES REAL

20 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

Presidente do Conselho de Administração Manuel Domingos Vicente

sonangol e.P. tem novoconselho de administração

Manuel Domingos Vicente foi recentemente recon-duzido no cargo de Presidente do Conselho de Ad-ministração da Sonangol EP, para mais um mandato de 3 anos. A decisão foi tornada pública no termo de mais uma sessão Ordinária do Conselho de Ministros que recon-duziu, igualmente, os Administradores Executivos, Ana-bela Brito Fonseca, Mateus Morais de Brito, Fernando Joaquim roberto e Francisco de Lemos José Maria,

bem como os não Executivos, André Lelo e José Gime. Entretanto, os membros deste órgão colegial foram já empossados, em cerimónia presidida pelos Ministros dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, e das Finanças, Severim de Morais.O novo Conselho de Administração da Sonangol EP reflecte e preserva a estabilidade na cadeia de mando da empresa, um exercício que reafirma a manutenção do princípio da renovação na continuidade. ===

21REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

admiNistradores da soNaNgol eP

Administrador Não-Executivo

André Lelo

Administrador Não-Executivo

José Gime

Administradora Executiva

Anabela Fonseca

Administrador Executivo

Francisco de Lemos

Administrador Executivo

Fernando Roberto

Administrador Executivo

Mateus de Brito

A rEPúBLICA DE ANGOLA ce-lebra os seus 33 de independência nacional na condição de maior pro-dutor de petróleo no continente africano. Com uma produção média de 1,6 milhões de barris de produção diária, o petróleo é a principal fonte de receitas e o principal produto de ex-portação do país.Angola ultrapassou a Nigé-ria, até há pouco tempo o maior produtor africano de petróleo, que atravessa uma fase conjuntural de declínio devido, fundamentalmente, a conflitos internos. Perspectiva-se que, ainda este ano, Angola atinja a cifra de dois milhões de barris/dia.Saber que Angola, que foi admitida em Dezembro de 2006 como membro de pleno direito na Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP – fundada em 1960), prepara-se para assumir a presidência da organi-zação em Janeiro de 2009, enche de orgulho todos os an-golanos, que sentem aumentar o prestígio e a influência do país no mundo.Na sua primeira participação numa Cimeira da OPEP,

na III (terceira), realizada a 17 e 18 de Novembro de 2007 em riade (Arábia Saudita), o Presidente da república, José Eduardo dos Santos, deu a conhecer o interesse de Angola em participar de modo construtivo e activo, com outros membros do cartel, na tomada de decisões sobre o abastecimento de petróleo bruto a nível mundial para a estabilização do mercado.Com a nomeação, a 11 de Setembro do ano em curso, do ministro dos Petróleos de Angola, para a presidência ro-tativa da Organização, estão reunidas as condições para a concretização de uma maior influência de Angola nas decisões da OPEP, cuja produção, no conjunto dos seus 13 membros, corresponde a 40 por cento dos 24 biliões de barris/ano produzidos em todo o mundo.

O petróleo constitui hoje o produto mais importante da economia mundial, que dele depende em grande

medida como fonte de energia. A OPEP toma de-cisões sobre o preço do crude e sobre o volume da

sua produção entre os membros do cartel.Com a sua vitória nas eleições legislativas

de cinco de Setembro do ano em curso, o MPLA reúne as condições para imple-mentar os pressupostos constantes do seu Programa de Governo para o quadrié-nio 2009/2012 no que diz respeito ao reforço do posicionamento de Ango-la no contexto internacional, pela abundância dos seus recursos natu-rais estratégicos.Diz o Programa de Governo que se deve internacionalizar a economia

angolana com o reforço, ampliação e consolidação da inserção competi-

tiva de Angola na arena internacional, designadamente pela participação activa no

processo de tomada de decisões com influência no funcionamento da economia mundial.Com a nomeação de Angola para a presidência da OPEP, num clima de paz efectiva vigente em todo o ter-ritório nacional, o MPLA está em condições de, a par das relações político-diplomáticas, dar uma atenção especial aos aspectos ligados à ordem económica e comercial in-ternacional, como prevê no programa que suportou a sua campanha eleitoral.

22 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

angola independência e Petróleo

Fernando Tati

A actividade de exploração petrolífera em Angola começou em 1910, tendo sido outorgada à firma Cunha & Formi-gal a primeira licença de concessão para a prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos. A Companhia de Pesquisas Mineiras de Angola (PEMA) tinha a responsabilidade da operação.O petróleo angolano tornou-se a principal matéria de ex-portação ainda no tempo colonial, em 1973. Na ausência de dados exactos sobre a produção registada nesse ano, sabe-se que em 1974 a mesma era de 172 mil barris/dia.Por ocasião da proclamação da independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975, devido ao conflito, o país es-tava dilacerado, desarticulado e enfrentava uma profunda crise sócio-económica, em que se fazia sentir a paralisação de cerca de três mil empresas do sector produtivo, a maio-ria das quais abandonadas de modo precipitado pelos seus proprietários.O sector petrolífero não fugia à regra. Confrontado com a necessidade de pôr a funcionar de forma regular e com-petente um sector dependente de tecnologia avançada e de técnicos capazes, o Governo angolano tomou a sábia decisão de criar a Sociedade Nacional de Combustíveis “Sonangol”, a 25 de Fevereiro de 1976, cerca de quatro meses após a proclamação da independência nacional.O quadro que criou as condições objectivas para o relança-mento da actividade de pesquisa e produção de hidrocar-bonetos ficou completo com a criação do Ministério dos Petróleos, em 1978, e a publicação nesse mesmo ano da Lei 13/78 (Lei reguladora das Actividades Petrolíferas).Estes passos sábios e oportunos visaram colocar sob con-trolo estatal a exploração e a gestão deste recurso natural, no âmbito da estratégia de desenvolvimento planificado da economia nacional. No ano em que foi criada a Sonangol, a actividade de pesquisa tinha paralisado completamente devido ao aban-dono da maior parte das companhias estrangeiras. Havia produção petrolífera apenas na bacia do Kwanza, em Ca-binda, e no Baixo Congo, nas profundezas das suas águas.Em 1976, a produção total de petróleo provinha de zonas perfeitamente identificadas, como o offshore (em águas) de Cabinda, o onshore (em terra) do Kwanza e o onshore do Congo (Zaire), e rondava os 100 mil barris/dia. A maior produção do tempo colonial foi de 172 000 barris/dia e registou-se em 1974.

SobErania ProvEiToSaA soberania do Estado angolano sobre a pesquisa e a pro-dução de petróleo tem sido exercida com um controlo efec-tivo sobre o sector, tendo sempre em conta as soluções que melhor servem os interesses do país.Devido à necessidade de empregar tecnologia altamente avançada, o Governo angolano, através da Sonangol, tem recorrido ao estabelecimento de parcerias com empresas conceituadas no ramo, tais como a Chevron, aTotal, a Eni e a Texaco, que detêm algumas concessões.A adjudicação do bloco 16, em 1991, deu início à explo-ração em águas profundas. Em Angola têm sido utiliza-das novas tecnologias na exploração de petróleo em águas profundas e ultra-profundas, o que torna o país pioneiro a nível mundial.Angola dotou-se de uma maior capacidade de gestão com vista a melhor controlar e garantir a eficácia dos resultados da actividade petrolífera, ao mesmo tempo que promoveu a contínua formação de pessoal devidamente qualificado.Trinta e dois anos depois, a Sonangol está transformada numa empresa forte que actua em todos os diferentes seg-mentos que dizem respeito à actividade petrolífera, om-breando com as mais conceituadas empresas do ramo e gerando cada vez mais riqueza para o país.Parte considerável das receitas provenientes da exploração do petróleo têm sido canalizadas de forma estratégica pelo Governo angolano para a recuperação económica e para o desenvolvimento social do país, nomeadamente para su-portar os custos derivados do reerguer das infra-estruturas com carácter social e melhorar as condições de vida das populações.Hoje, os operadores económicos já têm uma maior parti-cipação na comercialização de combustíveis, beneficiando da liberalização do mercado interno e do clima de paz que o país vive.A aposta do Governo angolano continua a ser a de fazer com que a soberania de Angola sobre os seus recursos na-turais, especialmente sobre o petróleo, continue a gerar re-cursos que sirvam para apoiar o desenvolvimento do país e o bem-estar do povo angolano.A produção de petróleo em Angola aumenta a cada dia e isso permite a arrecadação de maiores recursos para o de-senvolvimento do país e para a sua afirmação no concerto das nações. ===

23REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

24 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

ANGOLA TErÁ UM NOVO DESAFIO EM 2009. A partir de Janeiro de 2009, Angola vai presidir à Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A decisão foi tomada na 149ª Conferência Ministerial Ordinária, que se reali-zou a 9 e 10 de Setembro de 2008, em Viena de Áustria. O ministro angolano dos Petróleos, José Maria de Vasconcelos, será o presidente do cartel e terá como vice-presidente Galo Chiriboga, mi-nistro de Minas e Petróleo do Equador. Actual-mente, a Argélia preside à OPEP. A passagem de testemunho, acontecerá durante a 150ª reunião extraordinária a ter lugar em Oran (Argélia), no dia 17 de Dezembro de 2008. Desde o início deste ano que Angola está sujeita a uma quota

Angola prepara presidência da oPeP em 2009

Domingos Golombole(Jornalista)

25REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

de produção diária de 1,9 milhões de barris, im-posta pela organização. Apesar disso, neste mo-mento, Angola já é o maior produtor do petróleo em África, depois de ter ultrapassado a Nigéria, no segundo trimestre deste ano. O país fornece cerca de cinco por cento do petróleo consumido nos EUA. Durante o primeiro trimestre de 2008, Angola foi ainda o principal fornecedor de pe-tróleo da China, ultrapassando a Arábia Saudita graças a um aumento de 55 por cento nas suas exportações de crude para este país asiático. Na 149ª reunião ministerial ordinária, a OPEP deci-diu reduzir a sua produção real de petróleo em 520 mil barris nos próximos 40 dias, por meio de um “estrito cumprimento” da sua quota oficial. Fundada em Setembro de 1960, em Bagdad (Ira-que), por cinco países produtores de petróleo, a OPEP tem actualmente 13 membros, designada-mente Arábia Saudita, Argélia, Angola, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Líbia, Nigéria, Qatar, Irão, Iraque, Kuwait, Equador e Venezuela.Os países membros da OPEP produzem cerca de 40 por cento do petróleo bruto mundial e 15 por cento do gás natural.

PrESEnça dE PESo no EvEnTo Na 149ª Conferência Ministerial Ordinária, An-gola esteve representada por uma forte delegação encabeçada pelo novo ministro dos Petróleos, José Maria de Vasconcelos, da qual fizeram par-te o Presidente do Conselho de Administração da SONANGOL E.P, Manuel Vicente, o Embaixa-dor de Angola na Áustria, Fidelino Figueiredo, responsáveis do MINPET e outras figuras que representam o país na OPEP. Designadamente, o Governador de Angola na OPEP, Félix Manuel Ferreira, e Luís Neves, representante angolano na Comissão Económica deste importante orga-nismo. Angola foi admitida na organização, no dia 14 de Dezembro de 2006, numa reunião ex-traordinária efectuada em Abuja (Nigéria), mas somente em Janeiro de 2007 a decisão entrou for-

malmente em vigor. Com a adesão à organização, Angola ganhou mais visibilidade junto dos gigan-tes do sector a nível mundial. Na cimeira de Che-fe de Estados da OPEP, realizada em Novembro de 2007, na capital saudita, riade, José Eduardo dos Santos reafirmou a posição firme e activa do país na persecução dos objectivos da organização. Espera-se que a presidência de Angola em 2009 corresponda às elevadas expectativas já criadas. A presidência rotativa da Organização dos Paí-ses Exportadores de Petróleo colocará o país no centro das atenções mundiais, numa altura em que se desenham novos cenários financeiros a ní-vel internacional. A OPEP desempenha um papel crucial no desenvolvimento económico de todos os países. Por isso, a ascensão da Angola ao mais alto cargo no seio da organização é um prestígio para os angolanos. ===

José Maria de Vasconcelos, Ministro Angolano dos Petróleos, à chegada à última reunião da OPEP, realizada no dia 24 de Outubro, em Viena.

26 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

A PArTILHA DE INFOrMAÇÃO com a socieda-de é fundamental para a melhor percepção, compre-ensão e conhecimento dos modelos, políticas e acções de responsabilidade social das empresas.O orgulho de qualquer empresa engajada neste processo passa, necessariamente, pela afirmação da transparência nas suas acções, pela credibilização dos seus objectivos, pelo voluntarismo das suas reali-zações e pela simpatia dos seus projectos.A comunicação da responsabilidade social empresa-rial é, por conseguinte, um imperativo sempre actual, sobretudo porque todos sabem tratar-se de algo novo, de uma prática que apesar de velha somente agora ganha maior visibilidade e aderência nacional.Impõe-se hoje, mais do que ontem, criar condições para familiarizar mais e melhor os cidadãos com o conceito da responsabilidade social e avançar sem hesitações para patamares de memória social credí-veis e sustentados no tempo e no contexto.Comunicar eficazmente, no caso, significa saber di-vulgar a informação de forma suficientemente am-

O tempo, no seu evoluir, dá razão a quem defende que o sucesso dos programas de responsabilidade social das empresas está intrinsecamente ligado à imple-mentação de boas estratégias de comunicação. Mais do que enveredar pela prá-tica de comportamentos socialmente responsáveis, as empresas não somente podem como devem comunicar estas condutas, sob pena do silêncio poder in-duzir a desconfiança e crucificar todas as boas realizações.

João rosa SantosDirector de Comunicação da Sonangol

Responsabilidade Social

27REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRODE 2008

pla, clara e didáctica, para que todos, fácil e decidida-mente, possam compreender e interiorizar a razão de ser de cada projecto viabilizado.Para tal, uma atenção especial deve ser dada à publi-cação anual de relatórios de desempenho social das empresas, à realização periódica de encontros inte-ractivos sobre responsabilidade social, à promoção e difusão das boas práticas e dos bons modelos de ges-tão social, acções que, positivamente, aclaram melhor a dinâmica e a reputação das empresas.No entanto, este esforço, não é, nem deve ser, isolado. Também os órgãos de comunicação social têm a res-ponsabilidade de exaltar a sua veia social, a missão de destacar e realçar a importância, as acções e as reali-zações de impacto neste domínio, com o objectivo de fazer crescer a legião de empreendedores sociais. Este tipo de iniciativas apresentam-se tanto neces-sárias quanto urgentes, já que os tempos de recons-trução nacional que vivemos hoje em dia obrigam- -nos a todos a um esforço suplementar na afirmação da nossa identidade e na cultura e consolidação de novos valores socialmente úteis.Com maior ou menor impulso, mais do que apenas criticar, os órgãos de comunicação devem fazer cons-tar nas suas agendas estratégicas anuais programas de

incentivos, de formação e de promoção de boas práti-cas, de moral e civismo, de valorização ética, na estei-ra da criação do homem novo na nossa terra.===

28 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

angobetumes engajada na Reconstrução de Angola

A ANGOBETUMES, Sociedade Angolana de Be-tumes Lda. é uma empresa especializada no forneci-mento de betumes (asfaltos) e produtos derivados (be-tumes modificados, emulsões, cut back, entre outros) conformes com as normas e standards internacionais para a construção de estradas e de aeroportos.Nasceu de uma parceria entre a Sonangol E.P. e a Trafigua, um grupo internacional de companhias que negoceia petróleo bruto, produtos refinados, materiais não ferrosos e, ainda, de gestão e desenvol-vimento de stocks de crude e minérios.Esta parceria foi criada com o propósito de ofere-

cer um serviço de qualidade aos clientes de asfalto, e tendo em vista assegurar o cumprimento das metas traçadas pelo Programa do Governo no que respeita à reconstrução do sistema rodoviário.Segundo Fernando Martins, Director Geral da An-gobetumes, a empresa está orientada para o forneci-mento de um serviço com qualidade exclusiva, eficaz e fiável, conseguindo garantir não só o aprovisiona-mento como a flexibilidade na prestação do mesmo. O seu principal objectivo é o de satisfazer as necessi-dades crescentes de asfalto em Angola, necessidades estas directamente ligadas aos programa de recons-

raimundo Vilares

29REVISTA SONANGOL MAGAZINE •NOVEMbRO DE 2008

trução nacional de médio (8.000 kms de estradas) e de longo prazos (70.000 kms de estradas).Os objectivos quantitativos mensais para forneci-mento de asfalto ao mercado nacional angolano são de 10.000 toneladas em tambores e de 12.000 tone-ladas a granel.Na qualidade de importador para Angola, a An-gobetumes dispõe de capacidade para armazenar, transferir, comercializar e distribuir o betume e seus derivados, podendo igualmente transformar local-mente de acordo com as necessidades das empresas de construção de estradas e aeroportos que traba-lham no país.Para tal, e como sublinha Fernando Martins, a em-presa dispõe de equipamentos especializados e dedi-cados ao betume e investe massivamente na criação de terminais que lhe permitam dar resposta à procu-ra nacional, com a qualidade e a proximidade neces-

