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SÁBADO, 11/09/2010 [email protected] | (45) 3218-2528 Saiba de tudo o que acontece nos bastidores da TV biss . 2 e 3 CINEMA Filme de Jackson Antunes tem codireção de cascavelense Melodias em festa A forte luz das iniciativas independentes JULLIANE BRITA CASCAVEL Jackson Antunes é um ator de grande prestígio. Reconhecido por seus papeis de destaque em novelas, filmes e produções te- levisivas – atualmente interpreta Carlindo, na minissérie global “A cura” –, tem um semblan- te marcado nas mentes dos espectadores. Apesar disso, muitos não devem conhecer uma faceta que foi recentemente firmada, a de diretor cinematográfico. A estreia de Jackson Antunes como dire- tor se deu no longa-metragem “A tímida luz de vela das últimas esperanças”, uma adapta- ção do texto teatral de Milson Henriques. Gra- vado em Curitiba, o filme foi possível graças à união de oito coprodutores, incluindo a cas- cavelense Tigre Produções, de Salete Macha- do e Talicio Sirino. Salete, inclusive, atuou como codiretora da obra ao lado de Antunes. O filme conta a história de duas mulheres idosas – uma branca e uma negra – que enca- ram uma série de fatores para enfrentar a ve- lhice. No subtexto da trama, questões históri- cas e sociais, preconceito, solidão, compa- nheirismo e desilusão. Trata-se de um olhar singelo sobre o universo feminino nessa eta- pa da vida. As atrizes cariocas Cristina Britto e Lúcia Talabi interpretam, respectivamente, Zizi, a patroa, e Antonieta, a empregada. Le- vadas por situações de embates e conflitos, as companheiras são cúmplices e dependentes uma da outra à medida que lhes cabe. A cascavelense Salete Machado, atual presidente da Avec (Associação de Vídeo e Cinema do Paraná) e produtora de cinema, conta como foi a experiência de codireção da obra. “Para mim representou um mo- mento de muito aprendizado. Ele [Jackson Antunes] é um artista talentosíssimo em to- das as suas atuações, seja em novela, mi- nissérie, teatro, cinema ou cantor; então, ser convidada para codirigir um filme ide- alizado por ele é uma honra”. O trabalho, segundo ela, começou com a transposição do texto teatral de Milson Hen- riques para a linguagem cinematográfica, muitos e-mails e reuniões em Curitiba. “A pro- dução deste longa resulta de muitas conver- sas para a construção da concepção do filme, concepção que passa pela visão do que o Ja- ckson almejava. Quando começamos a filmar ele sabia exatamente onde queria chegar com o filme, e a equipe logo se situou”. Salete ain- da conta que o filme foi totalmente construí- do a partir de um profundo estudo do roteiro com o objetivo de salientar a história que se queria contar: enquadramentos da câmera, luz, cenografia, figurino – cada detalhe foi pen- sado –. No encalço da análise cinematográfi- ca, Salete ressalta que há uma miscelânea de gêneros na produção – passa pelo drama so- cial, psicológico e cômico –. “Jackson acredita no cinema livre, em que gêneros diferentes possam estar imbricados para contar uma his- tória”. O filme, conta Salete, está em fase de fi- nalização. Estão sendo trabalhadas a edição e mixagem do som, a finalização da trilha mu- sical e, posteriormente, será feita a sincroni- zação de imagem e som. Com o filme pronto, o próximo passo é inscrevê-lo em festivais de cinema para depois fazer o lançamento. Sale- te diz que a avant-première será feita, inclusi- ve, em Cascavel. Depois disso, haverá distri- buição nos cinemas, DVD e exibição na TV aberta e a cabo. O ponto que também une Cas- cavel à obra é a Tigre Filmes. Talicio Sirino, res- ponsável pela produtora com Salete, diz que a experiência de produzir “A tímida luz de vela das últimas esperanças” foi riquíssima. “Por meio desta produção tivemos condições de vi- abilizar um importante intercâmbio cultural entre profissionais de Cascavel, Curitiba e Rio de Janeiro; ampliamos o leque de gênero de produção fílmica de nossa produtora, e, prin- cipalmente, por trabalhar ao lado de Jackson Antunes, um cara cujo grande coração possi- bilitou uma harmonia no trabalho com toda a equipe durante as filmagens”. O trabalho também foi um desafio para a produtora por causa, principalmente, do tem- po curto em que foi feito – foram dez dias de filmagem –. “A gente sabia que o tempo era curto e tudo tinha que sair conforme o plane- jado. Fazer esse filme foi mais um daqueles momentos em que temos que explorar nossa capacidade criativa e buscar meios para via- bilizar a produção”. Sirino ainda destaca como fundamental a coprodução feita por Randal Dacome, Marcelo Prosdócimo, Celso Kava, o apoio de Antonio e Ilda Stocco, e o compro- metimento de toda a equipe técnica e artísti- ca; e finaliza: “Como bem diz Jackson Antu- nes, a realização desse filme foi quase que uma ação de cinema de guerrilha, até porque, vi- sando a qualidade do filme, decidimos filmá- lo em película, e embora ele tenha sido roda- do num espaço recorde de 10 dias, a pré-pro- dução foi minuciosa”. CONTINUA Na página 4. As atrizes Lúcia Talabi e Cristina Britto em uma das cenas do filme DIVULGAÇÃO

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SÁBADO, 11/09/2010 [email protected] | (45) 3218-2528

Saiba de tudo oque acontece nosbastidores da TV

biss. 2 e 3

CINEMA

Filme de Jackson Antunes tem codireção de cascavelense

Melodias em festaA forte luzdas iniciativasindependentes

JULLIANE BRITA

CASCAVEL

Jackson Antunes é um ator de grandeprestígio. Reconhecido por seus papeis dedestaque em novelas, filmes e produções te-levisivas – atualmente interpreta Carlindo, naminissérie global “A cura” –, tem um semblan-te marcado nas mentes dos espectadores.Apesar disso, muitos não devem conheceruma faceta que foi recentemente firmada, ade diretor cinematográfico.

