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Museu Nacional, trama aberta. Anaildo Bernardo Baraçal 1 [email protected] Introdução Resultando de processo de investigação iniciado, indiretamente, no final de 2015, o aspecto escolhido para esta comunicação é a busca pelo conhecimento sobre a tecedura da política científica e cultural, no período joanino e do primeiro Império brasileiro, através da criação do Museu Nacional, em 1818. Olhando o ambiente setorial naquele momento, percebem-se os fios de trama e de urdidura de que, talvez, o Museu Nacional tenha sido o tear e o tecido, aberto à investigação sobre si mesmo e suas relações e implicações sobre outros institutos culturais e científicos da nascente nação brasileira. Visto como organização matricial, tanto desdobramentos quanto clarificações e especializações de missões institucionais fizeram do Museu Nacional local para aprendizagem, ensaio e reserva de objetos e de pessoas, sem deixar de, por isso, ter estado no foco da administração do Estado. Para essas discussões, importam época e modelos, elementos correspondentes ao acervo reunido e ao trabalho sobre ele, sobre os trabalhadores, gestores e apoiadores de suas iniciativas, dos associados que recebera ou para os quais contribuíra em termos constitutivos. Ainda aqui, a vereda apenas se apresenta, carecendo de reexame de cada um dos envolvidos, notadamente das instituições, e da história administrativa, nela buscando o nexo possível que teriam feito, mais que iniciativas isoladas, o esboço ou tentativa de política científica e 1 Doutor em Museologia e Patrimônio UNIRIO. Sondado em 2016, pela então diretora do Museu Nacional, prof. Dra. Claudia Carvalho, o autor veio a propor exposição e seminário internacional relacionados ao Museu em seus primeiros 13 anos, a partir de investigação em curso sobre a galeria de pinturas que de lá seguira para a Academia Imperial de Belas Artes, no início de 1832. A proposta, submetida à Comissão de Exposições e à dos Festejos do Bicentenário, foi aprovada. Por ser projetada para acontecer tanto na atual sede como na inicial, foi contatada a Casa da Moeda do Brasil, atual proprietária do imóvel, hoje destinado ao Museu da Casa da Moeda do Brasil. Tornando-se parte do programa da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UNIRIO, o projeto 200 anos do Museu Nacional: o primeiro museu brasileiro é coordenado pelo prof. Dr. Ivan Coelho de Sá, com a colaboração do prof. Dr. Anaildo Bernardo Baraçal e sendo seu bolsista o acadêmico em Museologia Rafael Rodrigues Felix. Agradecimentos: Fernanda Correa; Claudia Regina Alves da Rocha; Estagiários contratados e curriculares no Museu Nacional de Belas Artes / IBRAM / MinC; Estudantes de Museologia Voluntários em pesquisa, da UNIRIO; Mónica Gonçalves; Claudia Carvalho; Wagner Williams Martins; Servidores do Arquivo Histórico e da Biblioteca do Museu Nacional; Servidores das áreas de acervo museográfico, numismático, reserva técnica e de pesquisa do Museu Histórico Nacional / IBRAM / MinC; Rafael Rodrigues Felix e Luíza Estruc dos Santos de Oliveira, estagiários em Museologia CIEE MNBA / IBRAM / MinC.

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Museu Nacional, trama aberta.

Anaildo Bernardo Baraçal1

[email protected]

Introdução

Resultando de processo de investigação iniciado, indiretamente, no final de 2015, o

aspecto escolhido para esta comunicação é a busca pelo conhecimento sobre a tecedura da

política científica e cultural, no período joanino e do primeiro Império brasileiro, através da

criação do Museu Nacional, em 1818. Olhando o ambiente setorial naquele momento,

percebem-se os fios de trama e de urdidura de que, talvez, o Museu Nacional tenha sido o tear

e o tecido, aberto à investigação sobre si mesmo e suas relações e implicações sobre outros

institutos culturais e científicos da nascente nação brasileira. Visto como organização

matricial, tanto desdobramentos quanto clarificações e especializações de missões

institucionais fizeram do Museu Nacional local para aprendizagem, ensaio e reserva de

objetos e de pessoas, sem deixar de, por isso, ter estado no foco da administração do Estado.

Para essas discussões, importam época e modelos, elementos correspondentes ao acervo

reunido e ao trabalho sobre ele, sobre os trabalhadores, gestores e apoiadores de suas

iniciativas, dos associados que recebera ou para os quais contribuíra em termos constitutivos.

Ainda aqui, a vereda apenas se apresenta, carecendo de reexame de cada um dos envolvidos,

notadamente das instituições, e da história administrativa, nela buscando o nexo possível que

teriam feito, mais que iniciativas isoladas, o esboço ou tentativa de política científica e

1 Doutor em Museologia e Patrimônio –UNIRIO. Sondado em 2016, pela então diretora do Museu Nacional,

prof. Dra. Claudia Carvalho, o autor veio a propor exposição e seminário internacional relacionados ao Museu

em seus primeiros 13 anos, a partir de investigação em curso sobre a galeria de pinturas que de lá seguira para a

Academia Imperial de Belas Artes, no início de 1832. A proposta, submetida à Comissão de Exposições e à dos

Festejos do Bicentenário, foi aprovada. Por ser projetada para acontecer tanto na atual sede como na inicial, foi

contatada a Casa da Moeda do Brasil, atual proprietária do imóvel, hoje destinado ao Museu da Casa da Moeda

do Brasil. Tornando-se parte do programa da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UNIRIO, o projeto 200 anos

do Museu Nacional: o primeiro museu brasileiro é coordenado pelo prof. Dr. Ivan Coelho de Sá, com a

colaboração do prof. Dr. Anaildo Bernardo Baraçal e sendo seu bolsista o acadêmico em Museologia Rafael

Rodrigues Felix. Agradecimentos: Fernanda Correa; Claudia Regina Alves da Rocha; Estagiários contratados e

curriculares no Museu Nacional de Belas Artes / IBRAM / MinC; Estudantes de Museologia Voluntários em

pesquisa, da UNIRIO; Mónica Gonçalves; Claudia Carvalho; Wagner Williams Martins; Servidores do Arquivo

Histórico e da Biblioteca do Museu Nacional; Servidores das áreas de acervo museográfico, numismático,

reserva técnica e de pesquisa do Museu Histórico Nacional / IBRAM / MinC; Rafael Rodrigues Felix e Luíza

Estruc dos Santos de Oliveira, estagiários em Museologia – CIEE – MNBA / IBRAM / MinC.

