Santander e BBVA tiveram desempenho menos desfavorável ... · na ordem dos 54%. LES ECHOS Ouro...

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BES não concede margem de segurança ao investidor Pág. 26 COMISSÃO DA REFORMA DA FISCALIDADE VERDE APRESENTA RELATÓRIO Novos impostos ambientais podem representar 180 milhões de euros ASSOCIATIVISMO Marcas portuguesas usurpadas no estrangeiro por falta de registo FISCALIDADE IRS vai ter modelo padronizado e benefícios para casais com filhos TRANSPORTES Base da easyJet no Porto pretende fomentar segmento “corporate” FUNDOS DE INVESTIMENTO Ações nacionais dominam “top” cinco das rentabilidades anuais Pág. 25 TURISMO Parcerias entre operadores potenciam turismo no Douro Pág. 34 EMPRESAS Showroomprive fatura 350 milhões de euros na Europa Pág. 6 Filkemp investe 1,5 milhões em novo produto Pág.13 Paulo Morgado nomeado CEO da Capgemini Espanha Pág. 8 Nº 1550 / 18 de julho 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB 9 720972 000037 01550 PUB PUB Candidaturas ao PRODER devem reabrir em setembro Pág. 7 Santander e BBVA tiveram desempenho menos desfavorável Bancos portugueses lideram perdas em Bolsa ARAN Info.Bruxelas SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO Pág. 22 Pág. 17 Pág. 35 Págs. 6 e 7 do Suplemento Energia & Ambiente Cotação atual face a 2007 (Valores em percentagem) Pág. 5

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BES não concede margem de segurança

ao investidor Pág. 26

COMISSÃO DA REFORMA DA FISCALIDADE VERDE APRESENTA RELATÓRIO

Novos impostos ambientais podem representar 180 milhões de euros

ASSOCIATIVISMO

Marcas portuguesas usurpadas no estrangeiro por falta de registo

FISCALIDADE

IRS vai ter modelo padronizado e benefícios para casais com filhos

TRANSPORTES

Base da easyJet no Porto pretende fomentar segmento “corporate”

FUNDOS DE INVESTIMENTOAções nacionais

dominam “top” cinco

das rentabilidades

anuaisPág. 25

TURISMOParcerias

entre operadores

potenciam turismo

no DouroPág. 34

EMPRESASShowroomprive

fatura 350 milhões

de euros na EuropaPág. 6

Filkemp investe 1,5

milhões em novo

produtoPág.13

Paulo Morgado

nomeado CEO

da Capgemini EspanhaPág. 8

Nº 1550 / 18 de julho 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PUB

9 720972 000037

0 1 5 5 0

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Candidaturas ao PRODER devem reabrir em setembro

Pág. 7

Santander e BBVA tiveram desempenho menos desfavorável

Bancos portugueses lideram perdas em Bolsa

ARAN

Info.Bruxelas

SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO

Pág. 22 Pág. 17 Pág. 35

Págs. 6 e 7 do Suplemento

Energia & Ambiente

Cotação atual face a 2007(Valores em percentagem)

Pág. 5

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2 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

ABERTURA

Top da semana

THE WALL STREET JOURNAL

Problemas da Zona Euro voltam a surgir

A Zona Euro tomou várias medidas para resolver as falhas estruturais que ameaçavam a sua existência. Mas não há que procurar muito para encontrar problemas. As dificuldades do BES atingiram com dureza os ativos portugueses.No entanto, os danos não se limitaram a Portugal, outros países com dívida soberana também se ressentiram, como foram os casos de Espanha, Itália, Grécia e até a Irlanda.

EXPANSIÓN

Europa acelera pagamento da garantia jovem

Bruxelas pretende acelerar o desembolso do fundo comunitário de seis mil milhões de euros para impulsionar o Plano de Garantia Jovem. A Espanha é o principal beneficiário desta dotação, com cerca de 1,8 mil milhões de euros.

As subvenções destinam-se sobretudo a financiar a garantia jovem, que consiste em oferecer aos jovens no desemprego ou que acabam os seus estudos mais formação ou práticas no prazo máximo de quatro meses. Espanha posiciona-se em vantagem, tendo em conta que tem a maior taxa de desemprego entre os jovens menores de 25 anos, na ordem dos 54%.

LES ECHOS

Ouro regressa a investimento refúgio

O ouro está a atrair novamente os investidores e especuladores, que apostam agora no aumento do seu valor. Os preços atingiram os níveis mais elevados dos últimos quatro meses.A situação geopolítica está na base da valorização do metal precioso, que volta a funcionar como valor refúgio. As tensões no Médio Oriente e na Ucrânia estão a ter um impacto direto no preço da onça e os especuladores não perdem tempo.

ImprensaEM REVISTA

Internacional ............. Pág. 11

Mercado de PC inicia recuperação

Negócios e Empresas Pág. 12

Vida Económica lança livro sobre política e sociedade

Negócios e Empresas Pág. 14

Falta de parcerias entre empresas portuguesas prejudica negócios

Fiscalidade .................Pág. 18

Constituição e apresentação de orçamentos e contas nas IPSS

Tecnologias .............. Pág. 19

O desafio continua a ser o reconhecimento da importância deste setor para o país

Tecnologias ...............Pág. 20

Keep It Safe IT apresenta novas soluções ao mercado

Mercados .................. Pág. 25

Economia portuguesa cresceu 0,2% no segundo trimestre

Mercados ...................Pág. 27

Crédito Agrícola com campanha destinada aos emigrantes portugueses

Turismo ......................Pág. 34

Parcerias entre operadores potenciam turismo no Douro

Nesta edição

06 Atualidade

Candidaturas ao PRODER podem reabir em setembro

17Fiscalidade

IRS vai ter modelo padronizado e dá benefícios fiscais a casais com filhos

22 Associativismo

Marcas portuguesas estão a ser usurpadas no estrangeiro por falta de registo

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

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MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

O vento que sopra há muito que não traz boas notícias para o país que somos. Às vezes até apetece, mesmo, pegar no vento e fugir deste lamaçal de intrujice e de pilhagem em que medra o poder e os seus cortesãos da finança à economia, passando por labirínticas sinecuras político-partidárias.

O “caso” do Grupo Espírito Santo – como pode um qualquer cidadão respirar neste nosso país sem se sentir por ele ética e politicamente asfixiado? – configura-se, aparentemente, como mais um caso de putativa associação criminosa. Os tribunais confirmá-lo-ão, ou não. Ou deveriam fazê-lo, mas…

Ora, ao abordar, no habitual estilo “soap opera”, a crítica situação ao redor do BES, o comentador político que neste país “lava mais branco” foi interpelado pelo seu interlocutor no sentido de saber “Onde está o dinheiro?” – a pergunta que muitos, pelo menos eu, queriam ver respondida. Marcelo Rebelo de Sousa não respondeu e, até, fugiu expressamente à questão. Esta é, porém, a grande questão de todo este imbróglio político-financeiro, a qual expressa o caos em que navega a vida pública portuguesa.

Não posso ignorar, como advogado

interveniente em largas centenas de conflitos entre instituições bancárias e seus clientes, o facto de estes terem, num primeiro momento, sido seduzidos a consumir crédito dito a pataco. Tudo lhes era oferecido num inconsciente processo de endividamento cujos resultados têm vindo, desde 2008, à tona. Com a crise, instalada a austeridade (para alguns), a banca foi sempre, porém, acarinhada no espírito do neoliberalismo reinante. Enquanto os contratos que a envolviam com o poder político eram tidos por intocáveis, o cidadão comum viu os seus direitos, ainda que também contratualizados com o Estado – direito a pensões, retribuição e outros –, serem destruídos pelo Governo da “troika” ou a “troika” do Governo.

Após esse momento de facilitismo, a banca, em geral, trocou a sedução pela reivindicação imoral do que alegadamente lhe pertencia e, então, iniciou-se o calvário, muitas vezes até ao último suspiro, de quantos haviam contraído empréstimos bancários. Insolvências sem fim e despejos sem limites foram, e ainda são, o preço que vai sendo pago por quaisquer empréstimos incumpridos.

Alguns banqueiros, em conúbio com

interesses partidários inconfessáveis e seus servidores ou utilizadores, são responsáveis primeiros pelo desconcerto das finanças públicas. Muitos o sabem por experiência pessoal e, outros, por dever de ofício, mas ninguém tem coragem de ir ao âmago dos problemas e atacar o mal na raiz.

Se as autoridades seguissem o cherne, isto é, o itinerário dos dinheiros confiados e desbaratados por esses políticos-banqueiros apátridas, talvez muito mais se viesse a saber sobre esta democracia folclórica em que nos debatemos sem um destino à nossa frente, com cada vez mais folclore e menos democracia.

De país de brandos costumes, que não mata os toiros mas apenas os farpeia cristãmente, passámos a uma amálgama de indivíduos sem carácter para quem tudo vale e tudo tem perdão. Venham mais uns milhões da UE e tudo o mais será esquecido.

Neste contexto, é desolador, também, contemplar a passividade da Justiça. Lenta, incompetente (subtilmente desativada pelo poder executivo), mole, egoísta, já não é, como deveria ser, a esperança dos oprimidos.

Tudo isto é triste, tudo isto é fado!

“Onde está o dinheiro?”De país de brandos costumes, que não mata os toiros mas apenas os farpeia cristãmente, passámos a uma amálgama de indivíduos sem

carácter para quem tudo vale e tudo tem perdão.

Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

CARLOS COSTA

O governador do Banco de Portugal agiu de forma adequada no caso do BES. Perante

a insistência dos mercados, convocou uma reunião de urgência e rapidamente foi dada posse a Vítor Bento. Sobretudo, o BdP revelou que estava atento a todas as movimentações, o que nem sempre sucedeu na história da instituição. É certo que há matérias que “escapam” ao banco central, mas pelo menos Carlos Costa conseguiu introduzir alguma calma no sistema financeiro. Resta esperar que a credibilidade seja agora recuperada no exterior, o que dependerá em grande medida da nova administração.

JORGE MOREIRA DA SILVA

Na política, o que parece é. O ministro do Ambiente deu a conhecer

o anteprojeto da Fiscalidade Verde, garantindo que não haverá um aumento dos impostos. Mas o Estado conta encaixar 180 milhões de euros. Se não tem custos para o contribuinte, resta saber de onde vem o dinheiro. Jorge Moreira da Silva revela a sua face política, em que até o evidente é questionável. Certo é que contribuintes, empresas e famílias, têm de se preparar para um novo agravamento da tributação. O que interessa, de facto, é o que fica no bolso e a verdade é que os bolsos andam vazios há já muito tempo.

PAULO MACEDO

O ministro da Saúde chegou a ser um dos membros do Governo

mais conceituados. O seu tempo parece estar a chegar ao fim. Sobretudo, o governante não quer ver o que se está a passar no SNS. A rutura é iminente a todos os níveis e a greve dos médicos foi a esse nível bastante expressiva. O que mais incomoda é a negação efetiva de uma realidade muito importante. Para agravar ainda mais as coisas e dar razão aos críticos, a Comissão Europeia vai abrir um processo a Portugal por atrasos nos pagamentos na saúde.

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Para Miguel Frasquilho, a taxa de cobertura das importações que atinge 245% no Tâmega e Sousa é um exemplo para o país.

“A região do Tâmega e Sousa é a que apresenta o melhor indicador do país na taxa de cobertura das importações pelas exportações” – afirmou Miguel Frasquilho. O pre-sidente da AICEP visitou esta se-mana a região, considerando que se trata de um exemplo a seguir pelo resto do território nacional.

No encontro com empresários da região, Luís Miguel Ribeiro referiu que o Tâmega e Sousa é o

território que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial do país, com a melhor taxa de cobertu-ra entre importações e exportações, superior a 245%. O presidente do Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa apontou como exemplo os

setores do calçado, mobiliário, vi-nho verde, extração e transforma-ção de granitos, metalomecânica e património cultural e turismo. Ou-tro dos principais ativos da região está na sua população, uma vez que esta é uma das mais jovens do país e da Europa, fazendo a diferença em termos de recursos humanos para as empresas.

Está prevista para breve a assi-natura de um protocolo de cola-boração entre a AICEP e o CETS, de forma a proporcionar uma fer-ramenta de apoio mais direto aos empresários da região.

MIGUEL FRASQUILHO VISITOU EXPORTADORES

Tâmega e Sousa é a região com melhor saldo da balança comercial

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 3

Vítor Bento quer reconquistar confiança dos mercados“A minha prioridade no BES consiste em reconquistar a confiança dos mercados, redobrar os es-forços no sentido de nos aproximarmos das nossas equipas, dos clientes, investidores e regulado-res, pondo fim à especulação e abrindo caminho a um novo capítulo”, referiu Vítor Bento, pre-sidente da comissão executiva do BES, na sua primeira mensagem aos colaboradores. Lembrouainda que o BES é “uma instituição com um passado histórico” e revelou orgulho em ter sido es-colhido para liderar o banco.

Calçado, mobiliário, rochas ornamentais e metalomecânica foram alguns dossetores representados no encontro com Miguel Frasquilho.

O Tâmega e Sousa é o território que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial do país

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O turismo evidencia muitas oportunidades para o futuro que vão exigir uma intervenção da iniciativa pública e privada em benefício dos territórios envolvidos – afirmou Ricardo Rio. O vice-presidente do Eixo Atlântico falava no seminário organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, no Porto.ALBANO DE [email protected]

A euro-região Norte de Por-tugal-Galiza , com os seus sete milhões de habitantes, é uma área de referência estratégica e um espaço natural de coopera-ção a nível histórico, económi-co e social – afirmou Ricardo Rio. Segundo referiu, os pilares em que assenta a estratégia para

esta euro-região têm a ver com sistemas básicos de transporte (incluindo a ligação ferroviária

Porto-Vigo); eixo do mar, po-tenciador de projetos comuns; competitividade das PME po-tenciada pela cooperação entre

associações empresariais; prote-ção ambiental como garante da sustentabilidade e – em termos

de enquadramento – a coopera-ção a nível institucional e polí-tico.

Ricardo Rio destacou várias

iniciativas de caráter promocio-nal, entre as quais a publicação de um Guia Turístico relaciona-

do com as principais cidades do Eixo Atlântico, a organização da Expocidades (que arrancou em Pontevedra), a promoção institucional dos Caminhos de Santiago apoiada em fundos co-munitários atribuídos a projetos com impacto na valorização da oferta turística, e a divulgação mais alargada da euro-região em cadeias de televisão e em órgãos de comunicação social.

Promoção conjunta

Para Enrique Santos, presi-dente da CCILE, o turismo é uma atividade chave nas rela-ções económicas entre os dois países ibéricos, e em particular no âmbito da região Norte de Portugal-Galiza. Enrique Santos destacou a existência de diversos projetos comuns que têm vindo a aproveitar os legados histórico

e cultural de ambos os lados do rio Minho, potenciando uma oferta turística de enorme qua-lidade. A finalizar a sua inter-venção, o Presidente da CCILE alertou para a necessidade rele-vante de agilizar procedimen-tos, com vista a incentivar pro-jetos comuns de investimento, bem como para a necessidade de uma divulgação promocio-nal conjunta da região Norte de Portugal-Galiza – interna e externamente –, já que os inte-resses são comuns.

A relevância do turismo nas economias espanhola e portuguesa

O Seminário prosseguiu com a abordagem do tema “Carac-terização da situação económi-ca, promoção e incentivos ao desenvolvimento do setor do tu-rismo” em Espanha e na região do Norte de Portugal, com as intervenções de António Nieto Magro, Conselheiro de Turismo da Embaixada de Espanha, em Portugal e de Melchior Moreira, presidente da Região de Turismo do Porto e Norte de Portugal.

CCILE ORGANIZA NO SEMINÁRIO LUSO-ESPANHOL SOBRE TURISMO

Euro região Norte de Portugal-Galiza deve desenvolver projetos comuns de

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

Na mesa-redonda intervieram João Álvares Ribeiro, Manuel Barber, João Luís Sousa, Juan Viñas e Francisco Calheiros.

O cônsul de Espanha, ladeado por Ricardo Rio e Enrique Santos.

Portugal é o segundo maior destino turístico para os espanhóis

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Espanha é o 3.º maior destino turístico do mundo

Espanha é o 3º destino de la-zer a nível mundial; o turismo representa 9,5% do PIB espa-nhol, sendo um grande gerador de emprego (cinco vezes mais que a indústria química e seis vezes mais que a indústria auto-móvel) – afirmou Nieto Magro.

O Conselheiro de Turismo da Embaixada de Espanha em Por-tugal salientou que o saldo nega-tivo da balança comercial exter-na é compensado pela atividade do turismo.

Portugal é o 2º destino turís-tico dos espanhóis logo a seguir a França, relevando aqui o peso do turismo fronteiriço.

Nieto Magro revelou ainda que cerca de 40% das ações de promoção estão agora centra-das no turismo cultural, mas a aposta estende-se aos diversos segmentos e tipos de turismo, tendo sempre em conta as neces-sárias adaptações face à mudan-ças permanentes dos comporta-mentos dos fluxos turísticos.

Turismo continua a crescer em Portugal

Em 2014 o turismo deverá crescer na região Norte – afir-mou Melchior Moreira. O pre-sidente da Região do Turismo do Porto e Região Norte desta-cou o contributo determinante de uma oferta diversificada com base regional para o sucesso do setor, a qual tem que natural-mente se adaptar aos segmentos de turistas cada vez mais exigen-tes e variados.

Para Melchior Moreira, a di-nâmica de crescimento do turis-mo na região depende da des-centralização – e do combate aos estrangulamentos burocráti-cos –, devendo haver incentivos no sentido da requalificação da oferta. Como bom exemplo foi referida a recuperação no Porto do Hotel Carris). A entrada em funcionamento duma Comissão Interministerial para a orienta-ção estratégica do turismo cons-titui, para Melchior Moreira, um passo muito relevante para desenvolvimentos futuros.

Enoturismo potencia expansão do turismo

Para João Álvares Ribeiro, da Quinta do Vallado, o Porto e a Região Norte estão a dar os

primeiros passos no domínio do enoturismo. Este empresá-rio, considera relevantes ini-ciativas de cooperação empre-sarial como a associação de produtores do Douro, à qual devem-se aliar/articular os di-versos operadores turísticos.

Juan Viñas referiu que o Porto deve ser assumido como a capital da região Norte de Portugal-Galiza e que a sua promoção deve ser feita em coerência com este princí-pio. O Presidente do Grupo “Carris Hoteles” constatou a eficiência e utilidade das inter-venções públicas da CCDR--Norte, da Região de Turismo do Porto e do município por-tuense. Questionado sobre o andamento do seu projeto – o Hotel Carris no Porto – Juan Viñas afirmou que ele tem ex-cedido as melhores expetativas, pois o crescimento turístico do Porto é de facto uma realidade incontornável, salientando que a consolidação da reabilitação urbana da Baixa e uma apos-ta firme no chamado turismo de negócios são vertentes com grande impacto.

Manuela Barber, diretora da Iberia para Portugal, enfa-tizou que o papel desta com-panhia aérea é o de facilitador do transporte de pessoas e tu-ristas, referindo o significativo incremento de passageiros na ligação Porto-Madrid. Ques-tionada sobre a complemen-taridade ou rivalidade entre os aeroportos do Porto e de Vigo, Manuela Barber prefere clara-mente a ótica da complemen-taridade, revelando que está a ser equacionada a promoção do aeroporto de Vigo para os portugueses que vivem mais a Norte.

Francisco Calheiros, presi-dente da Turihab, referiu que a reabilitação de casas identifi-cadas como património histó-rico e cultural para efeitos de turismo de habitação teve iní-cio na zona de Ponte de Lima. Com base nesta experiência, referiu, o âmbito geográfico destas iniciativas foi sendo alargado, tendo sido criada a Associação Turihab que opera a nível nacional. Hoje em dia esta Associação íntegra 120 casas com uma oferta de mais de 1000 camas e uma central de reservas própria. Francisco Calheiros considera que o tu-rismo de habitação não é só uma vertente de negócio, mas sim um motor de preservação de património, possibilitada por esse mesmo negócio. Con-sidera também que este papel de preservação do património por agentes privados é muito importante e complementar da própria iniciativa púbica.

investimento

Caminhos de Santiago atraem turismo cultural

SANTANDER E BBVA TIVERAM DESEMPENHO MENOS DESFAVORÁVEL

Bancos portugueses

lideram perdas em Bolsa

Os títulos dos bancos por-tugueses são os mais atingidos pela queda das cotações em Bolsa. Face ao início da crise financeira em 2007, as ações do BES e do BCP deprecia-ram 97%. Em Julho de 2007, o BES atingiu um máximo de J17,31 por ação. Por seu turno, em 2007 o BCP cotava a J3,90. Atualmente, a cotação do BES ronda os J0,50 mas esta sema-na atingiu um mínimo históri-co de J0,355. Já o BCP vale em bolsa cerca de J0,10.

O BPI também sofreu uma depreciação forte. À cotação atual próxima de J1,45, perde cerca de 78% face a 2007.

Considerando a depreciação sofrida, as ações dos bancos portugueses não têm sido um bom investimento. Ao longo do tempo, os acionistas dos bancos têm sido confrontados com baixo retorno sob a for-ma de dividendos, sucessivos aumentos de capital e a dimi-nuição acentuada da cotação em bolsa, na sequência da crise financeira.

Comparativamente aos gran-des bancos espanhóis, as perdas dos bancos portugueses são bastante maiores. Enquanto os bancos cotados portugueses perderam entre 78% e 97% do valor, os títulos dos maio-res bancos espanhóis têm uma menos-valia de 50% no caso do Santander e de 53% em relação ao BBVA.

Portugal Telecom perdeu 77%

Além dos bancos, a PT tam-

bém tem dado origem a perdas consideráveis para os acionistas. Em 2007, cada ação da PT va-lia em bolsa J8,50 e atualmen-te está abaixo de J2, penalizada pela hipótese de perda com os

créditos sobre as empresas do Grupo Espírito Santo.

EDP lidera em capitalização bolsista

Com as perdas sofridas, os bancos portugueses passaram a ocupar posições mais modestas em termos de capitalização bol-sista.

O valor do BES em bolsa ronda os 2400 milhões de eu-ros, ligeiramente acima do BPI e do BCP, ambos com 2100 mi-lhões.

A empresa com maior ca-pitalização bolsista é a EDP, com 14500 milhões de euros. A elétrica tem sido menos pe-nalizada em termos de cotação em bolsa. Face aos máximos de 2007, os acionistas estão com uma menos-valia de 27%.

Em posição de destaque sur-ge a Jerónimo Martins que já vale 7255 milhões de euros em bolsa. A crise financeira não teve impacto negativo nas ações da empresa. Em 2007 a JM co-tava a J4,33 e atualmente vale J11,38, proporcionando uma forte mais-valia aos acionistas.

O valor da Jerónimo Martins em Bolsa é superior à soma dos três maiores bancos portugue-ses, BES, BCP e BPI, o que é algo de inédito, refletindo a valorização das ações da JM e a perceção de valor atribuído pelo mercado.

A Portucel é também uma empresa com valor elevado em Bolsa. A capitalização bolsista atual de 2600 milhões de euros está acima dos bancos cotados. Face a 2007, a cotação da Por-tucel não depreciou e regista mesmo uma valorização, o que traduz expetativas positivas dos investidores face à atividade da empresa na indústria da pasta e do papel.

Diferenças entre construtoras

Apesar de a construção civil

ser um dos setores mais afeta-dos pela crise, a evolução da cotação em Bolsa não tem sido tão desfavorável como no caso dos bancos.

A Mota-Engil vale atualmen-te J4,66, que compara com o máximo de J7,27 registado em 2007.

A capitalização bolsista é de 977 milhões de euros.

Em relação à Teixeira Duarte e à Soares da Costa, a perda de valor em Bolsa tem sido mui-to mais acentuada. Os títulos da Teixeira Duarte valem atu-almente J0,75, o que significa uma depreciação de 80%. O valor da empresa em Bolsa é de 319 milhões de euros.

Quanto à Soares da Costa, que já foi a maior construtora do país, a cotação atual é de J0,16, representando uma per-da considerável face aos J2,58 de 2007. A capitalização bolsis-ta da Soares da Costa está abai-xo dos 30 milhões de euros.

EDP tem a maior capitalização bolsistaValores em milhões de euros

14550

7255

26012100 2418 2108 1722

EDP JerónimoMartins

Portucel BPI BES BCP PortugalTelecom

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 5

penalizado, mas perde 79% do valor

da JM ultrapassa

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Em 2013, a Showroomprive fechou o ano com 16,2 milhões de sócios em toda a Europa e uma faturação de 350 milhões de euros, 45% realizada através dos dispositivos móveis e tablet.“O nosso objetivo é oferecer um portfólio global de marcas premium que satisfaçam quaisquer necessidades que correspondam a este perfil das consumidoras portuguesas”, afirma à “Vida Económica” Thierry Petit, CEO da Showroomprive.Esta plataforma de venda “online” vai abrir um centro de produção fotográfica em Barcelona, permitindo que as marcas portuguesas e espanholas não tenham de se deslocar a Paris para realizar os catálogos fotográficos publicados em Showroomprive.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - Como surgiu a Sho-wroomprive?

Thierry Petit - A trajetória de Showroom-prive é de mais de 20 anos no que respeita ao setor da moda. O cofundador David Dayan, antes de lançar a plataforma “online”, esteve al-guns anos a trabalhar com as marcas de moda francesa e internacionais e colaborava a distri-buir em circuitos não tradicionais as coleções que não foram vendidas nas respetivas lojas.

No ano de 2006, David e eu conhecemo--nos. Como tenho 15 anos de experiência no campo da internet e estou ligado desde o início da minha atividade profissional ao de-senvolvimento de projetos tecnológicos em e--commerce, juntos decidimos pôr em marcha a Showroomprive.com com uma abordagem distinta: vender as coleções através da nova plataforma online, mas também criar estraté-gias que permitissem às marcas optar - captar a quota de mercado na internet e reforçar a imagem dos seus produtos e empresas entre as compradoras de moda.

Em 2012 decidimos apostar em Portugal, do qual dizemos sempre que foi uma surpresa pelos bons resultados obtidos. No início de-cidimos abrir a Showroomprive em Portugal porque inicialmente somente existia uma

empresa que se dedicava ao mesmo negócio, com o nome “vendas privadas online”.

O resultado foi um êxito e descobrimos que este tipo de plataforma online que reúne mar-cas de moda, acessórios, beleza, cosméticos, decoração, etc, com descontos dos 30% aos 70% tem uma grande demanda em Portugal. Neste momento somos a operadora líder com uma faturação de 10 milhões de euros e um milhão de usuários registados, que recebem a nossa newsletter com as campanhas de ven-das todos os dias.

VE - De que forma se diferencia face a outras lojas “online”?

TP - A Showroomprive posiciona-se como uma loja que dá total atenção às marcas e aos seus usuários. Para as marcas, é uma captação de quota de mercado, reforço de imagem en-tre o comportamento dos clientes e potenciais clientes “online”. Não queremos gerir apenas stocks, mas também é do nosso total interesse encontrar soluções globais que incluam a saída dos mesmos, ter especial atenção ao tratamento da imagem, posicionar a nossa marca e, muito importante, contribuir para o conhecimento dos usuários. A Showroomprive desenvolve estratégias para conseguir atingir os objetivos propostos que, está claro, são: a imagem da em-presa, a faturação e a internacionalização.

Vamos também abrir o nosso primeiro centro de produção fotográfica na Península Ibérica (em Barcelona) com o objetivo de que as marcas portuguesas e espanholas, que até

agora teriam que enviar os seus produtos ao nosso centro de Paris para realizar os catálogos fotográficos publicados em Showroomprive, possam vir a Barcelona com os seus estilistas e dirigirem, se assim o considerarem oportu-no, os photoshootings. É um grande avanço porque desta forma as marcas controlam di-retamente a imagem de cada campanha em Showroomprive.

VE - É equacionada a abertura de lojas físicas para complementar a loja digital?

TP - Não. Em França contamos com a Showroom30, uma loja física que existia an-tes de lançarmos a Showroomprive.com, mas não pensamos neste momento em abrir lojas físicas noutras cidades.

“Portugal é um mercado com potencial”

VE - Quais são os principais mercados? TP - Atualmente estamos em Portugal, Es-

panha, Itália, França, Reino Unido, Holanda, Bélgica e Polónia. Todos estes países são im-portantes para nós e dos quais temos estado a ter resultados bastante positivos. Em 2013, fechámos o ano com 16,2 milhões de sócios em toda a Europa e uma faturação de 350 milhões de euros, 45% realizado através dos dispositivos móveis e tablet.

Especificando Portugal, ficámos muito surpresos com os resultados obtidos. É um mercado com muito potencial. Claramente

conta com uma menor população que Itália, França ou Espanha, mas o nível de %, se nos basearmos na percentagem de consumidores que compram em Showroomprive, as cifras de negócio obtidas no país são excelentes.

Estou certo de que nos espera ainda mais surpresas relativamente ao mercado portu-guês este ano, porque os consumidores enten-deram perfeitamente as vantagens das vendas privadas “online” e também porque desde Showroomprive adaptámo-nos aos gostos lusos, oferecendo um portfólio de marcas e estilo de artigos de referência em Portugal.

VE - Em que segmentos de produtos há maior crescimento?

TP - O nosso segmento estrela é o “digital mums”, ou seja, todas as mulheres com filhos, que trabalham e recorrem à Showroomprive por quatro razões: querem encontrar marcas, não têm muito tempo para comprar porque estão muito atarefadas a nível pessoal e profis-sional, procuram qualidade ao melhor preço e para as mesmas é muito importante com-prar em um site seguro a nível de pagamento e de atenção ao cliente.

