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Revista Portuguesa de Ciências do Desporto[Portuguese Journal of Sport Sciences]

Publicação quadrimestral daFaculdade de Desporto da Universidade do PortoVol. 8, Nº 1, Janeiro·Abril 2008ISSN 1645-0523 · Dep. Legal 161033/01

Director  Jorge Olímpio Bento (Universidade do Porto)

Conselho editorial [Editorial Board]

 Adroaldo Gaya (Universidade Federal Rio Grande Sul, Brasil) António Prista (Universidade Pedagógica, Moçambique)Eckhard Meinberg (Universidade Desporto Colónia, Alemanha)Gaston Beunen (Universidade Católica Lovaina, Bélgica)Go Tani (Universidade São Paulo, Brasil)Ian Franks (Universidade de British Columbia, Canadá)

 João Abrantes (Universidade Técnica Lisboa, Portugal) Jorge Mota (Universidade do Porto, Portugal) José Alberto Duarte (Universidade do Porto, Portugal) José Maia (Universidade do Porto, Portugal)Michael Sagiv (Instituto Wingate, Israel)Neville Owen (Universidade de Queensland, Austrália)Rafael Martín Acero (Universidade da Corunha, Espanha)Robert Brustad (Universidade de Northern Colorado, USA)Robert M. Malina (Universidade Estadual de Tarleton, USA)

Editores Chefe [Chief Editors]

 António Teixeira Marques (Universidade do Porto, Portugal) José Oliveira (Universidade do Porto, Portugal)

Editores Associados [Associated Editors]

 Amândio Graça (Universidade do Porto, Portugal) António Ascensão (Universidade do Porto, Portugal) António Manuel Fonseca (Universidade do Porto, Portugal) João Paulo Vilas Boas (Universidade do Porto, Portugal) José Maia (Universidade do Porto, Portugal) José Pedro Sarmento (Universidade do Porto, Portugal)

 Júlio Garganta (Universidade do Porto, Portugal)Maria Adília Silva (Universidade do Porto, Portugal)Olga Vasconcelos (Universidade do Porto, Portugal)Rui Garcia (Universidade do Porto, Portugal)

Design gráfico e paginação Armando Vilas BoasImpressão e acabamento Multitema

Consultores [Consulting Editors]

 Alberto Amadio (Universidade Sã Alfredo Faria Júnior (Universidad Almir Liberato Silva (Universidad Anthony Sargeant (Universidade d António José Silva (Universidade  António Roberto da Rocha SantosCarlos Balbinotti (Universidade F

Carlos Carvalho (Instituto SuperioCarlos Neto (Universidade TécnicCláudio Gil Araújo (UniversidadeDartagnan P. Guedes (UniversidadDuarte Freitas (Universidade da MEduardo Kokubun (Universidade Eunice Lebre (Universidade do PoFrancisco Alves (Universidade TéFrancisco Camiña Fernandez (UnFrancisco Carreiro da Costa (UnivFrancisco Martins Silva (Universid

Glória Balagué (Universidade ChiGustavo Pires (Universidade TécnHans-Joachim Appell (UniversidaHelena Santa Clara (UniversidadeHugo Lovisolo (Universidade GamIsabel Fragoso (Universidade Técn

 Jaime Sampaio (Universidade de T Jean Francis Gréhaigne (Universid Jens Bangsbo (Universidade de Co João Barreiros (Universidade Técn José A. Barela (Universidade Esta José Alves (Escola Superior de De José Luis Soidán (Universidade de José Manuel Constantino (Univer José Vasconcelos Raposo (Univ. T Juarez Nascimento (Universidade Jürgen Weineck (Universidade ErlLamartine Pereira da Costa (UnivLilian Teresa Bucken Gobbi (UnivLuis Mochizuki (Universidade SãoLuís Sardinha (Universidade TécnLuiz Cláudio Stanganelli (UniversManoel Costa (Universidade de PManuel João Coelho e Silva (UnivManuel Patrício (Universidade de Manuela Hasse (Universidade TécMarco Túlio de Mello (UniversidaMargarida Espanha (UniversidadeMargarida Matos (Universidade TMaria José Mosquera González (IN 

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ARTIGOS DE INVESTIGAÇÃO [RESEARCH PAPERS]

9 Competência física percebida de crianças com paralisiacerebral: Que relações com a percepção dos seus pais e asua função motora?Physical Perceived Competence in children with Cerebral Palsy:what relationships with parents perception and their own motor functionRui Corredeira, Adília Silva, António Manuel Fonseca

22 Estrutura interna da versão portuguesa do  SportCommitment Questionnaire (SCQ) e Funcionamento Diferencialdos Itens (DIF) com a versão espanholaPortuguese version internal consistency of the Sport CommitmentQuestionnaire (SCQ) and Differential Item Functioning (DIF) with the Spanish

 versionCatarina Sousa, Carme Viladrich, Maria João Gouveia,Miquel Torregros, Jaume Cruz

34 Prontitud Coordinativa: perfiles multivariados en funciónde la edad, sexo y estatus socio-económicoCoordination readiness: multivariate profiles based upon age, sex,and socioeconomic status

 Alcibiades B. Valdivia, Rita F. Lara, Celinda B.Espinoza, Severo Q. Pomahuacre, Giovanny R. Ramos,

 André Seabra, Rui Garganta, José Maia

47 Assimetrias manuais e complexidade da tarefaem habilidades de apontamentoManual asymmetries and task complexity in aiming skillsGuilherme M. Lage, Lívia G. Gallo, Maíra G. deMiranda, Danilo R. Vieira, David J. Schickler, Robledo

