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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

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Cursos de Mestrado e Doutorado UFPI

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

2 OPINIÃO

ISSN - 1809-0915

Informativo produzido pelaFundação de Amparo à

Pesquisa do Estado do PiauíFone: (86) 3216-6090Fax: (86) 3216-6092

Presidente da FAPEPIAcácio Salvador Véras e Silva

Conselho Editorial:Acácio Salvador Véras e Silva

Francisco Laerte J. MagalhãesWelington Lage

Editora-Chefe:Márcia Cristina

Textos:Márcia Cristina (Mtb-1060)Roberta Rocha (Mtb-1856)

Revisão:Assunção de Maria S. e Silva

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Cícero Gilberto(86) 8801.9069

Impressão:Grafiset - Gráfica e editora Rêgo

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Nº 13 * Ano IV * Outubro de 2007

Pós-Graduação e desenvolvimentoNa 13ª edição do Informativo Ci-

entifico Sapiência, comemoram-se 15anos da criação do Programa de Mes-trado em Educação da UFPI, primeiromestrado institucional no Piauí. Semdúvida, esse fato tem um significadomuito marcante para a universidade epara comunidade piauiense. O Mestra-do em Educação veio promover e im-pulsionar as pesquisas na área e con-

tribuir para a melhoria do ensino, tendo até omomento 177 dissertações defendidas, comcerca de 90% retratando a realidade da edu-cação do Piauí, conforme salienta a Coorde-nadora do Programa entrevistada neste nú-mero do Sapiência, a professora dra. IvanaIbiapina.

O programa abriu um importante es-paço para criação e implantação de novoscursos de Pós-Graduação em nível de mes-trado na UFPI, como o de Ciência Animal, em

2001. Com uma complexa infra-estrutura, oPrograma de Pós-Graduação em Ciência Ani-mal volta-se para a pesquisa e ensino, comlaboratórios, galpões, equipamentos avaliati-vos de alimentos para ruminantes e, positiva-mente, o programa tem uma profícua relaçãotécnico-científica com as demais áreas do Cen-tro de Ciências Agrárias. Pelo êxito do progra-ma, em 2006, foi aprovado pela CAPES o pri-meiro curso de doutorado da UFPI.

Desta forma, a principal instituição deEnsino Superior do Estado do Piauí avança e,definitivamente, se junta a um seleto grupode instituições de ensino superior que, aoinvés de apenas ser uma repetidora de co-nhecimento, passa a produzir e propor novasalternativas e soluções definitivas para pro-blemas que afligem nosso Estado ou mesmonossa nação.

Assim, nesta edição do Sapiência, osleitores têm, para maior conhecimento sobre

esses dois programas de pós-graduação stric-to sensu da UFPI, entrevistas com os coorde-nadores, além de matérias com importantesproduções feitas por seus alunos ou profes-sores.

Ressaltamos que a grande importân-cia desses cursos é a credibilidade que elesadquiriram junto à sociedade, decorrente da“execução de bons projetos e formação deprofissionais com alta qualificação”, segun-do o coordenador do Curso de Ciência Ani-mal, professor doutor Francisco Costa. Es-ses programas só contribuem para o desen-volvimento econômico e sócio-cultural doPiauí. É com satisfação que nós que fazemoso Sapiência trazemos mais essa edição paravocê, leitor.

Acácio Salvador Véras e SilvaDiretor Editorial

O desempe-nho produtivo e re-produtivo de capri-nos e ovinos depen-de da interação de fa-tores do meio com opatrimônio genéticodo indivíduo. Na re-gião Nordeste, vári-os grupos genéticos

de caprinos e ovinos se desenvolveram, al-guns com características raciais definidas,que são reconhecidos como raças e outrosainda sem esse reconhecimento. Várias raçasexóticas são também utilizadas pelos cria-dores nordestinos, especialmente para cruza-mentos com animais nativos, visando ao me-lhoramento de características produtivas. Oclima da sub-região Meio-Norte do Brasil,onde se localizam os estados do Piauí e Ma-ranhão é um intermediário entre o clima nor-destino quente e seco e o clima da RegiãoNorte, quente e úmido.

No Centro de Ciências Agrárias daUniversidade Federal do Piauí, especialmen-te envolvendo o Programa de Pós-Graduaçãoem Ciência Animal, com mestrado e douto-rado, há um grupo de pesquisadores que de-

senvolvem trabalhos na área de Bioclimato-logia de caprinos e ovinos. Parte das pesqui-sas é financiada pelo CNPq, através de umprojeto de cooperação com instituições dosudeste (UNESP e USP). Dentro dessa linhade pesquisas já foram desenvolvidas três dis-sertações de mestrado e há outras em anda-mento. Foram publicados vários resumos emeventos e dois artigos, sendo um em revistanacional e outro em revista internacional,comparando grupos raciais caprinos nativoscom raças exóticas ou raças exóticas entre si.

Nosso objetivo é estabelecer protoco-los de avaliação de animais, quanto à adap-tabilidade, para nossas condições climáticase com esses protocolos avaliar as principaisraças e grupos genéticos de caprinos e ovi-nos. Estamos buscando também verificar ín-dices de temperatura e umidade e outros queenvolvem também radiação solar; quais osmais adequados para avaliar o ambiente físi-co e predizer os locais menos estressantespara os animais e mais apropriados para suaprodução.

A metodologia consiste em avaliar osanimais em duas épocas do ano, em quatrohorários do dia, em quatro dias diferentes,com intervalo de uma semana, em cada perí-odo (chuvoso ou seco). As avaliações cons-tam de medições da temperatura corporal, fre-

qüência respiratória e cardíaca. Além dessas,os animais são submetidos a provas de adap-tabilidade a campo, para avaliarmos a tole-rância à insolação, capacidade de dissipaçãode calor e capacidade de manutenção da ho-meotermia, nas horas mais quentes do dia.

No primeiro experimento realizado,cujos resultados já foram publicados, fez-sea comparação entre as raças Boer e Anglonu-biana. Os animais da raça Bôer tiveram me-lhor desempenho no teste do comportamen-to termorregulatório ao longo do dia e tam-bém no teste de tolerância à insolação dire-ta, tanto no período seco quanto no chuvoso.No teste de manutenção da homeotermia nohorário mais quente do dia, à sombra, os ani-mais da raça Boer tiveram melhor desempe-nho no período seco e os Anglonubianos noperíodo chuvoso. Na prova de dissipação decalor, as duas raças foram semelhantes. To-mando-se os resultados como um todo, a raçaBoer mostrou melhor desempenho do pontode vista de tolerância a condições climáticasda região Meio-Norte do Brasil, quando com-parada à raça Anglonubiana.

Adaptabilidade de caprinos e ovinosAmilton Paulo Raposo Costa*

*Professor Associado do Departamentode Morfofisiologia da [email protected]

RecebemosManifestarei minha reflexão sobre

a importância do informativo CientíficoSapiência. Para tal farei uma cronologiabastante recente, relativamente, dentrodos milhões de anos do Universo e mes-mo da história do Homo sapiens sapiens.E isto será feito de acordo com as grandestransformações ocorridas na história dahumanidade e lá no final veremos o tama-nho da importância do Sapiência.

Senão vejamos: Primeira granderevolução - há 7000 anos o homem in-ventou a agricultura e a partir daímudou todas as relações interpessoaiscom todas as suas conseqüências; se-gunda grande revolução - há 3500 anoso homem inventou a escrita e a partir daí

começou a criar o embrião da ciência quejá começou a se estabelecer ainda antesda era cristã (aqui também se inclui a eradas grandes navegações); terceira gran-de revolução - esta já no século XIX coma Revolução Industrial e todas suas con-seqüências principalmente nas relaçõestrabalhistas; quarta grande revolução –esta já no século XX que foi a criação dainformática e aí a ciência deu um saltogigantesco sem precedentes em toda asua história e estamos presenciando ago-ra no século XXI eventos científicos es-petaculares que mostram o quanto a ci-ência pode fazer pela Humanidade emtodos seus aspectos. É a luta da razãocontra a ignorância; da luz contra as tre-

vas; da sabedoria contra a alienação emelhor força para espantar os demôni-os: isto é e será sempre a grande impor-tância do Sapiência como instrumento dobem em sua plena religiosidade científi-ca. A ciência moderna no Piauí é muitíssi-mo recente! É só analisar acronologia aqui feita. O grande sonho doastrofísico americano Carl Sagan era po-pularizar a ciência. E isto o Sapiência faz.

Parabéns a Fapepi e ao Acácio!!!

Dr. Ernane Paiva MaiaMédico e Professor da [email protected]

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ARTIGO 3

Imprensa e Poder: conflitos e negociaçõesEstá virando

rotina alguns po-líticos, intelectu-ais e autoridadespúblicas se dirigi-rem à imprensacom uma atitudede menosprezo.Criticam efusiva-mente a atividade de imprensa como seas práticas jornalísticas fossem respon-sáveis por sustentar, sozinhas, todas asformas de injustiça e dominação social epor promover o desencantamento de umprojeto de humanidade. E o que é pior:virou moda usar os próprios meios decomunicação para afirmar que a ativida-de jornalística se impõe exatamente con-tra aqueles que ocupam os cargos da ad-ministração pública e exercem o poderpolítico em quaisquer dos seus âmbitos.

Em parte, faz sentido atribuir aosmeios de comunicação tal responsabili-dade: o poder simbólico, na forma comoo pensou o sociólogo francês PierreBourdieu, é a forma mais sutil de consti-tuir a dominação social pela legitimaçãode certas ‘verdades’ e condutas. Contu-do, a crítica produzida por muitos inte-lectuais, políticos e administradores cor-responde menos a um esforço analíticopara compreender o campo midiático e

muito mais a uma operação ideológicaque pretende desviar a atenção do pú-blico para um outro ator social: o jorna-lista. Ao se proferir a crítica banal aosmeios de comunicação (observe-se, tam-bém, que há muita crítica producente),os olhares da platéia se voltam para ocampo midiático e para seus agentes. Éclaro que essa postura produz tambémefeitos positivos. Primeiro, porque aler-ta segmentos do público para a necessi-dade de avaliar criticamente o trabalhojornalístico; depois, porque rompe como mito de que os textos jornalísticos, aoinvés de uma construção discursivacomo tantas outras, são mero reflexo dosfatos sócio-políticos.

Há que se ter cuidado, porém, coma afirmação de que tudo é culpa da mí-dia. Tal assertiva é um recurso para fazercrer que a realidade está além das práti-cas políticas e da atividade intelectual,porque é tão-somente uma construçãomidiática. Conforme esse pressuposto,nada escapando da visibilidade conferi-da pela mídia, tudo passa pelo crivo dasua lógica capitalista. Ao fim e ao cabo,esse quadro analítico produz um ardilinterpretativo que leva os pensadores,políticos, administradores e a própria so-ciedade a um beco sem saída: é impossí-vel servir-se da imprensa, porque osseus interesses contrariam os interessesda sociedade como um todo.

