Nosso planeta: nossa casa. O nosso planeta se encontra ameaçado.
SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 14/7/2014 OPINIÃO · [email protected] O grande legado...
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OPINIÃO SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 14/7/2014 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 ESPAÇO DO LEITOR Edmundo Ribeiro Kroger Coordenador da ONG Cecup (Centro de Educação e Cultura Popular), diretor da Abong (Associação Brasileira de ONGs/Bahia) [email protected] Regulamentação da participação social Editor Jary Cardoso Coroa corruptível? Em recente artigo, o arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, referindo-se aos gastos com a Copa, declarou que "sediar uma Copa do mundo ou uma olimpíada [é coisa para país rico". No seu artigo de A Tarde-13/7/2014, ele pergunta onde você estava no dia 8 de julho de 2014, quando o Brasil perdeu de 7x1 para a Alemanha. Confessando que gosta de esportes e que torceu pelo Brasil na Copa do mundo, sentiu-se humilhado. Invocando os jogos olímpicos da Grécia antiga, Dom Mu- rilo faz um contraponto entre a coroa de louros, prêmio máximo aos vencedores olímpicos e a "coroa corruptível", tão de- sejada pelos atletas modernos, que fazem tudo por dinheiro - acrescento eu. Vale a pena observar que essa coroa corruptível se encaixa muito bem na cabeça de nossos políticos. CARLOS DE CARVALHO, CAR- [email protected] Quem sabe um dia Assistimos a uma Copa do Mundo de futebol na qual houve um grande empenho por parte do Governo para que se alcançasse pleno sucesso, que sem dúvida refletiria po- sitivamente nas áreas da economia, da po- lítica e do social. Por razões várias o sucesso não foi completo. Mas em termos de Brasil seria de todo conveniente que o empenho e a persistência dedicados ao futebol ocor- ressem em outras áreas, como nas da edu- cação, da ciência, da tecnologia. Isto per- mitiria àqueles que tenham talento e per- severança, a possibilidade de prosseguir e desenvolver o seu potencial. Com os recursos destinados recentemente a pelo menos três estádios poderiam se construir 1.000 es- colas, equipadas com livros, computadores, laboratórios. Mas não se observa no Governo essa preocupação. Alguns responsáveis pelo setor estão inclusive tentando modificar os currículos dos Colégios Militares, pois seus alunos estão destoando, sobressaindo-se em torneios internacionais de ciência e mate- mática e ingressando direto em grandes uni- versidades. O desenvolvimento intelectual depende da existência de condições favo- ráveis, que poderão nos permitir quem sabe um dia sonhar com um prêmio Nobel. RI- CARDO PEREIRA DE MIRANDA, SALVADOR BA, [email protected] O exemplo Que os feitos da Seleção da Alemanha na cidade de Cabrália/Bahia, sirvam de exem- plo à desmoralizada CBF (Confederação Bra- sileira de Futebol), entidade sem o mínimo moral para dirigir, coordenar e comandar o futebol no Brasil. ALAN KARDEK COSTA, [email protected] O grande legado Retornamos do ''Planeta Copa'' onde esti- vemos por 30 dias. Estamos novamente no planeta Terra mais precisamente no Brasil, chorando a humilhante derrota e voltando a lamentar nossas mazelas'. Exageramos pa- ra o mundo chegamos ao Hepta (7) sem menos passarmos pelo Hexa, bastaram uma joelhada e uma ''Felipada''. Não foi apagão, não foi pani como disse o técnico Felipão, que frustou e humilhou 200 milhões de Brasileiros criando uma quarta-feira de cin- zas temporão. É mesmo a Copa de todos os tempos, nunca esqueceremos. Vaias não bas- tam ! LUIZ SANTANA, LUCARNOSAN@HOT- MAIL.COM O Poeta das Flores Às vésperas de completar 90 anos, Wagner Américo, o Poeta das Flores, recebeu o título de "Personalidade de Importância Cultural". A honraria foi concedida em solenidade na Biblioteca Central, na última sexta-feira, 11, por iniciativa da Fundação Ômnira. O poeta é conhecido por distribuir flores antesanais, confeccionadas por ele próprio, a cada poe- ma recitado. Seu infinito repertório de ver- sos, pre-elaborados ou de improviso, jun- ta-se às milhares de flores já ofertadas nas suas declamações. Há décadas, ele vem sen- do reconhecido por sua singela e inusitada prática cultural. Certa vez, ele declarou: "Se eu não fizer isso, eu morro!". Ao receber o tributo, ele humildemente confidenciou: "Não esperava!". Quando lhe disse: Parabéns por falar de flores! HELLMUT CONTREIRAS, SALVADOR-BA, [email protected] O dia 23 de maio de 2014 entrará para a história como a data em que o governo demarcou uma clara posi- ção em favor da consolidação de uma so- ciedade mais democrática. Nesta data a pre- sidente Dilma Rousseff promulgou o de- creto 8.243/2014, que institui a política na- cional da participação social, regulamen- tando o artigo 1º § único da Constituição. Tendo como objetivo o fortalecimento e a articulação dos mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e de atuação con- junta, o decreto organiza a administração pública federal no tocante à participação, aprimora a legislação e regula algumas das condições necessárias ao fortalecimento da sociedade civil, agora mais amparada em sua relação com o Estado brasileiro. Tam- bém concede objetividade ao diálogo ini- ciado há quatro anos, interrompendo o lon- go período de criminalização, no qual mui- tas ONGs foram vitimizadas. O decreto não retira atribuições do Con- gresso Nacional, nem interfere nos demais poderes e entes federados, configurando-se como um avanço por consagrar a autono- mia dos conselhos, tornando cada vez mais difícil aos gestores “estatistas” deixarem de reconhecer a participação como instru- mento, como ferramenta indispensável ao processo de condução da coisa pública, por- que agora estão confrontados, não apenas com a Constituição, mas também com uma pormenorizada regulamentação do que ve- nha a ser uma conferência, um conselho setorial ou uma consulta pública. A presidente promulgou mais dois decre- tos. O de nº 8.242, que regulamentou a con- cessão do Cebas [Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social na Área de Educação], possibilita remuneração de diri- gentes de ONGs e rompe definitivamente com o conceito assistencialista e caritativo, e com uma deslavada hipocrisia: de um lado, a exigência de profissionalismo e, do outro, a criminalização da dedicação exclusiva, da doação do talento de dirigentes a causas im- portantes e imprescindíveis à sociedade, isto apesar dos avanços obtidos com a conso- lidação da assistência social e do Suas [Sis- tema Único de Assistência Social]. O decreto nº 8244 estabelece as condições para transferência de recursos públicos, de- fine mecanismos de prestação de contas e possibilita a utilização de 15% para paga- mento de despesas administrativas, bem como a remuneração de pessoal próprio da entidade com atuação no projeto, permi- tindo o devido recolhimento de encargos trabalhistas. Corrige antiga distorção, que não permitia que aqueles que lutam pela implementação de direitos da cidadania ti- vessem seus direitos trabalhistas assegu- rados. Também dificulta a livre interpre- tação da legislação por servidores, que, à falta de definição, criavam as próprias re- gras, dificultando a aprovação de relatórios comprobatórios das ações desenvolvidas. No momento em que este artigo está sendo publicado, provavelmente, já tenha sido alcan- çada a maior conquista do movimento social brasileiro: a presidente assumiu publicamente compromisso com a promulgação do projeto de lei 7.168/2014 aprovado no Congresso em 2 de julho, denominado Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. A presidente Dilma consolida desta forma a caminhada em direção ao estabelecimento de uma mais am- pla democracia no Brasil, descabidas, portanto, as críticas ao decreto da participação social. Donaldson Gomes TEMPO PRESENTE Com RODRIGO AGUIAR [email protected] Jogo duro Há pouco mais de um ano o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) definiu a boa relação de momento entre o governador Jaques (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) como um “jogo de espertos”, com data marcada para acabar; No caso, o atual período eleitoral – Todo mundo sabe o que vai acontecer em 2014 – dizia. Ninguém deu muita bola, nos bastidores cogitou-se até uma aproximação política maior entre os dois e houve até quem dissesse que o deputado falava sob o efeito da mágoa por ter sido derrotado por Neto na eleição municipal. Agora, diante dos fatos recentes – disputa pelo poder de fiscalizar a Embasa, licitação de transportes e por aí vai – o reconhecimento: Pelegrino tinha mesmo razão, começou o jogo eleitoral. LICITAÇÃO