Santinhas e Ordinárias

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Falamos com as atrizes que dão vida às mulheres ricas e religiosas que aprontam todas na nova série GCB

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Falamos com as atrizes que dão vida às mulheres ricas e r

Santinhas e

Recepção nadacalorosa – QuandoAmanda Vaughn (LeslieBibb) volta para a cidadenatal no Texas comouma mulher madura eresponsável, nem todas assuas amigas do passadoestão dispostas a esquecera garota malvada queela foi durante os anosde escola; e nenhumde seus atuais maridosparece ter se esquecido daaluna popular que todosqueriam conquistar

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s e religiosas que aprontam todas na nova série GCB

ordináriaspor Sarah Mund, de Los Angeles*

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GCB i dia 29, terça, 22h,sony, 49 e 549 (hd)

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ORotina de igreja – Como bons sulistas que são, grande parte docotidiano dos moradores de Highland Park se desenrola na igreja:acima, Carlene (Kristin Chenoweth) põe suas cordas vocais paratrabalhar no coral gospel; no alto, à direita, Amanda (Leslie Bibbs)agradece as irônicas preces destinadas a ela; e, ao lado, sua mãeGigi (Annie Potts) leva os netos a um baile beneficente

acontece que a jovem viúva amanda (Bibb) não sen-te tanto orgulho de seu passado na cidade natal. Quandoela descobre que o marido não só a traiu, como deixoua família sem dinheiro algum, sua última opção é sair daCalifórnia com os dois filhos para voltar a morar na casada mãe, vivida pela veterana da TV annie Potts.

Se amanda não hesitou em deixar para trás seus tem-pos de bancar a santinha na igreja e aprontar todas con-tra as outras adolescentes para assumir o estilo califor-niano de vida, suas ex-colegas de escola não parecem tertanta facilidade em esquecer o passado. É aí que começaa diversão. Enquanto se esforçam para manter a apa-rência, enviando presentes de boas-vindas e bancandoNo reino das carolas

a MegeraregeNerada

apesar de ter deixadopara trás seu passado

de menina má, amandaVaughn (Leslie Bibb)irá sentir na pele as

maldades que causouàs antigas colegas, quenão deixarão que sua

volta a dallas aconteçade forma tranquila, pla-nejando várias formasde mandá-la de volta

para a Califórnia.

coNsciêNciapesada

heather (Marisolnichols) até sofreu nas

mãos de amanda naadolescência, mas na

vida adulta superou ostraumas. Única solteirado grupo, é a primeiraa se arrepender dasbrincadeiras de mau

gosto promovidas pelasmulheres de highland

Park. e se torna uma boaaliada da antiga inimiga.

a iNvejosaapesar de bonita,

casada e bem-sucedidanos negócios, Cricket

(Miriam shor) não con-segue esquecer o fato

de amanda ter roubadoseu namorado da época

de escola. Mesmo queno final ele tenha se re-velado um marido infiel,

que a ex-rival enterrouna Califórnia antes de

voltar com os filhos paraa casa da mãe.

S fãS dE DesPerATe HousewiVesnão precisam arrancar os cabelos como fim iminente da série, ainda maisporque têm a chance de encontraralgum consolo em GCB, que já chegaapostando nas fofocas que acontecemem outra não tão pacata vizinhança.Em vez de acompanhar os surtos das

donas de casa da arborizada Wisteria Lane, agora é a vez das mulhe-res que frequentam a paróquia de Highland Park, bairro luxuoso dacidade de dallas, no Texas, mostrarem do que são capazes.

Baseada no livro da texana Kim Gatlin, a atração passou poroutras duas variáveis do mesmo nome antes de chegar ao títulodefinitivo: Good Christian B*tches, a versão censurada do nomedo livro, Good Christian Belles, uma opção mais comportada, e fi-nalmente a abreviação, GCB. “Existe uma comoção quando você

coloca a palavra ‘Christian’ [cristã/ão]ao lado da palavra ‘bitch’ [nesse sentido,falsa, mal-intencionada]. acho que aspessoas não pegam a ironia disso e já

assumem que estamos tirando sarro da situação. Como alguémque cresceu no sul dos EUa, sempre fiquei fascinada com essaspessoas que são de um jeito dentro da igreja e completamentediferentes do lado de fora”, justificou Leslie Bibb, intérprete dapersonagem central, amanda Vaughn.

ok, a série é engraçada, mas não debocha da igreja ou das pes-soas que a frequentam. Uma coisa a ser considerada é que aspiadas são regionais. Não é preciso ser americano para saber umpouco sobre o “Texas proud”, o orgulho que os nascidos no es-tado conservador têm de seu jeito caubói de ser. E grande partedas sacadas cômicas vem daí, tirando a ironia das mulheres quese encontram na igreja para praticar maldades.

