Santa Causa Ed. nº 29 (Fev. 2010)

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Terceiro Mandato A Mesa Administrativa liderada por Humberto Carneiro foi reconduzida pelos Irmãos para mais três anos à frente da Instituição. O Provedor explica em entrevista os próximos objectivos. Fevereiro de 2010 Santa Casa assinala a data, em parceria com a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. Pág. 07 Valências Seniores Mudanças na gestão, com a saída por motivos profissionais do Mesá- rio Dr. António Queirós. Conheça a nova equipa de Mesários. Pág. 08 Ano XI - Nº29 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: GráficaAmares Tiragem: 7500 Design Editorial: www.tamanhoreal.com Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Pessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084 Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09 Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985 Plano de Actividades Abertura de ULD – Unidade de Lon- ga Duração é a grande aposta para 2010. Esta unidade, que vai ser fazer parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, vai rece- ber o nome da benemérita D. Elvira Câmara Lopes. Pág. 11 Págs. 2 a4 Seja solidário Apoie a nobre causa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso A Lei nº. 91/2009, de 31 de Agosto, procedeu à actualização da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho, sobre a Consignação Fiscal, permitindo aos sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) fazer uma consignação fiscal equivalente a 0.5% do imposto liquidado ao Estado. Esta acção não implica custo ou perda para o contribuinte: 0.5% são retirados do imposto total que o Estado liquida. Na declaração de IRS, basta preencher no anexo H do modelo 3 de IRS o campo 9, onde deve colocar o NIPC – 501 409 084.

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Jornal Santa Causa, Fevereiro de 2010

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Terceiro Mandato A Mesa Administrativa liderada por Humberto Carneiro foi reconduzida pelos Irmãos para mais três anos à frente da Instituição. O Provedor explica em entrevista os próximos objectivos.

Fevereiro de 2010

Santa Casa assinala a data, em parceria com a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.

Pág. 07

Valências SenioresMudanças na gestão, com a saída por motivos profissionais do Mesá-rio Dr. António Queirós. Conheça a nova equipa de Mesários.

Pág. 08

Ano XI - Nº29 - Publicação QuadrimestralDistribuição Gratuita

Director: Dr. Humberto CarneiroCoordenação: Mesa AdministrativaImpressão: GráficaAmaresTiragem: 7500Design Editorial: www.tamanhoreal.comPropriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 1434830 Póvoa de LanhosoPessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084Tel.: (+351) 253 639 030Fax: (+351) 253 639 036Depósito Legal: 296364/09

Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Medalha de Honra - Grau OuroCMPVL - 19/03/1985

Plano de Actividades

Abertura de ULD – Unidade de Lon-ga Duração é a grande aposta para 2010. Esta unidade, que vai ser fazer parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, vai rece-ber o nome da benemérita D. Elvira Câmara Lopes. Pág. 11

Págs. 2 a4

Seja solidário Apoie a nobre causa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de LanhosoA Lei nº. 91/2009, de 31 de Agosto, procedeu à actualização da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho, sobre a Consignação Fiscal, permitindo aos sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) fazer uma consignação fiscal equivalente a 0.5% do imposto liquidado ao Estado. Esta acção não implica custo ou perda para o contribuinte: 0.5% são retirados do imposto total que o Estado liquida.Na declaração de IRS, basta preencher no anexo H do modelo 3 de IRS o campo 9, onde deve colocar o NIPC – 501 409 084.

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Quais foram as suas motivações para um terceiro mandato? Quando me candidatei pela primei-ra vez, em 2003, referi que me can-didatava a dois mandatos, porque entendia que um era extremamen-te curto para poder ter um projecto estruturante para a Instituição e que dois seriam suficientes e iam de encontro aos estatutos, que limi-tam a dois mandatos consecutivos a capacidade eleitoral de qualquer Irmão. Mantinha-me com esse propósito, não fosse, por um lado, a manifes-tação de muitas dezenas de Irmãos no sentido de eu e a equipa que lidero termos a capacidade para nos podermos propor novamente a um mandato. Isto foi feito numa Assembleia Geral de Irmãos, que manifestaram, de uma forma mui-to clara, a sua vontade de que nós continuássemos, dando-nos a ca-pacidade eleitoral para isso. Pos-to isto, reflecti juntamente com a minha equipa se devíamos ou não corresponder a esse repto. Por ou-tro lado, pesou bastante o facto de termos projectos na Instituição, um de conclusão próxima, que é a Unidade de Longa Duração, e o projecto da Clínica Social da Misericórdia. Com a conjugação da vontade expressa maioritariamente pelos Irmãos, de uma forma sincera e ge-nuína, e da percepção de que não era a hora de virarmos costas aos desafios, em função desses projec-tos, achámos que nos deveríamos disponibilizar para mais um man-dato e quase todos os membros da anterior equipa foram recondu-zidos pelos Irmãos, de uma forma bastante significativa, porque, em lista única, tivemos 237 votos.Ficou sensibilizado com esse apoio dos Irmãos?Fiquei, não esperava, sinceramen-te. Por vezes, na nossa gestão de voluntariado na Instituição, não temos noção de que os próprios Ir-mãos estão atentos, são solidários e são reconhecidos. Eu limitava-me a fazer a minha obrigação – gerir o melhor que sei e que posso a Instituição para que ela tivesse a sustentabilidade desejada, os pro-jectos aprovados e que pudesse garantir um futuro com equilíbrio. Envolvo-me no dia-a-dia da Insti-tuição. Não pensei que houvesse uma vaga de fundo tão significa-tiva como aquela que houve. De-verá ser o reconhecimento pelo

trabalho destes seis anos, que foi um trabalho muito positivo para a Instituição. Mas esse apoio é um desafio e é uma responsabilidade maior. O de-safio que tenho é o de continuar a ser exigente, rigoroso, transparente na gestão da Instituição e o de fa-zer tudo para alcançarmos os ob-jectivos que traçámos para o man-dato, que são muito ambiciosos.Este será o último mandato, findo o qual completarei nove anos à frente da Instituição. Penso que são anos suficientes. Estamos de forma voluntária, o que pressupõe termos outra ocupação principal que nos garante o sustento e à qual também temos de nos dedicar…É trabalho que é exercido de forma voluntária, mas com profissionalismo…Exactamente. Esta questão remete para uma reflexão sobre o mode-lo de gestão das Misericórdias. A Misericórdia da Póvoa de Lanhoso tem cerca de 195 colaboradores; tem um activo imobilizado signi-ficativo, quanto a equipamentos e instalações. Com as ampliações, as remodelações e as novas constru-ções, o património da Instituição cresceu de uma forma significativa. Em termos de gestão, uma entida-de com estas características e um volume de negócios de cerca de 9 milhões de euros exige uma capa-cidade de gestão profissional.Toda a gente reconhece o papel que a Misericórdia deve ter na co-munidade, que é a missão solidária com os idosos, os desfavorecidos, os doentes. Mas, para dar respos-tas às necessidades da comunida-de, para cumprir a nossa missão misericordiana e para garantir a manutenção dos postos de traba-lho dos nossos funcionários, temos de ter sustentabilidade, temos de fazer uma gestão extremamente criteriosa, rigorosa e profissional, o que começa no topo da gestão, pela Mesa Administrativa, em que todos se dedicam à Misericórdia de forma voluntária. A gestão pro-fissional exigida existe só que não é remunerada. A minha actividade na Misericórdia, face às exigências, assemelha-se à de um Presidente do Conselho de Administração de uma empresa…A Misericórdia é uma empresa, ainda que com características especiais…Sim. Existe o estigma de se chamar ‘empresa’ a uma Instituição como

a Misericórdia, mas ela rege-se por princípios de gestão iguais a uma empresa. Simplesmente, o seu ob-jecto é diferente. Além disso, os resultados a que muitos chamam ‘lucro’, nós chamamos ‘rendimento positivo’, visam apetrechar a Ins-tituição de autonomia financeira para poder alavancar os projectos que tem. Era impossível avançar

para a construção da Unidade de Longa Duração (ULD) pelo mon-tante que envolve, dois milhões e 350 mil euros, sem a noção clara de que a Instituição libertará meios para fazer face à dívida. No caso da ULD, beneficiamos de até 750 mil euros do Programa Modelar. Contraímos um emprés-timo de 750 mil e os outros 850 mil euros irão sair dos capitais pró-prios da Instituição, sem recorrer às aplicações financeiras a prazo e que têm vindo a aumentar to-dos os anos. Solicitámos a várias instituições financeiras propostas para aquele empréstimo. Elas ana-lisaram as contas da Misericórdia e verificaram que temos capacidade para libertação de meios para fazer face ao serviço da dívida e nenhu-ma delas disse que não financiava. Contratualizámos o empréstimo com uma instituição financeira, cujo spread é o mais baixo aplica-do às Misericórdias em Portugal, o que até foi elogiado pelo Dr. Ma-nuel de Lemos, Presidente do Se-cretariado Nacional da União das Misericórdias. É fundamental termos muito rigor na gestão operacional da orga-nização, porque as Misericórdias também sofrem dos problemas económico-financeiros do país e do mundo. Não são nenhum oá-

sis. Temos de ter a capacidade de encontrar defesas, protecções que nos possam amparar e diminuir o impacto negativo dos factores ex-ternos à organização. Estamos numa organização extre-mamente complexa, que tem 15 centros de custos, 15 valências, e cada uma delas, só por si, repre-senta quase uma empresa e exige uma diversidade de abordagens por parte da Mesa Administrativa, porque estamos a falar de âmbitos e campos de acção completamente distintos. Há uma complexidade de gestão enormíssima só no Hospi-tal. A própria ULD, só por si, é uma unidade complexa. Mais do que fa-lar de valências, também estamos a falar de pessoas, pelo que o nosso serviço tem que ser de qualidade e competente, com uma margem de erro muito curta. A exigência numa organização destas é demasiada, por isso, deve reflectir-se sobre o modelo de ges-tão das organizações como a nos-sa. Tive o privilégio de participar no encerramento do Congresso da União das Misericórdias no Fun-chal e defendi uma gestão compe-tente e profissionalizada. Hoje falar de voluntariado numa Instituição como esta é falar de valores muito grandes, de uma entrega profunda e seria impossível, sem uma equipa