MANTIDA A Prefeitura de Sal- vador diz que a licitação do sistema de trans- porte está mantida para hoje, apesar da ma- nifestação recente do governador em sentido contrário. A grande dúvida no Thomé de Sou- za é porque questionar justamente agora. POUCAS & BOAS . O filme baiano Guitarra Baiana, do cineasta Daniel Talento, foi se- lecionado para o 7° Los Angeles Bra- zilian Film Festival, que será reali- zado em setembro. A história do in- vento que revolucionou o carnaval baiano vai ser mostrada para os ame- ricanos. COLABOROU FERNANDO DUARTE Tudo por R$ 50 A briga entre os grupos políticos liderados pelos ex-prefeitos de Camaçari Luiz Caetano (PT) e José Tude (PTN) já dura décadas, com capítulos curiosos e engraçados. No mais recente, Maurício de Tude, pre- sidente estadual do PTN contra Caetano, ale- gou na justiça que o petista teria pedido voto e distribuído brindes para funcionários, o que é proibido, já que o ex-prefeito é candidato a deputado federal. O problema é que a Justiça desconsiderou as provas apresentadas por Tude. O juiz Salomão Viana indicou que Maurício de Tude teria cometido “litigância de má-fé” por usar provas falsas na ação e poderia ser multado em até R$ 25 mil. Foi o suficiente para a turma de Caetano trombetear a derrota do adversário e propagar a versão da multa alta. Maurício de Tude respondeu que iria re- correr coisa e tal, aparentemente sem ler a sentença. Se tivesse feito, nem precisaria se preo- cupar: a multa imposta foi de parcos R$ 50. Prisco está de volta O vereador Marcos Prisco (PSDB), líder das paralizações da Polícia Militar, está de volta. Na última quinta-feira, durante o encontro do ex-governador Paulo Souto (DEM) com ve- readores de Salvador os dois conversaram por bastante tempo. Prisco saiu de lá dizendo ter recebido do candidato ao governo o compromisso de diá- logo com as associações policiais na elabo- ração de projetos para a segurança pública. “O governo do estado teve um ano para apresentar sugestões de melhorias à licitação. É estranho que só agora esteja questionando” FÁBIO MOTA, secretário municipal de Transportes de Salvador, falando a respeito da carta enviada pelo governador Jaques Wagner ao prefeito ACM Neto Sinuca de bico O vereador Paulo Ma- galhães Jr (PSC) está em uma situação na- da confortável. Seu partido apoia Paulo Souto para o governo e Geddel pa- ra o Senado. Ele, po- rém, é muito ligado a Otto Alencar (PSD), candidato ao Senado da chapa governista, com quem trabalhou na Seinfra. Além disso, seu pai, Paulo Magalhães, é deputado federal pelo PSD. O ingrediente ex- tra: o vereador voltou à Câmara no lugar de Heber Santana, que se licenciou. O pai de Heber, Eliel, é suplente de Geddel. Resumindo: se declarar apoio a um dos lados, deixa o outro insatisfeito. Colega indesejado Apenas dois vereadores do PT foram à posse do vereador petista Alcindo da Anunciação, que retornou à Casa como suplente. Alcindo ficou conhecido por não seguir a orientação da sua bancada na última legis- latura repetidas vezes. Ele dá de ombros: – Acho que não ficaram satisfeitos com a minha volta. Debaixo do colchão Candidato a deputado federal, o vereador Joceval Rodrigues (PPS) é daqueles que gos- tam de guardar dinheiro em casa. Segundo declarou ao TSE, tem R$ 50 mil em mãos e outras duas contas, que não somam R$ 5 juntas. Pelo visto, não gosta de banco. Joceval faz parte do time de Dilma, Levy Fidelix e José Maria Eymael, entre outros. Amigo de Cuba O deputado estadual Álvaro Gomes (PC- doB), que já definiu o regime dos irmãos Castro como um dos mais lindos do mundo, quer instituir o Dia Estadual da Amizade entre Cuba e Bahia. A data bem que poderia ser chamada, de forma alternativa, de Dia da Amizade Fi- del-ACM. Como se sabe, o ex-senador era um grande anfitrião de Fidel, nas vezes em que o cubano visitava a Bahia. Vixe Mainha Ex-Olodum, Bom Balanço e Afrodisíaco, Pierre Onassis virou cantor gospel há al- guns anos. Agora, se converteu à política. Vai con- correr a deputado estadual pelo PR. Nada pessoal Após a seção no pleno do Tribunal de Justiça que decidiu adiar o julgamento da Ação que trata do IPTU, o presidente da OAB-BA, Luiz Viana fez questão de esperar o procurador do município, Pedro Caymmi. – Somos amigos, apesar de estarmos em lados opostos agora – explicou.
