Sacoleiras: Um conceito para agentes de comercialização

20
V Semana Ciências Sociais, UFRPE, Dez.2014 SACOLEIRAS: Um conceito para agentes de comercialização de moda-vestuário de Santa Cruz do Capibaribe-PE

description

Trabalho apresentado no GT: Consumo, Gênero e Comunicação, na V Semana Ciências Sociais na UFRPE, Campus Recife, 02, dezembro, 2014. Resumo disponível nos Anais V Semana de Ciências Sociais da UFRP ISSN 2357-9218.

Transcript of Sacoleiras: Um conceito para agentes de comercialização

V Semana Ciências Sociais, UFRPE, Dez.2014

SACOLEIRAS: Um conceito para agentes de comercialização de moda-vestuário de Santa

Cruz do Capibaribe-PE

. Discente Bolsista Facepe: Lucinea Maria deLima F. Lacerda

.Orientador: Prof. Dr. Romilson MarquesCabral

.Co-orientadora: Profa. Dra. Maria AliceVasconcelos Rocha

O consumo de moda-vestuário no cotidiano dasociedade contemporânea, esta disposta nosmais diferentes canais de distribuição, são eles:centros de compras (shoppings), lojas dedepartamento, magazines, e as feiras.

A sacoleira deste construto adquire seusprodutos/mercadorias no polo de confecçõesde Santa Cruz do Capibaribe – PE.

.Princípio da novidade (VEBLEN, 1987);

.Regras do gosto e decência (VEBLEN, 1987;

BORDIEU, 2007);

.Aspectos sociais do consumo (MIRANDA,

2008);

.Consumo (BAUMAN, 2011; BAUDRILLARD,

1995);

“[...] há atividades que não produzem bensmateriais e, contudo, são necessárias aoprocesso de produção ou o prolongam naesfera de circulação, devendo serconsideradas produtivas, e portanto, criadorasde valor e de mais-valia. Este é o caso dotransporte, armazenagem e distribuição demercadorias”

(GORENDER, 1996)

Considerando-se o “rigor e a descoberta datécnica de análise de conteúdo; e do conjuntode categorias de pertinência” (BARDIN, 2011,p.34; p.150) elaborou-se um quadro conceitual(GIBBS, 2009, p.60) de base para umconstruto (LAKATOS, 1992, p.161) desacoleira.

Contribuições para o construto

A sacoleira disponibiliza a cliente a últimamoda. A mercadoria mais recente que acaboude ser copiada da novela e que ainda nemchegou às lojas (VEBLEN, 1987);

A sacoleira atribui a cliente o papel dedivulgadora ao adquirir dela as novidades daúltima moda (BAUDRILLARD, 1996);

A sacoleira ora é a consumidora (quando adquire asmercadorias), ora é o agente distribuidor (quandotransporta as mercadorias) para por fim se tornar acomerciante seguindo a tríade: aquisição da produção(consumo), a circulação das mercadorias ecomercialização (BRAUDEL, 1996);

A sacoleira faz o elo entre o produtor e o consumidorfinal. Sendo para o produtor mercadoria vendida epara a sacoleira, mercadoria comprável (MARX,2013).

[pessoa que] adquire apenas produtos acabadospara vender. Entre suas características está oprofundo conhecimento de sua clientela. Emsuas sacolas, ela carrega diversos estilos deroupa, das esportivas às mais refinadas parafestas, além e acessórios, como lenços ebijuterias.

(FEGHALI, 2011, p.109-110).

Pessoa física, autônoma, sexo feminino;

Comercialização de artigos de moda-vestuário como atividade principal;

Transporta as mercadorias em sacolas(tamanho não padronizado);

a) Realizam atendimento por demanda (athome) ou por prospecção (de porta emporta);

b) Têm ponto fixo de venda (própria residênciaou ponto comercial);

c) Adquirem seu produtos/mercadorias paracomercialização em pequenas, do segmentode confecções na cidade de Santa Cruz doCapibaribe-PE.

É no esvaecer da satisfação (momentânea) doconsumidor que consiste a efemeridade damoda, da obsolescência orquestrada que temnesta sociedade, o consumidor comodivulgador das últimas novidades mantida pelaengrenagem dos instrumentos de troca.

(LIPOVESTKY, 1986; BAUDRILLARD, 1995;BRAUDEL, 1996; MARX, 2013).

