Saiba+ - Edição Maio de 2015

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Região enfrenta crise hídrica mas consegue preservar o turismo PINGUE-PONGUE Com a diminuição da vazão do Rio do Peixe, o principal do corredor turístico de Socorro, empresários do ramo de aventura tiveram que readaptar e modificar atividades para manter lucro com o turismo de esporte aquático Desde 2006 - Faculdade de Jornalismo - PUC-Campinas - 18 de maio de 2015 Pág. 8 Pág. 3 Belluzzo faz críticas à política econômica de Dilma e lamenta falta de oposição ESPORTE CAMPINAS JORNALISMO Pág. 6 Pág. 5 Pág. 11 Futebol americano cresce no Brasil com o apoio de clubes de futebol paulistas Jornada de Jornalismo levou à universidade a discussão sobre a convergência de conteúdo Projeto de R$ 60 mi para reforma de praças tem apenas 120 revitalizadas 15 km de histórias Os contrastes da Avenida John Boyd, a maior de Campinas Pág. 4 Caroline Roque Vinícius Whitehead

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Região enfrenta crise hídrica mas consegue preservar o turismo

PINGUE-PONGUE

Com a diminuição da vazão do Rio do Peixe, o principal do corredor turístico de Socorro, empresários do ramo de aventura tiveram que readaptar e modificar atividades para manter lucro com o turismo de esporte aquático

Desde 2006 - Faculdade de Jornalismo - PUC-Campinas - 18 de maio de 2015

Pág. 8

Pág. 3

Belluzzo faz críticas à política

econômica de Dilma e lamenta falta de oposição

ESPORTECAMPINAS JORNALISMO

Pág. 6Pág. 5 Pág. 11

Futebol americano cresce no

Brasil com o apoio de clubes de

futebol paulistas

Jornada de Jornalismo levou à universidade

a discussão sobre a convergência de

conteúdo

Projeto de R$ 60 mi para

reforma de praças tem apenas 120

revitalizadas

15 km de históriasOs contrastes da Avenida

John Boyd, a maior de Campinas Pág. 4

Caroline Roque

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da cama enquanto fugia das enfermeiras que a medica-vam. “Tomei no rococófe”, reclamava para Alberto, o genro, talvez pela sétima ou oitava vez.

“Nona, vamos tirar uma foto!”, sugeriu a neta mais nova. “Ah, credo”, reclamou dona Leonor. “Ai, mãe, é só uma foto”, interveio Tere-sa, a filha. “Vocês agora pe-garam essa mania de foto, foto, foto. É foto pra tudo, tá louco!”, disse a matriar-ca, irritada, saindo da mesa. “Vocês têm que aprender a dar valor à vida vivida e não se preocupar com foto! Que lembrança vocês querem ter desse jeito?”, concluiu, antes de subir às escadas rumo à sesta da tarde de domingo. Todos concordaram. Foi a coisa mais sensata que dona Leonor dissera naquele dia.

18 de maio de 20152 OPINIÃO

Editorial

As lembranças de dona Leonorcrônica

Dona Leonor é a matriar-ca da família. No alto de seus 74 anos e com seus curtos ca-belos grisalhos é a mais que-rida dos Menegazzi. As rugas são marcas de todas as dificul-dades pelas quais já passou. O olhar longe e já cansado e o esboço de um sorriso no ros-to, às vezes, parecem recordar os momentos felizes ao lado de filhos e netos.

Certa vez, em Serra Negra, foi convencida pela neta mais nova a subir no teleférico. Foi de olhos fechados pelo tra-jeto inteiro. “Achei que fosse morrer. Nunca mais subo num treco desses!”, retrucou dona Leonor. Hoje em dia, a idade e o Alzheimer a afasta-ram do convívio familiar.

Dona Leonor precisa de

cuidados que só a casa de repouso oferece, mesmo que ela pense o contrário. Mesmo assim, o almoço do fim de semana só é comple-to com dona Leonor. Todas as gerações se reúnem ao re-dor de uma típica mesa ita-liana. “Descarregaram um caminhão de batata nessa semana lá no asilo, mas eu

não comi batata”, comen-tou com Ricardo, namora-do da neta mais velha, que a nona insiste em chamar de Leonardo.

Algumas histórias de dona Leonor, aliás, são repetidas sempre, outras são esqueci-das aos poucos. Culpa do Al-zheimer. Um dia, na casa de repouso, bateu o pé na quina

Diretor: Rogério BaziDiretora-Adjunta: Cláudia de CilloDiretor da Faculdade: Lindolfo Alexandre de SouzaProfessor responsável: Luiz Roberto Saviani Rey (MTB 13.254).

Editora-chefe: Priscilla GeremiasEditores: Camila Araújo e Caroline RoqueDiagramação: Nathani MotaTiragem: 2 mil - Impressão: Gráfica Todo Dia

Jornal laboratório produzido por alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas - Centro de Comunicação e Linguagem (CLC):

Não é que vai faltar um pouco de água. É que não tem água; não tem para onde correr, afirmou a Sa-besp em meio a crise hí-drica que o estado de São Paulo enfrenta desde o início do ano. A edição de maio do Saiba + mostra a readaptação do turismo em Socorro, cidade que inte-gra o Circuito das Águas, a região teve 30% de que-da no número de turistas entre dezembro de 2014 e março de 2015. Um parque de aventuras aderiu a mo-dalidade Stand Up Paddle para driblar a diminuição da vazão do Rio do Peixo, o principal do corredor tu-rístico de Socorro.

Esta edição também traz os contrastes da Avenida John Boyd Dunlop, o úni-co acesso da região Noro-este da cidade para o Cen-tro, o trânsito complicado, o crescimento da região e as histórias de quem vive e cruza pela via todos os dias. A faculdade de Jor-nalismo recebeu a Jornada de Jornalismo que discutiu a convergência de mídia, o processo de produção jor-nalística com o advento da internet e de reportagens multimídia.

O influente economista e ex-consultor econômico do governo Lula, Luiz Gonza-ga Belluzzo conversou com o Saiba + sobre a política econômica de Dilma Rous-seff, o papel da oposição e comentou as recentes ma-nifestações populares.

Esta edição ainda traz uma reportagem especial sobre o crescimento do futebol americano no Bra-sil com o apoio de clubes paulistas, mostra as difi-culdades enfrentadas pelas equipes. O comentarista de futebol americano Pau-lo Antunes acompanha de perto esta evolução e co-menta o projeto de trans-missão de jogos no canal ESPN.

Drible na crise

A proposta para revitaliza-ção da Avenida John Boyd Dunlop será apresentada du-rante encontro com o secre-tário de Transportes previsto para a próxima semana. Seria uma boa notícia, se ela não fosse datada de 2005. Desde aquela época, estudos realiza-dos pela Emdec apontavam crescimento dos índices de acidentes na John Boyd a maior avenida de Campinas (são 15 mil metros).

A proposta da Emdec era realizar uma grande interven-ção na John Boyd Dunlop, com o objetivo de torná-la um exemplo para toda a cidade nas questões referentes a trân-sito e transportes. A via passa por 21 bairros e cruza toda a região Noroeste campineira. Mas as obras não saíram do papel.