sárias. Assim, para responder atempada e eficiente-mente às necessidades dos clientes, a Angobetumes desenvolveu um sistema totalmente inovador para as descargas a granel – sistema que permite que a des-carga seja feita directamente para contentores aque-cidos, com capacidade para 20 a 25 toneladas, ou para camiões cisterna – que simplifica as operações realizadas nos seus terminais.Actualmente a empresa detém 380 contentores aquecidos dedicados ao betume (com uma capaci-dade total de 9.000 toneladas), oito fundidores para tambores com contentores de armazenamento asso-ciados, seis bombas especiais dedicadas à transferên-cia de betume, duas unidades de contagem especiais (medidor de débito maciço), um hammarlift de 36 toneladas de capacidade, um reachstacker de 45 to-neladas e dois elevadores com braços telescópicos Manitou. A estes activos acresce ainda uma frota

de 60 semi-reboques e de 40 tractores associados e dois entrepostos logísticos, um em Luanda e outro no Lobito. Fernando Martins, em declarações à revista Sonan-gol Magazine, salienta que a qualidade e a disponibi-lidade dos produtos são asseguradas pelo intermediá-rio em produtos petrolíferos graças à rede de navios dedicados unicamente às importações para o merca-do angolano e à gestão, em regime de exclusividade, das quantidades produzidas pela refinaria de Luanda, unidade que dispõe de um laboratório certi-ficado que permite realizar análises a pedido do cliente.

Em virtude das dificuldades em manipular, armaze-nar e transferir este produto, que exige manutenção a temperaturas elevadas, a Angobetumes fixou ob-jectivos prioritários no domínio da qualidade, da higiene, da segurança e do meio ambiente, e com enfoque no princípio da melhoria contínua, que são transversais a todos os sectores da sua actividade. Em 2006, primeiro ano de actividade, a Angobetu-mes entregou 880 toneladas de betume e seus deriva-dos aos seus clientes; em 2007, o volume subiu para 36.189 toneladas. Este exercício de 2008 ainda não encerrou mas a empresa já vendeu mais de 59.333

toneladas a granel e em tambores.Neste período, e enquanto decorria a construção do terminal do Lobito, ora inaugurado pelo Vice-Ministro dos Petróleos, Aníbal Silva, foram descar-regados no porto daquela cidade 12 navios, num total de 80.216 toneladas, parte das quais através de uma operação de transbordo directo para con-

tentores e camiões de asfalto que bateu o recorde de descargas: 4.000 toneladas em 3 dias.No total, os terminais de Luanda, Lobito e Cabinda

recepcionaram 15.855 toneladas de asfal-to em tambores.

O terminal do Lobito, o primeiro

NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE30

Fernando MartinsDirector Geral da Angobetumes

31REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

em Angola dedicado à recepção de asfalto a granel, tem dois tanques, com 6.000 e 4.000 toneladas, res-pectivamente, e é reabastecido através de uma tu-bagem com oito polegadas e cerca de 500 metros de comprimento, distância que vai do cais até aos tanques, e que permite acelerar a descarga dos na-vios e, assim, rentabilizar as operações de reposição do produto.O terminal do Lobito representou um investimento da ordem dos 27 milhões de dólares e é considerado um dos mais modernos de África. Com base nas mé-dias de operação diária, com excepção dos domin-gos, o terminal permite a descarga de um mínimo de 20.000 toneladas/mês.No que respeita a outros investimentos, destaca-se o projecto de construção de dois edifícios no Lobito, um de escritórios e outro de habitação, em fase de licenciamento; a construção do terminal de asfalto em Luanda; duas novas instalações pré-fabricadas, uma para Malanje e outra para o Huambo; e, ainda, a procura de local adequado para fixar instalações na cidade do Soyo.A Angobetumes tem 35 trabalhadores no Lobito e 38 em Luanda. Dois supervisores do terminal de Luan-da estagiaram no exterior do país, tendo o restante pessoal estagiado no local de trabalho e no Terminal Oceânico da Sonangol no Lobito.“Com os investimentos e acções de formação que estamos a desenvolver, estamos a contribuir para aumentar e melhorar o emprego em Angola”, sus-tentou Fernando Martins à Sonangol Magazine. A Angobetumes está atenta à evolução do mercado e, tendo em vista responder de forma célere às so-licitações oriundas de todas as frentes que crescem

no país, mantém um constante e sistemático diálogo com os empreiteiros, com o Instituto Nacional de Es-tradas de Angola, com o Gabinete de reconstrução Nacional e com a Sonangol. ===

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A face oculta da gestãoda capacitação dos quadros

ESTE ArTIGO TEM A INTENÇÃO de apresen-tar uma análise e uma reflexão à volta do desper-dício dos investimentos que as empresas realmente fazem. É sobejamente conhecido que, nas empresas, as relações interpessoais provocam situações de inda-gação, de clarificação de problemas e de exposição de pontos de vista diferentes ou mesmo de soluções criativas, proporcionadas pelos diálogos próprios do ambiente de trabalho. É nesta perspectiva, pois, que solicitamos aos leito-res que revejam profundamente as suas próprias ex-periências e digam: por que é que há trabalhadores que passam a maior parte do seu tempo a ler jornais ou a navegar na Internet? As razões apresentadas, muitas vezes, revelam uma certa superficialidade na abordagem da questão, não querendo revelar as de-ficiências estratégicas existentes. As situações supra referidas merecem reflexão.

Mateus João Pedro, PhD

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Tendo em conta dois factores, nomeadamente o desperdício de talentos humanos e o desperdício financeiro, estas situações constituem um atentado grave ao desenvolvimento de uma sociedade. Com os investimentos que são feitos no capital humano, e com os custos invisíveis que deles decorrem, torna-se inaceitável que os mesmos não tenham retorno para as empresas. Perante casos como estes, é vulgar ouvir pessoas a dizerem: “…a vida é mesmo assim …”. Na verdade, há pessoas que se conformam com a ociosidade. Ora, um técnico digno desse nome tudo faz para ser útil à sociedade, pois a pertinência das suas ideias representa uma mais-valia inexorável para a nação.Estamos numa época em que a concorrência e a competitividade requerem que os conhecimentos adquiridos sejam aplicados e constantemente actua-lizados. Todo o conhecimento obsoleto e/ou mal direccionado constitui um perigo para o processo do desenvolvimento humano, das empresas e da socie-dade. Os desafios e as incertezas de hoje demonstram cla-ramente que estamos perante uma realidade dife-rente da de antigamente e isso exige que tenhamos novas respostas. A inflexibilidade mental e a falta de adaptação podem ser os nossos maiores detractores.As perguntas que se seguem não pretendem analisar o tema de modo exaustivo, mas visam apontar para certas atitudes que podem pôr em perigo o bom fun-cionamento de uma empresa. Como bem sabem os psicanalistas, muitos dos pacientes quase que se opõe a que eles tenham acesso ao seu inconsciente.No contexto organizacional, quando isso ocorre pode prognosticar que determinadas pessoas não conseguem lidar com certas situações e, por conse-guinte, não conseguem ser auto-críticas. Talvez as perguntas que se seguem contribuam para esclarecer dúvidas enraizadas nas mentes menos atentas e para melhorar o respectivo discernimento interior:•Oquequerdizerresponsabilizaroscolaboradores?

•Queimportânciaatribuímosaosnossoscolaborado-res? São apenas meros executores das deliberações (espectadores), sem opinião própria?

•Existem,ounão,espaçosparareflexões,paradeba-tes de carácter técnico-científico e momentos para a partilha de problemas corporativos?

•Éverdadequeagestãodeportaabertaéumaopor-tunidade para aproximar as pessoas?

