Saiba + - Edição Junho de 2012

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01 a 15 de junho de 2012. ano 10. nº 96. Faculdade de jornaliSmo - PontiFÍcia univerSidade catÓlica de camPinaS SUSTENTABILIDADE ONGs estão “de olho” na Rio+20 “On the Road” e o espírito Beat Em busca de liberdade para pensar e viver, Jack Kerouac escreveu um livro que marcou sua época, o “On the Road”. A obra, que ganha adaptação para os cinemas em julho, apre- senta as diferenças da geração beatnik com a atual. pág. 08 A partir de 13 de junho, no Rio de Janeiro, o mundo se fechará em evento históri- co para a causa ambiental, a Rio+20. Com o objetivo de definir metas para as próxi- mas décadas, a conferência desperta a desconfiança de ONGs que dizem que nada foi definido nas edições ante- riores e temem que esta será igual. Página 07 Fé e perseverança andam lado a lado no Caminho do Sol Com um total de 241 quilômetros, a serem percorridos em 11 dias, a rota serve como preparação para o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Passando por diversas cidades do interior paulista, o roteiro consegue captar os costumes e a religiosidade de um povo que parece ser peregrino por natureza. Páginas 04 e 05 INTERNET Redes sociais no trabalho podem gerar demissão Mesmo sem uma regula- mentação sobre o uso da in- ternet nas Leis Trabalhistas, funcionários que desrespeit- arem ou denegrirem a ima- gem da empresa por meio das redes sociais, podem ser demitidos por justa causa e cabe ao proprietário da em- presa decidir se a utilização da internet foi feita de ma- neira abusiva. Página 03 SAÚDE Academias públicas sofrem com falta de profissionais Página 06 Projeto visa controlar CO2 emitido por empresas divulgação divulgação MEIO AMBIENTE Com as empresas poluindo, cada vez mais, o meio ambi- ente é necessário que haja em contrapartida uma reação. A Faculdade Network de Nova Odessa desenvolveu um projeto para que essas companhias possam compensar a emissão ex- cessiva de gás carbono com o plantio de árvores em matas ciliares da RMC. Página 06 www.digitaispuccampinas.wordpress.com/saiba margareth Salzane

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01 a 15 de junho de 2012. ano 10. nº 96. Faculdade de jornaliSmo - PontiFÍcia univerSidade catÓlica de camPinaS

SUSTENTABILIDADE

ONGs estão“de olho” na Rio+20

“On the Road” e o espírito BeatEm busca de liberdade para pensar e viver, Jack Kerouac escreveu um livro que marcou

sua época, o “On the Road”. A obra, que ganha adaptação para os cinemas em julho, apre-senta as diferenças da geração beatnik com a atual.

pág. 08 A partir de 13 de junho, no Rio de Janeiro, o mundo se fechará em evento históri-co para a causa ambiental, a Rio+20. Com o objetivo de defi nir metas para as próxi-mas décadas, a conferência desperta a desconfi ança de ONGs que dizem que nada foi defi nido nas edições ante-riores e temem que esta será igual. Página 07

Fé e perseverança andam lado a ladono Caminho do Sol

Com um total de 241 quilômetros, a serem percorridos em 11 dias, a rota serve como preparação para o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Passando por diversas cidades do interior paulista, o roteiro consegue captar os costumes e a religiosidade de um povo que parece ser peregrino por natureza. Páginas 04 e 05

INTERNET

Redes sociais no trabalho podem gerar demissão

Mesmo sem uma regula-mentação sobre o uso da in-ternet nas Leis Trabalhistas, funcionários que desrespeit-arem ou denegrirem a ima-gem da empresa por meio das redes sociais, podem ser demitidos por justa causa e cabe ao proprietário da em-presa decidir se a utilização da internet foi feita de ma-neira abusiva. Página 03

SAÚDE

Academias públicas sofrem com falta de profi ssionais

Página 06

Projeto visa controlar CO2 emitido por empresas

divulgação

divulgação

MEIO AMBIENTE

Com as empresas poluindo, cada vez mais, o meio ambi-ente é necessário que haja em contrapartida uma reação. A Faculdade Network de Nova Odessa desenvolveu um projeto para que essas companhias possam compensar a emissão ex-cessiva de gás carbono com o plantio de árvores em matas ciliares da RMC. Página 06

divulgação

www.digitaispuccampinas.wordpress.com/saiba

margareth Salzane

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Saiba +. 01 a 15 de junho de 2012

Expediente:Prof. responsável: Luiz R. Saviani Rey (MTb 13.254).Editor: Julio Mangussi.Diagramação: Thiago Toledo.Reportagens: Daniel Rocha, Fernanda Siqueira, Ingrid Balhe, JulioMangussi, Laís Russo, Michele Bury, Raysa Figueiredo e Thiago Toledo.Endereço: CLC - Campus I - Rodovia D. Pedro, Km 136. CEP: 13086-900.