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cultural, sob o olhar atento de um Estado nacional em consciente formação, no seu processo

ampliado de autonomia a sua antiga metrópole. Um século após sua criação, a criação de

outro museu, o Histórico Nacional, motiva a revisão da identidade de itens do acervo a um ou

outro perfil institucional, e rastreia-se a contribuição acervística do Museu Nacional, no

século XX, a outros museus nacionais.

O museu de ciências naturais, panorama e modelos

Em um sentido horizontal, interessa compreender instituições congêneres estrangeiras,

de até 1818, em Paris, Madri, Coimbra, Filadélfia e Buenos Aires, por exemplo. Se Paris ou

Londres eram destacados referenciais, para diversos setores da produção do conhecimento e

do pensamento, as relações históricas de Portugal fazem pensar na atenção sobre o que a

vizinha Espanha estivesse a realizar, sendo tópico para futuro investimento. Em 1771, com a

compra de significativa coleção particular de Pedro Franco Davila, nascido no território do

atual Equador, surge o Real Gabinete de História Natural, em Madri.2 No ano seguinte, na

Universidade de Coimbra se instala o congênere português. Tanto pelo caráter de formadora

de acadêmicos, muitos dos quais nascidos no Brasil, quanto pela instituição de um repertório

de evidências do mundo natural, e ainda por poder ser referência da metrópole para seus

“satélites”, o “museu” de Coimbra fora um modelo preferencial para o futuro Museu Real no

Rio de Janeiro.3 O Museu de História Natural francês data de 1793.4 No escopo do

estabelecimento de instituições que dessem conta da representação racional das áreas do

conhecimento, segue-se a criação do Conservatório Nacional de Artes e Ofícios, voltado para

a tecnologia, em 1794, completando-se o arco com o Museum, do Louvre, para as artes,

2 Cite-se, pelo rebatimento posterior no caso brasileiro, o compartilhamento do mesmo prédio, em que se sediou,

com a Academia de Arte de São Fernando. Real Gabinete de Historia Natural: arquitectura. Disponível em:

<https://www.madrimasd.org/cienciaysociedad/patrimonio/lugaresdelsaber/gabinete_h_natural/arquitectura.asp>

. Acesso em: 16 abr. 2018. 3 Museu da Ciência – Universidade de Coimbra. Disponível em:

http://www.museudaciencia.org/index.php?module=content&option=museum>. Acesso em; 16 de abril de 2018;

Quanto à formação de brasileiros, ver PEREIRA, Maguns; CRUZ, Ana. A Reforma da Universidade.

Disponível em: <http://www.cedope.ufpr.br/reforma_universidade.htm>. Acesso em: 15 ago. 2018.

Quanto à influência, ver LOPES, Maria Margaret Juergen Richard. O Brasil descobre a pesquisa científica. São

Paulo: Aderaldo & Rothschild; Brasília, DF: Ed. UnB, 2009. 2.ed. p. 31, 44 e 45. 4 Servindo-se do Jardim das Plantas, tornado lugar de estudo pelo rei Luís XIV, da França, e do Gabinete de

História Natural, a reorganização do Estado francês pós-revolucionário decreta sua criação aos 10 de junho. Le

Muséum d'histoire naturelle: histoire de la fondation – Gallica – BnF. Disponível em:

<https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k6472815x.texteImage>. Acesso em: 15 abr. 2018.

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aberto em 1793, e o dos Monumentos Franceses, de 1795. Os casos franceses do Museu de

História Natural e do Conservatório de Artes e Ofícios são tidos como outras fontes de

consideração para a realização do museu do Rio de Janeiro (LOPES, 2009: 44, 73 e 74).

Orientando o olhar para as Américas, ainda que com poucos meses de antecedência, o

primeiro museu americano do gênero ocorre pela criação da Academia de Ciências Naturais

da Filadélfia, EUA, no inverno (janeiro a fevereiro) de 1812.5 Buenos Aires, no complexo

processo de independência, institui o seu Museu Argentino de Ciências Naturais, em 27 de

junho de 1812 que, todavia, seria aberto ao público anos depois do Museu Real. Na antiga

metrópole, no ano de 1815, Madri assiste à museificação do seu Gabinete Real, ao mesmo

tempo que a do seu museu de arte,o do Prado, e o de Arqueologia!

Ciência e cultura na novíssima sede do império português

Os eventos que da França napoleônica atingem a capital portuguesa resultam na

inédita solução de transferência da sede de um Estado, para bem longe. Distância física e de

patamar científico e cultural, contida que estavam as colônias pelo controle metropolitano.

Havia pressa de conhecer e fazer reconhecer o território... Há pouco chegado, por interesses

do capitalismo em estrutura e concorrência mercantil, em 1808, estabelece o Jardim Botânico,

em área apropriada, nos arredores do adensamento urbano carioca. Pelo decreto de 27 de

junho de 1810, a Biblioteca Real, aloja-se no Hospital da Ordem Terceira do Carmo6, junto

com o Gabinete de Instrumentos de Física e Matemática, também vindo de Lisboa 7. O Real

Teatro de São João é iniciativa de 1813, localizando-se na extremidade do Rocio, hoje praça

Tiradentes. A Escola de Artes e Ofícios, destino dos integrantes da Colônia Lebreton, tem sua

criação em 1816, sediando-se enquanto Academia Imperial de Belas Artes, a partir de 1826,

no prédio projetado por Grandjean de Montigny, na travessa das Belas Artes, paralela ao

Rocio. No largo de São Francisco, sobre o embasamento do que seria a catedral católica do

Rio de Janeiro, assentou a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, estatuída em

5 FREE LIBRARY OF PHILADELPHIA. Academy of Natural Sciences of Philadelphia. Disponível em:

<https://libwww.freelibrary.org/digital/item/38945>. Acesso em: 16 ago. 2018. 6 Na atual rua do Riachuelo, nº 43, hoje a cerca de oito quadras de onde viria a se sediar o Museu. 7 MEMÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA – MAPA. Biblioteca Real. 09 de Novembro

de 2016 Disponível em: <http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-colonial/139-biblioteca-real>.

