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ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2010/2011 SERICICULTURA Médica Veterinária Ana Paula Brenner Busch Outubro de 2010 INTRODUÇÃO A sericicultura criação de bicho-da-seda é uma atividade integrada (indústria-sericicultor), abrangendo o cultivo da amoreira (Morus sp.), iniciando com a obtenção dos ovos pelas indústrias até o cultivo das lagartas no campo pelos agricultores familiares. A espécie Bombyx mori L. (Lepidoptera: Bombycidae), que se alimenta exclusivamente da amoreira, contribui com 95% da produção total de fios

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ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA

SAFRA 2010/2011

SERICICULTURA

Médica Veterinária Ana Paula Brenner Busch

Outubro de 2010

INTRODUÇÃO

A sericicultura – criação de bicho-da-seda – é uma atividade integrada

(indústria-sericicultor), abrangendo o cultivo da amoreira (Morus sp.), iniciando com

a obtenção dos ovos pelas indústrias até o cultivo das lagartas no campo pelos

agricultores familiares. A espécie Bombyx mori L. (Lepidoptera: Bombycidae), que se

alimenta exclusivamente da amoreira, contribui com 95% da produção total de fios

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de seda utilizados na confecção dos diferentes tipos de tecidos (WATANABE;

YAMAOKA; BARONI, 2000).

O bicho-da-seda é originário da China e há cerca de 5.000 anos vem sendo

criado pelo homem para obtenção de fios de seda. Da China, o inseto foi introduzido

no Japão, Turquestão e Grécia. Em 1740, o bicho-da-seda passou a ser criado na

Espanha, França, Itália e Áustria. Em 1848 ocorreu a introdução da sericicultura no

território brasileiro no Estado do Rio de Janeiro e, em 1922, na cidade de Campinas-

SP, onde foi criada a Indústria de Seda Nacional S.A.. A partir da década de 30, a

sericicultura tornou-se uma importante atividade para a agroindústria brasileira e,

atualmente, o Estado do Paraná é o maior produtor nacional de casulos verdes de

bicho-da-seda.

O presente trabalho tem por objetivo analisar a conjuntura econômica em que

a sericicultura paranaense se insere, visando dar subsídios aos atores da cadeia

para tomada de decisão. Este trabalho está dividido em quatro partes: conjuntura

mundial, abrangendo a produção e o comércio; conjuntura brasileira, envolvendo a

produção e as exportações; conjuntura paranaense, aprofundando a produção, os

preços e os custos no Paraná; e considerações finais.

2 CONJUNTURA MUNDIAL

A seda crua é uma importante commodity internacional comercializada nos

principais mercados de commodities de Nova Iorque, Lion e Londres. O Japão

costumava dominar o mercado mundial de seda com a sua posição de liderança nas

exportações, seguido de China e Coréia. Desde 1869, a China ampliou sua posição

no mercado internacional e o Japão inverteu sua posição, emergindo como um líder

nas importações de seda crua. O mercado mundial de seda crua também é

abastecido por diversos outros países, menores produtores de seda crua, tais como

Coréia e Brasil. Os outros dois principais, Índia e CEI1 (Comunidade dos Estados

Independentes) consomem toda a sua produção e importam uma quantidade

significativa da China (DATTA & NANAVATY, 2007).

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2.1 PRODUÇÃO MUNDIAL

Segundo a Associação Brasileira de Fiações de Seda (ABRASSEDA) (2009),

a produção mundial de casulos verdes em 2006 foi de 934.902 toneladas. Destas,

aproximadamente 8.051 toneladas são referentes à produção brasileira,

representando 0,86% da produção mundial, sendo o 6º produtor mundial, atrás de

China, Índia, Vietnã, Uzbequistão e Tailândia, conforme mostra a Tabela 1.

TABELA 1 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES DOS PRINCIPAIS PAÍSES

PRODUTORES, EM TONELADAS

2.2 COMÉRCIO MUNDIAL

Segundo dados da Food and Agricultural Organization of The United Nations

– FAO (2010), as importações mundiais de seda crua, em 2007, foram,

aproximadamente, 15.119 toneladas, um aumento de 1,16% em relação a 2006. O

principal importador foi a Índia (7.922 t), seguido de Itália (1.463 t), Romênia (1.253

t), Coréia (989 t) e Japão (791 t).

Quanto às exportações de seda crua, a FAO registrou um volume de 15.429

toneladas em 2007, sendo o maior exportador a China (13.756 t), seguido de Itália

(602 t), Coréia do Sul (277 t), Uzbequistão (211 t) e Índia (139 t).

1 A CEI é uma organização transnacional envolvendo 12 repúblicas que pertenciam à antiga União

Soviética, sendo elas: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão e Geórgia.