Vacinação contra a gripe éprorrogada em Campinas

A Secretaria de Saúde prorrogou pela segunda vez a campanha de vacinação contra a gripe em Campinas, por conta da baixa adesão. A ação se estenderá até o dia 08 de junho e tem como prioridade o atendimento à pessoas acima de 60 anos, além de gestantes, crianças de seis meses a dois anos de idade, indígenas, profissionais da saúde e doentes crônicos. Os interessados po-dem ser atendidos em 63 centros de saúde do município, sendo necessário levar a carteira de vacinação.

Artigo Por Daniel rocha

Qual o real problema das estâncias turísticas?locais mais visitados. No en-tanto, não é isso o que, de fato, acontece.

Porto Feliz, às margens do Rio Tietê, de onde os bandei-rantes zarpavam no século XVIII, rumo ao interior do Brasil, no que ficou conhecido como “monções”, apresenta ruas esburacadas e um en-genho central, em tese, aban-donado. Simplesmente, uma cidade que impede o acesso dos turistas a sua principal at-ração turística, o próprio Tietê, a esta altura, bastante poluído, inclusive, com mau cheiro e com muita espuma.

Aliam-se a isto, a precarie-dade de serviços públicos bási-cos, como polícia, hospital e bombeiros, principalmente, em uma localidade repleta de “botecos” espalhados por to-dos os lados, que, obviamente,

2 Leitor

Jornal laboratório produzido por alunos da Faculdade de Jornalismo daPUC-Campinas, do Centro de Comunicação e Linguagem (CLC).Diretor: Prof. Dr. Rogério E. R. Bazi.Vice-diretora: Profa. Maura Padula.Diretor da Faculdade: Prof. Lindolfo A. de Souza.Tiragem: 2.000.Impressão: RAC.

NotAs

Roupa Nova apresenta showde 30 anos de carreira na região

O grupo Roupa Nova se apresentará na Red Eventos, em Jag-uariúna, no dia 16 de junho. Os portões serão abertos às 22h, com a previsão de que o show comece às 00h30. No repertório, sucessos que marcam mais de 30 anos de carreira e colecionam mais de 10 milhões de cópias vendidas, diversos prêmios e mais de 50 sucessos emplacados. Os ingressos já estão a venda no site www.ingressorapido.com.br, pelo telefone nacional 4003-1212, na Red Eventos e em mais de 10 pontos de venda na região.

USP estuda possível adoção de sistema de cotas raciais

Após recomendação do Conselho Universitário, a Universi-dade de São Paulo (USP) estuda a adoção das cotas raciais na seleção de estudantes. Em reunião realizada na tarde de quinta-feira, 31 de maio, os participantes e representantes de frentes pró-cotas expuseram suas opiniões perante as dificuldades que a exclusão racial trás para os alunos que querem ingressar na uni-versidade. O objetivo é ajudar a entrada na faculdade de alunos vindos do ensino médio da rede pública.

O Saiba + traz nesta edição um visual inovador com maté-rias que servem de alerta para todos os cidadãos.

A repórter Raysa Figueiredo escreve sobre a utilização in-adequada das redes sociais em horário de trabalho. Na maté-ria de capa, o repórter Daniel Rocha leva você a uma viagem pelo Caminho do Sol, destino de peregrinos que buscam paz interior e reflexão.

Thiago Toledo, Laís Russo e Michele Bury trazem informa-ções da conferência Rio+20 e de um programa para redução de CO2 em Nova Odessa. Salve o meio ambiente!

A repórter Fernanda Siquei-ra aborda o descaso das aca-demias públicas de Campinas e, por fim, Júlio Mangussi e In-grid Balhe relembram a inten-sa Geração Beat. Boa leitura!

Em janeiro deste ano, o Gov-erno Estadual liberou para as cidades estâncias paulistas, R$ 238,7 milhões para investi-mentos em infraestrutura.

O Estado de São Paulo, que conta com 67 cidades deste tipo, divide-as em balneárias, que, em geral, recebem a maior parte do bolo, climáti-cas, hidrominerais e turísticas. Porém, este número torna-se ainda maior se considerarmos os municípios que fazem parte de roteiros e circuitos espe-cíficos, como o “Roteiro dos Bandeirantes” e o “Circuito das Frutas”.