A única revitalização vista foi de placas. Isso mesmo, há cinco anos a John Boyd Dun-lop recebeu 222 novas placas

de advertência, regulamenta-ção e orientação, além de al-gumas alterações no sistema semafórico. E só.

Já a Francisco Glicério, out-ra via importante de Campi-nas, ao menos viu as obras se tornarem realidade. Mas não é tudo mil maravilhas como al-guns pensam. A revitalização da avenida traz sérios prob-lemas para a mobilidade urba-na do Centro, como mostrou a reportagem publicada pelo Saiba + no mês passado.

Com passos de tartaruga, bem na velocidade do nosso trânsito, a mobilidade urba-na vem sendo pensada. Mas não é suficiente. Quem pre-cisa andar de carro/ônibus em Campinas sabe a difi-culdade que é se locomover pelo município. Precisamos de soluções eficientes a curto, médio e longo prazo, antes que fiquemos todos presos em um grande engarrafamento.

Em marcha lentaCRISTIANEDOURADO

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Aprender a dar valor à vida vivida (Foto ilustrativa)

Os donos do capital estão ansiosos com o desfecho do Projeto de Lei 4330, que ver-sa sobre a regulamentação da terceirização do trabalho no Brasil. A proposta, que avança no Congresso, arrepia alas à esquerda do governo petista (incluindo sindicatos) e es-quenta o debate sobre a flexi-bilização da lei trabalhista, que segundo os economistas neo-liberais, tornaria o país mais competitivo no cenário global.

Com votação favorável na Câmara, o projeto, que tra-mita no Senado, permite que empresas terceirizem até suas atividades fins, aquelas que estão no centro da atuação das companhias. Essa tenta-tiva de flexibilização, longe de sernova, tem levantado questionamentos. Afinal, ela é a panaceia para a atual crise atravessada pelo país ou pre-cariza ainda mais as relações de trabalho?

Para entidades patronais

ANDERSONAPIFANIO

opinião

FLÁVIOMAGALHÃES

como a FIESP, o projeto vai ampliar a segurança jurídica para os 12 milhões de trabal-hadores que já prestam ser-viços como terceirizados, au-mentando a competitividade e impulsionando a criação de novos empregos.

A CUT rebate apresentan-do dados que apontam que quatro em cada cinco aci-dentes de trabalho são com funcionários terceirizados, que ainda segundo o sindica-to também recebem salários 25% menores e trabalharam três horas a mais.

Esse debate deve ser am-pliado e discutido em todas as camadas da sociedade bra-sileira, não ficando restrito ao parlamento, que será de fato quem decidirá sobre a refor-ma na legislação. Mas que ela não seja feita a qualquer custo, empurrando a conta para os trabalhadores, a pretexto de saciar a volúpia do capital.

PL do arrocho

Fern

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C

opinião

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‘Brasil não tem oposição’, critica Belluzzo

Mateus BassiVinicius Whitehead

O ex-consultor eco-nômico do governo Lula e um dos mais influentes economistas do Brasil, Luiz Gonzaga Belluzzo recebeu a reportagem do Saiba + em sua sala na diretoria da Faculdade de Campinas (Facamp). Ele trata de di-versos assuntos, dentre eles a efervescência política que as manifestações têm cau-sado, além de tecer críticas à política econômica de Dilma Rousseff e a falta de uma oposição ativa.

A dívida de Campinas com a União está na casa dos R$ 450 milhões, uma dívida considerada gran-de e que não está sendo paga. Como pagar esta conta?

Isso será acumulado. Se forem cobrados os juros e a correção dessa dívida, não haverá o pagamento deste valor. Sob estas condições, não haverá o pagamento, não há a menor possibili-dade, a menos que se sacri-fiquem outras coisas. Mas

como se vai deixar a admi-nistração sufocada? Não dá.

Em contrapartida, por exemplo, sobre o Fundo de Participação dos Mu-nicípios: a União desti-na apenas uma peque-na porcentagem para os municípios e o resto se perde “no meio no cami-nho”. Este valor é muito pequeno, não é?

Houve uma descentra-lização porque muitas das receitas e dos impostos criados, além das contribui-ções, não entram no Fundo de Participação. A Consti-tuição descentralizou e as mudanças que foram ocor-rendo ao longo do tempo (desde o governo de Fer-nando Henrique Cardoso, mas com consequência nos outros), fez com que estas receitas fossem descentra-lizadas, ficando concentra-das em um governo central.

Em Campinas, o pre-feito Jonas Donizette (PSB) quer privatizar saúde e educação (entre-gar a administração às Organizações Sociais), iniciativa que não deu

18 de maio de 2015 3ENTREVISTA

Viní

cius

Whi

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Economista cita falta de empenho do governo a favor da reforma tributária. Para ele, sistema partidário é falido

rio e as estratégias comer-ciais dos administradores do aeroporto. Caberia às agências reguladoras cuidar e administrar esta situação, mas elas não funcionam exatamente com este intui-to, na prática atuam como uma espécie de “cabidão de emprego”. É claro que o principal problema en-frentado nestas relações diz respeito à forma como se administra o conflito en-tre os interesses público e privado o tempo todo. No geral, não sou contra o sis-tema de concessões. A úni-ca ressalva que faço é com relação à força do Estado nacional, que vejo como fraco demais.

Sobre a reforma tribu-tária nacional: por que nenhum político brasilei-ro leva a reforma tributá-ria a sério ou não a colo-ca em prática?

É muito complicado se fazer a tal reforma por-que deve ser definido, por exemplo, o que será fei-to com o ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercado-rias e sobre prestações de serviços de transporte in-terestadual, intermunicipal e de comunicação). Não há o controle do pagamento tanto na origem quanto no destino, e, além disso, exis-te desigualdade do poder econômico entre os esta-dos. Por outro lado é muito difícil colocar tudo isso em prática, pois o que deve ser pensado em primeiro plano é que o sistema tributário brasileiro é extremamente regressivo. Uma brutali-de principalmente quando cerca de 50% dos impostos que recaem sobre o con-junto da população na qual grupos sociais têm capaci-dades diferentes de paga-mentos.

Como você analisa as recentes manifestações populares contra o gover-no?

Se você comparar estes movimentos com as Dire-tas, por exemplo, é insig-nificante. Essas manifesta-ções de agora não possuem essa densidade e essa tex-tura política com um grau

certo em lugar algum. Por que você acredita que ainda batem nesta tecla?

Esta experiência não deu certo, foi um fracasso. Este modelo de gestão está em crise no mundo inteiro, com graus diferentes de in-tensidade. Por outro lado, também há um problema financeiro propriamen-te dito. Com esta medida, geralmente os políticos querem “descalçar a bota” para diminuir uma futura responsabilidade pelo ato. Não acho uma boa solução.

Uma pesquisa da Se-cretaria de Aviação Civil mostrou que Viracopos foi o aeroporto melhor avaliado entre 15 do país, mas, ainda assim, os usuários sabem que o lo-cal é um grande canteiro de obras. Como o senhor analisa este sistema de concessões, como é o caso de Viracopos?