R. Coelho, Herbert Ugrinowitsch, Rodolfo N. Benda58 Desempenho motor de crianças de diferentes

estágios maturacionais: análise biomecânicaMotor development of children in different maturement stages:biomechanics analysisSebastião I. Lopes Melo, Roberta Gabriela O. Gatti,Roberta C. Detânico, Jansen A. Estrázulas, Ruy J.Krebs

68 Análise cinemática da variabilidade do membro de suporte

dominante e não dominante durante o chute no futsalDominant and non-dominant support limb kinematics variability during futsalkickFabio A. Barbieri, Paulo R. Santiago, Lilian T. Gobbi,Sergio A. Cunha

77 Um estudo de genética quantitativa sobre agregação fami-liar na composição corporal de famílias nucleares portu-guesas

85 Análise dos índices deaptidão física em crianAnalysis of adiposity and physiFabrício B. Alves, AnaCampos, Ricardo W.

96 Análise comparativa doxigénio entre nadado

Comparative analysis betweenoxygen uptakeEmilson Colantonio, RKiss

103 Resposta hemodinâmde exercício físico mulAcute hemodynamic responseolder adults

 Joana Carvalho, Elisa

114 Estudo das implicações

cas do ataque no VoleibImplications of offensive spac

 José Miguel de Castr

126 Comparação do conhecide futebol de diferentes Comparison of the procedural of different categories and posDiogo S. Giacomini e

137 Estudo de variáveis esp

na organização do ataquStudy on contextual variables organization in female volleyb

 José Afonso, Isabel M

148 A estrutura e a tendênparalelas assimétricascios de competiçãoStructure and evolution trendsAnalysis of the rotations in com

 José Ferreirinha, Antó

157 O esporte no cinema d The sport in the Portugal’s cinVictor Andrade de M

ENSAIOS [ESSAYS]

169 Formação de Mestres eForming Masters and PhD: demJ Olí i B 

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Nota editorialDa Universidade como local e instituição da felicidade1

 Jorge Bento

É, porventura, a última vez na minha vida em quetomo a palavra numa cerimónia como esta, nodesempenho das funções em que estou investido. Todavia não vou proceder a um balanço, mesmosendo ele uma peça fácil de fazer, porquanto só teriaque desfiar o rosário das minhas dívidas de gratidão,que são muitas e inesquecíveis.No ano passado falei da Universidade e da Faculdadecomo um lugar da saudade. Desta feita elegi para

tema de uma breve abordagem “a Universidade comolocal e instituição da felicidade”. Sim, por mais que osespante, dado o registo que tenho colocado, nos últi-mos tempos, nas minhas intervenções públicas,quero chamar a vossa atenção para o facto daUniversidade e a Faculdade serem uma instânciapotenciadora, por excelência, da felicidade.Não sou céptico ou pessimista por natureza, por

essência ou índole ou ainda por aversão à novidade eà mudança, mas antes por reflexão. Prende-me aopessimismo tão-somente a obrigação de olhar emredor e não me vergar à manipulação e alienação. Deresto empunho e ergo o optimismo como bandeirade libertação e exaltação da nossa condição. Sou e

i

revejo a minha trajectória codocente universitário, passopor fora, na superfície e na pde alto a baixo; e sou forçadUniversidade recebi o sustencer paulatinamente em mimfelicidade. Antes tinha ouvidos e olhose os números, mas não sabia

e ver, escutar e observar, ler contar, perguntar e respondeabsorvi conhecimentos que para o uso e labor da razão. deste jeito, a libertar a mentmular ideias e conceitos, a dhorizontes e perspectivas, a ideais e utopias. Apercebi-m

estamos mais ligados a ele dConsegui ir além da epiderma tocar na sua substância e adimensão do eterno. Com tuconformismo e a auto-satisfe desassossegar a consciênci

á l d d 

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 Ademais conheci pessoas encantadoras, enamorei-me delas e da sua beleza no corpo, nos sentimentose actos. Encontrei outras assaz diferentes de mim,mas igualmente importantes e fantásticas, que melevaram a compreender o sentido e alcance da alteri-dade, a valorizar as diferenças, a estabelecer e enalte-

cer a aceitação e a tolerância, a ampliar e afinar aconsideração e a sensibilidade, a partilhar causas,paixões e projectos, a confiar nos outros e a revelar-lhes segredos e desejos, intenções e frustrações, des-ditas e ansiedades, a celebrar compromissos e cum-plicidades, amizades e fraternidades.Li livros, manuais e tratados, familiarizei-me com osseus autores. Habituei-me a nomes célebres, a cien-tistas, a filósofos e sábios que me mostraram ladosignorados e sublimes da vida e apontaram vias paraa questão da salvação. E deixei-me seduzir por cren-ças e mitos que nos incitam à transcendência, ainvocá-la e a viver à sua altura, como nesta oração deFernando Pessoa:

Sim, sei bemQue nunca serei alguém.Sei de sobraQue nunca terei uma obra,Sei, enfimQue nunca saberei de mim.Sim, mas agora

 Enquanto dura esta hora, Este luar, estes ramos,

 Esta paz em que estamos, Deixem-me crerO que nunca poderei ser.