Estas cidades, em geral, são relativamente pequenas, mas dispõem de milhões de reais vindo do Governo para aplicação em melhorias, tanto para o recebimento de turistas, quanto para a manutenção dos

Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas lança portal de notícias

A Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas lança no próx-imo dia 05 de junho, no prédio H05, um portal de notícias para universitários, o Digitais. O conteúdo do site é produzido pelos alunos do curso e contempla matérias e reportagens de todas as mídias e assuntos, assim como pesquisas e blogs. Também é possível deixar comentários sobre o material publicado e, ai-nda, conferir vagas de estágio. Para conhecer, basta entrar no se-guinte endereço: www.digitaispuccampinas.wordpress.com.

causam uma péssima im-pressão a seus turistas.

Bem, sabemos que é so-mente um caso, como tantos outros pelo Estado afora, mas é aí que mora o problema, afi-nal, onde o dinheiro está sendo aplicado e como resolver este problema? De fato, esta última pergunta só pode ser respon-dida com boa gestão pública e correta aplicação dos recursos distribuídos, para que este im-bróglio, seja, de fato, sanado.

Infelizmente, enquanto os governos municipais não se preocuparem, de fato, em lu-crarem com o turismo e cor-rerem atrás de descobrir onde o tão “sagrado” dinheiro de seus cidadãos está indo parar, 2014 pode ser um ano bastan-te triste para os que hoje estão no poder, principalmente, se o Brasil não ganhar a Copa.

Carta ao Leitor

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Uso indevido de redes sociaispode causar demissões

Mesmo sem constar na CLT, o uso gera demissões por justa causa

INTERNET

raySa FigueireDo

Funcionários que usam a internet no horário do expedi-ente correm o risco

de perder o emprego. A utiliza-ção de Facebook, Twitter, MSN e outros sites e aplicativos no local de trabalho aumentam a cada dia, e pode ser motivo de demissão por justa causa, principalmente quando o bom senso e a conduta profi ssional são esquecidos. O mau uso da internet prejudica a produ-tividade do empregado e pode causar a demissão de fun-cionários, quando a empresa considerar a conduta como uma falta grave.

O alerta é do advogado Ricardo Trotta, especialista em Direito Trabalhista. Ele explica que, mesmo não ex-istindo na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) algo que regulamente a conduta do funcionário nas redes sociais, as utilizações irregulares são adaptadas para a legislação vigente e pode causar a de-missão. Nesse sentido, a de-missão ocorre quanto o motivo é a transgressão às regras da empresa e o funcionário nessa situação é desligado sem rece-ber direitos como, por exemp-lo, o saque e a multa que recai sobre o seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A secretária Ana Lucia de Souza, 46 anos, afi rma fazer uso particular do computa-dor no local de trabalho, mas diz que ninguém nunca sofreu demissão na empresa. “Uti-lizamos a internet para man-dar mensagens pessoais, e já recebemos algumas advertên-cias por isso, mas nunca nin-guém foi demitido”. Ela ainda diz que já aconteceu de seu chefe proibir o uso da internet no local de trabalho, mas que depois, ele acabou mudando de ideia.

De acordo com Ana, é im-possível não utilizar a inter-net no horário do expediente: “Passamos a maior parte do nosso dia no local de trabalho, quando chegamos em casa já anoiteceu e temos que nós preocupar com outras coisas, não temos tempo para ligar o computador e fi car na internet resolvendo as coisas pessoais, não vejo nenhum problema em fazer isso no serviço”. A se-cretária ainda afi rma que se o uso da internet no horário de expediente não prejudica o desempenho pessoal na em-presa, o funcionário não deve ser punido.

A recomendação é que a empresa faça aos funcionários um esclarecimento formal, por escrito ou verbal, da proibição

do uso das redes sociais. “Seria de bom tom a empresa deixar pré-avisado o que pode e o que não pode fazer no ambiente de trabalho”, diz Ricardo Trotta. Segundo o especialista há uma série de infrações que carac-terizam a improbidade de con-duta e a desídia no trabalho, podendo confi gurar desde a advertência verbal, por escrito ou até mesmo, dependendo da gravidade, a demissão.

O advogado ressalta que, em primeiro lugar, deve-se adver-

tir o funcionário, dando a ele a chance de se redimir. “O chefe deve primeiro dar uma ad-vertência ao funcionário, antes de tomar qualquer providência mais séria a respeito do uso in-devido da internet no local de trabalho”. Além dos acessos indevidos, o que se coloca na rede também pode trazer más consequências. O funcionário também deve ter responsabi-lidade e consciência de que a vida particular deve ser resolv-ida fora do local de trabalho.