Para surpresa de muitos, no entan-to, essa mídia tão criticada é a mesma deque se utilizam os seus críticos maismordazes. Os mesmos intelectuais, adep-tos de uma teoria conspiratória da mídia,que proclamam que a imprensa represen-ta os interesses de uma classe social sãoos que se revezam em pequenas apari-ções na tv e escrevem para os jornais.Muitos deles são reconhecidos comoespecialistas em certos assuntos porqueconstruíram, junto aos jornalistas locais,uma imagem que lhes é bastante favorá-vel – e da qual dependem, de forma cúm-plice, os próprios jornalistas, na medidaem que pautam suas matérias nos dis-cursos das suas fontes. De forma simi-lar, alguns políticos e administradorescriticam o jornalismo porque ele direcio-na a atenção do seu público para assun-tos político-administrativos menos ur-gentes, produzindo fatos sensacionaisque suplantam a própria realidade políti-ca. Falam de uma total submissão dapolítica à lógica produtiva dos meios decomunicação, mas esquecem que, porinúmeras vezes, se servem das práticasde marketing e publicidade, impossíveisde serem conduzidas sem o dispositivotecnológico dos meios e, muito menos,sem a visibilidade que estes dispositi-vos conferem aos fatos e às ações daadministração pública e à imagem daspessoas a ela ligadas. Walter Lippman já

dizia, em 1920, que a ciência política éensinada nas faculdades como se osjornais não existissem. Cumpre acres-centar que os jornais só existem por-que, também, existe a política.

Os meios de comunicação nãopodem se tornar o bode expiatório doserros, falhas e faltas das atividadespolítica e intelectual. Como camposocial, passível de análise crítica, ocampo do jornalismo está intimamen-te ligado aos campos da ciência, dapolítica, da economia e de tantos ou-tros, exatamente porque a sua funçãoé a de conferir visibilidade ao estatu-to simbólico dos outros campos e, porconseguinte, mediar as suas açõesnos diversos domínios da experiência.Há reverberações de um a outro lado,influências mútuas e múltiplas. A im-prensa se relaciona intimamente comas demais instituições que estão pre-sentes nos outros campos sociais. Elapode ser tão ruim quanto o resto dasinstituições sociais com as quais serelaciona. Mas pode também acompa-nhar o seu desenvolvimento.

Gustavo Said*

Processo inovador no marketing dos derivados do cajuno mercado varejista de Teresina

O caju é umafruta originária doBrasil, sendo queos estados doPiauí, Ceará, RioGrande do Norte eBahia respondempor 95% da produ-ção nacional. Émuito rico em vitaminas A, C e complexoB, além de ferro. O fruto do cajueiro éformado por duas partes: a castanha, queé o fruto propriamente dito, e o que écomumente chamado de fruta é cientifi-camente denominado de pedúnculo flo-ral, o pseudofruto. Com ele se podemfazer diversos derivados, como doces,vinhos, cajuína, bolos, ração animal, en-tre outros, mas 85% do pseudofruto nãotêm utilização comercial.

Esta pesquisa buscou verificar apresença de processo inovador nos pro-dutos derivados do caju comercializadosno varejo de Teresina – PI, como super-mercados, panificadoras e restaurantes,

além de percebercomo o marketingé feito nessas em-presas.

No mundoatual, o desenvol-vimento de novosprodutos é de ex-trema necessidade

para a manutenção da competitividadedas empresas, pois a inovação permitediferenciar os produtos aos olhos dosconsumidores. Objetivando a criação devalor para os consumidores por meio deoferta de benefícios superiores para osclientes, o desenvolvimento de inova-ções de produtos e serviços tem na áreade marketing um de seus principais esti-muladores. O marketing pode ser defini-do como “um conjunto de tarefas relaci-onadas à criação, promoção e forneci-mento de bens e serviços a clientes, vi-sando a satisfazer suas necessidades edesejos” (GOBE ET AL, 2004, p.10); ecomo uma forma de se competir em ou-

Laize Lopes Soares** Helano Diógenes Pinheiro*

** Estudante de Administraçãoe Bolsista do PIBIC da [email protected]

* Professor assistente da UESPIe Doutorando em Administração daUFRN.

* Gustavo Said, professor da UFPI, édoutor em Ciências da Comunicaçãopela Unisinos.E-mail: [email protected]

tras bases que não o preço (KOTLER,2003). Ele realiza um trabalho direciona-do para um público específico, buscan-do agregar valores únicos aos produtospara diferenciá-los dos concorrentes.

Verificou-se a inexistência de umprocesso inovador, envolvendo a comer-cialização dos derivados do caju, devi-do principalmente a gargalos do sistemaprodutivo e a falta de sintonia com omercado. Embora seja um produto de boaaceitação, não se identificou esforçospara inserir inovações no mercado, sen-do a indústria apontada como a respon-sável por desenvolver novos produtos.Mesmo em produtos preparados nospróprios pontos de venda, como os pra-tos comercializados nos restaurantes,não se percebe o esforço de diferencia-ção. Pesquisas realizadas por entidadese empresas mostram a viabilidade nodesenvolvimento de novos produtos, apartir do caju, como hambúrguer, pizza,estrogonofe etc., além do já tradicionaluso da castanha de caju, com sua incor-poração em cookies e cereais matinais.

Os comerciantes locais consideram

a qualidade importante, levando em con-ta principalmente suas características fí-sicas de consistência e sabor, além dereconhecerem a importância da embala-gem na apresentação do produto. A ade-quação a necessidades específicas foiidentificada nas panificadoras, porémpoucas empresas fazem pesquisa demercado.

Por se tratar de trabalho explorató-rio, não se pretende generalizações ouconclusões definitivas, focando-se numpanorama geral que apresente o setor,segundo a literatura utilizada, a fim de le-vantar novas questões e possibilidadesde pesquisa. Levantou-se, para prosse-guimento desta pesquisa, a necessidadede testes empíricos para verificar que ti-pos de inovações podem encontrar re-ceptividade entre os consumidores.

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REPORTAGEM4

Piauí tem oferta diversificada de cursos de Pós-graduaçãoA Universidade Federal do Piauí possui 14 programas de pós-graduação stricto sensu em nível de mestrado, nas Áreas de Educação, Ciência

Animal, Química, Agronomia, Desenvolvimento e Meio Ambiente, Políticas Públicas, História do Brasil, Letras, Ciência e Saúde, Farmacologia,Enfermagem, Ética e Epistemologia, Física e Ciência Política e possui ainda um doutorado na área de Ciência Animal.

Todos esses programas são reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação(Capes/MEC). Com o crescimento e abrangência de professores e pesquisadores cada vez mais qualificados, com o avanço das pesquisas dentro dosprogramas e do nivelamento da UFPI com outros programas de bons níveis. Nesta edição, o Sapiência abre espaço para conhecermos os doisprogramas de pós-graduação stricto sensu mais antigos: Educação e Ciência Animal.

A Universidade Federa l doPiauí - UFPI é a mais antiga institui-ção de ensino superior do Estado.As atividades de ensino foram ini-ciadas com 9 (nove) cursos em dife-rentes áreas do conhecimento. Hojeapresenta mais de 30 (trinta) Cursosde graduação em várias áreas do co-nhecimento e modalidades. Duran-te a década de 80, a UFPI estudouvárias alternativas para viabilizar aimplantação de seu primeiro mestra-do. Dos seis Centros de Ciênciasque compõem a UFPI, o Centro deCiências da Edu-cação (CCE) era oque mais condi -ção oferecia paraa sua concretiza-ção, tanto em rela-ção às condiçõesfísicas e materiais,quanto em relaçãoà qualificação deseus professores.Em 1991, o CCEimplantou o Mes-trado em Educa-ção.

O Mestradofoi estru tu ra docom base em trêsprincípios: inter-disciplinarida de,flexibilidade curri-cular e integraçãoensino e pesqu i-sa. A área de con-centração do Programa em Educa-ção segue duas linhas de pesquisa:Ensino, formação do professor quedesenvolve análises sobre questõesrelacionadas a práticas pedagógi-ca s, especia lmente , procu randoconstru ir conhecimentos sobre aidentidade profissional do docente,consubstanciados em saberes, prá-ticas, profissionalidade e políticasde formação de docentes. A outralinha do Programa abrange as Prá-ticas pedagógicas e Educação, mo-vimentos sociais e políticas públi-cas que desenvolve análises sobreprocessos educativos ocorridos naspráticas dos movimentos sociais,em busca da construção da cidada-nia. Estuda, ainda, a relação dos mo-vimentos sociais com o Estado (po-líticas públicas) e com o conjuntoda socieda de, em pa r ti cu la r a sONGs, principalmente, nas lutas emprol da escola pública e gratuita.

Mestrado em Educação15 anos produzindo conhecimentoDe acordo com a coordenado-

ra do Mestrado, a Drª. Ivana MariaLopes de Melo Ibiapina, a pesquisaconstitui-se o eixo central do Pro-grama de Pós-Graduação em Educa-ção - PPGEd/UFPI e visa a analisare compreender a realidade educaci-onal brasileira e, em especial a doPiau í , de forma asubsidiar propostas de intervençãonessa realidade. A inserção dos alu-nos em uma das linhas de pesquisatem como objetivo dotar os discen-tes de fundamentação teórico-meto-

dológica , bemcomo proporcio-nar aos mestran-dos a prática ne-cessária à forma-ção do professorpesquisador.

Este ano, oProgra ma come-mora 15 anos desua criação. O va-lor histórico des-sa da ta r egi st r asignificativa pro-dução e divulga-çã o de conheci -mentos na área daeduca çã o, bemcomo a consolida-ção de estudos epesqu i sa s com-prometidas com odesenvolvimentodo Brasil, especi-

almente da Região Nordeste e do Es-tado do Piauí.

O Programa, a partir da últimaavaliação da CAPES, conferiu notaquatro, consolidando o trabalho quevem sendo realizado pelo grupo de11 (onze) decentes credencia doscomo permanentes e três como co-laboradores.

O trabalho desenvolvido poreste Programa vem conquistando es-paço, reconhecimento e credibilida-de com as pesquisas realizadas pe-los seus discentes e docentes desdea sua oficialização. Até 2006, conclu-íram o Mestrado, neste Programa, 156discentes que atualmente estão in-seridos no mercado de trabalho, con-tribuindo para o processo de demo-cratização e melhoria da qualidade daeducação e do próprio exercício dacidadania de crianças, jovens e adul-tos, por meio do desenvolvimento depesquisa na área educacional.

Caprino da raça anglonubiano. No detalhe, testículo característico da genética do animal

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Com relação à integração doPrograma com a Graduação têm-sealcançado benefícios recíprocos. Oobjetivo desta interação é desper-tar nos docentes e discentes dessenível de ensino o interesse e culti-vo pela pesquisa científica. Exem-plo disso é que no ano passado, 04mestrandos, bolsistas CAPES/FA-PEPI, fizeram estágio de docência nagradua çã o, a companha dos pelosrespectivos orientadores.

O PPGEd/UFPI mantém a Re-vista “Linguagens, Educação e So-ciedade” que é um periódico de di-vulgação científica constante doQualis/CAPES, que vem sendo pu-bl icado ininterrupta mente desde

1996. A partir de 2004, a revista pas-sou a ser impressa semestra lmentee seu Comitê Editorial é formado porpesquisadores de diferentes univer-sidades brasileiras e estrangeiras. Apublicação está disponível em ver-sã o on-l ine no endereçowww.mesteduc/revista.htm.

O programa de Pós Graduação,também, estabelece intercâmbio re-gional com as Universidades Fede-rais do Ceará e Rio Grande do Nor-te. O intercâmbio se dá por meio doPrograma de Qualificação Instituci-onal (PQI), para qualificar em nívelde doutorado professores do CCEda UFPI, assim distribuídos: 05 naUFC e 05 na UFRN.

Até 2006, concluíram oMestrado, neste

Programa, 156 discentesque atualmente estão

inseridos no mercado detrabalho, contribuindo para

o processo dedemocratização e melhoriada qualidade da educaçãoe do próprio exercício da

cidadania de crianças,jovens e adultos, por meio

do desenvolvimento depesquisa na área

educacional.

O ano de 2007 é relevante para a Universidade Federal do Piauí, já quemarca os quinze anos da criação do seu primeiro curso de Pós-Graduaçãoem nível de mestrado, o Mestrado em Educação, do Programa de Pós-Gra-duação em Educação – PPGEd.