Acesso em: 18 ago. 2018. O Gabinete viria a ser transferido para o Museu após 1818.

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4 de dezembro de 1810, celeiro de professores e da coleção Werner, e que, a partir de 1827,

abrigou o Observatório Nacional. Excetuada a localização do Jardim Botânico, requerente por

definição de amplo espaço disponível, as instituições criadas - Biblioteca Real, na rua do

Riachuelo, a Escola de Artes e Ofícios, destino dos integrantes da Colônia Lebreton, derivada

em Academia Imperial de Belas Artes, na travessa das Belas Artes, a Real Academia de

Artilharia, Fortificação e Desenho, no largo de São Francisco, com o Observatório, somando-

se o Real Teatro de São João, junto ao Rocio, ocupam no solo da cidade a concentração de

instituições que, próximas, nos fazem pensar na universidade da ciência e da cultura. E em

1818, na esquina ao final da rua dos Ciganos, que termina no campo de Santana, vem se

reunir o Museu Nacional.

Compondo no Brasil o que se deixa ao acaso da ocupação francesa em Portugal

Não se pode mudar Portugal de lugar, trazer tudo o que se queria para o novo

continente. Mas também os franceses não destruíram, nem enviaram tudo para Paris ou

impediram que itens deixassem Lisboa, como os volumes encaixotados da Biblioteca Real e

quadros retirados dos Palácios.

Todavia, as instituições em si lá ficaram e, sob novas necessidades, deveriam ser [re]

criadas. Tal o caso de um museu, lá parcela de um complexo de produção e transmissão de

conhecimento que, aqui, precisa bem mais do que vontade política para instituir e

implementar. Um museu se formaria com a justaposição de objetos, de naturezas diferentes,

servindo a propósitos de visitação a par do fomento a interesses de exploração econômica,

pelo conhecimento de produtos, pelo desenvolvimento de tecnologia, o processo de produção

de conhecimento puro e aplicado.8

E sob a designação de Museu “Real”, o Decreto de D. João VI, de 6 de junho de

18189, institui o Museu pouco acima do Trópico de Capricórnio! As finalidades expressas

são a propagação de conhecimentos e estudos das ciências naturais, através de objetos

8 Sobre as duas naturezas da ciência, teórica e prática, ver OLIVEIRA, José Carlos de. D. João VI adorador do

Deus das Ciências? Rio de Janeiro: E-Papers Serviços editoriais, 2005. pp. 20-25. 9 BRASIL. Coleção de Leis do Império do Brasil - 1818, p. 60, v.1.

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significativos, e poderem “ser empregados em beneficio do comércio, da indústria e das

artes”, atividades que se desejava estimular, “como grandes mananciais de riqueza”.10

O acervo inicial se constituiria, o “quanto antes”, dos “instrumentos, máquinas e

gabinetes que já existem dispersos por outros lugares”. O mesmo documento define o imóvel

a sediar a instituição, em grande espaço físico e em situação, como vimos, articulada a de

demais organismos científicos e culturais.

Na antiga sede do Museu, no Campo de Santana, as obras civis facultam a abertura ao

público, em seu pavimento térreo, em 1819, e ao segundo piso, em 182111. D. Pedro, na

qualidade de Regente, acolhendo o teor do expediente do Conselheiro Diretor Geral dos

Estabelecimentos Literários e Científicos12, ao qual o Museu estava ligado, a abertura da

instituição às quintas-feiras, das 10 às 13 horas, “a todas as pessoas, assim estrangeiros, como

nacionais, que se fizerem dignos disso pelos seus conhecimentos e qualidades”.13 A ausência

de iluminação artificial ajudaria a condicionar o horário de sua visitação, o que se desprende

do conteúdo do pedido para a instalação da Assembleia Constituinte, de 1823, recuperado

mais adiante.

A formação inicial dos acervos se deu pelos disponíveis, somente remanejados, entre

eles o de origem real, aos poucos somados aos obtidos por compras e coletas / remessas,

paulatinamente se depurando a essência de museu de ciências naturais. Acompanhemos, por

áreas de conhecimento, o que se reuniu nos 13 primeiros anos do Museu.14

10 Grifos nossos. 11 BRASIL. Collecção das Decisões do Governo do Brazil. 1821. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1889. p.

49. 12 O cargo de inspetor dos estabelecimentos literários e científicos do reino foi criado pelo decreto real de 26 de

fevereiro de 1821. MEMÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA – MAPA. Disponível em:

<http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/330-inspetor-dos-estabelecimentos-literarios-e-

cientificos-do-reino>. Acesso em: 18 ago. 2018. E nessa época o titular era José da Silva Lisboa (1756 – 1835).

Correio braziliense, ou, Armazém literário. Vol. 26. Disponível em:

<https://books.google.com.br/books?id=x_4rAAAAYAAJ&pg=PA563&lpg=PA563&dq=Geral+dos+Estabeleci

mentos+Liter%C3%A1rios&source=bl&ots=S8pcJp8VuC&sig=N7BxeifML5ip2KjmRWTGF29NLeM&hl=pt-

BR&sa=X&ved=2ahUKEwiCpcqU05LdAhVCGJAKHSS2DnIQ6AEwCXoECAcQAQ#v=onepage&q=Geral%

20dos%20Estabelecimentos%20Liter%C3%A1rios&f=false>. Acesso em: 16 ago. 2018. 13 BRASIL. Collecção das Decisões do Governo do Brazil. 1821. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1889. p.

49. 14 Em fevereiro de 2018, o autor e o bolsista Rafael Rodrigues Felix procederam a levantamento na obra de

Margaret Lopes, O Brasil descobre a pesquisa científica do acervo constitutivo do Museu em seus primórdios.

Para esta comunicação, os dados lançados em planilha receberam organização conforme a natureza da coleção,

conforme se sintetizará a seguir, observando-se se ter adotado a taxonomia de 1838, apresentando a data de

entrada no Museu ou da coleta.