País

China 1º 545.497 1º 480.774 1º 547.091 1º 621.461 1º 739.715 79,12%

Índia 2º 128.000 2º 117.000 2º 120.000 2º 126.000 2º 135.000 14,44%

Vietnã 3º 21.000 3º 21.000 3º 21.000 3º 21.000 3º 21.000 2,25%

Uzbequistão 4º 20.000 4º 20.000 4º 20.000 4º 20.000 4º 20.000 2,14%

Tailândia 7º 3.473 5º 10.500 5º 10.650 5º 10.650 5º 10.100 1,08%

Brasil 5º 10.238 6º 9.966 6º 8.005 6º 7.146 6º 8.051 0,86%

Japão 8º 880 8º 780 8º 683 8º 626 7º 505 0,05%

Turquia 10º 100 9º 169 9º 169 9º 170 8º 350 0,04%

Grécia 11º 60 10º 60 10º 70 10º 70 9º 100 0,01%

Bulgária 12º 50 - - 12º 20 11º 42 10º 65 0,01%

Filipinas 13º 28 11º 23 11º 22 12º 14 11º 16 0,00%

Irã 6º 3.500 7º 3.200 7º 3.200 7º 2.543 - - -

Indonésia 9º 691 - - - - - - - - -

TOTAL 100,00%

FONTE: ABRASSEDA (2009), elaborado pela autora (2009).

2003

733.517 809.722 934.902663.472 730.910

2004 2005 20062002

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3 CONJUNTURA BRASILEIRA

A sericicultura é uma atividade agroindustrial economicamente viável para as

várias regiões do Brasil, pois as condições edafoclimáticas permitem a criação do

bicho-da-seda, Bombyx mori L. durante até dez meses ao ano, o que pode

proporcionar renda mensal satisfatória ao produtor. É, também, uma opção que

favorece a diversificação da exploração agrícola, principalmente nas pequenas e

médias propriedades rurais que utilizam mão-de-obra familiar (MENEGUIM et al.,

2007).

São Paulo já foi o maior produtor nacional na década de 80. Segundo a

ABRASSEDA (2010), atualmente, este Estado detém apenas 4,3% do total, com 189

toneladas, principalmente da região de Bastos e Gália. Houve migração da atividade

de São Paulo para o Paraná, pois as amoreiras paulistas estavam velhas e não

houve incentivo para o produtor continuar com a atividade. O Governo do Paraná

incentiva a produção e fornece recursos para o pequeno produtor. Além disso, a

sericicultura se adaptou bem ao clima de várias regiões paranaenses e obteve uma

boa produtividade em relação aos outros Estados produtores.

3.1 PRODUÇÃO BRASILEIRA

Segundo Patrick Thomas, presidente da Hermès, uma grife francesa de

diversos produtos de luxo, dentre eles, lenços de seda que custam em torno de 235

euros, o fio de seda de seus lenços vem 100% do Brasil, do Paraná e do Mato

Grosso do Sul. A seda brasileira é a melhor do mundo (THOMAS, 2009).

O posto de melhor fio de seda do mundo foi conquistado com a implantação

de um rigoroso processo de qualificação, o qual começa na seleção das larvas do

bicho-da-seda. Diferentemente da China, que domina 80% do mercado e onde cada

etapa é feita por um intermediário, no Brasil, as duas indústrias de fiações de seda –

Bratac S/A. e Fujimura do Brasil – detêm o controle de todo o ciclo de produção. Por

exemplo, apenas os casulos mais perfeitos entram na linha de produção dos fios

mais caros e sofisticados, como os adquiridos pela Hermès (THOMAS, 2009).

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TABELA 2 – PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES POR ESTADO E EMPRESA NA SAFRA 2008/2009, EM TONELADAS

FONTE: ABRASSEDA (2009), elaborado pela autora (2010).

TABELA 3 – PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES POR ESTADO E EMPRESA NA SAFRA 2009/2010, EM TONELADAS

FONTE: ABRASSEDA (2010), elaborado pela autora (2010).

TABELA 4 – 1ª PREVISÃO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES PARA A SAFRA 2010/2011 – 07/07/2010, EM TONELADAS

FONTE: ABRASSEDA (2010), elaborado pela autora (2010).

Pode-se observar, nas Tabelas 2 e 3, as expressivas reduções que ocorreram

na produção brasileira de casulos verdes nas últimas safras e, seguindo a tendência,

a estimativa de redução para a produção da próxima safra (2010/2011), na Tabela 4.

Desde 2003, as empresas beneficiadoras do casulo trabalham com

capacidade ociosa, em função da baixa oferta nacional de casulos verdes, da taxa

de câmbio desfavorável à expansão das exportações e aos altos custos internos.

Um fator agravante que influenciará a redução da produção da próxima safra

é a saída da empresa de fiação Fujimura do Brasil, em meados de abril de 2010.