A Showroomprive está especializada no setor de moda e de acessórios de mulher, criança e homem, 70% dos produtos à venda pertencem a esta categoria, enquanto os 30% restantes procuram satisfazer outras necessi-dades da “digital mum”: são as categorias de beleza e cosmética, decoração e casa, pequeno eletrodoméstico, etc. O nosso objetivo é ofe-recer um portfólio global de marcas premium que satisfaçam quaisquer necessidades que correspondam a este perfil das consumidoras portuguesas.

Existe um grande crescimento no que res-peita a uma campanha de lenços, alcançando os 100 mil produtos. As vendas dos nossos produtos numa campanha para determinada marca vai entre os 30 mil e 50 mil de produ-tos. É importante notar que este tipo de vo-lumes tem uma grande relevância nas marcas que pretendem liquidar o seu stock de uma só vez e também aumentar a quota de mercado e de reconhecimento da marca na internet.

VE - Nesta área há tendência para con-centrar a oferta nas principais marcas in-ternacionais, limitando o espaço para as marcas nacionais?

TP - É necessário encontrar um bom mix de marcas nacionais e internacionais. Recen-temente participámos num evento no Porto, no qual nos reunimos com diversas marcas portuguesas, para avaliar a possibilidade de fechar acordos com as mesmas. Uma das mis-sões do nosso departamento de atenção ao cliente é recorrer todos os pedidos das mar-cas por parte das nossas usuárias portuguesas e enviá-los ao departamento de marcas, para poderem captar a nossa oferta à demanda.

THIERRY PETIT, CEO DA SHOWROOMPRIVE, CONSIDERA PORTUGAL UM MERCADO ESTRATÉGICO

Plataforma “online” de moda fe fatura 350 milhões na Europa

“Portugal é um mercado com muito potencial”, afirma Thierry Petit.

Movimento nos portos com valor recorde até maioO movimento de mercadorias nos sete principais portos nacionais atingiu um volume recorde de 32,5 milhões de toneladas, até maio. O aumento, em termos homólogos, foi de 2,3%, sobre-tudo devido às contribuições positivas dos portos de Viana do Castelo, Setúbal, Aveiro, Leixões e Lisboa. Apesar de ter registado uma quebra, Sines continua a liderar a movimentação de carga, seguindo-se Leixões e Lisboa. De notar que os portos de Leixões, Aveiro e Setúbal atingiram as melhores marcas de sempre.

AT esclarece recuperação de IVA nos créditos de cobrança duvidosaA Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) divulgou esclarecimentos acerca dos requisitos e pro-cedimentos de recuperação de IVA em créditos de cobrança duvidosa e créditos incobráveis. Destaque para a clarificação da inaplicabilidade da certificação obrigatória por revisor oficial de contas, introdução de requisitos adicionais de prova em matéria de devedores insolventes e aproximação às normas contabilísticas de relato financeiro (NCRF).

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

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A reabertura do PRODER está condicionada à aprovação do PDR 2020.

TERESA [email protected]

A reabertura das candidaturas ao PRODER no âmbito do regime de tran-sição para o novo Programa de Desen-volvimento Rural (PDR 2020) pode ocorrer já em setembro, confirmou à “Vida Económica” esta semana fon-te do Ministério da Agricultura e Mar (MAM).

O processo não deverá, porém, ter lu-gar antes de a Comissão Europeia dar “luz verde” ao PDR 2020 apresentado pelo Governo e sem que também seja publicado o modelo de governação dos novos fundos europeus, incluindo os previstos no Portugal 2020 e cujo Acor-do de Parceria, entregue em Bruxelas, deverá ser aprovado “em breve”.

Quem não está satisfeito com a deci-são de suspensão das candidaturas são as empresas do setor e as dezenas con-sultoras que lhes dão apoio pelo país. Entre elas a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Am-biente (ANEFA), que, num comunica-do emitido esta semana, salienta que o PRODER, que estava a ser usado para assegurar a continuidade do investimen-to até à entrada em vigor do novo PDR 2020, deixou “centenas de empresas em estado de choque”.

Operacionalização do PDR 2020

O MAM explica, contudo, num escla-recimento enviado à “Vida Económica”, que “a Autoridade de gestão do PDR 2020 será constituída no decreto-lei do modelo de governação dos fundos” e que, “até à publicação desse decreto--lei, a COI (Comissão Instaladora do novo programa de desenvolvimento rural 2020) “trabalhará em estreita ar-ticulação com a Autoridade de Gestão do Proder para a operacionalização do PDR 2020”.

Recorde-se que a Comissão Operacio-nal de Instalação (COI) do PDR 2020 tem como missão “identificar e calen-darizar as tarefas necessárias à eficiente e atempada operacionalização do PDR 2020”, “preparar, conjuntamente com o GPP (Gabinete de Planeamento e Po-líticas) e Administração Geral, a legis-lação e os normativos necessários para o PDR 2020 e “calendarizar todos os procedimentos, incluindo os de contra-tação pública, necessários à evolução e adequação dos sistemas de informação existentes para o PDR 2020”.

“A solução encontrada assegura que os níveis de execução do PRODER se manterão e garante uma operacionaliza-ção eficiente e atempada do novo PDR”, estando “garantida a continuidade do investimento agrícola”, adianta o MAM.

minina

09h às 13h /14h30 às 18h (14 horas)

Patrícia Flores (Dep. Formação) | Vida Económica - Editorial SA.

l 3 399 43 /00 | Fa 0 8 098 | Email patricia ores idaeconomica.pt

Público em Geral: €120 + IVAAssinantes VE: €90 + IVA

Dr. Agostinho Costa

A preparação e o controlo de um orçamento de exploração numa PME As restrições ao crédito e as implicações no controlo de gestão Análise de um modelo prático de controlo de gestão para uma PME Os conselhos de grandes empresários e gestores internacionais As no as metodologiasExercícios práticos

O Controlo de Gestão nas PMEUma abordagem práctica

Candidaturas ao PRODER podem reabrir em setembro

Realizamos também sondagens periódicas em que perguntamos diretamente às sócias da Showroomprive em Portugal o que opi-nam sobe o portfólio das marcas, a atenção ao cliente, as formas de pagamento, etc. A nossa principal prioridade é detetar as necessidades da “digital mum” e adaptarmo-nos às mes-mas, porque ninguém melhor que elas sabe o que quer comprar. E se são marcas nacionais, há que propor marcas nacionais.

VE - Quais são as particularidades do mercado português?

TP - O mercado português é muito ativo, com um universo de blogs sobre moda, ten-dências e lifestyle muito ativo, potente e com grande profissionalismo. O fenómeno blogger em Portugal é muito maior a nível percentual que em outros países do Mediterrâneo.

Outra das particularidades é a melhor pe-netração do mobile commerce em Portugal. Ainda estamos num nível incipiente, o que é uma boa notícia para a Showroomprive, já que significa que ainda há muito espaço para crescer se tivermos em conta que parte do hiperdesenvolvimento da Showroomprive no último ano deveu-se às vendas através dos dispositivos móveis (tablet e smartphone).

Um facto que também devemos considerar é que as consumidoras são as que costumam realizar as compras de artigos para toda a fa-mília. É muito comum que visitem a Sho-wromprive.pt para comprar por exemplo roupa para os seus filhos de uma marca que viram na newsletter que costumamos enviar e na loja online vejam uma camisa de homem e comprem para o marido, ou um artigo para casa. E, claro, depois sim, escolhem algo para elas mesmas. São generosas e pensam na-queles que as rodeiam. Também valorizam e reconhecem muito a qualidade da roupa, preferindo comprar artigos de qualidade. Por último, as consumidoras lusas aceitam as recomendações de Showroomprive sobre as novas marcas que quiçá não conhecem mas que pertencem à categoria premium e podem adquirir a um bom preço. Em duas palavras, as consumidoras portuguesas respondem 100% à expressão “comprar bem”, essa é a sua máxima e por isso “juntaram-se” à Sho-wroomprive.pt.

Por fim, mas não menos importante, tam-bém notamos que a percentagem de usuárias femininas é muito maior do que noutros países: em Portugal, 81% dos nossos sócios são mulheres e a frequência de visitas de com-pra é muito elevada. Pode ser que a compra média seja tão alta como noutros países, mas os sócios de Showroomprive Portugal estão atentos às campanhas diárias, consultam, comprovam as marcas, os materiais, as cores e depois decidem comprar quando existe algo que os interessa ou de que necessitam para a sua família.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 7

Brigas Afonso à frente da Autoridade TributáriaA Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem um novo homem forte. Brigas Afonsotomou posse como novo diretor-geral, substituindo José Azevedo Pereira no cargo, que desempenhava o cargo de subdiretor-geral da instituição na área dos impostos especiais sobre o consumo. O profissional foi escolhido pelo Ministério das Finanças, depois deum concurso lançado pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a AdministraçãoPública.

Setor da construção espera melhorias no segundo semestreO setor da construção manteve-se em terreno negativo no início do ano. Mas a Federação Por-tuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) acredita num desempenho positivo no segundo semestre, tendo em conta a melhoria do contexto económico e a neces-sidade de acelerar a execução do QREN. Os segmentos não residencial e da engenharia civil posicionam-se com boas perspetivas de crescimento já nos próximos meses.

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VIRGILIO [email protected]

A apigraf, associação que repre-senta a nível nacional os setores gráfico e transformador do papel, apresentou em Lisboa o Estu-do Estratégico e de Inovação. O evento contou com cerca de 250 participantes.

O estudo desenvolvido pela Augusto Mateus & Associados confirma o peso na economia nacional do setor gráfico e trans-formador do papel, que represen-ta 4 % do pessoal ao serviço na indústria transformadora (25 mil empregos diretos) e 3% do volu-me de negócios total da indústria transformadora (dois mil milhões de euros anuais), o que representa 1,9% do PIB nacional.

Conforme salientou Gonçalo Caetano, um dos coordenadores do estudo, o total das exportações, considerando as diretas e também as indiretas (os produtos do setor que são exportado em conjunto com outros produtos, como por exemplo a caixa de sapatos que acompanha o calçado): mais de 660 milhões de euros de exporta-ções, o que confere a estes setores

um importante relevo na balança comercial externa portuguesa. Com este apuramento, percebe-se que o sector globalmente conside-rado consegue colocar 32% da sua produção no mercado externo

José Augusto Constâncio, pre-sidente da apigraf, explicou a gé-nese da elaboração deste estudo: “Queríamos dispor de uma fer-ramenta que, de forma sistemati-zada, organizada e fundamentada fizesse a radiografia deste setor e enquadrasse a estratégia a seguir, apontando caminhos de inova-ção”, concluindo que o objetivo foi inteiramente conseguido.

Reforço da orientação do setor para a inovação

Em termos de estratégias futu-ras, o Estudo aponta a necessidade de reforço da orientação do setor para a inovação, ao nível de pro-duto, de processo, organizacional e comercial, para a internaciona-lização e cooperação entre empre-sas, favorecendo a inovação, a in-ternacionalização e a sustentação de posicionamentos competitivos mais efetivos.

Ao nível microeconómico e

empresarial, Augusto Mateus con-cluiu ser fundamental, “tal como o Estudo ora apresentado igual-mente aponta”, que as empresas devam “reforçar o negócio inter-nacional via exportação, abordan-do em conjunto e em cooperação os mercados internacionais ”. Ino-

vação, reforço de competências e “reforçar as dinâmicas de concen-tração e cooperação fortalecendo polos e clusters”, foram outras soluções apontadas.

A encerrar o evento, Piedade Valente, em representação do Compete, sublinhou a importân-

cia do instrumento de trabalho apresentado e referiu-se ao pró-ximo Quadro Comunitário de Apoio, Portugal 2020, que privi-legia a aposta na inovação, inves-tigação e desenvolvimento, inter-nacionalização, criação de valor e sustentabilidade.

ESTUDO DA AUGUSTO MATEUS & ASSOCIADOS APRESENTADO EM LISBOA

Setor gráfico e transformador do papel representa 1,9% do PIB

A Capgemini, um dos maiores fornecedores de serviços de con-sultoria, tecnologia e outsourcing do mundo, anunciou que Paulo Morgado, administrador-delega-do da Capgemini Portugal, foi nomeado CEO da Capgemini Espanha. Tendo assumido as no-vas funções a 1 de julho de 2014,

Paulo Morgado irá, no entanto, continuar a ser o responsável pela subsidiária portuguesa, assumin-do o cargo de presidente.

“Aceito este novo desafio con-fiante de que a Capgemini Portu-gal é hoje uma empresa sólida, de referência, altamente competitiva e que irá, seguramente, continuar

a manter os elevados padrões de desempenho e qualidade, alicer-çada numa equipa competente, empenhada e com um enorme espírito de pertença e de orgulho. Naturalmente, irei sempre consi-derar este escritório como o ‘meu’ projeto, pelo que não deixarei de acompanhar de perto esta opera-ção no nosso mercado. Por vezes é mais fácil ajudar o nosso país estando lá fora, pois os horizon-tes de mercado alargam-se”, afir-ma Paulo Morgado.

A nomeação de Paulo Morga-do para este novo cargo encontra--se alinhada com a estratégia de transformação e desenvolvimen-to do Grupo para os próximos anos, e em particular o cresci-mento da subsidiária espanhola, visando alinhá-la com estes obje-tivos e prepará-la para responder aos desafios do pós crise naquela que é uma das maiores econo-mias do mundo.

O Grupo Capgemini está pre-sente em Espanha há quase 40 anos, tendo atualmente uma equipa de mais de 4.5 mil pro-fissionais, distribuídos por sete localizações: escritórios em Ma-drid, Barcelona, Sevilha e Valên-cia e centros de desenvolvimento avançado e de excelência nas As-túrias, Zaragoza e Múrcia.

Os 20 anos de experiência em cargos de gestão de topo e o pro-fundo conhecimento que possui do sector das TIC, bem como os resultados financeiros e a boa performance alcançados pela Ca-

pgemini Portugal ao longo dos últimos 11 anos, não obstante os desafios colocados pela crise e pela desaceleração da economia, foram fatores crucias para o Gru-po no processo de decisão e no-meação de Paulo Morgado para o novo cargo.

Paulo Morgado, 50 anos, foi desde 2003 Administrador-De-legado da Capgemini Portugal, na qual ingressou em 2001 como vice-presidente da área de consul-toria estratégica. Desempenhou anteriormente cargos de gestão e de direção na Roland Berger, Banco Finantia e na empresa de águas, Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, na qual assumiu o cargo de CEO com 32 anos.

Possui duas licenciaturas - em Gestão e Administração de Em-presas e em Direito; dois mestra-dos - em Finanças e em Filosofia; e está atualmente a fazer o dou-toramento em Gestão na Nottin-gham Trent University. A somar à sua carreira académica, publicou até à data sete livros em áreas tão distintas como negociação, argu-mentação, luta contra os crimes económico financeiros e corrup-ção, lógica da linguagem e gestão de empresas.

Integra as direções e conselhos consultivos de várias associações em Portugal, de onde se destacam a Associação Industrial Portugue-sa, o Fórum de Administradores de Empresas, o Instituto Portu-guês de Corporate Governance e a Ordem dos Economistas.

Jovens portugueses

valorizam

desenvolvimento

profissional e

promoção interna O Universia e o Trabalhando.

com divulgaram o resultado do segundo inquérito de Emprego de 2014, estudo realizado com o ob-jetivo de conhecer as opiniões dos universitários em relação à procura de emprego.

Segundo este inquérito, com a temática “Empresa empregadora”, o desenvolvimento profissional e a promoção interna (29%) foram destacados como principais atri-butos que uma empresa deverá ter para ser considerada atrativa para os seus candidatos; 14% considera mais atraente uma boa remune-ração e benefícios para os seus co-laboradores. Apenas 8% destaca o prestígio da empresa como fator de-terminante. A mesma percentagem (8%) valoriza o ambiente de traba-lho e a localização geográfica (8%).

Relativamente às preferências no momento de procurar emprego, 47% destaca as empresas multina-cionais, seguido de 16% que prefe-re uma empresa média ou pequena.

Bernardo Sá Nogueira, diretor--geral do Universia Portugal e do portal trabalhando.pt, realça a im-portância deste estudo, salientando “a necessidade das empresas portu-guesas conhecerem cada vez melhor as motivações principais dos poten-ciais candidatos, de forma a pode-rem oferecer respostas que vão de encontro às suas preferências”.

Paulo Morgado nomeado CEO da Capgemini Espanha

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

O estudo desenvolvido pela Augusto Mateus & Associados confirma o peso na economia nacional do setor gráfico e transformador do papel.

“Por vezes é mais fácil ajudar o nosso país estando lá fora, pois os horizontes de mercado alargam-se”, afirma Paulo Morgado.

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Prime Yield muda de escritório em Lisboa A Prime Yield tem novas instalações em Lisboa. A empresa de avaliações e consultadoria imo-biliária mudou-se para o Edifício Pórtico, no nº 75 da Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, no qual ocupa a fração 7.06, no 7º piso. Num ano em que comemora 10 anos de atividade, a Prime Yield prepara-se para lançar um conjunto de novos serviços e reforçar a sua aposta no desenvolvimento tecnológico.

Unidade da Pentaplast em Santo Tirso vendida por 8 milhõesO departamento de Capital Markets da JLL acaba de concluir uma nova transação, com a venda da unidade de produção industrial da Pentaplast em Santo Tirso a uma sociedade ges-tora de fundos imobiliários portuguesa. O imóvel, que era propriedade de um Fundo gerido pela Santander Asset Management, foi transacionado por oito milhões de euros.

Já imaginou um mundo em que, na natureza, tudo estivesse disponível e sem limitações, se em torno de nós tudo fosse indistinto, se nenhum produto ostentasse um sinal identificativo? Viveríamos, então, num mundo sem referências, num mundo sem diversidade, num mundo sem opção de escolha, num mundo sem cor, num mundo sem Marcas!...Assim, quando experimentamos diferentes produtos, tendemos a diferenciá-los uns dos outros. E de seguida queremos identificá-los para que, quando quisermos repetir essa experimentação, a nossa tarefa seja facilitada. É essa identificação e diferenciação que faz nascer a Marca.Para lá das caraterísticas intrínsecas de cada produto, cada um de nós percepciona a realidade de forma diferente e estabelece as suas preferências e os seus critérios de escolha de forma diferente. Assim, as Marcas representam as diferentes possibilidades de escolha entre caraterísticas mais ou menos tangíveis dos produtos ou serviços que as ostentam.Nos últimos séculos, o mundo foi dominado por uma economia da produção e da padronização. Contudo, a agulha da bússola progressivamente girou para uma economia do consumidor e da diferenciação. E são as escolhas do consumidor que ditam o sucesso ou o fracasso de produtos e Marcas.É comum observar uma representação esquemática em que a Marca é a parte visível de um icebergue, em que ‘debaixo-da-linha-de-água’ se encontram a perceção do cliente e do consumidor, o conhecimento da cadeia de abastecimento, a responsabilidade social e corporativa e o I+D e a inovação. Essa observação permite também concluir que a estratégia da Marca tem que estar perfeitamente alinhada com toda a estratégia do negócio.As grandes Marcas, as Marcas originais, constroem e consolidam esse estatuto porque estão sempre um passo à frente das restantes, porque investem no estudo do

consumidor, na investigação e na inovação. As grandes Marcas, as Marcas originais, constroem e consolidam esse estatuto porque tentam furar os padrões e fugir das rotinas, esforçando-se, todos os dias, por gerar novas soluções, criar novas tendências.Na prática, a Inovação é o verdadeiro motor do mercado, sendo que Inovação não é apenas criatividade, englobando igualmente conceitos como os da diferenciação e da diversidade. Qualquer segmento do mercado onde a Inovação seja esquecida, é um segmento em que a massificação e a banalização são passos certos para a perda progressiva de valor. A Inovação é um investimento realizado pelos detentores das Marcas, um investimento caro e sem sucesso antecipadamente garantido. A Inovação pressupõe assumir riscos, mas – como é sabido – muitos são os produtos e os serviços lançados no mercado e apenas uma percentagem reduzida é efectivamente bem-sucedida. A Inovação visa a conquista de uma vantagem competitiva, mas a velocidade do mercado faz com que essa vantagem seja cada vez menos duradoura.Para além disso, a Inovação apenas adquire valor quando chega ao mercado, quando é percebida e reconhecida pelo consumidor… mas, para tal, ela tem que ser devidamente comunicada. E se é fundamental comunicar a inovação, é igualmente essencial inovar a comunicação, ajudando a posicionar o produto ou o serviço e permitindo efetivamente impactar os grupos de consumidores escolhidos.Inovar nos conceitos, inovar nos produtos, inovar na comunicação são preocupações contantes de quem coloca a construção de valor como foco central do seu negócio. A Inovação é a energia propulsora dos mercados. A Inovação é terreno fértil e mais-valia do mundo das Marcas. A Inovação é uma caraterística que distingue as grandes Marcas, as Marcas originais, das restantes e uma das razões principais para que elas sejam tão reconhecidas, cobiçadas e copiadas.

Inovação: terreno fértil para as marcas

Vivemos como nunca antes na sociedade da internet. Desde que a internet passou a estar

no nosso dia a dia, passou a ser dada prioridade à missão de estimular fortemente a acessibilidade e participação social, assegurando a dinamização, o desenvolvimento e a consolidação das tecnologias de informação e comunicação como um instrumento central de modernização e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Vinte e cinco anos depois, a internet faz parte das nossas vidas mas tem também uma grande oportunidade de se reinventar. A construção duma sociedade da informação e do conhecimento é um desafio complexo e transversal a todos os atores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Com a internet a nossa sociedade mudou muito e o grau de liberdade de participação das pessoas ganhou uma dimensão nunca antes possível – a informação passou a estar disponível a todo o momento e a ser a base de novas plataformas de inteligência estratégica, dinamizadoras de novas redes de colaboração e de novas soluções para os novos problemas que surgiram. Apesar do enorme progresso registado com a internet, os sinais empíricos evidenciam uma leitura

menos positiva do comportamento de muitas sociedades em termos dos requisitos que a inovação e a criatividade implicam. A consolidação duma sociedade do conhecimento moderna implica, antes de mais, saber responder às seguintes questões: - Qual o caminho a dar às TIC enquanto instrumentos centrais duma política ativa de intervenção pública como matriz transversal da renovação da nossa sociedade?- Qual a forma possível de fazer das empresas (e em particular das PME) os atores relevantes na criação e valor e garantia de padrões de qualidade e vida social adequados, num cenário de crescente “deslocalização” económica? - Qual o papel efetivo da educação como quadro referencial essencial da adequação dos atores sociais aos novos desafios da sociedade do conhecimento? Os atores do conhecimento de que tanto se precisa são “educados” ou “formados”? - Qual o papel do I&D enquanto área capaz de fazer o compromisso necessário entre a urgência da ciência e a inevitabilidade da sua mais do que necessária aplicabilidade prática para efeitos de indução duma cultura estruturada de inovação? - Qual o sentido efetivo das

políticas de empregabilidade e inclusão social enquanto instrumentos de promoção de um objetivo global de coesão social? O que fazer de todos os que, pelo desemprego, se sentem cada vez mais marginalizados pelo sistema?Pretende-se desta forma criar as condições para a qualificação “em rede” dos diferentes atores que dinamizam uma nova sociedade, proporcionando uma verdadeira “agenda de modernidade”, participativa e apostada no novo paradigma da competitividade, essencial para a criação de uma oportunidade nacional na economia global. O conhecimento ganha desta forma um estatuto central na mudança do paradigma de desenvolvimento da sociedade, materializado no compromisso entre coesão social e competitividade.Vinte e cinco anos depois, a internet tem que se reinventar. Conforme Tim Berners-Lee referiu em recente entrevista à conhecida revista inglesa – WIRED – este é o tempo para a informação se assumir duma vez por todas como a base de uma nova inteligência estratégica que mobilize a sociedade para um novo contrato coletivo de confiança, em que a autonomia individual se assuma como a base de uma nova diferença.

PRECISAMOS DE APOSTAR NUMA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO DINÂMICA

A sociedade da internet

ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 9

PEDRO PIMENTELDiretor-geral da Centromarca

FRANCISCO JAIME QUESADOPresidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

Alma de agricultorNa semana passada, um jornal generalista que detém a liderança do mercado em Portugal, pediu-me a opinião sobre a suspensão de candidaturas ao ProDer. Disse que a suspensão foi uma surpresa porque a crer nas palavras de responsáveis governativos do Ministério da Agricultura, o ProDer “não ia fechar”, até entrar em vigor o novo PDR 2014/2020.Sabe-se como é, e palavras de políticos leva-as o vento, mas o que mais me incomoda é que esta situação vai levar a atrasos de mais de um ano na apreciação e aprovação dos projetos, principalmente dos jovens agricultores.Este assunto é, para mim, muito importante e especial. Mantenho há vários anos um blog, cujo endereço aqui divulgo, que é uma espécie de Provedoria do Agricultor. Recebo diariamente muitos emails com

dúvidas, conselhos, pedidos de opinião, de todo o país.Para lá do prazer que me dá responder a esta multidão de gente e de receber na volta do correio a gratificação das simpáticas e elogiosas palavras sobre o serviço público que presto com este blog, o que eu gostava, lá mesmo no íntimo, de saber é quantos das centenas de potenciais agricultores têm vocação/perfil para empresário agrícola. No fundo, e em tom mais poético, quem tem alma de agricultor.Aqui está a chave entre o sucesso e o insucesso. Já o disse e escrevi, a agricultura não é um hobby, nem um desporto de ocasião, nem a panaceia para todos os males da economia, seja nacional seja doméstica.A agricultura de mercado é uma atividade muito exigente, que deve ser encarada como um negócio,

para criar riqueza, emprego e bem-estar. Por isso, para quem tem vocação, perfil e alma de agricultor, algumas pedras no caminho, mesmo imprevistas, são superáveis com a determinação de quem sabe que esse é o seu caminho. Para os outros, pelo contrário, qualquer imponderável será sempre visto como um revés insuperável.Esta minha análise teórica devia dar lugar a um modelo prático de ajudas e apoios públicos ao investimento que valorizasse, estimulasse, apoiasse quem tem esse perfil, essa vocação, essa matriz para adquirir as competências técnicas e de gestão de agricultor. O problema é que não é assim. Voltarei ao tema, para explicar porque o modelo de ajudas e apoios assente na premissa de “dar dinheiro a todos” não é eficaz e já mostrou que não ajuda a economia de Portugal.

JOSÉ MARTINOEngenheiro Agrónomojosemartino.blogspot.com

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ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

Recriar a imagem de Portugal na Índia — uma oportunidade única

Desafios do novo panorama organizacional: Como comunicar uma cultura?

Os laços históricos que unem Portugal a Goa remontam aos tempos da descoberta do caminho

marítimo para a Índia: 1511-1961 – um legado de 450 anos. Não é então de estranhar que se sinta no peito lusitano uma atração especial por Goa, pela “pérola do Oriente” cujas igrejas e conventos quinhentistas são considerados Património da Humanidade.

Infelizmente, não é esta a realidade de Goa no século XXI. Reconquistada pela União Indiana há mais de 50 anos atrás, o estado mais pequeno do país encontra-se bastante mudado desde os saudosos tempos da Índia Portuguesa. Hoje em dia apenas se encontram cerca de 10 000 habitantes que falam português, ou seja, menos de 1% da população. E desses 10 000 habitantes, a grande maioria encontra-se na terceira idade, ainda com saudades dos tempos de Salazar.

Se já Portugal mudou bastante desde o tempo do Estado Novo, quanto mais Goa – para nem falar na transformação da Índia desde a sua independência em 1947 como um país pobre, até se tornar na 10ª maior economia do mundo.

Infelizmente o indiano comum nem faz ideia de onde fica Portugal, enquanto que os goeses ainda torcem pelas Quinas no Mundial, ignorando largamente o críquete praticado no resto do pais. E a cozinha goesa tem várias influências lusitanas, incluindo o bom bife de vaca com um ovo a cavalo – algo que escandaliza os habitantes (Hindus e Vegetarianos) de outros estados!

Hoje em dia a economia goesa - outrora agrícola – diversificou-se bastante e é maioritariamente composta pelo setor terciário, principalmente o turismo, e pelo

setor secundário, desde estaleiros navais a fábricas de computadores, como também as nas minas de ferro, exportado para o Japão e reimportado como aço. Totaliza uns 4 mil milhões de dólares por ano.

Mais saliente para os empresários portugueses é o facto de Goa ser um excelente ponto de encontro e de entrada para o mercado indiano – este pequeno estado tem o melhor nível de vida, a melhor infra-estrutura e o PIB/capita mais elevado do país.

Aqui na Câmara de Comércio e Indústria Indo-Portuguesa acreditamos que a falta de conhecimento de Portugal no resto da Índia oferece-nos uma enorme vantagem em relação aos parceiros de negócio tradicionais como a Espanha ou o Brasil.

Não somos vistos como um país de enchidos e bacalhau, nem como parentes pobres e simplórios. Embora tenhamos relações comerciais de quase mil milhões de dólares por ano com a Índia, somos, grosso modo, apenas mais um país europeu desconhecido. Sendo este o caso, podemos moldar a perceção indiana de Portugal. Para este fim, creio que temos três áreas principais de entrada: B2B, B2C e o setor turístico/imobiliário.