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- Objetos relativos às Artes, Usos e Costumes de diversos Povos: transferência de

instrumentos, máquinas e gabinetes que já existiam dispersos em outros lugares, incluindo

dois armários octaedros com oitenta modelos de “oficinas das profissões mais usadas no fim

do século passado” [XVIII ?] (1818); adornos e instrumentos de caça, de populações das ilhas

Aleutas15 (1821) (LOPES, 2009: 52); Modelo de máquina de descascar café (1821); Peças

etnográficas que vieram das ilhas Sandwich (1824); 296 “medalhas” (descritas em 1825)16

(LOPES, 2009: 53); Produtos das artes e usos dos caboclos17 (1826) (LOPES, 2009: 62);

coleção de múmias (1826/1827);

- Produtos botânicos: coleção de amostras de madeiras do Abaeté (1820); 266 espécies de

plantas, em cerca de 2300 exemplares18 (1823) (LOPES, 2009: 61); quantidade indeterminada,

dentre 64 exemplares19 (1825) (LOPES, 2009: 62); 993 amostras de plantas secas20 (1828)

(LOPES, 2009: 57);

- Produtos das Belas-Artes: primeiras doações de D. João VI: vaso de prata dourado

terminado por um grande coral esculpido que representa a batalha de Constantino contra

Maxêncio; algumas antiguidades, como duas chaves romanas; um pé de mármore com

alparcata grega; uma arma de fogo marchetada de marfim da Idade Média; imensos quadros

de bons autores21; duas peças contendo os diversos modelos de oficinas, das artes e de ofícios

[de D. Maria I para instrução do príncipe D. José] (1818); 183 quadros22 (1822)

- Produtos orictognósticos [mineralogia]: 3326 exemplares (classificados por Abraham

Gottlob Werner, que publicou catálogos em 1791 e 1793) (1818)23 ; 1200 itens(1820); 109

diamantes24 (1823?) (LOPES, 2009: 53); Itens que vieram de Gênova, relativos ao Vesúvio

(1824?); coleção de diamantes a partir de solicitação de João da Silveira Caldeira25(1824)

(LOPES, 2009: 53); quantidade indeterminada, dentre 64 exemplares26 (1825) (LOPES, 2009:

15 Recebidos do comandante de uma corveta russa, oferecidos por intermédio do vice-cônsul das Rússias. 16 6044 “medalhas”, enviadas pelo Visconde de São Leopoldo, falecido em 1847, em data não determinada,

conforme SEMEAR. Museu Nacional / UFRJ. Pasta 1. Documento 86a. 17 Doação de Antônio Correia de Lacerda, que informa já ter descrito 1479 plantas e pede auxílio para publicar

seu trabalho. 18 Doação de Antônio Luís Patrício da Silva Manso. 19 Doação de Antônio Moniz de Sousa, apenas chegada ao Museu em 1829. 20 Coletadas por Roque Schüch, bibliotecário de D. Leopoldina, da província de Minas Gerais. 21 Considerando-se ser informação de relato de fonte posterior ao fato, talvez Silva Maia, em 1852, tenha

associado a ida dos quadros que integraram a coleção Real e do Príncipe Regente por ato do próprio D. João VI,

e não por seu filho e herdeiro, D. Pedro I, como documentado em listagem de movimentação. MAIA, Emílio

Joaquim da Silva. Esboço histórico do Museu Nacional [...] Trabalhos da Sociedade Vellosiana. Rio de Janeiro:

Biblioteca Guanabarense, 1852. pp. 90-99. Apud LOPES, Maria Margaret Juergen Richard. O Brasil descobre a

pesquisa científica. São Paulo: Aderaldo & Rothschild; Brasília, DF: Ed. UnB, 2009. 2.ed. p. 52. 22 Recibo com listagem de 183 quadros entregues pelo fiel do Real Tesouro Pedro Nolasco, em 26 de setembro

de 1822. SEMEAR. Museu Nacional / UFRJ. Pasta 2, Documento 10. 23 Comprada a Karl Eugen Pabst von Ohain, assessor de minas da Academia de Minas de Freiberg (Alemanha),

provavelmente em 1805, por ordem do Conde da Barca, para o Museu de História Natural de Lisboa. Trazida

para o Brasil, é integrada à academia militar de engenharia, desde sua fundação, em 1810. Ver BRASIL.

Colleção das Leis do Brazil de 1810. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1891: pp. 232-246. 24 Relação feita em 1823, por João de Deus de Matos (porteiro e guarda) da coleção dos diamantes que existem

no museu vindos da comarca de Serro Frio. 25que solicitou que se passassem para o Museu Imperial os diamantes de pouco valor no comércio recolhidos no

Tesouro Público, que pudessem ser dispensados. 26 Doação de Antônio Moniz de Sousa, apenas chegada ao Museu em 1829.

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62); 185 minerais27 (1828) (LOPES, 2009: 57); indeterminados28 (de 1823 a 1831) (LOPES,

2009: 56-57).

- Produtos zoológicos (ornitologia e entomologia): cerca de 300 aves e alguns insetos

(coletados por João de Deus de Matos, no Distrito de Cabo Frio e Macaé, em 1820); duas

aves de “extraordinária grandeza” vindas de Macau (1821). Macho e fêmea de Petechia

Saturnina, enviados de Mato Grosso pelo presidente da província, José Saturnino da Costa

Pereira (1825-1828); mamíferos e ornitologia: dez caixotes de produtos naturais, com

Animais e aves do Rio Negro, Pará29 (1826) (LOPES, 2009: 62); 95 exemplares em 90

diferentes espécies de quadrúpedes, pássaros e peixes e dois caixotes contendo pássaros do

Mato Grosso 30 (1827/1828) (LOPES, 2009: 57-58); Peles de grande número de animais de

todas as classes31 (de 1823 a 1831) (LOPES, 2009: 56-57);

- Indeterminados: caixotes com produtos de História Natural vindos de Macau (1821);

- Outros: volumes de livros incompletos (1821).

Mencione-se, ainda, o acervo vivo do Jardim Botânico que, de 1819 a 1822, esteve

anexado ao Museu.