Humberto Carneiro, Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Recém-empossado para um terceiro mandato como Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Humberto Carneiro conversou com o SANTA CAUSA, explicando os desafios dos próximos três anos que, assegura, serão os últimos à frente dos destinos da Instituição que fez crescer e desenvolver. Num registo mais pessoal, “the special one”, como é apelidado, carinhosamente, por alguns colaboradores, falou ainda das suas satisfações e medos; e emocionou-se ao contar como gostaria que fosse lembrada a sua passagem pela Misericórdia, que se lhe revelou uma paixão e onde encontrou uma missão de vida.

“Santa Casa é missão de vida”

Entrevista provedor da santa casa

O HAL, pode actualmente, ser considerado uma Unidade de referência na prestação dos diferentes cuidados de saúde, proporcionando Serviços de grande qualidade e um bem-estar constante aos utentes, utilizadores e colaboradores

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de gente disponível, competente, solidária e que abraça a missão mi-sericordiana, fazer com que a Insti-tuição esteja ao nível que está, ao fim destes seis anos. Qual é o estado económico-fi-nanceiro da Instituição?Nestes seis anos, os depósitos a prazo passaram de 408 mil euros para 550 mil; fizemos um investi-mento em imobilizado de cerca de 3 milhões e 250 mil; em conserva-ção, manutenção e recuperação do património, cerca de 370 mil euros. Somando estes valores, temos nú-meros na ordem dos 3 milhões 650 mil euros, nos seis anos. Estamos a falar de mais de 500 mil euros por ano de investimentos, conserva-ção, manutenção e reparação. Isto implica que a Instituição liberte meios para estes investimentos. E, felizmente, temos conseguido, não prejudicando a sua estabilida-de, que, em certa medida, também resulta destes investimentos, feitos criteriosamente. Temos investido bastante na modernização adminis-trativa, porque queremos afinar a gestão da organização para respon-der de uma forma positiva aos de-safios. Como exemplo, posso referir que temos em curso a implementa-ção de um sistema de intranet e de gestão documental para reduzir o consumo de papel.E quais são os desafios do novo mandato?Em primeiro lugar, acabar a cons-trução e pôr em funcionamento pleno a ULD para que seja integra-da na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), de que já faz parte a Unidade de Convalescença, considerada uni-dade de referência a nível da Rede. Queremos o mesmo para a ULD e estamos a trabalhar nesse sentido. Em Março, estarão concluídas as obras; abrirá em Abril e estará dis-ponível para a Rede. Depois temos o desafio da Clínica Social da Misericórdia. Muito re-centemente, a isenção de taxas de construção foi aprovada na Câmara Municipal e também foi feito o re-conhecimento do interesse público do edifício, aspectos necessários para avançar para a obra. Também já está em fase de aprovação na Câmara o projecto de arquitectura. Posteriormente, iremos entregar os projectos de especialidade, que já estão concluídos e avançaremos para a adjudicação da obra. É feita em parceria com outras entidades de ensino superior e ligadas aos meios complementares de diagnós-tico, no âmbito da sociedade que é a “Clínica Social da Misericórdia, S.

A.”. Vamos preparar o lançamento da obra para construção, que en-volve um investimento superior a 4 milhões de euros, sem equipamen-tos, até ao fim deste ano. A constru-ção levará cerca de um ano, termi-nando no fim de 2011, pelo que, no ano em que finda o mandato desta Mesa Administrativa, queremos pôr a funcionar a Clínica Social da Mi-sericórdia. Estamos a preparar uma candidatura no âmbito do QREN, para apoiar este investimento, por-que a nível do Ministério da Saú-de, não há qualquer linha de apoio aprovada. Como não temos recur-sos financeiros ilimitados e não nos é possível libertar meios simultane-amente para a ULD e para a Clínica Social, redefinimos prioridades e a ULD avançou primeiro, porque ha-via um programa de financiamento específico, o Programa Modelar.O terceiro desafio é continuar a

dotar a Instituição de condições, de instrumentos, de recursos ade-quados à sua missão e à sua gestão para não entregar à Mesa Adminis-trativa que vier um ‘presente enve-nenado’. Recordo que, em 2003, a Misericórdia tinha um ‘volume de negócios’ inferior a 5 milhões de euros e estamos a falar agora de um valor superior a 9 milhões de euros e, quando a ULD entrar em funcionamento, acrescentará cerca de 500 mil euros por ano. Por isso, muito proximamente, a Misericór-dia poderá ter um volume muito próximo dos 10 milhões de euros. É uma duplicação, que tem as suas consequências positivas, mas tam-bém maior risco. Para dar um exemplo, para a cons-trução do edifício da farmácia, contraímos um empréstimo de 250 mil euros a cinco anos, porque queríamos acabar o nosso segundo

mandato sem deixar a Instituição onerada. Em Janeiro de 2010, con-cluiu-se o pagamento do emprés-timo. Não queríamos deixar a Ins-tituição onerada, embora entenda que o empréstimo poderia ser, em vez de cinco, de dez anos, se isso fosse melhor para a Instituição, mas era também um desafio para nós criarmos condições para que a Ins-tituição libertasse meios para fazer face àquele compromisso mensal. E, de facto, conseguimos libertar meios para esse e muitos outros compromissos. Outro desafio permanente é fazer uma gestão criteriosa, rigorosa, competente da Instituição. E fazer sempre com que cumpra a sua mis-são, sempre na perspectiva que me orientou nestes anos todos, que foi honrar a pessoa do nosso fundador, António Ferreira Lopes. Tem sido uma luz que me ilumina.

Quero continuar a ser o Provedor de todos os Irmãos da Misericór-dia, mas, fundamentalmente, um Provedor para todos os utentes e para toda a comunidade Povoense e tudo farei para que a comunidade Povoense continue a orgulhar-se da Misericórdia que tem. Há motivos mais do que suficientes para que os Povoenses sintam or-gulho na Misericórdia. A nível na-cional, diversas Misericórdias têm vindo aqui perceber a dinâmica, as formas de gestão e estratégia por nós adoptadas. A Misericórdia também é reco-nhecida e respeitada pela própria comunidade. Esse reconhecimento não tem que ser estridente; muitas vezes, está na forma como as pes-soas manifestam o seu carinho e o seu apreço quando visitam o Lar de São José e vêem a forma carinhosa como tratamos os nossos idosos; está nos elogios das pessoas que são atendidas no Hospital; está nos pais que, nos inquéritos de satisfa-ção, manifestam reconhecimento pelo extraordinário trabalho peda-gógico das valências de infância e já temos, por exemplo, famílias de Braga que inscrevem aqui os seus filhos. São indicadores que permi-tem aferir que a comunidade reco-nhece o trabalho válido da Institui-ção e confia na Misericórdia. São os ganhos do nosso volunta-riado. É nisso que nos revemos e é isso que nos dá grande prazer e orgulho por trabalharmos para uma organização como esta, sabendo que estamos a contribuir para o bem-estar das pessoas e para res-ponder às necessidades dos dife-rentes âmbitos da nossa acção. Costuma dizer que as Miseri-córdias têm de fazer mais com menos…As Misericórdias sofrem os efeitos da crise em variadíssimas áreas. Por um lado, em períodos de crise, são chamadas a responder a mais soli-citações e é missão da Misericórdia acorrer a este aumento das neces-sidades. Por outro lado, os recursos são menores. Temos de fazer mais com menos para responder à nossa missão, aos desafios e necessidades da comuni-dade e às expectativas dos nossos funcionários. A nossa preocupação é dupla, responder interna e exter-namente, e estes são desafios mui-to complexos, que exigem grande sensibilidade, mas também grande rigor e uma permanente preocupa-ção. Levamos diariamente os pro-blemas da Instituição para casa.

(continua na página seguinte)

Quero continuar a ser o Provedor de todos os Irmãos da Misericórdia, mas, fundamentalmente, um Provedor para todos os utentes e para toda a comunidade Povoense e tudo farei para que a comunidade Povoense continue a orgulhar-se da Misericórdia que tem.