Ana Lúcia diz que não usar internet no local onde trabalha é impossível

CaSoS CurioSoSO Tribunal Superior do Trabalho reconheceu no ano pas-

sado a demissão de um funcionário que utilizava o com-putador de trabalho para acessar sites de relacionamento, enviando mensagens de correio eletrônico com piadas sem graça e imagens inadequadas, como fotos de mulheres nuas. E no Distrito Federal uma funcionária tentou reverter a demissão alegando violação de sigilo de correspondência, pois a empresa em que trabalhava utilizou mensagens do e-mail corporativo para provar que ela estava maltratando clientes. Porém o seu pedido foi negado pelo TRT daquele estado, que entendeu que o e-mail corporativo é uma fer-ramenta de trabalho e, portanto, não se enquadra nas hipó-teses previstas na Constituição Federal.

raySa Figueiredo

32,8% dos funcionários brasileiros gastam2 horas do trabalho em tarefas inúteis

84,6%acessam redes sociais durante o expediente, sendo que:

94,2%59,4% 56,5%

40,9%39,9% 35,4%

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4 Saiba +. 01 a 15 de junho de 2012

CApA

Ao longe, um homem. Em ne-nhum momento, ele pensa em de-

sistir de caminhar. Porém, as dores que aparecem ao longo da jornada, mais comuns nos primeiros dias, tendem a con-tribuir para uma possível res-ignação. Mas aquela dor, que a princípio incomoda, posterior-mente passa a ser parte dele. Ela não aborrece mais. A sen-sação que se tem ao caminhar é infinitamente mais agradável do que as dores que ele sente.

Esta é a imagem e o sen-timento que se espalha pelo Caminho do Sol. Roteiro turísti-co-religioso, que desde julho de 2002, acolhe os milhares de peregrinos que anualmente percorrem suas estradas de terra e asfalto, passando por inúmeras cidades, serras, rios e canaviais, bem como resquí-cios da Mata Atlântica.

Com o objetivo primário de oferecer aos caminhantes um ambiente agradável, de carac-terísticas rurais, em pleno co-ração do Estado de São Paulo, o Caminho do Sol surgiu, princi-palmente, pela falta de um ro-teiro que pudesse abarcar tais paisagens, naturais e históri-co-arquitetônicas, dentro de um contexto de introspecção e despojamento material.

Concentrado, em sua maio-ria às margens do Rio Tietê, o caminho permite ao peregrino, de acordo com o empresário José Palma, idealizador da rota, não só o alcance do au-toconhecimento, mas também de tempo para reflexão e res-olução de problemas emocio-nais. Cada vez mais pessoas, em grupos, seja a pé ou de bicicleta, tem utilizado o tra-jeto para estes fins.

De acordo com a economis-ta e peregrina Neide Esteves, o Caminho do Sol a tornou mais corajosa para enfrentar os problemas do dia a dia. Ela diz

ainda que “durante o caminho, eu senti a sensação de estar deixando minha vida para trás e recomeçando uma nova, pois você larga tudo no lugar e acha que vai fazer falta, mas quando você volta, todos sobreviveram sem você”.

Ela comenta ainda que apre-ndeu a se sentir bem sem a ma-terialidade, uma vez que pere-grinou por “11 dias com uma mochila e pou-cas roupas e so-brevivi. Aprendi a dividir meus espaços com outras pessoas, pois quando você fica hosped-ado em um albergue, é preciso sair do conforto da sua casa para dividir o ambiente com outras pessoas. Damos ainda mais valor ao que temos”.

Para o publicitário e fotó-grafo Eduardo Salzane, tam-

bém peregrino, que percorreu o Caminho do Sol pela primeira vez em 2003, o que o motivou foi a vontade de provar algo novo que pudesse materializar um momento de transição ao qual estava vivendo. Ele diz ai-nda que o que ele sentiu “foi justamente isso, a percepção

de mundo e valores que eu não conhe-cia, um amor fraternal que nunca tinha vivenciado”.

A segunda vez foi em 2011. Sal-zane disse estar passan-

do por um momento difícil e precisava tomar uma decisão importante, então resolveu experimentar mais uma vez o caminho. “Isso significou uma transição em minha vida, uma descoberta que cada um tem ao percorrê-lo”, diz.

OrganizaçãoAs características topográfi-

cas da região por onde passa o roteiro e o alto nível da quali-dade de vida dos municípios margeantes foram impor-tantes na criação da “Organiza-ção Caminho do Sol”, que ad-ministra os passeios ao longo de seus 11 dias e por todo o percurso de 241 quilômetros, entre Santana de Parnaíba e Águas de São Pedro. Nesta última, fica a Casa de Santiago, término oficial do caminho.

José Palma explica ainda que “a preocupação maior sempre foi a de que a rota per-mitisse o contato permanente com a natureza e que as dis-tâncias entre as pousadas não ultrapassasse 24 km. O objeti-vo era sair de Santana de Par-naíba e chegar a Águas de São Pedro, cujo aniversário coin-cide com o dia consagrado ao Apóstolo São Tiago, padroeiro da cidade”.