Todos os aeroportos tra-balham sob a premissa das concessões. Como todo tra-balho de concessão, existe a discussão de divergências entre o interesse do usuá-

de informações. Lá, as pes-soas sabiam o que estavam fazendo e agora nem tanto. Mas isso é a democracia. A democracia é assim, a gente tem que ter a compreensão de que mesmo aqueles que se opõem à democracia devem ter direito a manifestar, são os paradoxos.

Há uma luta de clas-ses explícita de ricos contra pobres?

Há uma luta muito mais promovida pelos de cima do que pelos de baixo. Na verdade, os de cima não to-leram, basta olhar as mani-festações. Por exemplo, di-zer que o sujeito que recebe o Bolsa-Família é preguiço-so. Isso também revela que o Brasil tem uma carência cultural muito grande. Nin-guém sabe qual é o preço do desemprego.

A democracia pode

ser ferida?Eu acho que a defesa que

a gente deve fazer é sempre a da democracia. Gostando ou não do governo Dilma, a presidente foi eleita com a maioria dos votos. Hoje posso dizer que sou um crí-tico muito duro do governo Dilma, por causa da forma como ela está fazendo os ajustes, que desrespeitam os eleitores dela, que enten-diam que ela iria avançar na incorporação das camadas inferiores. Acontece que essas manifestações se mo-vem em um terreno muito ambíguo, pois, por exem-plo, eu vejo manifestações da revista Veja que são cla-ramente golpistas, não são aceitáveis. No entanto, você não pode ir lá e “pastelar” a Veja, o que também é ina-ceitável.

No Brasil, existe uma oposição fraca?

Não tem oposição. O sistema partidário brasilei-ro faliu. Devemos pensar sobre a realização de uma reforma política a sério. Não adianta nada mexer na economia se esta reforma não for feita com sucesso. Não se pode ter o número de partidos que se tem no Brasil, pois aí se configura um sistema de chantagem e não mais partidário.

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Camila AraújoCaroline Roque

18 de maio de 20154 CIDADE

crescimento além do asfalto

Ligando o centro com o Campo Grande, pela avenida passam em média de 2,5 mil veículos/hora

John Boyd:

Principal ligação do cen-tro de Campinas com a re-gião do Campo Grande, a Avenida John Boyd Dunlop é a maior via do município e por onde trafega todo o trânsito da região Noro-este. A avenida passa por 86 bairros, e conta com os mais variados comércios, shoppings e hospital, o que a transforma, de acordo com aqueles que a utilizam diariamente, no melhor lu-gar para se viver.

Nos seus aproximada-mente 15 quilômetros de extensão - 29,6 contando os dois sentidos - a via guarda histórias de quem acabou de chegar, mas também de quem a viu crescer e até per-de a noção da sua extensão. Este é o caso do aposentado Lázaro Marques Santos, que mora no Jardim Londres há 44 anos e nunca pensou em sair do entorno da John Boyd. “Só se for daqui para o cemitério”, afirma.

Esse não é o sentimento apenas do aposentado. Ma-ria Angélica das Neves da Silva mora no bairro Satélite Iris I há 20 anos e tem uma banca de salgados, em fren-te ao Hospital Celso Pierro, da PUC-Campinas. Ela con-ta que a região é a melhor em que já viveu.

Tem até quem já tenha morado em área nobre de Campinas e prefere ficar perto da John Boyd, como é o caso da aposentada Már-cia Glória Borges Soares, do Satélite Íris II. “Eu morava no Cambuí e para ir na pa-daria precisava me arrumar porque a mulherada ficava olhando de cima a baixo. Eu gosto de lugar mais simples e aqui eu tenho tudo por perto”, conta.

Problemas Quando se mudou, seu

Lázaro diz que só havia um ônibus até o local, e que ia somente até a entrada da Vila Castelo Branco. “Para lá era tudo mato”, recorda o aposentado, se referindo ao restante da John Boyd, que desse ponto até o seu final ainda tem aproximadamen-

te oito quilômetros. Um dos tantos contras-

tes com a realidade de 40 anos atrás é que, diariamen-te, passam em média 64 mil veículos pela via; em 2011, esse número era de 45 mil por dia, segundo a Empresa Municipal de Desenvolvi-mento de Campinas (Em-dec). E essa é a principal re-clamação dos moradores da região: o trânsito. “A única coisa que precisa é ampliar, fazer um corredor de ôni-bus”, ressalta Maria Angé-lica.

Outro morador que acompanha de perto o gran-de fluxo de veículos é o jor-naleiro Milton Sergio Mo-reira, que vive na região há quatro anos, mas trabalha na banca há oito, de segun-da à segunda-feira. “Duran-te a manhã e à tarde o fluxo fica insuportável”, descreve.

Só uma faixaA avenida mais extensa

de Campinas ganhou seu nome inconfundível por causa da fábrica de pneus Dunlop (atual Pirelli). “Quando eu cheguei, a ave-nida só tinha uma faixa de asfalto que ia até a Dunlop. Só tinha terra, não tinham ruas”, lembra seu Lázaro, que se mudou para Campi-nas em busca de uma opor-tunidade de emprego. Atu-almente, a avenida possui três faixas em cada mão.

Morador da região há 43 anos, o aposentado Ulisses de Oliveira só mudou de bairro durante esse tempo, mas não saiu do entorno da John Boyd, “tinha só um mercado aqui na região”, lembra

Apesar disso, entre mu-danças e problemas é possível encontrar também sentimen-tos e histórias preservadas pelo tempo. “O crescimento aqui foi esplêndido, eu não me arrependo nem um mi-límetro de vir morar aqui. Pelo contrário, faria tudo o que eu fiz de novo”, enfatiza seu Lázaro, revelando que o significado da John Boyd Dunlop na vida daqueles que entre ela viveram ain-da continua enraizado nos 15km de asfalto.

Caroline Roque

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Márcia TeixeiraVerônica Miranda

Um projeto de revitaliza-ção das praças públicas foi elaborado pela Prefeitura de Campinas em 2012, mas desde então, foram reurba-nizadas cerca de 120 praças, do total de 1,8 mil. Até o final de 2015 está prevista a revitalização de 50 praças. A previsão é investir R$ 60 mi-lhões durante este ano.

Apesar dos resultados já serem visíveis em algumas praças, alguns moradores ainda estão insatisfeitos com a situação dos locais. Rober-to Alexandre da Silva, mora-dor do Jardim Antonio Von Zuben que frequenta a Pra-ça das Saúvas, mora no bair-ro há vinte anos. “Tínhamos campo de futebol e até casa na árvore. Hoje só cortam a grama para dizer que fazem alguma coisa”, reclama.

A reportagem do Sai-ba + flagrou na Praça das Saúvas um acúmulo de água parada em pneus, além de muitos bancos depredados.