A ausência de qualquer um destes (ou doutros) in-dicadores de gestão representa um handicap sério para o desenvolvimento integral e para a reali-zação dos trabalhadores. Do mesmo modo que não se espera que um mé-dico cirurgião que não dá consulta nem se actua-liza durante anos tenha sucesso nas intervenções cirúrgicas que realizar, também não se esperam ‘milagres’ de um técnico que está inactivo durante longos períodos. Nota-se que em algumas empresas e instituições públicas alguns empregados são pagos para esta-rem oito (8) horas no local de trabalho a ler jornais ou a conversar, alegando que não têm actividades para desenvolver.Todos nós devemos ser os arquétipos da nossa realização e do nosso desenvolvimento enquanto profissionais e enquanto seres humanos. Por outro lado, torna-se muito gratificante quando conse-guimos que o nosso sonho seja um aliado dos ob-jectivos da empresa em que trabalhamos. É como se fôssemos reais accionistas da empresa. Portanto, as encruzilhadas da vida mostram-nos sinais claros de que definitivamente somos inter-dependentes. A arte, o zelo e a perseverança de um excelente pedreiro deixam rastos, pelos quais se reconhecerá a grandeza dos seus edifícios.Aqui está o paradigma desta reflexão, que quis de-monstrar a relação existente entre dar maior va-lorização ao indivíduo e sua capacidade em gerar inovação, produtividade e inteligência, versus su-focar talentos como sendo o exemplo vivo do lado oculto da gestão da capacitação. ===

34 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

O que é um ponto de intercâmbio internet ou IXP?

NUM MUNDO em constantes transformações, em que a tecnologia é a chave para o desenvolvimento, o acesso à Internet é um recurso muito importante. No entanto, o alto custo da largura de banda internacional para a Internet, assim como a saturação dos recursos internacionais de cada ISP (Internet Service Provider), difi-culta a comunicação entre os ISP locais e a qualidade da utilização dos serviços Internet a nível nacional e, consequentemente, limita o crescimento desta indús-tria em países como o nosso, em desenvolvimento. Um dos mecanismos efectivos para minimizar este fos-so é fazer com que os conteúdos nacionais fiquem den-tro dos respectivos países, através da implementação de um ponto neutro para a troca de tráfego IP nacional entre os diferentes ISP, conhecido pelo nome de In-ternet Exchange Point (IXP) ou Ponto de Intercâmbio de Internet.

ANGOLA-IXP (IntErnEt ExchangE POInt)Em Angola, por iniciativa dos Provedores de Internet (ISP), foi criado no ano 2006 o projecto de Interco-nexão doméstica Angola-IXP (http://www.angola-ixp.ao), que interliga as redes dos provedores de ser-viço Internet com o objectivo de manter o tráfego local a circular localmente. A criação do Angola-IXP permite que todos os ISP

angolanos tenham a possibilidade de trocarem tráfego entre si sem que o mesmo seja transmitido via redes internacionais, fazendo assim uma utilização mais efi-ciente dos recursos internacionais de cada ISP.Existem em Angola doze (12) ISP licenciados pelo IN-ACOM, dos quais nove (9) estão subscritos e usufruem dos benefícios do Angola-IXP, nomeadamente: ACS,Angola Telecom, Movicel, MSTelcom, Multitel, MV comsat, SNet, TVCabo e Unitel.Os restantes ISP, nomeadamente CMC, MAXNET e Mundo Startel, estão em processo de criação das con-dições técnicas necessárias à respectiva ligação.

ArQUITECTUrA DO ANGOLA-IXPNão havendo uma topologia ‘ideal’ para um IXP, o Angola-IXP adoptou uma plataforma de nível 2 (Físi-co e de Ligação) com um router reflector. O gráfico da página seguinte descreve a solução técni-ca adoptada pelo Angola-IXP.

IMPOrTÂNCIA DO ANGOLA-IXP PArA O CrESCIMENTO DA INTErNET A necessidade de um ponto de interligação angolano é uma realidade indiscutível. Durante anos as men-sagens entre os provedores angolanos passavam por várias redes internacionais para poderem chegar ao

Sílvio Almadarepresentante da MSTelcom e Coordenador do Angola-IXP

35REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

seu destino. Com a implementação do projecto houve uma significativa diminuição do tempo de transmis-são em milisegundos entre os Provedores locais, em média 5 ms a 20 ms, comparado com uma ligação à Internet via satélite, que é de 500 ms a 1000 ms. A conectividade internacional dos provedores ligados ao Angola-IXP é usada actualmente apenas para o tráfe-go internacional. O Angola-IXP encurtou as distâncias entre os pro-vedores. Hoje, o tráfego nacional, o intercâmbio de mensagens e serviços de conteúdos, como os jornais e serviços de notícias on-line, já são feitos localmente, com a garantia de maior segurança, economia de cus-tos e optimização da largura de banda. Actualmente, o Angola-IXP conta com um volume de 8Mb de tráfego diário. A tendência é para aumentar, à medida que um maior número de produtores de conteúdos nacionais vão hospedando as suas páginas localmente e que mais Provedores de Internet locais se conectem ao IXP, o que resultará na criação de mais valor para os utilizadores finais de cada Provedor In-ternet e do país em geral. Os custos para pertencer ao Angola-IXP não são al-tos. Pelo contrário, a relação custo/benefício é positiva para todos os membros. Os custos incluem o Circuito Ponto-a-Ponto, que o ligará ao IXP, mais o valor da subscrição ao IXP. Os fundos da subscrição são utiliza-dos na gestão e manutenção técnica da infra-estrutura dedicada no Angola-IXP.

Face à evolução positiva do projecto, os provedores decidiram criar a Associação Angolana dos Provedo-res do Serviço de Internet, abreviadamente conhecida como AAPSI, que tem por fim agregar as empresas que desempenham actividade no âmbito dos serviços de provedoria de Internet.Em África estão activos cerca de 17 Internet Exchange Point, entre os quais: •AngolaInternetExchange(ANG-IXP)•BotswanaInternetExchange(BINX)•EgyptCairo InternetExchange (CR-IX) eMiddle

East Internet Exchange (MEIX) •GhanaInternetExchange(GIX)•KenyaInternetExchange(KIXP)•MozambiqueInternetExchange(MOZ-IX),Maputo•NigeriaInternetExchangePointofNigeria(IXPN)

e Ibadan Internet Exchange (IBIX).•SouthAfrica:CapeTownInternetExchange(CINX)

e Johannesburg Internet Exchange (JINX), Johan-nesburg.

•TanzaniaInternetExchange(TIX)•UgandaInternetExchangePoint(UiXP),Kampala•ZimbabweInternetExchange(ZINX)

COMO TOrNAr-SE MEMBrO DO ANGOLA-IXPOs ISP e as empresas provedoras de conteúdos via In-ternet que pretendam conectar-se ao IXP, e que reú-nam as pré-condições são encorajadas a ler as regras e políticas descritas na Norma de Funcionamento An-gola-IXP e posteriormente a contactar o Angola-IXP. Esta Norma descreve os objectivos do Angola-IXP, os requisitos de adesão ao IXP e para se tornar um membro do Angola-IXP, os serviços que o Angola- -IXP fornece aos seus membros e os compromissos dos membros com o Angola-IXP. Estas normas são parte integrante do Acordo de Ligação que terá de ser assinado pelos novos Membros na altura da adesão. Os documentos poderão ser obtidos no website http://www.angola-ixp.ao===

36 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

Presidente da República inaugurou a Clínica Girassol

IDEALIZADO PELA SONANGOL, o projecto da Clínica Girassol nasceu com a missão de promover serviços de saúde com excelência e humanização, bem como níveis de qualidade equivalentes aos pa-drões internacionais, através de inovação tecnológi-ca, formação contínua e investigação, tendo como objectivo último a satisfação do paciente.A Clínica Girassol, ocupando uma área de 43.710 m2, é sem dúvida, o marco de uma viragem para um novo modelo de prestação de cuidados de Saúde em An-gola. E pretende tornar-se um exemplo de excelência no nosso país e em África, motivo pelo qual estão já em curso acções que conduzirão à sua certificação

internacional. A construção deste moderno centro de medicina e emblema de modernidade e progresso do país foi erguido com o esforço de mais de 2000 tra-balhadores.Dotada de recursos humanos e materiais para atender todas as especialidades, concentradas num só local, a Clínica Girassol tem como objectivo prestar serviços de alto nível e em conformidade com os padrões de segurança e qualidade, contando ainda para o efeito com um sistema de informação de vanguarda.Destacam-se como serviços únicos e inovadores a li-totripsia, a medicina nuclear, um serviço de oncolo-gia com radioterapia, um centro obstétrico, com três salas de partos e sala de operações individualizada. Um centro cirúrgico com seis salas de operação para médias e grandes cirurgias, como cirurgias cardioto-rácicas e uma sala específica para cirurgias ortopé-dicas.A Clínica Girassol apresenta também como inovação no mercado angolano um Atendimento Médico Per-manente, durante as 24 horas, e que se diferencia por ter um corpo clínico composto por médicos es-pecialistas em Medicina Interna, Pediatria, Cirurgia,

O PRESIDENTE DA REPúbLICA DE ANGOLA, José Eduardo dos Santos, inaugurou no dia 4 de Setembro de 2008 a Clínica Girassol, uma das mais modernas uni-dades hospitalares ao serviço da nação angolana. Na companhia da sua esposa, Ana Paula dos Santos, de responsáveis dos órgãos de soberania, do Governo e da Sonangol, José Eduardo dos Santos, visitou as suas principais áreas funcionais, bem como assistiu a um breve documentário sobre a construção desta nobel unidade hospitalar.