Das peças entregues por D. João VI, algumas são identificadas, no Museu Nacional a

Taça-cofre encimada por escultura em coral figurando Batalha de Constantino, e, no Museu

Histórico Nacional, o Arcabuz, em aço, madeira, marfim e madrepérola. Europa central,

século XVI. A Coleção Werner parece não ter tido descontinuidade sobre seu conhecimento,

dado ter sido adquirida já estudada e pela importância e interesse sempre suscitados por ela.

Com relação aos “produtos das belas artes”, o próprio imperador nos informa: “fez-se

uma galeria, com excelentes pinturas, umas que se compraram [a], outras que havia no

Tesouro Público [b], e outras minhas [c e d] que lá mandei colocar.” 32

a- Compradas a José Estêvão Grondona33

27 Enviados de Minas Gerais por Roque Schüch, bibliotecário de D. Leopoldina. 28 Portaria de 22 de novembro de 1825, relativa a caixões e produtos de história natural enviados por Friedrich

Sellow das províncias do sul do Brasil. 29 Doação de Antônio Correia de Lacerda. 30 Doações de Johann Natterer. 31 Enviados por Friedrich Sellow, das províncias do sul do Brasil. 32 Dá-nos conta, ainda, de que “Reparou-se a casa do Museu, enriqueceu-se muito com minerais”. Fala com que

Sua Majestade o Imperador abriu a Assembleia Geral Legislativa Constituinte. 3 de maio de 1823. In: BRASIL.

Decretos, Cartas e Alvarás. 1823. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, [1889]. Parte 2, p. 7. Outros itens

pertencentes a D. Pedro, de sua família, como o Palácio flutuante em marfim, possivelmente presente da Câmara

do Senado de Macau à Rainha Maria I, quando já se encontrava no Rio de Janeiro, hoje no Museu Histórico

Nacional. 33 Coleção identificada no final de 2016, através do documento Recapitulação da Dívida feita até o fim do anno

de 1821. Ver CENTER FOR RESEARCH LIBRARIES. Demonstração da Receita e Despesa do Thesouro

Publico do Rio de Janeiro em o 1º semestre de 1823. Chicago, EUA. Disponível em: <http://www-

apps.crl.edu/brazil/ministerial>. Acesso em: 16 ago. 2018. e estudada no início de 2017, no Museu Nacional de

Belas Artes, a partir do documento Demonstração da Receita, e Despeza do Thesouro Público do Rio de Janeiro

em todo o anno de 1822. Imprensa Nacional. Disponível em:

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b- As que estavam no Tesouro, compradas a Joaquim Lebreton, para servir à Escola de

Artes e Ofícios, constando como adquiridas para o Museu, a exemplo de, Segundo

Nicolas Poussin, Morte de Germânico. Óleo sobre tela, 73 x 98 cm. Nº reg. 1840.

MNBA / IBRAM / MinC.

c- A coleção de obras da coroa portuguesa que permaneceram no Brasil e

d- As obras de artistas contemporâneos, portugueses (Foschini e Calisto, p.ex.) e

brasileiro (como Manuel Dias OLIVEIRA BRASILIENSE, O ROMANO),

diretamente relacionadas a D. João, assim condicionando a coleção Príncipe

Regente.34

Na contramão, para servir à imagem do Imperador, saíram do Museu Nacional os

tucanos, em 1822, cujas penas amarelas de seus papos35 viriam a constituir a murça, a se

sobrepor ao manto verde do traje majestático. E, em 1831, remete ao museu dois jacarés, por

ele mortos...36

A coleção egípcia, entrada no Museu em 1826 e adquirida em 1827, ao negociante de

antiguidades italiano Nicolau Fiengo, tem a mesma origem da do Museu Britânico e da do

Museu do Louvre, a partir de coletas na necrópole de Tebas, por Giovanni Batista Belzoni,

com financiamento inglês37.

O relato publicado de visitantes, como Maria Graham e o Carioca Constitucional

[Basilio Ferreira Goulart] constitui-se em fonte interessante.38 Quanto a todos os demais itens

<https://books.google.com.br/books?id=CldfAAAAcAAJ&pg=PP17&dq=demonstra%C3%A7%C3%A3o+da+r

eceita+1822+grondona&hl=pt-

BR&sa=X&ved=0ahUKEwi5nejAg5rcAhWDyVMKHXhWCuAQ6AEIJzAA#v=onepage&q=demonstra%C3%

A7%C3%A3o%20da%20receita%201822%20grondona&f=false>. Acesso em: 16 ago. 2018. 34 Ver BARAÇAL, Anaildo Bernardo. Pertense [sic] a S. A. Real: 2,4,8,10. In: VIII Seminário do Museu D. João

VI. IV Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX. Arte e seus

lugares: Coleções em espaços reais. Rio de Janeiro, 2017. 35 Portaria de 22 de novembro de 1822, ordenando a entrega dos tucanos, à exceção de dois. SEMEAR Museu

Nacional / UFRJ. Pasta 1, Documento 17. 36 MAIA, Emílio Joaquim da Silva. Notícias diversas. In: Trabalhos da Sociedade Vellosiana. Rio de Janeiro:

Biblioteca Guanabarense, 1852. p. 76. 37 Sobre a coleção egípcia, ver FELIX, Rafael Rodrigues. A coleção egípcia do Museu Nacional: contextos de

formação e sua destinação para museus. Comunicação em pôster e artigo neste Seminário. 38 Destacamos alguns trechos. Em 14/8/ 1823, Maria Graham registra em seu Diário: “Os minerais da terra

formam a parte mais rica da coleção. Os diamantes, tanto os incolores, como os negros, ultrapassam tudo o que

já vi, mas creio que os cristais de ouro são os artigos mais preciosos aqui. Há diversas peças de ouro nativo [...] e

alguns belos espécimes de prata, [...] o cobre, lindamente colorido, e o ferro, belamente granulado, agradaram-

me tanto quanto a maioria das coisas [...] espécimens de carvão, tão fino quanto o carvão escocês [...]. as

ametistas, topázios, quartzos de todas as cores, são inumeráveis. Há lindos jaspes com veios de ouro, e

magníficos trabalhos da natureza [...] Os insetos, especialmente as borboletas, seriam capazes de adejar por eles.