Outro ponto crítico des-ses locais abandonados é a falta de iluminação. O Bos-que dos Alemães no bairro Castelo, além de iluminação, falta guardas municipais e funcionários de limpeza,

18 de maio de 2015 5CIDADE

Apenas 120 das 1,8 mil praças são revitalizadas em CampinasProjeto elaborado em 2012 prevê investimento de R$ 60 milhões

para a reforma de 50 praças na região até o final de 2015

Bancos depredados em vários pontos da Praça das Saúvas

Fotos: Verônica Miranda

como relata Rosana Cunha, que morou por 30 anos pró-ximo ao bosque, “se você gritar aqui dentro, ninguém te ouve”. A falta de seguran-ça também está nos brin-quedos infantis que foram desmontados e deixados com pontas de pregos e pla-cas de alumínio, sem nenhu-ma sinalização.

O principal problema é que devido aos poucos re-cursos e a falta de manuten-ção do local, como mesas para alimentação, brinque-dos e academia ao ar livre, as pessoas acabam não fre-quentando, fazendo com que aquele não seja um am-biente agradável e seguro.

A Praça Pedro Henrique Braga, na Vila Georgina, também sofre com a falta de segurança e de ilumina-ção. É possível perceber a presença de um grande nú-mero de usuários de drogas, como destacou Guilherme Garcia da Silva, proprietário há seis anos de um bar loca-lizado em frente à praça. “Já usei dinheiro do meu bolso para colocar duas ilumina-ções para inibir a presença de usuários de drogas”, afir-ma o comerciante.

Rogéria de Fátima, mo-radora há 10 anos da Vila Georgina, também reclama

da presença de “pessoas estranhas”, principalmen-te próximo a um ponto de ônibus, “uma amiga já foi assaltada por aqui”. Rogéria sugere que a praça deve ser mais iluminada, ter mais es-portes e lazer para as crian-ças.

A Prefeitura de Cam-pinas justifica que essas obras de revitalização são demoradas. A administra-ção informa que o tempo de entrega também pode ser considerado, pois como são ambientes abertos, às vezes, por conta das intem-péries da natureza, como chuvas, podem atrasar as obras.

Porém no caso do Bos-que dos Alemães, o projeto existe desde 2012 e ainda não foi concluído. De acor-do com a Prefeitura, as pra-ças Pedro Henrique Braga e Praça das Saúvas não estão incluídas no cronograma deste ano, e poderão entrar no cronograma do ano que vem. A administração jus-tificou também que as pra-ças recebem manutenção periódica e que qualquer reclamação pode ser feita pelo telefone 156 ou no Departamento de Parques e Jardins (DPJ) pelo telefo-ne (19) 3272-2500. S+

Praça das Saúvas. Acúmulo de água em pneus que eram utili-zados como brinquedos pode atrair o mosquito da dengue

Praça Pedro Henrique Braga: Grama alta e brinquedos que-brados afastam moradores que poderiam frequentar o local

Bosque dos Alemães: Restos de brinquedos antigos de ma-deira foram abandonados no bairro Castelo

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Que o futebol é a maior paixão dos brasi-leiros quando o assunto é esporte, disso ninguém tem dúvida. Mesmo assim, outro esporte po-pular nos Estados Uni-dos ganha força no país. Com um crescimento de mais de 800% do públi-co televisivo nos últimos três anos no Brasil, o fu-tebol americano se des-taca com surgimento de novos times nacionais.

Atualmente, o país possui 135 equipes re-gistradas na Associação de Futebol Americano no Brasil (AFAB), divi-dido nas categorias half pad, que não obriga o uso de equipamentos, como ombreiras e capacete, e a full pad, que necessita de

Henrique GuilhermeGuilherme Kowalesky

todos os apetrechos.A principal competi-

ção do país, assim como a Liga Norte Americana de Futebol Americano (NFL), também é inde-pendente. O chamado Torneio Touchdown (alusão ao nome da pon-tuação do esporte) foi criado em 2009 e atual-mente tem 16 equipes, metade do número da NFL. A competição é ad-ministrada por Luis Clau-dio Lula da Silva, filho do ex-presidente da Repú-blica, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é o principal responsável pela busca dos patrocínios que man-tém o evento.

O Corinthians Steam- rollers é uma das grandes equipes do país na atuali-dade. O clube é uma fu-são do Steamrollers, an-tiga equipe de Diadema

fundada em 2006, com o famoso clube do futebol brasileiro.

Essa parceria não é exclusividade do Corin-thians. Mais seis equipes das 16 do Touchdown possuem vínculo com outros clubes de futebol como: Vasco da Gama Patriotas, Botafogo Rep-tiles, Flamengo FA, San-tos Tsunami, Juventude FA e Palmeiras Locomo-tives.

Segundo o diretor e presidente do Steam- rollers, Ricardo Trigo, es-sas parcerias têm gerado bons frutos ao esporte no país. “Ajuda e muito ser Corinthians, e todos os que têm parceria com clubes também cres-cem”, afirmou. Ainda se-gundo o diretor, um dos pontos fundamentais é a estrutura fornecida pela

Corinthians SteamRollers e Jundiaí Ocelots jogam pela Super Copa São Paulo

Futebol Americano cresce no Brasil com apoio de clubes

Esporte evolui na audiência e na prática, mas ainda é amador por falta de investimentos

parceria. “O Corinthians disponibiliza o nome, campo de treinamento, fisioterapia, academia e materiais esportivos”, ressaltou Trigo.

A equipe do Corin-thians Steamrollers é atu-almente a mais popular em número de seguidores no país. Nas redes sociais são mais de 1,3 milhão de pessoas acompanhando as atividades do time. Em segundo lugar, o Palmei-ras Locomotives soma 165 mil curtidas em sua página do Facebook.

No interiorSe engana quem pensa

que o futebol america-no está fazendo sucesso e crescendo apenas nas capitais do Brasil. No in-terior de São Paulo, por exemplo, algumas cida-des já possuem equipes

competitivas no esporte. O Jundiaí Ocelots é

um exemplo. Com qua-tro anos de criação, o time começou a dispu-tar torneios ano passado e ganhou o seu primeiro título. A equipe ganhou a Taça Nove de Julho em 2014, uma competição na qual times grandes não participam, por estarem no Torneio Touchdown.

O Ocelots, assim como o Corinthians, também está disputando a Super Copa São Paulo, organizado pela Federa-ção de Futebol Ameri-cano do Estado de São Paulo (Fefasp), todo pri-meiro semestre do ano.

O time cresce como símbolo do esporte na ci-dade. Em menos de um ano, com divulgação em jornais e redes sociais, o Jundiaí Ocelots passou

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mento. “Tem muita gen-te que desiste. O futebol americano exige compro-misso, porque nós treina-mos no domingo de ma-nhã, e sábado não pode exagerar quando sair. Às vezes temos pessoas com muito potencial, mas que não têm comprometi-mento”, lamentou Icaro Cieni.

Outra barreira são os equipamentos. O custo total de equipamentos novos para a prática full pad do esporte no Brasil sai quase R$ 3 mil (confi-ra os preços de cada equi-pamento no infográfico).