A pedra fundamental do

O caminho onde o Solll encontra a FéDaniel rocha

Peregrinos percorrem em grupo trecho de características rurais, paisagem predominante no decorrer do Caminho do Sol

sol

“Durante o caminho, eu senti

a sensação de estar deixando a minha

vida para trás e recomeçando uma

nova”

Peregrinos percorrem o Caminho do Sol anualmente em busca de reflexão e coragem para enfrentar os problemas do cotidiano

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santuário foi lançada em 1º de dezembro de 2001. A rota foi entregue aos caminhantes em 25 de julho do ano seguinte, dia do Apóstolo Tiago.

Passando ainda por Pirapo-ra do Bom Jesus, Cabreúva, Itu, Indaiatuba, Elias Fausto, Salto, Capivari, Mombuca, Saltinho, Piracicaba e São Pedro, o traje-to conta com terreno bastante plano, apesar de exigir muita disposição para caminhá-lo.

Para o padre Francisco de Paula Cabral de Vasconcel-los, o padre Xico, pároco da Paróquia Santa Rita de Cás-sia, que abriga um santuário ecológico, em Indaiatuba, o Caminho do Sol não tem, so-mente, uma importância reli-giosa, mas uma importância vital, “uma vez que o Sol é fon-te de vida, e a vida é um dom de Deus, e que se não trabal-hamos com equilíbrio, a ener-gia solar em nossa vida pode se transformar em causa de morte. Por isso mesmo, fazer

o Caminho do Sol, é fazer o caminho da vida”.

Santiago de CompostelaO Caminho do Sol é pre-

paratório para a realização de outro roteiro, bastante conhe-cido e de proporções muito mais abrangentes, o Caminho de Santiago de Compostela.

Situado na Europa, tem vários pontos de origem, ainda que o mais tradicional seja o chamado “Caminho Francês”, que sai da localidade de Saint Jean Pied-de-Port, no sul da França.

Este trajeto recebe peregri-nos de todo o continente e segue pelo norte da Espanha até o município de Santiago de Compostela, capital da Comun-idade Autônoma da Galícia, em um total de 760 quilômetros.

Ainda de acordo com José Palma, a ideia foi de criar, aqui no Brasil, um ambiente semel-hante ao vivido pelos peregri-nos no Caminho de Santiago de Compostela.

“A insegurança inicial, apre-nder a lidar com a mochila e o cajado, a perceber as setas do caminho, a lidar com a ansie-dade de chegar, com o estresse muscular, a lavar sua própria

O caminho onde o Solll encontra a Féroupa, a vivenciar a fraterni-dade e a simplicidade, a lidar com a perda da privacidade e conviver com as diferenças. Isto tudo, vivenciado antes de ir ao Caminho de Santiago, permite ao peregrino melhor aproveitamento deste caminho bíblico, já a partir do primeiro passo”, comenta.

O Caminho do Sol, segundo ele, é o maior promotor e di-vulgador do Caminho de San-tiago no Brasil, o que levou a “Organização Caminho do Sol” ao reconhecimento interna-cional pela Xunta de Galícia, órgão oficial do governo da Galícia, na Espanha, respon-sável pela administração da rota europeia.

A economista Neide Esteves diz que também quer percor-rer o Caminho de Santiago, pois, segundo ela, “a ideia do Caminho do Sol começou quando o (José) Palma fez este percurso. Mas quero estar bem preparada e daqui a uns dois anos espero poder fazê-lo”.

O publicitário e fotógrafo Eduardo Salzane comenta que o Caminho de Santiago de Compostela surgiu em sua vida antes mesmo do Caminho do Sol e que percorrê-lo ainda

Saiba +. 01 a 15 de junho de 2012

é algo que está em seus pla-nos. “Meu desejo por Compos-tela se dá pela carga histórica e mística do caminho, é isso que me move e que me motiva a percorrê-lo. Minhas expecta-tivas são de ir para lá no ano que vem”, profere.

Mais informaçõesO idealizador da rota ex-

plica que para a efetuação da inscrição, os interessados pre-cisam assistir à palestra que trata das características do Caminho do Sol.

“Após a palestra, o interes-sado verifica no site (www.caminhodosol.org) as datas de saída, preenche a ficha de pré-inscrição e nos envia – che-camos se assistiu à palestra, e damos retorno para as orienta-ções finais”, explica Palma.

Ele diz ainda que “os ciclis-tas não precisam seguir as da-tas que estão no site. Assistem a palestra e preenchem a pré-inscrição, indicando a rota que irão fazer, localizadas no site.