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Entrevista humberto carneiro

De onde vem a sua paixão pela Misericórdia? É, inclusivamen-te, benemérito, contribuindo com donativos…Eu vivi muitos anos muito perto do Lar de São José da Santa Casa. Em criança, “invadia” o quintal da Santa Casa e convivia, de uma for-ma mais intensa, com a realidade da Santa Casa. Nasci no Hospital António Lopes... Em 2003, quando me fizeram o desafio para me can-didatar, estava longe de pensar que esse convite seria formulado e que ia encontrar aqui uma paixão. Vivo a Instituição de uma forma muito forte, que me leva a ter muito em-penho, ser muito exigente comigo, muito rigoroso. Tenho uma preocu-pação imensa que é fazer com que as coisas sejam feitas com clareza, transparência e de uma forma uni-versal, isto é, que não haja discri-minação interna, e isto leva a que haja o tal grau de exigência. Ver crescer e desenvolver a Instituição envolve-me cada vez mais e au-menta a preocupação de falhar em seu prejuízo.É, portanto, um perfeccionista?Não sou… Eu tenho um horror a críticas e a melhor forma de as evi-tar é fazer as coisas bem feitas. Mas eu não tenho problemas em fazer actos de contrição. Se vir que estou num caminho menos bom, se me provarem que deveria ter feito as coisas de outra forma, eu reconhe-ço e faço actos de contrição e re-defino a minha linha de orientação. Mas na Misericórdia tenho pavor de cometer algum acto de prejuí-zo para com uma Instituição, que eu acarinho profundamente, que é de todos os Povoenses e que é um bem público. Sendo assim, aqui na Instituição acabo por exigir mais de mim e admito que, em alguns

casos, exijo dos colaboradores o mesmo empenho e, honra lhes seja feita, que, na sua maioria, me têm correspondido e o desafio também deriva da relação, da cumplicidade que foi criada com os funcionários. Sabemos que alguns funcioná-rios apelidam-no de “Mouri-nho”, na perspectiva do “spe-cial one”… …De facto, alguns deles, no final de algumas iniciativas e de uma forma carinhosa, apelidaram-me de “Mourinho”, julgo que pela ca-pacidade motivadora, mobilizado-ra e aglutinadora, que me dizem que tenho... Isto enche-me de or-gulho, mas também de responsabi-lidade. Tenho de ser um exemplo para toda esta gente…Um dos seus lemas tem sido: “Onde há um problema, há uma oportunidade”…Muitos funcionários já interioriza-ram que têm que abordar as coisas pela positiva, ou seja, que onde houver um problema tem que ha-ver sempre uma oportunidade de melhoria, uma solução. Não é o mi-serabilismo; é o encontrar soluções para os problemas e tem sido esse, talvez, o principal lema da minha gestão e a resposta aos problemas e daí este desenvolvimento: é esta atitude proactiva, é este envolvi-mento de todos os funcionários e colaboradores e de toda a comu-nidade que faz com que a Miseri-córdia, olhando para os últimos seis anos, tenha crescido como cresceu e se tenha desenvolvido de uma forma extraordinária. É hoje uma Instituição reconhecida e exemplar, modelo para outras organizações desta natureza. Tudo isto tem um aspecto positivo, mas, a nível pessoal, tudo isto me cons-me e preocupa, porque, chegando

onde chegamos, eu pergunto: “E se isto se vai como um baralho de cartas?...” Por isso, envolvemo-nos intensamente para evitar que isso aconteça, muitas vezes, até em demasia. Admito até que, eventu-almente, as exigências ultrapas-sam, em alguns casos, o razoável. Se fosse uma pessoa com posses e reformada e se não houvesse limi-tação de mandatos a nível estatutá-rio (com a qual eu concordo), isto era uma missão de vida. Dedicava-me à Misericórdia de forma gracio-sa, porque me sinto realizado. O simples facto de ver os idosos ale-gres... (Quando aqui cheguei, con-tribuí, juntamente com outras duas empresas, para a aquisição de uma viatura e uma das maiores alegrias que eu tive foi, quando chegaram as carrinhas, ouvir alguns utentes do Lar a dizer que já podiam ir a São Bento da Porta Aberta, porque queriam lá ir cumprir as promes-sas...) São estas pequenas coisas… É ver a felicidade estampada no

rosto das crianças, quando vou às valências de Infância, e saber que estão felizes e a ser bem tratadas pelos nossos profissionais. É ver as manifestações de simpatia e regozijo dos utentes do Hospital pela forma como são tratados. É na relação com os funcionários e colaboradores, a quem tento incu-tir a capacidade de pensarem e de serem críticos, e sentir que, na sua esmagadora maioria, estão em ir-mandade connosco e que têm um sentimento de respeito pela Insti-tuição e vivem a cultura da organi-zação. O que me satisfaz é pensar que contribuo, em alguma medida, para tudo isso… Sinto que as pes-soas vêem em mim estabilidade. Para mim, motivador não é a gran-de obra; não é termos construído o edifício da Farmácia e do Centro de Formação; não é termos remo-delado por completo o Hospital; não é termos feito grandes obras de manutenção e de melhoramen-tos no Lar; não é termos constru-ído a ULD… Da minha passagem pela Misericórdia não é por isso que queria que me recordassem…Então?Queria que me recordassem como uma pessoa que cumpriu a missão misericordiana, que fez tudo o que estava ao seu alcance para bem dos enfermos e dos mais desfavo-recidos, das crianças e que tratou bem os idosos – a primeira razão para vir para a Misericórdia foi o Lar de São José…

Indefinição sobre moldes de manutenção do SAPComo está a situação do SAP?O SAP nocturno e de fim-de-sema-na é uma preocupação redundante. Ciclicamente, somos confrontados com a renovação ou não dos pro-

tocolos com a ARS- Norte. Até fins de 2008, eles foram renovados tri-mestralmente; em 2009, foram re-novados por um ano. Agora o pro-tocolo foi renovado por três meses. Preocupa-nos saber qual é o des-tino do SAP, porque não há uma estabilidade protocolada e não sa-bemos se vai durar mais três, mais seis, mais nove meses… As reno-vações são feitas de acordo com as orientações estratégicas do Mi-nistério da Saúde unilateralmente. A Misericórdia tem simplesmente que acatar. Este é um problema que, a qualquer momento, pode acontecer e que se coloca já outra vez, em Março. O SAP tem tido um impacto negativo, transferindo para as contas da Instituição um resultado negativo de cerca de 100 mil euros por ano. Temos assumido o SAP, porque é uma necessidade da comunidade Povoense e não só. Também sempre dissemos que não deveríamos assumir em ex-clusivo essa responsabilidade dos resultados negativos, defendendo uma situação tripartida que envol-va a Santa Casa, a Câmara Muni-cipal e a ARS–Norte. Da Câmara, em tempos, tivemos abertura para podermos estudar esta solução, mas entendo que, por não haver uma estabilidade protocolada, não temos uma perspectiva estratégica para poder protocolar um apoio com a Câmara. Aí é a Instituição Santa Casa que fica prejudicada. Mas também dissemos que o SAP está garantido, não sabemos ainda em que moldes e com que custos para os utentes. Defendemos, para bem deles, que seja nos moldes protocolados; se não for, garanti-mos a prestação dos serviços, mas teremos de fazer reflectir o custo desse serviço no utente.

Em breve, a Instituição terá duas Uni-dades na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Como tem sido a referenciação dos utentes para a Rede? Percebo que fazer a referenciação para a Rede é, para muitos profissionais de saúde, um processo complexo e burocrático, que inibe os profissionais de saúde de a fazer. A criação da Rede foi uma das grandes medi-das na área da saúde e não podemos pô-la

em causa nem à sustentabilidade das unida-des devido à dificuldade da referenciação. A Rede tem de ser aproveitada, em defesa dos utentes, e temos que envolver todos os pro-fissionais da área da saúde e da área social.Comparando as referenciações de Centros de Saúde, verificamos que o Centro de Saú-de da Póvoa de Lanhoso é o que tem das percentagens mais baixas de referenciação para a Unidade de Convalescença e apelo a que haja uma maior disponibilidade dos

profissionais, que terão, da nossa parte, toda a colaboração para podermos intera-gir e encontrar articulações facilitadoras do modelo e da forma de referenciação.Nós já temos estas competências devida-mente oleadas. Como Povoense, gostaria que o nosso Centro de Saúde trabalhasse em parceria plena e efectiva com o Hospi-tal António Lopes. O Hospital é da Mise-ricórdia e a Misericórdia é dos Povoenses. E estamos todos a falar do bem-estar dos

Povoenses. Faço este apelo reconhecendo que ainda há pontos a melhorar, seja a nível da refe-renciação para a Rede, seja ao nível opera-cional no dia-a-dia das unidades, mas, onde houver um problema há uma oportunidade, e eu encaro o facto de o Centro de Saúde da Póvoa de Lanhoso ser o que menos re-ferencia comparativamente com outros como uma oportunidade para haver mais referenciações.

“Referenciação de Utentes para a Rede deve ser melhorada”

ANIVERSÁRIO DO FALECIMENTO DE D. ELVIRA CÂMARA LOPES

A Santa Casa vai homenagear D. Elvira Câmara Lopes…No dia 11 de Fevereiro de 2010, a Instituição evoca os 100 anos do falecimento de D. Elvira Câmara Lopes, em parceria com a Câmara Municipal, com um programa específico. Vamos envolver a ULD e vamos descerrar uma placa evocativa da data e a própria ULD irá receber o nome de D. Elvira Câmara Lopes, em homenagem à esposa do nosso fundador.