Desta forma, optou-se por extinguir a ABRASSEDA, em 27 de abril de 2010, pois

permaneceu apenas uma empresa de fiação no Brasil, a Fiação de Seda Bratac S.A.

ESTADO/ EMPRESA PR SP MS SC TOTALParticipação por

empresa (%)

Variação por empresa

07/08 - 08/09 (%)BRATAC 3.228 183 198 1 3.610 74,66 -23,34

FUJIMURA 1.218 7 --- --- 1.225 25,34 -21,32

TOTAL 4.446 190 198 1 4.835 100,00 -22,84Participação por estado

(%) 91,95 3,93 4,10 0,02 100,00Variação por estado

07/08 - 08/09 (%) -22,00 -30,66 -31,96 0,00 -22,84

ESTADO/ EMPRESA PR SP MS SC TOTALParticipação por

empresa (%)

Variação por empresa

08/09 – 09/10 (%)BRATAC 3.015 184 168 1 3.368 75,87 -6,70

FUJIMURA 1.066 5 --- --- 1.071 24,13 -12,57

TOTAL 4.081 189 168 1 4.439 100,00 -8,19Participação por estado

(%) 91,94 4,26 3,78 0,02 100,00Variação por estado

08/09 – 09/10 (%) -8,21 -0,53 -15,15 0,00 -8,19

ESTADO/ EMPRESA PR SP MS SC TOTALParticipação por

empresa (%)

Variação por empresa

09/10 – 10/11 (%)BRATAC 3.480 142 130 --- 3.752 100,00 11,40

FUJIMURA --- --- --- --- - 0,00 -100,00

TOTAL 3.480 142 130 --- 3.752 100,00 -15,48Participação por estado

(%) 92,75 3,78 3,46 --- 100,00Variação por estado

09/010 – 10/11 (%) -14,73 -24,87 -22,62 -100,00 -15,48

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Não é novidade a contração das empresas de fiação de seda no Brasil, pois

das 5 que atuavam do início da década de 90, apenas 3 permaneceram no início da

atual década e restará apenas uma para a década seguinte, como mostra a Tabela

5 (ABRASSEDA, 2010).

TABELA 5 – PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES, POR EMPRESA, NOS ÚLTIMOS 20 ANOS, EM TONELADAS.

(*) Previsão para próxima safra.

Fonte: ABRASSEDA, 2010, elaborado pela autora (2010).

Dentre os motivos da saída da Fujimura do Brasil, destaca-se: a forte

competição com a seda chinesa; a política cambial desfavorável às exportações; o

aumento dos custos com salário dos funcionários pela elevação do salário mínimo

nacional; a ociosidade da planta industrial de 2/3 de sua capacidade produtiva

devido à falta de matéria-prima, gerando um maior aumento dos custos de

produção; o êxodo rural, principalmente dos mais jovens, que não seguem a

profissão dos pais; o capital da empresa ser estrangeiro, o que dificulta a

Empresas

/ Safras

Bratac Kanebo /

Fujimura

Cocamar Kobes Shoei Cooper

Seda

TOTAL Var. s/ safra

anterior

1991/1992 7.865 3.603 2.663 1.460 1.514 481 17.586 2,12%

1992/1993 8.784 3.909 2.777 1.464 1.779 421 19.134 8,80%

1993/1994 9.048 3.716 2.299 1.200 1.719 278 18.260 -4,57%

1994/1995 8.477 3.454 1.727 1.075 1.527 - 16.260 -10,95%

1995/1996 9.046 3.185 1.293 1.111 733 - 15.368 -5,49%

1996/1997 8.999 3.332 1.376 1.104 - - 14.811 -3,62%

1997/1998 9.175 3.792 1.627 - - - 14.594 -1,47%

1998/1999 6.603 2.669 1.033 - - - 10.305 -29,39%

1999/2000 5.495 2.343 635 - - - 8.473 -17,78%

2000/2001 6.290 2.900 726 - - - 9.916 17,03%

2001/2002 6.897 2.381 960 - - - 10.238 3,25%

2002/2003 6.871 2.204 891 - - - 9.966 -2,66%

2003/2004 5.504 1.853 648 - - - 8.005 -19,68%

2004/2005 4.833 1.764 546 - - - 7.143 -10,77%

2005/2006 5.609 1.877 565 - - - 8.051 12,71%

2006/2007 6.516 2.101 - - - - 8.617 7,03%

2007/2008 4.709 1.557 - - - - 6.266 -27,28%

2008/2009 3.610 1.225 - - - - 4.835 -22,84%

2009/2010 3.368 1.071 - - - - 4.439 -8,19%

2010/2011* 3.752 - - - - - 3.752 -15,48%

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compreensão e convivência dos investidores com as políticas econômicas

brasileiras.