B2B: A Índia é um estado em desenvolvimento. O crescimento económico abrandou recentemente mas ronda os 5% por ano. O setor de construção precisa de mão-de-obra habilitada, as fábricas indianas precisam de equipamento e máquinas europeias, e as empresas precisam do “know-how” ocidental, até em setores como o design e marketing – áreas em que podemos competir em pé de igualdade com os grandes. Temos empresas de engenharia e equipamento industriais, firmas de

arquitectos, engenheiros civis, e designers dispostos a expandir para o estrangeiro, a exportar o seu talento e produtos para novos mercados.

B2C: Com uma classe média de 300 milhões, uma classe alta maior do que a população inteira de Portugal e um nível de vida que melhora ano após ano, não é de estranhar que o mercado indiano tenha descoberto os produtos de qualidade europeus – e as companhias da União Europeia exportam fortemente para as economias emergentes como a Índia, onde o consumismo e o poder de compra estão a aumentar cada vez mais.

Desde a moda até aos produtos agro-alimentares, existem vários nichos onde podemos mais uma vez competir com o melhor da Europa, com produtos muito melhores do que o seu equivalente indiano. Temos vinhos e azeites entre os melhores do mundo, temos uma indústria de moda e luxo que pode competir com Paris em termos de qualidade, temos produtos inovadores como a cortiça texturada – enfim, toda uma gama de produtos de alta qualidade que certamente teriam uma excelente receção na Índia.

Sector turístico/imobiliário: A indústria de filmes indiana, centrada em ‘Bollywood’, é a maior do mundo. Os filmes são produzidos principalmente para consumo doméstico e da diáspora indiana, e têm uma influência extraordinária sobre os consumidores. Por exemplo, há mais de 15 anos que os recém-casados sonham com uma lua-de-mel a praticar esqui na Suíça, desde que viram os seus ídolos de Bollywood a fazer o mesmo num filme dos anos 90. Como resultado, o turismo indiano para a Suíça aumentou

enormemente. Não vemos razão para o mesmo não se passar com Portugal. Temos uma arquitetura única, uma paisagem lindíssima, um clima excelente... enfim, vários ex-libris excecionais. O filme Lunchbox foi um excelente início, mas precisamos de atrair mais companhias de produção indianas para as terras lusitanas.

Em adição ao aumento da visita dos turistas indianos, uma segunda vantagem seria também popularizar os Golden Visas, visto que ninguém quer investir num pais desconhecido. É quase chocante descobrir que só 2 indianos são detentores dos vistos dourados, quando os chineses já chegaram a superar os 600. Ainda mais porque o preço de investimento é inferior a um bom T3 em Bombaim ou Nova Deli, e uma entrada mais fácil para a Europa facilitaria – e muito – a vida de vários grandes empresários indianos.

É claro que não vai ser um mar de rosas – a Índia é conhecida pela corrupção, burocracia, falta de infra-estrutura e todos os problemas associados com os países em desenvolvimento. Mas o mesmo não nos impediu de ter uma presença forte em Angola, ou no Brasil – entrámos, lidámos com a situação e lucrámos com isso.

Em resumo, creio que temos uma oportunidade única de recriar a nossa imagem, reinventando-nos num dos mercados mais importantes do mundo – porque não projetar uma imagem forte, de um país com garra, empenho, talento e qualidade superior? Para um mercado de 1200 milhões de consumidores, creio que não faltam oportunidades para as empresas lusitanas que se atrevam a redescobrir a rota para a Índia – e para as que convidem os indianos a descobrir o percurso de volta.

A comunicação é um dos pilares estruturantes das organizações: tanto a comunicação interpessoal,

como a comunicação empresarial e a organizacional são essenciais para o bom funcionamento de qualquer instituição. Esta última tem sofrido uma evolução significativa e, focando-nos, por exemplo, na comunicação interna, observamos que o seu papel excedeu largamente a mera transmissão de informação e que está hoje ancorado em conceitos bastante mais estratégicos, como a criação e consolidação de uma cultura organizacional, fomentando a motivação, sentido de pertença e dedicação dos colaboradores. Através dos seus vários papéis e ferramentas, a comunicação atua como um mecanismo de efetivação da estratégia empresarial, contribuindo para a sua divulgação, cimentação e desenvolvimento.

A evolução do cenário empresarial levou

as empresas a apoiar e apostar de forma crescente neste papel mais envolvente da comunicação interna. Os colaboradores, por outro lado, demonstram hoje um crescente grau de expectativa e exigência face a esta função.

Exigem, por exemplo, um nível de evolução tecnológica semelhante ao que é utilizado externamente em outras áreas da comunicação, como a publicidade e, em geral, uma função atenta, que responda às suas crescentes necessidades. Isto traduz-se numa preocupação redobrada em acompanhar os profissionais ao longo da sua carreira, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal, profissional e técnico.

Não obstante, ao mesmo tempo que os colaboradores necessitam de mais desenvolvimento tecnológico por parte da comunicação, precisam também de mais

interação pessoal e direta. É, portanto, necessário, fazer com que os colaboradores sejam parte ativa da empresa, o que é alcançado com uma abordagem de equilíbrio entre o discurso, essencial para transmitir mensagens-chave, e o diálogo, que deve ser centrado no colaborador, permitindo a partilha de ideias, desafios e preocupações. Assim, disponibilizar aos gestores os meios necessários para uma gestão comunicativa das equipas é também uma parte substancial do trabalho da comunicação interna.

No caso específico de uma empresa assente num modelo de serviços partilhados, na qual os colaboradores trabalham para outras empresas do mesmo grupo ou para outras localizações da mesma empresa, consolidar uma cultura organizacional é, sem dúvida, um novo desafio de comunicação, quer porque estes centros de serviços se encontram

normalmente em constante mudança e evolução, quer porque apresentam uma população extraordinariamente heterogénea: várias nacionalidades, um leque extenso de formações académicas, funções distintas e idade e senioridade diferentes. Capitalizar nestas caraterísticas pode contribuir para o enriquecimento da cultura organizacional e da sua autenticidade mas implica a criação de novas dinâmicas capazes de conjugar toda esta diversidade numa identidade única e coesa. O posicionamento interno da organização perante os colaboradores, bem como a prestação da função de comunicação interna, podem fazer a diferença entre um centro meramente operacional e um centro de excelência. É este o trabalho que desenvolvemos, criando uma cultura assente na competência das pessoas, que prima pelo ambiente de motivação, entusiasmo, inovação e eficiência.

ÓSCAR NAZARETHPresidente da Câmara de Comércio e Indústria Indo-Portuguesa – Goa, India

LARA ALVAREZDiretora de marketing e comunicação do BNP Paribas Securities Services

Investidores mantêm o interesse na dívida de curto prazoPortugal realizou esta semana duas emissões de dívida (bilhetes do Tesouro): uma a seis me-ses, a 0,24%, taxa abaixo da última emissão (0,43%); outra a 12 meses, à taxa de 0,453%, ligeiramente acima do último leilão para este prazo (0,36%). O montante total colocado nas duas emissões ascendeu a 1250 milhões de euros, com procura superior a duas vezes a oferta.

Indústria têxtil e vestuário exporta mais de 1,9 mil milhõesAs exportações têxteis da indústria têxtil e vestuário nacional ascenderam a 1960 milhões de euros, nos cinco primeiros meses do ano, o que se traduziu num crescimento de mais de 11%, face a igual período do ano passado. A balança comercial teve um saldo positivo de 427 milhões de euros, a que correspondeu 1,4 de taxa de cobertura.

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As vendas de computadores pessoais (PC) registam uma recuperação ligeira, no segundo trimestre, sobretudo devido ao fim do apoio ao Windows XP e ao abran-damento do crescimento dos tablets.

O mercado de PC dá novamente indica-dores de recuperação, depois de dois anos de quebras consecutivas nas vendas, quer devido à crise económica, quer ao apare-cimento de toda uma série de novos dis-positivos. Ou seja, o mercado dos compu-tadores pessoais pode estar novamente no caminho do crescimento. O aumento terá sido de 0,1%, nos três primeiros meses do ano. No exercício anterior, as vendas tive-ram uma quebra global de 10 pontos per-centuais. A melhoria das condições econó-micas nalguns mercados está a contribuir para este desempenho dos PC.

Os especialistas admitem que muitas empresas e particulares decidiram reno-var os seus velhos computadores, já que a Microsoft deixou de apoiar o sistema operativo Windows XP, o qual tinha uma grande implantação, apesar de já contar com uma dúzia de anos de existência. Por outro lado, parece estar a esfriar o entusias-mo relativamente aos tablets. Certo é que nalguns países este segmento de mercado já terá atingido o seu ponto de saturação. Por exemplo, a Apple, líder de mercado, registou uma descida de 16% nas vendas, nos três primeiros meses. Os consumido-res sentem a necessidade de substituir os

seus PC, num período de três a cinco anos.Apesar de tudo, os analistas continuam a

apontar um cenário em que o mercado dos tablets vai superar o dos PC. Uma situação que se deverá verificar em 2015, de acor-do com a consultora Gartner. As vendas de PC deverão chegar a 316,6 milhões de

unidades, enquanto nos tablets se atingi-rão quase 321 milhões. Por sua vez, este ano, de acordo com a mesma consultora, as vendas de computadores pessoais vão registar uma quebra de 3%, este ano, vol-tando a crescer cerca de 2,6%, no próximo exercício.

A produção de petróleo no mundo ainda será suficiente para dar resposta a uma pro-cura crescente, mas o aprovisionamento está ameaçado pelo contexto no Médio Oriente e no Norte de África, com uma situação muito tensa, refere o relatório mais recente da Agência Internacional de Energia (AIE).

Os riscos para o aprovisionamento no Médio Oriente e no Norte de África, par-ticularmente no Iraque e na Líbia, conti-nuam a ser extremamente elevados. Os preços do petróleo mantêm-se a níveis historicamente elevados e nada leva a crer numa inversão imediata desta tendência, avisa aquela agência os principais países consumidores em matéria de política ener-gética. Por sua vez, prevê uma expansão da produção com origem nos Estados Unidos e no Canadá. Face ao disparar do petróleo de xisto, estes dois produtores tendem a ga-nhar partes de mercado à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Um factor importante, na medida em que será uma forma de contrariar um aumento exponencial do preço do crude.

A AIE espera que a procura mundial de petróleo aumente cerca de 1,2 milhões de barris por dia, este ano, passando para 1,4 milhões, no próximo. A evolução será par-ticularmente considerável nos mercados emergentes. Importa notar que o mercado está a passar por uma alteração que terá

impacto no futuro. Assim, a produção dos países que não pertencem à OPEP deverá aumentar em 1,2 milhões de barris diários, no ano que vem. Já a procura do crude com proveniência nos países daquele cartel vai descer de 29,9 milhões de barris, para 29,8 milhões diários, entre este e o ano que vem. Neste momento, a produção andará à volta dos 30 milhões de barris por dia.

Convém referir que nas últimas sema-

nas se verificou uma certa estabilização nos preços do petróleo, mas não restam dúvidas de que a situação continua muito volátil e os mercados estão claramente ner-vosos quanto ao que vai suceder em termos geopolíticos. O que faz com que a AIE apele a uma atenção constante, de forma a que os preços não voltem a disparar, colo-cando em causa a recuperação económica que está a dar os primeiros passos.

DEPOIS DE DOIS ANOS DE QUEBRAS

Mercado de PC inicia recuperação

Petróleo é suficiente mas há riscos elevados

Mercado da arte é atrativo mas tem riscos

Há muitos motivos de peso para se in-vestir no mercado da arte, desde as razõesfiscais até à diversificação do património, passando pela abundância de liquidez. No entanto, os investidores não podem pensar que o que sucede no topo de gama é re-presentativo do mercado. Também existem riscos a evitar.

Desde logo, há que notar que, de uma maneira geral, a aquisição de uma obra de arte tem mais a ver com um impulso emo-cional do que com um investimento para diversificação de ativos. De facto, apenas10% das duas mil pessoas mais ricas domundo possuem arte como um investi-mento, contra os quase 60% que compram metais preciosos como uma forma de in-vestir e ganhar dinheiro. Um outro aspeto interessante do mercado da arte é que esca-pa em grande medida ao crivo das autori-dades fiscais.

Mas os especialistas avisam que este é ummercado que funciona a várias velocida-des. É fundamental investir a longo prazoe com montantes elevados. Uma aquisição de mais de 300 mil euros corre poucos ris-cos de baixar a sua cotação. Por outro lado,uma obra de Picasso não é representativa do valor do mercado, é um ativo ganhador por natureza. A obra intermédia é a quetem dificuldades em se afirmar no merca-do, sobretudo devido ao contexto econó-mico atual. As perspetivas de mais-valias são muito incertas. O que significa que só pode estar no mercado quem o conhecemuito bem.

Patrões alemães e franceses contra os Estados Unidos

As confederações patronais alemã e fran-cesa desenvolveram uma frente comum contra os Estados Unidos, que acusam deestar a distorcer as regras da concorrência. As maiores preocupações estão agora vira-das para os bancos, que estarão a ser perse-guidos pelas autoridades norte-americanase obrigados a pagar pesadas multas.

As organizações empresariais BDI e Me-def consideram que os Estados Unidos pre-tendem fragilizar todo o sistema bancário europeu, pelo que a Comissão Europeia tem de responder com a máxima urgência a esta investida. A intenção dos norte-americanosé depois adquirir os bancos em maiores di-ficuldades. Estão ainda contra uma regula-ção excessiva do setor financeiro, na medida em que também há concorrência entre osbancos. Aliás, estas duas organizações estãofrontalmente contra a imposição de uma taxa sobre as transações financeiras, como pretende a Comissão e a que Berlim e Paris já deram luz verde. Além disso, criticam odispositivo que permite às empresas ameri-canas colocarem liquidez no exterior, sem qualquer necessidade de fiscalização, o quefacilita sobremaneira as operações de fusãoe aquisição.

ATUALIDADE/Internacional

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 11

Economia espanhola continua a crescer nos próximos mesesA economia espanhola continuará a melhorar o seu ritmo de atividade, de acordo com os indicadores da OCDE. Uma situação que se vai manter nos próximos meses. Uma boa notícia também para a economia portuguesa, bastante dependente da evolução verificada no país vizinho. Boa notícia é também o facto de os indicadores para os Estados Unidos darem contade um crescimento estável.

Lufthansa entra no longo curso de baixo custoA companhia aérea alemã Lufthansa está em conversações com a Turkish Airlines. O objetivo é o grupo germânico lançar-se nas viagens de longo curso a baixo custo. Tudo indica que existem vantagens de tal acontecer em parceria e a companhia turca será a preferida para este projeto. Ali-ás, parece que as conversações já estão num estádio bastante avançado. A Luftansa espera iniciar as operações com uma frota até nove aviões, que iniciarão as viagens a partir do próximo inverno.

A Agência Internacional de Energia afirma que o crude dos Estados Unidos e do Canadá vai ter um peso crescente na procura mundial.

Os analistas estão de acordo que o mercado dos tablets vai ultrapassar o dos computadores pes-soais, no próximo ano.

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O grupo editorial Vida Econó-mica e o Centro de Estudos Sociais fi zeram a apresentação pública do livro “Política e sociedade – Teoria social em tempo de austeridade”, da autoria de António Casimiro Ferreira. A sessão de apresentação teve lugar no CES Lisboa e con-tou com a apresentação de José Mouraz Lopes, presidente da As-sociação Sindical dos Juízes Por-tugueses, e do jornalista Henrique Monteiro.

O evento contou com um vasto público e suscitou o debate, ten-do em conta os temas desta obra, como as relações entre a liberdade,

a igualdade e a justiça social ou como a exceção político-jurídica é utilizada pela austeridade. Não menos relevante foi a discussão em torno do medo, do sacrifício e do ressentimento como fontes de legitimação. Sobretudo, fi cou evi-dente como este livre está perfei-tamente adequado aos tempos que vivemos e poderá representar um excelente instrumento de refl exão.

O autor desmonta as teses que procuram impor a austeridade como “via de sentido único” para

sair da crise. Ou seja, coloca o lei-tor perante opções e não perante inevitabilidades, como tem acon-tecido com demasiada frequência. António Casimiro Ferreira acaba por devolver ao cidadão comum o sentido de presença e de decisão. Perante uma sala cheia, apelou à responsabilidade dos nossos atos, no entanto, lembrou que depende muito de nós o que os outros fa-zem connosco.

Este é um livro informado, que alarga os horizontes do pensamen-

to e “que nos retira da asfi xia do pensamento inevitável”, refere António Sampaio da Nóvoa na nota de apresentação. Numa lin-guagem clara e transparente, mos-tra que, por vezes, “os remédios prejudicam mais do que curam e que, por isso, importa agora reme-diar os remédios”. Escrito na me-lhor tradição universitária, nem por isso deixa de estar disponível a todo o tipo de públicos, face à clareza e à atualidade de que se reveste.

Tendo como cenário o rio Douro e como principal ingre-diente as uvas da região com o mesmo nome, o “Portugal Sou Eu” participa na 3ª edição do Porto Wine Fest, o maior festival de promoção do Vinho do Porto, que encerra a 20 de julho, na Ri-beira de Vila Nova de Gaia.

Durante cinco dias, o vinho do Porto, a gastronomia e os pro-dutos portugueses são o símbolo de uma região, a que o “Portugal Sou Eu” e 25 empresas aderentes ao programa se associam com en-tusiasmo e criatividade.

No primeiro dia do Porto Wine Fest, 16 de julho, o “Portugal Sou Eu” recebeu Luís Buchinho.

No segundo dia do evento, 17 de julho, o “Portugal Sou Eu” acolheu mais um dos seus embai-xadores.

O jornalista Júlio Magalhães, ajudado por um Chef profi ssio-nal, também participou no desa-fi o “Chef Inesperado”, colocando à prova os seus dotes culinários com os produtos do cabaz sur-presa “Portugal Sou Eu”.

No último dia do Porto Wine Fest, 20 de julho, pelas 18 ho-ras, a Chef Justa Nobre, também embaixadora do “Portugal Sou Eu” e uma referência na gastro-nomia portuguesa, vai partilhar a sua experiência, dando uma aula prática para todos os visitantes do evento. A receita, ainda guar-dada no “segredo dos deuses”, irá ser preparada com produtos com o selo “Portugal Sou Eu”. Nesta aula, a Chef de origem transmon-tana não vai esquecer o propósito do Porto Wine Fest e irá preparar a iguaria com um magnífi co vi-

nho do Porto.Para melhor dar a conhecer

as qualidades e as vantagens de consumir produtos com o selo “Portugal Sou Eu”, para além da área de exposição (que conta com a presença de 25 empresas ade-

rentes, representativas de vários setores de atividades), no espaço decorrem ainda demonstrações, aulas práticas, degustações e ati-vidades interativas de promoção de produtos com o selo “Portugal Sou Eu”.

Vida Económica lança livro sobre política e sociedade

LUÍS BUCHINHO, JÚLIO MAGALHÃES E JUSTA NOBRE NO PORTO WINE FEST

Embaixadores do “Portugal Sou Eu” participam no maior festival de Vinho do Porto

Nersant lança website para empresas do Ribatejo

Já está online o portal www.exportribatejo.com, criado pela NERSANT - Associação Empre-sarial da Região de Santarém. As empresas associadas já podem efe-tuar o seu registo.

Criado ao abrigo da dinamiza-ção do projeto ExportRibatejo, o portal tem como objetivo ajudar as empresas da região do Riba-tejo nos seus processos de inter-nacionalização. O website reúne informações sobre 13 mercados distintos: África do Sul, Alema-nha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Espanha, França, Gabão, Guiné Equatorial, Índia, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Para cada um dos mercados, os utilizadores terão acesso a informa-ções de âmbito económico, como ambiente e oportunidades de ne-gócios, perspetivas económicas e divulgação de grandes concursos públicos e privados. O portal pos-sui ainda as ferramentas “Interna-tional Business Desk”, que permite a resposta a questões mais práticas e específi cas das empresas sobre mer-cados de interesse, e o “Ribatejo Market Intelligence”, a qual per-mite que as PME tenham apoio na antecipação e no seu correto posicionamento face à evolução esperada em cada um dos merca-dos.

Capital do Móvel convida Ingvar Kamprad para ver “móveis a sério”

A Associação Empresarial de Pa-

ços de Ferreira (AEPF) convidou Ingvar Kamprad a visitar a 43ª Capital do Móvel, que se realiza de 2 a 10 de agosto de 2014, no Parque de Exposições Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.

A carta, escrita num estilo algo atrevido, elogia o sucesso que tem sido obtido pela multinacional fun-dada por este empreendedor sueco nos anos 1940, e convida Ingvar Kamprad a vir “conhecer móveis a sério” durante a feira de mobiliário e decoração de Paços de Ferreira.

A AEPF oferece a viagem e o alojamento ao empresário sueco, convidando-o a provar algumas das delícia gastronómicas do con-celho – nomeadamente o Capão à Freamunde e o cabrito assado – e a conhecer o património cultural edifi cado do município – Citânia de Sanfi s e o Mosteiro de Ferreira, que integra a Rota do Românico.

Uma audiência numerosa e atenta esteve na apresentação do livro “Política e sociedade”, da autoria de António Ca-simiro Ferreira.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

Exportações de calçado crescem 11% até maioO setor nacional do calçado continua a dar cartas no exterior. Nos cinco primeiros meses, as exportações aumentaram 11%, o que se traduziu em 730 milhões de euros. Uma outra boa notícia é que o crescimento sucede em quase todos os mercados internacionais. Na União Europeia, as vendas registaram um acréscimo de 9%, mas é sobretudo para os países terceiros que mais se tem notabilizado o desempenho do setor, com um aumento de 30%, até ao fi nal de maio. As exportações para fora da União mais do que duplicaram nos últimos quatro anos.

12 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 13

Grupo Trofa Saúde abre segunda unidade em BragaO grupo Trofa Saúde tem prevista, para o último trimestre, a abertura da sua segunda unida-de em Braga. A abertura do Hospital Privado Centro resulta de um investimento de 50 mi-lhões de euros e vai permitir a criação de 200 novos postos de trabalho, que serão ocupados preferencialmente por profissionais da região. Numa primeira fase, a nova unidade hospitalar vai disponibilizar serviços de ambulatório/consultas – com mais de 40 especialidades – e aná-lises clínicas.

Lucios realiza primeira obra com a ReferA construtora Lucios assegurou a sua primeira obra com a Refer. O projeto está orçamen-tado em cerca de 1,2 milhões de euros e prevê a supressão de quatro passagens de nível, localizadas em Barcelos. É a primeira empreitada da empresa nortenha neste segmento de mercado. O projeto pretende sobretudo dotar a zona de mais segurança e melhor acessi-bilidade, bem como aumentar a eficiência da exploração do troço Nine-Viana, na linha do Minho.

A Filkemp inicia a produção de monofilamentos para impresso-ras 3D. O investimento ascende a 1,5 milhões de euros e é o maior dos 16 anos de existência da em-presa em Portugal.

“A tecnologia de impressão em 3D vai ter um enorme su-cesso num futuro próximo e nós já estamos a fornecer a matéria--prima”, informa o CEO da Fi-lkemp, Wolfgang Kemper que acrescenta: “a nível mundial, há apenas quatro fabricantes destes monofilamentos muito especí-ficos, cuja produção exige um enorme know-how, e nós somos um deles.”

O investimento servirá tam-bém para modernizar, ao longo de 2014, todas as linhas de pro-dução e para duplicar a capacida-de das cerdas abrasivas.

Graças à forte estrutura finan-ceira da empresa, com autonomia de 60%, a Filkemp consegue este investimento do “cash-flow”.

Empresa cresce 21% e duplica resultados

No primeiro semestre de 2014, a empresa de Mem Martins conse-guiu aumentar o volume de negó-cios em 21% e duplicar os resul-tados. “Vamos continuar a crescer a este ritmo até ao fim do ano e chegar a uma faturação total de 20 milhões de euros”, prevê o CEO. Com o crescimento em 2014, a empresa continua a história de sucesso dos últimos anos, alcan-çando aumentos médios na fatu-ração de 18% ao ano. O segredo?

Filkemp investe 1,5 milhões em novo produto

O investimento é o maior de sempre desta empresa portuguesa de mo-nofilamentos.

Resposta

Se o edifício se localizar numa zona abrangida por um “Plano Integrado de Desenvolvimento Urbano”, poderá candidatar-se à Iniciativa JESSICA, uma vez que pretende reabilitar um edifício com o objectivo de lhe conferir uma utilização económica. As entidades gestoras do programa são as seguintes:

Algarve;

II de Norte e Alentejo;

O financiamento reveste a forma de empréstimo, mas as condições diferem consoante a entidade gestora.

financiamento a conceder, por operação, não poderá

p.p. O reembolso dos financiamentos, que não pode

bancária ou por outras garantias admitidas em direito.O financiamento-tipo para um projeto financiado ao

composto por 2 tranches:

reembolso dos financiamentos não pode ultrapassar

integralmente reembolsada, tendo por isso uma

cash-flow e risco do Projeto.

I. Linha de crédito para projetos que respeitem critérios de elegibilidade dos fundos comunitários JESSICA

J

investimento;

II. Linha de crédito complementar J

III. Fundo de equity que participa em projectos de regeneração e reabilitação urbanas promovidos por Fundos de Investimento ou por empresas - Instrumento de participação em Capital de projetos Participação em projetos elegíveis.Ainda é possível submeter candidaturas, desde que

WWW.SIBEC.PT [email protected]

228 348 500

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

APARTAMENTOS TURÍSTICOS

Tenho um prédio antigo que desejo reabilitar para criar um restaurante no rés-do-chão e apartamentos turísticos nos andares superiores. Posso concorrer a algum apoio do Estado ao turismo?

“Somos proativos, temos uma boa estratégia e vendemos qualidade de topo a preços competitivos made in Portugal”, resume Wolf-gang Kemper e revela ainda que a aposta no mercado chinês, que re-presenta mais de 30% das vendas totais, foi decisiva para o sucesso dos últimos anos.

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Três setores tradicionais portugueses atingiram um elevado grau de sofisticação e estão reunidos neste debate promovido pela Luxo & Números, seção de lifestyle da “Vida Económica”, a saber: joalharia, alfaiataria e indústria da cortiça, representadas por Maria João Bahia, Dielmar e Corque, respetivamente. Apontam Portugal como tendo os “ingredientes” para produzir com qualidade, porém o entrave cultural no que concerne a estabelecer parcerias estratégicas, essenciais para concorrer no mercado internacional, leva a perder oportunidades de negócio. DORA TRONCÃO [email protected]

Ana Mestre, diretora artística do projeto e fundadora da marca Corque, a primeira mar-ca portuguesa de mobiliário e acessórios de casa em cortiça, utiliza uma grande variedade de materiais e tecnologias diferentes e é exclu-sivamente dedicada ao design de interiores e design de produto.

Embora a marca esteja sediada em Lisboa, tem-se posicionado sobretudo no mercado internacional. “Estamos em Nova Iorque, São Paulo, Londres, no fundo nos polos urbanos”, explica Ana Mestre. “A Corque deriva de um projeto de investigação de cinco anos junto do setor da cortiça, abarcando tecnologias e materiais, com o propósito de incentivar a inovação no setor. Inicialmente havia a ideia de uma série de empresas se juntarem ao projeto, mas acabaram por desenvolver tam-bém as suas marcas apesar de continuarem a trabalhar com a Corque. Isto potenciou a inovação interna das empresas e acabou por ser um objetivo bem conseguido. Notei uma questão curiosa: em Portugal as empresas têm muita dificuldade em trabalhar em conjunto porque querem proteger não se percebe por vezes bem o quê. É da complementaridade e das parcerias que nascem grandes projetos e só juntas conseguem ter uma escala indispen-sável quando se tem o mercado internacional em vista.”

Dar a perceber a cortiça como um material sofisticado e apresentar design português, con-quistando o mercado internacional, teve “mui-to a ver com a noção de que a construção da marca era importante para conseguir este pú-blico-alvo, os consumidores urbanos que estão em diversos sítios e temos de ir ao encontro deles. Conseguimo-lo através da participação em eventos de design que tinham visibilida-de e chamavam este público”. As pessoas “não ligam a cortiça a Portugal, mas sim ao clima mediterrânico. Nos E.U.A não sabem que é o maior produtor de cortiça, mas, em geral, na Europa sabem. Fora da Europa, ao dizermos que Portugal é o maior produtor de cortiça e detém a maior área de floresta de sobro ficam meio surpreendidos porque é um país peque-no. Na realidade, a nossa exploração de cortiça também vem do norte de África e de Espa-nha, mas é toda processada em Portugal.” Ana

Mestre já pensou em mudar a sede da Corque para a Holanda, país a que está muito ligada e onde leciona, mas “uma marca com caráter de identidade muito forte, de repente não pode ser holandesa. Esta coerência é importante e por isso a marca nunca vai deixar de ser por-tuguesa. Dificilmente haveria o know-how para trabalhar a cortiça no exterior da mesma forma que em Portugal, mas não será impos-sível daqui a 10 anos, se outros países investi-rem, até porque não estamos a falar de uma tenologia muito complexa. Devemos ter em atenção que ao promover uma tendência não a podemos abandonar, tem de haver investi-mento tecnológico que permita novas funções para apresentar soluções e estar à frente de outros mercados.” Os processos de inovação tecnológica têm origem em Portu-gal - nas universidades e institutos – “todavia os links são fracos. Não há abertura para parcerias, que, numa fase inicial, apresentam potencialidades novas e assim per-mite-se que entidades externas percebam es-sas oportunidades e avancem antes de nós. O nosso maior problema é cultural e é uma pena porque temos os ingredientes todos e estamos numas hesitações, que não se percebem.”