João rosa Santos

37REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, apoiados por uma equipa de enfermagem e de técnicos especiali-zados, que nas situações em que o julguem necessá-rio poderão recorrer, por chamada, a todas as espe-cialidades existentes na Clínica, com ênfase para a Cardiologia. O Atendimento Médico Permanente conta ainda com o apoio da Unidade de Cuidados Intensivos, da Unidade Coronariana, do Laboratório de Análises Clínicas e do Centro de Imagiologia com ressonância Magnética.A estrutura arquitectónica desta unidade hospitalar foi concebida em conformidade com os mais elevados padrões de segurança, privilegiando a funcionalida-de, o conforto, a privacidade dos doentes e das suas

famílias, bem como os requisitos necessários para a certificação internacional.Possui espaços amplos e luminosos, está dotada de 283 camas distribuídas por suites VIP, suites indivi-duais e quartos com duas camas.No capítulo das acções de responsabilidade social, consta da carteira da Clínica Girassol a abertura de um Colégio de Pós-Graduação, até ao final do cor-rente ano, vocacionado para a formação nas áreas de especialidade médicas, gestão hospitalar e disciplinas afins, colaborando assim com as estruturas de saúde e de formação locais, no desenvolvimento da força de trabalho que contribuirá para assegurar a saúde e o bem-estar de todos os angolanos.===

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A SONANGOL, no contexto geral do continente afri-cano, é uma das companhias maiores e mais importan-tes da actualidade. O aumento das reservas conhecidas, o aumento progressivo das novas descobertas e da pro-dução petrolífera fazem dela um player estratégico, cuja missão passa também pela promoção do ensino e da for-mação junto dos seus quadros médios e superiores. Foi no âmbito deste objectivo, e no quadro do planea-mento estratégico de recurso Humanos para o perío-do 2006-2016, que o Conselho de Administração da Sonangol, através do despacho 41 de 2006, deliberou no sentido da criação da Universidade Corporativa do Grupo.De acordo com Anabela Fonseca, Administradora da Sonangol E.P., a Universidade Corporativa assume-se como uma entidade organizacional e uma ferramenta estratégica, destinada a atingir a missão de desenvolver a aprendizagem, os conhecimentos e as competências de todos os seus quadros e do universo com que se re-laciona.Anabela Fonseca, caracterizou a instituição como o ‘guarda-chuva’ estratégico para a formação dos traba-lhadores, dos clientes, dos fornecedores e da comunida-de, com o objectivo de cumprir as metas empresariais do Grupo Sonangol.Ao contrário das universidades tradicionais e das áreas de formação também tradicionais, a Universidade Cor-porativa da Sonangol vai propiciar o desenvolvimento da cultura empresarial, o fortalecimento das crenças e valores da empresa e do ambiente de negócios, e vai também desenvolver capacidades capazes de gerarem mais-valias para todo o Grupo ao nível da sua missão, da sua visão e dos seus objectivos estratégicos, designada-mente ao nível da consolidação do seu core business.

Sonangol já tem universidade corporativa

rosa Maria Fonseca(Jornalista)

EnSino E formação voltados para dentro

REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

Porque é que a Sonangol criou a Universidade Corporativa? O Conselho de Administração da Sonangol, na pessoa do seu líder, Manuel Vicente, teve a clarividência neces-sária para lançar e liderar este importante projecto, vis-to que o conhecimento é o factor chave para a geração de competitividade e para a conversão do Grupo numa learning organization.A incidência na formação especializada para as nossas funções chave, a manutenção e o fortalecimento dos va-lores, o alinhamento estratégico da companhia, o esta-belecimento e a valorização das ‘bibliotecas humanas’, a criação de uma entidade corporativa, são, entre outros os propósitos essenciais da criação desta universidade. As empresas do futuro precisam de estar preparadas para a gestão estratégica das suas competências, de associar as pirâmides etárias às competências, de criar suportes estruturais para a gestão de recursos humanos a médio e longo prazos. E a Sonangol, assim como todas as suas subsidiárias, não são excepção nesta matéria, motivo pelo qual precisamos de ferramentas que nos fortaleçam enquanto profissionais altamente competentes e motiva-dos para defender o bem da empresa, o nosso e o do próprio país.

Quais são as vantagens que apresenta em rela-ção às universidades tradicionais?São muitas. Não precisa de credenciamento, usa uma metodologia que privilegia a aprendizagem prática (exer-cícios e estudos de casos), os currículo são construídos à medida das necessidades dos formandos, são criadas e ren-tabilizadas redes internas de aprendizagem e de gestão do conhecimento, os docentes são profissionais experientes que transmitem a experiência prática (enquanto a tradi-cional é dominada pela teoria e pela exposição). Possibilita

uma melhor gestão dos quadros das diversas áreas de ne-gócio, liga a gestão de talentos à estratégia da Sonangol, colocando a ênfase no futuro da organização.Podemos considerar que as vantagens das universidades corporativas em relação às universidades tradicionais, advêm, pois, da constatação de que a universidade con-vencional não prepara adequadamente os quadros para o trabalho prático que é preciso desenvolver nas empresas.

Esta nossa universidade é ainda um projecto ou já é uma realidade? O Conselho de Administração aprovou, em 17 de Julho de 2008, o Modelo Conceptual da Universidade Corpo-rativa, concebido por técnicos do Grupo Sonangol que faziam parte da equipa do Projecto. No âmbito da reestruturação em curso no Grupo So-nangol, foi criado já na ESSA a área de negócio da uni-versidade corporativa com a responsabilidade de a implementar na prática.

Em que moldes vai funcionar esta universidade?O seu funcionamento deverá basear-se nos moldes de instituições congéneres mundiais, designadamente das ligadas ao sector petrolí-fero e energético. Em traços gerais, podemos considerar que via funcionar virada essencialmente para a materia-lização dos planos de desen-volvimento de competências da Sonangol, pelo que terá como base o funcionamen-to em rede com os núcleos das subsidiárias que estão a ser estruturados.

ADALbERTO SENA, Gerente único da ESSA, subsidiária da Sonangol responsável pela área da for-mação profissional e, por conseguinte, responsável pelo funcionamento da Universidade Corpora-tiva, explica já a seguir em entrevista as vantagens deste novo instrumento do Grupo Sonangol.

Adalberto SenaGerente ESSA

42 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

Primará também pelo princípio básico de monitores do tipo ‘profissionais professores’ e não do tipo ‘professores profissionais’. Podemos dizer, por isso, que será uma ins-tituição de ensino essencialmente virada para dentro do Grupo, das suas necessidades e dos seus objectivos estra-tégicos neste domínio.

O corpo docente será recrutado localmente ou no exterior?A Universidade Corporativa, à semelhança de outras pelo mundo, privilegiará, certamente, os monitores internos nos segmentos em que possua competências para o efeito, com base no tipo acima referenciado – o de ‘profissional professor’. Contudo, para os casos específicos estabeleceremos protocolos com instituições de ensino universitário e especializado. Seguramente que para o topo da ar-quitectura educacional concebida (pós-graduações, especializações e MBAs), optaremos pelo recurso à parceria com entidades externas ao universo Sonan-gol. Mas para o desenvolvimento das competências básicas das nossas áreas de negócio, nas quais são essenciais formações ao nível da integração e da ci-dadania corporativa, contaremos com os quadros do Grupo que já têm experiência suficiente para trans-mitir conhecimentos importantes. Deste modo, todos os quadros da empresa são poten-ciais monitores e procuraremos dar relevo e utiliza-ção aos conhecimentos dos nossos quadros em fase de pré reforma, procurando tê-los ao nosso lado até aos 70 ou mais anos de idade.

Como se processa o acesso à Universidade Corporativa?Enquanto instituição de formação corporativa, é claro que em primeira instância, está orientada para o desenvolvimento de competências dos trabalhado-res do Grupo Sonangol, podendo, numa fase poste-rior, direccionar a sua atenção para os seus clientes, fornecedores, revendedores de produtos e serviços e para a comunidade em geral, à semelhança de ou-tras Universidades Corporativas que primam por

transmitir às demais entidades com que se relacio-nam os valores, a cultura e o conhecimento da sua corporação.