Mas os outros ramos da história natural não são ricos aqui. De pássaros, há poucos de nota, além de uma

esplêndida coleção de tucanos. De quadrúpedes, alguns poucos macacos, duas corças, como o veadinho europeu,

e alguns tatus muito curiosos, são tudo o que me lembro. A coleção de armas indígenas e vestuários é incompleta

e necessita arrumação. [...] As curiosidades africanas são poucas mas bem conservadas [...] Uma muito notável é

uma roupa de rei feita de tripas de boi [...] cuidadosamente limpas e secas [...] Há uma outra, feita inteiramente

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enunciados nos documentos, desde março de 2018 foram contatados todos os Departamentos

do Museu, na intenção de se identificarem ou serem correlacionados alguns objetos, etapa em

curso, porém já contando com alguns resultados positivos.

Quanto à gestão, quatro diretores se sucederam nos 13 anos estudados. Vejamos suas

formações e especialidades, a indicar a orientação geral que o governante pretendia e a da

pessoa escolhida. Frei José Batista da Costa Azevedo, diretor de 1818 até o seu falecimento

(7/11/1822), formado em Teologia e Ciências Naturais pela Universidade de Coimbra,

dedicou-se à Mineralogia. João de Deus de Matos, em 1822 e 1823, discípulo de Francisco

Xavier Cardoso Caldeira, na Casa de História Natural, de quem recebera lições de taxidermia.

Durante a gestão do primeiro diretor, acumulou as funções de preparador, porteiro e guarda39

(LOPES, 2009: 53). Como porteiro, realizou incursões para coleta de material natural.40

Constata-se a sua contribuição ao acervo com cerca de 300 aves e alguns insetos trazidos do

Distrito de Cabo Frio e Macaé, em 1820( LOPES, 2009: 52). João da Silveira Caldeira,

dirigente de 1823 a 1827, doutor em medicina pela Universidade de Edimburgo – Escócia, se

distinguiu em química, sendo professor da Academia Militar de Engenharia. Responsável

pelo estabelecimento do laboratório de química no Museu41, para ensaios químicos com fins

de ricas plumas azul Mazarino; um cetro muito engenhosamente lavrado, com penas vermelhas, e um barrete de

casca de madeira, com uma imensa ponta proeminente na frente e uma quantidade de penas coloridas e de cabelo

atrás, ornamentado de contas. [...] há o trono de um príncipe africano, de madeira, lindamente lavrado. Desejaria

[...] que houvesse uma sala adequada a essas coisas, tão interessantes para a história do homem.” GRAHAM,

Maria. Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e

1823. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1956. pp. 304-305. Grifo nosso. O juiz vogal Basílio Ferreira

Goulart, em 1826, informa: [...] “entrei nas Salas do Museu: eu estava de modo, que só me achei arrebatado da

atenção, que me merecerão certas Pinturas! Sobre tudo particularmente as de Siqueira (Domingos Antonio). [...]

Eu fiquei absorto à vista do Painel da Aparição de Cristo, Lábaro de Portugal! Que massas, que contrastes, que

colorido! Há outro de um Batizado, em que se observa hum circunstante, ferido do mal Caduco, exorcismado por

um Bispo, como endemoninhado: outro, em que hum Eremita interessa com seu Prognóstico; aqui ha um vestido

de seda, que orna uma Senhora: é de valor transcendente; todos os três paineis são do mesmo Siqueira. Aqui

neste Museu se vê uma obra prima de Taunay, pai. Como é bela paisagem! que árvores, que frescura, que

colorido; estava vendo a Quinta do Monarca.38 [...] um outro quadro representa em tela o Epilogo das Coroas

mais celebres: Napoleão! [...] O Carioca Constitucional B. F. G.. Astrea. Rio de Janeiro. 19/09/1826. Disponível

em:

<https://books.google.com.br/books?id=ZTpKAAAAcAAJ&pg=PA150&lpg=PA150&dq=astrea+mumias+cario

ca+constitucional&source=bl&ots=pJG4CKEP4S&sig=dsGD_4NtEhKtL01tf5Xb-U_ACJM&hl=pt-

BR&sa=X&ved=0ahUKEwjU9ZTP0PbbAhUBkZAKHTLPBwcQ6AEIJzAA#v=onepage&q=astrea%20mumias

%20carioca%20constitucional&f=false>. Acesso em: 18 ago. 2018. 39 Relação feita em 1823, por João de Deus de Matos (porteiro e guarda). [obs.: seria em data anterior a ter se

tornado Diretor]. 40 MUSEU Nacional / UFRJ – Seção de Museologia. Os diretores do Museu Nacional. Rio de Janeiro:

2007/2008. Disponível em: <http://www.museunacional.ufrj.br/site/assets/pdf/memoria_1.pdf>. Acesso em: 2

ago. 2018. 41 o primeiro do Brasil (que lá permaneceu até 1836, quando transferido para a Escola de Medicina.

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de identificação e classificação mineralógica e para a Casa da Moeda42, é dele o primeiro livro

relativo à ciência de autor brasileiro publicado no Brasil43. Frei Custódio Alves Serrão, à

frente do Museu, de 1828 a 1847, é outro formado pela Universidade de Coimbra, tendo

lecionado Física, Química, Botânica e Zoologia.

O Brasil, aberto a ser descoberto cientificamente, recebeu missões e naturalistas

desejosos de identificarem ou de reconhecerem espécies em um território quase virgem. Os da

terra também se destacam, especialmente por deixarem o produto de suas coletas aqui mesmo,

como Antônio Moniz de Sousa. Figurando como doador de exemplares ao Museu (LOPES,

2009: 63), dele se lê no Catálogo da Exposição de 1830 da Academia Imperial de Belas Artes,

acompanhando o registro catalográfico de pintura de Manuel de Araújo Porto Alegre: “Retrato

do célebre viandante Moniz [Antonio Moniz de Souza] que tem pesquisado muitos produtos

dos três reinos da natureza, que enriquecem o nosso Museu.” Na mesma mostra, cópias dessa

obra de Porto Alegre foram apresentadas, por Antonio Pinheiro de Aguiar e José Correia

Lima.44

José Estêvão Grondona, o vendedor de quadros para o Museu, por Decreto de 30 de

dezembro de 1819 é nomeado restaurador “de painéis” do Museu Real45, mas não consta que

tenha realizado nenhuma intervenção. Nessa função também esteve José Henrique da Silva,

diretor da Escola de Belas Artes após a morte de Lebreton, como contrapartida à moradia que

se lhe proporcionava em dependências do Museu, a si e a sua família.46

O francês Jean-Baptiste Debret, de 1818 a 1831, prestou-nos serviços, por um lado

documentando a coleta de espécimenes, como na prancha Negros caçadores voltando para a

cidade / O retorno de negros de um naturalista, presente em seu livro Viagem pitoresca e

histórica ao Brasil, por outro reproduzindo em aquarelas acervo etnográfico do Museu, como

o das máscaras indígenas.