A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso é hoje uma Instituição reconhecida e exemplar, modelo para outras organizações desta natureza

“Sinto-me realizado na Misericórdia”

ANIVERSÁRIO DO FALECIMENTO DE D. ELVIRA CÂMARA LOPES

A Santa Casa vai homenagear D. Elvira Câmara Lopes…No dia 11 de Fevereiro de 2010, a Instituição evoca os 100 anos do falecimento de D. Elvira Câmara Lopes, em parceria com a Câmara Municipal, com um programa específico. Vamos envolver a ULD e vamos descerrar uma placa evocativa da data e a própria ULD irá receber o nome de D. Elvira Câmara Lopes, em homenagem à esposa do nosso fundador.

“Sinto-me realizado na Misericórdia”

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Em destaque Valências Santa Casa

Não importa qual a idade ou etapa da vida, todos nós necessitamos de contacto humano, da sensibilidade e dos cuidados que nos mostram que não estamos sozinhos. Porque somos seres sensíveis, sem o calor humano para nos unir e acalmar, ser-nos-á negado um dos meios mais vitais de comunicação, de dar e receber.Você, com certeza, já reparou que, às vezes, tem necessidade de um abraço, de um carinho? É impor-tante termos consciência de que, qualquer forma de estímulo, leva o indivíduo a sentir-se vivo, servindo como factor de equilíbrio da pes-soa, ainda que, por vezes, instável. É importante estarmos em con-tacto com os outros. Por exemplo, uma pessoa que toca na cabeça de outra pessoa, um abraço de um irmão, apertar a mão a um amigo, um abraço ao pai, à mãe, faz-nos pertencer à espécie humana. O ser humano não sobrevive à indiferen-ça. Todos nós precisamos de sentir que somos amados e importantes para alguém, necessitamos que as pessoas nos identifiquem. Por ve-zes, um simples bom dia ou boa tarde dá-nos uma boa sensação de pertença a algo…Ao longo do tempo, estamos a perder esse hábito saudável de comunicação com o outro, essa comunicação que é o toque, uma maneira de expressar sensibilida-de, harmonia, respeito e zelo, por isso, é importante aflorar esta ideia do toque que pode ser subtil, con-tudo, mesmo subtil, esse toque faz com que a outra pessoa se sinta verdadeiramente acolhida, amada e respeitada.

Ao tocarmos uma pessoa transferi-mos e recebemos energias. No que se refere ao abraço, por exemplo, há pessoas que não sabem o valor de um bom abraço, não têm cons-ciência de que ele é uma necessi-dade dos seres vivos. Observemos, por exemplo, os animais, como se tocam e como isso faz parte do seu desenvolvimento motor. Os filho-tes, sejam de cães, gatos, etc., ro-lam e brincam, ensaiam defesas e aguçam instintos. As crianças tam-bém brincam e rolam, comunicam-se pelos sentidos, incluindo o tacto, o toque. Vamos resgatar a criança que ainda existe em nós. Vamos libertar a nossa sensibili-dade, o nosso carinho pelo outro, a nossa possibilidade de fazer a di-ferença na vida do outro e fazê-lo descobrir e afirmar: “Eu sou feliz. Eu tenho alguém que me dá aten-ção. Eu já nem me lembrava disso ….”. Toda esta explicação para chegar ao ponto crucial sobre a importân-cia dos afectos na vida dos idosos ou pessoas dependentes de tercei-ros. Porquê, perguntam vocês. Por-que apesar de todas as dificuldades existentes, a família continua a ser a peça principal da rede de cuida-dos. E ainda bem que assim é, pois é no seio da família, na sua casa, que o utente deve permanecer. Se os laços se mantiverem, se a afec-tividade e o carinho estiverem pre-sentes, a doença não se cura, mas o doente sente-se mais protegido do mundo que o rodeia, o qual lhe é gradualmente mais estranho e “agressivo”. Os afectos são, real-mente, por demais importantes na nossa vida e na das pessoas depen-

dentes.As respostas às manifestações de carinho são as que estão mais pre-sentes, mesmo na fase mais avan-çada da doença, fazendo mesmo parte do “tratamento”. Por isso, não deixe de o abraçar, beijar, to-car-lhe a face, mesmo que pense que não terá nenhuma reacção.Sabemos que, por vezes, os papéis na família têm de ser reestrutura-dos e habitualmente aquele que cuidava e encaminhava passa a ser cuidado e dependente dos outros. Estas alterações também não são fáceis de gerir no seio da família. E, se pensamos no sofrimento da pessoa dependente, não podemos deixar de referir o sofrimento e a sobrecarga física e psicológica da família, que está directamente re-lacionada com a necessidade que esse familiar tem em ter junto de si, permanentemente, um cuidador. Daí que toda a abordagem sobre a “pessoa dependente” deva ser feita tendo em conta também o seu cui-dador/família.Atendendo às características das sociedades actuais (populações envelhecidas, predominância das doenças crónicas e incapacitantes, entre outras), tornando-se visível que o número de famílias cuidado-ras aumentará, coloca-se um desa-fio para as políticas sociais, no que concerne ao apoio a estes presta-dores de cuidados. Ainda um dia destes, uma irmã de um utente de-pendente que se encontra desem-pregada me interrogava: “Se eu sou a cuidadora do meu irmão, me encontro desempregada, por que é que não tenho direito a um subsí-dio para não andar tão preocupada

com a possibilidade de arranjar um emprego e ter de deixar de ser eu a cuidar do meu querido mano?”. Esta irmã tinha plena consciência da importância que tinha na vida do seu irmão e estava disponível para o apoiar, dar amor e carinho. Daí, a identificação das necessida-des em saúde e sociais dos utentes e suas famílias, a consideração des-sas necessidades num plano mais individualizado e o fortalecimento da articulação entre os vários ser-viços de saúde e sociais conduzirá, certamente, a um plano de inter-venção adequado, cujos resultados revertem a favor da satisfação das pessoas dependentes e das famí-lias.Toda a intervenção deve ser direc-cionada no sentido da manutenção do utente no seu domicílio, pelo maior período de tempo possível, ao cuidado da sua família, pois é aí no seio da sua família que ele se sente amado. Mas a verdade é que há certos factores que concorrem para que esta seja, na maioria dos casos, uma situação complexa. Re-firo-me, por exemplo, ao elevado nível de dependência que os fami-liares dependentes atingem, às di-ficuldades de suporte pela própria família, às condições dos contextos habitacionais, às necessidades de ordem financeira, de entre outros factores.Não há intervenção farmacológica ou não farmacológica que benefi-cie o doente se o cuidador não for plenamente apoiado e integrado na equipa de cuidados. As famí-lias precisam de estar informadas sobre a existência dos recursos Sociais Formais, que as podem ajudar a minimizar o stress e a pre-ocupação e que esses recursos se encontram nas suas áreas de resi-dência: as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), os Centros Sociais e Paroquiais com os Serviços de Apoio Domiciliário, os Centros de Dia, de entre outros … E que, apesar de terem que pa-gar esses Serviços, continuarão a ter os seus familiares em casa junto de si, para acarinharem e recebe-rem carinhos como quando eram crianças.Por outro lado, constatamos tam-bém que deve ser enorme o nú-mero de idosos que, embora com família, muitas vezes família gran-de, não recebem nem sequer espo-radicamente uma visita dos seus descendentes. Há muitas pessoas

institucionalizadas em Lares de Terceira Idade ou mesmo sozinhas em casa, quando têm filhos, netos e bisnetos, que poderiam levar, por algumas horas, um pouco de cari-nho, um clima de alegria (princi-palmente, quando acompanhados por crianças) e um “ar” de família ao local onde os idosos residem e, ainda, como é difícil dar amor, e manifestar carinho para alguém que já não pode retribuir… Para uma criança, é fácil. Damos cari-nho e logo recebemos um sorriso ou uma gargalhada. Para um idoso, quando mostramos afeição, muitas vezes tão-pouco recebemos um reconhecimento da nossa pessoa. Anos atrás, ele conhecia todos os seus descendentes e, com certe-za, interessava-se por eles. Nessa época, a convivência era diferente. Porém, com as mazelas da idade, tudo muda. E a vida moderna, com todas as suas dificuldades, neces-sidades e individualismo, colabora para o distanciamento dos fami-liares. Assim, principalmente os jovens, acabam-se afastando. Tal-vez não encontrem sentido numa visita em que, muitas vezes, não serão reconhecidos. Contudo, uma coisa é certa: a sensibilidade dos idosos mantém-se. A necessidade de amor e de afecto, também.Por isso, aqueles que devem a sua vida, lá longe, a um acto de amor desses idosos, poderiam ser ge-nerosos, no sentido de se progra-mar para visitar os seus familiares de vez em quando, nem que fosse para poderem passar alguns minu-tos de mãos dadas com eles e com as cabeças carinhosamente juntas. Um bem-haja a todas as famílias que, apesar de se sentirem por ve-zes desanimadas e ansiosas quanto à dependência dos seus familia-res, os mantêm em sua casa, num ambiente acolhedor, confortável e cheio de atenções e afectos ou programam a sua vida para os vi-sitarem em suas casas ou nas suas “novas casas”.