Quem suporta em termos financeiros esta instituição?A Sonangol, muito embora importe dizer que o su-porte necessário para a criação de uma Universida-de Corporativa não é apenas financeiro. Estamos a trabalhar com parcerias estrangeiras neste domínio, inclusive com instituições ligadas ao sector que pos-suem já universidades corporativas, como é o caso da Petrobrás (Brasil) e da ENI (Itália), para a concepção e o desenvolvimento de todo o suporte metodológico.

Onde vai funcionar e quando é que assistire-mos ao seu arranque? Teremos vários métodos que definirão o funciona-mento da Universidade, designadamente o presen-cial e o à distância. O arranque deverá acontecer ainda este ano, numa primeira fase, pois estão em curso alguns trabalhos com as áreas de recursos hu-manos para a definição, uniformização e alinhamen-to de todas as formações necessárias em 2009. A componente de infra-estruturas deverá arrancar numa segunda fase, sendo que por agora temos que trabalhar nas instalações da ESSA.

Quais são os cursos que vão ser ministrados? No modelo que criámos temos três tipos de com-petências em desenvolvimento para os diferentes segmentos de formandos que queremos abranger: as básicas, as essenciais para cada uma das áreas de negócio do Grupo e as especializações. Importa tam-bém referir que todos os programas deverão incor-porar quatro áreas de formação fundamental – Ci-dadania, Contexto, Competência e Crescimento.Contudo, e embora muito trabalho já tenha sido feito, a Direcção da Universidade e os respectivos Núcleos têm ainda um longo trabalho pela frente na definição dos cursos e das prioridades estratégicas dos negócios da Sonangol. ===

43REVISTA SONANGOL MAGAZINE • NOVEMbRO DE 2008

DUrANTE A SUA PArTICIPAÇÃO na Expo-sição Internacional de Saragoça, que se realizou de 14 de Junho a 14 de Setembro, em Espanha, Angola teve a oportunidade de mostrar ao mundo que está a renascer rumo ao desenvolvimento e determinada

em apostar na reconstrução das suas infra-estrutu-ras. Na Exposição Internacional de Saragoça 2008, dedicada ao tema ‘Água e Desenvolvimento Susten-tável’, Angola ocupou um espaço de 468 metros qua-drados, dividido em sete momentos: floresta, savana,

Angola mostra na ExpoSaragoça 2008 a imagem de um país que renasce

António Bequengue(Jornalista)

OS SECTORES PETROLíFERO e diamantífero estiveram patentes na Exposição Internacional de Saragoça.

chanas e anharas, oásis, quedas de água/barragens, deserto, a foz e o mar. Tendo contado ainda com um stand dedicado ao petróleo e aos diamantes, bem como com um bazar de produtos culturais angola-nos. Esta exposição, intitulada ‘Momentos’, condu-ziu os visitantes numa viagem pelo país, percorrendo uma bacia hidrográfica fictícia. Ao longo deste per-curso foi possível explorar os locais, as gentes, o uso dos recursos hídricos, os mitos, bem como o desen-volvimento sustentável das populações locais, dando

a conhecer a imensidão do país, assim como o seu potencial. De acordo

com Albina Assis, Comissária de Angola na Expo 2008, a participação do país neste evento teve como objectivo mostrar a “nova Angola”.

“A ideia foi aproveitar a pre-sença de mais de 100 países de

todo o mundo para fazer passar a mensagem de que estamos a

erguer um país moderno e eficiente.

Angola renas-ce rumo ao

desenvol-

vimento sustentável. Quando se conseguem mostrar manifestações artísticas, como aquelas que trouxe-mos aqui, provamos que o país está em paz, que há tranquilidade e estabilidade para a classe artística, e também para os homens de negócios trabalharem”, sublinhou. Dedicada ao tema ‘A água, recurso único’, a par-ticipação de Angola na Expo 2008 impressionou os milhares de visitantes que, durante os 93 dias de exposição, passaram pelo pavilhão angolano. Um dos principais pontos de atracção foi a fachada das instalações, em madeira esculpida, uma obra da au-toria do escultor Domingos Mabuaka, ‘Maiembe’. A Expo Saragoça 2008 acolheu durante a sua reali-zação dez semanas temáticas. Cerca de dois mil es-pecialistas, provenientes de 53 países, participaram nas actividades científicas relacionadas com a temá-tica ‘Água e desenvolvimento sustentável’. Com a colaboração dos 12 mil voluntários operativos que trabalharam para a organização, aos quais se jun-taram 50 mil simpatizantes, os pavilhões abriam as suas portas ao público a 14 de Junho, na expectativa de atrair até ao encerramento, a 14 de Setembro, entre seis a sete milhões de visitantes. O recinto da Expo de Saragoça ocupou uma área total de 145 hectares.

NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

DIA DE ANGOLA FESTEJADO COM POMPAE CIrCUNSTÂNCIAO dia 7 de Agosto, Dia de Angola na Exposição Inter-nacional de Saragoça, foi vivido com pompa e circuns-tância. Para assinalar a efeméride, uma série de acti-vidades foram realizadas no interior e no exterior do recinto da Expo. Para o efeito, uma Delegação ango-lana chefiada pelo então Primeiro-Ministro, Fernando da Piedade Dias dos Santos, deslocou-se a Espanha. As comemorações do Dia de Angola na Expo começaram com o içar da bandeira nacional, seguido pela entoação do hino. No Palácio dos Congressos, Fernando da Pie-dade Dias dos Santos, ladeado pela ministra espanhola da Igualdade, Bibiana Aido, e pelo Comissário Geral da Expo, Emilio Fernández-Castaño, no seu discurso oficial falou dos vários investimentos que o Governo de Angola já fez e vai continuar a fazer no sector das águas em todo o país. O Governo pretende também dar um grande passo na luta contra a pobreza, por forma a dar cumprimento às orientações das Nações Unidas, que estipulam a redução dos actuais níveis de pobreza para metade, até 2015. A Delegação Ministerial angolana visitou o pavilhão de Angola e o de Espanha, país an-fitrião. O elevado nível da organização, a imaginação e a forma como a realidade ligada à água em Angola estiveram representadas no stand angolano na Expo

2008 impressionaram o Primeiro-Ministro. “É para nós, membros do Governo angolano, motivo de orgu-lho encontrarmos um pavilhão tão bem imaginado e que tão bem retracta a beleza extraordinária do nosso país”, disse Fernando da Piedade à imprensa, depois de visitar a exposição.O Primeiro-Ministro de Angola considerou a mostra um cartão de visita, que levou a nova realidade de An-gola ao mundo e que mostra os progressos já realizados e os programas em execução, os quais têm como meta “alcançar os objectivos do milénio” Um forte elenco artístico, no qual participaram Dalú roger, Carlitos Vieira Dias, Sanguito, Mário Gama, grupo Kituxi e seus acompanhantes, Big Nelo (SSP), Patrice Ngangu-la, Sanguito, Dog Murras, ballet Kilandukilo, Calabe-to, Armanda Cunha, Bessa Teixeira, Lina Alexandre, Akishi da Lunda Norte, grupo de percussão feminina ‘Celamar’ e a banda Movimento, animaram a semana cultural do Dia de Angola. Angola e Portugal foram os únicos países de expressão portuguesa que ocuparam um pavilhão próprio. O Brasil, Moçambique e Cabo Verde ocuparam apenas pequenos espaços nos pavi-lhões dos respectivos continentes. Na hora da partida, a Delegação de Angola recebeu o calor e o carinho do povo irmão e não faltaram os momentos emocionais de saudação dos voluntários espanhóis. ===

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46 NOVEMbRO DE 2008 • REVISTA SONANGOL MAGAZINE

OS JOGOS OLíMPICOS DE PEQUIM vão ficar mar-cados para sempre na história do desporto nacional e não só. Ainda não foi desta que Angola ganhou uma medalha – ainda está distante – mas a diversidade de modalidades apresentadas, a experiência arrecadada e a vivência com a exemplar organização da China constituem uma vitória para os desportistas angolanos.