Para não deixar os sericicultores parceiros da Fujimura do Brasil sem ter

como continuar suas atividades, as duas empresas de fiação trabalharam

conjuntamente na transferência dos produtores para a Fiação de Seda Bratac S.A.,

a qual prontamente concordou em absorvê-los. As empresas optaram por realizar as

transferências antes do final da safra para que os produtores pudessem se adaptar

ao novo parceiro, já recebendo as larvas da Fiação de Seda Bratac S.A. ainda nessa

safra, mesmo que permanecessem com a assistência técnica da Fujimura do Brasil.

A competição no mercado interno com o produto chinês se expressa nos

seguintes dados: 63,48% das 207 toneladas importadas pelo Brasil, e 53,88% da

despesa de US$ 16,3 milhões com a importação de “seda e produtos de seda”, de

janeiro a setembro 2010 (MAPA, 2010). Em termo de volume, o Brasil importa da

China: 92 toneladas de “tecidos e outros produtos têxteis de seda”; 21,7 toneladas

de “casulos de bicho-da-seda e seda crua” e 18 toneladas de “fios e desperdícios de

seda”. Os preços médios para estes produtos importados deste parceiro comercial

giram em torno de: U$ 81,37/kg, US$ 34,43/kg e US$ 30,65/kg, respectivamente.

3.2 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

No grupo “seda e produtos de seda”, o Brasil exportou, em 2009, 977

toneladas, o equivalente a US$ 26,3 milhões. O subgrupo “fios e desperdícios de

seda” foi responsável por 98,79% do volume e 96,94% da receita de exportação do

grupo, sendo obtido o preço médio neste ano de US$ 26,94/kg. Comparando com

2008, houve redução de 14,94% no volume e 19,72% na receita.

No Gráfico 1, demonstra-se a evolução das exportações brasileiras desse

subgrupo. Os demais subgrupos exportados foram: “tecidos e outros produtos

têxteis de seda” e “casulos de bicho-da-seda e seda crua” (MAPA, 2010).

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GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FIOS E DESPERDÍCIOS DE SEDA DE JANEIRO DE 2008 A SETEMBRO DE 2010 (QUANTIDADE, RECEITA E PREÇO)

FONTE: MAPA (2010), elaborado pela autora (2010).

O Paraná respondeu por 64,89% do volume e por 68,37% da receita com

exportação de “fios e desperdícios de seda”, sendo o principal exportador em 2009,

seguido de São Paulo com 35,11% e 31,63%, respectivamente. Rio de Janeiro

também registrou exportação em 2009, mas com participação pouco expressiva.

De janeiro a setembro de 2010, as exportações brasileiras de “fios e

desperdícios de seda” já atingiram 763 toneladas e US$ 26,5 milhões a um preço

médio de US$ 34,67/kg. Comparando com o mesmo período de 2009, houve um

discreto aumento no volume, 0,26%, porém com um expressivo aumento na receita,

38,85%, por conta do aumento de 38,48% no preço.

Seguindo o mesmo período de análise, janeiro a setembro de 2010, foram

15 os países de destino dos fios de seda brasileiros, sendo que o Japão permanece

como principal, participando com 34,83% do volume e 42,22% da receita, seguido

de Vietnã e Itália, ambos com aproximadamente 20% de participação na receita.

França, Coréia do Sul, China e Turquia figuram com participações na receita entre

2,15% a 7,08%. Comparando-se com o mesmo período de 2009, houve acréscimo

de 3 destinos (Tunísia, Alemanha e México), com saída de 1 (Angola).

Com relação a “tecidos e outros produtos têxteis de seda”, a diversidade de

destinos é muito maior (55 países), sendo que os Estados Unidos participam com

36,05% e a Angola com 34,51% da receita, sendo o leque de destinos muito

variável. Quanto aos “casulos de bicho-da-seda e seda crua”, Turquia participa com

95,71% da receita, sendo que apenas o Japão participa com o restante.

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4 PRODUÇÃO PARANAENSE

O Estado do Paraná, nos últimos 10 anos, destacou-se como o maior

produtor nacional de casulos verdes. Na safra de 2009/2010, o Paraná foi

responsável por aproximadamente 92% da produção nacional.

Segundo consta no

Relatório Takii, referente à

safra 2009/2010, o

segmento agroindustrial

da seda participou com

R$ 28 milhões na

formação do valor bruto

da produção agropecuária

paranaense (VBP),

gerando em torno de

20.000 empregos diretos e

indiretos.

A participação da Fiação de Seda Bratac S/A. foi em torno de R$ 20,6 milhões

– 73,6% – e a Fujimura do Brasil em torno de R$ 7,4 milhões – 26,4% (SEAB-PR,

2010a).

TABELA 6 – PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES DE CASULOS VERDES NO ESTADO DO PARANÁ, SAFRA 2009/2010

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010).