Uma alternativa que alguns atletas usam é comprar o material usa-do, que reduz esse custo a mais ou menos R$ 800 a R$ 1,5 mil.

O que torna o futebol americano ainda longe do profissionalismo no Bra-sil não são apenas esses fatores. “Nós só seremos profissionais quando re-cebermos para jogar, por enquanto somos amado-res. Só vai dar certo quan-do começar a investir no esporte”, finalizou o dire-tor do Jundiaí Ocelots.

Corinthians SteamRollers e Jundiaí Ocelots jogam pela Super Copa São Paulo

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de 3 mil para mais de 6 mil fãs no Facebook. Se-gundo a direção do clube, esse fator faz muita dife-rença. “Quando temos disputas sem divulgação nós levamos apenas 600 pessoas aos jogos. Então se você me perguntar: como o time sobrevive? Nós não temos patrocí-nio, é com venda de boné, camisetas, moletons e ri-fas, e a torcida ajuda em tudo, eles ajudam manter o time”, afirmou Icaro.

O crescimento da po-pularidade do esporte também reflete na busca por novos atletas na equi-pe da cidade. Com duas seleções por ano, o Oce-lots teve um crescimento de mais de 50% na pro-cura por uma vaga no time. “Na última seletiva trouxemos 106 pessoas para concorrerem a uma vaga, já a antepenúltima só havia 50”, ressaltou o vice-presidente.

Barreiras Segundo os presiden-

tes dos clubes do interior de São Paulo, a maior dificuldade é encontrar atletas com comprometi-

Audiência na TV aumenta 800%

Comentarista de Fute-bol Americano do canal ESPN, o jornalista Paulo Antunes acompanha de perto a evolução do espor-

te no Brasil. Ele e o co-lega de trabalho, o

narrador Everal-do Marques,

iniciou o projeto de transmis-são do e s p o r t e no canal em 2006, e hoje

veem a au-diência das

transmissões crescerem 800%.

“Quando eu e o Everaldo começamos em 2006, não achávamos que seria todo esse sucesso. Criou-se uma química en-tre nós e o negócio deslan-chou, aí isso foi crescendo. Foi sucesso desde o início. Cada ano temos um au-mento absurdo na audiên-cia”, contou. De acordo com Antunes, o Brasil foi o segundo em recorde de audiência durante a trans-missão do Super Bowl 49, final da NFL entre o New England Patriots e o Seattle Seahawks realizada em fe-vereiro de 2015.

A transmissão america-na, que foi feita pelo canal NBC, teve 114,4 milhões de espectadores. No Brasil, 500 mil pessoas acompa-

“Estamos no caminho

certo, mas não

podemos nos

comparar com os EUA”

nharam o jogo através da ESPN. O índice supera em 84% o registrado na trans-missão do evento de 2014.

O canal também foi destaque nas mídias so-ciais, onde atingiu o pri-meiro lugar nos Trending Topics mundiais do Twitter com a hashtag “ESPNTem-SuperBowl49”.

Antunes também mos-tra-se feliz por esse resul-tado influenciar no cresci-mento da prática no país. Porém, para ele, há muito que melhorar. “Estamos no caminho certo, embora o nível tenha que melho-rar ‘10000%’ para sonhar com uma liga nos moldes da NFL. Mas não pode-mos nos comparar com os EUA, eles têm outra reali-dade de futebol americano. Daqui uns 30 anos, pode-mos alcançar o nível de-les”, afirmou Antunes.

No final da entrevista ao Saiba +, Antunes falou so-bre a transmissão de jogos nacionais. “Já transmitimos jogo de futebol americano nacional, a final do torneio Touchdown. Me lembro que o Corinthians ganhou e a gente transmitiu aquela partida. Uma transmissão de futebol americano ne-cessita uma tecnologia fer-rada. Precisamos fazer algo mais organizado e o nível tem que melhorar”, fina-lizou. / Foto: Henrique Guilherme

Dados: KG Esportes / Foto: Gelleryhip

Quanto

Capacete: R$ 1000

Bola: R$ 60 a R$ 200

Luva: R$ 330

Chuteira: R$ 340

Ombreiras: R$ 800

custa?

Infografia: Nathani Mota

Paulo Antunes

Page 8: Saiba+ - Edição Maio de 2015

jovens e aventureiros, que buscam os esportes radi-cais.

Apesar do susto, Gin-ghini afirma que os turistas que buscam aventura estão voltando. Deise Formagio, chefe dos serviços de tu-rismo da cidade de Socor-ro, também confirma que mesmo com as adequações necessárias, o turismo de Socorro deve se manter forte. “Dado que temos uma grande diversidade de atividades de aventura para oferecer ao turista, como arvorismo, rapel, trilhas em meio a natureza e cavalga-das, a situação hoje em dia está praticamente normali-zada”.

Para não ser pego de sur-presa novamente, Charles já projeta novos atrativos para o turismo em Socor-ro. “Nossa empresa estará trabalhando outros seg-mentos como cicloturismo e cursos diversos de cano-agem, rafting entre muitos outros. Eventos ligados à natureza, respeitando uma ‘agenda verde’ também so-mam boas receitas”. Mas muito além da preocupação com a queda dos turistas e do faturamento, o pensa-mento e conscientização é unânime.

18 de maio de 20158 CRÍSE HÍDRICA

A crise hídrica, que afeta o Estado de São Paulo des-de 2014, influenciou nas grandes mudanças de hábi-tos da população. A cons-cientização de que a água está acabando e que o re-servatório responsável pelo abastecimento do Estado está em seu volume morto, alterou diversos ciclos de atividades, inclusive o turis-mo no interior paulista que depende da água de rios e lagos.

Cidade que compõe o Circuito das Águas Paulis-tas, Socorro não escapou da crise e vivenciou momen-tos de mudanças e quedas no movimento de turistas. O rafting, por exemplo, es-porte dependente da vazão dos rios e uma das prin-cipais atrações da cidade, chegou a ser interrompido. “Tivemos nossas opera-ções paradas por 50 dias no período crítico, que foi de julho ao começo de setem-bro do ano passado. Com a chegada da primavera houve uma mudança e um pequeno início de chuvas”, explica Charles Gonçalves, condutor de turismo espe-cializado em rafting, sócio fundador e diretor comer-cial da Próxima Aventura Canoar.

A crise era inespera-da, mas mexeu com a consciência de moradores da cidade e empresários do ramo de aventura. “Foram 15 anos em pleno cresci-mento da atividade de tu-rismo de aventura por aqui. Esta situação interferiu diretamente na receita das empresas locais, mas tam-bém nos fez repensar sobre ações e melhorias diversas

Camila Mazin

Percurso seco do Rio do Peixe que passa no Parque Monjolinho onde acontecia a prática de rafting

Readaptação do rafting e implantação de novos esportes são saídas para manter atividades em alta

Socorro dribla crise hídrica e garante turistas

para enfrentar a crise”, diz Gonçalves.

MudançasCom a diminuição da

vazão do Rio do Peixe, o principal do corredor tu-rístico de Socorro, empre-sários do ramo de esportes aquáticos tiveram que se re-adaptar e modificar ativida-des, para que a cidade não perdesse seu atrativo.