Da alfaiataria à produção industrial

Ana Paula Rafael, CEO da Dielmar, advo-gada por formação, dedica-se a um negócio,

muito tradicional e artesanal, que herdou do avô e do pai e que faz 50 anos em maio de 2015. “O meu avô era um grande alfaiate, que tinha uma oficina de alfaiataria com cin-quenta mulheres, o que há 70 /80 anos repre-sentava uma dimensão quase industrial.”

A Dielmar faz alfaiataria não apenas para as pessoas que têm dificuldade em encontrar uma forma de vestir adaptada ao corpo e que não está disponível na maior parte das lojas de vestuário ou moda, mas também para as pes-soas que querem mais conforto. “Os materiais são muito importantes. Temos sido muito inovadores na pesquisa e na organização dos materiais para adaptar ao vestuário masculi-

no. Conjugamos muitas figuras naturais como o algodão com seda, muitas sedas com lã, vários tipos de texturas e matérias. Fo-mos dos primeiros alfaia-tes em Portugal [o meu avô], depois tornamo-nos uma indústria e aprende-mos a fazer o fato pren-

sado e colado com pequenos pingos de cola. Fomos a génese da alfaiataria em Portugal e aprendemos também a trabalhar de outra for-ma, industrializámo-nos porque percebemos que havia vários potenciais clientes, a saber: os alfaiates em Portugal. Passámos a fornecer praticamente todo o país a partir da nossa oficina industrial devido à capacidade de pro-dução e dimensão crítica.” A Dielmar evoluiu também num processo de investigação da ergonomia masculina. “Os homens de há 30

anos e de hoje são completamente diferentes e adaptámos a nossa modelagem à ergonomia dos homens numa tentativa de criar maior conforto por um lado, mas também para se sentirem bem estruturalmente em termos de imagem. O conforto é fácil quando domi-namos a arte da alfaiataria. O design é mais difícil porque temos que estar sistematica-mente atualizados. Uma equipa faz a análise de tendências, viaja muito, estuda, tem uma atividade basicamente intelectual. A decisão é depois partilhada com a modelagem porque é necessário transformar a ideia num produto e a “vestibilidade” tem a ver a com a mode-lagem.” Dielmar está presente em 30 países e por isso trabalha cada vez mais as tendências e os tecidos térmicos. “Uma coleção, criada num determinado momento, tem um con-texto global que permite dar resposta ao Brasil ao mesmo tempo à Noruega.” Em relação à alfaiataria, Dielmar dá formação aos clientes, que fazem alfaiataria no Brasil e nos Estados Unidos. Os alfaiates portugueses escasseiam e a Dielmar “tem assumido essa formação porque precisamos de pessoas com essa habi-lidade e conhecimento porque a alfaiataria é uma arte como a pintura, a joalharia, tem de se saber fazer com as mãos.”

Loja em Lisboa é cartão-de visita para o mundo

Maria João Bahia, criadora de joias, é pro-prietária de uma estrutura ímpar: um edifício na Avenida da Liberdade com a loja no piso de entrada; prataria no piso superior e a ofici-na no último piso. As peças são feitas in sito, existindo a possibilidade de saber mais acerca das joias, conversando com a própria criadora. “Muitas pessoas chegam à loja e perguntam--me onde fica a loja da Maria João Bahia em Nova Iorque ou Londres porque andaram à procura e não encontraram”, revela a criadora. Todas as peças que faz são joias de autor que só se encontram em Lisboa. Maria João Bahia esteve nos mercados emergentes de Angola e Brasil, com exposições - “Pensamento Africa-no”, a convite do Instituto Camões, e “Entre a Terra e o Céu”- em ambos os países respe-tivamente. Considera complicado transportar a marca para fora porque, no fundo, a marca é a criadora.

A loja de Maria João Bahia é um dos últi-mos redutos daqueles que gostamos de des-cobrir quando nos deslocamos a Itália ou a França e que enriquecem o comércio local.

DEBATE LUXO & NÚMEROS “SABER FAZER EM PORTUGAL”

Falta de parcerias entre empresas portuguesas prejudica negócios

O debate Luxo & Números “Saber Fazer em Portugal” decorreu no Tiara Park Atlantic Lisboa.

INTERVENIENTES

ANA MESTRE, DIRETORA ARTÍSTICA DO PROJETO E FUNDADORA DA CORQUE

“Em Portugal, as empresas têm muita dificuldade em trabalhar em conjunto […] É da complementaridade e das parcerias que nascem grandes projetos e só juntas conseguem ter uma escala indispensável quando se tem o mercado internacional em vista.”

ANA PAULA RAFAEL, CEO DA DIELMAR“Dielmar tem assumido a formação dos alfaiates porque precisamos de pessoas com essa habilidade e conhecimento porque a alfaiataria é uma arte como a pintura, a joalharia, tem de se saber fazer com as mãos.”

MARIA JOÃO BAHIA, CRIADORA DE JOIAS“Muitas pessoas chegam à loja e perguntam-me onde fica a loja da Maria João Bahia em Nova Iorque ou Londres porque andaram à procura e não encontraram.”

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

É da complementaridade e das parcerias que nascem grandes projetos

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 15

“Géneros alimentícios: procedimentos para a exportação” A TLCB Advogados organiza, no próximo dia 24 de julho, quinta-feira, entre as 08h45 e as 13h00, na Fundação AEP, no Porto, workshop sobre “Géneros alimentícios: procedimentos para a exportação – os casos espaciais do Brasil, Rússia e Ásia”. O workshop contará com asparticipações de Francisco Silva Pereira, da DGAV, João Borgas, da Aliqualidade, e Ana Bor-gas, da TLCB Advogados.

Marco de Canaveses tem nova rede urbana de transportesMarco de Canaveses tem uma nova rede de transporte urbano, a “Urbmarco”. Criada pela autarquia, em colaboração com a Transdev, este serviço tem três linhas (azul, vermelha e verde) e irá funcionar de hora a hora, das 7h às 20h, servindo ainda como complemento ao transporte interurbano e ao ferroviário (linha Régua – Porto da CP). Os habitantes e turistas podem utilizar esta rede de forma gratuita até 14 de setembro.

MARC [email protected]

O setor nacional dos vinhos é, tradi-cionalmente, um forte exportador. Com efeito, segundo dados do Instituto do Vinho e da Vinha, o ano de 2013 regis-tou um novo aumento na exportação de vinhos, crescendo 2,4% em valor, a ultra-passar a barreira dos 700 milhões de euros (mais concretamente, 724 milhões), e no preço médio (+13,3%, para 2,37 euros/litro).

Porém, a diminuição do volume expor-tado (-9,6%) faz antever um aumento da qualidade dos vinhos vendidos. Para esse facto em muito contribuiu a subida das exportações de vinhos, oriundos de em-presas de menor dimensão e produções reduzidas.

Ser exportador implica ser um ‘glo-betrotter’, ou seja, percorrer mundo na busca e acompanhamento dos mercados. Nem todos os produtores possuem essa vocação, pelo que o outsorcing é uma solução em desenvolvimento. “Há algum tempo entregámos a comercialização dos nossos vinhos e aguardentes em outsour-cing, em virtude de não termos dimensão para o fazer diretamente, nem feitio para viver uma significativa parte da vida a correr mundo”, explicou-nos um produ-tor sediado na região dos vinhos verdes.

Essa vertente, aliada ao posicionamen-to junto de um segmento alto e produ-ções de reduzido volume, faz com que Abílio Tavares da Silva, proprietário da Quinta de Foz Torto, no Douro, aposte em mercados específicos e promoção da venda através do enoturismo. “O vinho, no segmento em que me posiciono, é um mercado de nicho”, disse à VE.

Na atual conjuntura económica, “o vi-nho não é um produto de primeira ne-cessidade”, pelo que “estou impelido a ter que vender para fora”. O projeto de enoturismo, que deverá estar concluído em 2015, inclui um hotel, com oito a 10 quartos, na própria quinta, bem como uma adega no centro do Pinhão. Estas va-lências deverão permitir a venda de 30 a 50% da produção ‘à porta’ para “otimizar essas visitas”, esclareceu.

Em busca de um distribuidor

A Quinta de Foz Torto é um projeto pessoal de Abílio Tavares da Silva, que se mudou de Lisboa para o Douro em busca de um novo tipo de vida. Esta escolha in-flui na sua estratégia de exportação: “Vou ter que escolher 10 a 12 mercados em que quero apostar para não ter que viajar tan-to”, entre os quais Brasil, EUA, Canadá, Inglaterra ou países nórdicos. Na atual fase de produção, a quinta atinge sete a oito mil garrafas. “Tenho um operador logístico que está direcionado para o B2C e que vende o vinho a preços competiti-vos”, disse.

Em alguns mercados, como Brasil, Abí-lio Tavares da Silva já fez prospeção de mercado junto de potenciais distribuido-res locais, bem como a visita a feiras, mas “de forma ainda pouco estruturada”.

Dificuldades de associação

É nessa perspetiva que a estratégia de associação surge como “ideal”, seguindo um modelo já adotado pelos Douro Boys e Lavradores de Feitoria. Porém, aquele produtor assume que “são mais as exce-

SETOR DOS VINHOS REFORÇA TENDÊNCIA PARA AUMENTO DE PREÇO E REDUÇÃO DE VOLUME EXPORTADO

Exportação de pequenas produções assenta na diversidade de estratégias

ções que a regra”, e encontrar parceiros, “mesmo que para ações de marketing, é muito difícil”.

O mesmo nos confirma Pedro Costa e Silva, economista da Dólmen, gabinete de ação local (GAL) que atua na área do Baixo Tâmega. Um produtor local des-ta região dos vinhos verdes dirigiu-se ao Brasil em busca de um distribuidor, que exigiu, para manter um ritmo constante de vendas, maior volume de vinhos que aquele produtor conseguia assegurar iso-ladamente.

Assim, este “recorreu a nós, no senti-do de procurar fomentar uma associa-ção de produtores locais, para escoar o vinho através de uma marca única”. Esta seria baseada na figura de Cármen

Miranda, natural de Marco de Canave-zes e muito popular no Brasil. Porém, nenhum produtor local aceitou integrar a associação, mesmo que os custos ini-ciais fossem suportados pelo referidoGAL.

É essa dificuldade que a Dólmen pro-cura contornar, alocando, através do novoprograma comunitário, verbas para a as-sociação de produtores. Para além disso, esta cooperativa é responsável pela gestãodo novo programa de DesenvolvimentoLocal de Base Comunitária para aqueleterritório, o qual substitui o Eixo 3 do ProDer. Assim, a Dólmen terá um papelmais interventivo no apoio a pequenas explorações, com verbas que podem ir até 200 mil euros por projeto.

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Como elaborar um plano de negócios?É a primeira dor de cabeça de muitos empreendedores e mui-tos são os métodos, as teorias e até os mitos que o circun-dam. Falamos da ferramenta empreendedora à qual se dedica o curso “Como elaborar um plano de negócios”, promovido pela ANJE nos dias 22 e 24 de julho. Trata-se de uma formação intensiva, a decorrer em ho-rário laboral, no centro de formação empresarial da ANJE, em Algés.

Soluções low-cost de apoio à decisão A ANJE, com apoio da Câmara Municipal de Vizela, promove, no próximo dia 30 de julho, um workshop especializado subordinado ao tema “Soluções low-cost de apoio ao negócio e à decisão”. A decorrer na Casa das Coletividades de Vizela, a iniciativa pretende apresentar, junto dos empresários locais, um conjunto de opções disponíveis para lançar ou potenciar ideias de negócio.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

16 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

17ª Feira do Empreendedor: negócios globais já antecipam oportunidades CAMPANHA DE PRÉ-RESERVA DE ESPAÇOS DECORRE ATÉ AO FINAL DE JULHO

A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários encontra--se já a efetuar pré-reservas para a Feira do Empreendedor 2014. A 17ª edição do certame tem lugar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, entre os dias 27 e 29 de novembro, e será subordinada ao tema “Born Glo-bal”. Os empresários interessados podem, até ao dia 31 de julho, beneficiar de 20% de desconto no aluguer de espaços e stands.

Aquele que é um dos maiores e mais antigos eventos nacionais de apoio ao empreendedorismo, ino-

vação e emprego apresenta uma nova edição focada na globalização de negócios. Ao habitual conjunto de oportunidades sugeridas du-rante o certame junta-se um pro-grama orientado para a expansão de empresas já existentes e para a materialização de novos projetos, idealizados por empreendedores e empresas com “adn global”.

A Feira do Empreendedor prossegue ainda com a aposta que tem vindo a efetuar na iniciativa empresarial baseada no conheci-mento e voltada para a criação de valor acrescentado a partir de

uma forte aposta na inovação, facto que a torna numa mostra de empreendedorismo diferenciador e competitivo.

Quatro salões temáticos e programa paralelo de formação e informação

O certame da ANJE vai con-templar quatro salões temáticos num espaço de convergência de produtos e serviços de apoio ao empreendedorismo, à atividade empresarial e ao emprego. Estes salões facilitam a distribuição no terreno de um vasto conjunto de entidades públicas e privadas com relevância para o exercício empresarial e a crescente qualifi-cação profissional: Salão do Fran-chising e Oportunidades, Salão de Apoio à Criação e Gestão de Empresas, Salão do Futuro e Sa-lão High Tech / High Biz.

No programa complementar es-tarão uma vez mais em destaque diversas formas de acesso a infor-

mação de relevo, bem como de aprendizagem. Entre workshops e conferências práticas, o tema da internacionalização – transversal a toda a feira – assume particular relevo nesta programação, sendo complementando por outras áreas de utilidade para o lançamento e desenvolvimento de empresas, en-tre as quais figuram a liderança, a gestão, as oportunidades de negó-cio, os apoios e o financiamento, nas suas diferentes dimensões.

A Feira do Empreendedor é uma iniciativa da ANJE – As-sociação Nacional de Jovens Empresários, promovida no âm-bito do projeto Academia dos Empreendedores e apoiada pelo IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional. Para efe-tuar, com condições especiais, a pré-reserva de espaços nos salões temáticos que integram a exposi-ção de empresas da 17ª Feira do Empreendedor, basta consultar a página http://feiradoempreende-dor.anje.pt/.

ANJE lança novo plano de cursos para desempregados

A ANJE – Associação Na-cional de Jovens Empresários, através da área FOCO Empre-gabilidade, acaba de lançar um novo plano de ofertas formati-vas adaptadas às necessidades dos desempregados nacionais e às crescentes exigências do mercado global. O desenvol-vimento de competências lin-guísticas surge em destaque na agenda para o último quadri-mestre, com formações especí-ficas direcionadas para a apren-dizagem das línguas e culturas inglesa, espanhola e alemã. O objetivo é capacitar e alargar os horizontes profissionais dos participantes, preparando-os para a integração imediata no mercado laboral.

A complementar as seis for-mações de línguas previstas, que incluem ofertas de nível básico e intermédio, estão os cursos “Da Ideia ao Plano de Negócios” e “Como aumentar os seus níveis de empregabili-dade?”. A primeira ação for-mativa foca atenções no Plano de Negócios para fornecer os conhecimentos e ferramentas necessárias para a materializa-ção de ideias em projetos em-presariais, enquanto o segundo curso parte das competências e qualidades pessoais dos for-mandos para assegurar uma resposta positiva às exigências de recrutamento do mercado atual e a diferenciação necessá-ria para o sucesso no processo de candidatura.

Numa altura em que a taxa de desemprego estrutural reflete um preocupante desajustamen-to entre o perfil de competên-cias dos desempregados dispo-níveis para trabalhar e as reais necessidades das empresas, a marca FOCO – Formação e Competências ANJE chama a si a responsabilidade de fomen-tar o necessário cruzamento en-tre a oferta e a procura. Próxi-ma da comunidade empresarial pela sua experiência associativa multissetorial e dotada de uma vasta experiência ao serviço da formação de empresários e quadros empresariais, a asso-ciação pretende, com esta nova área de formação, capacitar os profissionais que se encontram sem emprego com um conjun-to de competências valorizadas pelo tecido empresarial. Infor-mações e inscrições em http://www.anje.pt/portal/emprega-bilidade.

Mais de 18 mil participantes em 2013

Além das cerca de 13.500 pessoas que se deslocaram à Alfândega do Porto para visitar os stands de exposição, o vasto programa complementar do certame, envolvendo 40 iniciativas, justificou a presença de 18.698 empreendedores. As conferências práticas destacaram-se entre os pontos altos da programação paralela, com 3.421 atuais e potenciais empresários interessados em recolher informação especializada nas mais diversas áreas do mundo empresarial.

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Comprámos uma viatura num país da UE (transação intracomunitária). 1. Liquidámos o IVA na fatura de compra.2. Depois, ao legalizarmos a viatura, pagámos cerca de 2000,00 J de ISV. Temos de liquidar IVA sobre este ISV? Se sim e se se tratar de particular, como o poderá fazer?

Resposta do Assessor Fiscal:1. Suponho que se trata da aquisição de veículo novo por um particular. 2. De acordo com a alínea b) do artigo 1.º do DL 290/92, de 28.12, que aprova o Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias (RITI), estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado «As aquisições

intracomunitárias de meios de transporte novos efectuadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo, ainda que se encontre abrangido pelo disposto no n.º 1 do artigo 5.º, ou por um particular». 3. São considerados sujeitos passivos do imposto pela aquisição intracomunitária de bens «os particulares que efetuem aquisições intracomunitárias de meios de transporte novos [alínea a) do n.º 2 do artigo 2.º do RITI]. 4. Nas aquisições intracomunitárias de bens sujeitos a imposto sobre veículos, o valor tributável é determinado com inclusão destes impostos, ainda que não liquidados simultaneamente (n.º

3 do artigo 17.º do RITI). 5. Sendo a aquisição intracomunitária de um meio de transporte novo efetuada por «particular» em cujo valortributável não foi simultâneamente incluído o respetivo imposto sobre veículos, deve o pagamento do IVA correspondente a este ser efetuado na Tesouraria da Fazenda Pública competente antes de se proceder ao respetivo registo, licença ou matrícula [alínea b) do n.º 6 do artigo 22.º do RITI]. 6. Por força do artigo 33.º do RITI, as entidades envolvidas no processo de registo, na concessão de licenças ou atribuição de matrícula aos meios de transporte novos, deverão colaborar no controlo

da obrigação de pagamento do imposto. 7. Deste modo, os «particulares» deverão comprovar junto das entidades referidas no número anterior o pagamento do IVA devido pelas aquisições intracomunitárias de meios de transporte novos que efetuaram, mediante a apresentação da guia de pagamento do IVA. 8. De notar que os sujeitos passivos do IVA, abrangidos por um regime de tributação das aquisições intracomunitárias, pagando o IVA devido pelas aquisições de meios de transporte novos que efetuam na declaração periódica de imposto, estão excluídos da obrigação prevista no artigo 33.º do RITI, referida no n.º 6.

A Comissão de Reforma do IRS pre-tende introduzir mudanças substanciais no atual modelo do imposto sobre os rendimentos. Dois aspetos, em particu-lar, suscitam um interesse acrescido por parte dos contribuintes e dos especialis-tas em matérias fiscais. Por um lado, a reforma propõe um esquema padroniza-do de deduções e, por outro, os filhos darão direito a menos pagamento de IRS. O casal também poderá apresentar separadamente as respetivas declarações de rendimentos.

O primeiro aspeto tem a ver com a possibilidade de ser criado um mode-lo padrão de deduções para as despesas relacionadas com a educação, a saúde e a habitação. Ou seja, neste caso o que está sobre a mesa é uma simplificação de todo o processo em sede de IRS. O que faz todo o sentido, já que o atual sis-tema é excessivamente complexo, com limites para cada tipo de despesa e com tetos globais aos abatimentos. E estes variam de acordo com os rendimentos. A comissão liderada pelo fiscalista Rui Morais quer um sistema padronizado de deduções.

O que acontece neste momento é que a administração fiscal admite que os su-jeitos passivos abatam ao rendimento anual uma parte dos gastos realizados durante o ano fiscal. O que se pretende é aproximar este regime do simplifica-do, ou seja, uma parte do rendimento é tido como despesa, não sendo necessá-rio apresentar quaisquer faturas para o

efeito de dedução. O que significa que o modelo não é muito diferente daquele que está em vigor para os trabalhadores independentes no regime simplificado. Destaque para o facto de a comissão de reforma querer uma clara aproximação à realidade efetiva dos contribuintes, o que também se traduzirá numa maior transparência em termos fiscais.

Mais filhos e menos imposto

Quanto às alterações em sede de ma-trimónio, convém destacar dois fatores essenciais. Um tem a ver com os filhos. A comissão propõe que os filhos possam resultar numa redução do imposto, o que passa por juntar o rendimento do casal, sendo atribuído a cada filho um valor que entra na conta final. É o cha-mado quociente familiar, na ordem de

0,3% por filho. Uma medida que faz com que o rendimento seja dividido por um número superior a dois, o que faz com que o imposto seja menor. No caso de os pais estarem separados, a situação mantém-se, já que é dividido pelos dois progenitores.

Uma outra medida não menos im-portante é a possibilidade de a declara-ção de rendimentos ser apresentada em separado pelo casal. No entanto, nada impede que se mantenha o atual regime de apresentação da declaração em con-junto. Esta medida tem sido defendida por muitos fiscalistas, tendo em conta que introduz uma maior justiça fiscal. Perante a possibilidade de haver perda de receita fiscal, a comissão de reforma aposta na intensificação do combate à fraude e à evasão fiscais. Além disso, também é evidente que a comissão pro-cura garantir uma maior estabilidade fiscal.

As propostas agora avançadas estão de acordo com as “promessas” feitas por Rui Morais, aquando da tomada de pos-se da comissão de reforma. Não houve a intenção de alterar as taxas do imposto, até porque não era essa a tarefa da co-missão.

Uma das intenções centrais era simpli-ficar o IRS, o que acontece na prática. Por outro lado, tornar o imposto mais amigo das famílias. A descida da taxa do imposto sempre foi encarada por Rui Morais como uma questão de âmbito político e não técnico.

IRS vai ter modelo padronizado e dá benefícios fiscais a casais com filhos

FISCALIDADE

Reforma da fiscalidade verde “não implica aumento de impostos”Perante a controvérsia suscitada, o Governo veio a público garantir que não haverá aumento de im-postos com a reforma da fiscalidade verde, “uma vez que esta visa substituir impostos, diminuindooutros”. Foi ainda afirmado que as propostas feitas pela comissão traduzem uma total neutralidadefiscal, “procurando identificar um conjunto de oportunidades para desagravar outros impostos”.Os críticos dizem não compreender como será então possível obter mais 180 milhões de euros em receita fiscal.

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 17

PRÁTICA FISCAL

COMPRA VIATURA UE

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

AGENDA FISCAL

JULHO

Até ao dia 20

soas singulares- 1º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) de titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares.

soas colectivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos passi-vos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados-membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal tri-mestral quando o total das transmissões in-tracomunitárias de bens a incluir na decla-ração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 50.000.

Até ao dia 25

- Comunicação por transmissão eletrónica de dados dos elementos das faturas emi-tidas no mês anterior pelas pessoas singu-lares ou coletivas que tenham sede, esta-belecimento estável ou domicílio fiscal em território português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

Até ao dia 31

- Pagamento da 2ª prestação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), referente a 2013, quando o seu montante seja superior a J 500,00.

soas colectivas- 1º pagamento por conta do IRC devido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável, com período de tributação coincidente com o ano civil.

-nal por conta da derrama estadual devido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza co-mercial, industrial ou agrícola e por não re-sidentes com estabelecimento estável que tenham no ano anterior um lucro tributável superior a J 1 500 000.

ADMINISTRAÇÃO

TRIBUTÁRIA Marcação de atendimento

presencial

No passado dia 1 de julho a Administração Tributária passou a disponibilizar mais ser-viços de finanças com atendimento presen-cial por marcação, mediante o agendamento através do Centro de Atendimento Telefóni-co (707 206 707). O atendimento presencial pode ser agendado relativamente a um elenco de assuntos que, pela sua natureza ou grau de complexidade, requerem a presença dos contribuintes/opera-dores económicos e/ou seus representantes.A marcação é confirmada por mensagem para o endereço de correio eletrónico já fia-bilizado ou que seja indicado no ato e será disponibilizada informação sobre a docu-mentação indispensável à resolução do as-sunto a tratar, de modo a evitar múltiplas deslocações.

O fiscalista Rui Morais sempre defendeu a simplificação do IRS, a estabilidade fiscal e um imposto mais amigo das famílias.

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CONSULTÓRIO TÉCNICO

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) têm sempre obrigações fiscais a cumprir junto da Autoridade Tributária (AT) e do Instituto da Segurança Social (ISS).Em termos gerais, as IPSS são consideradas entidades sem fins lucrativos, sendo constituídas por iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos.Estas entidades não podem ser administradas pelo Estado ou por um corpo autárquico e os seus objetivos baseiam-se no apoio social à família, crianças e jovens, idosos e integração social e comunitária, mediante a concessão de bens e a prestação de serviços.Devido à situação económica e financeira de crise no nosso país, existe uma crescente procura, por parte de grupos mais desfavorecidos, dos serviços que as IPSS conseguem disponibilizar. De alguma forma, estas entidades vêm colmatar necessidades sociais e situações de carência, como pobreza, fome, toxicodependência e até dificuldades em fazer face aos compromissos financeiros.Neste sentido, as IPSS e entidades equiparadas acabam por ter um papel primordial na nossa sociedade.O intuito deste artigo é fazer uma abordagem relativa aos aspetos formais da constituição das IPSS e das obrigações que estas entidades terão de cumprir junto do ISS.As IPSS devem proceder à sua inscrição no Registo Nacional de Pessoas Coletivas, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 129/98, de 13/05.O regime jurídico destas entidades encontra-se consagrado na parte geral do Código Civil, nos termos do qual as associações que não tenham por fim o lucro económico dos associados gozam de personalidade jurídica, ou seja, as associações são suscetíveis de serem titulares de direitos e obrigações.Para a aquisição da referida personalidade jurídica é imprescindível a sua constituição pela forma pública consagrada na lei, a qual consiste na celebração de escritura pública.Da escritura pública deve constar o ato de constituição da IPSS, assim como os estatutos e suas eventuais alterações.No que concerne ao ato de constituição, deve salientar-se que o mesmo deve especificar o seguinte:

o património social;

não se constitua por tempo indeterminado;Quanto aos estatutos, refira-se que devem ficar aí especificados os direitos e obrigações dos fundadores, associados, as condições da sua admissão, saída e exclusão, assim como o modo de extinção da associação e consequente devolução do seu património.O notário deve comunicar oficiosamente, a constituição e estatutos à autoridade administrativa competente em função do objeto da associação e ainda ao Ministério Público, remetendo, por fim, um extrato da sua constituição e estatutos para o Diário da República a fim de serem publicados, isto porque os efeitos da constituição da associação relativamente a terceiros não se produzem enquanto tal publicação não ocorrer. Estas entidades são obrigadas a dar início de atividade na Administração Tributária e proceder à inscrição na Segurança Social.Estando as IPSS e entidades equiparadas obrigadas a ser inscritas na Segurança Social, as mesmas são obrigadas a

apresentar o Orçamento e Contas de Instituições Particulares de Solidariedade Social (OCIP), a partir do momento em que se registam nos serviços da Segurança Social.Para exercícios económicos a partir de 2012, as IPSS e entidades equiparadas são obrigadas a apresentar as seguintes Contas ao Instituto da Segurança Social:

- Demonstração de resultados por naturezas e

- Ata de aprovação das Contas pelo órgão de Administração ou ata de aprovação das Contas pela Assembleia-Geral dos Associados, das Instituições de forma associativa;

das Contas das Instituições a ela sujeitas no âmbito do SNC);

incluindo os movimentos do mês e os movimentos acumulados;

- Mapa de Controlo(s) do subsídio(s) para investimento(s).

Sempre que se entenda necessário para análise e apreciação das contas, podem ser solicitados outros elementos e informações, por parte do ISS.As contas devem ser entregues via eletrónica, mediante o registo de dados e submissão de documentos via web, no sistema OCIP.O prazo limite de entrega das Contas respeitantes ao ano “n” corresponde a 30 de junho do ano n+1.Relativamente ao processo de apresentação de orçamentos anuais, há que ter em atenção os seguintes pontos:Exercício Económico de 2014Os orçamentos de 2014 devem ser submetidos via upload na aplicação OCIP, utilizando o modelo de orçamento do ano anterior, sendo o formato em Excel de entrega

opcional. O novo modelo de orçamentos em formato de Excel de preenchimento obrigatório tem a seguinte estrutura:

1. Menu2. Regras Registo3. Dados Gerais4. Demonstração de Resultados

6. Investimento7. Memória Justificativa

de todas estas obrigações. Existe, sem dúvida, um trabalho acrescido para estas entidades que obrigatoriamente terá de ser realizado por um Técnico Oficial de Contas (TOC).Note-se que a organização de todo o processo contabilístico deverá ser sempre da responsabilidade de um TOC.Estas obrigações contabilísticas e de reporte acometidas às IPSS contribuirão certamente para o seu modelo de financiamento, devido à escassez de recursos públicos/estatais que, para o momento atual e anos futuros, obriga a que estas entidades encontrem outras formas de financiamento junto de várias entidades não estatais.As obrigações contabilísticas e de reporte ajudam a que estas entidades consigam controlar os seus gastos, otimizar os seus recursos e dar informação financeira e de desempenho aos seus possíveis financiadores. Impõem-se, portanto, às IPSS o desafio de encontrarem novas formas de sustentação alternativas, de forma a continuarem a responder às “novas” necessidades sociais.