42 para onde segue ao ser destituído da direção. 43 Nova Nomenclatura Química Portuguesa. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1825. 44 GALVÃO, Alfredo. Catálogo das exposições de pintura da Academia das Bellas Artes – 1829-1830. Rio de

Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1963. pp. 13 e 15. 45 SENTINELA EXTRAORDINÁRIA A BEIRA MAR DA PRAIA GRANDE. Sexta-feira, 19 de setembro de

1823. Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Disponível em:

<https://bdlb.bn.gov.br//acervo/handle/123456789/41338>. Acesso em: 16 ago. 2018. 46 Ainda no alvorecer do Império brasileiro, a Academia e Escola das Belas Artes dependeria do aluguel de casas

para sua instalação. Diante da exiguidade de recursos financeiros, D. Pedro I a aloca, interinamente na “casa

grande do Museu”, concedendo lá acomodação ao diretor, nos “quartos baixos” então desocupados e águas

furtadas, “ficando na obrigação de tratar com desvelo dos quadros e pinturas que ali estiverem”. 29/12/1821.

SEMEAR. Museu Nacional / UFRJ. Pasta 1, Documento 10.

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A trama do tecido deve ser ajustada

Com o advento da retirada de D. Pedro I do governo, a Regência que assume a gestão

do Estado, como antes ele mesmo o imperador fizera, em 1822, procura reordenar a

administração e os órgãos de que se constitui, tal o caso do Museu Nacional em conjunto com

a Academia Imperial de Belas Artes. Desde os termos do Decreto de criação do Museu, em

1818, afirma-se o destino ao conhecimento, declaradamente das ciências naturais, e atenção

para o fomento, pelo estímulo do conhecimento, ao comércio, indústria e artes, talvez nesse

contexto significando habilidades, técnicas, como no idioma grego. Se as artes, entendidas

como Belas Artes, tinham sido objeto da criação de uma Escola, tornada Academia, em que o

Museu servira de repositório e de acolhida para obras, professores e alunos desprovidos de

espaço próprio, agora, a partir de 1826, havia construído o Palácio das Belas Artes: chegara o

momento, vinham se clarificando e especificando as missões e funções institucionais.

Na presença no Museu Nacional de um conjunto de quadros e a ideia de sua

transferência para a Academia Imperial de Belas Artes, o diretor do Museu, Custódio Alves

Serrão, se posiciona, no final de 1831.47 Argumentando, recorda que, pela lista do Ofício 19,

com os quadros nº 1 a 63, em 182248, são levados para o Museu, o “único depósito de tudo

quanto se podia adquirir de notável entre os produtos da indústria ou da natureza” à época.

Quanto ao mérito, escreve:

Seriam bem estranhos os meus desejos pelo regimento do Estabelecimento

se deslembrado da utilidade pública quisesse encontrar na posse de alguns

anos algum inconveniente a tão justificada mudança. Pelo contrário, não

sendo a primeira vez que reconheço a impossibilidade de satisfazer as vistas

da Nação e a expectação pública na criação e manutenção do Museu

enquanto a direção dos muitos ramos de que se acha carregado não for

confiada a pessoas diversas que se tenham peculiarmente dedicado ao estudo

desses objetos.49

47 Conforme Consulta sobre transferência dos quadros por José Lino Coutinho, do Conselho do Imperador,

Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império. Livro de Ofícios desde o ano de 1819. Aviso de

22/12/1831, mencionado na resposta, de 30/12/1831. SEMEAR. Museu Nacional / UFRJ. 48 Trata-se, inversamente, dos itens de nº 64 a 118, posto que este conjunto se refere às coleções adquiridas a

Lebreton e a Grondona. Todavia, a transferência contemplou a todos os 118 itens. 49 Aproveita a ocasião para propor uma contrapartida à saída de acervo, tendo-se em mente a inexistência de

reserva técnica, pois tudo ficava exposto. “Mas se é esta mudança razoável, [...] permita-me digo que aproveite

esta ocasião para também reiterar os meus votos a fim de que da Biblioteca Pública se passem igualmente para o

Museu todos aqueles escritos ou desenhos que com a História Natural têm relação e que ali se acham, ou

desconhecidos ou quase sem nenhuma utilidade. Isto além de justificado pelos mesmos princípios pode ser uma

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Em síntese estatística, das 118 obras recebidas pela Academia, no início de 1832, em

2018, apurou-se50:

TABELA 1 quadros transferidos e o grau de identificação

Identificadas 53 51 44,91%

Em dúvida 26 22,03%

Não identificadas 38 32,20%

Assinalada em duas listagens de coleções (Real e César Lanciani) 01 0,84%

Total 118 99,98%

No século XX, em 1922, com o surgimento do Museu Histórico Nacional, dá-se nova

movimentação dos acervos iniciais, dada a crescente precisão das missões institucionais das

organizações científico-culturais. Uma coleção de moedas e/ou medalhas lhe chega, através

da Biblioteca Nacional e, diretamente, o Arcabuz e o Palácio flutuante; e a Escola Nacional

de Belas Artes, em 1923, recebe o quadro de Araújo Porto Alegre, Uma grota, de 1863. 52

