SAMARITAMOS · O magnetismo animal foi utilizado por Mesmer em uma terapêutica de cura em 1773...
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GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
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"SAMARITAMOS"
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INTRODUÇÃO
Os judeus ortodoxos viam nos samaritanos um povo mestiço, corrupto e introdutor de elementos pagãos ao judaísmo. Era tamanho o desprezo dos israelitas para com os seus vizinhos, que uma certa mulher samaritana, ao encontrar-se com Jesus, ficou perplexa quando Ele, sendo judeu, lhe dirigiu a palavra (João 4:9).
Em outra ocasião, levantou-se dentre os discípulos de Jesus um doutor da lei, e inquiriu-lhe a respeito da herança da vida eterna. Entre idas e vindas, o dialogo descambou na seguinte questão:
- E quem é o meu próximo?
Diante desta indagação, Jesus contou-lhe a “Parábola do Bom Samaritano” (Lucas 10:30-37).
30 - E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. 31 - E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. 32 - E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. 33 - Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; 34 - E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; 35 - E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. 36 - Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? 37 - E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
Ao final, foi Jesus quem perguntou-lhe: - Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu, pois, o mestre da lei: - O que usou de misericórdia para com ele. E concluiu Jesus: - Vai, e faze da mesma maneira.
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INDICE
Introdução 1 – Dom de Curar 2 – Magnetismo 3 – Fluidos 4 – Os Centros Vitais 5 – O Passe
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1 - O DOM DE CURAR
CURE E SE CURE PELOS PASSES
Será que todos detemos mesmo o dom, o poder de curar? Sim, mas é preciso que vejamos a questão com maior amplitude. Na realidade, a correta utilização dos potenciais que todos trazemos dentro de nossos organismos - físico, psíquico e espiritual - e na relação de profunda ressonância com o Todo, nos caracterizam como grandes geradores de "milagres". Só que vários desses "milagres", por cotidianos, passam despercebidos, até que uma deficiência mais acentuada se faz presente, "roubando-nos" a saúde, a tranquilidade ou mesmos a razão. Livro: CURE E SE CURE PELOS PASSES Autor: JACOB MELO
CONSICENCIA EMERGENTE
O espirito imortal esta em viagem com destino à perfeição, e a "estadia" no corpo representa uma "parada obrigatória" para que possa angariar novas virtudes. Além disso, a reencarnação, amiúde, propicia ao viajor imortal a possibilidade de despojar-se do "morbo" (doença) espiritual que, há séculos, o mantem "encarcerado" ao "catre" (Pequeno leito de lona, dobradiço e portátil) da dor. As pessoas ainda continuam adormecidas para as coisas do espirito, passando pela reencarnação terrestre sem compromisso com o bem.
Quantos e quantos... Maldizem a vida e os problemas, incapazes de "enxergarem" em cada dificuldade uma oportunidade de crescimento espiritual. Guardam uma "mala" cheia de velhos pensamentos, arcaicas convicções e incontáveis ressentimentos. E esse "excesso de peso na bagagem" faz com que o viajor "pague as multas" dos sofrimentos extras, oriundos da imaturidade espiritual.
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MEDIUNS EM PERIGO
O ritmo acelerado de trabalho, a adoção de novas técnicas de tratamento espiritual e até mesmo o sucesso no que tange à "suposta" cura de consulentes que frequentam a Casa, pode fazer com que se sintam SEGUROS DEMAIS SOBRE SI MESMOS. Nesse trecho da mensagem, irmão Bento nos olhou e considerou: "Donatello, sabiamente, utilizou a palavra supostamente porque, em verdade, ninguém cura ninguém. O que há é uma predisposição de outrem em ser ajudado. Endossando o quadro, uma boa dose de fé, além do fator mérito, sem desconsiderarmos ainda o carma e o padrão vibratório do individuo a que se pretende ajudar. Em síntese, a cura, de fato ocorre quando, em termos de VIVENCIA, o individuo conseguir repetir o que disso o apostolo do Cristo: "Já não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim". Irmão Bento silenciou e continuamos a ouvir Donatello: Tomemos cuidado com essa postura arrogante. Quantidade de trabalho no bem não significa, obrigatoriamente, evolução espiritual, como se pensa. Livro: CONSCIENCIA EMERGENTE Autor: AGNALDO PAVIANI
NO LIMIAR DO AMANHÃ
A cura pela prece “A cura espírita por meio de passes não é só uma sugestão? Por que o médium precisa esfregar a mão numa pessoa doente para curá-la? Os santos não curam, por meio de preces?” Sim, todos nós podemos curar, por meio de preces. A prece é uma vibração. Essa vibração se dirige ao mundo espiritual e estabelece uma comunicação entre nós e os Espíritos, que nos podem atender. A prece, portanto, é uma maneira de falarmos com o mundo espiritual e ficou claramente explicada agora, com as investigações da Parapsicologia que, estudando o problema da transmissão do
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pensamento à distância, entre pessoas vivas, confirmou aquilo que o Espiritismo vem dizendo há mais de um século: que quando nós oramos, emitimos pensamentos que podem atravessar as maiores distâncias e podem comunicar-se com Espíritos que estejam nos planos mais elevados da Criação. Muita gente diz: “Eu não acredito na prece, porque como Deus vai me ouvir? Deus é um Poder Superior, muito mais elevado do que qualquer um de nós. Está numa posição que não podemos nem imaginar; não sabemos a que distância ele se encontra de cada um de nós. Então, não adianta orar, porque a nossa prece não vai atingir a Deus”. Em primeiro lugar, precisamos saber que Deus não é uma pessoa como nós, é uma Inteligência Suprema, criadora, e essa Inteligência é absoluta e não relativa, como a nossa. Nós nem mesmo podemos defini-la, descrevê-la. É praticamente impossível explicarmos o que seja Deus, a não ser por essa afirmação, que é a única que o Espiritismo admite: “Deus é a Inteligência Suprema do Universo, causa primária de todas as coisas”. Dessa Inteligência Suprema decorrem todas as criações do Universo. Pode ser absurdo o que fazemos com Deus. Mas Deus não está apenas na distância; ele está também presente em nós. Ele está em nosso coração. Ele está em nossa mente, porque é onipresente, está em toda parte. Mas está em toda parte por que? Porque, sendo absoluto, tudo quanto existe está dentro Dele. Tudo quanto existe está ligado a Deus, está em Deus. É por isso que o apóstolo Paulo dizia, quando escreveu em suas epístolas: “Nós vivemos e nós morremos em Deus”. Quando falamos a Deus, portanto, falamos dentro de nós mesmos, no nosso coração, na nossa inteligência, na nossa consciência. E Deus nos ouve. Deus nos pode responder. Quando estudamos o problema da prece, à luz do Espiritismo, nós vemos que ela representa uma das forças mais poderosas de que o homem pode dispor, na Terra. É claro que a prece vale muito pela maneira como é feita; não a forma, mas a maneira. A maneira tem que ser espontânea, tem que ser real; nós temos de sentir aquilo que estamos pedindo. Temos que ter fé, acreditar, realmente, que estamos nos dirigindo a um Ser superior, que possa atender-nos. Essa crença, essa confiança, são importantes, porque estabelecem a ligação necessária entre nós e aquelas entidades espirituais a que nos dirigimos. Assim, a prece pode realmente produzir curas. Quantas pessoas já se curaram através das vibrações de uma prece? Quanto ao médium dar passes, os mesmos são simplesmente a transmissão de fluidos e de vibrações, portanto de correntes energéticas, a um indivíduo doente. Existem o passe magnético, o passe hipnótico e o passe espírita. Esse último difere do passe hipnótico propriamente dito, porque é um passe em que o médium serve de instrumento para os Espíritos. Livro: NO LIMIAR DO AMANHÃ Autor: JOSÉ HERCULANO PIRES
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2 - MAGNETISMO
Mesmerismo, também chamado de magnetismo animal (notadamente nos séculos XVIII e XIX) é o estado ou o resultado de alguém, obtido ao ser mesmerizado (ou magnetizado), com um dos significados acima listados. Seria, segundo o seu descobridor, Franz Anton Mesmer, um estado particular de vibração (ou tom de movimento, em suas palavras) do fluido universal.
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"Nem a luz, nem o fogo, nem a eletricidade, nem o magnetismo e nem o som são substâncias, mas sim efeitos do movimento nas diversas séries do fluido universal", definiu Mesmer. Franz Anton Mesmer era médico e magnetizador, nascido em 1744, na Suábia, território que atualmente é ocupado pela Alemanha. Sua família era estritamente católica, exercendo então nas terras em que residiam um papel significativo. Sua educação se deu no mosteiro Reichnau, instituição na qual ele aprendeu vários idiomas, literatura clássica e música. Sua dissertação de doutorado, Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, já aborda a ascendência dos corpos planetários sobre o organismo humano; aqui ele utiliza pioneiramente, em uma pesquisa acadêmica, a ideia de fluido universal. Conforme o pesquisador Allan Kardec, criador da doutrina Espírita, este fluido é a energia básica primordial que produz tudo que há no Universo, inclusive as diversas substâncias materiais existentes. Os fluidos também envolvem todos os corpos sutis, desprovidos de peso, não tangíveis, nem visíveis pelos sentidos humanos. No estágio mineral, como, por exemplo, o imã, ele é conhecido como fluido magnético; na etapa vegetal o fluido é denominado fitomagnetismo; já no animal esta energia é intitulada fluido magnético animal, enquanto no ser humano ele é nomeado fluido magnético espiritual, o qual está presente no perispírito ou corpo espiritual. Estes fluidos são, portanto, mutações estabelecidas no fluido universal. Mesmer discorre justamente sobre o magnetismo animal, que emana dos indivíduos; ela pode, através da prática constante, ser ampliada, como ocorre com os magnetizadores, aqueles que exercitam o uso desta energia. Hoje Mesmerismo virou sinônimo deste magnetismo, por conta dos estudos e exercícios realizados por este pesquisador. O magnetismo de Mesmer pode ser definido, portanto, como a reciprocidade estabelecida entre duas criaturas vivas através do fluido magnético. Esta ciência foi amplamente dominada durante a Era Antiga, particularmente no Egito, onde ela era utilizada nos rituais religiosos conhecidos como Mistérios, pois eram reservados apenas aos iniciados em seus conhecimentos. O magnetismo animal foi utilizado por Mesmer em uma terapêutica de cura em 1773 pela primeira vez. A enferma, Franziska Esterlina pertencia à família da consorte do médico, e era igualmente amiga de Mozart e de seus familiares. Ela tinha apenas 29 anos e estava muito fraca. Suas conclusões não foram bem
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recepcionadas no meio científico e, em 1775, o estudioso decide prosseguir em suas experiências de forma mais reservada na cidade de Viena. Com a publicação da Carta ao povo de Frankfurt, Mesmer dá início a uma etapa significativa de sua pesquisa. Ele explica pela primeira vez a natureza do magnetismo animal, recorrendo a uma analogia com o resultado provocado pelo magnetismo mineral em um ser humano; só que neste caso o processo seria desencadeado não por um minério, mas sim por outra pessoa. Na Carta a um médico estrangeiro, Mesmer deixa mais claro o mecanismo concretizado na terapia magnética; no final de 1775 ele se tornou integrante da Academia do Eleitorado da Baviera. No ano seguinte ele abandonou a utilização do imã como mero condutor do magnetismo animal, para que os cientistas compreendam melhor sua terapêutica; mas continuou a adotar o uso de outros elementos, como a água e o ferro. Em 1777 o magnetizador recebeu como paciente a célebre pianista Maria Theresa Paradis, logrando a cura de sua cegueira, o que provoca profundas polêmicas. Na doutrina espírita este magnetismo que irradia do ser humano é denominado simplesmente fluido e brota naturalmente ou é desencadeado pelo poder magnético da vontade, como ocorre nos hipnotizadores, nos próprios magnetizadores e nos médiuns, intermediários entre o mundo material e o universo espiritual.