Segundo Sebastião Gin-ghini, diretor do Parque de Aventura Monjolinho, o

percurso do rafting dimi-nuiu de sete para quatro quilômetros, pois nessa extensão a vazão baixa do rio não interfere na prática do esporte. Para evitar per-das, ele encontrou em um outro atrativo que pode-ria suprir a falta do grande percurso do rafting. “Nós descobrimos que o rio tem um quilômetro de remanso entre uma corredeira e ou-tra, onde ficava interessante colocar o Stand Up Paddle. Foi mais uma adequação do

rio a um esporte que não precisa de tanta água”, afir-ma Ginghini.

TuristasSocorro é uma cidade

que, apesar de ter a prática do rafting como uma das atividades mais procuradas, também atrai outro tipo de turista. De acordo com Sebastião Ginghini, há os turistas que buscam tran-quilidade e descanso no Corredor Turístico do Rio do Peixe, e aqueles mais

Fotos: Camila Mazin

S+

Prejuízo

30% foi a queda de turistas em dezembro de 2014 a março de 2015

1000 não foram atendidos em 2014 com um voucher em média de R$ 100

clientes

Prática de Stand

Up Paddle no Rio do Peixe, à

esquerda, e descida do

Rio do Peixe

Page 9: Saiba+ - Edição Maio de 2015

troca há seis meses, diz que o investimento foi de aproxi-madamente dois mil reais nas 110 lâmpadas que foram sub-stituídas. A conta, que antes variava entre R$ 900 e R$ 950, reduziu em 20%. “Além dessa economia, que em um ano já recuperamos o investimento, elas não quebram e nem es-quentam. Não tive que trocar nenhuma até agora”, revelou.

A concessionária Auto-ban, que administra as rodo-vias Anhanguera e Bandei-rantes, trocou as lâmpadas convencionais pelas de LED em algumas balanças das rodovias. Com 2.800 lâmpa-das trocadas, o novo sistema reduziu 15% do consumo. “Ainda não substituímos to-das as lâmpadas ao longo da rodovia, pois as de LED ainda não são tão eficientes quando há situação de neblina, mas estamos estudando projetos para economizar mais ener-gia”, afirma o gestor de tecno-logia da concessionária, Pedro Santos do Rego.

riamente.Para a dermatologista Ma-

ria Elisa Silva, o protetor solar deveria ser um item obriga-tório em empresas, por ser mais uma proteção à saúde de quem trabalha exposto ao sol. E explica que “para uma proteção 100% eficaz é necessário aplicar filtro solar a cada duas horas. Além do que, cada pele precisa de um fator de proteção solar (FPS) diferente, peles mais escuras podem usar o FPS 15, para peles mais claras a partir de FPS 30”, diz Maria Elisa.

A médica alerta que man-chas marrons ou avermelha-das, pintas de pigmentação diferente, alteração na textura da pele, mudanças percep-tíveis ao olho humano, po-dem indicar alguma doença na pele. Mesmo que nenhu-ma alteração seja percebida, é necessário ir ao dermato-logista pelo menos uma vez ao ano para um exame mais detalhado.

O uso das lâmpadas com a tecnologia LED (Diodo Emissor de Luz, em portu-guês) ganha cada vez mais espaço no mercado, em razão do potencial energético preju-dicado pela crise hídrica. Em vias públicas e semáforos, as lâmpadas já estão sendo substituídas por essa versão. A eficiência da alternativa está na produção da mesma quantidade de luz utilizando menos energia que as con-vencionais. Com apenas 10

18 de maio de 2015 9 COTIDIANO

LED surge como alternativa para economizar energia

Substituição representa economia de até 20%, mas preço afasta consumidor

Vinicius Whitehead watts, uma lâmpada de LED ilumina o mesmo que a incan-descente de 60W.

Por ser pouco eficiente e gastar mais energia, a lâmpa-da incandescente será banida do mercado até 2016, já que menos de 10% da energia que passa por ela é transformada em luz. O restante da eletric-idade produzida é perdida na forma de calor, por isso, elas ficam quentes quando acesas por muito tempo.

Com este cenário, o con-sumidor tem basicamente três

opções de lâmpadas domésti-cas: a halógena, que custa entre R$ 5 e R$ 10 (70 W), a fluorescente compacta, entre R$ 10 e R$ 15 (25W) e a de LED, com o preço variando entre R$ 35 e R$ 50 (10W). Essas opções são mais caras do que a incandescente. Por outro lado, como gastam menos energia e têm maior durabilidade, o saldo final é positivo. Em termos de du-rabilidade, uma lâmpada de LED equivale a 50 lâmpadas incandescentes, oito lâmpadas compactas fluorescentes ou até a 16 lâmpadas halógenas.

“Em uma residência com aproximadamente 10 lâmpa-das incandescentes, a pessoa que troca as lâmpadas de 60 watts por tipos de 10 watts, de LED, já representa uma economia anual da ordem de R$ 200”, afirma o engenheiro eletrônico Elton Zacatto.

Ainda sob este contexto, João Campos, síndico de um condomínio de apartamentos em Jundiaí e que realizou essa

Vini

cius

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Exposição ao sol afeta saúde de trabalhadores

Os trabalhadores em Campinas estão mais expos-tos às doenças na pele. Se-gundo divulgação da Defesa Civil, o índice de ultravioleta (IUV) tem atingido 14 pontos em uma escala que vai até 15. O protetor solar é o maior aliado no combate a esses ris-cos, mas para quem trabalha exposto ao sol essa proteção não tem garantia por lei.

Em Campinas, não existe nenhuma lei em que o uso do protetor solar é obrigató-rio nas empresas. Apenas em âmbito nacional já existiram projetos de leis, como tenta-tiva de tornar o protetor ma-terial obrigatório em trabalho.

Para o Ministério do Tra-balho, existem equipamentos obrigatórios que as empresas devem oferecer para os seus empregados prezando a pro-teção dos mesmos, os chama-dos EPIs. As empresas que não fizerem a distribuição

desse material estão sujeitas a multa e penalidade.

José Carlos Ricardo, pro-prietário de uma empresa de construção civil, faz a distri-buição dos EPIs para seus funcionários, como óculos, protetor de ouvido, capacete, luvas, sapatão, importantes para evitar acidentes. Sobre a

distribuição de filtro solar, co-menta “acho importante, mas não ofereço para os meus fun-cionários porque eles já não usam os equipamentos que são de uso obrigatório, imagi-na outros”, afirma Ricardo.