IPSS — constituição e apresentação de orçamentos e contas

FELÍCIA TEIXEIRACONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS Sociedades de profissionais

têm de obedecer a novos critérios no âmbito do

regime de transparência fiscal

A sociedade de profissionais é uma sociedade constituída para o exercício de uma atividade profissional, especificamente prevista na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS, na qual todos os sócios pessoas singulares sejam profissionais dessa atividade.

Um engenheiro civil quer constituir uma sociedade unipessoal, com as atividades de engenharia civil e construção civil. Se a empresa tiver como atividade principal construção civil e como secundária engenharia civil, é considerada sociedade profissional? Tem que existir alguma percentagem mínima de volume de negócios na atividade principal para não ser enquadrada nas sociedades profissionais? No caso de uma sociedade por quotas já existente, com dois sócios (marido e mulher), em que a atividade da empresa é engenharia civil e um dos sócios é engenheiro civil, pode ser entendida como sociedade de profissionais?

Importa considerar o novo conceito de sociedade de profissionais, previsto na alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do Código do IRC, para efeitos de aplicação do regime de transparência fiscal: «( ) a) Sociedade de profissionais: 1) A sociedade constituída para o exercício de uma

atividade profissional especificamente prevista na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS, na qual todos os sócios pessoas singulares sejam profissionais dessa atividade; ou,

2) A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de 75%, do exercício conjunto ou isolado de atividades profissionais especificamente previstas na lista constante do artigo 151.º do Código do IRS, desde que, cumulativamente, em qualquer dia do período de tributação, o número de sócios não seja superior a cinco, nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público e, pelo menos, 75% do capital social seja detido por profissionais que exercem as referidas atividades, total ou parcialmente, através da sociedade ( ).»

Nas situações expostas apenas estará em causa o conceito previsto no ponto 2) anteriormente transcrito, pelo que os dados fornecidos não serão suficientes para um rigoroso enquadramento. No primeiro caso, considerando que são praticadas duas atividades, uma que se integra na lista de atividades profissionais (engenharia) e outra que não se integra (construção civil), importa conhecer qual a percentagem com que cada uma contribui para o total dos rendimentos obtidos. Se os rendimentos provenientes da atividade de engenharia representarem mais de 75% dos rendimentos totais obtidos, então a sociedade estará enquadrada no regime de transparência fiscal, no pressuposto de que o sócio exerce a atividade de engenheiro civil através da sociedade. No segundo caso exposto, a sociedade, sendo detida por dois sócios em que um deles não é profissional da lista anexa ao artigo 151.º do Código do IRS, a sociedade ficará abrangida pelo regime de transparência fiscal, caso a percentagem de capital detida pelo sócio profissional for de, pelo menos, 75% do capital social, naturalmente, verificando-se os demais requisitos.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS

DE CONTAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Cigarros levam Portugal ao tribunal europeuA Comissão Europeia decidiu levar o Estado português perante o Tribunal de Justiça da União Eu-ropeia, no âmbito da comercialização de cigarros. A venda de cigarros tem uma data limite, ligada ao selo fiscal existente na embalagem. Acontece que são colocadas novas marcas no mercado e estas

consumo, por razões fiscais. Os operadores económicos acabam por não estar autorizados a comer-cializar os tabacos que já estavam sujeitos a imposto, o que vai contra as regras do mercado único.

AT só disponibiliza informação para efeitos académicos ou de investigaçãoA Autoridade Tributária e Aduaneira esclarece que a disponibilização de informação ou dados recolhidos e à sua guarda, a favor de quaisquer pessoas ou entidades, só será permitida para efeitos académicos ou de investigação. No entanto, mesmo nestes casos, não pode ser colocado em causa o dever de sigilo fiscal. Os serviços não podem facultar o acesso a informação ou dados desagrega-dos, que possam permitir a identificação de contribuintes a quem essa informação possa pertencer.

FISCALIDADE

18 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

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A Associação Portuguesa de Contact Centers, (APCC) completa este ano uma década de atividade. O setor neste momento representa cerca de 1% do PIB nacional e emprega mais de 50 mil pessoas, cerca de 1,1% do mercado de trabalho ou 4,3% da população ativa. José Paulo Ortigão Delgado, fundador da APCC, admite que, hoje, o principal desafio continua a ser o reconhecimento da importância para o país deste setor.SUSANA MARVÃ[email protected]

Vida Económica - Que balan-ço faz desta última década?

José Paulo Ortigão Delga-do – Faço um balanço muito positivo. Nestes dez anos o setor cresceu, consolidou-se, tornou--se exportador e Portugal está hoje referenciado internacio-nalmente tanto pela qualidade da prestação de serviços como pelos fornecedores de soluções tecnológicas de CC. Nos últi-mos anos, a aposta de inúme-ras empresas na externalização da gestão dos seus centros de atendimento telefónico e con-tacto com o cliente conduziu à expansão dos call centers em Portugal. Em 2013, a Gartner divulgou no seu relatório “30 Leading Location for Offshore Services” que Portugal está en-tre os 13 países líderes no po-tencial para a prestação de ser-viços offshore de tecnologias de informação (TI) e de Business Process Outsourcing (BPO), fi-cando a par de países como Re-pública da Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia, Espanha e País de Gales. O comportamento po-sitivo do mercado é comprova-do pelos números da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), que mostra um cres-cimento efetivo do recurso ao outsourcing na operacionali-zação dos contact center: em

2010, apenas 66% das empresas contratavam estes serviços, em 2011 e 2012, este valor atingiu os 79%.

Muitas outras empresas têm sediado em Portugal as suas pla-taformas de contacto e centros de serviços partilhados. Segundo um estudo recente da Informa D&B, entre 2009 e 2012, o cres-cimento do setor foi de 6,5% e, só em 2013, a faturação agregada das empresas deverá ter atingi-do os 406 milhões de euros, um crescimento de 3,6% face ao ano passado. As contas da Informa D&B apontavam para a existên-cia de 32 empresas com um vo-lume de negócios significativo, a operar no mercado nacional, no final do ano passado.

VE – O que mudou nestes úl-timos anos?

JPOD – Sobretudo o reconhe-cimento internacional.

VE – Quais os principais desa-fios que, hoje, os contact center enfrentam face há 10 anos?

JPOD – O principal desafio continua a ser o reconhecimento da importância para o país deste setor.

VE – O que faz com que as multinacionais optem por Por-tugal para a instalação dos seus “contact centers”?

JPOD – Entre outros, o au-mento no investimento tecnoló-gico, verificando-se uma aposta maior em novas ferramentas multicanal, viradas para as redes

sociais e para a análise das inte-rações em tempo real. Esta é a chave para a evolução e inovação. Hoje, mais do que nunca, as no-vas tecnologias são essenciais não só para melhorar a competitivi-dade e agilidade empresarial mas também para gerar novos mode-los de negócio num mercado glo-bal em constante mudança.

As plataformas tecnológicas são a base da atividade de contac-to com o cliente e é através delas que é possível concretizar níveis de otimização cada vez mais exi-gentes. Isso reflete-se num forte investimento do setor nesta área. O último estudo de benchma-rk da APCC frisa este aspeto e identifica as três áreas em que os níveis de investimento em tec-nologia, durante o ano de 2012,

foram mais elevados: sistemas automáticos de distribuição de chamadas (automatic call distri-bution); sistemas de interactive voice response (IVR); e computer telephone integration (CTI).

Estas prioridades ajudam a ex-plicar alterações em indicadores de atividade do setor, como o crescimento do volume de cha-madas recebidas pelos contact centers que são atendidas por sistemas automáticos. Em 2011, seriam cerca de 27%, em 2012, ascendiam já a um terço do total das comunicações.

As competências linguísticas, boa estrutura tecnológica, boa localização geográfica torna Por-tugal como altamente atrativo num setor que representa já 1% do PIB.

VE – Quais os principais de-safios para 2014 e de que for-ma admitem que o atual perí-odo económico veio abrandar este setor?

JPOD – Na última década, tem existido uma evolução bas-tante significativa neste setor de atividade e, em especial, ao nível das condições físicas de trabalho. Investimentos de relevo foram feitos e vários centros de contacto têm sido distinguido pelas suas boas práticas laborais e ambien-tais e de forte impacto positivo no meio socioeconómico onde se localizaram esses investimen-tos, com tecnologias avançadas e promotores da empregabilidade de muitos jovens. Vejam-se por exemplo, entre muitos outros,

os casos dos centros de contactocriados recentemente em SantoTirso, Covilhã, Castelo Branco,Seia ou Setúbal. O impacto so-cial destes investimentos é ele-vado, contrariando o atual ciclorecessivo da economia portugue-sa, e são, por isso, uma porta deentrada no mercado de trabalhopara muitas pessoas e jovens emespecial. Em muitas destas cida-des, as taxas de desemprego sãotão elevadas que poder trabalharno contact center é a única opor-tunidade de emprego disponível.

Neste setor, como em tantosoutros, ainda há oportunidadesde melhoria das condições detrabalho, mas a existência de umclima laboral saudável onde pra-ticamente a APCC não é solicita-da a intervir nesta matéria revelaque este setor económico está amostrar um dinamismo e umamaturidade que o tornam numdos mais competitivos para atrairnovos investimentos.

FUNDADOR DA APCC FAZ BALANÇO DE UMA DÉCADA

“O desafio continua a ser o reconhecimentoda importância deste setor para o país”

TECNOLOGIAS

PlayStation 4 foi a mais vendida nos primeiros seis meses de 2014A PlayStation 4 foi a consola mais vendida em Portugal, tendo atingido nos primeiros seis me-ses de 2014 uma quota de 46% no mercado das consolas domésticas, anunciou a empresa em comunicado. Em conjunto, PlayStation 4 e a PlayStation 3 representaram 85% das vendas de consolas domésticas no primeiro semestre de 2014 em Portugal.

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 19

Dados soltos

Setor exportador - em 2013 a Gartner divulgou no seu relatório “30 Leading Location for Offshore Services” que Portugal está entre os 13 países líderes no potencial para a prestação de serviços offshore de tecnologias de informação (TI) e de Business Process Outsourcing (BPO), ficando a par de países como República da Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia, Espanha e País de Gales. Fatores como as competências linguísticas, boa estrutura tecnológica e localização geográfica posicionam Portugal como pais altamente atrativo para operações internacionais neste setor.

Crescimento do mercado - 6,5% entre 2009 e 2012, segundo estudos recentes: só em 2013 a faturação agregada das empresas deverá ter atingido os 406 milhões de euros, um aumento de 3,6% face ao ano passado

Serviço – multinacionais como a Teleperformance, a Gfi, a Siemens, a Fujitsu, a Nokia, a Xerox, a BNP Paribas, a Microsoft ou a Apple estão presentes em Portugal com estruturas de serviços e contacto com o cliente a funcionar a partir de Portugal.

Aumento no investimento tecnológico, verificando-se uma aposta maior em novas ferramentas multicanal, viradas para as redes sociais e para a análise das interações em tempo real.

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SUSANA MARVÃ[email protected]

A Keep It Safe IT, empresa portuguesa especializada em gestão, segurança e custó-dia física de arquivo, lançou no mercado o seu novo leque de soluções para a gestão de arquivo tecnológico e digital. Pedro Cade-te, partner e gestor de tecnologia da Keep It Safe IT, explicou à “Vida Económica” que as soluções são suportadas por produtos já implantados no mercado. “O que procurá-mos fazer, em linha com a abordagem feita pela Keep it Safe, foi procurar produtos de excelência e com provas dadas no merca-do. A Keep it Safe IT entra nesta cadeia de valor pela elevada experiência que possui no estudo da vida dos documentos nas or-ganizações e a sua relação com o arquivo eletrónico, traduzida na implementação de soluções fiáveis, seguras e que otimizam os circuitos documentais”. Esta mais-valia, garante Pedro Cadete, sente-se na prática no binómio produto/adequação aos requi-sitos do cliente, “onde mais uma vez pro-movemos uma clara diferenciação relativa-mente ao resto do mercado de consultoria nesta área”. Entre os parceiros encontram-

-se marcas como Symantec, Storage Craft, Dicom e a Comteva. No entanto, e de todo o portfólio, são soluções de gestão de arquivo eletrónico e prevenção de perda de dados, da Symantec, que mais têm sido re-quisitadas pelos clientes.

No que diz respeito aos desafios neste setor, o responsável assume que continua a haver um grande desconhecimento do mercado relativamente à possibilidade de organizar, gerir e proteger a informação das empresas, sem perda de disponibilida-de, por um lado, e sem perda de confiden-cialidade por outro. “É este equilíbrio, no fundo, que pretendemos demonstrar ser possível, recorrendo ao nosso know-how especializado nas áreas acima referidas”.

A empresa conta com cerca de 30 cola-boradores, dos quais cnco têm know-how específico em consultoria de arquivo ele-trónico.

O conjunto de serviços da Keep It Safe IT assenta em três tipos de atividade: so-luções Symantec (Data Loss Prevention e Enterprise Vault), soluções BPM – Ges-tão Documental, Messaging e soluções de Consultoria – Arquivo eletrónico. A Keep

It Safe IT é a nova aposta da Keep It Safe, empresa com mais de 14 anos de experiên-cia no setor da gestão, segurança e custó-dia física de arquivo. Atualmente, a Keep It Safe conta com clientes de referência

nacional e internacional, onde se destaca todo o grupo Sonae. A empresa possui, igualmente, dois grandes centros logísticos no país, nomeadamente nos concelhos do Bombarral e da Maia.

Keep It Safe IT apresenta novas soluções ao mercado

OBJETIVOS:

Dr. Agostinho Costa

Público em Geral: €120 + IVAAssinantes VE: €90 + IVA

09h30 às 13h /14h30 às 18h

Organização:

Patrícia Flores (Dep. Formação) / Vida Económica - Editorial SA. l : 223 399 43 /00 / Fax: 222 0 8 098 / Email: patricia ores idaeconomica.pt

Compreender um balanço Analisar a ormação dos resultados Calcular e interpretar os indicadores de gestão mais signi cati os

As noções base para analisar o e uilibrio nanceiro de uma empresa

As noções base para a análise económica e nanceira O Ponto Critico da Empresa ( rea E en Point) Aspetos ue contribuem para a classi cação de risco das empresas

Os empréstimos bancários no contexto atual As causas das necessidades de nanciamento Os principais atores condicionantes da rentabilidade Construir um ableau de ord para acompanhamento da gestão operacional de cada área da empresa

Exemplos práticos

Finanças para Não Financeiros

TECNOLOGIAS

20 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

Pedro Cadete, partner e gestor de tecnologia da Keep It Safe IT

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Sob organização da Funda-ção AIP, através da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, 11 empre-sas portuguesas participaram na Summer Fancy Food Fair, a maior feira agroalimentar da América do Norte, que decorreu em Nova Ior-que. O evento assinalou este ano a sua 60ª edição com mais de 2700 empresas participantes, entre im-

portadores e presenças internacio-nais de 49 países, e cerca de 24 mil compradores.

Fátima Vila Maior, diretora de área de Feiras da AIP – Fei-ras Congressos e Eventos, realça “o potencial do mercado norte--americano cujas exportações têm crescido a bom ritmo, ten-do sido exportados o ano passa-

do 110,6 milhões de euros em produtos das várias fi leiras do agroalimentar português para o país. Estamos a falar de um mercado com 225 milhões de consumidores, que só há bem pouco tempo começaram a conhecer e a interessar-se pela qualidade e autenticidade que caracteriza os nossos produtos.

No que diz respeito ao consumode produtos gourmet, o azeite,o queijo e os vinhos estão entreos mais apreciados pelos norte--americanos.”

A responsável salienta que “épreciso continuar a apoiar asempresas portuguesas nos seusintentos de internacionaliza-ção”.

Agroalimentar português participa na maior feira dos Estados Unidos

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J.Soifer é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e So-cial do Presidente Lula, Banco Interamericano de Desenvolvimento. É especialista em PME. Entre os seus manuais: COMO SAIR DA CRISE, EMPREEN-DER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e PORTUGAL PÓS-TROIKA.

Questões: [email protected] terá resposta individualizada ou nesta coluna

ASSOCIATIVISMO

APDC faz queixa contra abusos nos concursos televisivosA Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) apresentou uma queixa junto daEntidade Reguladora para a Comunicação Social e a Provedoria de Justiça. A organizaçãoliderada por Mário Frota considera que se verifi cam abusos nos concursos televisivos. Osespetadores são “bombardeados” com anúncios de concursos e aliciados com prémios pecu-niários elevados.

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 21

Bruno Ferreira: Pretendo investir numa microem-presa, não tenho capital.

O Bruno dirige a Micre, que ofe-rece microcrédito e recebe com frequência esta questão.Infelizmente o microcrédito em Portugal até agora é um fracas-so total, comparado com outros países. A burocracia é terrível, há falta de coaching e, sobretudo, é centralizado na decisão fi nal, que é da banca privada. Noutros paí-ses são instituições fi nanceiras próprias, com uma legislação es-pecífi ca, para não concorrer dire-tamente com a banca naquilo que ela só faz se não tem escolha.Capital é relativo. A rede de con-tatos que um empreendedor tem é capital. O skype e o face-book foram bons projetos de jovens com competência técnica e uma grande rede de amigos, sem $. O mais importante é es-tar disposto a trabalhar 15 h/dia durante uns dois a três anos, até conseguir confi ança e volume.

Em Portugal é habitual o em-preendedor querer começar com equipamento novo, escri-tório, etc. Os casos de sucesso são dos que começaram com equipamentos emprestados ou seminovos, na garagem, no seu próprio quarto ou num armazém abandonado, arrendado por 20 J ao mês. É a persistência, a capa-cidade de entusiasmar amigos e conhecidos e sobretudo a utilida-de do produto ou do serviço que fazem a diferença.Quando um investidor tecnoló-gico, como os “business angels” e outros similares, reconhecem num empreendedor essas ca-racterísticas e mais humildade e facilidade em aceitar sugestões, disponibilizam o capital inicial e faseiam o aumento de capital consoante os resultados. Sem-pre que possível, quando já po-dem ver algo de concreto, como um protótipo, um software em versão beta, um projeto de ven-das. Aqui falha a maioria, que realiza desk-surveys em vez de entrevistar potenciais clientes no mundo real.

LINHA DIRETA – PME

LUCRAR COM…

MICROCRÉDITO

Jack Soifer*[email protected]

Créditos: OJE-Victor Machado

Aqui falha a maioria, que realiza desk-surveys em vez de entrevistar potenciais clientes no mundo real.

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“Há pessoas e entidades que andam à procura de marcas portuguesas que estão a ser lançadas nos mercados externos mas que não estão neles registadas” para depois chantagearem, a troco de dinheiro, os efetivos proprietários. O alerta foi lançado por Pedro Pimentel, diretor- -geral da Centromarca, durante um debate-mesa redonda, moderado pela Vida Enonómica, centrado na temática da criação e registo de marcas, recentemente realizado na Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG).Participaram também no encontro – para além do presidente e vice-presidente da ACIG, respetivamente Carlos Teixeira e Manuel Martins – Tânia Lima e Maria José Marques, representantes da Lameirinho e da Herdmar.ALBANO DE [email protected]

A Centromarca está a dinami-zar em articulação com associa-ções empresariais, universidades e outras entidades ações de divul-gação e de sensibilização no senti-do da promoção da marca como um vetor do negócio e como um

valor acrescentado para as empre-sas. Pedro Pimental, diretor-geral da Centromarca, destaca aqui duas vertentes: a criação e pro-cesso de consolidação das marcas e as suas vantagens; o registo e a proteção das marcas.

Quanto à segunda vertente, Pedro Pimentel alerta que “não chega só ter uma marca mas que é absolutamente imprescindível que esta seja registada nos diver-sos mercados com vista à respe-

tiva proteção”. O diretor-geral da Centromarca referiu que há pessoas e entidades que andam à procura de marcas portuguesas que estão a ser lançadas nos mer-cados externos mas que não estão neles registadas, o que acarreta um perigo potencial de apropria-ção e de possíveis ações de chan-tagem do tipo “se querem vender em determinado mercado, então comprem a marca”.

Pedro Pimentel salienta que registar uma marca não deve ser encarado como um custo mas sim como um efetivo investi-mento, alertando que os períodos de validade do registo exigem a sua renovação na altura própria. Finalmente, o diretor-geral da Centromarca refere que hoje não se regista só a marca mas também logótipos, sons, slogans, formatos de produtos, etc.

Lameirinho dinamiza turismo industrial

A Lameirinho assume uma forte aposta no desenvolvimento do produto, privilegiando parce-rias com os clientes donde rece-be informações sobre o mercado e suas preferências, as quais são decisivas para decisões a prazo. Tânia Lima enfatiza que o foco da produção está muito centra-do numa inovação/diferenciação que se reflete na funcionalida-de do produto, designadamente quanto à facilidade de utilização pelo consumidor (citou a propó-sito lençóis e toalhas de fácil pas-sagem a ferro).

Esta responsável referiu tam-bém que a marca Lameirinho está registada a nível comuni-tário, sendo reconhecida pelos mercados externos como uma marca produtora de qualidade, de boa prestação de serviços e de

confiança. Tânia Lima acrescenta que a Lameirinho tem licenciado a marca em diversas situações e tem vindo a utilizar crescente-mente o canal de vendas on line ao mesmo tempo que também tem dinamizado o chamado tu-rismo industrial expresso através de visitas à loja da fábrica, visitas estas que são naturalmente apro-veitadas não só para divulgar a empresa e seus processos de fabri-co mas também como fonte de auscultação a clientes potenciais (saber o que os clientes querem e valorizam).

Herdmar exporta 90% da produção

A Herdmar lançou, há cerca de 15 anos, a sua própria marca. A empresa exporta mais de 90% da sua produção, estando presente em 60 países, cultivando de uma forma sustentada parcerias com os seus clientes e presenças em feiras internacionais relevantes (seja para venda ou mesmo só para divulgação).

“A marca está registada em vá-rios países e começa a ser conhe-cida”, refere Maria José Marques, considerando ainda que a marca da sua empresa é mais um con-tributo para o atual efetivo re-

conhecimento do “made in Por-tugal”, reconhecimento este que não ocorria há uns anos. A este propósito, Tânia Lima reafirmou a importância do “made in Por-tugal” na área dos têxteis-lar e citou a abertura em Moscovo de 36 espaços onde estão presentes produtos Lameirinho-Made in Portugal, por exigência dos agen-tes russos.

Pedro Pimentel salienta, no en-tanto, que nem todos os produtos das empresas portuguesas podem de facto estar associados à ima-gem do “made in Portugal”, pois tal só pode ser sustentável nas empresas que fazem a diferença, como é o caso das participantes no debate.

ACIG defende criação da marca Guimarães

O vice-presidente da ACIG, Manuel Martins, defendeu a criação duma marca Guimarães que atuaria como “umbrella” dos produtos e empresas da região. Fundamentou esta ideia no fac-to de Guimarães ser o concelho mais industrial do país e dos mais antigos; a existência de uma qua-lidade efetiva no que é produzido na região; o aumento de visibili-dade internacional de Guimarães na sequência de ter sido recente-mente Capital Europeia da Cul-tura e de estar classificada como Património Mundial da Huma-nidade.

Tânia Lima revelou estar con-victa de que tal projeto faz todo o sentido, mas só se houver uma estrutura bem coordenada que promova uma adequada comuni-cação e que potencie um acrésci-mo de valor ao já próprio valor das marcas das empresas que ade-rem ao projeto. E considera que tal estrutura e modo de funciona-

mento não tem sido estimulante, referindo que a Lameirinho não tem sentido nesta fase qualquer retorno da adesão ao projeto.

Já para Maria José Marques, o projeto faz pouco sentido, pois o mais relevante é nesta fase dar prioridade à chancela do “made in Portugal”, dada a pequenez do nosso país.

Manuel Martins concordando que, numa primeira fase, a aposta deve ser na consolidação da mar-ca “made in Portugal”, mas que seguidamente – e no âmbito de uma ação bem coordenada e não baseada em ideias soltas - a visibi-lidade dada pelo facto de a cidade ser Património Mundial e de ter sido Capital Europeia da Cultura poderia ser aproveitada para cria-ção da marca “Guimarães”, como cidade industrial com qualidade visitada que é por muitos turistas. Manuel Martins considera que deve ser estudada a forma como a marca Guimarães pode ser usada nas exportações.

Ainda no domínio do tema ligado à marca Guimarães, o di-retor-geral da Centromarca reco-nhece que a visibilidade do país nos mercados externos é ainda débil e que estes projetos de mar-cas-cidade estão muito associados ao turismo, ou, melhor, aos diver-sos tipos de turismo que têm que ser adequadamente segmentados. Considera, entretanto, que even-tos como o da Capital Europeia da Cultura podem potenciar este tipo de marca, e que à identidade duma marca mais voltada para o turismo poderá eventualmente seguir-se uma difusão a outras atividades económicas. Conclui, contudo, que a falta de dimensão constitui sempre um problema crítico para propósitos deste gé-nero.

DEBATE REALIZADO NA ACIG LANÇA O ALERTA

Marcas portuguesas estão a ser usurpadas no estrangeiro por falta de registo

ASSOCIATIVISMO

22 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

As marcas das empresas contribuem para o efetivo reconhecimento do “made in Portugal”.

Grande distribuição

tem 50% dos produtos sem marca

O presidente da ACIG, Carlos Teixeira, afirmou no final do debate que, face à sua longa experiência profissional numa muito relevante marca (produtos de grande consumo), as empresas ligadas a grandes marcas também trabalham para “marcas brancas”, negócio este que, na sua opinião, “não é de deitar fora”, tendo salientado que atualmente 50% dos produtos nas cadeias da grande distribuição são produtos sem marca. Em consequência, sugeriu a realização duma futura mesa-redonda especificamente sobre esta temática das chamadas marcas brancas.

A ACIG propõe a criação da marca “Guimarães” para promover produtos e empresas da região

Empresários defendem que a aposta deve ser na consolidação da marca “made in Portugal”

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ASSOCIATIVISMO

Unidades de saúde podem poupar nos custos logísticosAs unidades de saúde podem poupar até cerca de 20% nos custos logísticos associados à im-plementação de boas práticas de logística e da gestão da cadeia de abastecimento. O cálculo é da responsabilidade da Associação Portuguesa de Logística, dando como exemplo a gestão efi ciente dos stocks e dos armazéns, a otimização dos transportes/distribuição, o planeamen-to das compras ou a utilização mais intensa das tecnologias da informação. As áreas prepon-derantes na área da logística da saúde são o medicamento e o material de consumo clínico.

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NOVIDADES SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 23

Trabalhadores temporários têm salário médio de 582 euros

APHP acusa Governo de deturpar a concorrência

DORA TRONCÃ[email protected]

Cerca de 43,3% dos trabalhadores tem-porários auferiram salários entre os 485 euros e os 600 euros, em 2012, conclui a síntese da análise dos dados do Instituto de Formação e Emprego (IEFP), apresenta-da por Vitalino Canas, provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PEETT).

Valores superiores a mil euros são escas-sos no universo do trabalho temporário (TT) e abrangem apenas 3,2% dos traba-lhadores. Relativamente à distribuição des-tes escalões remuneratórios, observa-se um aumento naqueles que recebem o equiva-lente ao salário mínimo nacional (em 2009 representava 20,3% e atualmente situa-se nos 32%). Em contraste, os outros escalões remuneratórios têm vindo a diminuir o peso, sobretudo no escalão remuneratório

entre os 750 euros e os mil euros (que em 2011 era de 9,3% e agora representa um peso de 8,4%).

O salário médio anual auferido pelos trabalhadores temporários ronda os 582 euros.

Cerca de 72,6% dos trabalhadores colo-cados no mercado de trabalho, através das ETT, são ativos em idade adulta entre os 25 e os 54 anos. É também de realçar o peso que a população jovem (com idades entre os 16 e os 24 anos) já tem nesta mo-dalidade de trabalho (23,4%).

A maioria é recrutada na região de Lisboa e Vale do Tejo, 59,8%, onde se concentra a atividade do trabalho temporário, seguida pelo Norte, 24,8%, e Centro, com 9,1%.

Destaquem-se ainda os 1,9% de traba-lhadores que foram colocados em países fora de Portugal (sobretudo em países da União Europeia), tendo apresentado um acréscimo de 11,3% de 2011 para 2012.

A Associação Portuguesa de Hospitaliza-ção Privada (APHP) já protestou contra o novo regime jurídico das farmácias.

Como refere o comunicado, “o novo diploma permite aos hospitais das miseri-córdias continuarem a gerir farmácias sem que tenham de criar sociedades comerciais e sem que tenham de sujeitar-se ao regime fi scal aplicável, impedindo ainda os hospi-tais privados de deter farmácias de venda ao público, pretensão já várias vezes comu-nicada ao Ministério da Saúde”.

“No mesmo dia em que se fi cou a co-nhecer que a União Europeia vai processar Portugal pelas reiteradas atitudes discrimi-natórias em relação ao setor da saúde pri-vada, o Governo insiste na atitude e publi-

ca um Decreto-Lei que, para além de ser um claro retrocesso em relação à legislação de 2007, compromete a transparência do mercado, confi gura nova situação de favor às Misericórdias, distorce regras e põe em causa princípios da livre concorrência”, afi rma Artur Osório Araújo, presidente da APHP.

O regime que vigorava desde 2007 dava um prazo de cinco anos para as IPSS cria-rem sociedades comerciais e sujeitarem-se ao regime fi scal aplicável, para serem donas de farmácias. Esse prazo terminou em ou-tubro de 2012, tendo sido sucessivamente prorrogado: primeiro até 31 de dezembro de 2013, e depois, pelo atual Conselho de Ministros, até junho último.