O Programa completou 15 anos, no dia 29 de agosto deste, e paracomemorar foi organizada uma semana de atividades formativas e reflexivasdedicada àqueles que contribuíram para a construção e consolidação doPPGEd/UFPI, coordenado atualmente pela professora doutora Ivana MariaLopes de Melo Ibiapina.

O evento aconteceu entre os dias 10 e 14 de setembro de 2007.Essa semana de atividades realizada no Centro de Ciências da Educaçãorecebeu importantes palestrantes de universidades brasileiras, comoUFMG e UFSC, e teve o objetivo refletir sobre novos rumos desse cursode Pós-Graduação stritu sensu. O PPGEd organizou conferências, me-sas redondas, oficina, lançamento de livros e homenagens.

Evento científico marca os 15 anos do PPGEd

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5REPORTAGEM

Deficiência visual caracteriza o ambiente educacional inclusivoFo

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MSc. Sandra Lima de Vasconcelos Ramos*

* Sandra Lima de Vasconcelos RamosProf. MSc. em Educação e professora darede Municipal de [email protected]

A teoria construtivista de aprendiza-gem, que parte do pressuposto de que o indi-víduo constrói seu próprio conhecimento nainteração com o meio, surge como uma teoriaque vem trazer avanços significativos àeducação.No Brasil, o termo construtivismoganhou expressão, a partir da década de 1980.Naquele momento, o país vivia a saída doRegime Militar e o início de uma sociedademais democrática. As severas críticas ao anti-go regime favoreceram a rápida dissemina-ção e a adesão ao construtivismo, tornando-o um aporte teórico muito valorizado social-mente. O elevado valor atribuído se deve àdifusão em eventos científicos, livros, revis-tas especializadas nas últimas décadas e tam-

Pesquisa aborda a teoria construtivista e analisa a suaprática por professores

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Dra. Cleânia de Sales Silva*

bém por servir de base para as atuais refor-mas educacionais brasileiras. No Piauí, estateoria foi abordada a partir do livro “Constru-tivismo: representações e práticas do profes-sor”, resultado da pesquisa realizada pela pro-fessora Cleânia de Sales Silva* e defendidano Mestrado em Educação pela UFPI.

Neste sentido, a pesquisadora bus-cou apreender as representações sociaissobre o construtivismo partilhado por pro-fessores do ensino de fundamental da redemunicipal de Teresina, considerados oficial-mente construtivistas e os professores darede estadual, oficialmente não-construtivis-tas e assim, compreender suas práticas do-centes. O conteúdo das representações so-ciais apreendidas revelou como um modeloteórico bastante valorizado, chega a refletirno comportamento dos professores, seja noque se refere aos seus discursos, seja noque se refere às práticas pedagógicas queafirmam desenvolver em sala de aula, nãohavendo diferenças significativas entre osdois grupos pesquisados.

Cleânia declarou que o interesse eminvestigar a temática surgiu de sua própriaexperiência profissional e que permitiu de-parar-se com problemas referentes ao pro-cesso de aprendizagem e as dificuldades queos professores encontram, bem como o te-mor apresentado de serem considerados tra-dicionais e sua fácil adesão ao construtivis-mo. E acrescenta, “foi sentida a necessidadede compreender como a teoria foi divulgada

e concebida pelos professores, bem comoas conseqüências dos processos em suasações educativas, dependendo da interpre-tação que cada um faz a respeito, por isso oestudo foi realizado, tomando como referen-cia o discurso dos docentes”.

Para a pesquisadora, a temática foicompreendida, através da aplicação de umquestionário a 100 docentes, sendo 50 da redemunicipal e 50 da rede estadual. Neste pro-cesso, a intenção era analisar o que pensamos professores quando propõem certas ativi-dades ao seu aluno, qual a idéia de aprendiza-gem que o profissional está tendo ao realizartal atividade e se esta idéia está coerente coma teoria construtivista de aprendizagem.

Os resultados desse estudo aponta-ram para a existência, entre os professorespesquisados, da representação generalizadado construtivismo como um modelo extrema-mente valorizado e positivo que deve serseguido.Os discursos predominaram em duastendências: “ser construtivistas” ou “não serconstrutivista ainda”, que foram assimiladaspor todos os sujeitos, de modo a associarema qualidade do ensino, a melhoria da açãodocente e o sucesso dos alunos na escolaexclusivamente à apropriação e conversãodos pressupostos construtivistas.

Pôde ser constatado ainda que oconstrutivismo era muito pouco compreen-dido, embora os docentes tenham o propó-sito de serem construtivistas e tentem efeti-vá-lo, não conseguem redimensionar a sua

prática porque a própria representação quetêm no que se refere à informação, na maioriadas vezes, é ambígua e incoerente com o real.Cleânia verifica que “os cursos oferecidos aesses professores, na verdade, embora obje-tivem a sua formação profissional sob a óticaconstrutivista, são superficiais. Além disso, opredomínio da abordagem tradicional na prá-tica dos sujeitos, faz-se presente também, naforma como eles assimilam o ideário constru-tivista e tentam reproduzir em sala de aula oque é assimilado”. E acrescenta que, nessesentido, ao pretender desenvolver uma práti-ca pautada no construtivismo, faz-se neces-sário uma fundamentação e análise crítica dospreceitos construtivistas, ou seja, “a grandecontribuição deste trabalho acontece no sen-tido de se rever como se efetivam as políticaseducacionais e como ocorre o processo deformação dos professores”.

O trabalho da pesquisadora teveampla divulgação: em artigo, na Revista“Linguagens, Educação e Sociedade” e,em livro, sua dissertação foi adotada pelaSecretaria de Educação do Município,tornando-se referência na elaboração depropostas pedagógicas. Além disso, oestudo teve continuidade no doutoradoda pesquisadora, abordando como a te-oria era veiculada na mídia.

*Cleânia de Sales SilvaDoutora em Educação na UFRNProfessora na área da psicologia deEducação na [email protected]

Sandra Lima de Vasconcelos Ramos,mestre em Educação pelo PPGEd da UFPI e darede municipal de ensino, defendeu neste anosua dissertação de mestrado intitulada “Desafi-os da Convivência no Espaço Educacional In-clusivo: um estudo de caso etnográfico sobre aeficiência visual”. A pesquisa abordou a educa-ção de pessoas com deficiência visual, buscan-do analisar a inacessibilidade dos sistemas deensino às práticas de inclusão escolar.

O estudo de caso etnográfico tevecomo objetivo investigar aspectos educacio-nais inclusivos e revelar a imagem que o cegotem de si mesmo; analisar os sentidos da in-clusão escolar e caracterizar o ambiente edu-

cacional inclusivo, realçando as relações in-terpessoais entre os sujeitos.

A escolha pelo método etnográficopara a realização da pesquisa deu-se pela in-tenção de se estabelecer um diálogo com acomunidade, no sentido de rever valores, há-bitos, crenças e práticas sociais no espaçoeducacional inclusivo. Já os instrumentos deutilizados foram a observação participante, odiário de campo e a entrevista semi-estrutura-da. Os sujeitos estudados eram membrosdas unidades sociais representativas, aAssociação dos Cegos do Piauí (ACEP–PI), numa perspectiva macrossocial ea U. E. “Nair Gonçalves”, como unida-de microssocial.

O interesse pessoal da pesqui-sadora pelo tema estudado foi con-figurado pela experiência docen-te de 25 anos, como também aexperiência pessoal com de-ficientes visuais incluídosno sistema regular deensino. Sandra Ra-mos revela: “a vivên-cia diária dos obstá-culos à inclusãoescolar e o re-conheci-m e n t od a sr e -

ais possibilidades de aprendizagem do indiví-duo cego, proporcionado pelas práticas peda-gógicas, me inspiraram nesse trabalho”.

No momento em que se buscou delineara imagem que o cego tem de si mesmo, os dadosrevelaram que a identidade da pessoa com defici-ência interfere significativamente na qualidade dasrelações que essa pessoa estabelecerá com omeio social e com os sujeitos ao seu redor. Deacordo com a pesquisa, o ambiente inclusivo mos-trou-se o ideal para o desenvolvimento e apren-

dizagem da pessoa com deficiência, tendoem vista que desafia constantemente apessoa com limitações funcionais a su-perar seus próprios limites. Para a pes-

quisadora, “a educação não segregadapossibilita o acesso às experiências

riquíssimas promovidas pelaconvivência com outraspessoas que, por serem di-ferentes, vivem, pensam,

sentem e agem diferen-tes; e essas experiên-cias se multiplicamgerando infinitas

possibilida-

des de solução para problemas comuns”.Sandra Ramos afirma que “tanto na Pré-

escola como no Ensino Fundamental, o espa-ço estudado foi comparado a um “campo mi-nado”, pois o termo é alusivo ao estado detensão que se estabelece quando se pode pi-sar em algo perigoso e destrutivo. Todos ossujeitos parecem fundamentar suas práticasno espaço inclusivo em maravilhosas boas in-tenções; mas ninguém parece seguro o sufici-ente para saber onde está pisando”.

Pode-se constatar, através da análisedos resultados, 03 aspectos que demarcam edesafiam a convivência de deficiente visual e aconstrução de um espaço educacional inclusi-vo: a identidade da pessoa com deficiênciavisual; os sentidos da inclusão escolar e a rela-ção entre a escola especial e a escola inclusiva.

Na concretização desse estudo, obser-vou-se através dos dados que o deficientevisual foi colocado em um espaço de intersec-ção entre: especial e inclusiva, e embora fre-qüente no cotidiano desses dois ambientes,sente-se um forasteiro em ambos os espaços.A pesquisadora conclui que “não há comorealizar a inclusão sem o apoio multiprofissio-nal à pessoa com deficiência e que vai além dopedagógico, emerge dos vínculos afetivos etranscende as práticas, ou seja, não se podedefinir apenas em políticas de acessibilidade”.

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

Coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciência Animalda UFPI, desde 2005, o professor Francisco Assis Lima Costa possuidoutorado em Patologia Experimental e Comparada pela USP (2001) e pós-doutorado pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. Além deprofessor do CCA, acumula experiência na área de Medicina Veterinária,com ênfase em Anatomia Patológica, atuando principalmente nos seguintestemas: Imunopatologia da leishmaniose visceral, imunopatologia dasnefropatias, patologia da leptospirose e patologia de doenças de animais

Avaliação positiva e intercâmbio da Ciência Animalsilvestres. Dedicado ao desenvolvimento das diversas áreas do Programa,Francisco Assis Lima Costa foi um dos braços fortes na luta pelainstalação do Doutorado em Ciência Animal na UFPI. Já publicou váriosartigos em revistas científicas, contribuiu e orientou vários alunos emdissertações de mestrado e teses de doutorado. Em entrevista aoSAPIÊNCIA, ele ressalta que a produção científica dos renomadospesquisadores do programa tem elevado a qualidade do programa juntoaos órgãos fiscalizadores e de fomento à pesquisa do país.