Mesmer em Kardec
As influências do mesmerismo na obra de Kardec são claras.
"Allan Kardec reconhece que o estudo do magnetismo despertou o seu interesse desde 1820; o que fez dizer a certos adversários do Espiritismo, como René Guenon, que os médiuns de Allan Kardec estavam hipnotizados pelo fundador do Espiritismo e que falavam segundo a vontade dele. (...) O magnetismo, escreve Kardec em 1858, preparou o caminho do Espiritismo e os rápidos progressos desta última doutrina são devidos, incontestavelmente, à vulgarização dos conhecimentos sobre a primeira. Dos fenômenos do magnetismo, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há mais que um passo..."
(MOREIL, 1986. p.47)
Uma primeira influência é a da terminologia. Kardec "redefiniu" muitos termos do magnetismo. Muitos leitores do Espiritismo acreditam que ele criou as palavras, mas não é verdade: Kardec criou conceitos novos. Palavras como espírito e médium
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são anteriores ao codificador. O sentido atribuído a elas por Kardec é que é singular à Doutrina Espírita; são conceitos a partir dos quais ela se constitui.
Médium, para o mesmerismo, é a pessoa que se coloca sob a ação do magnetizador. Para Kardec, "todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por este fato, médium." (Kardec, 1861. cap. XIV)
10. A Revista noticia a ocorrência de fenômenos no departamento de Aube, verificados em
1856 em casa do Sr. R..., e até certo ponto parecidos com as manifestações de Bergzabern (veja
Revista Espírita de 1858). A pessoa que é objeto das manifestações é o filho do Sr. R..., com doze
anos à época. Os fenômenos geralmente se produzem quando o menino se deita e começa a
dormir. Ao despertar, o garoto não tem a menor a ideia do que se passou. (PP. 25 e 26)
11. Além de pancadas, arranhaduras, assobios, ruídos como a de uma serra, o balançar do
leito e a suspensão magnética, o Espírito traz objetos muito volumosos. Perguntado como os
obtém, ele responde que os tira de gente desonesta. Se lhe pregam moral, fica irado e chega a
cuspir no rosto das pessoas. (P. 25 e 26)
12. Explicando o caso, São Luís ensina que um bom Espírito nada pode sobre outro, a não
ser moralmente; nunca fisicamente. No caso narrado, seria preciso chamar o concurso de bons
Espíritos, para atuar sobre o rapaz e torná-lo menos acessível às impressões dos maus Espíritos. (P.
27)
13. “O mau Espírito que o obsidia -- diz São Luís -- não o largará facilmente, desde que não é
fortemente repelido por ninguém.” Confirmando que nesses casos a prece é sempre boa, ela,
contudo, de nada serviria se não fosse secundada por aqueles mais interessados no caso, isto é, os
pais do rapazinho. (PP. 27 e 28)
14. Evocado, o Espírito tratou com rudeza o evocador, mas informou, depois, que a fúria do
jovem médium, quando era magnetizado, se devia a ele (Espírito) e não ao rapaz: “Não era ele
quem se encolerizava: era eu”. (PP. 29 e 30)
15. Por que se encolerizava?, perguntou Kardec. O Espírito respondeu: “Não tenho nenhum
poder sobre esse homem (o Sr. L..., o magnetizador), que me é superior: por isso não posso
suportá-lo”. “Ele quer arrebatar-me aquele que tenho sob o meu domínio. E isso eu não quero.”
(P. 30)
16. Analisando esse caso, Kardec assevera: “Sem dúvida esse Espírito é muito mau e
pertence ao bas-fond do mundo espírita”. Ele diz, porém, que Espíritos assim são menos perigosos
do que os Espíritos fascinadores, que, com segunda intenção, sabem inspirar em certas pessoas
uma cega confiança em suas palavras. (P. 30)
17. Comentando mensagem do Espírito de Cazotte, Kardec afirma que o futuro nos é oculto
por uma lei muito sábia da Providência, pois que tal conhecimento prejudicaria o nosso livre
arbítrio e nos levaria à negligência. (P. 33)
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18. Em nota aposta pelo tradutor, vemos que São Luís é o mesmo Luís IX, rei de França,
nascido em 1215 e morto em 1270. Muito virtuoso, foi Luís IX canonizado pela Igreja em 1297. (P.
39)
O termo médium sonambúlico cabe também às duas ciências com acepções diferentes. Para o mesmerismo este seria qualquer pessoa que entra em estado sonambúlico mediante a aplicação do magnetismo. Em Kardec os médiuns sonambúlicos seriam apenas os sonâmbulos capazes de acusar a presença de espíritos e servirem como seus intérpretes ou intermediários. (Kardec, 1861. § 172 a 174)
172. Evocado, Antônio disse que numa existência anterior ele havia emparedado sua
própria mulher, viva, num carneiro, e agora sofrera a pena de Talião que tivera de aplicar a si
mesmo! -- olho por olho, dente por dente. (P. 287)
173. Lamennais e Erasto, comentando o caso, confirmam que a expiação de Antônio B... foi
solicitada por ele mesmo. Com isso, ele poderá elevar-se a um mundo melhor onde encontrará
sua vítima, que já o havia perdoado. (P. 288)
174. Aproveitando o ensejo, Erasto disse que todas as existências se ligam; nenhuma é
independente das outras. As preocupações, os aborrecimentos, as grandes dores são sempre
consequências de uma vida anterior. (P. 288)
A noção de um éter primordial está presente em "O Livro dos Espíritos" e em "A Gênese", ampliada e discutida com o nome de "Fluido Universal ou Fluido Cósmico". Em ambos Kardec também trata de temas como letargia, sonambulismo, dupla vista, convulsionários e outros temas importantes ao mesmerismo.
Há três mensagens atribuídas a Mesmer, publicadas na Revista Espírita (1864, p.303 e 1865, p. 153).
84. Poderia o Sr. Deschamps ler com a mesma facilidade o pensamento de todo o mundo?
Certamente que não, porque, de um indivíduo a outro, podem existir relações fluídicas que
facilitem essa transmissão e não havê-las do mesmo indivíduo para uma outra pessoa. (P. 303)
85. Dissertando sobre o papel do Espiritismo no mundo, o Espírito de Mesmer adverte que
o Espiritismo, em tudo e por tudo, é o espiritualismo do Cristianismo e seu grande objetivo “não é
dar montes de ouro a um e deixar a consciência de um ser fraco à vontade de um ser forte”. “Se o
Espiritismo proporciona satisfações - diz Mesmer -, são as da calma, da esperança e da fé; se às
vezes adverte por pressentimentos, ou pela visão adormecida ou desperta, é que os Espíritos
sabem perfeitamente que um caso de socorro e particular não transtornará a superfície do globo.”
(PP. 303 e 304)
86. Comentando a mensagem de Mesmer, Kardec afirma que, devido à condição de
inferioridade em que se acham os homens na Terra, a penetração do pensamento, se fosse geral,
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constituiria um perigo, em face dos abusos que engendraria. Mas Deus, que é soberanamente
bom, mede a extensão dessa faculdade pela nossa fraqueza. (P. 304)
* * * * *
123. Duas mensagens assinadas por Mesmer, valendo-se da mediunidade do sr. Delanne, fecham a edição de maio de 1865. A primeira fala da imigração de Espíritos para a Terra; a segunda trata do tema criações fluídicas. Eis em resumo parte do que nelas se contém: A) A Terra treme ao sentir em seu seio aqueles que ela outrora viu passar por aqui, e se alegra em os rever, porque pressente que eles vêm para a conduzir à perfeição. B) Sim, grandes mensageiros estão entre nós neste mundo: são eles que se tornarão os sustentáculos da geração futura. C) À medida que o Espiritismo crescer e se desenvolver, os Espíritos de uma ordem cada vez mais elevada virão sustentar a obra, em razão das necessidades da causa. Por toda a parte Deus espalhou esteios para a doutrina. D) A imigração de Espíritos superiores se opera para ativar a marcha ascendente da humanidade terrena. É preciso, pois, redobrar de coragem, de zelo, de fervor pela causa, porque nada deterá a marcha progressiva do Espiritismo e poderosos protetores continuarão a obra. E) O mundo dos invisíveis é como o mundo terráqueo. Em vez de ser material e grosseiro, é fluídico, etéreo, da natureza do períspirito, que é o verdadeiro corpo do Espírito, tirado desses meios moleculares, como o corpo físico se forma de coisas mais palpáveis e materiais. F) O mundo dos Espíritos não é um reflexo do mundo material: este é que é uma imagem grosseira e imperfeita do reino de além-túmulo. G) As relações entre os dois mundos sempre existiram. Mas agora é chegado o momento em que todas essas afinidades irão ser reveladas, demonstradas e tornadas palpáveis. (Págs. 153 a 155.)
Kardec publicou diversos artigos sobre o magnetismo na Revista Espírita. Neles, Kardec faz assertivas como: "O Espiritismo liga-se ao magnetismo por laços íntimos, como ciências solidárias." Ou então: "Os espíritos sempre preconizaram o magnetismo, quer como meio de cura, quer como causa primeira de uma porção de coisas..." Kardec queixou-se dos ataques desfechados por adeptos do mesmerismo em sua época contra o Espiritismo, defendeu os magnetizadores e seu tratamento à base de toques e passes magnéticos, defendeu-os também contra ações judiciais movidas por pacientes insatisfeitos. Relatou o tratamento pelo hipnotismo e descreveu o caso de pacientes tratados por Braid e Broca e por outros acadêmicos da época.
A incorporação dos "passes magnéticos" e da "água magnetizada" ao movimento espírita, não é uma mera transposição de práticas, uma vez que Kardec estudou e propôs a ação e intervenção dos espíritos no tratamento magnético, ampliando a noção de fluido.
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O conhecimento do Mesmerismo e de outras doutrinas contemporâneas a Kardec facilitam o estudo da obra do codificador e nos permite fazer leituras mais precisas. Obviamente, o sentido atual de magnetismo, postulado pela Física, difere bastante do sentido do magnetismo de Mesmer. Ignorar este aspecto é perder o sentido de muitas afirmações do codificador. Muitos enganos cometidos por leitores e comentaristas desavisados, e muitas vezes polemistas contumazes, seriam mais facilmente esclarecidos se conhecêssemos melhor as nossas raízes.
Mesmer fala sobre mediunidade e magnetismo
Mensagens de Mesmer (Espírito): A Revista Espírita, editada por Allan Kardec,
em suas edições de Janeiro e Outubro/1864 e Maio/1865 publicou quatro
instrutivas mensagens mediúnicas assinadas por Mesmer, abordando os temas:
Médiuns Curadores, Fenômenos Espíritas, Imigração dos Espíritos Superiores para a
Terra e Criações Fluídicas.