Algumas empresas de Campinas oferecem proteto-res solar aos seus funcioná-

Queimaduras, herpes, acne, alergias e câncer de pele são algumas das doenças causadas pelos raios ultravioletas

Funcionário da Defesa Civil de Campinas utiliza camisa comprida e boné para se proteger do sol

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Complexo viário no bairro São João, em Jundiai, utiliza lâmpadas de LED

Jéssica Nespoli

S+

S+

rios, como a Empresa Muni-cipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), os Cor-reios e empresas que prestam serviços ao Aeroporto de Viracopos. O protetor é dis-tribuído somente pela manhã para os funcionários, porém, a jornada de trabalho dos mes-mos dura de 6 a 8 horas dia-

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux)

CustoInfografia: Nathani Mota

Page 10: Saiba+ - Edição Maio de 2015

18 de maio de 201510 SAÚDE

Estresse atinge 70% da população do país e causa doenças relacionadas ao trabalho Estudos apontam os principais sintomas dos males físicos e pscicológicos ligados à rotina profissional

Uma pesquisa realizada pela Isma-BR (Interna-tional Stress Management Association) apontou que 70% da população econo-micamente ativa do Brasil sofre com os males causa-dos pelo excesso de estres-se. Os principais sintomas gerados pelos transtornos são irritabilidade, cansaço e dores no estômago.

Neste contexto, a Facul-dade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp tam-bém fez um levantamento que divulgou dados sobre doenças relacionados à ro-tina de trabalho. Os resul-tados mostraram que as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (Dort) estão diretamente ligadas à síndrome do es-gotamento mental. Nos últimos anos, 858 casos de Dort foram atendidos pelo ambulatório da Unicamp,

Isabella VicentinIn

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Pris

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snanda Brognaro dos San-tos conta que, nestes ca-sos, é preciso identificar o nível de estresse da pessoa afetada com os males gera-dos pela doença. “Depois de um dia de expediente e de enfrentar o trânsito, al-gumas pessoas ainda preci-sam realizar atividades do-mésticas, como cuidar dos filhos, e isso pode refletir

sendo que 280 apresenta-ram ligação com algum tipo de transtorno mental.

A administradora de em-presas Cláudia Sarmento, 46, contou à reportagem que começou a sentir algu-mas dores durante o horá-rio de trabalho, mas chegou a pensar que não fosse nada preocupante. “Comecei a ter falta de apetite, mas achei que era por conta do meu dia a dia corrido. Não tinha horário certo para almoçar, mas, depois de algumas semanas, passei a ter dores no estômago e a situação foi piorando cada vez mais”, comenta a admi-nistradora que foi diagnos-ticada com depressão. A doença acarretou gastrite e síndrome do pânico e, além disso, a profissional ficou afastada do trabalho por 4 anos.

Para explicar detalhes da realidade destes pacientes, a enfermeira do trabaho Fer-

na exaustão do corpo. Nes-tes casos, apenas uma noite de sono é suficiente, mas, infelizmente, nem sempre é o melhor”, afirma a funcio-nária da área médica.

Ainda segundo Fernan-da, existem gravidades di-ferentes dos transtornos mentais, que podem ser divididos em leves, mo-derados ou graves. Além

disso, o diagnóstico pode ser depressão, a Síndrome de Burnout (tensão emo-cional e estresse crônico provocados por condições de trabalho desgastante) e o estresse pós-traumático. Os tratamentos normal-mente são realizados por um médico psiquiatra, que diagnostica e receita o pa-ciente.

Pesquisa mapeia saúde mental dos motoboysPsicólogo constatou que esses profissionais de Campinas sofrem depressão e 38% deles usam drogas

Prazos apertados, trân-sito carregado, acidentes e posição de trabalho. Essa é a rotina dos profissionais que ajudam a movimentar as capitais do país: os moto-boys. E entre uma entrega e outra, o psicólogo Alex de Toledo Ceará desenvolveu, em sua tese de doutorado defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, uma pesquisa que apontou o perfil psico-lógico dos motociclistas.

A pesquisa apontou carac-terísticas de 194 profissionais de Campinas, em sua maioria jovens de 18 a 34 anos, que possuem uma longa jornada de trabalho, um perfil aven-tureiro, competitivo e apre-ciam o que fazem. “Eles são um exemplo da sociedade pós-moderna, que vive com pressa, pressão, estressada, que flui pelos espaços muito rapidamente e não tem tem-

194 entrevistados

20% consomem maconha

18% usam outras drogas

com histórico de acidentes30%

Camila Araújo

Priscilla GeremiasCamila Araújo

Dados da pesquisa

po”, comenta o pesquisador.

Uso de drogasAlex abordou ainda a

Estudo mostra que 30% dos motociclistas entrevistados já sofreram algum tipo de acidente de trânsito

saúde mental e o uso de substâncias psicoativas por motoboys. Por meio de um questionário o pesqui-sador avaliou e constatou que 14 profissionais têm depressão e 16 sofrem de ansiedade. A convivência diária possibilitou que o psicólogo observasse o uso de drogas por motoboys. A maconha é usada por 20% dos profissionais, até mes-

mo durante o trabalho. Outras drogas consu-

midas pelos jovens são o álcool (8%), cocaína (4%), esteróides (3%), ecstasy (2,5%) e crack (0,5%). “Te-mos que refletir, além da influência do álcool na ca-pacidade de dirigir, na in-fluência da maconha”, ava-lia Alex e completa que vê o uso da droga como busca de alívio.

“Eu acho que isso tudo precisa ser repensado, le-vando-se em conta o am-biente de trabalho. Não quer dizer que o uso das drogas é consequência do ambiente de trabalho, mas sem dúvida há uma forte li-gação”, afirma o psicólogo.

Riscos de Acidentes O psicólogo avaliou 25

profissionais com histórico de acidentes e 25 sem his-tórico. Ele verificou que o desgaste emocional e perfil aventureiro fazem com que os motoboys estejam mais sujeitos a riscos de aciden-tes.

Segundo a Empresa Mu-nicipal de Desenvolvimen-to de Campinas (Emdec), a cada 10 acidentes de trânsi-to envolvendo vítima, sete envolvem motocicletas. A empresa informou que em 2013, 52 motociclistas mor-reram nas ruas da cidade. S+

S+

Page 11: Saiba+ - Edição Maio de 2015

da era da internet passou a se exigir mais percepção e consciência do jornalista. É preciso pensar com mais apreço o jeito de se fazer fotojornalismo e multimí-dia dentro das faculdades”, afirmou Bodstein durante a palestra.

O último palestrante do evento, João Massarolo, ci-neasta e professor associa-do da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), fi-nalizou falando sobre a in-dividualidade na Internet e a cultura participativa, afir-mando que os blogs são os novos formadores de opi-nião e ressaltando que toda produção da web, submete--se aos usuários.

18 de maio de 2015 18 de maio de 2015 11PUC-CAMPINAS

Profissionais e professores da área discutem como a internet modificou o modo de exercer o ofício

A Jornada de Jornalismo realizada na PUC-Campi-nas, levou à universidade a discussão sobre a conver-gência de conteúdo. O even-to foi realizado nos dias 29 e 30 de abril, no Auditório Dom Gilberto e na sala 800, no Campus I, nos períodos matutino e noturno. No pri-meiro dia da jornada, pro-fissionais de dois grandes jornais do país abordaram a experiência do mercado sobre o meio impresso e di-gital, já no segundo dia, do-centes fizeram uma reflexão acadêmica sobre o tema.