Sapiência – Em sua opinião, por que o Progra-ma passa por um momento de entusiasmo junto àsinstituições de avaliação e fomento como tambémgoza de credibilidade junto à sociedade?Francisco Costa - O nosso entusiasmo juntoàs Instituições decorre da avaliação positiva, dasações do nosso programa, feitas pela Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior(CAPES), o que é uma conseqüência do empenho,dedicação, capacidade de captação de recursos e res-ponsabilidade do nosso corpo docente e discente,que estão a cada dia mais engajados, especialmenteno que considero fundamental para o crescimentode um programa de Pós-Graduação: a sua produçãocientífica. Esta vem aumentando a cada ano. A nos-sa credibilidade junto à sociedade decorre da res-ponsabilidade que os nossos docentes e discentestêm na execução de bons projetos de pesquisa e naformação de pessoal de alta qualificação (Mestres eDoutores). Isto se reflete, naturalmente, na forma-ção de bons profissionais.Sapiência – O Mestrado e o Doutorado estãocorrespondendo aos avanços científicos e tecnoló-gicos esperados e exigidos pela CAPES e FINEP?Francisco Costa - Sim. Os avanços científi-cos e tecnológicos do nosso programa são men-surados pela qualidade da nossa produção ci-entífica. Os nossos artigos científicos estãosendo publicados em revistas nacionais e in-ternacionais conceituadas, classificadas pelaCAPES como Qualis A e B, após passar porum severo crivo de avaliação da comunida-de científica nacional e internacional. A pu-blicação de artigos nesses veículos de divul-gação científica significa que os resul-tados das nossas pesquisas têmimportância, conteúdo emérito científico. Ava-liamos, também,que o nosso Pro-grama de Pós-Graduaçãoestá corres-pondendoàs expecta-tivas da

CAPES e FINEP, pelo apoio que temos recebidodesses órgãos de fomento à pesquisa. De 2004 atéhoje, tivemos dois projetos de infra-estrutura apro-vados pela FINEP, somando aproximadamente R$700.000,00; dois projetos casadinhos, financiadospelo CNPq, somando aproximadamente R$700.000,00 e dois projetos especiais de apoio ao nossodoutorado, aprovados pela CAPES, da ordem de R$315.000,00. Além desses, projetos individuais deprofessores têm sido aprovados pelo CNPq, Bancodo Nordeste e FAPEPI. Se não estivéssemos no rumocerto não teríamos conseguido esses recursos.

Sapiência – O Programa é o único na UFPI a contarcom o curso de Doutorado. A que se deve essa conquis-ta? De que forma mestrado e doutorado, juntos, podeminfluenciar na qualificação de futuros profissionaisadvindos dos cursos de graduação do CCA?Francisco Costa - Essa conquista decorreu dobom desempenho do nosso curso de Mestrado emCiência Animal, iniciado em 1999. A primeira avali-ação efetuada pela CAPES, elevou o conceito domestrado de 3 para 4, numa escala de avaliação que

vai até 7, o que possibilitou a propos-ta do projeto de Doutorado em

2005, tendo o mesmo sidoaprovado para iniciar em2006. Outro aspecto im-portante para essa con-quista foi a boa qualifica-ção dos nossos docentes,a nossa produção cientí-

fica, a importância do pro-grama para a região e a infra-estrutura de pesquisa. Além

disso, hoje existe um engaja-mento forte dos alunos

da graduação doCCA no desen-

volvimento de projetos de pesquisa, por meio doprograma institucional de iniciação científica (PI-BIC), ou por meio do engajamento aos projetos dosalunos de mestrado e doutorado.

Sapiência – Com tantos pesquisadores de pontanas áreas da ciência animal, o Piauí, a partir do Pro-grama, pode se transformar em um celeiro de óti-mos negócios agrários, modificando a realidaderegional neste setor?Francisco Costa - A inserção de um programade Pós-Graduação, com mestrado e doutorado, numaregião carente como o Piauí, pode produzir mudan-ças sócio-econômicas profundas. A nossa preocu-pação é formar profissionais de alta qualidade, vol-tados para o desenvolvimento de pesquisas cientí-ficas e tecnológicas, mas também para a atuaçãoprofissional. O desenvolvimento do negócio agrá-rio pode ser feito por estes profissionais, com cer-teza, desde que lhes sejam possibilitadas as condi-ções adequadas para tal. Isso envolve o desenvolvi-mento de programas governamentais e projetosempresariais que os absorvam. A nós cabe formarbem esses profissionais e disponibilizá-los para omercado de trabalho.Sapiência – O Sr. já havia dito que o intercâm-bio com professores/pesquisadores de outros paí-ses resulta nos avanços das pesquisas, na troca deexperiências dos recursos humanos e também elevao índice de avaliação do Programa. Quais as inici-ativas da coordenação para que parcerias com gran-des universidades internacionais se tornem maisfreqüentes?Francisco Costa - Atualmente mantemos in-tercâmbio de cooperação científica com grupos depesquisadores de Programas de Pós-Graduação con-solidados, com os quais desenvolvemos pesquisasconjuntas. Essa cooperação já existe com a Facul-dade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Uni-versidade de São Paulo (USP), na área de morfolo-

gia; Faculdade de Zootecnia da Univer-sidade Estadual de São Paulo(UNESP), na área de produção ani-mal e Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (USP), na área de doen-ças infecciosas. O nosso programa, por intermédioda UFPI, mantém convênio com a Universidade dePadova (Itália); Universidade de Santiago de Com-postela (Espanha) e com a Fundação Produce Texa-la (México). Contamos, também, com a participa-ção importante de professores visitantes de Insti-tuições internacionais e nacionais em nosso pro-grama: Prof. Dr. Antonio de Veja Garcia da Univer-sidade de Zaragoza-Espanha; Prof. Dr. Rudolf Lei-ser da Justus – Liebig - Universität Giessen, naAlemanha; Profa. Dra. Maria Josefina Illera delPortal da Universidade Complutense de Madri, naEspanha; Prof. Dr. Alexandre Rodrigues da UFE-SA, no Rio Grande do Norte; Prof. Dr. José RobertoKiffouri Júnior da USP, São Paulo; Profa. Dra. Paulade Carvalho Papa da USP, São Paulo; Prof. Dr. IvanBarbosa Sampaio da UFMG, Minas Gerais e outrosdocentes. Esses professores/pesquisadores minis-tram aulas, cursos, palestras; trocam experiênciascom nossos docentes e prestam assessoria aos nos-sos alunos, na orientação de seus projetos de dis-sertação de mestrado e tese de doutorado.

Sapiência – A ciência de ponta é desenvolvida dentrodo Programa, nas áreas de sanidade e reprodução animale produção animal. O próprio Hospital Veterinário é re-ferência na sociedade. Dentre tantos estudos, o Sr. pode-ria citar algum que tenha tido maior avanço e/ou benefí-cios mais concretos para a região?Francisco Costa - Tais estudos estão volta-dos, na área de produção animal, para a investiga-ção dos alimentos mais adequados para o consumodos animais; para as exigências nutricionais dosanimais, de modo a proporcionar um melhor desem-penho produtivo, e para o melhoramento genéticoanimal. Outros estudos, da área de sanidade e repro-dução animal, abrangem o controle de doenças dosanimais, muitas delas zoonoses que, portanto, aco-metem o homem; a biotecnologia da reprodução; ocontrole da qualidade de alimentos que são consu-

midos pelo homem; utilização de plantas regio-nais no tratamento deenfermidades dos ani-mais e biologia e sa-nidade de animais

silvestres.

6 ENTREVISTA: Prof. Francisco Assis Lima CostaTERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

A professora Doutora Ivana Maria Lopes de Melo Ibiapinapossui uma extensa experiência na área da Educação. Comdoutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, desde 2004, atualmente coordena o Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí e oNúcleo de Pesquisa “Formação de Professores na PerspectivaSócio-histórica” – FORMAR, em que desenvolve estudos epesquisas com base no referencial teórico e metodológico da

A volta por cima do Programa que gera educadoresabordagem sócio-histórica e da pesquisa colaborativa. Ivana Ibiapinatem como temas de estudo e pesquisa a formação e desenvolvimentode conceitos na abordagem sócio-histórica, formação inicial econtinuada de professores, docência universitária, prática pedagógicae desenvolvimento profissional. A pesquisadora já publicou artigos,livros e vários trabalhos nessa linha. Nesta entrevista, ela fala dosavanços do Programa de Pós-Graduação, os resultados obtidos eas políticas que poderiam melhorar a educação no país.

Sapiência - Como a Sra. avalia a contribuiçãodo Programa de Mestrado em Educação da UFPIpara a educação do Estado do Piauí?Ivana - A contribuição do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) da UFPI, nos15 anos de existência, pela sua própria natureza,tem sido, fundamentalmente, no campo da produ-ção do conhecimento científico, significando comisso a realização de pesquisas por meio das dis-sertações de Mestrado já defendidas, no total de177, podendo-se citar que, em média, 90% delasretratam a realidade educacional do Piauí. Essaprodução científica vem revelando qual é a reali-dade do cotidiano e do macro contexto escolar,analisando e interpretando conhecimentos quecontribuem para compreender a escola, a forma-ção de professores, as práticas pedagógicas e ossaberes docentes, bem como o ensino, as políticaspúblicas e os movimentos sociais do Piauí e doBrasil. Essa contribuição é significativa para umEstado como o nosso que pouco tem investido empesquisas, principalmente em se tratando da edu-cação, e na produção de conhecimentos científi-cos, uma vez que o Piauí tem apenas o Programade Pós-Graduação em Educação stricto sensu, daUniversidade Federal do Piauí, em nível de mes-trado, que tem se preocupado em investigar a rea-lidade educacional piauiense.

Sapiência - O Programa é o mais antigo doPiauí e em 2007 completou 15 anos. A Sra. pode-ria citar algumas práticas pedagógicas positivasinseridas na realidade educacional do Piauí, oriun-das de pesquisas das/os alunas/os do mestrado eaplicadas nas escolas?Ivana – O PPGEd não fez ainda um trabalho depesquisa para avaliar a prática dos seus egressos.Entretanto, é possível afirmar que a maioria das/os mestras/es que concluíram o Mestrado em Edu-cação e que trabalham nas redes pública e privadade ensino do Piauí e de outros estados do Brasilproduziram conhecimentos científicos que forta-leceram o processo de desenvolvimento profissi-onal, contribuíram para a potencialização da pes-quisa e da sua articulação com o ensino. Na minhaopinião, o êxito das práticas pedagógicas é decor-rente de um processo que privilegia a pesquisacomo fonte de emancipação profissional. Váriossão os exemplos de egressos do Programa que re-tornam para a Universidade Federal do Piauí nacondição de docente dessa IES e de outros que

galgaram êxito e que vêem de-senvolvendo um tra-

balho inovador ediferen-

ciado que é fruto dos aprendizados adquiridos naexperiência desenvolvida por intermédio da pes-quisa de mestrado.

Sapiência - Quais as estratégias que a coor-denação do Programa vem executando para queo mesmo atinja melhor conceito junto às insti-tuições avaliadoras, como a Capes? Como estáa política de intercâmbio com outras universi-dades estrangeiras, por exemplo?Ivana - O Programa de Pós-Graduação emEducação foi descredenciado pela Capes no fi-nal da década de noventa e com o esforço e adedicação de um grupo de professores que acre-ditaram no potencial deste Programa, no anode 2000, revigorado por um novo projeto for-mativo, o Mestrado foi recredenciado com con-ceito 3. A primeira avaliação, após a reestrutu-ração, ocorreu no triênio 2000/2003 e o concei-to obtido pelo Programa passou para 4. O re-sultado dessa avaliação apenas confirmou oesforço e a recuperação da credibilidade do Pro-grama junto à Capes, que passou a reconhecer aqualidade da formação e da pesquisa produzidano Mestrado, a qualificação do quadro docen-tes (todos doutores em educação), do proje-to formativo do Mestrado, com disciplinasque atendem a especificidade da propostade formação de mestres em duas linhas depesquisa bem definidas. Várias são asações para manter o conceito 4 no triênio2004/2006, cuja avaliação estará saindo nofinal deste mês de outubro, dentre elas des-tacam-se o incentivo à produção qualifica-da pela Capes, principalmente a produçãode artigos em livros, coletâneas e eventoscientíficos, a melhoria dos ambientes fí-sicos disponíveis para a produção do co-nhecimento, a aquisição de equipamen-tos modernos, o incentivo à diminui-ção do tempo de titulação, o apoioaos núcleos de pesquisa vincu-lados ao PPGEd, que perfazemhoje um total de 12 basesvinculadas ao CNPq, oinvestimento na ampli-ação da quantidade debolsas, o investi-mento na produçãoda Revista doProgramade Pós-

Graduação, a organização de eventos nacionaise internacionais que visam à divulgação e soci-alização de pesquisas e o apoio aos intercâmbioscom outras IES do Brasil e do Exterior. O programamantém o convênio com a Universidade dos Estu-dos de Verona (Itália), executando o projeto “Sujei-tos e saberes na mediação de práticas sócio-educa-tivas: Auto-motivação de comunidades locais parao desenvolvimento das seguintes atividades”.