MAPA 1 – VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES DE BICHO-DA-SEDA NO PARANÁ, NA SAFRA 2009/2010, EM REAIS

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado por GLUGLIELMI (2010).

Regional da SEAB MunicípiosNúmero de

Sericicultores

Número de

Barracões

Área de Amoreira

(ha)

Produção de

Casulos Verdes (kg)

1 Maringá Nova Esperança 441 616 1.959,20 631.883,80

2 Paranavaí Alto Paraná 180 190 710,23 229.718,72

3 Maringá Astorga 70 79 211,96 138.608,83

4 Ivaiporã Cândido de Abreu 155 156 283,03 105.834,50

5 Cascavel Boa Vista da Aparecida 76 81 167,81 98.820,46

6 Laranjeiras do Sul Diamante do Sul 96 98 257,68 97.175,90

7 Paranavaí Cruzeiro do Sul 76 99 241,80 90.270,70

8 Cianorte São Manoel do Paraná 63 68 182,18 89.150,60

9 Cianorte Indianópolis 62 74 167,47 83.981,30

10 Ivaiporã Jardim Alegre 56 64 127,49 81.845,40

1.275 1.525 4.309 1.647.290

32,30% 35,15% 42,80% 40,19%

TOTAL DOS 10 MUNICÍPIOS

PARTICIPAÇÃO NO TOTAL DO PARANÁ

10

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O maior município produtor de casulos verdes do Estado do Paraná na Safra

2009/2010 foi Nova Esperança, como mostra a Tabela 6, com produção superior a

600 mil quilogramas de casulos verdes, representando 15,41% da produção

paranaense, 11,17% dos

produtores, 14,20% das

sirgarias e 19,46% da

área de amoreira.

A produção

paranaense de casulos

verdes de bicho-da-seda

foi de 4.099 toneladas

na Safra 2009/2010 e

esteve distribuída

principalmente no Centro

e no Noroeste do

Estado, conforme mostra

o Mapa 2.

O Paraná contou

com 3.947 produtores

de casulos de bicho-da-

seda e 4.338 sirgarias,

distribuídas em 216

municípios. Observando

o Mapa 3, percebe-se

que a maior

concentração das

sirgarias esteve no NR

de Maringá, o qual Nova

Esperança e Astorga

fazem parte.

MAPA 2 – PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES POR MUNICÍPIOS NO PARANÁ, NA SAFRA 2009/2010, EM KG

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado por GLUGLIELMI (2010).

MAPA 3 – DISTRIBUIÇÃO DAS SIRGARIAS POR MUNICÍPIOS, NO PARANÁ, NA SAFRA 2009/2010

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado por GLUGLIELMI (2010).

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A produtividade por

hectare está apresentada

no Mapa 2, sendo que a

Região Noroeste é a que

apresenta as maiores

produtividades. Observou-

se uma amplitude muito

grande entre os índices de

produtividade: municípios

produzindo abaixo de 150

kg/ha/ano e ao mesmo

tempo, municípios

produzindo acima de 1.000

kg/ha/ano, o que fez com

que a média ponderada da

produtividade dos 10 maiores municípios produtores ficasse 6,07% menor que a

média ponderada estadual, conforme mostram os dados da Tabela 6.

TABELA 7 – PRODUTIVIDADE DOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES DE CASULOS VERDES NO ESTADO DO PARANÁ – SAFRA 2009/2010.

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010).

A Tabela 8 mostra a participação dos territórios e pré-territórios na

sericicultura paranaense. Dentre os territórios e pré-territórios destacam-se: o

Território Pró AMUSEP com a maior produção (926 t) em 15 municípios, seguido do

MAPA 2 – PRODUTIVIDADE DE CASULOS VERDES POR MUNICÍPIO, NO PARANÁ, EM 2010, NA SAFRA 2009/2010, EM KG DE CASULO VERDE POR HECTARE DE AMOREIRA

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado por GLUGLIELMI (2010).

sericicultor barracão ha de amoreira

1 Maringá Nova Esperança 1.432,84 1.025,79 322,52

2 Paranavaí Alto Paraná 1.276,22 1.209,05 323,44

3 Maringá Astorga 1.980,13 1.754,54 653,94

4 Ivaiporã Cândido de Abreu 682,80 678,43 373,93

5 Cascavel Boa Vista da Aparecida 1.300,27 1.220,01 588,88

6 Laranjeiras do Sul Diamante do Sul 1.012,25 991,59 377,12

7 Paranavaí Cruzeiro do Sul 1.187,77 911,83 373,33

8 Cianorte São Manoel do Paraná 1.415,09 1.311,04 489,35

9 Cianorte Indianópolis 1.354,54 1.134,88 501,47

10 Ivaiporã Jardim Alegre 1.461,53 1.278,83 641,98

1.292 1.080 382

24,35% 14,32% -6,07%

kg de casulos porRegional da SEAB Municípios

COMPARAÇÃO COM A MÉDIA DO PARANÁ

MÉDIA DOS 10 MUNICÍPIOS

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Pré-território Consad Entre Rios (834 t, em 30 municípios) e do Território Paraná

Centro (350 t, em 15 municípios).