Hoje constato que, sem estas próteses, continuariaacorrentado às mais densas e diversas formas dehemiplegia espiritual e moral. E percebo bem que a

i h d é l i di d lá

conta quantos por aquvários milhares de licede mestres e centena evieram de perto e de cide muito baixo e aindae da distância, atravess

fizeram sacrifícios incosonho. Todos venceramse desmediram e excedforma nova e superior formance. Entraram aqsaíram aumentados e gsuas terras e acederamfissões numa melhor capurada visão, levandoFaculdade no cofre do dão. Porque aqui lhes fafirmação e realização,libertação, da HumanidEm todo o Portugal, emVerde, em Moçambiqugente que por aqui pastem saudades do tempestá grata e entoa cantque aqui acrescentou pmais feliz. Temos amigres e apreciadores do nmuitas e longínquas pafaz desta Escola e do n

instrumento e local detodos mais felizes e qudar os outros é uma auuns aos outros a descoPor tudo isto eu gost

Universidade, identif

ã h j d b 

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não permitam que seja retirado do cerne da missãoda Universidade o inestimável contributo para a feli-cidade. Não esqueçam que esta se funda na doçurada ilusão e quem a quiser roubar, destruir e substi-tuir por uma realidade dura e crua é agente da amar-gura, da infelicidade e desumanidade.

Ítalo Calvino, in La città invisibili, atinge-nos noâmago do desassossego e do sono das nossas obriga-ções: “O inferno dos vivos não é algo que será: seexiste um, é o que já está aqui, o inferno em quevivemos todos os dias, que formamos estando jun-tos. Há duas maneiras de não sofrê-lo. A primeira éfácil para muitos: aceitar o inferno e se tornar partedele a ponto de não conseguir mais vê-lo. A segundaé arriscada e exige vigilância e preocupação constan-tes: procurar e saber reconhecer quem e o quê, nomeio do inferno, não são inferno, e fazê-los durar,dar-lhes espaço”.2 Aderir à segunda maneira significa predispor-se asofrer toda a sorte de pressões, aleivosias e insídiaspara aceitar o inferno. Contudo temos o dever depressentir e lutar pelo mais e melhor. De fazer per-durar e de dar espaço àquilo que não é inferno, àqui-lo que nos encha e aumente de ilusão que é o ali-mento preferido da felicidade.Sim, nascemos, estudamos e trabalhamos para viver-mos num nível superior, ou seja, para esgotarmos aspossibilidades de sermos felizes, sabendo que a feli-cidade em plenitude é um impossível necessário. É

esta a nossa verdadeira identidade, cuja procuradevemos incentivar e tentar, no pressuposto de queela nunca seja inteiramente encontrada, sob pena dea graça e o encanto acabarem e o mistério da felici-dade se perder para sempre.Enfim, por quanto disse, escorre-me da garganta a

l ã d A ili Rib i “Adi i

 De harmonizar as partCreio que tudo é eté

Creio num céu futuro que houv

Creio nos deuses de um astral  Na flor humilde que se encosta

Creio na carne que enfeitiça o

Creio no incrível, nas coisas as Na ocupação do mundo pelas rCreio que o amor tem asas de

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[R

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Competência física percebida de crianças com paralisQue relações com a percepção dos seus pais e a sua

Rui Corredeira

 Adília Silva

 António M. Fonseca

 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto

 Portugal

RESUMOEste estudo teve como principal objectivo examinar a relação

entre o grau de função motora real de crianças com ParalisiaCerebral, com idades entre os 4 e 9 anos, e a percepção decompetência física percebida das mesmas e de seus pais relati-vamente a elas. Foram utilizadas as versões portuguesas da Dutch Pictorial Scale of Perceived Competence and Social Acceptance for children with Cerebral Palsy – EPPCASCPPp - a 81 crianças eseus pais, e da Gross Motor Function Measure (versão de 66 itens)– TMFM-66 - às crianças.Da aplicação do TMFM-66 resultou a divisão das crianças emtrês grupos de diferente comprometimento motor.

 A análise dos valores médios relativos à EPPCASCPCp (subes-cala de competência física), atribuídos pelas crianças e seuspais, permitiu constatar que, de uma forma geral, independen-temente do seu comprometimento motor, aquelas apresenta-vam valores de percepção de competência elevados. Verificou-se também que a avaliação que as crianças faziam da sua com-petência física fora sempre superior à atribuída pelos seus pais,e que os valores médios de competência física percepcionados

b d i à did d

ABSTRACTPhysical Perceived Competence

Palsy: what relationships with pown motor function

The aim of this study was to investigaactual motor function level of childrenbetween 4 and 9 years old, their physitheir parents’ when compared to them Dutch Pictorial Scale of Perceived Com for children with Cerebral Palsy – EPPchildren and their parents, and the Po Motor Function Measure (66 items veonly for the children.Three different groups of motor impaiTMFM-66 aplication.The EPPCASCPCp (physical competedren and their parents showed that intheir motor impairment, those childrentence levels. We also found that the ch

i l hi h h 

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INTRODUÇÃOSempre que observamos o desempenho de umacriança numa determinada actividade, seja ela nodomínio social, cognitivo, físico ou outro, efectua-mos de imediato, um determinado julgamento acer-ca da competência que ela demonstra na execução da

mesma, tendo por base a nossa prévia experiêncianaqueles domínios.Porém, o nível de competência que atribuímos àcriança que observamos (por exemplo no desempe-nho de uma actividade de índole motora) não énecessariamente igual ao que ela atribui a si própria,podendo diferir igualmente dos julgamentos efectua-dos por outros, nomeadamente os pais, professores,

treinadores, amigos ou outros. Deste pressupostoimerge a importância de tentarmos perceber querelação existe entre a avaliação da competência realde um indivíduo num determinado domínio e a queé percebida pelo próprio.Estudos na área das auto-percepções(26,56) fornece-ram indicadores que sustentam a ideia destas pode-rem desempenhar um papel preponderante na autoa-

valiação que a criança faz das suas áreas fortes e fra-cas, permitindo-lhes o estabelecimento de objectivosrealistas e, concomitantemente, o desenvolvimentode estratégias de aprendizagem efectivas e a previsãode resultados com sucesso.Neste contexto, salientam-se os estudos deHarter(24) e Harter & Pike(25), defendendo que acompetência percebida se constitui como uma variá-

vel básica importante para a motivação.Susan Harter(27), considera a competência percebidacomo sendo um constructo de cariz multidimensio-nal que conduz o indivíduo a aventurar-se em dife-rentes contextos de realização, orientados pelosdomínio social, físico, cognitivo ou outros.