Sapiência – Vários professores-mestres já pas-saram pelo Programa. A Sra. poderia citar algunsprojetos ou linha de pesquisa que mais desperta-ram interesse dos mestrandos?Ivana - O Programa está estruturado com duaslinhas de pesquisa. A linha de ensino, formação deprofessores e práticas pedagógicas e a linha deeducação, políticas públicas e movimentos soci-ais. As linhas citadas vêm produzindo conheci-mentos nas áreas especificadas e contribuindo demaneira expressiva para a consolidação do Pro-grama. Não há como destacar projetos específicos,

já que considero que todasas pesquisas desen-

volvidas pelogrupo de pro-

fessores emestrandostêm rele-vância so-cial eatendemàs de-mandas

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ciais de construção de conhecimentos na pós-gra-duação.Sapiência – Por que mesmo com o crescimentodos mestrados de educação e qualificação pedagó-gica em todo o país o ensino público continuaapresentando falhas seculares, o que muitos atéchamam de sistema falido?Ivana - A pós-graduação brasileira é muito jo-vem, principalmente a pós-graduação em educa-ção (completa 35 anos no ano de 2007). Os pro-blemas do ensino público são estruturais e anti-gos. Não há como fazer uma relação direta entrequalidade da pós-graduação e qualidade da educa-ção básica pública, entretanto, é possível afirmarque, mesmo com o pouco tempo (uma vez queconsidero que 35 anos representa muito poucotempo para os desafios que a pós-graduação temassumido), a pós-graduação brasileira tem inves-tido na qualidade da formação de mestres e pes-quisadores (doutores e pós-doutores) que contri-buem para a melhoria da qualidade de ensino e parao desenvolvimento docente, uma vez que a forma-ção dos profissionais é um dos fatores que influ-encia nos índices de qualidade da educação bási-ca, mas é preciso lembrar que não é o único.

Sapiência – No Piauí, os movimentos sociais sãoatuantes a ponto de cobrarem e conquistarem melhoriapara a educação, principalmente no ensino fundamentale médio? Que movimentos trabalham no campo da edu-cação e que conquistas eles já obtiveram?Ivana – Sim. Um exemplo é o Movimento de Do-centes da Educação Básica Pública do Piauí, por meiodas ações do seu sindicato. Uma das conquistas quedestaco são os convênios firmados entre a SecretariaEstadual e Municipal de Educação e o PPGEd paraqualificar docentes e técnicos em nível de especiali-

zação e de mestrado em educação.

7ENTREVISTA: Profª Dra. Ivana Maria de Melo IbiapinaTERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

REPORTAGEM8

Investigação sobre as práticas pedagógicas conduz aressignificação das funções do supervisor escolar

L I V R O S

Organizador: José Augusto de Carvalho Mendes SobrinhoR$ 20,00256 pá[email protected]

Este livro emergiu das leituras e discussões sobre os artigos publicados na revista“Linguagens, Educação e Sociedade”, periódico do Programa de Mestrado em Edu-cação da UFPI. Nesta coletânea estão textos que, de alguma forma, tratam de questõesrelativas à formação de professores, saberes e práticas pedagógicas.

Formação e Práticas Pedagógica: diferentescontextos de análises

Formação de Professores e Práticas Docentes:olhares contemporâneos

Organizadores: José Augusto de Carvalho Mendes Sobrinho e Marlene Araújo deCarvalhoR$ 25,00208 pá[email protected]

Que formação docente tem se delineado no cenário educacional brasileiro? Em quemedida essa formação responde às exigências e aos desafios da profissão na socie-dade atual? Reconhecendo a complexidade da prática docente, este livro reúnetextos atuais com perspectivas avançadas sobre questões relacionadas à formaçãode professores na contemporaneidade.

Organizadora: Maria Vilani Cosme de CarvalhoPreço: R$ 25,00184 pá[email protected]

Reconhecendo a imaterialidade que a educação abarca ao se relacionar com conhe-cimentos, idéias, conceitos, atitudes, hábitos e símbolos, os autores deste livro sedebruçam sobre o diálogo entre Educação e Psicologia, de modo a mostrar ao leitorcomo a interseção desses dois campos contribui para a compreensão do processoeducacional.

Temas em Psicologia e Educação

Autor: Laerte MagalhãesR$ 20,00157 pá[email protected] O livro e o CD contam com a apresentação do jornalista Zózimo Tavares, o projetovisual gráfico de Paulo Moura, fotografia de Paulo Gutemberg e com a  produção deChagas Vale. As músicas resultam de poesias do primeiro livro de Laerte Magalhães(Cian – Sobre todas as coisas) e deste último, (Um ponto fora da curva), em parceria comGilvan Santos, Chagas Vale, Pingo de Fortaleza e Machado Jr. Participam como intér-pretes os cantores Vavá Ribeiro, João Cláudio Moreno, Chagas Vale, Gilvan Santos ePingo de Fortaleza; as cantoras Vanda Queiroz, Rosinha Amorim e Fernanda Libório.

Um ponto fora da curva (livro e CD)

Organizadoras: Ivana Maria Lopes de Melo Ibiapina e Maria Vilani Cosme de CarvalhoR$ 20,00216 pá[email protected]; [email protected]

Esta coletânea de textos foi elaborada com o objetivo de orientar as discussões no IVEncontro de Pesquisa em Educação, realizado em 2006 na UFPI. Os artigos presentesneste livro concentram seus temas em torno dos eixos da formação docente e desenvol-vimento profissional, das tendências atuais da pesquisa em educação, das práticaspedagógicas e da produção dos saberes docentes, dentre outras questões.

A Pesquisa como Mediação de PráticasSocioeducativas

Encruzilhadas da História: rádio e memória

Organizadores: Francisco Alcides do Nascimento e Francisco Santiago JúniorR$ 20,00280 pá[email protected]

Esta coletânea conta a história do rádio no Piauí, a partir dos relatos de memórias doshomens e mulheres que fizeram desta mídia algo fundamental na vida social do estado.A obra aproxima história e comunicação social ao abordar temas comuns a ambas asdisciplinas. O livro servirá de base para futuras pesquisas sobre a história das comu-nicações no Piauí no século XX.

A instituição escolar é um campofértil para estudos voltados à compre-ensão de relações educativas que ocor-rem em seu interior. Nesse contexto, osupervisor escolar torna-se figura impor-tante porque medeia relações ligadas asato de ensinar e aprender. Abordandoesta temática, a mestra Marinalva VerasMedeiros concluiu a dissertação “Tecen-do sentidos e significados sobre a prá-tica pedagógica do supervisor escolar”no Mestrado em Educação da UFPI.

O estudo prioriza a identificação,análise e síntese das necessidades for-mativas de um grupo composto de 10

supervisoras escolares da Rede Muni-cipal de Educação de Teresina, no qualteceram sentidos e significados relacio-nados às necessidades formativas paracontribuir com a consolidação de práti-cas pedagógicas mais expressivas e ten-do com suporte teórico-metodológico aformação de conceitos vigotskiana.Dentre as necessidades apresentadaspelas supervisoras estavam: planeja-mento, avaliação, afetividade, formaçãocurrículo e alfabetização. Marinalva acre-dita que “as necessidades são semprerelativas aos indivíduos e aos contex-tos, pois decorrem de valores pressu-postos e crenças”.

O desenvolvimento do estudo dasnecessidades formativas do supervisorescolar implicou não somente em situara supervisão na realidade vivida pelosprofissionais, mas também contextuali-zá-la na dimensão mais ampla da educa-ção brasileira.

Neste sentido, a pesquisa propôsidentificar que conceitos de formação,avaliação e planejamento foram interna-lizados pelas supervisoras, através dadelimitação de necessidades mais evi-dentes na prática pedagógica e as con-frontando com as sessões reflexivas.Marinalva declara: “ao confrontarmosas práticas em sessões reflexivas, hou-ve a possibilidade de construirmos umconceito de formação, planejamento eavaliação e pudemos perceber que oconceito é a essência inerente ao objeto

daquilo que fazemos na prática”.Para o desenvolvimento da pes-

quisa foram realizados encontros coleti-vos, entrevistas individuais e coletivas,seminários de estudo, sessões reflexi-vas e narrativas de formação. A modali-dade utilizada no estudo foi a pesquisacolaborativa que, de acordo com a pes-quisadora, “trata-se de uma modalidadecaracterizada por tentar resolver proble-mas de ordem prática, proporcionandoinformações que permitam a tomada dedecisões, possibilitando a implantaçãode uma determinada cultura ou mesmoverificando os efeitos de uma políticaque vem sendo desenvolvida, sobretu-do, a melhoria da capacidade de auto-reflexão e o desenvolvimento profissio-nal dos professores”.

Através do estudo, constatou-seque as supervisoras que colaboraramcom a pesquisa avançaram no processode elaboração conceitual, já que os pro-cedimentos formativos adotados criaramcondições para que o supervisor esco-lar conduza o seu processo de desen-volvimento profissional, contribuindopara o desenvolvimento de outros, pro-fessores, tornando-se multiplicador desaberes necessários à formação que ga-rantem e reafirmem sua identidade pro-fissional.

Marinalva Veras considera, demais importante neste estudo, o poderde despertar no grupo vontades pornovas práticas, tanto pedagógicas

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Profa. Marinalva Veras Medeiros*

quanto às de formação continuada eacrescenta, “este estudo permitiu ori-entar e ajustar os sentidos e os signi-ficados construídos pelas colaborado-ras sobre sua prática pedagógica, apartir da análise das necessidades for-mativas implementadas pela pesquisae que foi resultado de uma experiênciaque possibilitou tecer coletivamente aressignificação da prática pedagógi-ca”.

A pesquisadora garante que fa-zer o Mestrado em Educação pela UFPIfoi de grande importância, pois comosupervisora, houve a possibilidades detrabalhar na formação de professores,contribuir com teorias, melhorar na prá-tica e revela ainda: “o mestrado possibi-lita ver além do senso comum e, atravésdele, tive um crescimento imensurável,com várias publicações em encontros depesquisa. Além disso, o mestrado ad-quiriu hoje um nível de excelência, poragregar pesquisadores de vários Esta-dos e por ser muito significativo no quetange à educação, até porque a educa-ção local vem melhorando, apesar danecessidade de mais avanços, consta-tados, através dos índices de avaliação”.

*Marinalva Veras MedeirosTutoria de Educação à Distânciae Coordenação de Supervisão dosPedagogos da Rede Municipal de Educaçã[email protected]

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

REPORTAGEM 9

Evolução do Mestrado em Ciência Animal fez criar oprimeiro Doutorado da UFPI

Estudantes da pós-graduação estudam tipos de alimentos para dieta de animais

O Programa em Educação foi oprimeiro a surgir, em 1991. Oito anosdepois, veio o de Ciência Animal.Com a criação e desenvolvimento domestrado e a avaliação da CAPES, oprograma de Ciência Animal evoluiue passou a ter conceito 4 (numa es-cala que varia de 1 a 7), o que permi-tiu a elaboração de uma propostapara o projeto de doutorado que foiaprovado em 2005, sendo implanta-do a partir de 2006.