De igual modo, a história registará a prestigiada presença do Chefe de Estado Angolano, José Eduardo dos Santos, na es-pectacular cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos 2008 ao lado de mais de 80 homólogos de todo o mundo.A praticamente ‘desconhecida’ canoagem e o voleibol de praia juntaram-se às habituais modalidades representantes do país neste evento, como são a natação, o atletismo e as re-

Estreias auspiciosas vs renovação dolorosa

Pedro da ressurreição(jornalista)

nos jogos olímpicos de Pequim 2008

nomadas e multicampeãs basquetebol e andebol. Com a nação a viver a expectativa das segundas eleições legislativas, os desportistas cumpriram o seu papel, como já vêm fazendo desde 1980, aquan-do dos Jogos Olímpicos de Moscovo. Mostraram a cultura, as potencialidades e a fraternidade dos ango-lanos, ao mesmo tempo que acumularam experiência que lhes permitirá tornarem-se mais competitivos e conseguirem continuar a vencer em África.Do ponto de vista competitivo, e embora o ‘cartão de visita’ sejam o andebol e o basquetebol, a canoagem foi a modalidade que mais se destacou. Apesar de ser a sua estreia e ter uma prática ainda insípida no país, fez história por causa do talento de Fortunato Domingos, que conseguiu chegar às meias-finais nos 500 metros. Estes indicadores são interessantes para o futuro, além de uma excelente promoção para a modalidade, que decerto vai crescer em praticantes e desta forma tirar proveito das potencialidades hidrográficas de Angola.

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Esta modalidade é já apontada como uma potencial in-tegrante da delegação que irá a Londres em 2012.Outra modalidade que deu muito boa conta de si foi o voleibol de praia, apesar de ter somado apenas derro-tas. Contudo, teve a ‘sorte’ de se cruzar com as equipas que são os colossos mundiais. Manucho e Morais foram baptizados pelos campeões mundiais (Brasil) e, quando se esperava por mais chances nas partidas seguintes, terminaram a sua participação a defrontar as duas du-plas muito potentes da Austrália e da Geórgia, que só lhes deram a hipótese de ganhar mais experiência para os próximos desafios. Ana romero e João Matias, os nadadores selecciona-dos, fizeram jus à sua competitividade e experiência na alta competição. Apesar de ficarem pelas preliminares, conseguiram melhorar as suas marcas pessoais e nacio-nais, um ganho que perseguem todas as equipas nacio-nais neste evento quando as medalhas ainda estão fora de cogitação.Para história fica também a despedida do veterano João Ntyamba, que depois de longos anos de Jogos Olímpicos foi ‘traído’ por uma indisposição a meio da maratona nas ruas da capital chinesa e viu-se obrigado a abandonar a prova. Deste modo, ficou impossibilita-do de fazer igual ou melhor que o seu melhor registo olímpico, que foi o 17º lugar (Sidney 2000).O basquetebol e o andebol pagaram caro o preço da fama. rotulados, por mérito como os campeões de África, já que ambas as equipas são nove vezes campeãs africanas, e com participações auspiciosas nos recentes campeonatos do mundo, tudo indicava que iriam ter prestações a esse nível. A verdade é que, em termos de resultados, terminaram sem qualquer vitória.O basquetebol foi 9º classificado no último Mundial do

Japão, enquanto o andebol ocupou o sétimo lugar no Campeonato do Mundo de França.Em Pequim, as duas formações voltaram a apresentar estreias importantes, as dos treinadores principais, já que Alberto Carvalho e Vivaldo Eduardo já tinham tido a sua estreia noutras edições dos Jogos. Acresce ainda que ambas as selecções estavam “amputadas” de atletas que são considerados pedras basilares, como Miguel Lutonda, o esteio do basquetebol dos últimos tempos, e Marcelina Kiala, a quarta melhor andebo-lista do mundo.Com este cenário, os resultados foram frustrantes: em cinco jogos o basquetebol somou apenas derrotas. No grupo reconhecidamente mais forte do torneio, com os Estados Unidos da América, Espanha e Grécia, as hi-póteses de equilibrar e tentar inclusive vencer estavam frente aos anfitriões (China) e a Alemanha. Mas contra as expectativas, foram as exibições menos conseguidas do “cinco” de Ginguba. O peso desta série está no facto de ter dado a medalha de ouro e a de prata dos Jogos de Pequim.De Pequim retiram-se, por isso, lições importantes para o próximo desafio: Afrobasket 2009, na Líbia, onde será jogada a eliminatória para o Campeonato do Mundo da Turquia 2010. A nova vaga de basquetebolistas terá assim ganho mais maturidade para no próximo ano continuar a obra de Gustavo Conceição, José Carlos Guimarães, Jean Jacques, Miguel Lutonda, etc.No andebol, as coisas passaram-se quase da mesma for-ma. Porém, até à última jornada ainda se acalentava a expectativa de um triunfo, mas o melhor que se obteve foi um empate - depois de três desaires - diante de um “desconhecido” Casaquistão. Aqui também Angola es-teve inserida no grupo daquele que seria o país vence-

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dor do torneio (Noruega).Globalmente, Angola teve uma participação promissora. Augura-se melhor para dentro de quatro anos - à luz da orientação estratégica para o desporto que resulta do programa do Governo eleito em Setembro e que aponta para a criação de condições que melhorem a performance dos atletas e das equipas angolanas a nível internacional. Da China vieram também lições de bem-fazer. Nisso, os anfitriões também ganharam a medalha de ouro. Além de venceram categoricamente a competição, com 51 medalhas de ouro, 21 de prata e 28 de bronze, su-plantaram o até então ‘papão’ EUA (36 de ouro, 38 de prata e 36 de bronze) no que respeita à realização das cerimónias de abertura e encerramento, consideradas as melhores de sempre. Também, apesar das críticas, esforçaram-se por oferecer aos visitantes momentos de convivência e hospitalidade a contento com a festa que se viveu ente 08 e 24 Agosto.Neste capítulo, e por se tratar do primeiro país em de-senvolvimento a albergar jogos olímpicos, foi também uma lição para Angola, que tem um grande desafio pela frente: o CAN 2010. ===

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HUíLA, cuja capital é a cidade do Lubango, pro-porciona alguns cenários naturais de grande be-leza.

Conheço a rota da cidade do Lubango desde o meu regresso da Cadeia de São Nicolau, em 1975, aquando da revolução dos cravos. Na altura, do Lubango apenas conhecia as referências dadas pelo meu pai. Só mais tarde vim a descobrir outras re-

Uma província que deslumbra a cada nova visita

Afonso Chipepe

huíla

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ferências nos livros. Sempre que a visito a sensação de espanto e de admiração renasce, sendo durante a aterragem que o cenário se começa a desenhar. Primeiro a luz, os cheiros, os sons e, ao mesmo tempo, o silêncio. Para logo depois se descobrir a paisagem, as pessoas e a claridade. Da Mukanka, caminhamos ao longo do Tchioco, estrada a baixo alcançamos os laureanos e, depois, é só atravessar o sinaleiro e chegamos ao hotel amigo, o Grande Hotel da Huíla. A cidade do Lubango é a capital da província da Huíla, uma cidade fundada pelos madeirenses há cerca de cinco séculos e que é hoje um dos principais destinos turísticos do país, sen-do internacionalmente conhecida. A sua grandeza ultrapassa, em muito, a simples descrição. É antes

de mais um conjunto de sensações e sentimentos, envoltos num cenário de natureza pura e dramáti-ca. Arrepia-nos à primeira, segunda e terceira vi-sita, bem como de todas as vezes que a visitamos. É um cenário difícil de apagar e de esquecer. A província tem um estilo de vida muito próprio e uma enorme diversidade cultural, influenciada pelos diferentes povos que por lá passaram ao longo dos tempos. A cidade do Lubango está ro-deada por montanhas, vivendo a um ritmo des-contraído e relativamente calmo, pois, res-pira-se o clima de segurança. Além do mais, preserva um harmonioso e deslumbrante cenário que ultra-passa, em muito, outras grandes maravilhas do mundo, parecendo protegida e quase inalcançável ao comum dos mortais. É esta a sensação que transmitem as imponen-tes guardiães que a rodeiam, as quais foram