Vitalino Canas, provedor da Ética e Trabalho Temporário, apresentou relatório de 2013.

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VIRGÍLIO [email protected]

São necessárias melhorias para que o fi -nanciamento da UE dê a sua máxima con-tribuição possível para a concretização das metas para 2020 em matéria de energias renováveis, conclui um relatório publicado pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE).

Os auditores da UE examinaram se, no período analisado, os fundos foram afe-tados a projetos de produção de energia renovável com prioridades bem defi ni-das, uma boa relação custo-efi cácia, bem ponderados e com objetivos racionais, e em que medida esses fundos alcançaram bons resultados na contribuição para o objetivo da UE para 2020 nesta matéria.“Os Estados-Membros da UE estabele-ceram objetivos ambiciosos em matéria de energias renováveis, que só podem ser signifi cativamente apoiados com fundos da UE se forem introduzidas melhorias na gestão dos programas de despesas”, afi r-mou Ladislav Balko, o membro do TCE responsável pelo relatório.

Segundo o TCE, não se registaram cus-tos acrescidos nem atrasos signifi cativos nos projetos e as respetivas instalações de produção foram executadas conforme pla-neado, encontrando-se em funcionamen-to.

Consumo bruto de 20% de energias renováveis até 2020

Embora os projetos auditados pelo TCE tenham alcançado as realizações planeadas, sobretudo porque a maioria destes proje-tos estava sufi cientemente amadurecida e preparada para a execução, no momento da seleção, no entanto, os resultados de produção de energia nem sempre foram alcançados ou não foram medidos de for-ma adequada.

Em termos globais, a otimização do apoio dos fundos da política de coesão

a projetos de produção de energias re-nováveis foi reduzida, no que se refere à concretização da meta da UE para 2020, porque a relação custo-efi cácia não foi o princípio orientador no planeamento e na execução desses projetos, e os fun-

dos da política de coesão tiveram um valor acrescentado europeu limitado.O Conselho da União Europeia estabe-leceu um objetivo vinculativo para a UE de 20% de energias renováveis no consu-mo bruto fi nal de energia até 2020, com base no Roteiro das Energias Renováveis da Comissão, que apresenta uma via para a integração das energias renováveis nas po-líticas e mercados da energia da UE.

No período de 2007-2013 foram afeta-dos aproximadamente 4,7 mil milhões de euros dos fundos de coesão da UE às ener-gias renováveis

Está a decorrer, entre os dias 25 de ju-nho e 25 de julho de 2014, o período para apresentação de candidaturas ao Programa Operacional Potencial Humano (POPH) no âmbito da Tipologia de Intervenção 6.6 – Formação em língua portuguesa para estrangeiros, de acordo com as condições defi nidas no respetivo aviso de abertura.

A formalização das candidaturas deverá ser efetuada através do endereço eletróni-co www.poph.qren.pt, no campo “Sistema de Informação”, ou diretamente no sítio http://siifse.igfse.pt, entrando no campo QREN.

Para mais informações, consulte o site do ACIDI I.P. em www.acidi.gov.pt/ppt

ou ligue para 21 810 61 55.Para conclusão da candidatura, o Ter-

mo de Responsabilidade deverá ser en-viado em suporte de papel para o ACM, I.P. sito na Rua Álvaro Coutinho, nº 14, 1150-025 Lisboa, no prazo de 10 dias úteis desde a data de submissão de can-didatura.

Tribunal de Contas Europeu quer melhorias na gestão dos programas de despesas nas energias renováveis

Candidaturas em aberto para formação em língua portuguesa para estrangeiros

Livro “Inovação para a mudança” apresentado em Vila Real

O livro “Inovação para a mudança”, da autoria de António Lúcio Baptista, foi apresentado no passado dia 8 de ju-lho, na Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira, em Vila Real.

O livro, editado pela Vida Económi-ca, reúne crónicas escritas por António Lúcio Baptista, algumas das quais publi-cadas no jornal online “Ciência Hoje”, Jornal “Público”, “Diário de Notícias” e “Jornal I”. Com a obra, “o autor preten-de criar um espaço de reflexão e debate sobre a forma de promover a transferên-cia do conhecimento científico para o tecido empresarial, sobre o nosso siste-ma de saúde e o papel crucial da inova-ção”, refere o comunicado de imprensa

Saúde, ciência, inovação, empreende-

dorismo e o papel da União Europeia foram os principais temas em debate.

As crónicas de António Lúcio Baptis-ta abordam quatro assuntos de inegável atualidade e relevância: colocar a ciência ao serviço da produção de riqueza, re-formar o sistema de saúde de forma sus-tentável, potenciar o uso da tecnologia laser na medicina e avaliar o impacto das novas tecnologias na profissão médica.

As crónicas retratam temas da atu-alidade, nomeadamente no que refere à aposta na inovação, na ciência e no empreendedorismo, partilhada pela Comissão Europeia, especialmente pela eurodeputada Maria da Graça Carvalho, autora do prefácio do livro.

António Lúcio Baptista é médico es-pecialista em Cirurgia Cardiotorácica, investigador e empresário, com vários anos de e xperiência dentro e fora do país. Tem, por isso, uma perspetiva par-ticular sobre o mundo da ciência, da inovação e dos negócios em áreas espe-cializadas.

Ladislav Balko, membro do TCE responsável pelo relatório, defende atribuição de fundos graduada pelo resultado das ações apoiadas.

QREN

24 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

A relação custo-efi cácia não foi o princípio orientador no planeamento e na execução dos projetos.

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MERCADOS

Dow Jones 16/Jul ....... 17102.82

Var Sem ................................0.69% Var 2014 ................................3.17%

Nasdaq 16/Jul .............4422.996

Var Sem ................................0.07% Var 2014 ................................5.88%

IBEX 35 16/Jul ............. 10668.40

Var Sem ...............................-0.73% Var 2014 ................................ 7.58%

DAX 16/Jul ....................9859.27

Var Sem ................................0.52% Var 2014 ................................3.22%

CAC40 16/Jul ..............4369.059

Var Sem ................................0.21% Var 2014 ................................ 1.70% ........................................................

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (16.07) 6299,50

-1,13% Var. Semana

-3,95% Var. 2014

6000

6100

6200

6300

6400

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 25

AQUILES [email protected]

Os fundos da categoria ações nacionais ocupam os cinco lugares cimeiros do “top” 10 das rentabilidades a 12 meses dos fun-dos de investimento mobiliário (FIM) da Associação Portuguesa de Fundos de Inves-timento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) da semana que terminou a 11 de julho.

A tabela era liderada naquela data pelo Santander Ações Portugal, com uma ren-tabilidade de 35,8%. O segundo fundo mais rentável era o BPI Portugal (30,5%) e o Banif Ações Portugal (27,5%) fechava o pódio. O quarto e quinto fundos mais rentáveis eram o Espírito Santo Portu-gal Ações e o Millennium Ações Portu-gal, com rentabilidade, respetivamente, de 23,9% e 23,8%. Os restantes FIM do “top” 10 da AFIPP eram o Montepio Euro Utilities (fundo ações setoriais, 23,6%), o Caixagest Ações Portugal (fundo de ações nacional, 22,7%), o Montepio Capital (fundo de ações setoriais, 22,3%), o BPI Ibéria (fundo ações União Europeia, Suí-ça e Noruega, 21,5%) e o Montepio Euro Energy (fundo de ações setoriais, 21,1%).

A Universidade Católica indica que a economia portuguesa cresceu de abril a junho. “No segundo trimestre de 2014, a economia portuguesa terá registado um crescimento em cadeia de 0,2% e um cres-cimento homólogo de 0,4% o que corres-ponde a uma ligeira melhoria face ao pri-meiro primeiro trimestre do ano (-0,6% e 1,3%, respetivamente)”, refere a Folha Trimestral de Conjuntura – NECEP/CEA Católica Lisbon.

A concretizar-se a estimativa do NECEP, a economia portuguesa não recuperou o suficiente face à queda inesperada obser-vada nesse trimestre. “A leitura da conjun-tura apresenta indicadores contraditórios com sinais de continuação da recuperação no consumo privado, de estabilização nas exportações mas de continuada hesitação no processo de investimento”, indica aque-la nota. “De forma algo surpreendente, o mercado de trabalho continua a dar sinais de melhoria de magnitude superior ao que seria de esperar tendo em conta o cresci-mento ténue do PIB; em particular, a taxa de desemprego terá descido pelo quarto trimestre consecutivo para 14%, o que corresponde a uma descida de 2,4 pontos percentuais num ano e atingindo o regis-to mais baixo desde o quarto trimestre de

2011”, contrapõe, porém.O crescimento económico em 2014

e 2015 continuará, segundo a Católica, muito dependente da conjuntura externa, da política monetária na zona euro e dos desenvolvimentos orçamentais em Portu-gal. “É, pois, num contexto de elevada e prolongada incerteza que o NECEP pro-jeta um crescimento do PIB de 1% em 2014 e de 1.8% em 2015, reduzindo as previsões anteriores, em larga medida de-vido aos maus resultados observados no primeiro trimestre deste ano que revelam uma recuperação mais lenta face à estima-da no trimestre anterior”, avança a Folha Trimestral de Conjuntura – NECEP/CEA Católica Lisbon.

Medidas em vigor insuficientes para cumprir défice

O NECEP sublinha que “a recuperação da economia mundial, a política monetária do BCE e a descida significativa das taxas de juro implícitas nas obrigações do tesouro portuguesas não parecem estar a ser sufi-cientes para dinamizar o investimento”. O mesmo gabinete refere, na nota, que, ainda assim, “o consumo privado dá agora sinais de recuperação”, o que contribui positiva-

mente para a conjuntura. “De igual modo, os níveis de redução do desemprego seriam compatíveis com uma recuperação forte da economia. Os sinais da conjuntura atual são de leitura e projeção invulgarmente difícil a que acresce a incerteza sobre o impacto de curto e médio prazo do acórdão do Tri-bunal Constitucional e eventuais medidas orçamentais compensatórias”, acrescenta.

A este respeito, o NECEP destaca a insu-ficiência das medidas em vigor para atingir

as metas orçamentais, em particular umdéfice de 4% em 2014. E também a difi-culdade em antecipar o que será a políticaorçamental efetiva em 2014 e 2015, quer em termos de despesa, quer do ponto devista fiscal. “A economia portuguesa conti-nua a estar sujeita a um grau de incerteza muito elevado da sua política orçamental, o que adia a recuperação do investimento”, consdeira a Folha Trimestral de Conjuntu-ra – NECEP/CEA Católica Lisbon.

SEGUNDO OS DADOS DA APFIPP

Ações nacionais dominam “top” cinco das rentabilidades anuais nos fundos de investimento mobiliário

DE ACORDO COM A UNIVERSIDADE CATÓLICA

Economia portuguesa cresceu 0,2% no segundo trimestre

Previsões do NECEP1ºT14 a) 2ºT14 2014 2015

Portugal

PIB (variação em cadeia) -0.6 0.2 - -

PIB (variação homóloga / média anual) 1.3 0.4 1.0 1.8

Consumo privado (variação em cadeia) 0.2 0.8 - -

Consumo privado (variação homóloga/média anual)

1.5 1.7 1.4 1.8

Taxa de desemprego 15.1 14.0 14.8 14.7

Taxa de inflação média (IPC) 0.2 b) -0.1 b)

0.0 0.9

Zona EuroPIB (variação em cadeia) 0.2 0.4 - -

PIB (variação homóloga / média anual) 0.9 1.0 1.0 1.5

a) Valores oficiais (INE/Eurostat); (b) Valores no final do trimestre (INE).Fonte: NECEP/CEA Católica Lisbon

Rentabilidades do “top” 10 entre 26% e 45%

Nome do fundo Sociedade gestora Categoria de fundos Rendibilidade efetiva anual

Classe de risco

Volume sob gestão (milhões de euros)

Santander Ações Portugal Santander Asset Management

F. ações nacional 35,8% 6 133,2

BPI Portugal BPI Gestão Ativos F. ações nacional 30,5% 6 41,5

Banif Ações Portugal Banif Gestão Ativos F. ações nacional 27,5% 6 8,0

Espírito Santo Portugal Ações

Esaf – FIM F. ações nacional 23,9% 6 41,2

Millennium Ações Portugal Millennium bcp Gestão de Ativos

F. ações nacional 23,8% 6 43,7

Montepio Euro Utilities Montepio Gestão de Ativos F. ações setoriais 23,6% 4 13,5

Caixagest Ações Portugal Caixagest F. ações nacional 22,7% 6 43,6

Montepio Euro Telcos Montepio Gestão de Ativos F. ações setoriais 22,3% 5 6,5

BPI Ibéria BPI Gestão Ativos Fundo Ações União Europeia, Suíça e Noruega

21,5% 5 11,6

Montepio Euro Energy Montepio Gestão de Ativos F. ações setoriais 21,1% 4 8,2

Fonte: APFIPP (11 julho)

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As ações do BES não dão, no pre-sente, margem de segurança ao poten-cial comprador de ações do banco, de acordo com a presidente do conselho de administração da Casa de Investimen-tos, Emília O. Vieira. “Relembrando a nossa filosofia de investimento - o In-vestimento em Valor, que é baseada na Margem de Segurança, não consegui-mos hoje saber se o BES tem ou não, a este preço, uma margem de segurança que justifique ao investidor em valor a compra das ações”, disse a especialista à “Vida Económica”.

Emília O. Vieira explica que, para de-cidir se um investimento qualifica com uma “excelente oportunidade de valor a prazo”, a empresa leva “sempre a cabo uma análise profunda das contas da em-presa nos últimos 10 anos”, analisando “a capacidade do negócio para continuar a criar valor para os acionistas, as suas vantagens competitivas e a possibilidade de as manter e reforçar para o futuro”,

assim com “a qualidade dos gestores e história de proteção dos interesses dos seus acionistas e de comunicação clara com acionistas e com o mercado”.

A nossa fonte recorda, aliás, que, no úl-timo aumento de capital, o BES foi obri-gado pelo regulador a informar a existên-cia de “irregularidades graves” nas contas de várias empresas do grupo. Já num arti-go que escreveu, na altura (abril de 2012), na “Vida Económica” – a especialista co-

labora regulamente com o nosso jornal, publicando, de resto, um artigo nesta edição (ver página 29) – Emília O. Viei-ra defendeu que o preço de subscrição de 0,395 euros representava, face à cotação de fecho do dia do anúncio, um desconto de 66%. “Não se compreende, portanto, porque se concede um desconto tão gran-de nas ações do banco neste aumento de capital e se gasta parte desse aumento de capital para comprar um ativo tão caro”, escreveu no artigo.

Bancos são difíceis de avaliar

A presidente do conselho de adminis-tração da Casa de Investimentos explica--nos que a empresa procura a proteção dos valores confi ados. “Procuramos, no processo de investimento e criação de riqueza para os nossos clientes, concen-trar-nos na maximização da objetivida-de e proteção dos valores que nos são confi ados. Objetivamente, não temos

confi ança na informação disponível para responder claramente a uma questão essencial antes de fazer o investimen-to: quanto vale o banco? Atendendo às fortes ligações entre todo o grupo e ao facto de as contas poderem não refl etir a verdadeira dimensão dos problemas, não conseguimos responder à questão essen-cial”, indica Emília O. Vieira.

Já no artigo de 14 de fevereiro, com o título “Banca – atração fatal”, Emília O. Vieira indicava que os bancos podem ser um bom investimento, mas deixava o aviso que aquele “é um negócio muito difícil de avaliar porque envolve muitos riscos e trabalha com muitos mais capi-tais alheios do que próprios. Por isso, os erros são ampliados”. A terminar o artigo, a especialista referia que, “em qualquer negócio, é fundamental gente capaz, trabalhadora e honesta. Nesta ati-vidade, a existência das duas primeiras qualidades e ausência da última podem ser um desastre”.

O desequilíbrio da estrutura demográfi ca portuguesa tem, fi nalmente, ganho algum relevo na agenda política nas últimas semanas. São já vários os organismos nacionais e internacionais que ao longo dos últimos anos têm advertido para a necessidade de Portugal implementar medidas que visem reequilibrar a sua estrutura demográfi ca. Em causa está a sustentabilidade dos actuais sistemas de pensões, dos apoios sociais e, naturalmente, a própria sustentabilidade do Estado. A mais recente advertência vem do Instituto Nacional de Estatística, numa análise elaborada à estrutura demográfi ca portuguesa, a propósito do Dia Mundial da População (celebrado no passado dia 11 de Julho).

Nessa análise, o INE destaca como tendências demográfi cas mais relevantes o aumento continuado da esperança média de vida, a redução da mortalidade infantil, o aumento da emigração, a queda acentuada da fecundidade e o consequente envelhecimento da população. Das tendências destacadas pelo INE, como determinantes do envelhecimento populacional, serão sempre de enaltecer o aumento da esperança média de vida e a redução da mortalidade infantil. São a prova evidente de que Portugal tem hoje um sistema de saúde mais avançado e que

as gerações de hoje usufruem de uma qualidade de vida superior em relação às gerações passadas. Um retrocesso nestes dois indicadores seria sempre um retrocesso no desenvolvimento do país. Portanto, a inversão na tendência de envelhecimento populacional terá sempre que ser obtida pela via do combate à emigração e pela via do incentivo à natalidade.

Fazendo um breve enquadramento da evolução demográfi ca recente em Portugal, observam-se dois períodos claramente distintos. Na primeira década do século XXI, a população residente em Portugal registou um crescimento de 2% (206.061 habitantes), o qual se deveu maioritariamente a um saldo migratório positivo de 188.652 imigrantes. Porém, apenas nos últimos 3 anos a população residente em Portugal diminuiu em cerca de 145 mil habitantes, em consequência do registo de um saldo migratório negativo e de um saldo natural negativo. Ou seja, uma boa parte do aumento populacional que Portugal conseguiu em dez anos foi anulado em apenas três. Quanto ao registo do saldo migratório negativo nos últimos três anos, esse não será novidade para ninguém, dada a retracção da actividade económica e a escalada do desemprego registada no período. Apesar de ser um problema demográfi co evidente, o mesmo está

interrelacionado com a saúde económica de um país, apaziguando-se num cenário de retoma económica e agravando-se num cenário de recessão.

Neste domínio demográfi co, o problema mais preocupante será mesmo o registo de taxas de natalidade cronicamente baixas. Portugal tem actualmente a taxa de natalidade mais baixa da UE e uma das mais baixas a nível mundial. Segundo as Estatísticas Demográfi cas do INE, a diminuição da natalidade em Portugal já se prolonga desde meados da década de 60, mais precisamente desde 1962, ano em que se registaram cerca de 220,2 mil nascimentos. Em contraste, no ano de 2013 registaram-se apenas cerca de 82,8 mil nascimentos, o valor mais baixo desde 1900, ou seja, desde que existe informação disponibilizada pelo INE. Já para não referir que estas comparações deveriam favorecer os anos mais recentes, uma vez que a população residente em Portugal na atualidade é signifi cativamente superior à registada em 1960 e em 1900, ano em que a população portuguesa era pouco superior a 5,4 milhões de habitantes.

Em resultado destes registos, Portugal é já o sexto país mais envelhecido do mundo e se nada de signifi cativo for feito para contrariar esta tendência, as perspectivas para o futuro não serão as

melhores. Todos os cenários de longo prazo simulados pelo INE apontam para uma diminuição da população residente em Portugal até 2060. No cenário mais pessimista, em que se prevê a manutenção dos baixos níveis de fecundidade e de fl uxos migratórios negativos, projecta-se uma população residente em 2060 de 6,3 milhões de habitantes. No cenário mediano, as projecções apontam para uma população residente de 8,6 milhões de habitantes. Mesmo no cenário mais optimista, no qual se prevê uma recuperação dos níveis de fecundidade e de saldos migratórios positivos prevê-se uma população residente em Portugal próxima de 9,2 milhões de habitantes.

Torna-se, portanto, evidente que a necessidade de reequilibrar a estrutura demográfi ca portuguesa é de extrema importância para a sustentabilidade da economia a longo prazo. Aguardemos pois que o pacote de medidas de incentivo à natalidade em estudo pelo Governo inclua medidas sufi cientemente capazes de inverter esta tendência de envelhecimento populacional.

“NOTA: Artigo elaborado antes da divulgação das propostas de incentivo à natalidade.”

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Tendência demográfi ca

EMÍLIA O. VIEIRA (CASA DE INVESTIMENTOS) CONSIDERA

BES não concede margem de segurança ao investidor para compra de ações

Especulação JOSÉ FERREIRAPedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A.www.pedroarroja.com

MERCADOS

26 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

-0,72% Var. Semana 0,000% Var. Semana -2,13% Var. Semana

-1,89% Var. 2014 -0,920% Var. 2014 -4,36% Var. 2014

Euro/Libra 16/Jul ......... 0,7898

Var Sem ............................ -0,56%Var 2014 .............................2,97%

Euro/Iene 16/Jul .......137,5680

Var Sem ............................ -0,66%Var 2014 ........................... 15,64%

Euribor 3M 16/Jul .......0,2010

Var Abs Sem .................... -0,001Var 2014 ........................... -0,800

Euribor 1Y 16/Jul ....... 0,4860

Var Abs Sem .................... -0,001Var 2014 ............................-1,018

Ouro 16/Jul .......... 1302,00

Var Sem ......................-1,91%Var 2014 .......................8,03%

Prata 16/Jul .............. 20,77

Var Sem ......................-0,67%Var 2014 ....................... 7,97%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (16.07) 1,3630 EURIBOR 6M (16.07) 0,3040 PETRÓLEO BRENT (16.07) 105,987

1.345

1.35

1.355

1.36

1.365

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul0.303

0.30350.304

0.30450.305

0.30550.306

0.3065

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul104

105

106

107

108

109

26 Jun 27 Jun 30 Jun 01 Jul 02 Jul

“Objetivamente, não temos confi ança na informação disponível para responder claramente a uma questão essencial antes de fazer o investimento: quanto vale o banco?”

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Portugal com a maior queda da produção industrial da EuropaPortugal foi o país onde a produção industrial mais caiu em maio na União Europeia. A produção industrial no nosso país teve uma redução de 3,6% em maio, em comparação com abril, a maior queda entre todos os países da União Europeia. A queda média foi, na Zona Euro tal como na União Europeia, de 1,1%. Já em termos homólogos (face a maio de 2013) a produção industrial portuguesa subiu 0,3%, o 10º pior desempenho entre os países europeus.

Luís Pacheco de Melo mantém-se como CFO da PT A PT enviou um comunicado à CMVM a clarifi car que Luís Pacheco de Melo permanece nas suas funções como membro da comissão executiva e CFO. Contrariando as notícias que davam nota da saída do executivo. A PT confi rma, no entanto, que Luís Pacheco de Melo renunciou aos cargos de membro do conselho de administração e vice-presidente da PT, bem como a de membro do conselho de administração da Africatel Holdings, para poder concentrar-se exclusi-vamente no desenvolvimento e implementação da combinação de negócios entre a PT e a Oi”.

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MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 27

Erros de curto prazoOs momentos de quedas acentuadas e

rápidas nos mercados acionistas são sempre um fator de receio para os investidores, podendo originar a tomada de decisões precipitadas e muitas vezes incorretas, no sentido em que podem aumentar ainda mais as perdas. Os últimos dias na bolsa nacional são um exemplo claro de um momento em que tal pode acontecer, com o PSI20 a perder 18% desde os meados de junho (valores a 10 de julho).

A questão é que, perante o aumento da volatilidade, pode haver a tentação de atuar. Contudo, um investidor não conseguirá prever os movimentos dos mercados acionistas em prazos tão curtos e, como tal, adotar estratégias que visem a maximização de retorno (ou minimização de perdas) num horizonte temporal desta reduzida dimensão

é uma abordagem que tem tanto de difícil como de incorreta numa perspetiva das premissas teóricas do investimento em ativos de risco.

Assim, há dois tipos de erros que defi nem quase como padrão dois tipos de posturas dos investidores: o pânico, o “erro vendedor”; e a tentativa de aproveitar o momento para registar ganhos de curto prazo, o “erro comprador”. Ambos implicam estratégias que vão contra a ideia de investimento no longo prazo, assente em análises fundamentais macro e microeconómicas, pois implicam que o investidor está a prestar maior atenção ao ruído do que a algo concreto, como por exemplo o crescimento económico de um país ou perspetivas de lucros futuros de uma empresa.

O “erro vendedor” pressupõe que o investidor, persuadido pelo ruído, vende as ações depois de uma queda, ignorando os motivos que, anteriormente, o levaram a comprar a ação e, como tal, alienando um ativo que pode ter potencial em prazos mais alargados – pelo menos o investidor assim o considerava antes de o aumento da volatilidade de curto prazo.

O “erro comprador” pressupõe que o investidor, também persuadido pelo ruído e a tentativa de obter ganhos de curto prazo, compra uma ação sem intenção de a deter no longo prazo, fi cando com um ativo em carteira para o qual não tem fundamento analítico nem aspiração de deter pelo período de tempo aconselhável, que é o longo.

Em qualquer um dos casos, a tomada de

decisões para o curto prazo, num momento em que a irracionalidade dos mercados fi nanceiros é elevada, pode induzir a decisões erradas e aumentar o potencial de perdas. O investimento em ativos de risco, como são as ações, deve ser feito no longo prazo, quando existe disponibilidade de liquidez, analisando os fundamentais económicos de longo prazo e não o ruído de curto prazo.

Em jeito de conclusão e citando uma sociedade gestora especialista e convicta do investimento no longo prazo, a MFS, os clientes tendem a confundir o estar atento e ativo em termos de análise de riscos e de dados macroeconómicos e microeconómicos, com ter uma grande atividade de compra e venda de ativos. Ser ativo é bom; ter grande atividade de curto prazo pode aumentar a margem de erro.

DUARTE NUNESdireção de investimentos, Banco BestPartilhe a sua opinião sobre este assunto, escreva-nos para [email protected]

“UMA CASA ONDE ESTÁ O CORAÇÃO” É O MOTE

Crédito Agrícola com campanha destinada aos emigrantes portugueses

O Crédito Agrícola (CA) lançou uma campanha destinada aos emi-grantes portugueses que pretendem investir no seu país, seja ao nível do imobiliário ou de produtos fi nancei-ros. No imobiliário, a proposta re-laciona-se com crédito à habitação, enquanto nos produtos fi nanceiros são propostos um PPR e depois de-pósitos a prazo. A campanha está disponível até 26 de setembro nas agências do CA em Portugal e nas suas representações no estrangeiro.

Em relação ao imobiliário, o CA financia a aquisição, construção e realização de obras na habitação, assim como a compra de terrenos para a construção de habitação própria permanente, secundária ou arrendamento. Os clientes que

optarem por imóveis do CA, dispo-níveis para consulta no novo portal caimoveis.pt, beneficiam de condi-ções especiais na concessão do cré-dito habitação.

Com montante mínimo de 2500 euros e que pode chegar a 100% do valor da avaliação do imóvel, por um prazo mínimo de cinco anos e máximo de 50 anos, o CA oferece isenção das comissões de abertura, avaliação, análise e conversão de re-gistos provisórios em definitivos. A TAE varia, segundo o CA, entre os 2,68% e 2,685%. O CA disponibi-liza o seguro habitação, que garante a proteção de danos da habitação e a responsabilidade civil familiar, assim como o seguro de proteção crédito habitação, um seguro de

vida que garante o pagamento do capital em dívida.

Poupanças em euros ou dólares

Para rentabilização das poupanças são sugeridas o CA PPR – Plano de Poupança Reforma, com entregas mínimas de 25 euros por mês e um prazo mínimo de cinco anos, que pode ir até à idade da reforma – e dois tipos de depósitos a prazo espe-ciais. Estes últimos podem ser subs-critos a partir de cinco mil euros ou cinco mil dólares e “oferecem taxas de juro muito atrativas e garantem o capital”, segundo o CA, que não es-pecifi ca, porém, as taças remunera-tórias no comunicado de imprensa. A campanha está disponível até 26 de setembro nas agências e

representações.

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TERESA [email protected]

Portugal regista “um elevado nível de en-dividamento, público e privado” – a dívida pública aumentou 35 pontos percentuais no período entre 2010 e 2013 – pelo que, “nos próximos anos, não há margem para o Estado, as famílias e as empresas se endi-vidarem mais”. Declarações do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, du-rante um jantar-debate promovido na últi-ma semana pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI), que teve como moderador convidado Da-niel Bessa, diretor-geral da COTEC Por-tugal.

Defendendo que “o aumento da procura interna tem de ser feito por via do aumen-to das exportações”, Carlos Costa alertou para o facto de termos “compromissos eu-ropeus que nos obrigam a uma trajetória financeira sustentável”. Tanto mais porque “temos de nos continuar a financiar nos mercados internacionais”.

O Governador do banco central deixou ainda um repto às empresas, também elas “fortemente endividadas”, destacando-se “no panorama internacional” a esse nível, com “grande exposição às taxas de juro”, “pouca margem para investir” e uma situ-ação financeira em que “mais de 50% do ‘cash flow’ serve para pagar juros”. E estes indicadores demonstram que “não há tra-jetória sustentável sem crescimento, mas também não há investimento sem cresci-mento”.

Ciente das implicações que a diminui-ção da população ativa e da população

total têm na economia nacional, Carlos Costa avisou que é preciso “um modelo sustentável com mais produtividade ‘per capita’”, assim como “políticas ativas de formação dentro das empresas” e “meca-nismos de reinserção social” para “absorver o desemprego de longa duração”.