Dentre os seus conceitos sobre mediunidade de cura e magnetismo, destaca-se
o seguinte tópico: “A vontade desenvolve o fluido seja animal, seja espiritual,
porque, o sabeis todos agora, há vários gêneros de magnetismo, entre os quais
estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que pode, segundo a
ocorrência, pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais
poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.”
(Revista Espírita, Jan./1864, p. 7, IDE.)
Vejamos abaixo, na íntegra, a mensagem que acabamos de citar:
Médiuns Curadores
“A vontade, existindo no homem em diferentes graus de desenvolvimento,
serviu, em todas as épocas, seja para curar, seja para aliviar. É lamentável ser
obrigado a constatar que ela foi também a fonte de muitos males, mas é uma das
consequências do abuso que, frequentemente, o ser faz de seu livre arbítrio.
A vontade desenvolve o fluido seja animal, seja espiritual, porque, o sabeis
todos agora, há vários gêneros de magnetismo, entre os quais estão o magnetismo
animal e o magnetismo espiritual que pode, segundo a ocorrência, pedir apoio ao
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primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece
que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.
A vontade foi, frequentemente, mal compreendida; em geral aquele que
magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, senão em derramar seu
próprio fluido sobre o paciente submetido a seus cuidados, sem se ocupar se há ou
não uma Providência que nisso se interessa tanto e mais do que ele; agindo só, não
pode obter senão o que sua única força pode produzir; ao passo que nossos médiuns
curadores começam por elevar sua alma a Deus, e para reconhecer que, por eles
mesmos, não podem nada; fazem, por isso mesmo, um ato de humildade, de
abnegação; então, confessando-se muito fracos por si mesmos, Deus, em sua
solicitude, lhes envia poderosos recursos que não pode obter o primeiro, uma vez
que se julga suficiente para a obra empreendida. Deus recompensa sempre a
humildade sincera elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho.
Esse recurso que envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de
seu fluido benfazejo, que este transmite ao enfermo. Também é por isso que o
magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão poderoso e produz essas
curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do
fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador comum se esgota,
frequentemente, em vão, em fazer passes, o médium curador infiltra um fluido
regenerador pela única imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos;
mas esse concurso não é concedido senão à fé sincera e à pureza de intenção.”
MESMER (Médium - Sr. Albert)
Revista Espírita – Ano 7 – Janeiro/1864
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3 – Fluidos
Jacob Melo – O Passe. Seu estudo, suas técnicas, sua prática. - FEB
Fluido (lê-se fluido e não fluído) é um termo genérico empregado pata traduzir
a característica "das substâncias líquidas ou gasosas", ou de substância "que corre
ou se expande à maneira de um liquido ou gás; fluente"4. Por isso, popularmente
falando, designamo-lo como sendo a fase não sólida da matéria, a qual pode se
apresentar em quatro subfases5: pastosa, líquida, gasosa e radiante, tendo sido esta
ultima apresentada à Ciência por um dos seus mais eminentes sábios, o inglês Sir
William Crookes.
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O entendimento espírita atribuído ao termo fluido, tal como criteriosamente
assimilado por Allan Kardec, pelos Espíritos e por todos os espíritas, não se limita a
tão restrita definição. Pata nós, fluido é tudo quanto importa à matéria, da mais
grosseira à mais diáfana, variando em multiplicidade infinita a fim de atender a
todas as necessidades físicas, químicas e inclusive vitais daquela, bem como de sua
intermediação entre os remos material e espiritual. É o fluido não apenas algo que
se move a exemplo dos líquidos ou gases, mas a essência mesma desses líquidos,
gases e de todas as matérias, inclusive aqueles ainda inapreensíveis por nossos
instrumentos físicos ou mesmo psíquicos.
Léon Denis, assimilando as teorias dos Espíritos, explicitou que "A matéria,
tornada invisível, imponderável, se encontra sob formas cada vez mais sutis, que
denominamos "fluidos". À medida que se rarefaz, adquire novas propriedades e
uma capacidade de irradiação sempre crescente; toma-se uma das formas de
energia"6. Com este conceito, remontando das conseqüências às causas,
consorciava ele seu entendimento às teorias einstenianas por surgirem, chamando
fluido de "uma das formas de energia", assim sinalizando o avanço profundo e além-
moderno dos conceitos espiritas sobre o fluido.
Na visão do Espírito André Luiz, temos o fluido definido segundo alguns
critérios mais extensivos: assim, o fluido, dessa ou daquela procedência, vem a
ser"(...) Um corpo cujas moléculas cedem invariavelmente à mínima pressão,
movendo-se entre si, quando retidas por um agente de contenção, ou separando-se,
quando entregues a si mesmas"7. "Mas no plano espiritual - continua ele -, o homem
desencarnado vai lidar, mais diretamente, com um fluido vivo e multiforme,
estuante e inestancável, (...) absorvido pela mente humana, em processo vitalista
semelhante à respiração, pelo qual a criatura assimila a força emanente do Criador,
esparsa em todo o Cosmo, transubstanciando-a, sob a própria responsabilidade,
para influenciar na Criação, a partir de si mesma. - Esse fluido é seu próprio
pensamento contínuo, gerando potenciais energéticos (...)"8.
Partindo-se dessas colocações, fica fácil perceber que o fluido merece uma
análise não só profunda como, inclusive, que leve em consideração o plano de
observação. Por extensão, convimos que nossos conhecimentos atuais são ainda
muito limitados para penetrarmos na essência desta matéria. A necessidade do
entendimento da ''mecânica do pensamento'' (tema atualmente estudado por
Espíritos desencarnados possuidores de conhecimentos bem avançados e evoluídos)
e da própria absorção do fluido vital pela matéria são indispensáveis para o bom
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conhecimento de como se processa o domínio gerador do pensamento na criação
de "potenciais energéticos" no "campo fluídico" esparso por todo o cosmo.
Disso decorre que muita coisa ainda ficaremos por entender, mas, se por um
lado coisas existem completamente ininteligíveis para nós, outro numero
satisfatoriamente razoável se nos oferece como elemento elucidativo por suas
evidências e comprovações.
No que tange ao nosso entendimento dos conceitos eminentemente espíritas
em face dos conceitos acadêmicos, observamos que parte de nossas atuais
dificuldades se devem às atribuições dadas aos fluidos, tal como foi expandido e
apreendido pela Codificação, sem considerar, por desconhecer, as teorias da física
moderna, a qual criou termos novos para definir teorias e hipóteses novas, sem falar
no próprio advento da Parapsicologia, da Psicotrônica e da Psicobiofísica que, por
seus parapsicólogos9 e pesquisadores, abriram campo no seio acadêmico às
pesquisas mais aprofundadas sobre tal elemento. Afinal, quando Albert Einstein
trouxe ao mundo suas revolucionárias teorias da relatividade e dos campos
unificados das forças, e Plank nos trazia à consideração as teorias quânticas, a
Codificação já estava para completar seu primeiro cinqüentenário. Apesar disso, a
não ser no que diz respeito a terminologias e nomenclaturas, tudo quanto ali está
expresso condiz - e vai mais além - com os mais avançados postulados e conceitos
das Ciências Modernas.
Por isso, concordamos que o termo fluido, em sua acepção normal, já não
traduz exatamente o que ele representa no texto da Codificação. Do que
assimilamos das modernas teorias físicas, os conceitos de "campos energéticos" e
"campos de força" são aqueles que melhor enquadram o sentido que os Espíritos e
Kardec quiseram emprestar ao termo fluido (pelo menos no que se refere à sua
abrangência) pois por "campo" não se entenderia uma força unilateral, mas, uma
dinâmica multidirecional. Exemplificando, seria como quando acendemos uma vela
numa sala escura; a chama, que tem seu foco restrito e localizado, ilumina uma zona
que lhe é o "campo" peculiar, não se restringindo esse "campo" à labareda mas à
sua ação iluminativa ou, ainda, ao alcance calórico de suas irradiações térmicas.
Nosso confrade Mauro Quintella escreveu interessante artigo10 onde expressa
idêntico pensamento: "Modernamente, com base nas teorias quânticas e relativistas
(que, como dissemos acima, eram desconhecidas ao tempo de Kardec), a idéia de
uma substância a permear o espaço, está voltando a ser reconsiderada. Se é
apressado dizermos que essas novas idéias correspondem inteiramente ao conceito
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
18
espírita, pelo menos temos certeza de que alguma relação guardam entre si, dada a
semelhança entre elas e o postulado kardequiano" (parêntese nosso).
O conceito de "campo", todavia, também não será perfeito se não buscarmos
fazer uma distinção entre causa e efeito; como, no exemplo da vela, entre a
labareda Fonte; causa) e a luminosidade ou o calor (campo; efeito); sem isso,
conforme nos sugere André Luiz, "A proposição de Einstein (...) não resolve o
problema, porque a indagação quanto à matéria de base para o campo continua
desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera extrafísica (...),
definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido
Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação"11
(grifos originais). É uma colocação muito pertinente pois ela pinça uma situação
característica de "fonte" onde temos uma marcante conceituação de "campo", ou
vice-versa.
Pelo exposto, percebemos que para tratar da causa, do fluido universal (a
elementaridade, a "fonte" da qual a matéria se origina), o conceito de "campo" se
torna insuficiente e ineficiente mas, para atendermos aos fluidos de uma forma
geral, conseqüência portanto, onde se incluem os fluidos cósmico e vital, "campo" é
a teoria mais apropriada.
1. XAVIER, Francisco Cândido. Dever espírita. In "Seara dos M&1iuns", p. 123.
2. KARDEC, Allan. A criação primária. 1. "A Gênese", cap. 6, item 15.
3. Estes três assuntos serão proximamente merecedores de um estudo mais
aprofundado em obra que estamos trabalhando, com o título provisório "Fluidos,
perispírito, Centros de Força e Kundalini: uma abordagem racional".
4. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda "Novo Dicionário da Língua Portuguesa",
p. 791.
5. Atualmente a Ciência já considera até sete subfases para a matéria.
6. DENIS, Léon. A força psíquica. Os fluidos. O magnetismo. In "No Invisível", cap. 15,
pp. 175 e 176.
7. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Alma e fluidos. In "Evolução em Dois
Mundos", item Fluidos em geral, cap. 13, p. 95.
8. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Alma e fluidos. In "Evolução em Dois
Mundos", item Fluido vivo, pp., 95 e 96.
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
19
9. Entendemos por "parapsicólogos" os cientistas que estudam com seriedade os
fenômenos paranormais, segundo métodos científicos, e não pessoas que se
advogam como tais mas não estudam com profundidade e seriedade o assunto,
apenas interpondo, empiricamente, suas observações eminentemente pessoais,
destituídas de comprovações.
1.1 - O Fluido universal
Kardec perguntou se há dois elementos gerais no Universo: matéria e Espírito,
ao que os Espíritos responderam: "Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de
todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe,
a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal,
que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria
propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação
sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo como elemento
material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal
fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o
fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria,
e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito,
de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte
mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o
Espírito se utiliza, é princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de
divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."
E perguntou mais: "Esse fluido será o que designamos pelo nome de
eletricidade?
"Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluido
elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é,
propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode
considerar independente"12 (grifamos).