A estreia de Jackson Antunes como dire-tor se deu no longa-metragem “A tímida luzde vela das últimas esperanças”, uma adapta-ção do texto teatral de Milson Henriques. Gra-vado em Curitiba, o filme foi possível graças àunião de oito coprodutores, incluindo a cas-cavelense Tigre Produções, de Salete Macha-do e Talicio Sirino. Salete, inclusive, atuoucomo codiretora da obra ao lado de Antunes.

O filme conta a história de duas mulheresidosas – uma branca e uma negra – que enca-ram uma série de fatores para enfrentar a ve-lhice. No subtexto da trama, questões históri-cas e sociais, preconceito, solidão, compa-nheirismo e desilusão. Trata-se de um olharsingelo sobre o universo feminino nessa eta-pa da vida. As atrizes cariocas Cristina Britto eLúcia Talabi interpretam, respectivamente,Zizi, a patroa, e Antonieta, a empregada. Le-vadas por situações de embates e conflitos, ascompanheiras são cúmplices e dependentesuma da outra à medida que lhes cabe.

A cascavelense Salete Machado, atualpresidente da Avec (Associação de Vídeo eCinema do Paraná) e produtora de cinema,conta como foi a experiência de codireçãoda obra. “Para mim representou um mo-mento de muito aprendizado. Ele [JacksonAntunes] é um artista talentosíssimo em to-das as suas atuações, seja em novela, mi-nissérie, teatro, cinema ou cantor; então,ser convidada para codirigir um filme ide-alizado por ele é uma honra”.

O trabalho, segundo ela, começou com atransposição do texto teatral de Milson Hen-riques para a linguagem cinematográfica,muitos e-mails e reuniões em Curitiba. “A pro-dução deste longa resulta de muitas conver-sas para a construção da concepção do filme,concepção que passa pela visão do que o Ja-ckson almejava. Quando começamos a filmarele sabia exatamente onde queria chegar como filme, e a equipe logo se situou”. Salete ain-da conta que o filme foi totalmente construí-do a partir de um profundo estudo do roteiro

com o objetivo de salientar a história que sequeria contar: enquadramentos da câmera,luz, cenografia, figurino – cada detalhe foi pen-sado –. No encalço da análise cinematográfi-ca, Salete ressalta que há uma miscelânea degêneros na produção – passa pelo drama so-cial, psicológico e cômico –. “Jackson acreditano cinema livre, em que gêneros diferentespossam estar imbricados para contar uma his-tória”.

O filme, conta Salete, está em fase de fi-nalização. Estão sendo trabalhadas a edição emixagem do som, a finalização da trilha mu-sical e, posteriormente, será feita a sincroni-zação de imagem e som. Com o filme pronto,o próximo passo é inscrevê-lo em festivais decinema para depois fazer o lançamento. Sale-te diz que a avant-première será feita, inclusi-ve, em Cascavel. Depois disso, haverá distri-buição nos cinemas, DVD e exibição na TVaberta e a cabo. O ponto que também une Cas-cavel à obra é a Tigre Filmes. Talicio Sirino, res-ponsável pela produtora com Salete, diz quea experiência de produzir “A tímida luz de veladas últimas esperanças” foi riquíssima. “Pormeio desta produção tivemos condições de vi-abilizar um importante intercâmbio culturalentre profissionais de Cascavel, Curitiba e Riode Janeiro; ampliamos o leque de gênero deprodução fílmica de nossa produtora, e, prin-cipalmente, por trabalhar ao lado de JacksonAntunes, um cara cujo grande coração possi-bilitou uma harmonia no trabalho com todaa equipe durante as filmagens”.

O trabalho também foi um desafio para aprodutora por causa, principalmente, do tem-po curto em que foi feito – foram dez dias defilmagem –. “A gente sabia que o tempo eracurto e tudo tinha que sair conforme o plane-jado. Fazer esse filme foi mais um daquelesmomentos em que temos que explorar nossacapacidade criativa e buscar meios para via-bilizar a produção”. Sirino ainda destaca comofundamental a coprodução feita por RandalDacome, Marcelo Prosdócimo, Celso Kava, oapoio de Antonio e Ilda Stocco, e o compro-metimento de toda a equipe técnica e artísti-ca; e finaliza: “Como bem diz Jackson Antu-nes, a realização desse filme foi quase que umaação de cinema de guerrilha, até porque, vi-sando a qualidade do filme, decidimos filmá-lo em película, e embora ele tenha sido roda-do num espaço recorde de 10 dias, a pré-pro-dução foi minuciosa”.

�CONTINUA Na página 4.As atrizes Lúcia Talabi e Cristina Britto em uma das cenas do filme DIVULGAÇÃO