Rogério Pilker, um dos convidados do primeiro dia

do evento, que desde 2013 é infografista na editoria de arte da Folha de S. Paulo, afirma que “todo mundo ali é jornalista, todo mundo ali produz”, em referência a redação do jornal. Segundo ele, é preciso ajuda mútua entre as equipes de arte e reportagem, para manter um equilíbrio e chegar a um bom resultado em ambas plataformas.

Além desse equilíbrio, Roberto Dias, secretário-as-sistente de redação da Folha de S. Paulo, complementou que o desafio é conseguir mostrar que o jornalismo digital é também profissio-nal. “É preciso saber vender seu conteúdo”, afirma Dias,

mesmo com o crescente ganho de mercado digital dos jornais impressos. No online é preciso pensar em distribuição de conteúdo, pois é necessário estudar o comportamento do leitor para saber o horário, a rede social e tipo de legenda mais adequados para fazer a dis-tribuição do link na base di-gital.

Ainda no dia 29, o repór-ter do jornal O Estado de S. Paulo, Edison Veiga, que as-sina a coluna Paulistices, dis-cutiu a capacidade de tran-sição das matérias do jornal impresso para o meio digital e vice-versa. “Hoje facil-mente acontece de matérias que são do site pautarem as

Daniela CastroGiselle Reis

Giselle Reis

Fábio Sales, editor de arte do jornal O Estado de S. Paulo, explicou como o digital pode ampliar o poder da informação, tornando a notícia mais atrativa

S+

Convergência é tema da Jornada de Jornalismo

impressas, só é preciso ade-quar os elementos gráficos de cada plataforma”, afir-ma. Também do Estadão, esteve presente o editor de arte do portal, Fábio Sales, que complementou a fala de Veiga, abordando como os elementos do digital podem ampliar o poder da informa-ção, tornando-a mais atrati-va e acessível.

No último dia da jorna-da, o professor da PUC--Campinas e pesquisador associado do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Unicamp, Celso Bodstein, falou sobre os elementos e dificuldades do jornalis-mo multimídia. “A partir

“Hoje facilmente acontece de

matérias que são do site pautarem as impressas, só é

preciso adequar os elementos gráficos

de cada plataforma”

Edison Veiga

“A partir da era da internet passou a

se exigir mais percepção e

consciência do jornalista”

Celso Bodstein

Daniela CastroVinícius Tavares

Page 12: Saiba+ - Edição Maio de 2015

Tradição. Essa é a pala-vra que caracteriza a festa realizada há 27 anos em Santa Bárbara d’Oeste. Or-ganizada pela Fraternidade Descendência Americana, a Festa Confederada man-tém viva a memória e os costumes dos americanos que se fixaram no interior do Estado de São Paulo. Em busca de um recome-ço, diversos moradores do sul dos Estados Unidos encontraram no interior paulista, um lugar para re-começar.

A 27ª edição da festa celebrou os 150 anos do fim da Guerra Civil, que marcou a vinda dos ame-ricanos para o Brasil. Com muita música, dança, trajes e comidas típicas da Amé-rica sulista do século XIX, descendentes de imigran-tes, familiares e amigos se reuniram para celebrar a chegada de seus antepas-sados.

Após o fim da Guerra de Secessão, em 1865 (vide box), famílias americanas estavam à procura de uma vida melhor em outro lu-gar. O Brasil foi então o país escolhido. Segundo a tradição oral, passada de geração em geração, havia próximo à cidade de Santa Bárbara d’Oeste uma terra

Marcelo Rodrigues

18 de maio de 201512 CULTURA

Em busca de um recomeço “Festa Confederada” realizada em Santa Bárbara D’Oeste

comemora 150 anos da imigração dos americanos para o Brasil

com um ótimo solo para o plantio de algodão.

A convite do Imperador Dom Pedro II, um admi-rador nato dos EUA e que planejava desenvolver a in-dústria algodoeira no país, os americanos migraram para o Brasil, subsidiados pelo governo. Aqui, eles se depararam com um povo que os acolheu bem e um solo que era bom para o plantio, não só do algodão, mas como de outros culti-vos que os sulistas estavam acostumados a lidar.

Desde então, a maior comunidade de norte--americanos do país man-tém viva as tradições e costumes com os quais foram criados. A Fes-ta Confederada é apenas uma marca deste fato. En-quanto mulheres utilizam típicos vestidos da época, os homens se vestem com o uniforme dos soldados. Eles conversam e dançam no mesmo local que estão as barraquinhas enfeitadas de azul, branco e verme-lho, vendendo hot dog, bar-becue e hambúrguer.

As músicas caracterizam o ambiente e fazem o es-pectador se sentir como na América sulista de 1800. Na edição deste ano, a Jo-hnny Vox e banda respon-sabilizou-se pelo country, enquanto o FolkDanci

Group mostrou a qualida-de da square dance (a qua-drilha americana).

Douglas Ravel, um dos dançarinos do grupo não é filho de descendente, mas sente orgulho de fa-zer parte da festa há cinco anos. “Conheci a festa em 2009 a convite da Lucy e em 2010 fui convidado para dançar com uma de suas filhas. E é uma satis-fação grande ver todo o envolvimento do pessoal para a realização desse evento, que além do res-peito dos descendentes pela história de seus an-tepassados é uma festa culturalmente rica. Uma oportunidade única de in-teragir com essa variedade de estilos num só local”, afirma Ravel.

A festa, que é realizada anualmente no Cemitério do Campo (construído em 1868), angaria fundos para a preservação do local. Este ano em particular, o valor arrecadado será dire-cionado também para sub-sidiar os projetos de co-memoração dos 150 anos, como a publicação da 3ª edição do Livro Soldado e para a construção do mo-numento comemorativo. A Casa da Criança, o Rotary Club Americana e Grupos dos Demolays também se-rão beneficiados.

Soldados e dançarinos do grupo carregando as bandeiras de cada estado confederado

Giselle Reis

A Guerra de Secessão (1861-1865)

Abraham Lincoln, eleito em 1860, viu em seu primeiro ano como

presidenciável, 11 estados declararem independência

formando os Estados Confederados da América

ao sul do país.As diferenças entre as

regiões foi o motivo para o início da Guerra Civil Americana em 12 de

abril de 1861. Enquanto o Sul era escravista e

possuía uma economia agroexportadora, o Norte

defendia a libertação dos escravos para que eles fizessem parte do mercado consumidor,

tinha a economia baseada na indústria e incentivavam

o desenvolvimento de empresas nacionais.

Para unificar o país novamente, a União

(norte) entrou em conflito com os sulistas logo após a declaração da

secessão. O confronto acabou resultando na

morte de mais de 200 mil soldados em combate. Os confederados assinaram o termo de rendição no

dia 9 de abril de 1865 e os modelos econômicos e

políticos do Norte foram então adotados por todo

o país.

No cinema ena televisão

Série documentário “The Civil War” (1990)

de Ken Burns

Filme “Tempo de Glória” (1989) dirigido

por Edward Zwick

Filme “Lincoln” (2012) dirigido por Steven

Spielberg

Foto

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