Encontramos ai o fluido universal projetado como se os conceitos de "campo"
lhe fossem suficientes. A perspicácia de Kardec, entretanto, vislumbrou se tratar de
algo maior, de uma "fonte" inestancável, verdadeiro "vórtice gerador matriz", pelo
que ele "entrevistou" o Espírito São Luiz13, obtendo deste informações de que o
fluido universal é o elemento universal, "o princípio elementar de todas as coisas e
que, para o encontrarmos na sua simplicidade absoluta, precisamos ascender aos
Espíritos puros". Fica assim registrado que, além de elemento, ele é o princípio, a
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
20
causa, a "fonte", o que difere conceitual e estruturalmente das consequências, o
"campo".
Dessa forma confirmamos que o fluido universal não pode ser conhecido
totalmente por Espíritos de nosso nível, pois para apreendê-lo em sua intimidade
precisaríamos ascender a Espíritos puros; nem poderemos atribuir-lhe, com
segurança, os conceitos de "campo" tal como frisamos, sob pena de restringi-lo em
sua verdadeira e maior função; mas podemos assimilá-lo com suficiente segurança,
pela exploração e pesquisa do fluido cósmico, até o ponto que as Ciências, espírita e
oficial, forem abrindo horizontes para um melhor registro e um mais perfeito
entendimento.
Apresentamos, entretanto, uma definição de fluido universal que acreditamos
abarca suas mais evidentes características: O FLUIDO UNIVERSAL, como elemento
cosmogônico básico, verdadeira prima-fonte, assomando a característica de matriz
funcional do grande campo criador do universo material, com seus universos macros
e micros, visíveis e invisíveis, densos e tênues, criados e por criarem-se, irrompe
conceitualmente como a unidade criacionista das forças, a síntese das energias, o
plano e o antiplano da matéria.
10.Considerações sobre o fluido cósmico universal. Correio Fraterno do ABC, edição
sem data.
11. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Fotônios e fluido cósmico. In
"Mecanismos da Mediunidade", item "Campo" de Einstein, cap. 3. p. 39.
12.KARDEC, Allan. Espírito e matéria. In "O Livro dos Espíritos", Parte 1:, cap. 2.
13.KARDEC, Allan. "Da teoria das manifestações físicas. In "O Livro dos Médiuns",
cap. 4.
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21
1.2 O Fluido Cósmico (ou a Grande Derivação do Fluido
Universal)
A primeira grande derivação do fluido universal é o fluido cósmico, o fluido que
enche todos os vazios, "o meio sutil em que o Universo se equilibra" e faz com que a
matéria adquira "as qualidades que a gravidade lhe dá", um verdadeiro "campo
energético" pleno de elementos transformáveis, adaptáveis, expansíveis, contráteis,
manipuláveis enfim.
Anotemos as palavras do Espírito André Luiz a respeito: trata-se do "Plasma
divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento
primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no
oceano" 14 "Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo,
operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão
indescritível, (...) extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que
constróem os sistemas da Imensidade.. "15 "Em análogo alicerce, as Inteligências
humanas (...) utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente circulação no
Universo (...) assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que
lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem
ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a
Humanidade Desencarnada. Dentro das mesmas bases, plasmam também os lugares
entenebrecidos pela purgação infernal, (...) e que valem por aglutinações de
duração breve (...)Na essência, toda a matéria é energia tornada visível e toda a
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
22
energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os
nossos propósitos aos propósitos da Criação..."16. (Grifamos.)
Rapidamente percebemos que André Luiz se refere, sublinearmente, aos
conceitos de "campo", chamando o fluido cósmico ora de "substância original", ora
de "força divina". Deduz-se, por interpolação, que os conceitos de "fonte" não
foram ali considerados.
Em "A Gênese" encontramos: "A matéria cósmica primitiva continha os
elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas
magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a
primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz. Absolutamente não desapareceu essa
substância donde provêm as esferas siderais; não morreu essa potência, pois que
ainda, incessantemente, dá à luz novas criações e incessantemente recebe,
reconstituídos, os princípios dos mundos que se apagam do livro eterno17.
(Grifamos.)
Percebamos como inicialmente foi inserido o termo "matéria cósmica
primitiva" num sentido de "campo" e não de "fonte"; considerado foi que ela
"continha os elementos materiais, fluídicos e vitais", e não que os gerou (atente-se
que gerar é diferente de criar). No momento seguinte, quando titulada de "mãe"
e "avó" a um só tempo, ficou transparente o reconhecimento de se estar lidando
com dois conceitos distintos; enquanto que a "mãe fecunda" é data imagem de
"campo energético", com suas cargas disseminadas e disponíveis à "manipulação", a
"primeira avo , a "eterna geratriz" robustece a característica de "fonte primacial",
literalmente "a mãe da mãe".
Observemos que eles retratam o quadro da "geração" do "campo cósmico" na
imagem da "avó", e o painel auto-renovável daquela matéria cósmica quando
lembra que ela "recebe, reconstituídos, os princípios dos mundos que se apagam do
livro eterno", alusão direta ao "tudo se transforma", ao princípio da conservação de
energia.
Disso tudo que temos analisado, acreditamos estar visível que fluido -mesmo o
universal - não é Espírito nem princípio espiritual pois, em sua natureza, o Espírito é
"O princípio inteligente do Universo"18; e inteligência é atributo que o fluido não
possui, além do que "A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um
corpo pode viver sem a inteligência. Mas a inteligência só por meio dos órgãos
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
23
materiais pode manifestar-se. Necessário é que o Espírito se una à matéria
animalizada para intelectualizá-la"19. Assim nos dizem os Espíritos da Codificação.
Raciocinando com Kardec, o estado de eterização do fluido é considerado
como o estado primitivo, normal, enquanto que o de materialização resulta das
transformações daquele, ao ponto de se apresentar como matéria tangível nos seus
múltiplos aspectos. O ponto intermediário é o da transformação do fluido em
matéria tangível, sem que se verifique, todavia, transição brusca. A cada, um tipo de
fenômeno especial; ao segundo, os fenômenos do mundo visível; ao primeiro, do
invisível. Na eterização o fluido não é uniforme; suas modificações propiciam o
surgimento de fluidos distintos que, se para os homens são invisíveis, para os
Espíritos é como se materiais fossem, possibilitando, inclusive, a "manipulação" dos
mesmos por Espíritos esclarecidos. Mas, aí remata ele: "Ainda não conhecemos
senão as fronteiras do mundo invisível; o porvir, sem dúvida, nos reserva o
conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que se nos conserva
em mistério"20. Sem dúvida alguma as teorias quânticas e relativistas se encontram
entre ditas leis.
Uma observação, contudo, merece registro: Kardec faz referencia ao que
usualmente chamamos de fluido espiritual. Nos adverte ele, com justa razão, que
não se trata de uma qualificação exata pois os fluidos são sempre materiais,
entretanto, tal nomenclatura exprime e transmite a idéia de estarmos nos referindo
aos "fluidos utilizados pelos Espíritos, pelo que se torna pertinente o uso. Não
percamos tal observação para não cairmos em desentendimentos.
14.XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Fluido cósmico. In 'Evolução em Dois
Mundos", cap. 1, p. 19.
15.XAVIER, Francisco C&>dido e VIEIRA, Waldo. Co-criação em plano maior. In ~ em
Dois Mundos", cap. 1, p. 19.
16.XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Co-criacão em plano maior. In
"Evolução em Dois Mundos", cap. 1, p. 23.
17. KARDEC, Allan. Uranografia geral. In "A Gênese", cap. 6, item 17.
18.KARDEC, Allan. Espírito e Matéria. In "O Livro dos Espíritos", Parte 1:, cap. 2,
questão 23.
19.KARDEC, Allan. Inteligência e instinto. In "O Livro dos Espíritos", Parte 1'., cap.
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24
4, questão 71.
20.KARDEC, Allan. Os fluidos. In "A Gênese", cap. 14, item 6.
1.2.1-O Princípio e o Fluido Vital
É o próprio São Luiz21, respondendo a Kardec, quem nos orienta:
"22. Se bem compreendemos o que dissestes, o princípio vital reside no fluido
universal; dele o Espírito extrai o envoltório semimaterial que constitui o seu
perispírito e é por meio desse fluido que atua sobre a matéria inerte.
É isso mesmo?
"Sim; isto é, ele anima a matéria por uma espécie de vida fictícia; a matéria se
anima pela vida animal (...)".
Pelas colocações do sábio São Luiz, temos confirmado que a vida vem por ação
do princípio vital, o qual, por dedução direta, é um "campo". Sendo "princípio"
definido como "qualquer das causas naturais que concorrem pata que os corpos se
movam, operem e vivam"22, vemos que o princípio vital é o "toque mágico"
propiciador da vida, o "interruptor" vital que faz a interligação de um "campo"
específico chamado "fluido vital" com elemento(s) proveniente(s) de outro "campo"
(Principio Espiritual). Isto é interessante seja notado pois podemos ter, como temos,
fluidos vitais dispersos, latentes, acumulados mesmo, nos grandes campos do fluido
cósmico, sem que ali se dê a vida propriamente dita; é que aí ainda estaria faltando
a "combinação" ou "interação" desses dois campos entre si a qual só se dá ante a
propiciatura ativa do "princípio vital".
Eis Allan Kardec em "A Gênese"23 a respeito: "(...) Há na matéria orgânica um
princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser definido: o princípio vital.
Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto (...)" (grifos
originais). E mais adiante ele afirma: tal princípio é "(...) Um estado especial, uma
das modificações do fluido cósmico, pela qual este se torne princípio de vida (...)".
A vida, portanto, como "efeito" decorrente de um agente (princípio vital) sobre
a matéria (fluido cósmico), tem, por sustentação, a matéria e o princípio vital em
estado de interação ativa, de forma continua. Decorrente da mesma fonte original -
pois "reside" no "fluido magnético animal", que, por sua vez, não é outro senão o
fluido vital - tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio
espiritual.
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
25
Assim estabelecidos, tomemos o Espírito Emmanuel quando nos diz que a força
denominada princípio vital é a "(...) essência fundamental que regula a existência
das células vivas, e no qual elas se banham constantemente, encontrando assim a
sua necessária nutrição, força que se encontra esparsa por todos os escaninhos do
universo orgânico, combinada às substâncias minerais, azotadas e ternárias,
operando os atos nutritivos de todas as moléculas. O principio vital é o agente entre
o corpo espiritual, fonte da energia e da vontade, e a matéria passiva, inerente às
faculdades superiores do Espírito, que o adapta segundo as forças cósmicas que
constituem as leis físicas de cada plano de existência, proporcionando essa
adaptação às suas necessidades intrínsecas"24 (grifamos).
Acompanhemos agora a resposta dos Espíritos dada à seguinte questão:
"Que é feito da matéria e do princípio vital dos seres orgânicos, quando estes
morrem?"
"A matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vital
volta à massa donde saiu"25. Interessante resposta; enquanto a matéria bruta se
recomporá através de outros organismos, o princípio vital (matéria sutil) retornará à
sua "massa" original (fluido cósmico). O fluido vital, quando o organismo vive, está
ativado pelo princípio vital que dá àquele e a todas as suas partes "uma atividade
que as põe em comunicação entre si, nos casos de certas lesões, e normaliza as
funções momentaneamente perturbadas. Mas, quando os elementos essenciais ao
funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o
fluido vital se torna impotente pata lhes transmitir o movimento da vida, e o ser
morre.
