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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 ISSN 1519-7670 - Ano 19 - nº919
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E-NOTÍCIAS > MÍDIA DIGITAL
O poder de comunicação das redes sociaisPor Valério Cruz Brittos e Marta Reckziegel em 13/12/2011 na edição 672
Com a crescente explosão de redes sociais, veriꐟcada nos últimos anos, a mudança decomportamento dos indivíduos e das organizações para com a mídia passou por uma (esperada)mudança. Em muitos casos, as relações, tanto entre amigos quanto entre vendedor e cliente,tiveram que ser readaptadas e estruturadas para o uso das tecnologias digitais. Através dainternet surgiram novas formas de comunicação, capazes de mudar essa dinâmica, obrigandoempresas a se reinventarem e atrair públicos interessados em programas originalmentedestinados ao entretenimento. As ações de propaganda e marketing através dos meiostradicionais perderam espaço, gerando novas formas de comunicação mercadológica.
Isso é claramente visto em ações de mídia no Facebook e Twitter, para citar dois casos, líderes emusuários nas redes sociais. Constituídos principalmente pelo público jovem, antenado a todas asnovidades, esses sites fazem parte do modo atual de comunicação, marcada pela criatividade ecapacidade de prender a atenção dos usuários multimídias. Como se destacar em um universo de140 caracteres, por exemplo, é o que diferencia as empresas ligadas aos novos consumidores dasque não ingressaram nesse novo mercado tecnológico. Outra diꐟculdade é a de construir marcascapazes de atrair “fãs” em seu perꐟl, fazendo com que o internauta se interesse em conhecer umpouco mais sobre determinado produto.
Consequentemente, empresas que já utilizam essas novas ferramentas conseguem aliar suamarca ao crescimento tecnológico, fato muito apreciado entre usuários, que se senteminterligados ao processo de criação e venda dos produtos e, assim, parte ativa do mundoglobalizado. Algumas, inclusive, criam projetos de merchandising ao possibilitar votações paraelaborar ou deꐟnir o próximo lançamento, estabelecendo vínculos com o cliente antes mesmo doproduto ser lançado. O principal desaꐟo para os especialistas é fazer com que o consumopublicitário se torne uma experiência que mobilize o usuário, levando-o a dedicar parte de seutempo na interação e colaborar na construção de produtos.
Faceta comercial
De certo modo, essa nova forma de comunicar, surgida a partir das redes sociais, possibilita que orelacionamento entre as partes de criação e consumo ꐟnal se torne mais aberta, com a opiniãoativa do público. Isso faz com que a produção seja acompanhada e recebida com muito maisinteresse, devido à maneira espontânea com que as pessoas interagem nesses ambientesvirtuais, até mesmo divulgando a marca para conhecidos, sem ao menos ter consciência dapropaganda, somente por aꐟnidade ou gosto. Para os objetivos empresariais, isso é o ideal, deforma que o consumidor incorpora o produto e até trabalha para organizações empresariais naexpectativa de sentir-se incluído no mundo em que vive.
Nesse sentido, também o jornalismo sofre uma mudança signiꐟcativa. Contrariando as velhasfórmulas de se chamar a atenção do leitor recorrendo a chamadas e leads, agora o impacto estávisivelmente restrito aos títulos (o que antes era mais um componente), já que o espaço paratransmitir a notícia também diminui nas redes sociais. Convidar o leitor a se interessar pornotícias, ao invés de perder horas do seu dia navegando em atualizações de amigos e publicandoposts para que outros gostem de suas ideias ainda é uma tarefa difícil. Historicamente envolvidono mito da missão de informar, com forte conotação social, o jornalismo assume, assim, suafaceta mais comercial, de conquista do consumidor.
Novas possibilidades
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Essa mudança que ocorreu e ainda perdura traz novos rumos para a comunicação. Descobrir osegredo para falar, divulgar, atrair e ꐟdelizar seguidores em um lugar tão diverso, com programasde multimídia e acesso aberto, ainda é uma tarefa difícil. Fica clara a importância de se inꐟltrarnesses meios, adequando-se às novas exigências, reposicionando-se como comunicador. Aprópria formação desses proꐟssionais deve estar mais aberta aos novos tempos. De um lado, hánecessidade de avanço em conhecimentos tecnológicos. De outro, é fundamental o investimentono conhecimento teórico ligado às ciências sociais e humanas como forma de compreender omundo e poder ser agente de transformação.
Do mesmo modo, não há como prever até quando as redes sociais de hoje irão ter sucesso ouquando serão substituídas por outras que exijam técnicas diferentes de aproximação. O que senota é que o mundo comunicacional está em constante mudança e o proꐟssional precisa estarpreparado para se adequar às transformações permanentes, se possível transformando asnovidades em benefícios. Num mundo de obsolescência forçada, em breve surgirão novas redesa hegemonizarem e inovações tecnológicas substitutas que gerem a aparência de constantemutação, forçando novos consumos, novas possibilidades e a manutenção do sistema. Cabe aocomunicador e cidadão se adaptar a essas novidades, visando não só ao seu próprio benefício,mas a uma integração entre seus interesses e a evolução comunicacional.
***
[Valério Cruz Brittos e Marta Reckziegel são, respectivamente, professor titular no Programa dePós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos e graduanda em Comunicação Social –Jornalismo na mesma instituição]
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