Saiu-me o Euromilhões duas vezes · cantar e representar, e sem voz... Eu sem o peito posso viver,...

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Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Semanal Âmbito: Sociedade Pág: 66 Cores: Cor Área: 21,00 x 27,70 cm² Corte: 1 de 5 ID: 77567278 08-11-2018 NTREVISTA SIMONE DE OLIVEIRA A CARA PELA LUTA CONTRA O CANCRO "Saiu-me o Euromilhões duas vezes" A atriz partilha a sua experiência pessoal de ter vencido duas vezes o cancro da mama. À NOVA GENTE revela mais alguns capítulos da sua vida numa entrevista intimista e sem papas na língua, como, aliás, já nos habituou. Q uando teve o seu primeiro problema onco- lógico, entrava pela porta de trás do hospi- tal. Não quis que se soubesse? Não era eu quem não queria, eram algumas pes- soas, por causa do público e dos jornais. Eu nunca fui muito de me expor, nem por desfiles, nem por doen- ças, nem por essas coisas que não fossem a minha carreira. Portanto, naquela altura, a tentativa era ver se não se dava por isso. Eu não queria e a minha fa- mília também não, então entrava por trás, numa porta do IPO, com artimanhas tipo 007 — Ordem para Matar (risos). Ninguém disse nada, nenhum médico abriu a boca. Estive na CUF Infante Santo, e nem aí os colegas que me visitaram disseram nada. Eram tempos e uma sociedade diferentes. As coisas dolorosas ficavam entre quatro paredes. Sim, ficavam dentro da nossa casa. Não se fazia a exposição mediática que se faz agora, coisa que eu, por um lado, percebo e, por outro, acho que é um excesso. Acho que não é por aí que as pessoas são mais ou menos importantes, não é por aí que têm mais... ai, aquelas coisas das redes sociais... ajude-me... Likes? Sim, isso dos likes. Eu quero é ter saúde, continuar a trabalhar, dentro dos possíveis, e é evidente que um dia vou deixar de cantar. Vai acontecer. Eu própria me espanto de ainda ter esta voz, apesar de ter aulas de canto. Não é muito normal, daí eu muitas vezes

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Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Sociedade

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Área: 21,00 x 27,70 cm²

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NTREVISTA

SIMONE DE OLIVEIRA DÁ A CARA PELA LUTA CONTRA O CANCRO

"Saiu-me o Euromilhões duas vezes" A atriz partilha a sua experiência pessoal de ter vencido duas vezes o cancro da mama. À NOVA GENTE revela mais alguns capítulos da sua vida numa entrevista intimista e sem papas na língua, como, aliás, já nos habituou.

Quando teve o seu primeiro problema onco-

lógico, entrava pela porta de trás do hospi-tal. Não quis que se soubesse?

Não era eu quem não queria, eram algumas pes-soas, por causa do público e dos jornais. Eu nunca fui muito de me expor, nem por desfiles, nem por doen-ças, nem por essas coisas que não fossem a minha carreira. Portanto, naquela altura, a tentativa era ver se não se dava por isso. Eu não queria e a minha fa-mília também não, então entrava por trás, numa porta do IPO, com artimanhas tipo 007 — Ordem para Matar (risos). Ninguém disse nada, nenhum médico abriu a boca. Estive na CUF Infante Santo, e nem aí os colegas que me visitaram disseram nada.

Eram tempos e uma sociedade diferentes. As coisas dolorosas ficavam entre quatro paredes.

Sim, ficavam dentro da nossa casa. Não se fazia a exposição mediática que se faz agora, coisa que eu, por um lado, percebo e, por outro, acho que é um excesso. Acho que não é por aí que as pessoas são mais ou menos importantes, não é por aí que têm mais... ai, aquelas coisas das redes sociais... ajude-me...

Likes? Sim, isso dos likes. Eu quero é ter saúde, continuar

a trabalhar, dentro dos possíveis, e é evidente que um dia vou deixar de cantar. Vai acontecer. Eu própria me espanto de ainda ter esta voz, apesar de ter aulas de canto. Não é muito normal, daí eu muitas vezes

Meio: Imprensa

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A cantora aceitou

o convite do Fundo

IMM - Laço, e da Nestlé

Fitness, para falar da sua experiência,

ela que venceu dois

cancros da mama

dizer que tenho qualquer coisa que eu não sei explicar... e sempre houve qualquer coisa que eu não sei explicar...

Vamos falar desse assunto mais à frente na nossa conversa.