"(...)A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos.
(...) Alguns há, que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto
outros o possuem em quantidade apenas suficiente.
"A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a
conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação das
substâncias que o contêm.
"O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro"26
Por força do que vimos dizendo, falar de princípio vital requer abordemos um
outro princípio: o espiritual, a fim de que não façamos confusão entre as duas
coisas. Para elucidar com segurança, busquemos a Codificação:
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
26
"5 - São a mesma coisa o principio espiritual e o principio vital?
"(...) Ora, desde que a matéria tem uma vitalidade independente do Espírito e
que o Espírito tem uma vitalidade independente da matéria, (.,.) essa dupla
vitalidade repousa em dois princípios diferentes.
"6 - Terá o princípio espiritual sua fonte de origem no elemento cósmico
universal? (...)
"Se fosse assim, o principio espiritual sofreria as vicissitudes da matéria; extinguir-
se-ia pela desagregação, como o princípio vital; (...)
"7 - Admitindo-se o ser espiritual e não podendo ele proceder da matéria, qual
a sua origem? (...)
"Aqui, falecem absolutamente os meios de investigação, como para tudo o que
diz respeito à origem das coisas (...)"27 (grifamos).
Com essas seguras respostas, os Espíritos nos informam que ainda não
chegamos ao nec plus ultra, ao nada mais além. No-los afirmam que muito haverá a
ser desvendado, investigado, descoberto, trabalhado. Norteiam nosso
entendimento sob vários aspectos, inclusive dando-nos uma pista que nos favorece
entendamos por que os materialistas se sentem com razão quando atribuem ávida
uma função meramente maquinal, material; mas não remontam à gênese.
Partindo daquelas explicações, onde o princípio vital tem um significado ímpar
perante a vida, mesmo sendo fruto do fluido cósmico e não do princípio espiritual,
fica fácil entendermos "a vida". Não poderíamos esperar que o Espírito agisse
independente da matéria, quando ele nela se encontra encarnado. Sendo a matéria
(corpo) o meio de expressão do Espírito, terá aquela, forçosamente, que fornecer as
condições requeridas para que este se manifeste, qualquer que seja o nível em que
isto se dê. Daí, inclusive, vermos tão profundas e estreitas ligações das
potencialidades orgânicas com as manifestações do Espírito. Mas, apesar disso, não
fica nenhuma dúvida quanto à dualidade do princípio criativo pois à essência
espiritual a matéria não pode negar existência (...)nem explicar jamais! E isso
aprendemos, de forma veemente, desde o tempo do Cristo:
"O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito"28.
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
27
Disso tudo, portanto, fica destacado que a Inteligência, o Espírito propriamente
dito, se origina de outro princípio que não é o fluido universal mas sim o Princípio
Espiritual (ou Princípio Inteligente Universal).
Neste ponto, podemos fazer uma síntese: (FIGURA 1)
DEUS: Pai e criador; "inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".
Dentre essas "todas as coisas" Ele criou:
O FLUIDO UNIVERSAL: "fonte" e princípio básico de todos os fluidos, o qual
derivou (e continua a gerar) um grande campo:
O FLUIDO CÓSMICO: primeira (e talvez única) e maior decorrência do fluido
universal, o qual, além de gerar todos os universos, macros e micros, tem dentro de
si mesmo um outro campo:
O FLUIDO VITAL: que é o responsável, quando "combinado" com o fluido
cósmico, ou com outras de suas derivações, através do agente chamado PRINCÍPIO
VITAL segundo padrões muito especiais, pela vida.
Voltando a DEUS, na outra grande vertente da Criação, surge:
PRINCÍPIO INTELIGENTE (UNIVERSAL): "fonte" do "elemento espiritual" que
virá a ser o Espírito Imortal; o "acionador" do P. V.
21.TEORIA DAS Manifestações Físicas - II. Revista Espírita", jun. 1858, p. 155.
22.AULETE, Caldas. "Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa", vol. 4, p.
4.078.
23.KARDEC, Allan. Gênese orgânica In "A Gênese", cap., 10, itens 16 e 17.
24. XAVIÊR, Francisco Cândido. O corpo espiritual. In "Emmanuel", cap. 24, item
"Através dos escaninhos do universo orgânico", p. 132.
25. KARDEC, Allan. A vida e a morte. XAVIER, Francisco Cândido. In "O Livro dos
Espíritos", Parte 1:, cap. 4. questão 70.
26. KARDEC, Allan. A vida e a morte. XAVIER, Francisco Cândido. In "O Livro dos
Espíritos", Parte 1:, cap. 4, questão 70.
27. KARDEC, Allan. Gênese espiritual. In "A Gênese", cap. 11, item Princípio
espiritual.
28. João, III, v. 6.
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28
1.3. - Conhecendo o Fluido
O fluido cósmico sofre, primordialmente no estado de eterização, inúmeras
modificações, podendo ou não deixar de ser etéreo, vindo a formar fluidos
diferentes. Não obstante a mesma origem, tais fluidos adquirem propriedades
especiais. Assim como, num processo chamado alotrópico, a combinação de dois
átomos de oxigênio é o que chamamos de oxigênio simples, enquanto a combinação
de três desses átomos faz com que se obtenha o ozônio, assimilamos a possibilidade
da autocombinação poder produzir um outro elemento de padrão diferente do
original sem, contudo, destruir-lhe ou negar-lhe a origem. O mesmo se dá, em
formas e condições bem diversas e mais ricas, com o fluido cósmico, que não apenas
se combina de maneira alotrópica mas por uma infinidade de meios, físicos,
psíquicos e químicos, que nem sequer vislumbramos a quantidade nem, muito
menos, o modus operandi.
"Sabemos que o fluido universal, ou fluido cósmico etéreo, representa o estado
mais simples da matéria; sua sutileza é tal que escapa a toda análise. E, entretanto,
desse fluido procedem, mediante condensações graduais, todos os corpos sólidos e
pesados que constituem a base da matéria terrestre"29. "O mundo dos fluidos, mais
que qualquer outro, está submetido às leis de atração. Pela vontade, atraímos
forças boas ou más, em harmonia com os nossos pensamentos e sentimentos".
Conhecendo essas informações, podemos assegurar que "A vontade de aliviar, de
curar, comunica ao fluido magnético propriedades curativas. O remédio para nossos
males está em nós"31. "O magnetismo, considerado em seu aspecto geral, é a
utilização, sob o nome de fluido, da força psíquica por aqueles que abundantemente
a possuem"32. (Citações de Léon Denis.)
Disso ressalta a precisão com que o fluido interfere em nossas vidas. Sua
condição de afinidade, seu atendimento pela vontade, sua harmonização com os
pensamentos e sentimentos, fornecem elementos básicos à nossa tarefa de cura,
tanto quanto ao alcance como à necessidade de nos posicionarmos moralmente
equilibrados para melhor podermos usufruir de suas virtudes.
29. DENIS, Léon. In "No Invisível", cap. 20, p. 280.
30. DENIS, Léon. In "No Invisível", cap. 15, p. 184.
31. DENIS, Léon. In "No Invisível", cap. 15, p. 181.
32. DENIS, Léon. In "No Invisível", cap. 15, p. 180.
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29
1.4 - Percepção - Assimilação
"Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos
de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria
tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal
ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia mediante comparações tão
imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer
idéia da teoria das cores.
"Mas, entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de
certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de comparação direta, seus
efeitos podem observar-se, como se observam os fluidos do ímã (..,)"33. (Kardec.)
Dessas palavras deduzimos que muito acerca de fluidos só poderemos alcançar
através da percepção sub-reptícia, quer tátil, quer intuitiva, ou então por dedução
lógica e filosófica; entretanto, fato é que eles existem e que sua teorização não se
estriba apenas em matéria impalpável tal qual eles, em sua maioria, o são. Seus
efeitos são sentidos, percebidos, medidos alguns e evidenciados sempre, seja pela
pujança do fato, seja pela dedução do mesmo, pelo que nos compete o estudo sério
e aprofundado.
O pensar34 metaboliza o fluido cósmico, plasmando as imagens geradas pela
mente, sendo, por isso mesmo, uma força criadora. O fluido vital não é mero
produto mental, pois, se assim o fosse, as plantas e os animais não o possuiriam,
posto que, não pensam.
Mas, isso não diz que esse fluido não seja afetado pelo impulso mental; é, e
não é pouco! Pela maleabilidade e impressionabilidade dos fluidos, nosso vetor
moralidade exerce forte ponderação nos destinos que lhes são decorrentes. Isto
podemos confirmar numa colocação do Espírito Aulus quando explanava sobre o
sistema de defesa espiritual de um médium moralmente equilibrado: "Quanto aos
fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente
ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. (...). Os raios luminosos da mente
orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de descargas
elétricas"35. Esta colocação, inclusive, responde às duvidas muito comuns sobre o
destino dos fluidos que são dispersados por ocasião dos passes. Notemos que a
moralidade elevada exerce verdadeira desintegração sobre os fluidos nocivos, não
alcançando estes, portanto, aquele que se exercita nas práticas morais do Evangelho
de Jesus, inclusive através do passe.
GRUPO DE ESTUDOS ESPIRITAS “LIRIO BRANCO”
30
Concluímos, portanto, que podemos perceber os fluidos através de nosso
próprio referencial; nosso ambiente mental definirá a camada fluídica que nos
rodeia e que de nós emana, em favor ou contra o próximo. Como o fluido se
comporta segundo a lei de afinidade, fácil percebermos tanto o ambiente fluídico
que nos envolve como nos é favorecida sua assimilação, segundo idênticos critérios.
33.KARDEC, Allan. Os fluidos. IR "A Gênese", cap. 14, item 4.
34.Pensar (atributo do Espírito), como verbo, traduz ação. Pensamento, substantivo,
produto do pensar. Neste sentido é que estamos usando os termos.
35.XAVIER, Francisco Cândido. Psicofonia sonanbúlica. IR "Nos Domínios da
Mediunidade", cap. 8, p. 49.
33.KARDEC, Allan. Os fluidos. In "A Gênese", cap. 14, item 4.
34.Pensar (atributo do Espírito), como verbo, traduz ação. Pensamento, substantivo,
produto do pensar. Neste sentido ~ que estamos usando os termos.
35.XAYIER, Francisco Cândido. psicofonia sonambúlica. Ia "Nos Domínios da
Mediunidade", cap. 8, p. 49.
1.5 - Propriedades Físicas
Retomando a "A Gênese", de Allan Kardec, ficamos sabendo que os Espíritos
atuam sobre os fluidos espirituais, que são os fluidos etéreos, não manipulando-os
como os homens manipulam os gases, mas empregando, sobremaneira, o
pensamento e a vontade. Por estes, e aqui relembramos a plasticidade dos fluidos
etéreos, imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, aglomerando-os,
combinando-os, dispersando-os, organizando com eles conjuntos que constituem
uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as
propriedades, como um químico muda a dos gases e de outros corpos e substâncias,
fazendo-os agirem e interagirem segundo certas leis.