No final de noventa minutos de interven-ção, e em jeito de síntese, o Governador do

Banco de Portugal deixou reptos para qua-se todos os quadrantes. “Precisamos de in-vestimento que crie emprego sustentável”, começou por salientar, para depois dizer que também precisamos de instituições – públicas e privadas - que “contribuam para criar um ambiente de certeza”. Até porque “não podemos desperdiçar capital dando sinais errados à economia”.

AQUILES [email protected]

O microcrédito do Millennium bcp cresceu 102% no primeiro semestre de 2014. Foram 186 os projetos de microcré-dito financiados pelo banco de janeiro a junho deste ano, quando no mesmo perío-do de 2013 foram aprovadas 92 operações.

A distribuição por região de Portugal dos projetos financiados está de acordo com os polos populacionais do país. Assim, o dis-trito de Lisboa foi responsável por 35% do projetos aprovados, seguido pelo distrito do Porto (15%), pela Madeira (18%) e o distrito Setúbal (10%).

Entretanto, o Millennium bcp e a dele-gação da Madeira da Associação Portugue-

sa de Deficientes (APD) estabeleceram um protocolo de colaboração. O acordo tem por objetivo, segundo o comunicado do banco, “dinamizar o empreendedorismo na região da Madeira através do acesso ao microcrédi-to”. “No âmbito do protocolo agora estabe-lecido, a delegação da Madeira da APD e o Millennium bcp associam-se na divulgação de alguns incentivos em ordem a promover o espírito de empreendedorismo junto dos seus associados”, indica a mesma nota.

“O microcrédito tem como principal missão a inclusão social e financeira de pessoas que sendo portadoras de uma boa ideia de negócio e tendo a garra e a ati-tude de verdadeiros empreendedores, lhes falta o apoio financeiro para dar vida ao

seu projeto. Essa missão cola na perfeição com o trabalho desenvolvido pela APD. A colaboração entre as duas entidades a ní-vel nacional é já longa e frutuosa. Agora reforçamos essa colaboração através deste protocolo com a delegação da Madeira da APD”, informa João Fezas Vital, diretor comercial do departamento de microcré-dito do Millennium bcp.

Os interessados em obterem informa-ções sobre esta linha de financiamento po-dem dirigir-se a uma sucursal Millennium bcp e pedirem para o contacto do depar-tamento de microcrédito. O número de telefone 707 50 24 24 e e-mail [email protected] são alternativas de contacto.

CARLOS COSTA DIZ QUE CRISE “DESTRUIU ANO E MEIO DE POUPANÇA DA ECONOMIA”

“Não há margem para o Estado, as famílias e as empresas se endividarem mais”

NÚMERO DE PROJETOS FINANCIADOS ATINGIU 186 NO PRIMEIRO SEMESTRE

Microcrédito do Millennium bcp cresce mais de 100%

“Necessitamos de muito bom senso”, avisa o governador do Banco de Portugal.

Santa Casa inaugurou quinta pedagógica com apoio da Fundação MapfreA Santa Casa da Misericórdia de Lisboa inaugurou a primeira fase da Quinta Pedagógica da Obra Social do Pousal (Malveira), estabelecimento de ação social que acolhe pessoas com defi-ciência profunda, aberta às escolas e ao público em geral. A obra resulta de uma parceria entre a Santa Casa e a Fundação Mapfre e “envolve um investimento de cerca de 280 mil euros”, de acordo com um comunicado conjunto enviado pelas duas entidades.

Produção da Galp Energia cresceu 10% no segundo trimestre A produção total da Galp Energia aumentou, de acordo com os dados operacionais prelimi-nares relativos, 10% no segundo trimestre de 2014 face ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, a mesma fonte indica que a produção caiu 8,5% em relação ao primeiro trimes-tre de 2014, na sequência da finalização, em abril, dos testes de longa duração nas áreas de Lula Central e de Lula Sul, no Brasil.

MERCADOS

28 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

Euromoney elege Santander Totta como o “Melhor Banco em Portugal”

O banco Santander Totta foi distin-guido pela revista Euromoney como o “Melhor Banco a atuar em Portugal”, no âmbito dos “Euromoney Awards Excel-lence”, que se realizaram em Londres. Para aferir estes resultados, a Euromoney baseou-se em indicadores como a ren-tabilidade, o crescimento e a eficiência, que têm caracterizado a performance do banco. A revista destaca os resultados al-cançados pelo banco, que “em 2013 teve um resultado líquido de 102 milhões de euros, tendo sido o mais rentável da banca portuguesa”. A revista refere que o Santander Totta: “Além de ser o único banco do país que não necessitou de aju-das do Estado durante a crise, é o banco com o melhor rating da banca portugue-sa”.

A publicação diz ainda que “os investi-dores têm reconhecido o perfil financei-ro” do Santander Totta, fazendo referên-cia à emissão de obrigações hipotecárias a três anos que o banco fez em março. No total, foram emitidos 1000 milhões de euros, tendo-se registado uma procu-ra 2,7 vezes superior à oferta.

Estratégia da Inapa Packaging distinguida

A Inapa Packaging, sub-holding da Inapa para o negócio de embalagem, foi reconhecida com o prémio de Estratégia de Crescimento do Ano (Growth Stra-tegy of the Year) pela revista Acquisition International. O galardão, atribuído no âmbito dos Business Excellence Awards, reconhece “a excelência da estratégia de crescimento da Inapa neste segmento”, segundo um comunicado da empresa.

“Receber esta distinção é um reconheci-mento não só para o trabalho da equipa, mas também para clientes e fornecedores, uma vez que confirma a nossa decisão de crescer, não apenas com o objetivo da mera expansão, mas sim com um plano estratégico em mente”, disse José Morga-do, presidente da Inapa.

Os prémios Business Excellence Awards atribuídos pela Acquisition International, sendo votados por uma rede global de profissionais, consultores, clientes, ope-radores do mercado e conhecedores da área dos negócios. Dentro dos negócios complementares, a embalagem é o que maior peso tem atualmente no volume de negócios do grupo Inapa, proporcionan-do uma faturação de quase 65 milhões de euros.

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I – Honestidade, integridade e transparência

A propósito do escândalo da manipulação da Libor, Bob Diamond, na altura presidente do Barclays Bank, foi chamado em julho de 2012 a uma comissão de inquérito parlamentar para explicar a actuação do banco nesta matéria. As respostas às questões técnicas não levantaram qualquer problema para Diamond, que a cada passo do interrogatório manifestava o seu “amor” ao banco e aos seus 114 mil colaboradores. O membro do Parlamento Inglês John Mann, um pouco irritado com este discurso do então Presidente do Barclays, perguntou-lhe se ele conhecia a história do Banco e dos seus fundadores, os Quakers. Bob Diamond não soube responder.

Os Quakers estiveram na origem do grande desenvolvimento de Inglaterra nos séculos XVIII e XIX. À medida que o mundo caminhava para uma sociedade industrial e o capitalismo começou a florescer, tornaram-se indispensáveis grandes acumulações de capital para a construção de fábricas, para o desenvolvimento de sistemas de transporte e para o financiamento dos bancos, de que a nova economia iria depender. Os Quakers dominavam a economia britânica, provavelmente porque a sua simplicidade e frugalidade lendárias lhes permitiram arrecadar o capital para investir. Eram proprietários de mais de metade das empresas metalúrgicas do país e desempenhavam papéis chave na banca, bens de consumo e no comércio transatlântico. A sua ênfase na fiabilidade, honestidade absoluta e registos rigorosos criavam confiança nos negócios entre si e os restantes mercadores observavam que a confiança caminhava de mãos dadas com o sucesso nos negócios. O interesse próprio exigia a virtude (escrevi sobre os “Quakers” em fevereiro de 2012, no Jornal “i”, o artigo “Capitalismo sem Donos”).

Esta coincidência de virtude e valor é o que o grande economista e filósofo escocês Adam Smith escreveu em “A Riqueza das Nações”, de 1776: “o esforço ininterrupto e uniforme para melhorar a sua condição, o princípio do qual derivam a opulência pública e privada, é suficientemente poderoso para manter o progresso natural das coisas para a sua melhoria…Cada indivíduo não pretende promover o interesse público nem sabe o quão o está a promover… (mas) ao orientar a sua indústria de forma a que o seu produto seja o mais valioso possível, ele é guiado

por uma mão invisível que promove um objetivo que não faz parte das suas intenções”.

Os princípios dos Quakers eram a honestidade, a integridade e a transparência.

O capitalismo deve basear-se num sistema de valores em que as pessoas acreditem e de que dependam. Não precisamos de ter fé na boa vontade humana, mas precisamos de ter confiança em que as promessas e compromissos, uma vez assumidos, serão cumpridos. É necessário garantir que o sistema, no seu todo, não beneficia indevidamente alguns à custa de outros. É importante o regresso do capitalismo dos donos. É fundamental confiar e ser de confiança.

Como diz Charlie Munger, sócio de Buffett, “só quero saber onde vou morrer para nunca lá ir”. Por que razão perdem os investidores tanto dinheiro nas ações da banca?

II - São apenas uns cêntimos por ação: o que é que eu posso perder?

A propósito da questão que domina a atualidade no nosso país, a situação do BES, escrevi há dois anos nestas páginas o artigo “Porquê este aumento de capital no BES?”. Ainda, a propósito das subidas exageradas que se verificaram nas ações da banca no final do ano e primeiros meses deste ano, escrevi em 14 de fevereiro o artigo “Banca – atração fatal”. Este artigo pretendia apenas esclarecer os investidores para a dificuldade de avaliar um banco e quais os indicadores que devem ter em conta antes de fazer os seus investimentos.

Quantas vezes já ouviram a pergunta: são apenas uns cêntimos por ação: o que é que eu posso perder? Talvez o próprio leitor já o tenha feito. Encontramos uma ação a transacionar a menos de 1 euro por ação e pensamos: “é muito mais segura que uma ação de 50 euros”. Na realidade, não importa se a ação custa 50 ou 3 euros, se for a zero, perdemos a totalidade do capital investido. Se caírem para 50 cêntimos, o resultado é ligeiramente diferente. O investidor que comprou a 50, perde 99% do capital; o que comprou a 3, perde 83%. Fraca consolação.

Uma ação com um preço baixo é tão arriscada como uma ação com um preço alto. Se investirmos 1000 euros numa ação de 43 euros ou numa ação de 3 euros, perderemos o mesmo montante se elas forem a zero. Não importa o preço, o risco máximo de perda são sempre os mesmos 100%.

No entanto, podemos ter a certeza que muito investidores não resistem a uma pechincha e dizem: o que é que eu posso perder?

É interessante notar que os “curtos” profissionais, aqueles que lucram com a queda das ações, habitualmente abrem as suas posições mais perto dos mínimos do

que dos máximos. Os curtos gostam de esperar que uma empresa esteja em tão graves dificuldades que a falência é quase inevitável. Eles não se preocupam porque entraram a 8 ou a 6, em vez de entrarem a 60. Se a ação for a zero, eles ganham exactamente o mesmo. E adivinhe a quem estão os curtos a vender as ações a 8 ou a 6? A todos aqueles investidores que dizem: o que é que eu posso perder?

III – Custos afundados/ redução do custo médio por ação

As teorias económicas tradicionais preveem que as pessoas consideram os custos e benefícios presentes e futuros na tomada de decisões. Os custos passados não deverão ser um factor a ter em conta. Contradizendo as previsões, as pessoas habitualmente levam em conta custos históricos não recuperáveis quando tomam decisões acerca do futuro. Este comportamento é denominado efeito custos irrecuperáveis/afundados. Em termos práticos, alguém que comprou uma ação por 6 euros, à medida que a ação cai, vai continuar a comprar mais ações para baixar o seu preço médio e recuperar as perdas na posição global. Este tipo de atitude tem duas graves consequências: o investidor expõe demasiado património a um só ativo e está muito mais vulnerável a “jogar”. Muitos estudos demonstram que um investidor que sofre perdas graves tem uma maior tendência a entrar em jogos de sorte ou azar.

Este tipo de atitude não é apenas levada à prática por investidores não profissionais. É muito comum em gestores de investimentos: primeiro porque estão preocupados em proteger a sua carreira, segundo porque precisam de manter a “roda a girar” e a cobrar comissões.

O efeito custos irrecuperáveis/afundados é uma escalada de compromisso e é definido como a tendência para prosseguir um curso de ação quando foi feito um investimento em tempo e dinheiro. Reconhecer que se errou exige discernimento e conhecimento.

IV – Ignore a multidão

“A moda é o grande ‘governador’ deste mundo; a moda preside, não só às áreas da roupa e da diversão, mas também às da lei, física, política, religião, etc. De facto, o mais sábio dos homens teria graves dificuldades em encontrar explicação melhor para que determinadas manifestações nestas áreas sejam, em certos períodos, universalmente recebidas e noutros universalmente rejeitadas do que declarar que estão ou não na moda.”

Henry Fielding

Investir em ativos especulativos é uma atividade social. Os investidores dedicam uma parte substancial do seu tempo livre a discutir investimentos, a ler acerca de investimentos ou a comentar os sucessos e os erros dos outros investidores. É assim plausível que o comportamento dos investidores (e o preço dos ativos especulativos) seja influenciado por movimentos sociais. As atitudes e modas parecem flutuar em muitos outros tópicos de conversação, tais como comida, roupa, saúde ou política. Estas flutuações nas atitudes ocorrem transversalmente nas sociedades e surgem, muitas vezes, sem qualquer explicação lógica aparente. É plausível que as atitudes ou modas que dizem respeito aos investimentos também mudem espontaneamente ou tenham reações sociais arbitrárias a eventos globais.

A maioria dos agentes de mercado que compram e vendem em mercados especulativos parecem dar como certo que o comportamento dos preços é significativamente influenciado por movimentos sociais. Primeiro, o ser humano tende a considerar a possibilidade de ganhos no curto prazo extremamente atrativa. Estes ganhos estimulam os centros emocionais do cérebro e libertam dopamina. Isto torna-nos mais confiantes, satisfeitos connosco próprios. Segundo, a nossa tendência para adotar comportamentos de rebanho: a dor da exclusão social (por exemplo, comprar quando todos estão a vender ou vice-versa) é sentida nas mesmas partes do cérebro que sentem a dor física real. Adotar estratégias de investimentos contrárias é, segundo psicólogos e neurocientistas, um pouco como sermos espancados.

Na análise de investimentos e oportunidades de negócios, procuramos prestar um serviço sério e independente. O nosso trabalho é concentrarmo-nos na maximização da objectividade e criação de riqueza para os nossos Clientes. Nestas páginas procuramos esclarecer o leitor sobre o que realmente importa no investimento.

Não poderia terminar este artigo sem desejar ao Dr. Vitor Bento e sua equipa, aos colaboradores, aos acionistas e obrigacionistas do Banco Espírito Santo uma recuperação rápida desta grande instituição e um futuro próspero.

MERCADOS

“No curto prazo aprendemos muito, no médio prazo alguma coisa, no longo prazo absolutamente nada”

Jeremy Grantham, a propósito da crise financeira de 2008

EMÍLIA O. VIEIRAPresidente do Conselho de

Administração

Casa de Investimentos –

Gestão de Patrimónios, SA

www.casadeinvestimentos.pt

Investimento

em valor

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 29

Não importa se a ação custa 50 ou 3 euros, se for a zero, perdemos a totalidade do capital investido. Se caírem para 50 cêntimos, o resultado é ligeiramente diferente. O investidor que comprou a 50 perde 99% do capital; o que comprou a 3, perde 83%. Fraca consolação.

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Santander com aumento de capital O Banco Santander, proprietário do Santander Totta, efetuou um aumento de capital por in-corporação de reservas. “O capital social é aumentado num montante de 120 184 496 euros, mediante a emissão e colocação em circulação de 240 368 992 ações ordinárias de 0,5 euros de valor nominal cada uma, da mesma classe e série das ações do banco atualmente em circulação. As novas ações são emitidas ao par, sem prémio de emissão, pelo que o preço de emissão corres-ponde ao seu valor nominal de 0,5 euros por ação”, indica o comunicado à CMVM.

Brisa investe 2,1 milhões de euros na A4A Brisa anunciou que vai dar início às obras de beneficiação do pavimento do sublanço Valongo/Campo da A4, a autoestrada Porto/Amarante, incluindo o Nó de Valongo. Com um investimento de 2,1 milhões de euros, estes trabalhos irão desenvolver-se entre os meses de julho e outubro, numa extensão de, aproximadamente, cinco km. “Os trabalhos com maior impacto na circulação irão decorrer de segunda a sexta, em período noturno”, garan-te a empresa.

Portugal é um país de emigrantes. Anualmente há mais famílias a abandonar o país na procura de melhores condições de vida. Por cá deixam familiares, raízes e enviam dinheiro.

VITOR [email protected]

O depósito a prazo RE 6+6 FEV14 do Banif é um produto pensado para emi-grantes e não residentes. Estão a chegar às centenas de milhar. Todo o interior do país se anima, com aldeias e vilas a multiplica-rem por 10 ou 20 o número de habitantes. A banca tem uma oportunidade única, so-bretudo com as condições que está a ofere-cer em termos de taxas.

O produto do Banif é uma oportunida-de que pode ser subscrita em euros, dóla-res norte-americanos, dólares canadianos e ainda libras esterlinas. Este leque de geo-grafias acaba por cobrir a quase totalida-de das geografias onde os emigrantes tra-balham. A solução é um depósito a prazo convencional, a 1 ano, com possibilidade de mobilização antecipada, sendo que na data de pagamento de juros semestrais não haverá qualquer penalização, enquanto em outras datas haverá penalização total sobre juros do semestre em curso. Um senão re-levante: as mobilizações antecipadas não

poderão deixar a conta com menos do que o mínimo estabelecido para a constituição do contrato.

O mínimo de constituição é de mil uni-dades, não sendo permitidos reforços.

O ponto forte deste produto é a remu-neração atrativa. Esta é crescente, de acor-do com os valores aplicados, sendo que em euros e para quantias superiores a 100 mil euros é oferecida uma taxa bruta de 2,20%. Esta taxa sobe para os 2,3% para os depósitos em dólares e chega aos 3,5%

para os depósitos em dólares canadianos. Para as aplicações em libras esterlinas a re-muneração desce para os 2,9%. Estas taxas são concorrenciais com os depósitos online de várias instituições. Existe uma diferença entre 20 e 30 pontos percentuais na remu-neração entre um depósito até 10 mil eu-ros e outros até 100 mil euros.

Os pontos negativos estão, essencial-mente, no regime fiscal, com aplicação de taxa de IRS de 28% aos rendimentos. Esta taxa poderá variar e penalizar o aforrador.

A NOSSA ANÁLISE

Estão a chegar os emigrantes

Alternativas nos segurosO BPI Aforro Não Residente é uma

alternativa interessante. O segurado celebra um contrato de adesão, sendo obrigatoriamente particular não residente. Esta é uma aplicação de médio e longo prazo, cuja rendibilidade em 2013 se situou nos 2% e chegou aos 2,37% quando considerados os últimos cinco anos. A particularidade deste produto é a possibilidade de acesso ao capital, com desmobilização parcial ou total em qualquer altura. Obriga, no entanto, a um pedido que levará cinco dias úteis a ser executado. Refere a ficha do produto que em caso de resgate total o cliente recebe o capital inicialmente investido e as distribuições de rendimento corridas até essa data. No resgate terá ainda direito ao rendimento equivalente do número de dias a aplicação desde o dia 1 de janeiro do ano do reembolso até à data do resgate.

Um ponto negativo relevante: no caso de resgate antecipado, o subscritor está sujeito a penalizações fiscais.

MERCADOS

30 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

A responsável pela comu-nicação da Fidelidade, Ana Fontoura, conquistou o pré-mio “Comunicador do Ano 2014”, atribuído pela As-sociação Portuguesa de Co-municação de Empresa que premeia, anualmente, os me-lhores profissionais e proje-tos na área da comunicação empresarial. Ana Fontoura é a cara da comunicação e res-ponsável pelo programa de responsabilidade social do grupo segurador, que abraça seis companhias: Fidelidade, Multicare, OK! teleseguros, Cares, Safemode e GEP.

Ana Fontoura agradeceu todo o apoio recebido pela comissão executiva da Fideli-dade nas suas funções, e de-dicou o prémio à equipa que lidera há cerca de 16 anos,

considerando que o progra-ma de responsabilidade social foi o verdadeiro “culpado” por este prémio. “Um traba-lho pioneiro em Portugal que iniciámos em 2007 e que de há dois anos para cá se tem focado para dentro, tentando trazer para a nossa ‘casa’ pro-jetos e iniciativas que interes-sem e beneficiem os nossos colegas. Sem a confiança da comissão executiva da Fideli-dade e o trabalho da equipa de comunicação que lidero, este programa não chegaria onde chegou e este prémio não seria nosso. Este olhar independente sobre o nosso trabalho enche-nos de alegria porque prova que estamos no caminho certo”, referiu a res-ponsável pela comunicação da Fidelidade.

Diretora de comunicação da Fidelidade eleita “Comunicador do Ano”

Ana Fontoura, ladeada por Eduardo Guedes de Oliveira, presidente da APCE, e por Ana Loureiro, da Valorsul, comuni-cadora do Ano 2012, com a equipa de comunicação da Fidelidade.

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16.jul.14 Var. Semanal (%)

Var. a 30 dias (%)

Var. desde 1.jan (%)

EUR/USD 1,3532 -0,52% 0,00% -1,88%

EUR/JPY 137,73 -0,47% -0,06% -4,83%

EUR/GBP 0,7903 -0,66% -0,89% -5,21%

EUR/CHF 1,2156 -0,02% -0,16% -0,98%

EUR/NOK 8,3850 -0,22% 3,28% 0,26%

EUR/SEK 9,2495 -0,10% 2,77% 4,41%

EUR/DKK 7,4566 0,02% -0,01% -0,04%

EUR/PLN 4,1373 0,22% -0,13% -0,41%

EUR/AUD 1,4480 -0,04% 0,37% -6,11%

EUR/NZD 1,5548 0,53% -0,40% -7,24%

EUR/CAD 1,4564 0,40% -1,09% -0,73%

EUR/ZAR 14,4569 -0,72% -0,48% -0,75%

EUR/BRL 3,0047 -0,29% -0,46% -7,76%

Eur/Usd pressionado no curto prazo

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI-20 quebrou mais um suporte importante, em torno dos 6300 pontos. O movimento de baixa foi por agora travado nos 6065 pontos, que formam deste modo a primeira barreira a ter em conta do lado inferior. Apesar de o cenário dominante no longo prazo ainda permanecer em vigor, a quebra dos 6300 pontos coloca em causa a tendência ascendente num horizonte temporal mais curto, sendo que o índice poderá vir a recuar até níveis em torno dos 5700 pontos. A resistência mais próxima situa-se nos 6700 pontos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX quebrou em baixa o intervalo de valores em que seguiu desde meados de maio [9750 – 10 050 pontos]. No entanto, o recuo não se prolongou até ao suporte seguinte situado nos 9535 pontos, tendo sido sustentado nos 9620 pontos, do qual ressaltou imediatamente. O índice alemão está novamente a transacionar acima dos 9750 pontos, não tendo pela frente nenhuma resistência técnica relevante, antes dos máximos históricos (10 050 pontos). As perspetivas de médio prazo permanecem de alta.

O efeito da descida de taxas de referência por parte do BCE está a esgotar-se, refletindo-se na evolução das Euribor, sendo que alguns dos prazos não mexeram uma milésima de percentual na última semana. A atuação do BCE está longe de criar consensos, com os alemães a reclamarem que esta não é “a sua” política monetária e que as baixas taxas estão a prejudicar os fundos de pensões. Apesar de estarmos num clima de pouca aversão ao risco, Mário Draghi afirmou não considerar que os preços elevados que se estão a pagar pela dívida na Europa venham a resultar numa bolha especulativa. O presidente do BCE voltou a frisar que uma valorização do euro não é benéfica para a economia europeia, algo que tem sido defendido com alguma agressividade por parte dos franceses. Entretanto, os dados quer da economia quer do sentimento económico vão dando sinais negativos. Esta semana foi publicado na Alemanha o índice ZEW relativamente a julho, o qual registou a sétima queda consecutiva do sentimento dos analistas e investidores daquele país, para o nível mais baixo desde dezembro de

2012. O recuo para os 27,1 ficou também abaixo da expectativa de 28,0 e veio reforçar a ideia de que, depois de um primeiro trimestre razoável, o país está a abrandar. Já tinham surgido indícios nesse sentido, com a publicação da produção industrial na zona euro, que no mês de maio recuou 1,1% face ao mês anterior, revertendo os ganhos mensais de 0,7% verificados em abril. Em termos anuais, a indústria europeia conseguiu um ganho de 0,5%, mas ficou à vista o carácter frágil e acidentado da recuperação económica da zona euro. O recentemente eleito presidente da Comissão Europeia afirmou que, na sua opinião, os países da zona euro que fizessem reformas ambiciosas deveriam obter incentivos financeiros para tal. Jean-Claude Juncker também advoga a criação de um orçamento para os 18 países da zona euro. No que se refere a taxas fixas e mercado obrigacionista, verificou-se nesta última semana mais uma descida em praticamente todos os prazos acima dos 4 anos e um alisamento cada vez maior da curva de rendimentos. Parte da explicação para este movimento terá estado

nalgum refúgio em títulos de menor risco, na sequência dos receios de maior instabilidade nos países periféricos com o “rebentar” da crise no BES. Passados alguns dias, esses receios estarão quase por completo postos de parte, mas as mais recentes palavras de Draghi, reafirmando que, se necessário, o BCE poderá “ligar a impressora”, reforçaram o sentimento que na zona euro as baixas taxas de juro estão para ficar. Os rendimentos dos títulos alemães a 10 anos estão já abaixo dos 1,20%. Apesar da agitação criada pelo BES, Espanha colocou um total de J 4,5 mil milhões em bilhetes de tesouro, mantendo a taxa de 6 meses abaixo dos 0,15%, e conseguindo baixar a taxa anterior de 0,384% para um novo mínimo de 0,294% nos 12 meses. Também a Grécia em nada parece ter sido afetada pela instabilidade, tendo colocado J 1,63 mil milhões num prazo de 3 meses, pagando 1,75%, o valor mais baixo desde janeiro de 2010. Portugal colocou a 6 e 12 meses sem dificuldades, a taxas abaixo das Euribor para os prazos respetivos.ANÁLISE PRODUZIDA A 16 DE JULHO DE 2014

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd O Eur/Usd falhou a formação

de uma “base” nos 1,3580 dó-lares, tendo quebrado em baixa este suporte, que forma agora a resistência mais próxima. A quebra acelerou o movimento de queda, havendo agora espaço para que o par venha a testar no curto prazo a zona de suporte dos 1,3480/1,3500 dólares. En-quanto se mantiver acima destes níveis, o cenário dominante per-manece neutral. Já uma eventual quebra seria relevante em termos de médio prazo e poderia despo-letar um recuo até aos 1,33/1,34 dólares.

Eur/JpyO Eur/Jpy inverteu a dinâmica

de alta que vinha registando no muito curto prazo, ao quebrar em baixa a zona de suporte entre os 137,65 e 137,90 ienes (agora a primeira zona de resistência). Com a evolução dos últimos

dias, o par volta a registar um máximo relativo inferior, dando assim continuidade à tendência de baixa no curto/médio prazo. E com a quebra dos 137,65 ienes o Eur/Jpy está agora vulnerável do lado inferior até ao suporte dos 136,20 ienes, mínimos do ano.

Eur/GbpO Eur/Gbp renovou mais uma

vez mínimos desde 2012, tran-sacionando já abaixo das 0,79 libras. O par permanece limi-tado em alta por uma linha de tendência descendente iniciada em março, sendo que enquanto abaixo desta, continuará pressio-nado.