Referências- Alarcão, M., (Des) Equilíbrios Familiares, (2000), Quarteto Editora, Coimbra.- Imaginário, Cristina Maria Inocêncio, O idoso dependente em contexto familiar – Uma análise da visão da família e do cuidador principal, Forma-sau, (2008), Formação e Saúde, Lda, Coimbra.- Satow, Roberta, Cuidar Dos Nossos Pais, (2005), Estrela Polar.- Sequeira, Carlos, Cuidar de idosos dependentes: diagnósticos e intervenções, (2007), Quarteto Edi-tora, Coimbra.Shinyashiki, Roberto, A Carícia Essencial, (2002), Pergaminho, Cascais

AFECTOS“O ser humano não sobrevive à indiferença. Todos nós precisamos de sentir que somos amados e importantes para alguém. Um simples bom dia ou boa tarde dá-nos uma boa sensação de pertença a algo…”

A importância dos afectos na vida dos idosos ou de pessoasISABEL SOUSA | ASSISTENTE SOCIAL NA UNIDADE DE CONVALESCENÇA DO HOSPITAL ANTÓNIO LOPES

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6 Fevereiro de 2010 Santa Causa

Em destaque Valências

Para além do Arco-írisÂNGELA RODRIGUES Coordenadora da Creche e Jardim de Infância de São Gonçalo

Ao trabalharmos numa sala de cre-che e jardim-de-infância, podemos trabalhar variadíssimas temáticas com o intuito de atingir determi-nados objectivos. Uma história ou um conto podem ser e são um bom ponto de partida! Foi o que aconteceu com a explo-ração da história “O Feiticeiro de Oz”. Tendo por base esse conto, valores como o Espírito de Equipa, a Amizade, o nunca desistir de lu-tar contra as dificuldades (vencer a bruxa má!) foram trabalhados.O culminar deste trabalho, desen-volvido nas nossas salas, foi com

a apresentação ao público da peça “O Feiticeiro de Oz”, na nossa festa de Natal, no passado dia 20 de De-zembro. Nessa oportunidade, crian-ças e funcionárias, juntas no palco, criaram um espectáculo de Sonho, de Cor e de Dança!...A mensagem que esperamos que perdure é dita pela personagem Feiticeiro de Oz: “Através da união e da amizade, vocês conseguiram alcançar os vossos desejos…” . E que as palavras mágicas que fazem a Doroty regressar a casa nunca se-jam esquecidas: “Não há nada me-lhor do que a nossa família”.

TESTEMUNHO

“Queremos agradecer à Santa Casa da Misericórdia a oportuni-dade que nos deu para frequen-tar o Curso de Alfabetização. Este curso veio fazer com que os nossos tempos livres sejam úteis e agradáveis. Melhoramos o nosso português, aprendemos as novas tecnologias e artes de-corativas para não falar da boa convivência que há entre todos os colegas e entre os Senhores Professores a quem aqui agrade-cemos pela disponibilidade. Queremos desejar aos leitores do Santa Causa um Feliz Ano de 2010.”

A TurmaFátima Soares |Clara SoaresArminda Sampaio | Fernanda da Silva|Joaquim Salgado Macha-do | Céu Castro | Maria Amélia Rebelo

Este curso veio fazer com que os nossos tempos livres sejam úteis e agradáveis.

Faz um ano que a Santa Casa da Misericórdia achou por bem pôr a funcionar aulas de alfabetização para quem gratuitamente as qui-sesse frequentar. Mostrei imediata-mente interesse e disponibilidade de orientar essas mesmas aulas.Fazendo aqui o balanço de um ano passado, devo dizer que tem sido para mim uma experiência muito gratificante, pois, ao longo deste tempo, o que se tem verificado é uma troca de saberes, onde impera sempre a boa disposição e convi-vialidade.Estes alunos procuram, essencial-mente, ocupar os seus tempos li-vres de uma forma saudável, onde, para além de melhorarem os seus conhecimentos de escrita e leitura (que já tinham), também aprendem

a usar as novas Tecnologias de In-formação (TIC’s) e artes decorati-vas. São muito receptivos a tudo o que lhes é proposto e aceitam qual-quer desafio. Para breve, iremos fazer algumas visitas de estudo que, para além da componente pedagógica, visam também o convívio fora da sala de aula. Todos eles mostraram grande ale-gria e disponibilidade com alguma expectativa à mistura.Quero agradecer à Santa Casa da Misericórdia pela receptividade que mostrou, pondo ao nosso dis-por os meios necessários para que tudo isto seja possível. Também aos meus alunos quero aqui deixar um abraço de amizade pelos bons momentos que me têm dado

Curso de alfabetização alarga horizontes

ROSA CARNEIRO | Professora

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7Fevereiro de 2010 Santa Causa

Nascida na cidade do Porto duran-te uma viagem a Portugal de seus pais, o rico negociante da praça do Rio de Janeiro Manoel de Pontes Câmara e a fidalga D. Guilhermina de Mattos Vieira, D. Elvira de Pon-tes Câmara, que pelo casamento viria a acrescentar aos seus o ape-lido Lopes, havia de morrer jovem, aos 53 anos de idade, na noite fria do dia 11 de Fevereiro de 1910. A serena morte desta distintíssima senhora que lia e falava fluente-mente francês e tocava piano, que estudara nos melhores colégios da capital do já independente Reino do Brasil e viajara vezes sem con-ta por toda a Europa depois de na década de 1880 ter vindo com o marido fixar-se definitivamente em Portugal, ocorreu depois de quase seis anos de uma doença degenera-tiva — que, em determinados dias e situações, obrigava a que se fizesse deslocar numa cadeira de rodas — em Lisboa, no palacete que quase vinte anos antes o casal havia ad-quirido à conhecida actriz Rosa Damasceno, situado na Avenida da Liberdade, no local onde hoje de encontra o Hotel Tivoli.A notícia do seu falecimento che-gou à Póvoa de Lanhoso, via telé-grafo, manhã cedo do dia seguinte. A terra, que a venerava e que nos elogios fúnebres lhe chamou “mãe” e “santa”, vestiu de luto e, nos me-ses que se seguiram, as missas pela sua alma encheram de membros das elites locais e do povo mais hu-milde as igrejas de todo o concelho. Mas, quem era, realmente, para os povoenses que a adoravam, Dona Elvira? Era a protectora dos pobres, a consoladora dos aflitos, o ampa-ro das mães solteiras, o coração aberto e a mão gentil que, na sua residência da Póvoa de Lanhoso recebia e matava a fome e o frio, a crianças e mulheres que viviam na mais profunda miséria. Assim a descrevem os jornais da época. As-sim a vemos nós, ainda hoje, num conjunto de instantâneos capta-dos por visitas da casa, quando os portões do terreiro do Palacete das Casa Novas se abriam de par e par

e por ali dentro acediam à protec-ção daquela senhora franzina de-zenas e dezenas de crianças e mu-lheres esfarrapadas e descalças. A todos consolava, a todos estendia a mão fraterna, a todos distribuía alimento. Por isso, tantos lhe cha-mavam “mãe”, apesar da Providên-cia lhe não ter dado filhos naturais. Por isso, outros a apelidavam de “santa”, embora o coração magnâ-nimo do marido, António Ferreira Lopes, a não obrigasse a esconder no avental o pão para os pobres por milagre transformado em rosas.Rica por nascimento, solidária por formação e influência fami-liar, bondosa por natureza, Elvira casara ainda jovem, dezoito anos mal cumpridos, no Rio de Janeiro, com o povoense António Ferreira Lopes, de trinta anos. Iniciava-se

o último quartel do século XIX e o casamento, celebrado com pompa e circunstância na capela privada da residência dos Pontes Câmara da Rua Olinda número 8, era aben-çoado pelo Bispo Ferrini, então re-presentante da Santa Sé na capital do Brasil. O seu marido não era, nem de lon-ge, nem de perto, o pobre portu-guês que tantas vezes foi descrito por uma “memória oral” estribada em resquícios do sentimento que o português tão bem cultiva, a in-veja, o homem pobre que enrique-ceu pelo casamento. Teimar nessa afirmação, à luz dos novos conhe-cimentos sobre a vida de ambos, é deturpar a História. Saído da Póvoa de Lanhoso aos 12 anos de idade, com destino ao Rio de Janeiro, An-tónio Lopes ali desenvolveu inten-

sa actividade comercial. Primeiro, como aprendiz numa casa que co-mercializava cereais e, anos volvi-dos, já como caixeiro, numa outro estabelecimento dedicado ao mes-mo ramo de negócio. Tinha já mais de 25 anos quando esta segunda casa em que trabalhava encerrou e, nessa altura, Manoel de Pontes Câmara, um emigrante Madeirense que há várias décadas negociava no Rio com imenso sucesso, co-nhecendo-lhe o jeito e a seriedade para os negócios, convidou-o para entrar de sócio, com uma pequena quota, no grande empório comer-cial que geria — a casa “Câmara & Gomes”. Só muitos meses depois de já ser sócio do futuro sogro, e de ter o seu nome solidificado na praça de ne-gócios do Rio de Janeiro (posição que o obrigou, inclusive a alterar o seu nome de António Emílio Lopes para António Ferreira Lopes, de forma a que não fosse confundido com outro comerciante mais velho que ali pontificava), António viria a conhecer a futura esposa. Mesmo assim, namoraram alguns anos, até se casarem em Janeiro de 1875.O resto desta história de amor, des-ta saudável união que durou trin-ta e cinco anos, os sucessos e os percalços de uma vida a dois em favor de muitos — a vida do casal no Rio, a viagem de núpcias a Por-tugal alguns anos depois, a morte por afogamento, num naufrágio, de Manoel de Pontes Câmara quando de Lisboa se dirigia para a Inglater-ra, o regresso definitivo a Portugal, a instalação em Lisboa e os Verões na Póvoa de Lanhoso, o desprezo pela política e pelos títulos, as via-gens familiares pelo coração da Europa, a porta sempre aberta para receber amigos ricos e pobres, as obras grandiosas que fizeram na nossa terra, o papel charneira no maior desenvolvimento que a Pó-voa conheceu ao longo de toda a sua história — será contada nou-tros suportes em data futura. Hoje, importa destacar o papel de Dona Elvira de Pontes Câmara Lo-pes como mulher solidária, como