Para mais informações so-bre o Caminho do Sol e do que é preciso ser feito para percor-rê-lo, basta ligar para o núme-ro (11) 2215-1661 ou acessar www.caminhodosol.org.

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Peregrinos percorrem em grupo trecho de características rurais, paisagem predominante no decorrer do Caminho do Sol

sol féPeregrinos percorrem o Caminho do Sol anualmente em busca de reflexão e coragem para enfrentar os problemas do cotidiano

margareth Salzane

A Casa de Santiago, com o altar, em Águas de São Pedro, é o ponto final do Caminho do Sol

daniel rocha

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Saiba +. 01 a 15 de junho de 20126 gerAL

Empresas da RMC participam deprograma de controle de CO2

Projeto criado em Nova Odessa contribui na redução de impacto ambiental provocado por companhias

Michele Bury

Com a proximidade do Rio+20 e o Dia do Meio Ambien-te e da Ecologia,

comemorado em 6 de junho, é possível encontrar projetos que visam melhorar a situação cada vez mais crítica que o pla-neta se encontra.

Um exemplo disso é o Car-bon Control, programa de con-trole de emissão de gás carbo-no na atmosfera, idealizado e difundido por uma instituição de Nova Odessa. “O programa Carbon Control foi criado a fim de realizar a compensação das emissões de CO2 decorrentes das atividades de empresas.”, é o que explica o idealizador do projeto, Renato dos Santos, professor da Faculdade Net-work, de Nova Odessa.

Através de um modelo matemático, é gerado o núme-ro de árvores necessárias para pegar o gás carbono emitido por essas empresas. O número correspondente é plantado em áreas de mata ciliar que serão transformadas em reservas ambientais. Em troca, as insti-

tuições cadastradas ganham um selo, que é creditado por uma auditoria externa e por dois anos recebem relatórios, treinamentos e apoio para soluções ambientais.

O contrato com as empresas é renovado a cada dois anos, dependendo do interesse da organização em manter a par-ticipação no projeto. “A mu-dança de práticas e a consci-entização dos colaboradores nas organizações e da popu-lação em geral é um benefício importante e duradouro” Para o professor, com os resultados visíveis já é possível perceber a melhora do ambiente vegetal das cidades. “É como um ar condicionado natural que ai-nda protege contra as inunda-ções e assoreamento dos rios.”.

Os principais objetivos do controle de CO2 são claros: recompor a mata ciliar local, modificar as praticas ambien-tais das instituições e trabal-har a conscientização sobre o meio ambiente junto aos colab-oradores e membros da socie-dade. Segundo Renato, a idéia

de controle de carbono surgiu para unir as organizações com a finalidade de trazer maior qualidade de vida para a popu-lação, já que a metodologia do seqüestro desse gás está pre-visto no protocolo de Kyoto. Para que o programa ganhe força, diversas prefeituras da região cederam áreas públicas para o reflorestamento através de convênio com o projeto.

O Programa Carbon Control recebeu o prêmio de Melhor

Projeto desenvolvido pelas In-stituições de Nível Superior no Estado de São Paulo concedido pelo Instituto Cidadania sem Fronteira e a menção como quinta melhor prática ambien-tal dos municípios brasileiros, através do Ministério do Meio Ambiente. Em 2007, o projeto foi apresentado na Universi-dade de Coimbra, Portugal. To-dos os processos do Programa são baseados nos protocolos recomendados pela ONU.

MEIO AMBIENTE

Renato dos Santos leva mudas para plantio em mata ciliar

Alunos de academias públicas não têm ajuda profissionalEm Campinas, projeto que visa manutenção da saúde da população falha ao não contratar educadores físicos

SAÚDE

FernanDa Siqueira

A prefeitura mu-nicipal de Campi-nas mantém aca-demias públicas

em diversos bairros da cidade. No entanto, nos locais em que há equipamentos disponíveis para prática de exercícios ex-iste apenas acompanhamento de estagiários.

De acordo com o vigilante do local, os próprios partici-pantes das atividades orga-nizam as equipes para fazer as atividades físicas. Quando os

estagiários não estão presen-tes, o uso da academia é lib-erado para todos.

O professor da faculdade de Educação Física da PUC-Campinas, José Francisco Dan-iel afirma que o uso inadequa-do de aparelhos de ginástica pode ser prejudicial e causar lesões musculares. Segundo ele, a prefeitura além de co-locar os equipamentos, de-veria contratar profissionais que acompanhassem por mais tempo os usuários.

“Faz falta ajuda profissional para que a gente tenha acom-panhamento adequado duran-te a prática dos exercícios”, diz José Costa, 60, usuário da aca-demia localizada no Taquaral.