TABELA 8 – PARTICIPAÇÃO DOS TERRITÓRIOS E PRÉ-TERRITÓRIOS NA PRODUÇÃO PARANAENSE DE CASULOS VERDES, NA SAFRA 2009/2010.

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010).

A safra 2009/2010, quando comparada com a safra anterior (2008/2009),

sofreu uma redução de 357 t, ou seja, uma quantidade 8,0% menor. A produção de

casulos verdes já reduziu em torno de 46,38% desde a safra 2006/2007, conforme

mostra a Tabela 9. Em relação à produtividade média em kg de casulos/ha/ano

houve um aumento de 4,63%, ou seja, de 389 kg/ha/ano para 407 kg/ha/ano. Do

total de 4.099 t produzidas, a Fiação de Seda Bratac S/A. foi responsável por 3.039 t

e a Fujimura do Brasil por 1.061 t.

TABELA 9 – EVOLUÇÃO DA SERICICULTURA NO ESTADO DO PARANÁ – ÚLTIMAS 5 SAFRAS.

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010).

Se cada casulo rende em torno de 17% de seda, tem-se então que a

produção paranaense de seda crua na safra 2009/2010 foi de 696,8 t a partir das

4.099 t de casulos verdes, o que correspondeu a uma redução de 60,7 t de seda

crua em relação à safra anterior.

2005/06 2006/07 2007/2008 2008/2009 2009/2010

Número de municípios 231 239 229 219 216 -1,37%

Número de criadores 6.462 6.749 5.889 4.524 3.947 -12,75%

Número de barracões 6.882 7.122 6.468 5.002 4.338 -13,27%

Área de amoreira (ha) 13.923 13.645 14.799 11.464 10.067 -12,19%

Área média por produtor (ha) 2,15 2,02 2,51 2,53 2,55 0,79%

Casulos verdes (toneladas) 7.141 7.645 5.708 4.456 4.099 -8,01%

Produção média (kg/produtor) 1.105 1.133 969 985 1.039 5,48%

Produtividade média (kg/ha/ano) 513 560 385 389 407 4,63%

Rendimento de lagartas (kg/g) 3,06 2,84 2,95 3,16 3,14 -0,63%

Casulos de primeira (%) 95,61 95,22 95,79 95,17 94,99 -0,19%

Preço médio (R$/kg de casulo) 6,29 6,05 5,76 6,64 6,83 2,86%

Valor bruto da produção ($ 1.000) 39.122,27 44.901,87 46.280,60 29.608,34 27.993,82 -5,45%

SAFRAS Variação 2008/2009

para 2009/2010

PARANÁTERRITÓRIOS E PRÉ-

TERRITÓRIOSPARTICIPAÇÃO

NÚMERO DE MUNICÍPIOS 216 145 67,13%

NÚMERO DE CRIADORES 3.947 2.962 75,04%

NÚMERO DE BARRACÕES 4.338 3.284 75,70%

ÁREA DE AMOREIRA (ha) 10.067 7.409 73,60%

PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES (kg) 4.099.266 3.116.050 76,01%

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Em consequência disso, houve a redução gradual de área de amoreiral,

conforme mostra o Gráfico 3, sendo, atualmente, 27,7% menor que há 5 anos.

GRÁFICO 2 – PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES DO PARANÁ NAS ÚLTIMAS 5 SAFRAS, EM TONELADAS

GRÁFICO 3 – ÁREA DE AMOREIRAL DO PARANÁ NAS ÚLTIMAS 5 SAFRAS, EM HECTARES

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010). FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010).

Quanto ao número de produtores, houve um leve incremento na safra

2006/2007, seguido de reduções subsequentes, atingindo queda de 41,5% da citada

safra para a atual, 2009/2010, como mostra o Gráfico 4.

GRÁFICO 4 – NÚMERO DE PRODUTORES NO PARANÁ NAS ÚLTIMAS 5 SAFRAS

GRÁFICO 5 – NÚMERO DE MUNICÍPIOS PRODUTORES NO PARANÁ, NAS ÚLTIMAS 5 SAFRAS

FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010). FONTE: SEAB-PR (2010a), elaborado pela autora (2010).

No Gráfico 5, da mesma forma, percebe-se que o incremento na safra

2006/2007 ocasionou um leve aumento, 3,46%, no número de municípios produtores

em relação a safra anterior, diluindo a produção pelo Estado. Entretanto, como esta

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produção não se mostrou sustentada, houve logo reduções sucessivas chegando a

cair 9,62% da safra 2006/2007 para 2009/2010.