i i id

O desenvolvimento dadepende muito da intemeio onde está inseridambos, tendo em contcaracterísticas daqueleContudo, quando o âm

populações com necescaso deste, incidindo ccom Paralisia Cerebraltomadas em considerapria deficiência as quairido anteriormente, deindivíduo atribui à suaKlein & Evans(32), acre

venção envolve criançaexercer um determinadao nível do seu desemptempo, que a percepçãodiferentes constructos possa ser entendida comais aliciante para os treabilitação de crianças

integrante do processoCuriosamente, os resuPC, parecem não ser tãcrianças com esta patomenos competentes, cpetência física(15,48,49,60

Rudisill e colaboradoretência percebida é uma

motora actual e da idaestes factos a ambos oto, Goodway e Rudisillvenção ao nível da comtuir um caminho efecttência percebida.

Rui Corredeira, Adília Silva, António Manuel Fonseca

 

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cepção de competência.Nesse sentido, este estudo teve como principal objecti-vo a avaliação da relação entre o grau de função moto-ra real de crianças com Paralisia Cerebral, com idadesentre os 4 e 9 anos, e a percepção de competência físi-ca percebida das mesmas e de seus pais, através da uti-

lização da versão portuguesa da Dutch Pictorial Scale of  Perceived Competence and Social Acceptance for children withCerebral Palsy de Vermeer & Venhof (60) - EPPCASCPCp- adaptada para a nossa população por Corredeira(13) ea versão adaptada por Andrada e Gimenez(2) – TMFM-66 - da Gross Motor Function Measure (GMFM-66) deRussel e colaboradores(44).

METODOLOGIAAmostraDepois de previamente termos solicitado autorizaçãopara consulta dos ficheiros relativos às crianças comPC inscritas no Centro de Reabilitação de ParalisiaCerebral do Porto, seleccionamos um total de 134que tinham idades entre os 4 e 9 anos, eram colabo-rantes, e apresentavam um Q.I. superior a 70. Este

último critério deveu-se ao facto de assim podermosassegurar que todos os participantes tinham capaci-dade para perceberem todos os itens de um dos ins-trumentos (EPPCASCPCp) utilizados, tal comosugerido por Vermeer et al.(59) para a sua aplicação.Contactamos os pais dessas crianças através dosterapeutas da equipa que atendiam as crianças emregime de atendimento externo ou, no caso das

orientações periódicas, por intermédio de uma carta,onde constavam a explicação e objectivos da pesqui-sa, bem como a solicitação para participação. Alguns dados obtidos através da consulta dos dos-siers individuais das crianças seleccionadas, foramposteriormente complementados pelo preenchimen-

dependentes de terceiros ouo seu deslocamento (não amEm relação ao grau de afecta(i.e., classificação topográficmaior número de crianças fodiplégicas (39,5%), seguido

(33,3%) e ainda dos tetraplé

InstrumentosPara a recolha de dados foramentos: a versão portuguesaof Perceived Competence and Sowith Cerebral Palsy DPSPCSAVenhof (61) - EPPCASCPCp -

população por Corredeira(13) Andrada e Gimenez(2) – TMF Function Measure (GMFM-66dores(44).

A Escala Pictórica de PercepçãAceitação Social em Crianças (versão portuguesa)

 A EPPCACCPCp é uma escaca para crianças com PC com9 anos, composta por um todos por 4 subescalas de 10 irelativas às competências físdas e outras duas relativas àda pelos pais e pelos pares.Neste estudo apenas aplicam

subescala de competência físconjunto, prevê versões distidade, sexo e à capacidade d(i.e., se a criança é ambulatócha independente ou se, pelolatória, ou seja, dependente

Competência física

 

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dos valores atribuídos aos 10 itens de cada umadelas, sendo que, a cada item é atribuída uma pon-tuação de 1 a 4 pontos, onde 1 corresponde a nãomuito competente/socialmente aceite, consoante asubescala de que se trate até 4, situação que traduzque a criança é muito competente/socialmente aceite,

igualmente de acordo com a subescala avaliada. A aplicação deste instrumento variou entre 20 a 45minutos por criança, tendo sido realizada individual-mente no Centro de Paralisia Cerebral do Porto esempre pelo mesmo investigador, especialmente trei-nado para o efeito, respeitando as instruções defini-das para a sua aplicação. O mesmo inquiridor apli-cou a escala aos pais, os quais responderam acerca

de características dos filhos, em momentos distintosmas no mesmo dia, tendo a aplicação a duraçãomédia de 15 minutos.

A TMFM-6 A TMFM-66 é um instrumento padronizado que sedestina a medir de forma qualitativa as mudanças nafunção motora global de crianças ao longo do tempo.