O professor de educação física Daniel enfatiza que há uma diferença entre orientar o usuário e acompanhá-lo du-rante a prática de exercícios. “Caso algum exercício seja praticado excessivamente e de forma incorreta, corre-se o ris-co de despertar, por exemplo,

a tendinite, que é manifestada pelo uso constante de uma de-terminada região do corpo”.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Esporte de Campinas declara que os equi-pamentos respeitam os limites dos usuários, e que podem ser utilizados de acordo com as condições físicas de cada um. Aponta, ainda, que apesar da falta do profissional, nas áreas existe um banner educativo orientando sobre o uso correto da academia.

michele bury

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Rio+20 e o mais do mesmo:politicagem ou proteção ambiental?

Conferência pretende discutir ações efetivas para o futuro do planeta

SUSTENTABILIDADE

laíS ruSSo e Thiago ToleDo

Com o objetivo de definir metas am-bientais para as próximas gerações,

a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável, será realizada de 13 a 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro. O evento desperta discussões en-tre ONGs sobre as aplicações das propostas sobre os quais algumas dizem que esta edição poderia ser “mais do mesmo”. O encontro contará com a par-ticipação de líderes de vários países, como o presidente eleito da França, François Hol-lande, o russo Vladimir Putin, o novo chefe de governo da Espanha, Mariano Rajoy, e o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao.

A jornalista e presidente da ONG, Árvore da Vida, Deise Nascimento, que está no calen-dário oficial da Rio+20 com uma palestra sobre cidades inteligentes, participa de discussões na RMC com out-ras organiza-ções e afirma que há preo-cupação com a efetividade do evento. Já que muito do que já foi discutido nas cúpulas ante-riores não saiu do papel ou não foi aceito por todos os países participantes, resultando em discussões infinitas e sem ob-jetivos reais definidos.

Algumas instituições como o Greenpeace, o Fórum Brasileiro das Ongs e a Vitae Civilis, acompanharam as ne-gociações entre os governos sobre o documento que se-ria apresentado como pauta oficial do evento. Alem disso, redigiram uma carta que foi distribuida para outras Ongs e divulgada nas redes sociais alertando para a possibilidade de nada ser definido nesta ed-

ição. Como ocorreu na primei-ra Rio+20, em 1992, com a Rio 92 ou Eco 92, e em, 2002, na África do Sul.

Uma das razões para se es-tabelecer metas sobre o meio ambiente, sustentabilidade e

e c o n o m i a verde, por e x e m p l o , é que mui-tas delas entram em c o n f l i t o com inter-esses políti-

cos. A mestre em relações internacionais pela Universi-dade de Nova York, Juliana Ga-nan, afirma que enquanto as grandes potências mundiais, Estados Unidos e China, não se comprometerem em fazer uma regulamentação ambiental, os outros países não irão aceitar as limitações das cúpulas.

“Os EUA nem assinaram o protocolo de Kyoto. O Canadá, insatisfeito, já anunciou que vai se retirar. Se o vizinho que é ‘rico’, não assina, porquê ele tem que assinar?” diz, Juliana. Ela lembra ainda que em época eleitoral nos Estados Unidos, o candidato à reeleição, Barack Obama, não se arriscaria a dizer que com crise econômi-

ca e alta taxa de desemprego, vai assinar um tratado para reduzir a poluição, diminuir o investimento e afastar o setor privado. Para ela, a oneração e o risco político são muito grandes.

Deise, por sua vez, acredita que enquanto a sociedade não exigir ações mais efetivas dos governantes, eles não tomarão medidas mais firmes para acabar com o desmatamento, proteger as águas e trabalhar a questão energética. “A socie-dade civil tem que fazer barul-ho, mostrar o que realmente quer para que os políticos entendam que é uma necessi-

dade de todos.”A ativista conta que a par-

tir do dia 05 de junho serão realizadas algumas ações, na RMC, para a conscientização da população. O documentário “O veneno está na sua mesa”, de Silvio Tendler, que aborda o uso de agrotóxicos, levantando discussões sobre a agricultura, tema presente na Rio+20, será exibido em escolas seguido de debate. O filme também será apresentado em praças públi-cas, como o Largo do Rosário, na região central de Campinas, acompanhado da distribuição de jornais sobre o meio ambi-ente.

“Venha reinVentar o mundo”Com o chamado às organizações ambientais e sociais,

“venha inventar o mundo”, a Cúpula dos Povos pode ser mais importante para a sociedade civil do que a Rio+20, segundo a presidente da ONG Árvore da Vida, Deise Nas-cimento. A Assembleia Permanente dos Povos, principal fórum político da Cúpula, deve se organizar em torno de três eixos: denúncia das causas estruturais das crises (energética, financeira, ambiental e alimentar), das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital. Se-gundo Deise, a Cúpula tem menos autoridades presentes, porém possibilita à população expor suas necessidades e exigi-las aos governantes.