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OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 14/7/2014A2
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITOR
Edmundo Ribeiro KrogerCoordenador da ONG Cecup (Centro de Educação e Cultura Popular),diretor da Abong (Associação Brasileira de ONGs/Bahia)
Regulamentação da participação social
EditorJary Cardoso
Coroa corruptível?Em recente artigo, o arcebispo de Salvador,Dom Murilo Krieger, referindo-se aos gastoscom a Copa, declarou que "sediar uma Copado mundo ou uma olimpíada [é coisa parapaísrico".NoseuartigodeATarde-13/7/2014,ele pergunta onde você estava no dia 8 dejulho de 2014, quando o Brasil perdeu de 7x1para a Alemanha. Confessando que gosta deesportes e que torceu pelo Brasil na Copa domundo, sentiu-se humilhado. Invocando osjogos olímpicos da Grécia antiga, Dom Mu-rilo faz um contraponto entre a coroa delouros, prêmio máximo aos vencedoresolímpicos e a "coroa corruptível", tão de-sejada pelos atletas modernos, que fazemtudo por dinheiro - acrescento eu. Vale apena observar que essa coroa corruptível seencaixa muito bem na cabeça de nossospolíticos. CARLOS DE CARVALHO, [email protected]
Quem sabe um diaAssistimos a uma Copa do Mundo de futebolna qual houve um grande empenho porparte do Governo para que se alcançassepleno sucesso, que sem dúvida refletiria po-sitivamente nas áreas da economia, da po-lítica e do social. Por razões várias o sucessonão foi completo. Mas em termos de Brasilseria de todo conveniente que o empenho ea persistência dedicados ao futebol ocor-ressem em outras áreas, como nas da edu-cação, da ciência, da tecnologia. Isto per-mitiria àqueles que tenham talento e per-severança, a possibilidade de prosseguir edesenvolveroseupotencial.Comosrecursosdestinados recentemente a pelo menos trêsestádios poderiam se construir 1.000 es-colas, equipadas com livros, computadores,laboratórios. Mas não se observa no Governoessa preocupação. Alguns responsáveis pelosetor estão inclusive tentando modificar oscurrículos dos Colégios Militares, pois seusalunos estão destoando, sobressaindo-se emtorneios internacionais de ciência e mate-mática e ingressando direto em grandes uni-versidades. O desenvolvimento intelectualdepende da existência de condições favo-ráveis, que poderão nos permitir quem sabe
um dia sonhar com um prêmio Nobel. RI-CARDO PEREIRA DE MIRANDA, SALVADOR BA,[email protected]
O exemploQue os feitos da Seleção da Alemanha nacidade de Cabrália/Bahia, sirvam de exem-plo à desmoralizada CBF (Confederação Bra-sileira de Futebol), entidade sem o mínimomoral para dirigir, coordenar e comandar ofutebol no Brasil. ALAN KARDEK COSTA,[email protected]
O grande legadoRetornamos do ''Planeta Copa'' onde esti-vemos por 30 dias. Estamos novamente noplaneta Terra mais precisamente no Brasil,chorando a humilhante derrota e voltandoa lamentar nossas mazelas'. Exageramos pa-ra o mundo chegamos ao Hepta (7) semmenos passarmos pelo Hexa, bastaram umajoelhada e uma ''Felipada''. Não foi apagão,não foi pani como disse o técnico Felipão,que frustou e humilhou 200 milhões deBrasileiros criando uma quarta-feira de cin-zas temporão. É mesmo a Copa de todos ostempos,nuncaesqueceremos.Vaiasnãobas-tam ! LUIZ SANTANA, [email protected]
O Poeta das FloresÀs vésperas de completar 90 anos, WagnerAmérico, o Poeta das Flores, recebeu o títulode "Personalidade de Importância Cultural".A honraria foi concedida em solenidade naBiblioteca Central, na última sexta-feira, 11,por iniciativa da Fundação Ômnira. O poetaé conhecido por distribuir flores antesanais,confeccionadas por ele próprio, a cada poe-ma recitado. Seu infinito repertório de ver-sos, pre-elaborados ou de improviso, jun-ta-se às milhares de flores já ofertadas nassuas declamações. Há décadas, ele vem sen-do reconhecido por sua singela e inusitadaprática cultural. Certa vez, ele declarou: "Seeu não fizer isso, eu morro!". Ao receber otributo, ele humildemente confidenciou:"Não esperava!". Quando lhe disse: Parabénspor falar de flores! HELLMUT CONTREIRAS,SALVADOR-BA, [email protected]
O dia 23 de maio de 2014 entrará paraa história como a data em que ogoverno demarcou uma clara posi-ção em favor da consolidação de uma so-ciedade mais democrática. Nesta data a pre-sidente Dilma Rousseff promulgou o de-creto 8.243/2014, que institui a política na-cional da participação social, regulamen-tando o artigo 1º § único da Constituição.