Sim, falamos disso quando quiser. Na altura em que retirou pela primei-

ra vez a mama, não se faziam reconstru-ções. Custava-lhe viver com isso?

Não. Nem me lembro. Não me lembra-va, intuí de tal maneira... que me esqueci. Já contei esta história algumas vezes - um dia estava de rabo para o ar na cama e o meu marido perguntou: "Mas que estás o fazer?"E eu respondi-lhe: "Estou ò procuro da mama." Ou seja, tinha-me caído a pró-tese. A única maneira é aceitar, ou talvez

eu seja um pouco aloucada. Muitas mulheres sentem-se mutila-

das. São mutiladas, sim, claro que é uma

mutilação. A autoestima é afetada, claro que sim, mas, por exemplo, o impacto na sexualidade depende da alma de cada gente e do homem com quem se está. Eu nunca tive problemas com o Varela com isso. Foi um companheiro extraordinário.

Quando aceita vir falar sobre os dois cancros que teve, em ocasiões como es-ta, faz sempre partilhas muito pessoais, e quando damos por conta, está a con-tar o resto da sua vida toda...

(Gargalhadas.)

Essa partilha é para que as pessoas se possam identificar consigo? Para perce-berem que é possível vencer a doença?

Faço-o para não pensarem que eu sou só alguém que aparece nas fotografias, nas revistas e nos programas de televi-são. Alguém que tem esta idade e está muito bem, aquela que não fez nada às rugas e vai muitas vezes ao cabeleireiro. Não! Há uma outra, e eu acho que essa outra Simone, dentro dos possíveis, tem outras histórias que davam para muitos espetáculos. Porque todos temos os nos-sos jardins secretos. Quem pinta a cara também chora. O palco não é nem tão fácil, nem tão simples, nem tão glamoro-so, nem caloroso como muitas vezes as

pessoas pensam. É preciso pôr-lhe tam-bém a humanidade e perceber que quem está ali é gente. Têm os seus pro-blemas, as suas aflições, família, filhos. Mas ainda bem que ainda há uma certa ingenuidade nas pessoas.

Quando olha para a plateia, do alto dos seus 80 anos, e vê jovens sentados a ouvi-la a falar, o que sente?

Fico com o coração quente. Isso é uma das coisas que me emociona tremenda-mente e que não consigo perceber... Sei que é uma mostra de respeito, mas ver crianças com 12 e 13 anos a saberem as letras de canções inteiras minhas, com textos nada fáceis, fico espantada.

Quando teve mais medo na vida? Quando teve cancro ou quando perdeu a voz?

Quando tive cancro tinha 50 anos e quando perdi a voz tinha 30. Foi a seguir à Desfolhada e tinha dois filhos pequenos. O meu modo de viver e ganhar dinheiro era cantar e representar, e sem voz... Eu sem o peito posso viver, e vivi. Sem a voz não vi-via. É claro que um dá para morrer... mas qualquer coisa dá para morrer deste que se esteja vivo. O perder a voz foi muito duro naquela altura. Virei os pés pela cabeça, trabalhei, tive a sorte de as pessoas me quererem como locutora de continuidade nos casinos. Eu tinha de ganhar dinheiro e foi aí que comecei a fazer "pseudojornalis-mo" - chamo-lhe assim porque tenho de-masiado respeito pelos jornalistas para di-

-zer que fui uma. Foi um período doloroso. Os cancros foi ver o que Deus me dava e o que me faziam os médicos. Tive sorte por-que me saiu o Euromilhôes duas vezes, venci dois cancros.

Voltando um pouco atrás na nossa conversa, quando estava a dizer que tem "qualquer coisa", a Simone disse uma vez que se não fosse artista, seria espírita.

Sim. Eu tenho muito esse lado espírita, eu tenho.

Essa faceta, ou lado intuitivo, ou como lhe chame, já a salvou na vida?

Lembro-me de um dia estar a atravessar a Rua do Rossio para a Rua 1.° de Dezem-bro e senti-me a ser puxada para trás. Um valente puxão. Vinha um carro e eu não tinha visto. O que senti foi um puxão físico,

"Todos temos os nossos jardins secretos. Quem pinta a cara também chora", sublinha a atriz

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MIN NTREVISTA "Com esta idade não dou licença

a ninguém para me chatear", sublinha Simone

mas, quando me voltei parta trás, não estava lá ninguém. E houve coisas que aconteceram na minha vida que podiam ter corrido mal e... lá está... não lhe sei explicar, sei que tenho qualquer coisa.

Diz que lhe basta olhar para alguém para saber se os seus "santos" conjugam com os dela.