“H oje, temos u m progra maconstituído de dois cursos: o mes-trado e o doutorado em Ciência Ani-mal. O objetivo dos nossos cursos équalificar profissionais para o desen-volvimento de suas atividades, tan-to na área de ensino como de pes-quisa e propriamente na área profis-sional, visando a uma contribuiçãonas áreas específicas da ciência ani-mal para o Estado do Piauí”, disse ocoordenador do Programa, Dr. Fran-cisco Assis Lima Costa.

Desde que foi criado o mestra-do em Ciência Animal, já foram titu-lados 58 mestres. Atualmente estãomatriculados 56 alunos, sendo 20 nodoutorado e os demais no mestrado.

Para o coordenador Francis-co Assis Lima Costa, as produçõese o nível de qualificação dos do-centes, obviamente, cresceram, as-sim como todo o Centro, devido àimplantação do Programa de Pós-Graduação e mais ainda com a efe-tivação do doutorado.

O Programa em Ciência Animalevoluiu tanto que conseguiu por sisó captar recursos externos para odesenvolvimento das múltiplas ati-vidades. Prova disso é que, desde2004, foi injetado no Programa cercade R$ 2 milhões de reais. SegundoFrancisco Assis Lima Costa, dinhei-ro oriundo das agências de financia-

mento, como o CNPq, Capes, FINEP,FAPEPI e o Banco do Nordeste. Osrecursos são muito bem-vindos, poisservem para equipar laboratórios,além de viabilizar o desenvolvimen-to das atividades de pesquisa.

“Atualmente, nosso Programaconta com 28 docentes. Todos bemqualificados com doutorado e algunscom pós-doutorado. Temos mantidoparcerias técnico-científicas com ou-tras instituições nacionais. Nossoprograma tem como suporte básico aestrutura do Centro de Ciências Agrá-rias, onde temos vários laboratórios(mais de 20), além de setores de ca-prinos, suínos, bovinos e patologiadando sustentação às atividades de-senvolvidas no mesmo, afinal quan-do o aluno entra no programa elaboraum projeto que será executado com adissertação ou tese”, explicou.

Além das parcerias técnico-ci-entíficas com instituições nacionais -como USP, UNESP e Universidade Fe-deral de Viçosa - existem os convêni-os firmados com instituições interna-cionais, como a Universidade de Pa-dova (Itália), Fundação Produce Tla-xcala (México) e Universidade deSantiago de Compostela (Espanha).

O Mestrado e o Doutorado emCiência Animal estão centrados naqualificação de profissionais bempreparados. Apresenta duas áreas deconcentração: uma de Sanidade e Re-produção Animal e a outra de Produ-ção Animal, ligadas, naturalmente, àsciências agrárias. Cada área tem li-nhas de pesquisas. Por exemplo, naárea de Sanidade e reprodução ani-mal, estão relacionadas cinco linhasde pesquisas: diagnóstico, epidemi-ologia, controle e terapia de grandesanimais. A outra linha é a qualidadee produto de biologia animal, estudofarmacológico e toxicológico de plan-

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tas regionais como alternativa de tra-tamento de enfermidade animal, fisi-opatologia do stress e biologia e sa-nidade de animais silvestres.

A área de Produção Animalé co nst i tu ída de t r ês l inha s depesquisa : avaliação e concentra-ção de manejo das pastagens nostrópicos, exigências nu tricionaise avaliação de a limentos para ru-mina ntes e nã o-ru minantes, me-lhoramento genético, preservaçãoe adaptabilidade climática de ani-mais de interesse econômico.

O doutorado, único na área,existente nesta região do Meio Nor-te do Brasil, envolve profissionais deveterinária, zootecnia, agronomia ebiologia. “Então, ele cria uma neces-sidade muito grande de qualificaçãoem alto nível de profissionais queirão incorporar o mercado de traba-lho, tanto no setor empresarial pri-vado quanto no setor público”, ex-plicou o coordenador.

Francisco Assis Lima Costaacrescenta que são desenvolvidosestudos impor ta ntes na á r ea deProdução Anima l, envolvendo aparte de nutrição animal, um pro-blema sério do Estado, com a es-cassez de a limentos.

Todos os programas são visi-tados anualmente pela CAPES e detrês em três anos, é dado o conceito,através de uma avaliação rigorosa,que requer a produção científica e ointercâmbio com outras instituiçõesnacionais e internacionais, além deprofessores visitantes que vêm mi-nistrar aulas e palestras.

“Atingimos o conceito 4, sig-nifica que estamos em evolução. Aconsolidação do programa de avali-ação vem quando atinge o conceito5 e esta é a nossa meta. Na verdade,já temos algumas características de

Núcleo de Pesquisas Morfológicas: Médica faz Ultrasson em gato

conceito 5, como as parcerias comoutros programas de Pós-Graduaçãono Brasil e no exterior, como também,a participação de professores do ex-terior em nosso programa, como daAlemanha, Espanha entre outros”,planeja o coordenador.

Ana Lys Bezerra Barradas Mi-nei ro é uma das dou tora ndas doPrograma de Pós-Graduação em Ci-ência Animal da UFPI, da primeiraturma, 2006. A oportunidade surgiudepois de concluir o Mestrado pelomesmo Programa, em 2003. Ela estádesenvolvendo tese na área de Sa-nidade e Reprodução Animal, soba orientação do Prof. Dr. RômuloJosé Vieira. Seu projeto tem comotema “Leptospirose e transtornosreprodutivos em bovinos”.

“Estou satisfeita com a estru-tura. Na minha área , conto com oapoio dos seguintes laboratórios:Patologia Animal, Reprodução Ani-mal e Sanidade Animal. Com recur-sos oriundos de vários projetos, oCCA conta com equipamentos bemavançados. Aparelhos de análisesmorfométricas, imuno-huistoquími-ca e também o laboratório de biolo-gia molecular. Em relação a outrosprogramas, o deste Centro está bemadiantado, tendo sido recentemen-te avaliado com o Conceito 4 pelaCAPES, o que significa ser um bomcurso em nível nacional, sem falarqu e nã o precisei sa i r do Estadopa ra t enta r meu tí tu lo” , d isse adoutoranda que, recentemente, foiagraciada com o primeiro lugar dasapresentações orais , dentre maisde 600 trabalhos apresentados noII Congresso Na cional de Sa údePública Veterinária , realizado nacidade de Forta leza, Cea rá . AnaLys também desenvolve pesquisacomo bolsista da FAPEPI/CAPES.

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

RESUMO DE TESES10

Caracterização genético-molecular de um bancoativo de germoplasma de soja

Francisco de Alcântara NetoProf. Adjunto I /UFPI/Campus Bom JesusDefesa: Universidade Federal de Viçosa,Minas Gerais, 2005 - [email protected]

No Estado do Ceará, a caatinga é a unidade fito-ecológicamais representativa espacialmente, abrangendo aproxima-damente 72.980 Km2 e apesar da sua grande abrangênciaespacial, pouco se conhece ainda sobre seus padrões de co-munidades vegetais no Estado. Este trabalho objetivou con-tribuir com a ampliação do conhecimento sobre a caatinga,investigando a flora e estrutura, bem como realizando omapeamento orbital das fisionomias existentes na vegeta-ção da Estação Ecológica (EE) de Aiuaba, Ceará. Foramrealizadas coletas botânicas mensais no período de outubro/2003 a fevereiro/2005, incluindo todas as formas de vida. Acoleção botânica está depositada no acervo dos HerbáriosSPF, EAC, HUVA, IPA e K. No levantamento florísticoforam coletados 183 espécimes, pertencentes a 47 famílias,113 gêneros e 161 espécies. Deste total, três táxons estãosendo propostos como espécies novas para a ciência. Asfamílias mais ricas em termos específicos foram Legumino-sae, Euphorbiaceae, Bignoniaceae, Convolvulaceae, Acan-thaceae e Asteraceae, respondendo por 51,5% do total dasespécies. Para o estudo fitossociológico, foram alocadas 50parcelas de 10x10m em uma área de 1,5ha. Foram medidosos caules de todos os indivíduos lenhosos vivos ou mortosainda em “pé”, inclusive cipós, com Diâmetro ao Nível doSolo e” 3cm e altura total e” 1m. Foram amostrados 3.007indivíduos distribuídos em 47 espécies e 21 famílias. Legu-minosae, Euphorbiaceae, Erythroxylaceae, Acanthaceae,Bignoniaceae e Rutaceae responderam por 66% das espéciesamostradas. Croton argyrophylloides (Euphorbiaceae), Pip-tadenia moniliformis (Leguminosae) e Erythroxylum caa-tingae (Erythroxylaceae) tiveram os maiores valores deimportância. As alturas e os diâmetros médios e máximosforam 4,51 e 13m e 7,28 e 44,88cm. Com imagens CBERS-2 e uso de dados de campo elaborou-se um mapa da vegeta-ção da EE de Aiuaba, utilizando o Normal Difference Vegeta-tion Index (NDVI). Foram detectadas quatro fisionomiasvegetais, havendo predomínio de caatinga arbustiva-arbó-rea alta aberta. A importância deste estudo está nas informa-ções básicas acerca do estado atual da vegetação, fornecen-do subsídio para estudos futuros relacionados à compreensãoe previsão de mudanças no padrão de distribuição das comu-nidades vegetais.

Jesus Rodrigues Lemos - Professor da UniversidadeFederal do Piauí-UFPI, Campus Ministro ReisVelloso - Defesa: Universidade de São Paulo, [email protected]

Florística, estrutura e mapeamento da vegetaçãode caatinga da Estação Ecológica de Aiuaba, Ceará

Este romance dá vida ao professorado, revelando como sãoconstruídos os significados e os sentidos do “ser professor”.Como romancista, desvelamos não apenas as construçõesfeitas pela consciência reflexiva dos heróis, mas o que existeno interior de nossa própria mente. Falamos de processos,do vir a ser, da história de professores e professoras emformação, em devir, no romance, narrando o percurso dedezenove (19) professores universitários, entre os quais nosincluímos. O caminho percorrido para a sua sistematizaçãofoi o da unidade entre a colaboração, a reflexão e o dialogis-mo. A história contada revela o discurso interior potencialdos professores a partir da fonte inesgotável de riqueza dapercepção do outro. Para a construção deste texto, usamosos princípios teóricos e metodológicos da teoria sócio-his-tórica e da pesquisa colaborativa, relacionando as reflexõesdos professores com o conceito de docência como profis-são. Dividimos esta pesquisa em quatro partes, na primeira,revelamos o porquê da nossa escolha por esse enredo, desta-cando o contexto teórico e as questões que direcionaram amontagem do romance~ na segunda, ressaltamos a dialéticacomo método da cognição e da atividade prática, a modali-dade de investigação colaborativa, as estratégias de entre-vistas e reflexão, o uso do videoteipe e das sessões reflexi-vas, esclarecemos, também, o conceito de reflexão e o pa-pel da linguagem nos processos colaborativos~ na terceira,apresentamos os heróis, seu perfil pessoal e profissional, olevantamento das necessidades de formação para o exercí-cio docente na universidade e o diagnóstico dos conheci-mentos prévios, analisamos as sínteses das enunciaçõesemitidas pelo Grupo nas sessões reflexivas~ a quarta parte,compreende as reflexões intra-pessoais sobre a prática do-cente e as compartilhadas, a análise do processo de elabora-ção conceptual e as implicações dessa re-elaboração para aprática. Na síntese final, retomamos a problemática queinicialmente nos motivou à realização deste trabalho, apre-sentando os principais conhecimentos construídos com re-lação ao processo de reelaboração do conceito de docênciacomo profissão e suas implicações para o processo de desen-volvimento profissional.