Para a safra 2010/2011, estima-se uma redução de aproximadamente 25% na

produção de casulos verdes no Paraná na safra 2010/2011, em relação à safra

2009/2010, ficando em aproximadamente 3.062,4 toneladas. Os principais fatores

para tal redução são: a saída de atividade da empresa de fiação Fujimura do Brasil,

que provocou a desistência de aproximadamente metade dos produtores desta

empresa em permanecer na atividade sob a situação de monopólio e a ocorrência

da seca em setembro de 2010, provocando retardo no desenvolvimento das

amoreiras e consequentemente queda da oferta de alimento para as lagartas.

4.1 PREÇOS E CUSTOS NO PARANÁ

Diante de um cenário mundial desfavorável à exportação dos produtos e

serviços seda, houve um desestímulo ao meio rural, principalmente para os

produtores que trabalham com o sistema de parceria. Observou-se, segundo dados

do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná

(SEAB/DERAL), que entre outubro de 2009 e setembro de 2010 o preço negociado

do casulo verde esteve acima de R$ 6,58/kg e chegou a pontuar até R$ 6,91/kg em

junho de 2010, final da safra 2009/2010, conforme mostra o Gráfico 6 (SEAB-PR,

2010b).

O preço médio pago aos produtores na safra 2009/2010 foi de R$ 6,83/kg de

casulo verde, contra R$ 6,64/kg, na safra anterior. Portanto, houve um aumento de

R$ 0,19/kg, o qual representou um acréscimo de 2,78%. Nesse contexto, se for

considerado apenas os casulos de primeira qualidade, o preço pago nesta safra foi

de R$ 7,10/kg e na safra anterior foi de R$ 6,71/kg, um aumento de 5,81%, ficando

acima da média de aumento relativa à produção total.

Considerando uma produtividade média de 624 kg de casulos verdes por

hectare, a CONAB2 (2010) estimou o custo de produção, no município de Nova

Esperança. Em agosto de 2009, início da safra 2009/2010, este custo foi de

2 Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB

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R$ 7,81/kg de casulo verde, sendo que aproximadamente 67% referiram-se à

mão-de-obra temporária. O custo estimado em agosto de 2010, início na safra atual,

teve discreto aumento de 0,51%, ficando em R$ 7,85/kg, com a mesma proporção

para os custos com mão-de-obra temporária.

Para a próxima safra, 2010/2011, observa-se um movimento de novo

reajuste, chegando a R$ 7,21/kg em setembro de 2010, aumento de 12,1% em

relação a setembro de 2009, como forma da indústria incentivar os produtores a

permanecerem na sericicultura, a despeito do monopólio atual, que se encontra a

atividade.

GRÁFICO 6 – EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NOMINAIS MENSAIS DE CASULOS DE PRIMEIRA PAGOS AO PRODUTOR NO PARANÁ, DE JANEIRO DE 2008 A SETEMBRO DE 2010, EM REAIS POR QUILOGRAMA

GRÁFICO 7 – EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NOMINAIS MENSAIS DE CASULOS DE PRIMEIRA PAGOS AO PRODUTOR NO PARANÁ, DE JANEIRO DE 2008 A SETEMBRO DE 2010, EM DÓLARES POR QUILOGRAMA

FONTE: SEAB-PR (2010b), elaborado pela autora (2010). FONTE: SEAB-PR (2010b), elaborado pela autora (2010).

Essa relação de custo/benefício em favor do sericicultor tem obrigado as

empresas de fiação a manter seus custos de produção. Com o aumento na taxa

média de câmbio, em conjunto com o reajuste de preços feitos na safra anterior, o

preço médio do casulo em dólares foi de US$ 3,04/kg na safra 2008/2009 para US$

3,70/kg na safra 2009/2010, um aumento de 21,6%, pressionando os custos da

indústria para a obtenção de casulos verdes, como se pode observar no Gráfico 7.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de receber novos produtores, a Fiação de Seda Bratac S.A. estima

que ainda não seja possível eliminar a ociosidade de suas plantas fabris de

Londrina-PR e Bastos-SP, e principalmente, atender a demanda do mercado, que

está aquecida. Desta forma, a empresa se mostra otimista em relação à sericicultura

nacional, devido à sua percepção de melhoras no mercado internacional, mas para

isto, torna-se fundamental o estreitamento das parcerias com todos os segmentos

produtores e suas organizações, bem como com os órgãos governamentais de

âmbito municipal, estadual e federal.

Mesmo com este cenário adverso, IAPAR, EMATER e as Universidades

Federais e Estaduais do Paraná promoveram, ao longo da safra 2009/2010, a

realização de vários cursos, pesquisas e projetos para a modernização do setor

sericicultor paranaense.