Os fluidos não possuem qualidades "sui-generis"; as adquirem no meio onde se
elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio. Portanto, dizendo-se que tal
fluido é bom ou mal, nos referimos ao "produto final" e não a sua generalidade. O
fluido cósmico é puro e suas derivações são produto das "manipulações", em níveis
e padrões variados ao infinito. Os fluidos derivados são mais ou menos úteis, para
tais ou quais casos, sendo excelentes para certos usos e sofríveis para outros. O uso
e a assimilação que se tenha dos fluidos é que também podem repercutir. Podemos
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ter um fluido "fino", bastante rarefeito, proveniente de uma fonte "elevada", mas
que, para determinado tratamento, seria preferível um fluido mais material, mais
denso, pelo que aquele se tornaria menos eficiente que este. De outra forma,
seríamos levados a crer que os fluidos teriam personalidades próprias; não as tem,
são fluidos, são matéria. Suas qualidades são produtos das "manipulações" mentais,
psíquicas, espirituais, ainda que com profundas repercussões físicas.
Do ponto de vista moral, os fluidos trarão impressos em si mesmos, pelas
vibrações especiais que se lhes agregam, o cunho dos sentimentos de ódio, inveja,
ciúme, orgulho, egoísmo, violência, hipocrisia, bondade, benevolência, amor,
caridade, humildade, doçura, afeto e carinho, com que venham a ser laborados.
No caso do fluido magnético, conforme nos assevera Michaelus, sabemos que
ele, "Por si só, não apresenta nenhuma propriedade terapêutica, mas age
principalmente como elemento de equilíbrio. De sorte que o desequilíbrio (...) dos
fluidos magnéticos que envolvem todos os órgãos do corpo humano acarreta a
desordem nas funções desses órgãos e, daí, a caracterização do que chamamos
doença. Todas as vezes, portanto, que se rompe o equilíbrio, quer por excessiva
condensação ou concentração, quer por excessiva dispersão de fluidos, cumpre
restabelecê-lo e, daí, a cura"36.
Com esta colocação Michaelus desmistifica o fluído, mesmo o magnético. Sua
propriedade básica no fenômeno das curas é o do restabelecimento do equilíbrio
fluídico, através da mudança fluídica que está a gerar o fator doença.
1.6 - Os Fluidos no Magnetismo
Vamos, sucintamente, registrar as observações feitas por Michaelus, a partir de
diversos magnetizadores (Deleuze, Aubin Gauthier, Du Potet e Ed. Bertholet, entre
outros), e que importam ao magnetismo. Para não nos estendermos
demasiadamente, aditaremos alguns breves comentários, colocando-os entre
parênteses.
"1. - O fluido magnético, que se nos escapa continuamente, forma em torno do
nosso corpo uma atmosfera. Não sendo impulsionado pela nossa vontade, não age
sensivelmente sobre os indivíduos que nos cercam (...) (Observemos como a
vontade tem um valor preponderante nas chamadas fluidificações ou influências
fluídicas. Por outro lado, como toda regra tem exceção - diz a regra -, casos há em
que pela excessiva sensibilidade alguém pode sentir e registrar as emanações
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fluídicas de uma outra pessoa, sem que seja necessariamente acionado o dispositivo
da vontade do emissor; são os sensitivos em ação.)
"2. - O fluido penetra todos os corpos animados e inanimados.
"3. - O fluido possui um odor, que varia segundo o estado de saúde física do
indivíduo, dos seus dotes morais e espirituais, e do seu grau de evolução e pureza.
(...) O odor e a coloração do fluido estão na razão direta do estado de evolução da
alma ou do Espírito (...) (Portanto, nada de se pensar que apenas as condições físicas
interessam à economia fluídica do indivíduo.)
"4. - O fluido é visto pelos sonâmbulos como um vapor luminoso, mais ou menos
brilhante (...) (Regra geral mas não única.)
"Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus
fluidos (...)
"5. - O fluido magnético não é o fluido elétrico (...)
"6. - O fluido se propaga a grandes distâncias, o que depende, entretanto, da
qualidade e da força do magnetizador, e igualmente da maior ou menor
sensibilidade magnética do paciente. (Por "força do magnetizador" entenda-se
"força fluídica" e não física.)
"7. - O fluido está também sujeito às leis de atração, repulsão e afinidade (...) (Isto
explica muitos problemas verificados nas aplicações de passes e nas fluidoterapias
em geral.)
"8. - Precisamente porque o fluido varia de indivíduo a indivíduo, é de notar-se que
certos magnetizadores têm mais facilidade em curar determinadas moléstias do que
outras. (...) Convém não esquecer que, além do fluido propriamente humano, outros
fluidos, dotados de diferentes propriedades, que ainda não conhecemos, poderão
intervir na ação magnética (...) (Parece que os magnetizadores queriam falar na ação
dos Espíritos. Constatamos que certos médiuns não têm grande força ou impulsão
magnética de per si, mas, passam a produzir com fartura quando submetidos à
assistência Espiritual evocada e consentida, confirmando como a ação da parte dos
Espíritos não só é de grande proveito, mas, diríamos, indispensável.)
"9. - O estado atmosférico pode de certo modo aumentar ou diminuir a intensidade
do fluido e, portanto, a eficácia da magnetização (...) (Esta observação não faz muito
sentido por dois motivos: quando lidamos com fluidos espirituais, estes não se
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comportam exatamente como os magnéticos, nem quando aplicados em sua forma
mista; por outro lado, magnetizadores contemporâneos comprovaram que tais
estados atmosféricos não influem no magnetismo animal, como o evidencia a ação
da fluidoterapia a distância.)
"10. - A quantidade de fluido não é igual em todos os seres orgânicos, variando
segundo as espécies, e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos
de uma espécie (...)
"11. - São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de
acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento
prolongado; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. (...) Os fluidos que
emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.
"12. - A ligação entre o fluido magnético e os corpos que o recebem é tão íntima que
nenhuma força física ou química pode destruí-lo. Os reativos químicos e o fogo
nenhum efeito têm sobre ele (...) (Mas o efeito da moralidade ou da falta dela são
incontestáveis.)
"Donde se conclui que há muito pouca analogia entre os fluidos imponderáveis que
os físicos conhecem e o fluido magnético.
"13. - Por último, não é demais repetir que o magnetismo ensaia os seus primeiros
passos e que muito pouco sabemos sobre o seu principal veículo do fluido, e que só
o estudo e a experimentação poderão um dia descortinar o vasto e ilimitado
caminho a percorrer"37. (Esta é a parte mais óbvia disso tudo, mas, infelizmente,
poucos têm dado a atenção que é devida a tão fascinante estudo.)
Ao final, queremos ressalvar que nem tudo o que é bom e certo para o Magnetismo,
como Ciência, o é igualmente para os passes, como prática espírita, pelo que vale
termos em mente o cuidado para não tomarmos a especificidade daquele pelo geral
das Leis deste, ou a generalidade do Magnetismo pelas particularidades do passe
Espírita.
36. MICHAELUS. 1. "Magnetismo Espiritual", cap. 10, p. 80.
37. MICHAELUS. IR "Magnetismo Espiritual", cap. 6, pp. 46 a 50.
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4 – Os Centros Vitais
Duplo etérico
Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, constituindo-se “tecidos de forças" (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos) Todos os seres vivos se revestem de um “halo energético” que lhes correspondem à natureza.
No homem essa projeção surge enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que modelam, em derredor da personalidade, o conhecido “corpo vital ou duplo etérico”. (André Luiz – Evolução em dois mundos)
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Projeção do duplo etérico
O duplo etérico é um corpo fluídico, que se apresenta como uma duplicata energética do indivíduo, interpenetrando o seu corpo físico, ao mesmo tempo em que parece dele emergir. O duplo etérico emite uma emanação energética que se apresenta em forma de raias ou estrias que partem de toda a sua superfície. Ao conjunto dessas raias é que, geralmente, se denomina “aura interna”.
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O duplo etérico é a parte do períspirito mais grosseira e próxima do corpo. Reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou perdidas. Com a desencarnação, essa estrutura se desintegra com a própria organização física. (Jorge Andréa - Psicologia Espírita Vol II )
Duplo etérico Raias do duplo etérico
ou aura interna
Aura = Aura interna + aura
externa
Aura externa
Corpo físico
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ESPIRITO + CORPO FÍSICO = ESPIRITO Períspirito Duplo Etérico Encarnado
Espírito desencarnado
ESPIRITO = CORPO FÍSICO - ESPIRITO Perispirito Duplo Etérico Encarnado
Espírito encarnado
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Os nossos pensamentos que são produtos do espírito, interagem com o envoltório fluídico que nos cerca, produzido principalmente pelas emanações do duplo etérico. Assim são plasmadas as formas-pensamento, que adquirem uma espécie de “vida” própria. Essas formas-pensamento – nossas criações mentais – são verdadeiros “pacotes fluídicos” que, a partir do momento em que se exteriorizam para o ambiente, ficam ao sabor das forças de atração e repulsão que regem os deslocamentos dos fluidos.
5 – O Passe
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Sempre que, através dos nossos pensamentos e sentimentos, entramos em
ressonância vibratória com um destes “pacotes”, ele é imediatamente atraído e, ao
atingir-nos, será parcialmente, ou totalmente, assimilado pelo nosso organismo,
produzindo, em nós, efeitos de conformidade com suas características vibratórias
específicas: os bons causando bem-estar, os maus induzindo toda sorte de
desequilíbrios.
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Os Centros Vitais
Na superfície do “Duplo Etérico” podem ser observadas certas regiões características bem singulares. Elas são geralmente descritas como tendo a aparência de redemoinhos. São os chamados “Centros Vitais”. Seus diâmetros variam de caso a caso, mas de um modo geral medem de um a cinco centímetros. Apresentam, em sua superfície, altos e baixos, como uma onda. Lembram uma flor, sendo que o número de “pétalas” parece ser uma característica de cada centro.
Centros vitais – Localizações e representações
Corpo físico
Genésico Gástrico Esplênico Cardíaco Laríngeo Frontal Coronário
Duplo etérico
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Os Centros Vitais - Vista de perfil
Existem, também, no períspirito, estruturas semelhantes às do “Duplo Etérico”. Entre cada centro do duplo etérico e o seu correspondente no períspirito observa-se a existência de laços fluido-magnéticos permanentes que os interligam e que só se desligam com a morte do corpo físico. São esses laços que, juntos, formam o geralmente denominado cordão fluídico ou cordão prateado. O cordão fluídico é o elo entre o corpo físico e o períspirito.
Coronário
Frontal
Laríngeo
Cardíaco
Esplênico
Gástrico
Genésico
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Centros Vitais
Espírito + Perispírito Corpo físico + Duplo etérico
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Cordão fluídico ou cordão prateado
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É importante observar que existem, no corpo físico, plexos nervosos importantes nas regiões correspondentes aos centros vitais, exceção feita ao centro coronário e ao centro frontal.
Para o aplicador de passes é muito importante ter sempre em mente que os centros vitais captam energias, transferindo-as ao corpo físico e também que todos eles encontram-se em constante permuta energética entre si, fazendo com que qualquer desequilíbrio em um deles reflita-se automaticamente em todo o conjunto e, por consequência, em todo o corpo físico.
Frontal Frontal
Laríngeo
Cardíaco
Esplênico
Gástrico
Genésico
Centros vitais Plexos
Laríngeo
Cardíaco
Esplênico
Gástrico
Genésico
Coronário Coronário
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Energias
Coronário
Frontal
Laríngeo
Cardíaco
Esplênico
Gástrico
Genésico
Centros vitais
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Centro Coronário
Localizado na parte superior da cabeça, mantendo relacionamento com os órgãos situados no interior do crânio, principalmente a epífise. Constitui-se no principal ponto de assimilação dos estímulos provenientes do plano espiritual. Ele coordena os funcionamentos dos demais centros e torna-se assim responsável pela estabilidade de todo o metabolismo orgânico, sendo ainda o mais significativo dos pontos de conexão entre o corpo físico e o períspirito.