Ivana Maria Lopes Ibiapina - Professorae Coordenadora do Mestrado em Educação da UFPIDefesa: Universidade Federal do Rio Grande doNorte, 2004 - [email protected]

Docência Universitária: um romance construídona reflexão dialógica

A maioria dos programas de melhoramento não tem ex-plorado amplamente os recursos genéticos contidos emseu germoplasma, ou seja, não dá tanta ênfase à caracteri-zação mais precisa dos acessos presentes no germoplasma,que poderiam auxiliá-los na fase de pré-melhoramento.Objetivando caracterizar e avaliar a diversidade genéticade 100 acessos de soja provenientes do banco ativo degermoplasma da COODETEC, utilizou-se a análise de DNAcom marcadores microssatélites, a avaliação morfológicae a informação de genealogia disponível para alguns aces-sos. Os primers de SSR (Satt177, Satt182, Satt275, Satt335e Satt373) permitiram detectar 34 alelos, pelo sistema deeletroforese utilizado, com uma média de 6,8 alelos porloco. A informatividade dos locos SSRs variou de 0,35 a0,88, com média de 0,74. Realizou-se o agrupamento pelométodo UPGMA (unweighted pair-group using an arit-metic average) e otimização de Tocher. Pelo agrupamentoUPGMA, verificou-se que os dados de SSRs, morfológicose o coeficiente de parentesco (genealogia) formaram 25,19 e 56 grupos distintos, respectivamente. Considerando oagrupamento pelo método de Tocher, os dados de micros-satélites, morfológicos e de genealogia formaram 15, 8 e23 grupos, respectivamente. Comparando os grupos for-mados pelo coeficiente de parentesco, observou-se que amédia das distâncias (UPGMA) apresentou maior consis-tência com a genealogia dos acessos que aqueles obtidospelo método de Tocher. O coeficiente de parentesco apre-sentou uma maior formação de grupos, entretanto essaestimativa possui um viés elevado quando comparado aoutros métodos de avaliação, pois os genótipos de apenasuma geração parental eram conhecidos. Pelas seis caracte-rísticas morfológicas avaliadas conseguiu-se formar diver-sos grupos e classificar alguns acessos em grupos distintos.Através da estimativa da diversidade genética com base emmarcadores microssatélites, obtiveram-se melhores infor-mações, em relação aos outros métodos, sobre as relaçõesgenéticas dos indivíduos. Os resultados obtidos permitem acomparação da distância genética entre os acessos de soja,o que pode auxiliar na escolha de progenitores no progra-ma de melhoramento da COODETEC.

Este trabalho analisa o discurso dos professores de químicada Universidade Federal do Piauí acerca do uso das tecnolo-gias digitais, si tes e softwares educativos, concebidas comoferramentas aplicadas ao ensino de química. Analisa tam-bém a forma de utilização na sala de aula dos softwares:spartan; origin; química orgânica II e dos si tes: nautilus;chemkeys; ucs; qmc.ufsc e quark. O objetivo fundamentalé verificar como o uso dessas ferramentas contribui peda-gogicamente para o processo de ensino/aprendizagem naárea da química. O aporte teórico utilizado sustenta que astecnologias digitais por si só não estabelece, nem catalisamudanças na prática pedagógica, mas a forma como é con-cebida pelo professor e utilizada no sistema de ensino,potencializa a eclosão de sucessivas inovações e posteriormudança no paradigma educacional. Para o desenvolvi-mento desta pesquisa foi utilizada uma metodologia quali-tativa a fim de possibilitar a busca do conhecimento quími-co compreendendo que essa produção também se elaborana troca, na socialização, às vezes conflituosas, que osdiferentes atores envolvidos promovem ao enfrentarem erepresentarem suas realidades, preenchendo-as de signifi-cações diversas. Neste sentido, foram analisados: (a) odiscurso dos professores obtido através de entrevista; (b)os dados sobre si tes e softwares educativos utilizados noensino de química obtidos através de uma grade de análiseproduzida para esta finalidade. O resultado da análise dosdados gerados aponta para algumas razões positivas quejustificam a utilização das tecnologias digitais no ensino dequímica: rapidez e eficiência na obtenção de informações;acesso a novos conhecimentos e maior agilidade no apren-dizado. Além disso, possibilita fazer simulação medianteexperimentos virtuais, oportunizando professores e alu-nos a adquirirem informações recentes e possibilidades deacesso a novos conhecimentos.

Nilson Fonseca MirandaProfessor Adjunto da UFPIDefesa da Tese: Universidade Federal do Ceará, [email protected]

Tecnologias Digitais no Ensino de Química

O presente trabalho “Maria Firmina e Amélia Beviláqua nahistoriografia brasileira: representações, imagens e memó-rias do século XIX e XX”, tendo como suporte teórico ahistória da literatura, história, histórias das mulheres, teo-ria literária e áreas afins, teve como objetivo rastrear oprocesso de inclusão e de exclusão das escritoras MariaFirmina dos Reis e Amélia Beviláqua, na historiografialiterária brasileira do século XIX e século XX, bem como ashistórias maranhenses e piauienses; trata também do estu-do extra-textual e intra-textual das obras: “Úrsula”, deMaria Firmina e “Angústia e Jeanete”, de Amélia Bevilá-qua, verificando as memórias, imagens e representações doestatuto da mulher no contexto sóciopolítico e culturalnos quais as obras se inserem.

A doença de Chagas é uma antropozoonose, causada peloprotozoário flagelado Trypanosoma cruzi, transmitida aohomem por diversas maneiras, como a vetorial, por trans-fusão sanguínea, congênita, entre outras. A doença apre-senta-se em três formas: aguda, crônica e intermediáriaentre essas duas fases. A doença crônica manifesta-se detrês formas: cardíaca, digestiva e indeterminada. Estudosrelacionam a fase crônica da doença com a participação daresposta imune celular, sendo que o antígeno HLA-A30confere susceptibilidade, enquanto o HLA-DQB1*06 con-fere proteção em pacientes chagásicos crônicos. O Fatorde Necrose Tumoral (TNF) é uma potente citocina infla-matória e o seu gene está localizado na região HLA classeIII e os estudos experimentais mostram sua participaçãona resposta imune na doença de Chagas(DC).Na regiãogênica do TNF são descritos seis microssatélites polimór-ficos, ainda não investigados na doença de Chagas. O obje-tivo deste trabalho é avaliar a importância dos microssa-télites do TNF na susceptibilidade ou na proteção à doençade Chagas. Foram estudados 162 pacientes chagásicos crô-nicos e 221 controles. Os microssatélite foram identifica-dos utilizando-se DNA amplificado com iniciadores se-qüência específicas e revelados em gel poliacrilamida. Aná-lises estatísticas foram feitas usando os programas GENE-POP e ARLEQUIM e o teste exato de Fisher. Foram cal-culados risco relativo, intervalo de confiança, fração etio-lógica e fração preventiva. Oito alelos dos microssatélitesdo TNF mostraram valores significantes quando compa-rados com os controles, uns associados com susceptibilida-de à doença de Chagas: TNFa7,TNFa8,TNFb2,TNFb4,TNFd5 e TNFe2,enquanto TNFd3 e TNFb7 mostraramassociação com proteção. 20 haplótipos mostraram-sesignificantes, deste apenas o TNFa10-b4-c1-d3-e3 foi oúnico a conferir resistência. Concluímos pela pesquisa queesta região cromossômica está relacionada à susceptibili-dade ou proteção à doença de Chagas.

Maria Firmina e Amélia Beviláquana historiografia brasileira: representações,imagens e memórias do século XIX e XX

Algemira de Macêdo MendesProfessora Adjunta da UESPI/UEMADefesa: Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul, 2006 - [email protected]

Viriato Campelo - Professor Associado da UFPI.Defesa: Universidade de São Paulo-Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto, [email protected]

Microssatélites do Fator de Necrose Tumoral naDoença de Chagas.

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

REPORTAGEM 11

Parte aérea da mandioca vira alimento para suínosO Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal da UFPI conta com pes-quisas importantes na sua área de Pro-dução Animal de Interesse Zootécnico,no Departamento de Zootecnia. Nele, háuma complexa infra-estrutura voltadapara ensino e pesquisa, com laboratóriode nutrição animal, galpão para armaze-nagem de produtos para estudos de me-tabolismo de nutrientes e galpões paraestudo de suínos, aves, caprinos e ovi-nos, além de equipamentos para avalia-ção de alimentos para ruminantes.

O Programa mantém estreita inte-gração com os cursos de graduação emmedicina veterinária, engenharia agronô-mica e áreas afins, uma vez que mais de90% de todos os professores do progra-ma e sua infra-estrutura também estãovoltados para aulas teóricas e práticasdas diversas disciplinas da graduação.Para o professor Dr. Agustinho Valente,responsável pelo setor de Suinoculturado Departamento de Zootecnia, há umenvolvimento do que é produzido comopesquisa e tecnologia com os alunos degraduação. “Isso ocorre por meio dos tra-balhos de conclusão de curso, do está-gio curricular, que estão vinculados aosprojetos de pesquisa dos docentes doprograma”, atesta.

Para ele, com este estímulo, os alu-nos da graduação apresentam, com mai-or naturalidade, melhor desempenho nassalas de aula e nos laboratórios. Tudoisso sem contar com as palestras e semi-nários constantes, os quais os discentespodem se inserir, conquistando mais co-nhecimentos e otimizando o conteúdoaprendido em sala de aula. Trabalhossobre o melhoramento animal seguemcomo a principal linha do Departamento.

Uma das pesquisas que Agusti-nho Valente está orientando dentro doPrograma é sobre alimentos não conven-cionais para suínos em crescimento. Otrabalho de dissertação de mestrado é daaluna Caroline Moura Marques. O mes-mo está em fase de conclusão e a ser sub-metido à banca de avaliação.

A pesquisa objetiva avaliar a di-gestibilidade, a metabolizabilidade denutrientes e o balanço de nitrogênio dofeno da rama da mandioca, ou seja, a par-te aérea da planta, para suínos em cresci-mento; bem como o desempenho dessesanimais alimentados com diferentes ní-veis de inclusão do subproduto nas die-tas. O diferencial do estudo e o que seespera no final é que a dieta não conven-cional possa ser mais viável economica-mente do que o alimento tradicional dossuínos, que é à base de milho e farelo desoja, uma vez que a rama da mandioca é aparte não aproveitada da planta, devidoao alto grau de toxicidade, portanto seuvalor comercial é bem menor.

Toxicidade da mandioca - O pro-cesso denominado cianogênese é a ca-pacidade da planta de produzir ácido cia-nídrico ou íon de cianeto (HCN), sob cir-cunstâncias particulares e, é observadaem várias espécies vegetais. Na mandio-ca, porém, as substâncias tóxicas da par-te aérea da planta podem ser parcialmen-te eliminadas pela secagem ou ensilagem(armazenagem). Substâncias cianogêni-cas presentes, principalmente, na folhada mandioca dão origem à formação deácido cianídrico, que ao ser ingerido em

grandes quantidades provoca envenena-mento e freqüentemente mortes, e emdoses reduzidas provocam diminuição daprodutividade, transtornos gastrintesti-nais ou diminuição do crescimento. Parautilização da parte aérea da mandioca,deve-se triturar e fornecer aos animaisapós o emurchecimento.