“As grandes potên-cias têm que se com-

prometer a fazer uma regulamentação

ambiental”

Manifestantes protestam por ações definitivas sobre o meio ambiente na conferência deste mês

divulgação

Page 8: Saiba + - Edição Junho de 2012

8gerALSaiba +. 01 a 15 de junho de 2012

Loucos pela liber-dade, para conhec-er novas pessoas e caminhos... Lou-

cos para viver, Jack Kerouac (1922-1969) e sua turma revolucionaram a literatura e influenciaram várias gerações. Muito antes dos hippies, flower power, cabelões e toda aquela coisa de paz e amor houve algo chamado Geração Beat. A vida e obra do autor, que apresen-tou outras formas de pensar o mundo, voltam a ser tema nas conversas. Isso porque, baseado no livro On The Road (1957), o filme Na Estrada, de Walter Salles, estreia dia 13 de julho e leva às telonas a obra, considerada a “bíblia hippie”.

No clássico, sufocado pelo estilo de vida “morno” da ép-oca, Sal Paradise (personagem baseado em Jack) e Dean Mo-riarty (inspirado no amigo Neal Cassady) desbravam os Estados Unidos, em uma sé-rie de viagens de carona. Na companhia de pessoas que lhes interessavam, experi-mentaram a vida, convivendo com vagabundos, intelectuais e as mais diversas figuras. Os beatniks buscavam experiên-cias autênticas, compromisso selvagem e espontâneo com a vida. Sempre com malas próxi-mas às calçadas, percorreram estradas com finais desconhe-cidos - e não foram seduzidos pelos acostamentos da vida.

John Lennonregista a influencia no

nome de sua banda“The Beatles”

Bob Dylan leva para suascomposições a

poesia e estilo Beat

Jim Morrisonà frente da banda The Doors injeta a

poesia Beat namúsica

Na estradade uma geração marcante

“On The Road”, livro considerado o símbolo dos beatniks, ganha versãopara o cinema e volta a ser assunto nas conversas

Kerouac escreveu o livro “On The Road” em apenas três semanas

A vida do escritor ganhouuma versão em HQ,por João Pinheiro

CULTURA

Julio ManguSSi e ingriD Balhe

220 mil seguidores, ela acred-ita que a internet é uma ótima forma de libertar e conhecer as pessoas. “Não me sinto pre-sa nas redes sociais. A internet também é liberdade. As pes-soas podem deixar opiniões, interagir, divertir-se e buscar conhecimento”, diz Joyce, que assume passar quase 14 horas do dia conectada, seja pelo computador ou celular.

Luisa Ligabó, estudante de direito, é fã do livro On the Road e também tem perfis na internet. No entanto, ela revela certa descrença sobre as redes. “As redes sociais não ofe-recem liberdade al-guma, elas apenas

expandem informações, a maioria de cunho pessoal. O oposto da Geração Beat, que fazia acontecer, deixava o con-forto, a segurança, e se jogava nas estradas sem quaisquer garantias”.

A estudante, que leu a obra aos 14 anos em apenas 4 dias, conta que o livro se tornou um dos seus favoritos. “On The Road foi um divisor de águas na forma com que eu via as coisas, porque nunca me senti representada pela minha ge-ração”, diz Ligabó. Ela ainda ressalta que os personagens tiveram grande influência em sua vida e que há várias formas de encarar o espírito dos beat-

nicks. “A estrada é só um pre-texto para as transformações da consciência, dos valores e do comportamento que o livro transmite. Acho que pensar de uma forma mais libertária, e menos conservadora, é uma grande atitude “On the Road”, finaliza a fã.

Se Kerouac vivesse sua aven-tura nos dias de hoje, jamais saberíamos se ele atualizaria a todo momento o seu Facebook com fotos das viagens. Porém, algo é inegável: ele não viveria andando nas pontas dos dedos. Os beatniks mostraram para a sociedade daquela época que era necessário pensar e mudar as coisas que incomodavam.

Os tempos estão mudandoKerouac e Neal Cassady

queriam tudo ao mesmo tem-po. Bebiam a vida no gargalo, manchavam o colarinho e se embriagavam do prazer e no intímo do novo. Mas, as gera-ções já não são mais as mes-mas. Conectados nas redes sociais, muitos jovens se rela-cionam mais em frente a um computador do que pessoal-mente.

A empresária Joyce Falete, 22, que sempre esteve presen-te em sites como Facebook, e Twitter, confessa que não con-segue ficar muito tempo offline. Proprietária de um perfil de humor no Twitter com mais de

divulgação

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ação

No rastro de Kerouac

Na estrada