Tendo como objetivo o fortalecimento ea articulação dos mecanismos e instânciasdemocráticas de diálogo e de atuação con-junta, o decreto organiza a administraçãopública federal no tocante à participação,aprimora a legislação e regula algumas dascondições necessárias ao fortalecimento dasociedade civil, agora mais amparada emsua relação com o Estado brasileiro. Tam-bém concede objetividade ao diálogo ini-ciado há quatro anos, interrompendo o lon-go período de criminalização, no qual mui-tas ONGs foram vitimizadas.
O decreto não retira atribuições do Con-gresso Nacional, nem interfere nos demaispoderes e entes federados, configurando-secomo um avanço por consagrar a autono-mia dos conselhos, tornando cada vez maisdifícil aos gestores “estatistas” deixarem dereconhecer a participação como instru-mento, como ferramenta indispensável aoprocesso de condução da coisa pública, por-que agora estão confrontados, não apenascom a Constituição, mas também com umapormenorizada regulamentação do que ve-nha a ser uma conferência, um conselhosetorial ou uma consulta pública.
A presidente promulgou mais dois decre-tos. O de nº 8.242, que regulamentou a con-cessão do Cebas [Certificação de EntidadesBeneficentes de Assistência Social na Área de
Educação], possibilita remuneração de diri-gentes de ONGs e rompe definitivamentecom o conceito assistencialista e caritativo, ecom uma deslavada hipocrisia: de um lado, aexigência de profissionalismo e, do outro, acriminalização da dedicação exclusiva, dadoação do talento de dirigentes a causas im-portantes e imprescindíveis à sociedade, istoapesar dos avanços obtidos com a conso-lidação da assistência social e do Suas [Sis-tema Único de Assistência Social].
O decreto nº 8244 estabelece as condiçõespara transferência de recursos públicos, de-fine mecanismos de prestação de contas epossibilita a utilização de 15% para paga-mento de despesas administrativas, bemcomo a remuneração de pessoal próprio daentidade com atuação no projeto, permi-tindo o devido recolhimento de encargostrabalhistas. Corrige antiga distorção, quenão permitia que aqueles que lutam pelaimplementação de direitos da cidadania ti-vessem seus direitos trabalhistas assegu-rados. Também dificulta a livre interpre-tação da legislação por servidores, que, àfalta de definição, criavam as próprias re-gras, dificultando a aprovação de relatórioscomprobatórios das ações desenvolvidas.
No momento em que este artigo está sendopublicado, provavelmente, já tenha sido alcan-çada a maior conquista do movimento socialbrasileiro: a presidente assumiu publicamentecompromisso com a promulgação do projetode lei 7.168/2014 aprovado no Congresso em 2de julho, denominado Marco Regulatório dasOrganizações da Sociedade Civil. A presidenteDilma consolida desta forma a caminhada emdireção ao estabelecimento de uma mais am-pla democracia no Brasil, descabidas, portanto,as críticas ao decreto da participação social.
Donaldson Gomes TEMPO PRESENTECom RODRIGO AGUIAR
Jogo duroHá pouco mais de um ano o deputado federalNelson Pelegrino (PT) definiu a boa relação demomento entre o governador Jaques (PT) e oprefeito ACM Neto (DEM) como um “jogo deespertos”, com data marcada para acabar;
No caso, o atual período eleitoral– Todo mundo sabe o que vai acontecer em
2014 – dizia.Ninguém deu muita bola, nos bastidores
cogitou-se até uma aproximação políticamaior entre os dois e houve até quem dissesseque o deputado falava sob o efeito da mágoapor ter sido derrotado por Neto na eleição
municipal.Agora, diante dos fatos recentes – disputa
pelo poder de fiscalizar a Embasa, licitação detransportes e por aí vai – o reconhecimento:Pelegrino tinha mesmo razão, começou o jogoeleitoral.
LICITAÇÃO MANTIDA A Prefeitura de Sal-vador diz que a licitação do sistema de trans-porte está mantida para hoje, apesar da ma-nifestação recente do governador em sentidocontrário. A grande dúvida no Thomé de Sou-za é porque questionar justamente agora.