 A TMFM-66 compreende 66 itens, todos eles con-templando a função motora global de uma criançacom 5 anos sem qualquer tipo de comprometimen-to(47). Os itens desta escala são agrupados em 5dimensões, da seguinte forma: i) decúbitos e rola-mentos (4 itens); ii) sentar (15 itens); iii) gatinhar eajoelhar (10 itens); iv) posição de pé (13 itens) e v)andar correr e saltar (24 itens).

 A pontuação é atribuída com base na observação dodesempenho da criança relativamente a cada item,tendo estes uma pontuação entre o (zero) e 3 pon-tos, consoante os seguintes desempenhos da criança:i) não consegue iniciar a actividade (zero pontos); ii)inicia sem ajuda: corresponde a 10% da execução de

Com base nesta aferiçãdo de Palisano e colabaproximação da máxim TMFM-66, para diferenra da PC, dividiram-seconsiderar:

i) Grupo I: crianças qusuperior a 89%;ii) Grupo II: crianças qigual ou superior a 61%iii) Grupo III: crianças ção inferior a 61%. A duração média de apminutos, tendo sido re

cada uma das crianças Cerebral do Porto, porriência no uso deste in

Análise estatística dos d As proporções foram cteste do Qui-quadradoquando o valor esperadinferior a 20. Quando utilizou-se aprova exacComo as variáveis quatra deste estudo, referede competência física, de uma distribuição nomas foi realizada pelo tricos. Foi utilizado o tcomparação das grandmotora. A comparaçãopetência física percebidpectivos pais foi realizaWilcoxon, para amostraP li i d

Rui Corredeira, Adília Silva, António Manuel Fonseca

 

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RESULTADOSO quadro 1 descreve a distribuição da amostra pelos3 grupos definidos a partir da avaliação da funçãomotora global efectuada a partir da TMFM-66, e deacordo com características demográficas, sociais, clí-nicas e comportamentais das crianças avaliadas

atribuídos pelas crianças e sgrupos da função motora glouma grande amplitude de reoscilarem entre 1,68 (dp=0,numa escala de 1 a 4 (QuadA comparação emparelhada

Competência física

Quadro 1. Descrição da amostra por grupos relativos à função motora (TMFM-66) e de acordo com caracterí

Grupo I Grupo II Grupo

n (%) n (%) n (%

SexoFeminino 14 (43,8) 9 (28,1) 9 (28

Masculino 32 (65,3) 10 (20,4) 7 (14,Idade< 7anos 14 (42,4) 12 (36,4) 7 (21,

≥ 7 anos 32 (66,7) 7 (14,6) 9 (18,

ResidênciaRural 16 (57,7) 9 (19,2) 8 (23

Urbana 30 (55,2) 10 (31,0) 8 (13,

Escolaridade PaisAté 9º ano 33 (62,3) 10 (18,9) 10 (18

> 9º ano 13 (46,4) 9 (32,1) 6 (21,

Capacidade de locomoçãoCom marcha independente 45 (84,9) 8 (15,1) 0 (0

Sem marcha independente 1 (3,6) 11 (39,3) 16 (57

Classificação topográfica

Tetraplegia 9 (40,9) 5 (22,7) 8 (36Diplegia 12 (37,5) 12 (37,5) 8 (25,

Hemiplegia 25 (92,6) 2 (7,4) 0 (0

Actividade desportivaCom prática 33 (66,0) 9 (18,0) 8 (16,

Sem prática 12 (40,0) 10 (33,3) 8 (26

 

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Rui Corredeira, Adília Silva, António Manuel Fonseca

Quadro 2. Média (desvio padrão) da percepção de competência motora pelas criança(escala EPPCASCPPp) por grupos relativos à avaliação da função motora global (T

Percepção de competência física das Crianças Percepção de competência fís

Média (dp) Média (dp)

Grupo I 3,52 (0,34) 2,53 (0,52)

Grupo II 3,34 (0,42) 2,10 (0,46)Grupo III 2,79 (0,38) 1,68 (0,33)

 p** <0,001 <0,001

* valor de p recorrendo ao teste de Wilcoxon ; ** valor de p recorrendo ao teste de Kr

Quadro 3. Média (desvio padrão) da percepção de competência física pelas crianças (esc por grupos relativos à função motora (TMFM-66) e de acordo com características d

Grupo I Grupo II

Média (dp) Média (dp)

SexoFeminino 3,45 (0,43) 3,20 (0,32) 2

Masculino 3,55 (0,30) 3,48 (0,47) 2

 p 0,514 0,128

Idade< 7anos 3,50 (0,42) 3,49 (0,38) 2

≥ 7 anos 3,53 (0,30) 2,96 (0,21) 2 p 0,815 0,055

Área de residênciaRural 3,53 (0,35) 3,45 (0,43) 2

Urbana 3,53 (0,35) 3,23 (0,38) 3

 p 0,846 0,174

Escolaridade dos Pais

Até 9º ano 3,50 (0,35) 3,31 (0,40) 2> 9º ano 3,60 (0,33) 3,39 (0,44) 2

 p 0,399 0,621

Capacidade de locomoçãoCom marcha independente 3,52 (0,34) 3,04 (0,34)

Sem marcha independente 3 53 (0 35) 2 

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Competência física

Quadro 4. Média (desvio padrão) da percepção de competência física das crianças pelos pais (escala  por grupos relativos à função motora (TMFM-66) e de acordo com características das crianç