Sintomas de bloqueio do chakra coronário
a) Medo da morte e tentativa de provar que é insubstituível;
b) Fuga através de hiperatividade;
c) Geralmente atrai doenças para frear a hiperatividade a fim de poder olhar para si
mesmo do ponto de vista espiritual.
Centro Frontal
Localizado na região situada entre as sobrancelhas, atua sobre o córtex cerebral, com ação predominante sobre o funcionamento global do sistema nervoso. Exerce forte ação sobre a hipófise, controlando, por esse meio, todo o sistema endócrino. Está ligado às atividades intelectuais e à vidência mediúnica.
Sintomas de bloqueio do chakra frontal
a) Dificuldade de raciocínio, dificuldade para pensar com clareza
b) Problemas físicos relacionados com o rosto, olhos, ouvidos, nariz e cavidades
adjacentes;
c) Problemas físicos relacionados ao cerebelo e ao sistema nervoso central;
d) Rigidez mental;
e) Vida limitada a desejos materiais e necessidades físicas;
f) Aversão à espiritualidade;
g) Falha de memória;
h) Confusão mental.
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Sintomas de hiperfuncionamento do chakra frontal
a) Dores de cabeça;
b) Vive em função do intelecto (geralmente muito desenvolvido) e da razão;
c) Arrogância intelectual;
d) Entende a espiritualidade como contrária à ciência;
e) Tentativa de controle das pessoas pelo poder mental;
f) Problemas físicos relacionados com o rosto, olhos, ouvidos, nariz e cavidades
adjacentes;
g) Problemas físicos relacionados ao cerebelo e ao sistema nervoso central;
Centro laríngeo
Localizado na região anterior do pescoço é ele que exerce controle sobre a respiração e fonação, estando também ligado ao mecanismo da audição. É um centro muito importante, pois a materialização das ideias através da palavra reforça, em muito, a precisão das formas que estão sendo plasmadas por ação do pensamento. Também tem ligações com a audição mediúnica.
Sintomas de bloqueio do chakra laríngeo
a) “garganta apertada”, “nó na garganta”, gagueira;
b) Problemas físicos relacionados à garganta, nuca, queixo, ouvidos;
c) Problemas físicos relacionados à voz, traqueia, região pulmonar, esôfago e braços.
d) Linguajar chulo;
e) Excesso de racionalismo e objetividade (frieza ao falar);
f) Tendência a falar alto;
g) Utilização da linguagem para controlar as pessoas;
h) Dificuldade de se mostrar;
i) Timidez, superficialidade;
j) Medo da opinião alheia;
k) Rigidez;
l) Dificuldade para saber o que quer;
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Sintomas de hiperfuncionamento do chakra laríngeo
a) Tentativa de controle através da palavra e da argumentação;
b) Linguajar chulo;
c) Excesso de racionalismo e objetividade (frieza ao falar);
d) Tendência a falar alto;
e) Utilização da linguagem para controlar as pessoas;
f) Culpa e medo;
g) Utilização da intelectualização como mecanismo de defesa;
h) Ações imponderadas.
Centro cardíaco
Localizado na região do coração, dirige a emotividade e a distribuição das energias vitalizantes no organismo. Em virtude das tensões características do mundo moderno, e da dificuldade que ainda temos em controlar as nossas emoções, é hoje um dos centros que, no adulto, comumente apresenta desequilíbrios.
Sintomas de bloqueio do chakra cardíaco
a) Problemas relacionados com o coração, com a parte superior das costas, com o
peito e a cavidade torácica, pulmões, pele, sangue e circulação sanguínea;
b) Vulnerabilidade e dependência emocional;
c) Hipersensibilidade;
d) Dificuldade para lidar com frustrações;
e) Dificuldade excessiva de lidar com rejeições;
f) Comportamento agradador;
g) Dificuldade de estabelecer intimidade;
h) Frieza, indiferença;
i) Brutalidade;
j) Depressão.
Sintomas de hiperfuncionamento do chakra cardíaco
a) Dedicação com expectativa de ganho (geralmente psicológico);
b) Desilusão constante (em decorrência do sintoma descrito em “b”);
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c) Tentativa de passar a imagem de alguém forte e que não precisa de amor e
cuidados para ocultar a própria fraqueza e o medo de ser rejeitado;
d) Problemas relacionados com o coração, com a parte superior das costas, com o
peito e a cavidade torácica, pulmões, pele, sangue e circulação sanguínea;
Centro esplênico
Localizado na região anterior esquerda do organismo, onde se localiza a última costela, ele controla o equilíbrio hemático, sendo o principal elemento de captação das energias do plano espiritual, principalmente do fluido cósmico universal, daí sua grande influência sobre a vitalidade do indivíduo.
Sua cor, o Laranja, atua diretamente no baço, rins, fígado, pâncreas e suprarrenais, é importantíssimo para a secreção das glândulas e órgãos endócrinos. Responsável pela vitalidade dos nervos. Através desse Chakra, tratam-se, as doenças da bexiga, a menstruação, as cólicas, colite, febre, diarreia, anemia, diabete, câncer, etc.
Sua energia flui pelo revestimento medular dos nervos (não pelas fibras) e é distribuída para todas as partes do corpo. O excesso de energia absorvida pelo Esplênico, que não for usada pelo organismo, é expelido pelos poros em forma de emanação energética. Quanto maior sua absorção, mais poderoso o magnetismo pessoal, muito utilizado nos trabalhos de cura.
Os bloqueios desse Chakra são geralmente causados por problemas emocionais, dificuldade em dar e receber e intensidade de prazer ou dor, manifestando histeria e vícios; excesso de preocupação com o futuro, com o bem-estar dos outros e com a preservação. Medos e ressentimentos sobre o sexo, causando experiências sexuais traumáticas ou dificuldades no parto. Pode ocorrer uma falta generalizada de vitalidade, perda de juventude e diminuição do magnetismo pessoal.
O desequilíbrio do Chakra Esplênico afeta o sistema digestivo inferior, podendo causar alterações das substâncias químicas nos intestinos e no estômago, causando úlcera e até câncer. As glândulas de secreção interna (ovários, testículos, pâncreas, rins, tireóides e pituitária), deixam de expelir sua secreção para a corrente sanguínea, causando disfunção orgânica e doença.
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Centro gástrico
Também conhecido como solar, está localizado um pouco acima do umbigo. Age fundamentalmente sobre os órgãos da digestão e apresenta, também, certa ligação com o estado emocional do indivíduo.
Sintomas de bloqueio do chacra gástrico
a) Falta de energia, nervosismo;
b) Problemas físicos relacionados com a parte inferior das costas, com a cavidade
abdominal, pâncreas, sistema digestivo, estômago, fígado, baço, vesícula biliar e
sistema nervoso vegetativo;
c) Abatimento, desânimo;
d) Vê obstáculos em tudo;
e) Paranoia;
f) Descontrole;
g) Distração;
h) Tendência à fuga de novos desafios.
Sintomas de hiperfuncionamento do chakra gástrico
a) Problemas físicos relacionados com a parte inferior das costas, com a cavidade
abdominal, pâncreas, sistema digestivo, estômago, fígado, baço, vesícula biliar e
sistema nervoso vegetativo;
b) Tentativa de controle de pessoas e situações;
c) Insatisfação, vazio;
d) Ausência de serenidade interior;
e) Irritabilidade.
Centro genésico
Também conhecido como sagrado, está localizado na região do baixo ventre. Suas energias agem sobre os órgãos ligados à reprodução, às atividades sexuais e ainda sobre os estímulos referentes ao trabalho intelectual.
Sintomas de bloqueio do chakra genésico
a) Bloqueio de sentimentos em situações de grande tensão;
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b) Bloqueio da energia sexual (criativa);
c) Autodesvalorização;
d) Problemas físicos na área dos quadris, nos órgãos sexuais, rins, bexiga
e) Problemas relacionados com urina, sangue, linfa, sucos digestivos e esperma.
Sintomas de hiperfuncionamento do chakra genésico
a) Uso da sexualidade como uma droga que vicia (compulsão sexual);
b) Desvio (desperdício) da energia criativa;
c) Incertezas e tensões em relação ao sexo oposto (ciúmes);
d) Sensualidade grosseira.
e) Emoções descontroladas, reações exageradas;
f) Problemas físicos na área dos quadris, nos órgãos sexuais, rins, bexiga
g) Problemas relacionados com urina, sangue, linfa, sucos digestivos e esperma.
Chacra Básico, fundamental, Raiz, Kundalíneo ou Basal –
Localiza-se na base da coluna vertebral, junto ao plexo sagrado;
Sintomas de bloqueio do chakra raiz
a) Diarreia;
b) problemas relacionados com as partes duras do corpo (ossos, dentes, coluna
vertebral);
c) desequilíbrios relacionados com os intestinos, com a próstata, com o sangue, com
o ânus e com o reto.
d) Pouca resistência física e psíquica;
e) Preocupação excessiva;
f) Insegurança;
g) Dificuldade para lidar com as exigências da vida;
h) Anseio constante por uma vida mais agradável e menos exigente.
i) Utilização constante de mecanismos de defesa (negação, minimização,
racionalização etc)
Com o desenvolvimento unilateral dos chakras superiores, pode ocorrer uma
sensação de não pertencer a esse mundo. Se o chakra umbilical também estiver
bloqueado, pode desencadear uma tendência a fugir dos problemas e não enfrenta-
los.
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Sintomas de hiperfuncionamento do chacra raiz
a) Irritabilidade e agressividade;
b) Pensamentos centrados em bens materiais, segurança, prazeres dos sentidos;
c) Inconsequência;
d) Isolamento;
e) Apego excessivo;
f) Prisão de ventre;
g) Obesidade;
h) Ambição desmedida;
i) Acessos de fúria;
j) Imposição de ideias e desejos.
k) Utilização constante de mecanismos de defesa (negação, minimização,
racionalização etc)
Enfermos e enfermidades
Iremos investigar as causas fundamentais que dão origem às enfermidades do corpo e da mente e que são a fonte principal dos nossos sofrimentos e pesares.
O aplicador de passes responsável que tem como objetivo maior ajudar a restaurar o equilíbrio orgânico do paciente, deve dedicar-se ao estudo das situações que conduzem e influenciam tais desequilíbrios.
Bezerra de Menezes, no livro “Grilhões partidos”, revela-nos que “toda enfermidade, resguardada em qualquer nomenclatura, sempre resulta das conquistas negativas do passado espiritual de cada um.
De conformidade com suas origens, as enfermidades humanas podem ser classificadas em três grandes grupos que são:
Patologias fluídico-ambientais;
Patologias obsessivas;
Patologias cármicas.
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Patologias fluídico-ambientais
Vivemos envoltos em emanações das mais variadas espécies e no nosso planeta predominam ainda os fluidos de qualidade inferior.
Em decorrência da absorção de fluidos deletérios ambientais é que, na grande maioria das vezes, desfaz-se a harmonia funcional relativa em que se mantém o nosso organismo, fenômeno que se exterioriza, geralmente, sob a forma de uma enfermidade qualquer. Quando isso ocorre estamos diante de um exemplo típico do a que chamamos “patologia fluídico-ambiental”.