protectora dos pobres e dos aflitos da vida, como “mãe” carinhosa dos filhos alheios, como o coração bon-doso por detrás da face do marido que empreendeu todas as obras. E importa dizer ainda que, apesar do Hospital António Lopes, que levou mais tarde à fundação da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso e cujas obras se iniciaram em 1913 e concluíram em 1917, tivesse sido edificado já depois da morte desta Senhora a quem a Pó-voa hoje relembra, não deixou de contar também com o seu contri-buto, fosse pelas inúmeras vezes que pediu ao marido construísse na nossa terra “um hospital para os pobres” (especialmente por, quando cá se encontrava em férias, assistir aflita, quase diariamente, ao sofrimento de doentes e aciden-tados que em carros de bois eram transportados para o hospital de Braga, numa deslocação dolorosa que demorava várias horas), fosse pela riqueza que António Lopes dela recebeu para juntar à sua, após a abertura do testamento que o tornava seu universal herdeiro, já que tinham casado após have-rem firmado um acordo antenup-cial através do qual cada um deles manteria, em vida, a titularidade dos próprios bens.D. Elvira de Pontes Câmara Lopes faleceu em Lisboa pelas dez horas da noite do dia 11 de Fevereiro de 1910 — uma sexta-feira chuvosa e fria. Mas um século passado, tempo longo em que tanta coisa mudou, uma vezes para melhor, outras para pior, não foi capaz de apagar o seu nome da história e do coração dos povoenses. Estamos hoje, por isso mesmo, a recordá-la. Certos de que, sendo pouco para o muito que do casal Elvira e António Lopes recebemos enquanto comunidade, tudo o que hoje fizermos para relembrar o seu nome e a sua dedicação à Póvoa e aos povoenses, servirá para que as gerações futuras continuem a lem-brar as razões pelas quais tantos dos nossos avoengos a veneraram como “mãe” e como “santa”.

Em destaque Efeméride

D. Elvira de Pontes Câmara Lopes,no centenário do seu falecimento POR JOSÉ ABÍLIO COELHO

A informação vertida neste texto de homenagem a D. Elvira Câmara Lopes, foi retirada de um trabalho de maior fôlego que pensamos editar em livro, em Setembro deste ano. José Abílio Coelho

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8 Fevereiro de 2010 Santa Causa

Em destque Santa Casa

PELOUROS

Hospital António Lopes e ULD – Área da Gestão | Recursos HumanosPelouro: Provedor

Hospital António Lopes e ULD – Área da SaúdePelouro: Adilia Maria Ramalho Barbosa Rebelo

Valências Seniores | Convivência Institucional | Valências de Apoio (Cozinha Central e Lavandaria)Pelouro: Maria Armandina Gonçalves Rodrigues Machado

Inventário | Património Móvel | Actividades Culturais | Controle de Admissão de UtentesPelouro: Armando Ferreira Fernandes

Valências de InfânciaPelouro: Avelino Adriano Gaspar da Silva

Instalações | Equipamentos | Conservação e ReparaçãoPelouro: Carlos de Castro Pereira

Farmácia | Higiene, Segurança e Medicina no Trabalho Pelouro: José Joaquim Torcato Soares Baptista

Centro de Formação | Sistema de Gestãode Qualidade | Comunicação Pelouro: Zita Gabriela Vieira da Fonseca Matos Gomes

Projectos | Obras | Avaliação de DesempenhoPelouro: Nuno Frederico Almeida e Silva Aguilar Monteiro

Finanças | Actividades EconómicasPelouro: Pedro Alexandre Barbosa Cruz Guimarães

Distribuição de Pelouros Santa Casa

No passado dia 14 de Novembro, de acordo com o estabelecido no Compromisso desta Misericórdia, decorreu a Sessão Ordinária Eleitoral e Assembleia-Geral, com objectivo de votar os Corpos Gerentes para o Triénio 2010/2012 e de discutir alguns pontos constantes na ordem de trabalhos. Para este efeito, 240 Irmãos da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso deslocaram-se ao Salão Nobre do Lar de São José, tendo a votação resultado em 237 votos válidos e 3 votos nulos, o que dita uma recondução de Humberto Carneiro como Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso.

Irmãos elegem Corpos Gerentes para 2010/2012

MESA ADMINISTRATIVAPROVEDOR Humberto Carneiro

VICE – PROVEDOR José Joaquim Torcato Soares Baptista

SECRETÁRIO DA MESA ADMINISTRATIVA Armando Ferreira Fernandes

TESOUREIRO DA MESA ADMINISTRATIVAPedro Alexandre Barbosa Cruz Guimarães

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9Fevereiro de 2010 Santa Causa

O ex-Mesário apontou alguns marcos na vida da Valência: a certificação de qualidade, a criação de uma equipa multidisciplinar, a promoção da Semana do Idoso e diversos investimentos efec-tuados nos últimos seis anos na Valência (quer em edifício, coberturas, equipamento básico, equipamentos de transporte e equipamento ad-ministrativo), de que se destaca, por exemplo, a remodelação da cobertura do edifício, com telhado novo e colocação de painéis solares, aquecimento central e ar condicionado no edi-fício do Lar de São José, investimentos que no total rondaram os 354 mil euros.

A PENSAR NOS UTENTESO trabalho desenvolvido visou sempre melho-rar a qualidade de vida dos utentes. A Certifi-cação de Qualidade da Valência para o mesmo contribuiu. “Foi um marco na vida da Valência e da Instituição”, com melhorias visíveis para os utentes, refere António Queirós, que salienta ainda a I Semana do Idoso, com os objectivos de abrir as portas do Lar à comunidade, permitir o convívio entre os utentes e a população; sensi-bilizar para a importância de estilos de vida sau-dáveis, e anular o estigma junto da população da palavra “asilo”. “Quis desmistificar isso e mostrar à população as nossas actividades e sensibilizá-la para um problema dos nossos dias – quem toma conta dos idosos? Mostrar a importância de receber os idosos activos e com alguma qualidade de vida para poderem ser integradas no grupo re-sidencial. Quanto mais cedo estes forem integrados, mais se lhes pode proporcionar uma melhor qualida-de de vida, através da nossa equipa multidisci-plinar de saúde. Cada vez mais somos procura-dos para receber utentes ou acamados ou com muita dificuldade motora, sendo que os lares residenciais não estão preparados para essa fun-ção. A nova valência que será inaugurada bre-vemente estará mais vocacionada para isso. Foi também a pensar nesta situação que nos levou a implementar no Lar de S. José um quarto re-sidencial temporário para acamados, o que per-mitiu a muitas famílias do concelho poder gozar algumas férias, fins-de-semana de repouso ou mesmo idas ao estrangeiro deixando aos nossos cuidados os seus familiares acamados”.

GESTÃO FINANCEIRA COM RESULTADOS POSITIVOSO rigor financeiro, traduzido em resultados po-sitivos, pautou a gestão de António Queirós. Este rigor esteve presente em cada uma das 60 admissões de utentes, dez por ano nos últimos seis anos. Sendo assumido que “a Misericórdia só se substitui a quem dela necessita”, daí que 25 por cento destas admissões tenham sido de Misericórdia (de pessoas que ou não têm famí-lia ou estão abandonadas e são referenciadas ou pelo Centro de Saúde ou por Presidentes de Juntas de freguesia). De referir que o custo mensal médio por utente ronda os 945 euros (valor de referência do protocolo da Segurança Social com a União das Misericórdias) sendo a comparticipação da Segurança Social de apenas 338 euros. “Um utente fica-nos por 600 euros, valor esse, que é comparticipado pelo utente em 85 por cento da sua reforma ficando o restante encargo por conta dos familiares directos. Natu-ralmente que se, um utente tem bens e uma eco-nomia que lhe permite assumir os seus custos, a Misericórdia não se pode substituir à família. Há o cuidado de fazer esta gestão económica nas admissões de que não nos podemos alhear para não hipotecar o futuro da Valência e da Insti-tuição, porque cada vez mais somos procurados para fazer acções de misericórdia”. Actualmen-te, existe lista de espera para o Lar de São José. A valência não cobra jóia de admissão.