Grupo I Grupo II Grupo

Média (dp) Média (dp) Média (

Sexo

Feminino 2,68 (0,49) 1,90 (0,42) 1,73 (0Masculino 2,47 (0,52) 2,28 (0,43) 1,61 (0

p 0,253 0,049 0,52

Idade< 7anos 2,50 (0,45) 2,12 (0,50) 1,54 (0

≥ 7 anos 2,55 (0,55) 2,03 (0,41) 1,79 (0

p 0,749 0,581 0,18

Área de residênciaRural 2,61 (0,45) 2,23 (0,36) 1,66 (0

Urbana 2,40 (0,62) 1,95 (0,53) 1,75 (0

p 0,201 0,163 0,76

Escolaridade dos PaisAté 9º ano 2,52 (0,55) 1,93 (0,42) 1,68 (0

> 9º ano 2,56 (0,44) 2,29 (0,44) 1,68 (0

p 0,880 0,049 0,87

Capacidade de locomoçãoCom marcha independente 2,55 (0,51) 2,11 (0,39) —

Sem marcha independente 1,80 (—) 2,09 (0,52) 1,68 (0

p 0,132 0,901 —

Classificação topográficaTetraplegia 2,65 (0,53) 2,16 (0,39) 1,46 (0

Diplegia 2,24 (0,48) 2,09 (0,47) 1,90 (0

Hemiplegia 2,63 (0,51) 2,00 (0,85) —p 0,081 0,988 0,00

Actividade desportivaCom prática 2,64 (0,50) 2,30 (0,48) 1,80 (0

Sem prática 2,28 (0,53) 1,92 (0,37) 1,56 (0

p 0 054 0 037 0 17 

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motor evidenciado pelas crianças aumentava.Os valores médios de percepção de competência físi-ca avaliados pelas crianças e pelos pais foram tam-bém comparados atendendo não só aos diferentesgrupos de função motora considerados (i.e., GruposI, II e III) como também às diferentes características

das crianças, anteriormente descritas (Quadros 3 e4). A diminuição dos valores médios de percepçãofísica avaliada pelas crianças de acordo com a dimi-nuição da função motora, já descrita, manteve-seindependentemente do sexo, idade, local de residên-cia, escolaridade dos seus pais, classificação topográ-fica, capacidade de locomoção, e ainda da práticadesportiva. Dentro de cada um dos grupos de função

motora considerados, as médias de competência físi-ca percebida não variaram significativamente deacordo com as características estudadas, com aexcepção da variável capacidade de locomoção nogrupo II da função motora (Quadro 3).Verificou-se a mesma tendência decrescente nosvalores médios de percepção que os pais tem dacompetência física das crianças, de acordo com a

capacidade física avaliada pela função motora(TMFM-66), para todas as características avaliadas,excepto nas crianças residentes em áreas rurais e nascrianças diplégicas e hemiplégicas onde as diferençasnão atingiram significado estatístico (Quadro 4).Considerando a comparação dentro de cada grupo defunção motora, apenas se verificaram diferenças sig-nificativas nas médias de percepção de competênciafísica pelos pais de acordo com a classificação topo-gráfica, nas crianças do grupo III. A média de per-cepção de competência física pelos pais foi significa-tivamente superior nas crianças com diplegia quandocomparadas com as tetraplégicas (1,90, dp=0,22 vs.1 46 d 0 28 0 005)

motora e a percepção dpelos pais (r=0,621) eencontrada entre a avada pelas crianças e peloDada a diferença do âmfinais dos instrumento

PSPCSACCPp), optou-pantes de acordo com liando a concordância subdivisão em tercis, cum grau superior de co A percentagem de conclassificação de acordopercepções de competê

crianças e pelos pais fovamente. Os correspon

 Kappa foram de 0,241 concordância mais elevpertencentes ao terceircom maior capacidade dância de classificação opostos, foi de 12,3%

Foi ainda avaliada a coção por tercis da compcrianças com a avaliaddância observada foi dde 0,219 (Quadro 7). Aextrema foi de 13,6%.

DISCUSSÃO

 A análise da distribuiçpelos grupos de funçãoavaliação aferida com bpos I, II e III), e de acocaracterísticas demogr

i d i

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grupo I, esperar-se-ia um desempenho motor semgrandes dificuldades e, como tal, uma natural capaci-dade de marcha independente. No extremo oposto,nas crianças do grupo III, isto é, com uma funçãomotora global inferior a 61%, prever-se-ia umamaior dificuldade na realização de várias situações,nomeadamente a sua capacidade de locomoção.No presente estudo as crianças, independentementedo seu comprometimento motor, apresentaram valo-res de percepção de competência acima da média, ou

j l édi d 3 34 (d 0 46) l

realizadas em crianças com Pmesmo escalão etário por nóa mesma escala, confirmaramrem competentes em termosvalores médios de 3,42 (dp=respectivamente.Verificamos que a percepçãodas crianças é superior à percomo postulado por alguns apois, existir um padrão de re

PC f i

Competência física

Quadro 6. Concordância de classificação por tercis da função motora e da competência física percebida das

Percepção Competência Percepção CompeFísica das Crianças** das Crianças avalia

1º tercil 2º tercil 3º tercil 1º tercil 2º ter

Função motora* 1º tercil 12 (44,4%) 9 (33,3%) 6 (22,2%) 15 (55,6%) 8 (29,6

2º tercil 7 (25,9%) 12 (44,4%) 8 (29,6%) 9 (33,3%) 7 (25,93º tercil 4 (14,8%) 7 (25,9%) 16 (59,3%) 2 (7,4%) 6 (22,

Concordância observada=49,4% Concordância obsKappa= 0,241 Kappa= 0

*avaliada através da TMFM-66; **avaliada através da EPPCASCPCp

Quadro 7. Concordância de classificação por tercis da competência física percebida das crianças e

Percepção Compdas Crianças avali

1º tercil 2º ter

Percepção Competência Física das Crianças* 1º tercil 14 (60,9%) 5 (21,7

2º tercil 5 (17,9%) 9 (32,

3º tercil 7 (23,3%) 7 (23,3

Concordância obsKappa= 0

*avaliada através da EPPCASCPCp.