Nesse sentido, é plausível que o Eur/Gbp prossiga a aproximação ao suporte seguinte, que se situa nas 0,7800 libras (nível técnico e psicológico). Do lado superior, a resistência mais próxima situa-se nas 0,7890 libras

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)15.julho 14 17.dezembro13 10.janeiro 2014

1M 0,092% 0,243% -0,151 0,208% -0,116

3M 0,202% 0,298% -0,096 0,282% -0,080

1Y 0,487% 0,567% -0,080 0,557% -0,070

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,15%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,40% Euro Deposit Facility -0,10%

*desde 5 de junho 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 11,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

September 14 0,190%October 14 0,180%

November 14 0,180%March 15 0,170%June 16 0,285%

December 17 0,725%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,190 0,2103X6 0,180 0,2001X7 0,290 0,3103X9 0,280 0,3006X12 0,270 0,29012X24 0,471 0,521

*1x4 – Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,310 0,3203Y 0,380 0,3905Y 0,623 0,6438Y 1,109 1,11910Y 1,387 1,397

Obrigações 5Y 10Y 2,45 3,72

1,25 2,670,57 1,620,31 1,191,41 2,822,04 2,651,71 2,540,17 0,55

Fontes: Reuters e IMF

Curva de rendimentos continua a alisar

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 31

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PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última cotação

Variação semanal

Máximo 52 sem

Mínimo 52 sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 4,674 -0,68% 5,948 2,554 0,179 0,366 26,112 12,770 0,21% 1,35% 16-07-2014 16:29:53

INDITEX 111,5 -0,54% 121,492 96,176 4,103 4,660 27,175 23,927 1,73% 2,32% 16-07-2014 16:29:59

REPSOL YPF 18,735 -2,14% 20,019 15,424 1,369 1,523 13,685 12,301 5,35% 10,65% 16-07-2014 16:29:53

TELEFONICA 12,285 -1,13% 13,135 9,684 0,868 0,922 14,153 13,324 6,12% 6,11% 16-07-2014 16:29:58

FRA. TELECOM 11,535 1,63% 12,850 7,188 0,940 0,941 12,271 12,258 6,07% 5,20% 16-07-2014 16:29:59

LVMH 139,85 0,25% 150,050 121,000 7,574 8,448 18,464 16,554 2,22% 2,44% 16-07-2014 16:29:58

BAYER AG O.N. 101,95 -1,16% 106,800 81,820 6,072 6,957 16,790 14,654 2,06% 2,22% 16-07-2014 16:29:59

DEUTSCHE BK 26,955 3,57% 38,151 25,050 2,540 3,591 10,614 7,508 2,65% 2,72% 16-07-2014 16:29:58

DT. TELEKOM 12,4 1,64% 13,150 8,781 0,631 0,680 19,651 18,235 4,03% 4,03% 16-07-2014 16:29:27

VOLKSWAGEN 189,05 2,97% 197,950 159,900 21,656 24,661 8,730 7,666 2,12% 2,67% 16-07-2014 16:29:18

ING GROEP 10,205 -0,24% 11,040 7,140 1,059 1,226 9,636 8,324 -- 0,24% 16-07-2014 16:29:50

TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est ActPER Est

FutDiv. Yield

IndDiv. Yield

EstData Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 2,154 0,19% 2,987 1,734 0,207 0,250 10,406 8,616 1,95% 1,39% 16-07-2014 16:28:49

B. COM. PORT. 0,106 -2,22% 0,141 0,049 0,000 0,009 -- 11,767 -- 0,00% 16-07-2014 16:29:49

B.ESP. SANTO 0,450 -26,83% 1,351 0,355 -0,007 0,074 -- 6,081 -- 0,00% 16-07-2014 16:29:58

BANIF-SGPS 0,009 -4,21% 0,057 0,007 -- -- -- -- -- -- 16-07-2014 16:29:27

BANCO BPI 1,450 2,84% 2,060 0,852 0,064 0,134 22,656 10,821 -- 0,00% 16-07-2014 16:29:34

COFINA,SGPS 0,480 -7,51% 0,770 0,415 0,055 0,065 8,727 7,385 2,08% 2,08% 16-07-2014 16:36:02

CORT. AMORIM 2,500 -12,89% 3,650 1,869 0,260 0,290 9,615 8,621 4,65% 6,00% 16-07-2014 16:29:18

CIMPOR,SGPS 2,695 1,70% 3,400 2,320 0,280 0,340 9,625 7,926 0,12% 4,82% 16-07-2014 16:28:48

EDP 3,405 3,81% 3,749 2,385 0,248 0,267 13,730 12,753 5,43% 5,58% 16-07-2014 16:29:40

EDPR 5,279 2,90% 5,620 3,650 0,146 0,184 36,158 28,690 0,76% 0,83% 16-07-2014 16:29:46

MOTA ENGIL 4,847 -5,68% 6,399 2,462 0,388 0,500 12,492 9,694 2,55% 3,10% 16-07-2014 16:29:49

ESF GROUP 1,185 -8,85% 5,280 1,090 -- -- -- -- -- -- 10-07-2014 10-07-2014

GALP ENERGIA 13,060 0,97% 13,750 10,200 0,348 0,467 37,529 27,966 2,21% 2,57% 16-07-2014 16:29:55

IMPRESA,SGPS 1,418 -4,83% 2,000 0,580 0,085 0,120 16,682 11,817 -- -- 16-07-2014 16:29:25

J. MARTINS 11,550 1,27% 16,285 11,030 0,644 0,736 17,935 15,693 2,64% 2,80% 16-07-2014 16:29:51

MARTIFER 0,531 -1,67% 1,200 0,450 -0,010 0,010 -- 53,100 -- -- 16-07-2014 16:12:35

NOVABASE 3,421 -1,95% 4,150 2,300 0,210 0,227 16,290 15,070 5,85% 4,47% 16-07-2014 15:49:43

GLINTT 0,197 -15,09% 0,500 0,130 -- -- -- -- -- -- 16-07-2014 16:28:36

P. TELECOM 1,890 -5,50% 4,175 1,778 0,129 0,187 14,651 10,107 5,29% 4,66% 16-07-2014 16:29:58

PORTUCEL 3,401 1,92% 3,739 2,387 0,240 0,223 14,171 15,251 6,53% 6,32% 16-07-2014 16:29:38

REDES E. NAC. 2,573 0,47% 2,910 2,148 0,209 0,223 12,311 11,538 6,65% 6,61% 16-07-2014 16:28:57

SEMAPA 10,760 0,84% 11,660 6,436 0,524 0,728 20,534 14,780 3,09% 2,60% 16-07-2014 16:27:54

SONAECOM 1,604 3,75% 2,659 1,464 0,135 0,150 11,881 10,693 -- 5,30% 16-07-2014 16:03:48

SONAE,SGPS 1,144 0,79% 1,420 0,696 0,071 0,075 16,113 15,253 3,04% 3,23% 16-07-2014 16:29:50

SONAE IND. 0,380 -3,80% 0,889 0,351 -0,377 -0,175 -- -- -- -- 16-07-2014 16:27:57

SAG GEST 0,259 11,64% 0,540 0,160 -0,050 -0,030 -- -- -- -- 16-07-2014 15:52:02

TEIX. DUARTE 0,760 -10,38% 1,440 0,500 0,140 0,130 5,429 5,846 1,97% 2,63% 16-07-2014 16:29:07

ZON OPTIMUS #N/A N.A. - -- -- 0,188 0,236 -- -- -- -- #N/A N Ap #N/A N Ap

Vai o PSI 20 entrar em “bear market”?O principal índice representativo da Euronext Lisboa, além de uma forte

volatilidade, apresenta alguns sinais que merecem ser analisados: está a negociar atualmente abaixo da média móvel dos 200 dias; fez, o que se chama em análise técnica, uma figura de Head & Sholders entre março e maio; e cai 22,15% desde o máximo de 7790 de 2 de abril e o atual fecho. Estes factos podem indicar o início de um cenário designado de “bear market” ou seja de prolongadas quedas da cotação.

Semanal

DiárioDesde o 2º trimestre de 2012, a

evolução foi definida dentro de um canal ascendente, após ter registado um mínimo de 4,372 pontos em junho desse ano, com alguns posteriores conjuntos de máximos e mínimos mais elevados, destacando-se o último mínimo em julho de 2013.

Assistimos agora a uma importante necessidade de resolução que poderá definir a manutenção num “bear market”, após uma reação ao nível de sobre-venda atingido em consequência de cinco semanas consecutivas de queda. Desta base podemos considerar dois cenários: a evolução para um máximo mais elevado ou a entrada numa fase de maior consolidação e

correção, confirmando o “bear market”, o que poderia implicar vários trimestres de recuperação.

Caso não quebre os psicológicos 6000 pontos e ensaie um impulso de subida aos 6300 pontos, os piores receios serão afastados, desde que o ambiente externo seja benigno e complacente. O último movimento de queda no PSI-20 foi muito rápido, muito abrupto e com aumento de liquidez, o que deu força à queda.

Atendendo ao acréscimo do volume transacionado, uma reação de recuperação nos próximos trimestres assume maior probabilidade, com um teste a valores superiores, e uma posterior lateralização durante um prolongado período de tempo.

JOÃO QUEIROZDiretor de negociação da GoBulling

MERCADOS

32 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

UBS aumenta participação na PTO banco suíço UBS passou a deter uma participação qualificada superior a 5% do capital social da Portugal Telecom. “No dia 3 de julho de 2014, a UBS AG, Zurich and Basel adquiriu um total de 2 869 608 ações ordinárias da PT, fora de mercado regulamentado, tendo passado a ser imputável à UBS AG, na sequência desta transação, uma participação qualificada correspondente a um total de 44 980 367 ações ordinárias da PT, representativas de 5,02% do respetivo capital social”, refere o comunicado da PT.

“Deterioração das condições de mercado” interrompe IPO da Mota-Engil ÁfricaA Mota-Engil informou que “devido à recente e significativa deterioração das condições de mercado e do consequente resultado no sentimento dos investidores”, decidiu interromper o processo anunciado de realização da oferta pública inicial (IPO) da Mota-Engil África. “A empresa mantém o seu total compromisso de modo a alcançar, com sucesso, a IPO da Mota--Engil África”, refere o comunicado à SGPS.

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MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Contrato celebrado em regime de exclusividadeHá pouco tempo assinei um contrato in-

titulado de mediação imobiliária. O referido contrato foi celebrado em

regime de exclusividade porque eu tinha alguma urgência em realizar o negócio e disseram-me que esse regime implicaria uma divulgação mais intensa e atenta.

Segundo me disseram, também, a ex-clusividade impede-me de contratar outra mediadora para vender o mesmo imóvel, o que respeitei.

Acontece, contudo, que fui contactado por uma pessoa que está interessada em comprar a casa em questão. Será que nes-te caso terei que pagar a comissão contra-tada? E devo informar a mediadora? A atividade de mediação imobiliária é aquela em que, por contrato, uma empresa se obriga a diligenciar no sentido de conseguir interessado na realização do negócio que vise

a constituição ou aquisição de direitos reais sobre bens imóveis, a permuta, o trespasse ou o arrendamento dos mesmos ou a cessão de posição em contratos cujo objeto seja um bem imóvel. Se o contrato for celebrado em regime de exclusividade só a mediadora terá o direito de promover o negócio objeto do contrato de mediação durante o respetivo período de vigência, o que impede que o cliente, neste caso o leitor, contrate outra mediadora para a promoção do negócio durante o período em que vigore a exclusividade mas, segundo entendimento jusrispridencial maioritário não impede o proprietário de negociar diretamente com algum interessado que surja sem a intervenção da mediadora. Contudo, para atuar com correção e com respeito pelo contrato de mediação que celebrou, e para se precaver, o leitor deverá

indagar, junto do interessado, de que modo é que ele tomou conhecimento do negócio. Isto porque os tribunais têm entendido que o regime de exclusividade permite presumir que o interessado tomou conhecimento do negócio através da divulgação que a mediadora fez do mesmo. E, nesse caso, caberá ao proprietário e vendedor do imóvel provar que tal não aconteceu. Se o leitor constatar que, não obstante o contacto direto, o interessado tomou conhecimento do negócio através da divulgação da mediadora, nesse caso deverá remunerá-la nos termos contratados. Ainda que o leitor entenda que a mediadora não tem direito à remuneração contratada por a sua atuação não ter sido determinante para a realização do negócio, ainda assim o leitor deverá denunciar o contrato e informar a mediadora de que vai fazer o negócio com um

interessado que o contactou diretamente. Isto porque muito embora a remuneração relativa à mediação só ser devida, por via de regra, com a conclusão e perfeição do negócio visado pelo exercício da mediação, se o contrato for celebrado em regime de exclusividade, a mediadora terá, também, direito à remuneração nos casos em que o negócio visado com a mediação não se concretiza por causa imputável ao cliente, que neste caso é o leitor. Por este motivo e de modo a que a mediadora pare de promover o negócio, o leitor deverá denunciar o contrato e informar a mediadora de que vai fazer o negócio com um interessado que o contactou diretamente. Para o efeito o leitor deverá respeitar a forma de denúncia prevista no contrato ou, se o mesmo for omisso nessa matéria, deverá enviar carta registada com aviso de receção declarando que não pretende a sua renovação.

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 33

Vinhos de Portugal apresentados em Singapura A ViniPortugal organiza a primeira Prova Anual dos Vinhos de Portugal em Singapura, no próximo dia 22 de julho, no Ritz-Carlton Millenia Singapore, a partir das 14h30h. O Mas-ter Sommelier Evan Goldstein participa neste evento. Vinte e um produtores nacionais vãoapresentar os seus vinhos. O objetivo é cativar o interesse dos líderes de opinião, jornalistas, sommeliers, distribuição e público em geral para os vinhos portugueses.

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É uma alteração de mentalidades que tem vindo a dar frutos na região do Douro. Tradicionalmente de costas voltadas, os seus diversos operadores, desde as quintas e produtores de vinhos, passando pela restauração e pelas empresas de turismo fluvial, começam a abraçar projetos e ações comuns. MARC [email protected]

Os operadores dos diversos segmentos conseguem, desta for-ma, maior integração de oferta, capaz de proporcionar aos turis-tas e visitantes novos pontos de interesse. O prolongamento da estadia, a redução da sazonalida-de e o aumento das receitas são consequências imediatas.

A proprietária da Quinta de La Rosa, Sophia Bergqvist, explicou à VE que esta colaboração, a mais das vezes de cariz informal, con-fere à região a capacidade “de ob-ter aquilo que mais precisa, que é animação e chamar gente”. Loca-lizada próxima do Pinhão, a pro-priedade dispõe de um conjunto diversificado de alojamentos, pelo que os visitantes “podem escolher ficar em quartos mais antigos, com história, ou quartos modernos”.

Este produtor de vinhos DOC e Porto tem as suas raízes no sécu-lo XIX, mas entra na era moder-na em 1988, após a autorização de engarrafamento e expedição de vinhos a partir da região. Atu-almente produz cerca de 300 mil garrafas, sendo que cerca de 100 mil correspondem a vinho do Porto.

O turismo é uma atividade mais recente, mas na qual La Rosa foi pioneira na região. Esta surgiu após a morte de Clara, avó de Sophia, nos anos 70, e a neces-sidade de encontrar uma forma de rendimento capaz de suportar “o custo de manter a cozinheira

da família”, recordou. Sophia e o pai, Tim, decidiram

inicialmente receber hóspedes no chamado «quarto em baixo», na casa de família. Este tem como curiosidade um quarto de banho, apelidado de ‘James Bond’, escul-pido no xisto. Todos os restantes quartos receberam nomes das se-nhoras da família.

Hoje a quinta conta com 14 quartos, distribuídos pela Casa de Família e Alojamento na Vi-nha. Trata-se de quartos com características diferentes, sendo que os hóspedes podem escolher entre alojamento com um perfil mais clássico na casa de família, com 100 anos de história, ou quartos modernos, mas sempre com um toque duriense caracte-rístico.

Para além disso, a propriedade dispõe de um outro edifício, cha-mado Casa Amarela, com cinco quartos, que dista 300 m da casa principal e pode ser alugada à semana. Próximo de Gouvães,

a Quinta de Lameiras oferece ainda dois quartos duplos e um twin, numa casa do século XVII, que também pode ser alugada à semana. O mercado internacio-nal é prioritário nesta estratégia. O próximo passo deste projeto da família Bergqvist passa pela abertura de um restaurante, cujo conceito está ainda a ser desen-volvido.

Nas alturas com as aves

Na margem oposta do Douro, a Quinta das Carvalhas é uma das joias da Real Companhia Velha. Com 500 hectares, dos quais 120 plantados com vinha, a quinta cobre toda a colina e ainda parte da encosta superior da margem direita do rio Torto. No ponto mais alto, a 550 metros, está a “Casa Redonda”, de onde se ob-tém uma panorâmica invejável.

Apesar de não dispor de aloja-mento, a quinta recebe cerca de 12 500 visitantes anuais. Uma

visita à Quinta das Carvalhas é uma experiência inesquecível, sobretudo se acompanhada pe-los responsáveis da viticultura, Rui Soares e Álvaro Martinho. A paixão que transmitem não dei-xa ninguém indiferente e é quase impossível não ficar deslumbrado com a beleza natural do espaço. É possível ver vinhas com mais de 80 anos e encostas com 70 graus de declive, gozar a biodiversidade e a natureza.

Nesta quinta, para além da loja de vinhos, onde se podem pro-var e adquirir os vinhos da Real Companhia Velha, é possível vi-sitar o espaço a bordo de um mi-nibus descapotável com partida do Pinhão, fazer refeições enotu-rísticas na Casa Redonda, realizar atividades de observação de aves, com dois programas diferentes (“birdwatching” livre e “birdwa-tching” com guia) e, até, uma vez por ano, participar na montaria ao javali que a empresa acolhe.

Curiosamente, ambas as em-

presas partilham o mesmo enólo-go, Jorge Moreira, de quem par-tiu o desafio para reavivar uma tradição quase centenária entre ambas as quintas – o La Rosa/Carvalhas Hill Challenge. Par-tindo da Quinta de la Rosa, os participantes atravessam o Dou-ro a nado, seguindo-se uma dura subida de montanha, com cerca de quatro quilómetros, entre os socalcos e vinhas da Quinta das Carvalhas. É este espírito de co-laboração, mais ou menos infor-mal, que tem impulsionado uma maior integração e complemen-taridade da oferta turística da re-gião, dizem-nos.

A irreverência do Pôpa

Também junto ao rio Douro, a Quinta do Pôpa desenvolveu um conjunto de atividades eno-turísticas, que envolvem visita à quinta e adega, prova de vinhos, refeições e mesmo piqueniques, com cesto de merenda e vinhos, e vista para o Douro.

Um dos responsáveis da quinta, Stepháne Ferreira, explicou que, apesar de ser um projeto recen-te, que arrancou em 2007, para a produção e comercialização de vinhos, apostou desde logo em si-nergias com outros proprietários e empresas, seja na vinificação e engarrafamento dos vinhos, seja na abordagem ao segmento do enoturismo.

No caso dos vinhos, a parceria feita desde o início com o produ-tor bairradino Luís Pato conferiu uma dose de originalidade e irre-verência aos vinhos da quinta do Pôpa, que prossegue ainda com a colaboração do enólogo Francis-co Montenegro.

A quinta produz anualmente um pouco mais de 80 mil garra-fas, das quais uma parte significa-tiva é vendida “à porta da adega”. Neste aspeto, Stepháne Ferreira ilustra a importância das visitas: “Recebemos cerca de 1500 pes-soas por ano, as quais compram em média duas a três garrafas e repetem mais tarde a compra a partir dos seus países” de origem. No sentido de alargar o espectro de atividade, a Quinta do Pôpa pretende requalificar “cinco ou seis casas antigas e transformá-las em alojamento”, referiu à VE.

ENOTURISMO, HOTELARIA E RESTAURAÇÃO, TURISMO DE NATUREZA E FLUVIAL SÃO SEGMENTOS PRIORITÁRIOS

Parcerias entre operadores potenciam turismo no Douro

TURISMO

Turismo do Centro apresenta estratégia a três anosFoi apresentado o plano de marketing da Turismo Centro de Portugal (TCP), que teve como objetivo a identificação de seg-mentos de mercado (Portugal e Espanha), a definição do posi-cionamento da marca e a elaboração de estratégias e programas de ação com objetivos mensuráveis. O plano tem um horizonte temporal de três anos, até junho de 2017.

34 SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014

Espírito informal de colaboração e complementaridade de oferta entre operadores prolonga estada média dos visitan-tes e reduz sazonalidade.

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MARC [email protected]

A abertura da nova base de operações da companhia aérea easyJet no Porto po-derá dar um forte impulso ao segmento de negócios da cidade e da região. Se-gundo José Lopes, diretor comercial para Portugal daquela companhia, o “segmen-to ‘corporate’ representa cerca de 20% do nosso tráfego total”, valor esse que se apli-ca de igual modo ao tráfego no aeroporto Sá Carneiro.

Contudo, a abertura da nova base de operações em 2015 permitirá “afinar o produto” e orientá-lo para uma “oferta mais direcionada para o segmento”, con-

cretamente através de uma “oferta preço/qualidade” adequada, visando “fidelizar passageiros”, afirmou aquele responsável quando questionado pela VE no decurso do anúncio oficial da operação.

No mesmo evento, o presidente da au-tarquia portuense, Rui Moreira, havia já afirmado a importância que esta base, que contará com a alocação de dois aparelhos A320, representa para o turismo de negó-cios da cidade e da região, uma vez que a “easyJet tem escala nas principais cidades europeias”.

A nova base, que começará a operar a partir da primavera de 2015, resulta de um investimento de 73,5 milhões de eu-ros, que inclui a compra das duas aero-

naves, e criará cerca de 80 postos de tra-balho.

A companhia transportou cerca de 800 mil passageiros de e para o Porto em 2014 (+3%) e, no conjunto nacional (Faro, Funchal e Porto, bem como da base ope-racional criada em Lisboa em 2012), cerca

de quatro milhões de passageiros (+3%).Presente no Porto desde 2007, a easyJet

oferece seis destinos a partir da cidade:Basileia, Genebra, Londres – Gatwick,Lyon, Paris – Charles de Gaulle e Toulou-se. A nova base permitirá acrescentar ou-tras rotas, sendo que a programação para o verão de 2015 será anunciada em breve.

Presente na cerimónia, o ministro da Economia, António Pires de Lima, salien-tou que a instalação da base no Porto con-tou ainda com um apoio do Turismo de Portugal, cifrado em 900 mil euros. JoséLopes concretizou que este apoio passa por “incentivos e marketing e publicida-de para cativar estrangeiros para o Portoe Norte”.

Base da easyJet no Porto pretende fomentar segmento ‘corporate’

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO 2014 35

Casa das Pipas com programa de verãoA Casa das Pipas, unidade de enoturismo da Quinta do Portal, lançou o seu programa de verão. De 15 de Julho a 31 de Agosto, este prevê, à chegada, um welcome drink, uma visita às caves de envelhecimento da autoria do arquitecto Siza Vieira e prova de vinhos. À noite o jantar tem lugar no restaurante da Quinta do Portal, onde o chef Milton Ferreira prepara um menu gourmet.

Fluviário de Mora é “Excelência” para Trip AdvisorO Fluviário de Mora recebeu o “Certificado de Excelência” Trip Advisor, decorrente da avaliação direta dos utilizadores após visita. O Fluviário de Mora foi inaugurado a 21 de Março de 2007. Ao fim de sete anos já passaram mais de 700 mil visitantes, crianças, famílias, escolas e outros grupos. O espaço possui mais de 600 exemplares de 70 espécies.

Segmento ‘corporate’ representa 20% do tráfego da easyJet

Formadora: Dra. Filipa MagalhãesAssistente convidada no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro. Mestre em ciências jurídico-políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, na qual se encontra presentemente a frequentar o Doutoramento.Paralelamente à docência, exerce advocacia na área do Direito do Trabalho e Direito Administrativo, áreas em que é formadora, tendo, neste domínio, colaborado com várias entidades, públicas e privadas, nomeadamente com a Ordem dos Técnicos O ciais de Contas, para a qual elaborou os Manuais de Direito do Trabalho, com o Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA), com a Unave (Unidade de Formação da Universidade de Aveiro) e com a Associação Nacional das Freguesias (ANAFRE) para a qual elaborou o manual de gestão de recursos humanos.

Preços: Assinantes Vida Economica: €70 + IVA *Público em Geral: €120 + IVA * *O preço inclui coffee-breaks, documentação e Certi cado de Presença

Porto 23 julho09h30 às 13h /14h30 às 18h

Organização:

Patrícia Flores (Dep. Formação) | Vida Económica - Editorial SA. | Tlf: 223 399 437/00 | Fax: 222 0 8 098 | Email: patricia ores vidaeconomica.pt

PROGRAMA:1. Modalidades de cessação do contrato de trabalho2. Caducidade3. Revogação4. Despedimento por facto imputável ao trabalhador5. Despedimento coletivo6. Despedimento por extinção do posto de trabalho7. Despedimento por inadaptação8. Resolução pelo trabalhador9. Denúncia.10. Despedimento com justa causa11. O novo regime da cessação dos contratos pela Lei nº

23/2012, de 25 de junho e consequências do Acórdão n.º 602/2013, de 20 de setembro, do Tribunal Constitucional

12. A ilicitude do despedimento.13. Consequências económicas da ilicitude do despedimento14. Do direito do trabalhador a optar pela reintegração e da

opção pela não integração na empresa através do Tribunal sempre que tal regresso se considere prejudicial

O novo regime de cessação do contrato de trabalho: modalidades, tramitação e consequências

Page 36: Santander e BBVA tiveram desempenho menos desfavorável ... · na ordem dos 54%. LES ECHOS Ouro regressa a investimento refúgio O ouro está a atrair novamente ... até ao último

Cinco empresas

criam “Plataforma

de Media

Privados”

As cinco principais em-presas nacionais de media desenvolveram a “Plata-forma de media privados”. O objetivo é encontrar so-luções para acompanhar a evolução do mercado, ten-do em conta a nova realida-de digital. Deste grupo fa-zem parte a Media Capital, a Cofina, a Controlinveste, a Impresa e a Rádio Renas-cença.

Os promotores desta pla-taforma estão preocupados com a “concorrência desle-al” dos motores de busca e das redes sociais. Aconte-ce que há um fácil acesso às notícias e não existem regras quanto à exploração comer-cial. Em contrapartida, há um excesso de regulação e de imposições no que respeita às empresas de media priva-das. A plataforma pretende ainda debater a posição da televisão pública no merca-do e defi nir as relações com as empresas de telecomuni-cações. Em termos executi-vos, a plataforma será diri-gida por Pedro Reis, antigo presidente da AICEP. A car-ta de princípios foi assinada esta semana.

DECO avisa

para custos

nas rescisões

com operadoras de

telecomunicações

A DECO, associação de defesa do consumidor, avi-sa que a nova lei que regu-la os contratos celebrados à distância e ao domicílio per-mite às operadoras de teleco-municações cobrar custos de instalação, caso os consumi-dores queiram rescindir os contratos nas duas primeiras semanas.

Estes custos podem variar entre os 80 e os 200 euros, sendo que nunca foram co-brados até agora. “A nova lei estabelece que, caso o con-sumidor exerça o direito de livre resolução dentro dos 14 dias após a celebração do contrato, poderá ser-lhe co-brado um montante propor-cional, calculado com base no preço total do contrato, ou seja, o valor da mensali-dade dividido pelo número de dias em que o consumi-dor, efetivamente, usufruiu do serviço”, refere a DECO em comunicado. Por outro lado, as operadoras estarão a preparar a cobrança dos cus-tos de instalação, o que é ile-gal no que se refere aos con-tratos celebrados à distância e ao domicílio.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Vide artigos e gráficos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO: A recuperação no consumo de bens duradouros ajudou à retoma.

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Ine, 2014

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Tx. de crescimento 2012/13 = + 2%

Portugal: evolução do consumo de bens duradouros

A lei de Lavoisier Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se

transforma. O princípio revelado por Lavoisier no fi nal do século XVIII representou um grande avanço da ciência e continua válido nos dias de hoje.

Ma, a aplicação deste princípio aos mercados e às empresas não é linear.

Em julho de 2007, nas vésperas do início da crise fi nanceira, cada ação do BES valia em bolsa J17,32. Cinco anos depois, após o aumento de capital, valia J0,50. E após um período de recuperação, voltou a cair com a crise do grupo e vale atualmente cerca de J0,45, com um cenário de grande volatilidade.

No espaço de poucos anos, os acionistas perderam com e evolução desfavorável em Bolsa cerca de 97% do valor que tinham antes. No caso de terem optado por vender os direitos de subscrição nos dois aumentos de capital que ocorreram, teriam perdido alguns cêntimos menos, o que não altera muito quanto à diminuição drástica do valor que existia. E contrariando o princípio de Lavoisier aplicado à química, o enorme valor perdido não resultou em ganho ou vantagem – nem sequer parcial – para ninguém. A diferença perdeu-se. Desapareceu.

A perda dramática de valor em bolsa deve-se à conjuntura do país que conduziu ao resgate e aumentou a

perceção do risco desvalorizando os ativos portugueses. O refl exo para os bancos nacionais foi mais negativo do que para a maioria das empresas cotadas.

Uma perda de valor desta magnitude é por si só um fator de insustentabilidade. Um grupo que perde 97% do valor do seu principal ativo difi cilmente consegue dar continuidade à sua atividade, fazer face às obrigações assumidas. A perda direta compromete também a possibilidade de emitir dívida porque deixa de haver garantias para os credores.

A depreciação dos títulos justifi caria por si só um cenário de grandes difi culdades, mesmo sem quaisquer erros de gestão.

Voltando a Lavoisier, sabemos que foi considerado próximo do antigo regime e condenado à morte durante a Revolução Francesa. Houve uma petição subscrita pela comunidade científi ca internacional para que fosse poupado, mas não foi atendida.

Agora temos também um ambiente que em algum aspeto recorda a Revolução Francesa. Para muitos, a força do poder económico contrastava com a fraqueza do poder político. Mas, em vez disso, vemos o poder económico completamente debilitado enquanto o poder político se conserva com a mesma lógica do passado. Ao contrário do que se esperava, o poder económico cai. O poder político mantém-se.

Na mudança que está a ocorrer, o grupo Espírito Santo pode ser visto como o Ancien Régime. Tal como aconteceu em 1975, na altura da nacionalização da banca, haverá quem pense que, se acabar o grande capital, o capital irá aparecer nas mãos de todos.

Como em todos os períodos de grandes mudanças, acontecem depois histórias tristes e injustiças fl agrantes. A excelência do pensamento e do trabalho científi co de Lavoisier valeu-lhe a morte na guilhotina.

É fácil fazer críticas, valorizar os pontos negativos e ignorar os aspetos positivos. E é fácil esquecer que não pode haver uma sociedade próspera e justa sem haver grupos privados sólidos e rentáveis, criando valor onde ele não existe com base no mérito do trabalho desenvolvido.

Ao contrário da lei que Lavoisier aplicou bem à química, na economia há uma parte que se perde, há muito que se cria e nem tudo se transforma.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1550 / 18 de julho 2014 Semanal J 2,20 Portugal Continental

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Ao contrário do que se esperava, o poder económico cai. O poder político mantém-se.