Agustinho Valente atesta que ‘osavanços observados na suinocultura tec-nificada, caracterizados pelos elevadosíndices produtivos, têm induzido os nu-tricionistas a buscarem alternativas quepromovam utilização mais econômica emais eficiente das rações’.

Pesquisas comprovam que a ali-mentação é o componente de maior par-ticipação no custo da produção de suí-nos, o que implica na escolha cuidadosados alimentos, na formulação precisa derações, e também, na correta mistura dosingredientes.

Com base em referenciais teóricos,Caroline Marques afirma que a produçãode suínos se mantém alicerçada em doispontos fundamentais: melhorar a produ-tividade e evitar a contaminação do meioambiente com os dejetos. Ambos estãodiretamente ligados à alimentação. E con-sidera que “A inclusão do feno da ramada mandioca em dietas de suínos repre-senta o aproveitamento de um subpro-duto que, normalmente, é desperdiçadoe, no entanto, pode interferir na reduçãodos custos de produção da atividadesuinícola”. Ela constatou que essa alter-nativa na alimentação animal traz comoimportante conseqüência a liberação domilho e também de parte da soja. O milhosempre ocupou lugar de destaque na ali-mentação animal, não só pelo seu com-provado valor nutritivo como tambémpela tradição de cultura em nosso país.No entanto, estudos mostram que, ape-sar de sua boa qualidade nutricional, vá-rios produtos têm sido estudados com oobjetivo de substituí-los no concentra-do, principalmente devido ao seu custoelevado.

A suinocultura brasileira tem sedestacado no cenário mundial, situandoo Brasil entre os países mais desenvolvi-dos do setor. Entretanto, produtores en-frentam problemas durante grande partedo ano, principalmente devido à oscila-ção na oferta de grãos, constituintesbásicos da dieta desses animais, haven-

do por conseqüência significativa in-terferência nos custos de produção ena lucratividade desta atividade. “Esseprocesso adquire caráter mais repre-sentativo para o pequeno e médio pro-dutor rural, uma vez que estes possu-em limitadas condições de influenciarno mercado de insumos, principalmen-te, o de alimentos. Desta forma, a pers-pectiva de obtenção de lucros com asuinocultura está fundamentada no pla-nejamento adequado da alimentaçãodos animais. A nutrição, a genética, asanidade, as instalações e o manejo sãoas grandes áreas que devem ser consi-deradas em conjunto para maximizarresultado qualitativo e econômico”,considera o professor.

Daí a importância de estudoscomo esse no Programa de Pós-Gradu-ação em Ciência Animal, pois o conhe-cimento de alternativas para a dietaanimal em quantidade e qualidade ade-quada, a preços que viabilizem a pro-dução, é o que espera o criador e setorna cada vez mais um desafio para ospesquisadores. Pesquisas voltadaspara o conhecimento de alimentos con-siderados alternativos, produtos ousubprodutos, que possam substituirparcialmente o milho e o farelo de sojanas dietas de suínos, tornam-se impres-cindíveis, pois a sustentabilidade nosetor ocorrerá com a redução de cus-tos e o incremento da produtividade.

Agustinho ValenteDepto. de Zootécnica – CCA – UFPI(86) [email protected]

A mandioca (Manihot esculenta,Crantz) desempenha importantepapel social como fonte de carboi-dratos para os seres humanos. Aparte aérea da mandioca possuialto valor nutritivo (proteína, car-boidratos, vitaminas e minerais),além de excelente aceitabilidadepelos animais. De origem sul-americana, suas raízes são ricasem energia e as folhas ricas emproteína. Atualmente, a mandiocaé cultivada em mais de 90 países edas 187.665.489 toneladas produ-zidas no mundo, o Brasil possuiuma produção anual de21.961.082 toneladas e um rendi-mento médio de 13,4 toneladas porhectare (IBGE, 2003). A produçãobrasileira de mandioca está loca-lizada em maior concentração nasregiões Nordeste (8.821.452t),Nor te (6 .559.89 5t) e Sul(4.209.453t). O Estado Piauí con-tribuiu com 430.306 toneladas demandioca por ano e com rendi-mento médio de 9,0 toneladas porhectare (IBGE, 2004).

Aluno do CCA faz análise em laboratório de Nutrição Animal, na Zootecnia

Professor Agustinho Valente junto ao galpão onde se estudam varias raças suínas

Foto

: Már

cia

Cris

tina

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: Már

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Cris

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TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007

REPORTAGEM

O Laboratório de Biotecnologia daReprodução (LBR), instalado no Centrode Ciências Agrárias, da UniversidadeFederal do Piauí, construído com recur-sos do CT-INFRA (30%) e da UFPI (70%),vem adquirindo, através de projetos es-pecíficos, equipamentos modernos e es-senciais às distintas atividades técnicasassociada à reprodução animal. A equipetécnica, vinculada ao LBR, consta de doisprofessores doutores e dois técnicos mé-dico-veterinários; cinco pós-graduandosem nível de doutorado e quatro em nívelde mestrado; dois bolsistas de iniciaçãocientífica, dois graduandos em conclusãode curso e dois monitores. O LBR estrutu-ra-se para atender ao ensino (graduação epós-graduação), à extensão (criadores daregião) e, principalmente, à pesquisa, emduas grandes linhas de trabalho: tecnolo-gia de sêmen e tecnologia de embriões.

Sua grande meta é a formação debanco genético de sêmen e de embriõespara uso em projetos de melhoramentoanimal. Além da espécie bovina, o poten-cial de trabalho do LBR e de sua equipetécnica, se estende a outras espécies deinteresse econômico, como a ovina, capri-na e eqüina. Quanto ao aspecto sanitário,

Laboratório realiza pesquisas avançadas em reprodução animalos animais são acompanhados pelo La-boratório de Sanidade Animal (LASAN),do Hospital Veterinário Universitário.

Nos últimos 50 anos, as biotécni-cas reprodutivas animais vêm se aprimo-rando no sentido de atender às necessi-dades da produção animal. Além da Inse-minação Artificial (IA), Transferência deEmbriões (TE) e Fecundação “In Vitro”(FIV), técnicas que já venceram as barrei-ras impostas pela pesquisa e chegaram àrealidade prática do campo, a clonagem etransgenia, entre outras, ainda buscamamadurecimento nos Laboratórios. NoLBR, já existem projetos de pesquisa demestrandos e doutorandos envolvendoInseminação Artificial, FIV e TE.

Considerada a primeira técnica re-produtiva de maior eficiência para o cres-cimento quantitativo e qualitativo dos re-banhos, a inseminação artificial é frequen-temente aperfeiçoada, no sentido de me-lhor aproveitar o potencial dos reprodu-tores considerados geneticamente supe-riores. Além dos métodos tradicionais deavaliação dos órgãos reprodutivos (ins-peção e palpação), o exame ultrassono-gráfico, em particular dos testículos, con-tribui eficientemente para o diagnósticode eventuais alterações patológicas quepossam restringir a capacidade produtivae reprodutiva do macho.

O médico veterinário, professor epesquisador na área de reprodução ani-mal do CCA, Dr. José Adalmir Torres deSouza, informou que além do exame clíni-co, a avaliação do comportamento sexual,traduzida pelo interesse do macho pelafêmea em cio (libido) e pela capacidade deexecução do salto (monta), é igualmentede grande valia.

“Mais recentemente, pela necessi-dade de maior segurança em estimar a realcapacidade do reprodutor, muita atençãovem sendo dada ao estudo dos fluídosseminais e da ultraestrutura e funcionali-dade dos espermatozóides. Assim, estru-turas como a membrana plasmática, oacrossoma, o complexo mitocondrial, a cro-matina (DNA) e a morfometria de alguns

segmentos espermáticos podem revelarcom maior segurança a fertilidade real doreprodutor. Ainda, associado à Insemina-ção Artificial, cabe destacar o domínio datécnica de sexagem espermática (citome-tria de fluxo), permitindo ao criador a es-colha de sêmen para produção de machos(espermatozóides Y) ou de fêmeas (esper-matozóides X), segundo a afinidade de seuempreendimento”, explicou.

Novas pesquisas têm surgido so-bre a fisiologia reprodutiva das fêmeas (ci-clo estral), favorecidos pela utilização daultra-sonografia no estudo da dinâmica decrescimento folicular,e o crescente envol-vimento da indústriafarmacêutica na pro-dução de potentesanálogos de hormôni-os, diretamente en-volvidos na fisiologiareprodutiva.

Para o Dr. Adal-mir Torres, esses co-nhecimentos permiti-ram ao pesquisadormanipular com efici-ência a ciclicidade re-produtiva das fême-as, levando-as à indu-ção e sincronização dos estros (cios) e, con-seqüentemente, das ovulações. Esse pro-cesso permite que se efetue a inseminaçãoartificial propriamente dita (deposição dosêmen no útero) em dia e hora pré-estabe-lecidos, sem a necessidade de identifica-ção das fêmeas em cio. Com isso, tende-sea abandonar a técnica tradicional e adotar ainseminação artificial em data pré-determi-nada, tecnicamente denominada de Inse-minação Artificial em Tempo Fixo - IATF.

Já no final da década de 80, a técni-ca reprodutiva por transferência de embri-ões se consolidava como a segunda maisimportante e rapidamente foi aplicada aocampo, particularmente na produção debovinos. A técnica consiste na seleção dematrizes de alto potencial genético, deboas condições reprodutivas, sanitárias e

Prof. Dr. José Adalmir Torres de Souza*

*José Adalmir Torres de SouzaDepto. de Clínica e Cirurgia Veterinária(86) [email protected]

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Foto

: Már

cia

Cris

tina nutricionais, a quem caberá produzir e doar

(daí o termo doadora) os ovócitos já ferti-lizados (embriões). Sob as mesmas condi-ções das doadoras, exceto a condição ge-nética, são selecionadas fêmeas que vãoreceber os embriões e levar a gestação eparto a termo (fêmeas ditas receptoras).

Outra técnica estudada no Progra-ma de Ciência Animal do CCA é a Produ-ção In Vitro de Embriões (PIVE). A técnicaconsiste na obtenção dos ovócitos porpunção e aspiração dos folículos ovaria-nos, via transvaginal, com a agulha sendoguiada pela imagem ultrassonográfica,

obtida com o transdu-tor posicionado retal-mente.

Adalmir Tor-res informou que nosbovinos, o ganho ge-nético dos últimos 20anos deve-se, basica-mente, ao aumento daintensidade e acurá-cia da seleção das ra-ças. “Esse impulsoinicial foi dado pelaInseminação Artifici-al (IA) e, posterior-mente, pela Transfe-rência de Embriões

(TE). A PIVE, uma técnica também já con-solidada, considerada a terceira geraçãode biotecnologias da reprodução, temavançado rapidamente na última década eestá sendo lentamente incorporada aosprojetos de produção e abrindo novoscaminhos para multiplicação de animais deinteresse econômico, superando os atu-ais índices de TE no que diz respeito àprodução bezerro/vaca/ano”, descreveu.Para se ter uma idéia de produção, estima-se que, em média, uma vaca em condiçõesnaturais produz um bezerro por ano, na TEproduz um bezerro por mês e na PIVE umbezerro por semana.

Na América do Sul, segundo a Soci-edade Brasileira de Tecnologia de Embri-ões, o Brasil é destaque na produção deembriões, tanto “in vivo”  como “in vitro”.

A inseminação artificial é ocaminho mais curto para o

melhoramento genéticodos rebanhos. No Brasil,

onde o efetivo bovino é dequase 200 milhões de

cabeças, não mais que 6%das fêmeas em

reprodução no país sãoinseminadas, segundo a

Associação Brasileira deInseminação Artificial.

TERESINA - PI, OUTUBRO DE 2007