BALANÇO POSITIVONOVOS DESAFIOSAvaliando o trabalho desenvolvido “pela alegria no rosto dos utentes”, António Queirós refe-re que foi “um trabalho de voluntariado muito enriquecedor. Trabalhar com idosos não é fácil, mas foi muito gratificante trabalhar com eles, porque, por pouco que se faça a este tipo de po-pulação, ela fica eternamente agradecida”.A reformulação do piso inferior com a criação de novos espaços, a construção de um elevador com maior capacidade e a criação de uma es-cada de segurança são melhorias que importa introduzir por quem vier a seguir, refere, adian-tando que esse investimento rondará os 150 mil euros. “Faltando sempre fazer coisas, penso que foi isso que me faltou fazer e só não está feito porque a prioridade para a Instituição e para o

concelho era mesmo a Unidade de Longa Dura-ção e a nossa obra será o passo seguinte. Penso que estará pronta no próximo 5 de Setembro”.Desde sempre ligado à área da Terceira Idade, aceitou, há seis anos, o convite do actual Pro-vedor, Humberto Carneiro, para integrar a nova equipa. “Ele lançou-me o repto e viemos para o terreno, tentando fazer algo de novo e, essen-cialmente, prestar melhores cuidados aos nos-sos utentes, porque havia algumas necessidades e foi isso que fomos fazendo”, refere António Queirós. Novos desafios profissionais levam-no agora a desligar-se em termos funcionais da Santa Casa, mantendo apenas essa ligação como Irmão. “Foi-me lançado o repto pelo senhor Provedor para continuar. Infelizmente não o farei, eu saio porque vi aprovada uma bolsa de doutoramento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e em vou-me dedicar em exclusivo ao meu doutora-mento que estou a fazer em Espanha e torna-se complicado conciliar. Ao fim de nove anos achei também que era importante parar um bocado, porque há que ter a noção de que quem vem traz sempre alma nova, sangue novo e dinamis-mo. A renovação também será uma mais-valia para a Valência, saio com a consciência que embora eu não possa continuar, a Instituição irá continuar de boa saúde”.

AMIGOS DA VALÊNCIAAntónio Queirós deixa ficar agradecimentos a amigos da Valência e da Instituição, que sempre estiveram presentes quer com donativos quer com comparticipações às várias obras e aquisi-ções realizadas: “À empresa Carvitex, na pessoa do Senhor Nascimento Vieira; à empresa Baptis-ta & Soares nas pessoas do Senhor José Baptista e da sua esposa; à D. Armandina Machado; à D. Cármen da Casa Vila Beatriz; à D. Custódia, flo-rista; ao Senhor Zeca da Calva; ao Dr. Afonso Duarte; ao Senhor Presidente da Câmara Mu-nicipal e ao Senhor Presidente da Junta de Fre-guesia da Póvoa de Lanhoso. Ao Senhor Provedor e a toda a Mesa Adminis-trativa, porque sempre me deram condições no terreno para desenvolver todas as ideias e pro-jectos que íamos tendo no Pelouro. Nunca dei-xaram de estar atentos, tendo sido muito sen-síveis a esta Valência e aos nossos idosos. Em

termos orçamentais, dentro da disponibilidade da Instituição, sempre dotaram esta valência com uma parte significativa em investimentos de conforto para os utentes. Gostaria também de aproveitar esta ocasião para lhes desejar as maiores felicidades para o novo mandato, em prol desta causa tão nobre. Deixo também uma palavra muito especial ao Dr. Vicente e ao Dr. Vitor Coutinho, pelas lide-ranças das suas equipas multidisciplinares na Valência e para as funcionárias, que sempre cuidaram dos nossos idosos como se dos seus pais, ou mesmos avós, se tratassem. Um agra-decimento especial à Dona Marina que foi a coordenadora nos primeiros anos do Pelouro bem como às actuais coordenadoras das valên-cias da 3ª Idade, Dra. Martine e Dra. Salomé. Deixo uma palavra de reconhecimento público ao Senhor Carlos Correia, mordomo das Valên-cias da 3ª Idade, que comigo desenvolveu todo este trabalho ao longo destes últimos seis anos. Agradecer também à minha esposa e aos meus filhos, porque fazer voluntariado desta natureza, obriga-nos a muitas horas de acompanhamento da Valência e a muitas ausências na nossa vida privada”.

Valência Terceira Idade

Mudanças na gestão

Novos desafios profissionais levam António Queirós Pereira a deixar a coordenação financeira e social das Valências de Terceira Idade da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. Nos últimos nove anos, dedicou grande parte do seu tempo livre à Instituição, primeiro como Mordomo e, desde há seis anos, como Mesário, mas agora é altura de percorrer outros caminhos. Em altura de mudança, António Queirós Pereira conversou com o SANTA CAUSA, fazendo o balanço do trabalho efectuado e descortinando também o que faltará fazer.

Mesário António Queirós Pereira está de saída da coordenação financeira e social das Valências de Terceira Idade da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

António Queirós Pereira nasceu na Póvoa de Lanhoso em 1970 e licenciou-se em Física aplicada – ramo Optometria em 1993. Realizou Optometria Clínica privada até 2002. Em 2002, começou a sua carreira académica na Universidade do Minho, onde é professor de Optometria no Departamento de Física. Realizou provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica em 2006, com a classificação de Muito Bom. Actualmente, está a fazer a sua tese de doutoramento na clínica NovoVision, em Madrid, onde estuda “O impacto da Ortoqueratologia e da Cirurgia Refractiva LASIK na topografia corneal, na refracção central e periférica e na qualidade visual do olho”. Este trabalho foi recentemente contemplado com uma bolsa de doutoramento pela

Fundação para a Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Ensino Superior. Tem publicado em revistas internacionais da especialidade 18 artigos científicos e mais de 50 posters apresentados em congressos internacionais. Em 2008, foi contemplado, na Austrália, com uma bolsa patrocinada pelos Institutos Vision CRC e o Institute for Eye Research, da Austrália para Jovens investigadores na área da miopia, pela comunicação que apresentou em forma de poster “Myopic Shift in peripheral corneal curvature power after orthoquetaratology, standard and custom LASIK” e, em 2009, nos Estados Unidos da América (Berkeley) recebeu igualmente outra bolsa pelo mesmo trabalho.

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10 Fevereiro de 2010 Santa Causa

Valências Apoio Domiciliário

O Programa Apoio 65 - Idosos em Segurança é assegurado por equi-pas de agentes policiais que estão especialmente preparadas para lhes dar o apoio e os conselhos úteis para melhorar a sua segurança. O referido programa conta também com a cola-boração de instituições que prestam ajuda domiciliária, através da troca de informações úteis para a preven-ção de problemas e pela formação aos profissionais dessas instituições e, mediante um levantamento de ne-cessidades, os idosos mais isolados poderão beneficiar da instalação de telefone no seu domicílio para que, mais facilmente, contactem as forças policiais em caso de necessidade.Fundamentalmente, é importante re-flectir que este programa preconiza a satisfação da segunda necessida-de, que surge seguidamente às bási-cas, segundo o psicólogo americano Abraham Maslow (Abril 1908 – Ju-nho 1970), que ficou conhecido pela proposta da hierarquia das necessi-dades: uma divisão hierárquica em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Ora a necessidade de segurança vem logo em segundo lugar e cada pes-soa, independentemente da idade, tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização. Assim se definem, segun-do o autor, as cinco necessidades descritas na pirâmide (ver imagem)Pirâmide de Maslow1| Necessidades fisiológicas (bá-sicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo; 2|Necessidades de segurança, que

vão da simples necessidade de sen-tir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segu-rança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; 3|Necessidades sociais ou de amor, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; 4|Necessidades de estima, que pas-sam por duas vertentes, o reconheci-mento das nossas capacidades pes-soais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequa-ção às funções que desempenhamos; 5| Necessidade de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser. Na opinião de Maslow, a pessoa tem que ser co-erente com aquilo que é na realidade. É por inocência ou boa-fé, por des-conhecimento ou até por ambição que muitos são os idosos das zonas rurais e urbanas do país a ser “apa-nhados” nas histórias dos burlões. Ficando a segunda necessidade da pirâmide proposta por Maslow in-satisfeita, abalada e receosa de uma vida que nem sempre é fácil, numa fase em que os sinais do tempo tei-mam em aparecer e as fragilidades são maiores. Chamar a atenção dos idosos para a

presença de estranhos e para esque-mas menos claros foi exactamente o objectivo da GNR, ao deslocar-se ao Lar de São José, no passado dia 18 de Dezembro de 2009, para, no âm-bito do Programa Apoio 65 - Idosos em Segurança, facultar ao grupo de 20 utentes da resposta social Apoio Domiciliário e a alguns utentes mais independentes do Lar de São José, informação e conselhos pertinentes para a prevenção e protecção de eventuais burlas ou burlões.Pelas 11 da manhã, tal como progra-mado e agendado com o 1º Sargento Monteiro, o Agente Mota, o Agente Gonçalves e o Agente Araújo, apre-sentaram-se no Lar de São José para dar início à sessão, que decorreu de forma muito esclarecedora por par-te dos agentes da autoridade e in-terventiva por parte dos presentes, que tiveram oportunidade não só de

recolher informação e colocar dúvi-das, mas também de contar as suas histórias e as dos “ladrões de antiga-mente”. Os participantes na sessão tinham autonomia, pelo que ficaram agendadas com a GNR acções para utentes mais menos autónomos, mais isolados e com apoio familiar reduzido no período diurno, isto para que a informação chegue a todos e porque também “a segurança come-ça em cada um de nós e é responsa-bilidade de todos”. Colabore seguin-do estes conselhos de segurança:

EM CASADeixe as portas e janelas fechadas sempre que sair; Coloque um óculo e uma corrente de segurança na sua porta; Não deixe entrar pessoas sus-peitas ou desconhecidas, sem ter a certeza de quem são; Tenha sempre à mão os números de telefone para

poder comunicar com alguém, prin-cipalmente com a polícia; Quando se ausentar de sua casa, por vários dias, informe a força policial da sua zona; Não deixe escritos na porta, janela ou caixa do correio, que indiquem a sua ausência; Não deixe acumular correspondência na caixa do correio e coloque na mesma uma fechadura segura.