A forma mais adequada de evitarmos problemas de ordem fluídica é procurarmos manter um padrão vibratório elevado, cultivando bons pensamentos. Assim procedendo, estaremos criando defesas contra patologias de origem ambiental.
Evitar ambientes fluidicamente poluídos é uma recomendação que se aplica a todos e principalmente aos aplicadores de passes, principalmente nos dias de trabalho assistencial.
Se deixarmos cair nosso padrão vibratório, captando fluidos indesejáveis, devemos recorrer aos mecanismos de limpeza fluídica ao nosso alcance, ou seja, o passe (autopasse) e a prece.
Patologias obsessivas
No decorrer das nossas reencarnações temos prejudicado vários companheiros de jornada, transformando-os em vítimas ou comparsas devido as nossas más ações e pensamentos. Após a morte do corpo físico, muitos desses companheiros, cheios de sentimentos de rancor, ódio e vingança, procuram o revide e, quando conseguem nos encontrar se transformam em “obsessores cármicos”.
Existem também os casos de “obsessão por afinidade”. Esta é a situação em que um espírito desencarnado, normalmente ainda muito ligado às coisas materiais, identifica em um encarnado inclinações e sentimentos semelhantes aos seus e se elege nosso companheiro.
Observam-se casos em que o espírito obsessor ignora completamente a sua própria condição de desencarnado. Não raro, apresenta ainda todas as sensações que experimentava por ocasião da morte física e, por isso mesmo ao se aproximar de um encarnado, transmiti-lhe os sintomas da enfermidade ou acidente que
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causou sua morte. É comum que o desequilíbrio se estenda a outras pessoas que convivam com ele.
Além dos prejuízos que a proximidade continuada de um espírito desencarnado pode causar, temos ainda um fator agravante, as emanações fluídicas de ódio, vingança, etc., emitidas pelo obsessor.
Nos processos obsessivos, o passe é um mecanismo de rearmonização de valor inestimável, embora sempre como terapia de natureza complementar.
Patologias cármicas
Nas encarnações passadas e na atual temos utilizado nosso organismo de maneira imprópria, comprometendo o seu delicado equilíbrio funcional, chegando, muitas vezes, a provocar redução do tempo de permanência no plano físico.
É o caso do uso do álcool, do fumo, das drogas, dos excessos alimentares, etc. Em outras ocasiões o problema está vinculado a aspectos puramente comportamentais, como usamos nossas potencialidades e como tiramos proveito da posição ocupada na sociedade.
De um modo simplificado, os mecanismos de ação da “lei de causa e efeito”, podem ser expostos das seguintes formas:
Se o erro cometido tem sua causa ligada aos aspectos funcionais do organismo - suicídio, bebida, drogas, etc. – o efeito corretivo desencadeia-se de imediato, podendo ter continuidade após o desencarne, em razão de que lesionando-se o corpo físico, lesiona-se o corpo espiritual ( Perispírito ).
Se o erro cometido tem sua causa ligada aos aspectos morais o mecanismo corretivo é diferente, e nem sempre se inicia de imediato. Em tais casos o resgate cármico é desencadeado a partir da percepção do erro cometido, estando relacionado com sua capacidade de compreender as leis universais, isto é, sua evolução moral.
Em termos de assistência fluídica, para casos de enfermidade orgânica de origem cármica, tudo o que se pode fazer é aliviar suas manifestações.
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Glossário:
Córtex cerebral - Designação atribuída à região mais superficial do cérebro,
conhecida também por massa cinzenta, onde se encontram os corpos celulares
dos neurônios, que formam o tecido nervoso central;
Deletério - Nocivo à saúde; prejudicial; venenoso;
Epífise ( Pineal ) - Glândula de secreção interna.
Esplênico - Relativo ao baço.
Halo - Círculo luminoso que se observa em volta de seres e objetos; auréola;
Hipófie ( Pituitária ) - Glândula endócrina situada na base do crânio
Patologia - Estudo das doenças, seus sintomas e natureza das modificações
que elas provocam no organismo.
Timo - Glândula de secreção interna, situada na base do pescoço, ficando a sua
maior parte atrás da parte superior do esterno, e que se desenvolve entre o
nascimento e a puberdade, diminuindo depois muito gradualmente.
Tireóide - Glândula de secreção interna, situada na parte anterior-superior da
laringe; cartilagem que, à frente, protege a laringe
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Há no organismo algumas glândulas das quais a função é essencial para a vida. São conhecidas pelo nome de "glândulas endócrinas" ou de secreção interna, porque as substâncias por elas elaboradas passam diretamente para o sangue. Estas glândulas não têm, portanto, um duto excretor, mas são os próprios vasos sanguíneos que, capilarizando-se nelas, recolhem as secreções. As glândulas de secreção interna ou endócrinas distinguem-se, assim, nitidamente, das glândulas de secreção externa, ditas exócrinas; estas últimas são, na verdade, dotadas de um ducto excretor e compreendem as glândulas do aparelho digestivo, como as glândulas salivares.
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5 – O PASSE
Para você que vai receber o Passe Esta casa lhe dá boas vindas, em nome do amor de Cristo. Para que você encontre no passe a bênção que verdadeiramente procura, permita que antes conversemos um pouco a respeito.
Você sabe o que é o Passe? O passe é uma transfusão de energias físicas e espirituais. Foi Jesus quem nos ensinou a impor as mãos sobre os enfermos e necessitados e a orar por eles, para serem beneficiados e é o que vamos fazer por você agora. E os amigos espirituais, em nome de Jesus, auxiliarão você.
Prepare-se para receber o Passe - Coloque-se bem à vontade na cadeira, - Não cruze braços nem pernas, - Apoie as mãos nos joelhos. Assim, o corpo fica melhor acomodado e a circulação sanguínea livre e perfeita. - Respire duas ou três vezes, calma e profundamente. . .
A Fé é necessária Para atrair e reter as forcas espirituais que vão ser derramadas sobre nós, cada um precisa estar interessado, de boa vontade e confiante. Quem não se colocar nesse estado de ânimo favorável, dificilmente conseguirá a bênção que procura, porque a incredulidade é uma barreira à atuação dos Espíritos em nosso favor. Jesus sempre dizia quando alguém, através Dele conseguia uma bênção "Vai, a tua fé te salvou". De fato, a misericórdia divina está sempre pronta a nos ajudar, dependendo de nossa fé.
Merecimento também é necessário Porque o resultado será também de acordo com o nosso merecimento, ou a necessidade de cada um. Se o nosso carma permitir, recebermos a bênção total, a cura, a solução do problema. Se isso não for do nosso merecimento, ainda assim, através do passe, recebemos alívio, melhora e forças para suportar nossas provações.
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Atitude para com o passista Não converse com o passista durante o passe, o silêncio é importante para a concentração. Todos os passistas estão bem assistidos espiritualmente, por isso tanto faz tomar passe com este ou aquele. Os passistas são apenas instrumentos nas mãos da espiritualidade.
O que você pode sentir durante o Passe Durante o passe geralmente você sentirá bem estar, alívio e sensação de frescor e de vigor, mas há quem sinta calor, frio, formigamento, transpiração excessiva, palpitação, tontura... Neste caso não fique aflito, tudo isso é passageiro e, terminando o passe voltará à normalidade. É que os fluídos estão sendo ativados, renovados e você sente os reflexos dessa modificação. Fique calmo que tudo se normaliza de novo. Também não é hora de você receber espíritos, não é o momento para comunicações. Se você é médium, procure controlar sua mediunidade.
Ao final do Passe Agradeça a Deus pelos benefícios recebidos. O passe é uma doação de energia. Alguém teve de ceder alguma coisa de si mesmo para que você recebesse. Esse recurso divino não pode ser usado sem necessidade, portanto volte para o passe quando lhe for indicado, sempre que precisar. Mas lembre-se de que o remédio deve ser tomado na dose certa e enquanto precisamos dele. Quando estivermos recuperados, não ha mais necessidade do passe. Se você esta em tratamento médico não deixe de tomar os remédios que o médico lhe receitou, porque a assistência espiritual não dispensa o tratamento médico convencional.
TIPOS DE PASSES
Passe de Harmonização – destinado aos assistidos, nos trabalhos de cura,
e aos assistentes, como preparação aos trabalhos. (Quando adentramos a casa antes da Palestra). Fazer uma limpeza fluídica e psíquica, através da congestão (mistura), dispersão de fluidos deletérios, com posterior doação de fluidos benéficos. É considerado, também, como um passe calmante, de reequilíbrio e harmonização dos Centros de Forças e Aura.
CM – (Corrente Médica) Indicado para doenças materiais, como as
próprias da idade, epidêmicas, de poluição ambiental ou climática, por desnutrição, hereditária ou as causadas por acidentes.
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Desobsessão – indicado nas perturbações espirituais, tais como as decorrentes
de infestação de ambiente, chamamentos familiares, encarnações completivas e razões cármicas.
P1 – destinado à assistência a perturbações de ordem material. Atender os casos
simples de comprometimento físico psíquico, isto é, problemas espirituais surgidos no períspirito e que começam a atingir o corpo. Mais especificamente dizemos que com o P1 procuramos o reequilíbrio do físico, através da doação de fluidos magnéticos humanos.
P2 – para as perturbações espirituais e desequilíbrios psíquicos. Atende as mesmas
necessidades do P1, equilibra o períspirito, dando fluidos mais sutis, e equilibrar a mediunidade.
CH – doutrinação mais intensa de espíritos perturbadores, através de vibrações
que agem como um jato de luz nos corações dos mesmos. Objetivo: cortar atuação de espíritos, menos esclarecidos, no coronário (campo mental) do assistido casos em que o assistido encontra-se com problemas de obsessão simples, ou seja, aquelas onde não são necessárias doutrinações pelo encarnado. Com esse passe envolvemos encarnado e desencarnado em fluídos amorosos e salutares, neutralizamos os sentimentos negativos que envolvem a ambos, eliminando os fluidos ruins (ansiedade, sofrimentos angustias, dores).
Passe Gestante - Objetivo: destinado as gestantes com as mesmas finalidades
do PE (Passe Espiritual), além de envolver o bebê em muito amor.
Passe P4 (Criança) - Tem como finalidade a dispersão de fluidos deletérios, a
limpeza dos mesmos com posterior devoção de fluidos sadios e equilibrantes. Serve
também para equilibrar os centros de forças coronário e gástrico para o controle
mediúnico.
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PARTICIPANTES DO GRUPO “SAMARITANOS”
Dirigente
Vera Lucia Previatti
Alberto Benevides Alberto Cabelleira Filho
Carlos Eduardo de Carvalho Celina dos Santos Amaral
Elizabete Benevides Ivani Aparecida H. de Carvalho
Ivone Bastos Cabelleira João C. Paganelo
Lidia Dec Medeiros Lisete
Marco Antonio Rossi Marcus Estevan Lauriano Ramos
Marina Aparecida Justo Maria Aparecida Rosa Moraes
Maria do Carmo Maria Tereza C. Paganelo
Nair P. Nascimento Ricardo da Silva
Silvana Fernandes Silvia Merlin Malheiro
Valdemir de Carvalho
BLOG: http://albertocabelleira.wordpress.com