POUCAS & BOAS
. O filme baiano Guitarra Baiana,do cineasta Daniel Talento, foi se-lecionado para o 7° Los Angeles Bra-zilian Film Festival, que será reali-zado em setembro. A história do in-vento que revolucionou o carnavalbaiano vai ser mostrada para os ame-ricanos.
COLABOROU FERNANDO DUARTE
Tudo por R$ 50A briga entre os grupos políticos lideradospelos ex-prefeitos de Camaçari Luiz Caetano(PT) e José Tude (PTN) já dura décadas, comcapítulos curiosos e engraçados.
No mais recente, Maurício de Tude, pre-sidente estadual do PTN contra Caetano, ale-gou na justiça que o petista teria pedido votoe distribuído brindes para funcionários, o queé proibido, já que o ex-prefeito é candidato adeputado federal.
O problema é que a Justiça desconsiderouas provas apresentadas por Tude.
O juiz Salomão Viana indicou que Mauríciode Tude teria cometido “litigância de má-fé”por usar provas falsas na ação e poderia sermultado em até R$ 25 mil.
Foi o suficiente para a turma de Caetanotrombetearaderrotadoadversárioepropagara versão da multa alta.
Maurício de Tude respondeu que iria re-correr coisa e tal, aparentemente sem ler asentença.
Se tivesse feito, nem precisaria se preo-cupar: a multa imposta foi de parcos R$ 50.
Prisco está de voltaO vereador Marcos Prisco (PSDB), líder dasparalizações da Polícia Militar, está de volta.
Na última quinta-feira, durante o encontrodo ex-governador Paulo Souto (DEM) com ve-readores de Salvador os dois conversaram porbastante tempo.
Prisco saiu de lá dizendo ter recebido docandidato ao governo o compromisso de diá-logo com as associações policiais na elabo-ração de projetos para a segurança pública.
“O governo do estadoteve um ano paraapresentar sugestões demelhorias à licitação. Éestranho que só agoraesteja questionando”FÁBIO MOTA, secretário municipal de Transportes deSalvador, falando a respeito da carta enviada pelogovernador Jaques Wagner ao prefeito ACM Neto
Sinuca de bicoO vereador Paulo Ma-galhães Jr (PSC) estáem uma situação na-da confortável.
Seu partido apoiaPaulo Souto para ogoverno e Geddel pa-ra o Senado. Ele, po-rém, é muito ligado aOtto Alencar (PSD),candidato ao Senadoda chapa governista,com quem trabalhouna Seinfra.
Além disso, seu pai, Paulo Magalhães, édeputado federal pelo PSD. O ingrediente ex-tra: o vereador voltou à Câmara no lugar deHeber Santana, que se licenciou. O pai deHeber, Eliel, é suplente de Geddel.
Resumindo: se declarar apoio a um doslados, deixa o outro insatisfeito.
Colega indesejadoApenas dois vereadores do PT foram à possedo vereador petista Alcindo da Anunciação,que retornou à Casa como suplente.
Alcindo ficou conhecido por não seguir aorientação da sua bancada na última legis-latura repetidas vezes. Ele dá de ombros:
– Acho que não ficaram satisfeitos com aminha volta.
Debaixo do colchãoCandidato a deputado federal, o vereadorJoceval Rodrigues (PPS) é daqueles que gos-tam de guardar dinheiro em casa.
Segundo declarou ao TSE, tem R$ 50 milem mãos e outras duas contas, que nãosomam R$ 5 juntas. Pelo visto, não gosta debanco.
Joceval faz parte do time de Dilma, LevyFidelix e José Maria Eymael, entre outros.
Amigo de CubaO deputado estadual Álvaro Gomes (PC-doB), que já definiu o regime dos irmãosCastro como um dos mais lindos do mundo,quer instituir o Dia Estadual da Amizadeentre Cuba e Bahia.
A data bem que poderia ser chamada, deforma alternativa, de Dia da Amizade Fi-del-ACM. Como se sabe, o ex-senador eraum grande anfitrião de Fidel, nas vezes emque o cubano visitava a Bahia.
Vixe MainhaEx-Olodum, Bom Balanço e Afrodisíaco,Pierre Onassis virou cantor gospel há al-guns anos.
Agora, se converteu à política. Vai con-correr a deputado estadual pelo PR.
Nada pessoalApós a seção no pleno do Tribunal de Justiçaque decidiu adiar o julgamento da Ação quetrata do IPTU, o presidente da OAB-BA, LuizViana fez questão de esperar o procuradordo município, Pedro Caymmi.
– Somos amigos, apesar de estarmos emlados opostos agora – explicou.