Dentre estes, são destaques as ações de adensamento da cadeia produtiva

da seda, que tem por objetivo agregar valor ao produto nacional estimulando o

beneficiamento do fio internamente, de maneira a reduzir o percentual de

exportações de seda crua. Neste sentido, o Projeto Vale da Seda3, dando ênfase ao

desenvolvimento regional sustentável, possibilitou, em 2009, através do Programa

Universidade Sem Fronteiras da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Paraná, a

criação da Cooperativa dos Produtores de Artesanato em Seda - Artisans Brasil.

Esta cooperativa, formada por 40 mulheres moradoras da área rural de Nova

Esperança-PR, exporta cachecóis e outros artigos artesanais de seda para a rede

de comércio justo Artisans Du Monde, na França.

O Governo do Estado do Paraná também estimulou a atividade no Estado,

durante a safra 2009/2010. O Programa de Apoio a Sericicultura Paranaense,

realizado de fevereiro/2009 a abril/2010 e celebrado pelo Convênio entre SEAB,

EMATER4, ABRASSEDA e FEASPAR5, teve por objetivo auxiliar na melhoria dos

solos dos amoreirais destinados a criação do bicho-da-seda. Esse programa

3 Projeto Vale da Seda pode ser acessado em http://www.valedaseda.com.br/

4 Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER-PR

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beneficiou aproximadamente 5.500 famílias de sericicultores, distribuídas em cerca

de 200 municípios paranaenses. Foram realizadas 4.391 análises de solo com

recomendações técnicas e adquiridos 529.291 sacos de 50 kg de calcário

dolomítico, os quais foram distribuídos aos sericicultores do Paraná.

Ainda, faz parte do Programa Governamental, o projeto de integração da

Cadeia Produtiva do Urucum e da Câmara Técnica do Complexo da Seda no Estado

do Paraná. Este tem como proposta de trabalho a diversificação da produção

agropecuária tecnificada, a parceria com as indústrias processadoras de matéria-

prima e a organização do processo sucessório da agricultura familiar.

Tendo em vista a situação atual de redução constante na produção de

casulos verdes do Paraná, sugere-se que sejam desenvolvidas ainda mais políticas

públicas que incentivem o sericicultor a permanecer na atividade. Sendo assim, é

importante focar em: diversificação da produção, com culturas compatíveis e viáveis

para as pequenas propriedades rurais; produção sustentável, de forma que os

gastos e as receitas estejam, ao menos, ajustados; estímulo à mecanização da

produção, aumentando a produtividade por hectare e reduzindo as horas de

trabalho; melhorias na assistência técnica, juntamente à EMATER-PR e ao SENAR6,

com o desenvolvimento de cursos para a disseminação de novas técnicas de

manejo mecanizadas, bem como preparo de mão-de-obra especializada; estímulo à

pesquisa junto ao IAPAR com a contratação de novos técnicos tendo em vista que

os pesquisadores da área já se encontram aposentados.

Por fim, torna-se fundamental o desenvolvimento de política de interiorização

da indústria, de forma a tornar a parceria mais ampla, estimulando o produtor não

apenas a produzir mais e melhor, numa relação apenas comercial, mas que esses

parceiros possam sonhar juntos por uma sericicultura próspera, capaz de cultivar a

família da seda paranaense.

5 Federação das Associações de Sericicultores do Estado do Paraná – FEASPAR

6 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do Estado do Paraná – SENAR-

PR

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REFERÊNCIAS

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GLUGLIELMI, P. J. Mapas de Seda – Paraná. [Mensagem de trabalho]. Mensagem recebida por: < [email protected]> em: 27 set. 2010.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA). AGROSTAT BRASIL. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/>. Acesso em: 20 set. 2010. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). FAOSTAT. Disponível em: <http://faostat.fao.org> Acesso em 20 set. 2010. MENEGUIM, A. M. et al. Influência de cultivares de amoreira Morus spp. sobre a produção e qualidade de casulos de bicho-da-seda, Bombyx mori L. (Lepidoptera: Bombycidae). Neotrop. entomol., Londrina, v. 36, n. 5, out. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-566X2007000500006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 set. 2009. SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DO PARANÁ (SEAB-PR). Relatório Takii – Perfil da Sericicultura no Estado do Paraná – Safra 2010/2011. Curitiba: SEAB-CEDRAF-CTCSEPR, 2010a. SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DO PARANÁ (SEAB-PR). Série Histórica dos Preços Recebidos pelos Produtores. Curitiba: SEAB-DERAL-DEB, 2010b. THOMAS, P. “Não é tão cara assim”. Veja, São Paulo, n. 2130, 16 set. 2009. p. 118. Entrevista. WATANABE, J. K.; YAMAOKA, R. S.; BARONI, S. A. Cadeia produtiva da seda: diagnósticos e demandas atuais. Londrina: IAPAR, 2000. 129 p. (Documento 22).