NA RUATransporte consigo apenas o dinhei-ro necessário; Evite o uso de objectos de valor, de carteiras na mão ou no bolso, de forma visível; Evite circu-lar sozinho na rua, principalmente de noite; Evite dar informações sobre a sua vida a pessoas estranhas; Trans-porte as malas e sacos do lado opos-to à faixa de rodagem; Circule sem-pre pelo lado interior dos passeios; Nos transportes públicos, mantenha a carteira e outros bens junto de si; Se for abordado com uma conversa do tipo “conto do vigário”, propondo a troca de escudos por Euros ou algo semelhante, não se deixe convencer e informe a polícia.Resta um bem-haja aos promotores deste tipo de programas governa-mentais, aos divulgadores das infor-mações esclarecedoras para aqueles que nem sempre conseguem aceder a informação dos média e para quem a comunicação e esclarecimento pessoal torna a mensagem mais cla-ra, objectiva e, portanto, perceptível.PESQUISAS

http:/www.mai.gov.pt

http://www.portalseguranca.gov.pt

http://pt.wikipedia.org

Necessidade de segurança para os idosos POR SALOMÉ ALVES | Directora Técnica do Serviço de Apoio Domiciliário

Page 11: Santa Causa Ed. nº 29 (Fev. 2010)

11Fevereiro de 2010 Santa Causa

Depois de mais de 40 anos a servir a Santa Casa da Miseri-córdia da Póvoa de Lanhoso, a “Senhora do Lar”, como é co-nhecida a Dona Marina Lopes, está agora a retirar-se da sua vida profissional. “Dediquei-me inteiramente aos meus queridos velhinhos. Sem-pre manifestei total disponibi-lidade para resolver qualquer tipo de problemas, a qualquer dia da semana ou a qualquer hora do dia. Foram 37 anos ao serviço da Instituição, 24 ho-ras por dia. Tudo fiz com mui-to gosto e dedicação, zelando sempre pelos interesses desta Santa Casa da Misericórdia, que também eram os interesses dos utentes”, referiu, há algum tempo atrás, ao SANTA CAU-SA. “Ao longo da minha carreira, recordo os inúmeros momentos de alegria e de tristeza: o que

mais me custava era o momen-to de acolhimento e o inevitável período de adaptação por que todos passavam. É difícil deixar a nossa casa, a nossa família, as nossas recordações, os amigos, em suma, romper com uma ro-tina quotidiana que se manteve uma vida, para integrar uma nova casa, interagindo com no-vas pessoas e com novos hábi-tos. Para uma pessoa de idade isso é muito difícil, mas nós, funcionários, também sentimos essa dor”, sublinhou, na mesma altura, acrescentando Marina Lopes: “Sempre pautei a mi-nha conduta profissional pelo respeito, compreensão e solida-riedade pelos utentes. Sinto-me orgulhosa pelo trabalho desen-volvido”.A antiga Encarregada-Geral do Lar de São José deixou, na mesma ocasião, e de entre ou-tras, uma palavra aos utentes

daquela valência, os seus “que-ridos velhinhos”: “Aos idosos, deixo a minha mensagem, que os amo muito e os levo a todos no meu coração. Vocês são uma fonte de riqueza inesgotável em conhecimentos”. Marina Lopes dirigiu-se também aos familia-res das pessoas institucionali-zadas. “Às famílias dos utentes, quero dizer que os visitem, que os ajudem, que os levem a casa,

de vez em quando, que os dei-xem ir mexer nas coisas que eles deixaram, porque eles têm muitas saudades das casas de-les. E, se os visitarem, também nos ajudam a nós. Muitas das vezes, os nossos idosos estão mal-dispostos, mas é para cha-mar a atenção, porque estão carentes, porque a família deles não os visita como eles gosta-riam e eles costumam dizer:

“A minha família é a maior ri-queza do mundo”.”Na hora da saída, também esta Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso deixa ficar uma palavra de apreço e de agradecimento à Dona Marina Lopes por tudo o que de si deu à Instituição e os seus utentes, ao longo destes anos.

Em destaque Lar de são José

carentes, porque a família deles não os visita como eles gosta-riam e eles costumam dizer:

ao longo destes anos.

“Senhora do Lar” deixa instituição após mais de 40 anos de serviço

Plano de Acção e Orçamento 2010 aprovado por unanimidade

Marina Lopes foi admitida em Janeiro de 1971, tendo dirigido o Lar de São José durante 37 anos.

Em Assembleia-Geral, foram apreciados e votados o Orçamento Suplementar para 2009 e o Plano de Acção e Orçamento p ara 2010. Estes documentos de gestão foram aprovados por unani-midade, registando-se uma receita previsional de 9.254.500,00 € (nove milhões duzentos e cinquenta e quatro mil e quinhentos euros) e uma despesa de 9.027.500,00 € (nove milhões vinte e sete mil e quinhentos euros). Prevê-se que, em 2010, os investi-mentos ascendam aos 2.784.826,00 € (dois milhões setecentos e oitenta e quatro mil e oitocentos e vinte e seis euros). Das opções do plano para o próximo ano, relevam-se as seguintes:UNIDADE DE LONGA DURAÇÃO - Para 2010, a grande aposta vai para a Unidade de Longa Duração. Em 2009, foi aprovada a can-didatura ao Programa Modelar para a construção desta unidade. Com um investimento superior a 2,25 milhões de euros, que permitirá acolher 29 utentes com necessidades de internamento em longa duração, este novo equipamento irá criar novos postos de trabalho. Para o início deste ano, prevê-se o arranque desta nova valência que terá o nome da esposa do grande benemérito na nossa Instituição, D. Elvira Câmara Lopes.CLÍNICA SOCIAL DA MISERICÓRDIA - Prevê-se que, em 2010, co-mece a construção do edifício, nos terrenos anexos do Hospital, e que permitirá acolher doentes de Alzheimer e Parkinson.HOSPITAL ANTÓNIO LOPES - Continuar a pugnar pela sustenta-

bilidade desta valência, mantendo-a no patamar de “Unidade de Referência” no que se refere à Unidade de Convalescença é um dos objectivos, assim como promover as sextas Jornadas Médico-cirúrgicas e avançar para a segunda edição da Semana Aberta, que, em 2009, registou grande afluência.LAR DE SÃO JOSÉ - Remodelação do espaço destinado ao Centro de Dia, com instalação de um monta-camas e saídas de emer-gência, com um investimento na ordem dos 150.000€ (cento e cinquenta mil euros).SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS - Os serviços administrativos da Santa Casa sofreram obras de adaptação que permitiram a me-lhoria das condições de trabalho e de atendimento dos utentes. O espaço, inaugurado no passado 5 de Setembro, dispõe de es-paço para atendimento ao público, arquivo, gabinete de apoio domiciliário, gabinetes de tesouraria, contabilidade, recursos humanos, assessoria, provedoria, bem como uma sala de reu-niões. Para 2010, pretende-se mudar o sistema de assiduidade para sistema biométrico para que se consiga um controlo mais eficaz, redução de custos e gestão de acessos a zonas restri-tas. Outra prioridade é a instalação de um sistema que fará toda a gestão de chamadas telefónicas, tráfego de internet, VPN´s, VOIP, etc., bem como a criação de uma plataforma de partilha de informação e gestão documental.

LAVANDARIA CENTRAL - Irá funcionar no espaço da ULD, com uma estrutura mais ampla e melhorada, e com condições para proporcionar um aumento da capacidade de resposta, caso seja necessário.FORMAÇÃO - Será mantida a aposta na formação profissional para os nossos activos humanos e para a comunidade em geral, tornando-os mais qualificados e preparados para responder às novas realidades. Para o efeito, foram efectuadas candidaturas ao POPH – Programa Operacional Potencial Humano para pos-sibilitar a obtenção de verbas que sustentem este objectivo. A título de exemplo, durante este ano, o Centro de Formação da Misericórdia irá proporcionar as seguintes formações (para activos empregados e desempregados): Socorrismo / Suporte Básico de Vida, Nutrição e Dietética, Estratégias para lidar com crianças com problemas de comportamento, Suporte Básico de Vida, Cuidados com Crianças, Animação Sócio-Cultural, Prin-cípios fundamentais de Higiene e Segurança nas actividades de limpeza e arrumação, Culinária saudável e Massagem infantil.QUALIDADE | RECURSOS HUMANOS - Para o ano de 2010, desta-ca-se, na auditoria a decorrer em Março/Abril do presente ano, o alargamento de âmbito da certificação, para a valência Centro de Formação Profissional e nas restantes valências a transição para a nova norma ISO 9001:2008.

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