Sim, sim. E olhe que raramente falho! Nem preciso de olhar muito tempo. Consigo ler as pessoas.

E tem a certeza de que nunca se enganou? Infelizmente, já. Quis convencer-me que uma pes-

soa era um coisa e era outra. Todos nós nos engana-mos na vida. Acreditei numa amiga que me chegou a roubar coisas de casa, nas minhas barbas. Acabei por mandar uma empregada embora, injustamente, não lhe dizendo o porquê, convencida da sua culpa. Quando me apercebi da verdade, foi um choque.

Confrontou-a? Confrontei porque uma vez cheguei a casa dela e

uma mala minha, boa, que eu tinha comprado, estava nas mãos da mãe dela, que me disse que eu era maravilhosa por lha ter oferecido. Ups... e eu, na mi-nha cabeça, tinha culpado a empregada. Perdoei, mas não esqueci. Foi muito feio. Um dia, ela chegou ao pé de mim com uma caixa muito grande com todas as coisas que me tinha roubado. Eram muitas coisas. Disse-lhe para nunca mais me aparecer à frente, nem do meu carro, que lhe passava com ele por cima.

Diz fazer tudo a que uma mulher tem direi-to. Fumar um cigarro, beber um whisky, uma caipirinha...

Gosto! Isso gosto e faço. Ainda tem paciência para ter uma vida social? Não tenho muita, por exemplo, para eventos ou

jantares. A caipirinha bebo-a no Põe-te na Bicha (no Bairro Alto), onde vou há 33 anos e onde tenho uma mesa e uma cadeira com o meu nome. Para isso te-nho paciência e para estar lá a conversar com os amigos. Para mim, aquilo nem é um restaurante, é como uma segunda sala de estar. Repare uma coisa: eu vivo sozinha, tenho dois netos e uma filha no es-trangeiro, a outra gente que cá está, está na sua vida e eu não sou pessoa de ir ao café. Nem nunca tive tempo para ter esses hábitos, comecei a trabalhar aos 19 anos e fui mãe cedo. Todos os sítios a que fui no estrangeiro foi em trabalho, nunca fui de férias para lado nenhum (a não ser ao Luxemburgo, para ir para casa da minha filha). Aquela ideia de férias de "agora vou para ali para ficar dez dias", nunca fui. Não tenho paciência para vernissages, nem para sunsets. E agora há isso do roofsunset, a graça que eu acho a essas festas no telhado [rooftop], acho uma maravilha. E temos telhados bonitos em Lisboa, começa-me a dar uma grande vontade de ir a um sunset num telhado, o que quer que lhe faça? Imagine eu ali a olhar à volta e a pensar para mim: "Olha pra estes, estõo todos no roof..." (gargalhadas com cara irónica)!

Fugiu de "casa" aos 19 anos. Fugiu de uma si-tuação feia, de violência doméstica. Mas já fugiu mais vezes na vida. Ou estou errada?

já fiz algumas fugas. Fiz, fiz. Fugi de coisas que não queria. Nunca foi por mania, não. Algumas coisas que fiz, posturas que tomei, trouxeram-me dissabo-res. Houve pessoas que acharam que eram posicio-

namentos meus inventados. Exatamente por eu ter começado de uma maneira complicada (fugir de um casamento aos 19 anos), mas ter uma família mara-vilhosa, isso acabou por me dar essa força. Eu sem-pre me apoiei muito na família. Ainda hoje temos todos uma raiz muito forte, que foi cá deixada pelo meu pai e pela minha mãe. E, a quilómetros de distancia e alguns em países diferentes, tentamos mantê-la. Cada pessoa é um mundo.

Imaginava chegar a um ponto da sua carreira em que haveria um musical com o seu nome, sobre a sua vida?

Não, jamais na vida. Nem isso nem a maior con-decoração que neste país se dá a um civil. Nada. Eu acho graça, tenho medalhas e prémios lá em casa, mas vivo pela música, pelas palmas. Começo a pen-sar que se tem de aprender a viver sem palmas. Quando se vai para o palco é para que o público goste, que compreenda, que sinta - digo eu, que sou uma mulher virada para o coração e para a alma, das emoções, mas naturalmente gostamos das palmas. É fundamental aprendermos a viver sem palmas.

Não liga nada a redes sociais. Tenho uma página onde a minha Fátima Bernardo

me ajuda, mas não tenho paciência. Eu gosto é do YouTube. Ai, o meu YouTube, onde ouço os artistas que gosto de cantar.