 

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ainda para a possibilidade de, muitas vezes, estasituação poder ser uma consequência da interioriza-ção de padrões dos agentes socializadores, nomeada-mente pais e professores.Um estudo de Hoza e colaboradores(29), envolvendoa mesma metodologia, mas em crianças com défice

de atenção e síndrome de hiperactividade, revelou amesma tendência de resposta. Segundo aquelesautores, estas diferenças aceitam-se se considerar-mos que a maturidade, vivência e identificação coma realidade por parte dos adultos, se traduzem numamaior capacidade em percepcionarem a real compe-tência das crianças.Nesta situação, os pais parecem funcionar como um

bom indicador externo das capacidades dos seusfilhos, tal como referem Morris e colaboradores(36)

num estudo em que utilizando o Gross MotorFunction Classification System de(39) onde foramavaliadas conjuntamente a capacidade de avaliaçãoda função motora geral das crianças pelos pais eoutros profissionais de saúde. Segundo este autor, ospais terão uma boa capacidade de avaliação dos seus

filhos uma vez que, para além da situação específicaavaliada, têm um conhecimento mais alargado dassuas possibilidades resultante de um contacto maisfrequente e num espectro alargado de situações, quelhe permitem uma avaliação mais consistente, con-trariamente a outros profissionais que estão privadosda observação de determinadas realizações das crian-ças em termos funcionais, nomeadamente em con-texto familiar(39). Segundo Miller(35), a maioria dospais ao tomar consciência da patologia do seu filhoe, como tal, das suas dificuldades, sente necessidadede desenvolver um aprofundado conhecimento acer-ca da mesma, tentando deste modo uma mais efecti-

li ã d i ã i lh

alertado para o facto ddas crianças se diferenidades mais baixas, de dores(30) funcionar compercepção mais elevaddefendem outros autor

evolução na qualidade medida que a idade devez mais próxima do rConsiderando ainda a o valor médio de percemais elevado nos rapazComo referem Andersscolaboradores(14), os ra

mais estímulos para serizando mais a sua parcas. Por outro lado, essos confronta com umacesso, o que de certa foresultados, pois os feednem sempre serão pos Apesar de ser necessár

pretação da avaliação ptendência já referida anção, mas também, e naHarter(27), pelo facto dreflexo de desejo de cotência efectiva, essa esgrau de comprometimresse da sua utilizaçãode percepção de compedos seus pais, observadhouve um decréscimo grau de comprometimela de função motora.T d ã

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quantificam o grau de função motora em criançascom PC, dificulta a discussão directa dos nossosresultados. Contudo, alguns autores utilizaram com-parações semelhantes pelo recurso a outros instru-mentos de avaliação, tanto em crianças com deficiên-cia como em crianças sem qualquer patologia.

Welk e colaboradores(61), utilizando o Physical Self- Perception Profile e o Fitnessgram Fitness Profile, emcrianças ligeiramente mais velhas que as do nossoestudo (i.e., entre os 9 e 10 anos), avaliaram a rela-ção entre a sua competência física percebida e a fun-ção motora real, tendo confirmado a existência derelação entre a auto-percepção física e a funçãomotora real das mesmas. Num outro estudo, envol-

vendo crianças entre os 9 e 11 anos, Rudisill e cola-boradores(43), utilizando a Motor Perceived CompetenceScale(43), analisaram a relação entre a competênciamotora real e percebida das crianças e concluíramque, neste escalão etário, elas manifestavam umacapacidade relativamente satisfatória na avaliaçãoque faziam da sua competência motora (r=0,33quando considerado o trem inferior e r=0,35 para o

trem superior).Pelo contrário, os resultados de um estudo comcrianças, realizado na Estónia por Raudsepp &Liblik(42), também avaliando a relação entre compe-tência motora real e percebida, mostraram que ascrianças manifestavam alguma dificuldade em perce-ber a sua competência, alertando no entanto, para ofacto de poucos estudos terem sido efectuados empaíses de língua não inglesa. Estes autores, corrobo-rando da opinião de Hager e colaboradores(23), subli-nham a importância de um certo efeito culturalsobre os constructos das autopercepções físicas,resultando não apenas em diferentes estruturas fac-

i i i d dif i õ

comparar-se com os seus parcom deficiência mas independo a percepções de competên Apesar da influência de factoidade na avaliação de percepca, descrita por diversos aut

ridos(5,7,18,28,37,41,48), na presedo decréscimo dos valores recompetência física, à medidamotora, foi independente desexo, a idade, a área de residdos pais ou a prática de activPodemos admitir que o reduresultante da divisão por gru

possibilidade de encontrar d A realização de estudos porvmaior tamanho amostral podmelhor esclarecimento desteFox(20), é necessário garantirtes domínios em grupos espculturas.Em conclusão, os valores mé

tivos à EPPCASCPCp (subescompetência física), atribuídseus pais revelaram três aspconsiderar: i) de uma formaa 4 as crianças apresentaramcompetência acima da médiaseu comprometimento motocrianças fazem da sua compque lhes foi atribuída pelos smédios de competência físiccrianças e pelos pais, decresaumenta o grau de compromdo pela escala de função mo

ã d d EPPCASCPC

Competência física

 

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Competência física

 