Neste cenário as sacoleiras estão mais para opequeno produtor que parte da mercadoria,para o dinheiro, para tornar a mercadoria do quêpara o capitalista que detêm os meios deprodução.

(MARX, 2013, p.184)

BARDIN, Lawrence. Análise de Conteúdo / Lawrence Bardin ; tradução Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro. – São Paulo ; Edições 70, 2011.

BAUDRILLARD, Jean. A Sociedade de Consumo: arte e comunicação / Jean Baudrillard ; tradução: Artur Morão. – Edições 70. Lda. / Lisboa / Portugal, 1995.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria/ Zygmunt Bauman; tradução Carlos Alberto Medeiros. –Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BORDIEU. P. A Distinção: crítica social do julgamento. Tradução Daniela Kern; Guilherme J.F. Teixeira. São Paulo.

BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo Séculos XV-XVIII / Fernand Braudel: Tradução Telma Costa. - . Os Jogos das Trocas. MartinsFontes. São Paulo, 1996

CABRAL. R.M. Relações possíveis entre empreendedorismo, arranjosorganizacionais e institucionais : Estudo de casos múltiplos no Polo deConfecções do Agreste Pernambucano. Tese de doutorado em administração.PPGA- UFBA, 2007.

CONCLA. Cnae. Disponível em:<http://www.cnae.ibge.gov.br/subclasse.asp?CodSecao=G&CodDivisao=47&CodGrupo=478&codclasse=4781-4&CodSubClasse=4781-4/00&TabelaBusca=CNAE_200@CNAE_200@CNAE%202.0%20-%20Subclasses@1@cnaefiscal@1. Acesso em: janeiro, 2014.

Fecomércio-PE revela expectativas de vendas para o Carnaval 2014. Disponívelem <http://www.fecomercio-pe.com.br/economia/4592-fecomercio-pe-revela-expectativas-de-vendas-para-o-carnaval-2014.html>. Acesso em: março, 2014.

GIBBS, Graham. Análise de Dados Qualitativos / Graham Gibbs ; tradução Roberto Cataldo Costa ; consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição Lorí Viali. – Porto Alegre : Artmed, 2009.

GORENDER, JACOB. Os Economistas. Apresentação. MARX. Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro Primeiro: O Processo de Produção do Capital. Tomo 1 (Capítulos I a XII). Coordenação e revisão de Paul Singer. Tradução: Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. Editora Nova Cultural Ltda. 1996, Círculo do Livro Ltda. São Paulo – SP.

HOEKS, H. & POST, J. (2006) Fashion and Five Fashion Theoriticians. In: Brand, J. & Teunissen, J. The Power of Fashion: about design and meaning. Terra ArtEZ Press.

LIRA, Sônia Maria de. Muito além das feiras da sulanca: a produção de confecções no Agreste/PE – Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2011.

MARX. Karl. O Capital: crítica da economia política: Livro 1: O Processo de Produção do Capital / Karl Marx ; tradução de Rubens Eziderlej – São Paulo : Boitempo, 2013 (Marx-Engels).

Moda Center Santa Cruz do Capibaribe/PE. Disponível em <http://modacentersantacruz.com.br/o-parque.php.>. Acesso em: outubro, 2014.

MIRANDA, A.P. Consumo de moda: a relação pessoa-objeto. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. 127p.

Portal do Empreendedor. Estatísticas do MEI. Disponível em: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual>. Acesso em: 13 de outubro, 2014.

Receita Federal. Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Disponível em <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2008/leicp128.htm.>. Acesso em: 13 de outubro, 2014.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas / Roberto Jarry Richardson; colaboradores José Augusto de Souza Peres... (et al.). – 3. Ed. – 8. reimp. – São Paulo : Atlas, 2008.

SEBRAE. Estudo Econômico do Arranjo Produtivo Local de Confecções do Agreste Pernambucano, 2012. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Estudo%20Economico%20do%20APL%20de%20Confecções%20do%20Agreste%20%20%2007%20%de%20MAIO%202013%20%20docx.pdf>. Acesso em: 14, outubro, 2014.

VEBLEN, Thorstein (1857-1829). A Teoria da Classe Ociosa: um estudo econômico das instituições / Thorstein Veblen; apresentação de Maria Hermínia Tavares de Almeida ; tradução de Olívia Krähenbühl. – 2. ed. –São Paulo : Nova Cultura, 1987. (Os economistas).