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esculpidas e moldadas pela natureza ao longo de milhões de anos. Falta-lhe no cume do Cristo rei um moderno teleférico, idêntico ao da Cidade do Cabo, na África do Sul. Pois, dali pode avistar-se, de qualquer ângulo, a beleza deslumbrante da cidade. resta-nos, obviamente, subir ao alto da Sr.ª do Monte para admirar, ao longe, o cenário deslumbrante da Serra da Leba. Viajo no tempo até ao Namibe e à paisagem de cortar a respiração que se avista do cimo do morro da Leba. Nos ar-redores da cidade do Lubango o que não falta são locais para conhecer, sendo, por isso, praticamen-te impossível enumerá-los por completo. Deixo aqui apenas um pequeno ‘cheirinho’ do que por lá vai encontrar, na certeza de que, pelo caminho, vai descobrir muito mais para ver: Serra da Leba, Tundavala e Senhora do Monte. Humpata é conhecido por ser o local onde são cultivados os produtos hortícolas e frutícolas. É in-questionável apontar a Matala e Capelongo como locais de produção de tomate, batata, cereais, tu-bérculos e citrinos. Um pedaço de terra com 9.606 quilómetros quadrados que vê renascido o seu pro-tagonismo na região. A implementação do projec-to de irrigação agrícola, avaliado em 100 milhões de dólares, e a reabilitação dos caminhos-de-ferro

do Namibe, vão fazer dela um dos mais importan-tes pólos de desenvolvimento agrícola da Huíla. Ademais, alberga a Central Hidroeléctrica cons-truída na década de 70, que, aos soluços, fornece energia às cidades do Lubango, Quipungo e à vila piscatória do Tombwa, no Namibe. A movimen-tação dos Mucubais, personifica mais um exemplo de animação e cor na venda de óleo Nonpeke. Na rota da cidade do Lubango alcançamos a Chibia, onde em companhia do Job de Almeida e do kota Pimental, desfrutamos do churrasco de galinha gentia. A vida nocturna é feita com alegria, apesar do sussurrar dos geradores eléctricos. Dirigimo- -nos a caminho do multicolor bairro da Mitcha, lá pelos lados do Nanguluve, junto do antigo aero-porto, com as suas pequenas e simples habitações, as quais contrastam com as casas de adobe e zinco de agora. A província da Huíla, com o seu passa-do recente e com o seu brilho e beleza actuais, já albergou alguns eventos organizados pela Sonan-gol. A cidade do Lubango será um dos palcos onde se irão disputar os jogos do próximo campeonato africano de futebol, CAN 2010. Nessa altura, mi-lhões de pessoas irão descobrir esta cidade arco-íris. E, de facto, quantas mais belezas haverão que se lhe assemelhem? ===

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“Em nomE do Povo angolano, o co-mité central do movimento Popular de li-bertação de angola proclama solenemente perante África e o mundo a independência de angola”. há 33 anos agostinho neto, então presidente do mPla, afirmava assim a inde-pendência do país. as palavras proferidas pelo que viria a ser o primeiro Presidente de angola marcaram o

fim de uma época. nascia assim a repúbli-ca Popular de angola. contudo, foi preciso esperar quase três décadas para que ango-la se assumisse perante o mundo como uma nação próspera e una. o passo decisivo foi dado a 4 de abril de 2002, com a assinatura do memorando de Entendimento de luena, o qual estabeleceu a implementação da paz em angola e a reorganização da uniTa como

A 11 DE NOVEMbRO DE 1975 Angola virou uma nova página na sua história. O país independente viveu anos difíceis, mas agora, afastado definitivamente o espectro da guerra, Angola assume com enorme orgulho e satisfação o seu protagonismo no mundo.

aNgola independente

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partido político. o país virava, assim, uma página importante na sua história.

rECUPErAr O PAíS ADIADO “a angola independente, livre e senhora do seu destino, foi o sonho realizado em 1975. a angola em paz e democrática é o sonho torna-do realidade em 2002. a angola unida e prós-pera, em que cada um viva bem, é o sonho que podemos realizar! É a nova caminhada que começou!”, sublinhava, no seu discurso por ocasião da celebração dos 30 anos da in-dependência do país, o Presidente josé Edu-ardo dos Santos.o conflito tinha terminado mas a sua heran-ça era pesada. cerca de meio milhão de refu-giados, 3,8 milhões de deslocados e 160,8 mil

desmobilizados de guerra e seus descenden-tes. as principais infra--estruturas nacionais encontravam-se destruídas. Em consequên-cia, o transporte rodoviário e os três eixos ferroviários estavam paralizados, as redes de distribuição de energia e de fornecimento de água e os sistemas de irrigação não funciona-vam. outra das heranças mais perversas da guerra foi a existência de um grande número de minas (cerca de 6 a 7 milhões), espalhadas pelas áreas dos conflitos e que causaram mais de 70 mil mutilados e mataram milhares de pessoas. além disso, provocaram o abando-no de muitas áreas agrícolas, desarticularam os transportes, o comércio de bens e outras actividades económicas. os desafios lançados pelo pós-guerra eram

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enormes e o governo respondeu-lhe com o lançamento do Programa de reabilitação e desenvolvimento, no qual se insere a Estra-tégia de combate à Pobreza, cujo objectivo global é a redução da incidência da pobreza para cerca de 34% da população até 2015. À data em que este artigo é escrito, seis anos passaram sobre o fim da guerra. E angola é já um país diferente, que caminha a passos largos para o desenvolvimento sócio-econó-mico. Se no plano social (educação, saúde e pobreza) o país precisa ainda de ultrapas-sar alguns constrangimentos, outros há que evidenciam bem o seu progresso, sobretudo a nível macro-económico. de uma variação anual de 76% em 2003, a inflação passou para 10% em 2007; as reservas externas fortalece-ram-se consideravelmente, passando de 790 milhões uSd em 2003, para 8,9 mil milhões uSd em 2007; as exportações, alicerçadas nos produtos energéticos, conduziram a ba-lança comercial a um saldo positivo de 27 mil milhões de uSd, contra os 4 mil milhões uSd em 2003. Este comportamento conduziu, se-gundo projecções do Fmi, a um crescimen-to do Pib de 23,4% em 2007 (3,3% em 2003). a economia angolana é actualmente uma das mais dinâmicas a nível mundial. a espectacular ‘viragem para o oriente’, con-duzida pelo Presidente Eduardo dos Santos, numa altura em que as instituições financei-ras internacionais aumentaram a pressão so-bre as questões de política interna de angola, deu-lhe a liquidez necessária para iniciar a reconstrução nacional. o petróleo continua a ser o principal motor da economia do país mas a situação está a mudar. Fruto dos planos de construção e re-abilitação de infra-estruturas nacionais, ou-tros sectores, como a construção e a banca,

têm conhecido um crescimento exponencial, atraindo ao país muitos investidores estran-geiros.mas é, de facto, no plano energético que an-gola, um dos maiores produtores de petró-leo a nível mundial e o segundo africano, dá cartas. o protagonismo do país foi reforçado com a sua entrada, a 1 de janeiro de 2007, na restrita organização de Países Produtores de Petróleo, sendo a Sonangol um dos maiores grupos empresariais do continente africano. Segundo um estudo feito pela revista ‘The africa report’, do grupo juene afrique, a So-nangol está entre as 100 maiores companhias africanas. o ranking classifica as empresas segundo o seu turnover. a Sonangol surge na 94ª posição, com um turnover de 997,600 mil dólares.

OLHAr O FUTUrO DE FrENTEluanda é actualmente uma placa giratória. aqui se cruzam os fios da política africana e se tecem as estratégias a adoptar. a capital é também um palco onde grandes potências, Estados unidos e Europa, medem forças com países emergentes, fundamentalmente com a china e com o brasil. o país aspira hoje ao papel de potência regional, o qual foi adiado ao longo dos últimos trinta anos. no plano das relações exteriores, angola é um interlo-cutor incontornável, quer nas organizações sub-regionais onde participa ao nível da Áfri-ca austral quer ao nível da própria união africana. angola está em paz consigo, com os países vizinhos e com o mundo. E assim deverá per-manecer. as eleições legislativas que tiveram lugar a 5 e 6 de Setembro último consolidaram a paz e a estabilidade no país e na região, e represen-

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tam um passo importante no alargamento do processo de democratização em angola. com este acto eleitoral, o primeiro nos últimos 16 anos, angola deu uma lição de democracia ao continente africano. o clima de tranqui-lidade em que o mesmo decorreu contrastou largamente com o clima de tensão pré e pós eleitoral vivido noutros países africanos. ao mesmo tempo, a participação activa e massi-va do povo angolano – dos 8,3 milhões de elei-tores registados mais de sete milhões foi às urnas – mostrou ao mundo que participa na vida política do país. E os resultados destas eleições expressaram aquela que é a sua von-tade. a esmagadora maioria dos votos obtida pelo mPla, cerca de 80%, foi um claro voto de

confiança do povo angolano no seu governo e no programa de desenvolvimento e de recons-trução do país em curso. angola está agora preparada para enfrentar novos desafios, sobretudo a nível económico, e as metas traçadas são ambiciosas. “a esta-bilidade macro-económica e a criação de con-dições para assegurar um crescimento econó-mico sustentado, com uma percentagem de dois dígitos em relação ao Pib, é a ambição que deve mover o governo”, sublinhou o Pre-sidente josé Eduardo dos Santos no discurso de tomada de posse do novo governo. voltou-se, assim, mais uma página no percur-so e na história desta ainda jovem nação. E o futuro revela-se promissor! ===