Quem são? O Camané, o Ricardo, a Carminho, a Marisa Liz, o

António Zambujo, O Aznavour, a Edith Piaf... Quando liga a televisão, o que a irrita? As desgraças! E não haver dia nenhum em que

alguém não roube alguma coisa. O dinheiro anda por aí... e eu não tenho nenhum. Sou remediada, umas vezes mais para cima, outras mais para baixo, mas nunca passei daí.

E quando vê num noticiário a transferência de uma apresentadora de televisão ser notícia?

É melhor eu estar calada, porque senão vou pre-sa... É um disparate. Este país devia ter coisas mais importantes para falar e não só coisas para fazer audiências. Claro que há foits cliveis, mas fazer disso uma abertura de telejornal? Mudo logo de canal. Para a Foxlife, FoxCrime, National Geographic... Elas que ganhem muito dinheiro e façam boas coisas, e eu que esteja cá para ver, mas com esta idade nào dou licença a ninguém para me chatear.

Considera-se feminista? Não sei bem o que isso é. Eu sou mulher e bato-me

pelas mulheres e seus direitos. Se isso for ser feminis-ta, então sou; se não for isso, sou outra coisa qualquer.

Este ano falou-se muito (e ainda se fala) no movimento Me Too, mulheres que vieram acusar, alguns anos depois, homens de as terem assedi-ado. Começou em Hollywood...

Ai, que canseira! Se foram assediadas, foram, se aceitaram, aceitaram! Algumas até chegaram lá por serem assediadas (e terem aceitado), mas depois destes anos todos é que se lembram de falar nisso. Olha que merda! Depois destes anos todos é que têm a psicose...! Não tenho paciência nem respeito por mulheres assim. tu

ruxto: FUNIL F GASPAR (eince.gas~impab.pt), Fulos: MARCO fONSFCA ,

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As revelacões mais marcantes que a artista fez durante o debate a ro ósito do e F CheckChain

4000)(41 • "Se tivesse de ser outra coi-sa na vida, seria espírita."

e "Não tive tempo para ter medo quando soube, na pri-meira vez, que tinha cancro. Não tive tempo. Estava no Porto a fazer um espetáculo, onde estive mais duas sema-nas. Vim depois doida até Lis-boa, a conduzir toda a noite e a fumar cigarros, melhor, a co-mer cigarros, por causa dos nervos."

"Eu não sou corajosa. Sou uma grande medricas. O que me faz ter coragem é o medo, porque eu gosto muito de vi-ver. Mas tenho sempre o pro-blema oncológico na cabeça."

"A maior parte dos homens, quando uma mulher tem uma doença grave, vão embora"

"O meu ex-marido morreu na cama onde eu durmo. Du-rante dois meses dormi em posição fetal no sofá, não conseguia dormir na cama. Dormi sozinha na casa no dia em que morreu. Precisava de estar sozinha. Foi há 28 anos, vivo lá há 41. Às vezes penso que gostava de mudar, sair daquela casa."

"Vi toda a minha família (os muitos que já partiram) morrer à minha frente. É muito com-plicado. Estou cansada. Os meus lutos foram sempre muito difíceis."

e "Tenho pânico do ridículo. Se um dia chegasse a ser ridícula em palco, ia adiar. Antes que chegue o dia em que precise de um papel com as letras das músicas ou que falhe uma fala, nun-ca mais trabalho. Não me admito poder ser ridícula."

"Gosto muito pouco que tenham pena de mim."

"São muitas as coisas de que não gosto no Mundo hoje, de outras nunca gos-tei. Aos 19 anos, passei por situações de violência do-méstica e fugi. Foi no meu primeiro casamento. No dia em que fugi, disse-lhe: 'Ou abres a porta, ou fujo pela janela.' Saí e apanhei o pri-meiro comboio que passou, o bilhete custou-me 25 tos-tões."

"O Coimbra Germano (segundo casamento) quis `arrastar-me' para Tete, em África, para morar numa cabana. Disse-lhe: 'Vai tu!' Ele ainda está vivo. Esque-ceu-se que tinha filhos, em tudo, em todas as respon-sabilidades. Esqueceu-se."

"Ai, se eu pudesse mudar algumas coisas no Mundo. Olhem, por exemplo, ao Trump cortava-lhe a franja e ao do Brasil partia-lhe as perninhas."

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Simone de Oliveira

A artista partilhou, mais uma vez, a sua experiência de ter vencido dois cancros da mama. Em entrevista intimista à NOVA GENTE, Simone revela mais um pouco si, contando alguns capítulos da sua vida