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vez, terei que cortar sua garganta! deus te abençoe’.Essa é a graça dessas mulheres”, brincou annie Potts,que na trama é Gigi, a mãe de amanda.

SEM OFENSAS, RIA DE SI MESMO

Se por vezes as personagens podem parecer caricatasao público brasileiro, o elenco jura de pés juntos que ostexanos são assim mesmo, cheios de atitude. mas se ain-da estiver achando difícil entender essas pessoas que vãoa festas usando chapéus de vaqueiro e botas – oi, interiordo Brasil! –, existem outros motivos para acompanhar asperipécias dessas donas de casa de certa forma tambémdesesperadas. “Sendo uma pessoa que não cresceu nosul e entrando em contato com esse novo universo, sentique há algo universal nessas dicotomias. Porque sem dú-vida há muita hipocrisia nos Estados Unidos, mas não sóaqui. Eu acho que todo mundo pode se identificar comisso”, analisou a atriz miriam Shor, que dá vida a Cri-cket, uma das frequentadoras da igreja do bairro e cons-piradora de planos malignos nas horas livres.

E para os puristas de plantão que acharem ruim otom da brincadeira, aqui vai um bom recado da atrizKristin Chenoweth: “Nós estamos nos divertindo comisso. Se as pessoas não puderem mais rir de si mesmas,aí sim teremos um problema. acho que nós, cristãos,nos levamos muito a sério às vezes e isso não é saudá-vel. Não é porque alguém vai à igreja que ela não gostade sexo, ou de uma bebida de vez em quando, ou atéde um pouco de fofoca. o que queremos é mostrar olado humano que existe em qualquer religião”. Se atéa família que protagonizou o divertido vídeo, sensaçãodo Youtube, cantando a música gospel “Para a Nossaalegria” reagiu com bom humor à repercussão alcan-çada, quem pode achar ruim que algumas americanasdevotas virem motivo de piada?

* A jornalista viajou a convite da sony

Mãe aliadaMesmo sendo uma das

típicas mulheres quefrequentam os eventosbeneficentes da igreja eque nunca viu problema

nas “travessuras” dafilha enquanto ela era

adolescente, Gigi (anniePotts) admira a novaatitude de amanda.ainda que na maiorparte do tempo só

reclame de seus novoshábitos californianos.

a “boa”saMaritaNa

Perto dela, a mágoa queas outras guardam deamanda é brincadeira

de criança. Carlene(Kristin Chenoweth)

incorporou em sua per-sonalidade as maldades

que ela e as outrasmulheres sofreram na

época da escola. agoraé quem coordena as

brincadeiras maldosaspara cima da ex-colega.

Má poriNfluêNcia

sharon (Jennifer aspen)é a parceira ideal para

Carlene e Cricket, porquenão tem a mente cal-

culista necessária parabolar planos diabólicos.Uma das mais bonitas

da turma durante aadolescência, seus

problemas com pesoa deixaram insegura eachando que amandavai roubar seu marido.

as vizinhas solidárias, as mulheres ricas de dallas não se sentemconstrangidas na hora de tentar acabar com a vida da antiga rival.

“Cresci nesse mundo e sei exatamente como as pessoas falam.Essas pessoas não apenas são, como podem dizer as coisas maiscruéis. mas se for sussurrando e com um ‘deus te abençoe’ no fi-nal, é como se fosse inofensivo”, descreveu Kristin Chenoweth.a atriz e cantora da Broadway dá vida à abelha rainha do grupode mulheres que recebe amanda de volta à vizinhança com osdois pés atrás. “as pessoas do sul são famosas por insultar os ou-tros de um jeito diferente: ‘amiga, você está horrível hoje! deuste abençoe’ e ‘Querida, se você olhar para o meu marido outra

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