Trama aberta: a permeabilidade das relações do Museu

Na então sede do império português, o Rio de Janeiro, a partir dos padrões e buscas

portugueses por equipa-la do necessário à vida de cultura e de ciência trazida e tida como

referenciais, move-se a gestão do Estado, com a rapidez que os meios permitam. Criar o que

fosse independente, com o disponível, como um Jardim Botânico, ou abrir uma Biblioteca

com publicações em cujos caixotes aguardavam novo destino, receber o conjunto de franceses

neoclássicos para implantar novos conceitos estéticos e dar novos ares à cidade de aparência

colonial, sob a forma de Escola de Artes e Ofícios, que demorou à plena realização, foram

espécie de compensação às vistas do público acostumado a encontrar no Museu esses objetos que vão ser

mudados.” 50 NB. Pode haver discrepância entre conteúdo iconográfico identificado nas listagens e o da catalogação atual;

Em julho de 2018, das 53 obras identificadas às coleções de pintura oriundas do Museu Nacional, em 1832, 39

foram consideradas em estado de conservação que as permita expor ao público, equivalendo a 73,58% do total

das obras precisamente identificadas. 51 A obra de nº 2311, Judith e Holofernes, de Arcângelo Fuschini, consta de lista de quadros no Museu Nacional

em documento de data posterior ao do da transferência para a AIBA, sugerindo ter havido outra transferência. 52 Óleo sobre tela; 114,7 x 168,2 cm, hoje integrando o acervo do Museu Nacional de Belas Artes, sob o nº reg.

719.

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fios para, através de repertórios – naturais, de ideias e informações impressas, de conceitos

culturais – disponibilizar e proporcionar alternativas e propiciar mudanças, educar.

Criado o Museu, como mencionado, a missão de propagar conhecimentos se associava

à intenção pragmática de promoção da economia, sob diversos aspectos, e das possibilidades

e capacidades dos serviços a serem oferecidos: de obras públicas, civis, medicina,

advocatícios, instrucionais. Abrir o Museu para a experiência perceptiva das evidências do

que ocorre na natureza e nas sociedades distantes, desenvolver a observação e a organização

do mundo através de meios científicos, experimentais e replicáveis, fizeram concorrido e

cobiçado o Laboratório de Química, frequentado por alunos de engenharia e de medicina.

Testar os metais a serem amoedados foi outro relacionamento tramado, entre o Museu e Casa

da Moeda, como também o foi o da arte e ciência, interação de que participaram artistas

estrangeiros e brasileiros, recorrendo à instituição museística como fonte para compor a

representação do indígena brasileiro, como em Debret, para retratar a ocorrência do individuo

alimentador da instituição, como o Moniz, e não apenas os membros da casa real governante

ou dos políticos. O coletor de espécimes naturais retratado assume lugar, multiplicado, na

parede de uma exposição em órgão voltado para a arte, com seu valor declarado em

palavras.53

De certa forma, a caracterização da missão de estar serviço do desenvolvimento do

comércio, da indústria e da técnica supõe a criação da Sociedade Auxiliadora da Indústria

Nacional, em 1827, sediada no prédio do Museu e “responsável” pelos modelos de máquinas

lá expostos. Para esta entidade, a interface de Debret se manifesta pela sua concepção do

Diploma54, em mais uma circunstância de interação entre áreas do conhecimento e da cultura

estética.

Na interação com a política, a instalação da Assembleia Geral Constituinte e

Legislativa, de 1823, ocorre em suas dependências, de 3 a 11 de maio. O objeto do documento

53 Registre-se que Araújo Porto Alegre, tendo assistido a duas classes na Escola de Medicina, para conhecimento

de anatomia, ao relacionar-se com esse meio recebe encomenda para pintar D. Pedro I no ato em que, a partir do

qual, se pode diplomar médicos no Rio de Janeiro. E os estudos para essa obra são igualmente apresentados na

exposição da Academia Imperial de Belas Artes. Similarmente, o mesmo artista, mais tarde, trabalhará no Museu

Nacional, assim como o fará Pedro Américo. 54 CARMO, Antonio do, segundo DEBRET, Jean-Baptiste. Diploma da Sociedade Auxiliadora da Indústria

Nacional. In: BIBLIOTECA DIGITAL LUSO-BRASILEIRA. Disponível em:

<http://bdlb.bn.br/acervo/browse?value=Sociedade%20Auxiliadora%20da%20Ind%C3%BAstria%20Nacional&

type=subject>. Acesso em: 29 ago. 2018.

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de Martim Francisco Ribeiro de Andrade, de 2 de maio, é que o Museu providencie

luminárias55, levando-se a pensar que a iluminação artificial ali não estivesse disponível todo

o tempo, pelo menos, ou em quantidade suficiente para suprir necessidades em todos os

espaços, simultaneamente. Parte do mobiliário usado pela Assembleia Constituinte, de 1823,

remanesce em museus federais: no próprio Museu Nacional, no Museu Imperial e no Museu

Histórico Nacional.

O tear coletivo, tecendo política

A ocorrência do Museu Nacional pode ser vista especificamente e por um escopo

relacional, pelo surgimento de outras instituições, de 1808 a 1831, no recorte desta pesquisa, a

relação em que o Museu teve protagonismo. À ideia de sua criação fortuita, somente para

abrigar coisas, se soma a de ser elemento de um programa ou processo de, em um novo

enquadramento cultural, implementar, através de exercício político do poder, condições para

compreensão e posterior produção de ciência e de cultura, que perpassam o

compartilhamento. Neste plano político, a interessada princesa Leopoldina da Áustria, o

preparado cientista José Bonifácio, os governantes operosos, o corpo da administração, os

coletores, os artistas colaboradores, os diretores e demais trabalhadores do setor somaram

iniciativas e providências para fazer nascer e crescer, com investimentos, racionalidade,

empenho e desempenho o polo carioca para a ciência e cultura no Brasil. Com todas essas

contribuições, a trama dessa tecedura, hoje fragmentada, se dá aberta, por reconstituir-se e

ficar em caminho de sua mais profunda compreensão. A história administrativa do período

focalizado, 1818 – 1831, assistiu e / ou respondeu à equiparação do Brasil à então sede

metropolitana portuguesa, à autonomia do País da dependência ultramarina e, por fim, ao

início do processo de cientificação da brasilidade.

Referências

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55 SEMEAR. Museu Nacional / UFRJ. Pasta 1, Documento 22.

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