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Estrutura interna da versão portuguesa do SportQuestionnaire (SCQ) e Funcionamento Diferenciacom a versão espanhola*

Catarina Sousa1

Carme Viladrich1

Maria João Gouveia2

Miquel Torregrosa1

 Jaume Cruz1

1 Universitat Autònoma d Barcelona Espanha

 2 Instituto Superior de Psi Lisboa Portugal

RESUMOO compromisso desportivo como construto que explica a conti-

nuidade da prática desportiva e o seu modelo teórico que hipo-tetiza os factores que precedem essa continuidade, apresen-tam-se como elementos bastante relevantes como forma de evi-tar o abandono desportivo. A análise da estrutura interna daversão Portuguesa do Sport Commitment Questionnaire (SCQ -questionário de compromisso desportivo) e comparação trans-cultural com a versão Espanhola, foram os principais objectivosdo presente estudo. Participaram um total de 1702 jogadoresde futebol, dos quais 850 Portugueses, entre os 11 e os 19anos, e 852 da Catalunha, entre os 14 e 16 anos. Os resultadosapoiam, em parte, a estrutura da versão portuguesa do SCQ 

com 6 factores e 28 itens. Destes factores, quatro - compromis-so desportivo, divertimento desportivo, alternativas à implica-ção e coacções sociais - apresentam consistência interna sufi-ciente. A análise do Funcionamento Diferencial dos Itens revelaequivalência estrutural entre o modelo da versão Portuguesa eo modelo da versão Espanhola. A versão Portuguesa eEspanhola são mais próximas entre si, quando comparadas

l d d ã i i l Sã á i d

ABSTRACTPortuguese version intern

Commitment QuestionnaFunctioning (DIF) with t

The sport commitment as a con sport practice and its theoreticdicts this continuity, are relevamain goals of this study were  Portuguese version of the Sporcross-cultural comparison withment. Participants were1702 s from 11 to 19 years of age, an

to 16 years of age. Results pro Portuguese version with 6 fact provided acceptable internal coment, sport enjoyment, involveThe Differential Item Function structural model is equivalent  Portuguese and Spanish versioi i h i i l i 

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INTRODUÇÃOEstrutura interna da versão portuguesa do SportCommitment Questionnaire (SCQ) e FuncionamentoDiferencial dos Itens (DIF) com a versão EspanholaPromover a participação dos jovens no desporto éum dos propósitos da sociedade actual, dado que

podemos constatar o crescente número de crianças e jovens obesos, a adopção de um estilo de vida seden-tário e um aumento das condutas de risco como oabuso de substâncias e condutas anti-sociais(32). Osbenefícios para a saúde física(13, 31), psicológica(4, 5, 10,

15, 33) e social(6, 11, 12, 28) de crianças e jovens que pra-ticam algum tipo de actividade física ou desportivaorganizada, desde que orientadas de maneira educa-

tiva, estão bastante documentados em diversos estu-dos. Globalmente estes trabalhos salientam o con-texto desportivo como meio privilegiado para umdesenvolvimento psicossocial adequado(7, 29). Osbenefícios podem reflectir-se também no futuro,dado que o nível de actividade física de uma criançaou jovem poderá prognosticar, em parte, o seu nívelde actividade física na fase adulta(24), associado tam-bém a melhores resultados profissionais e menorisolamento social(3).É um facto que o número de jovens que participamno desporto aumenta cada ano, assim como a panó-plia de actividades desportivas e a franja de idadesdos participantes. Contudo, aumenta igualmente apercentagem de jovens que abandona o desporto(32).Este facto é mencionado por diferentes estudos, emdiferentes países(23), sendo de 35% a percentagemmédia estimada de jovens que abandonam o despor-to a nível mundial(22).Conhecendo os factores benéficos da participaçãodesportiva de crianças e jovens, o abandono despor-tivo constitui-se como uma preocupação, não apenas

l d d b fí i d “ i i

modelo de investimentos derelações amorosas e de amizRusbult, uma pessoa continução porque experimenta afecção ( satisfaction), que é percemelhor opção dentro das alt

pela importância e magnituddos nessa relação (investment Ao modelo de investimentosacrescentou, até à data, três do compromisso – involvemeconstraints, social support- e addesportivo. O conceito de codefinido por Scanlan, Carpen

Keeler(25)

como uma “disposrepresenta o desejo e a decispar num determinado despocom este modelo, o compromsentado como uma variável determinado por seis factoreantecedentes – divertimentoà implicação, coacções socia

soais, oportunidades de impSegundo o modelo de Scanlapodem estar relacionados enmedidos separadamente preespecífica independente no cmento desportivo é definidoafectiva à experiência despormentos generalizados de praenvolvimento consideram-seoutras actividades alternativactividade que pratica actualtos pessoais são definidos coço, tempo ou dinheiro) inveque não se recuperam no ca

Versão Portug

 

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Para medir o compromisso desportivo e validar omodelo teórico subjacente, os autores desenvolve-ram o Sport Commitment Questionnaire(SCQ- Questionário de

Compromisso Desportivo, 27). A validação do SCQ foi realiza-da a partir de três estudos com jovens atletas ameri-canos, rapazes e raparigas, entre os 10 e os 20 anos

de idade, de diferentes desportos (ex.: futebol, nata-ção, basebol, etc.) e uma média de 165 participantespor estudo(25, 27).O compromisso desportivo tem vindo a ser estuda-do principalmente com atletas Norte Americanos.Conhecem-se apenas três estudos realizados naEuropa: a) com atletas de cricket em Inglaterra(8);b) com membros de um ginásio na Grécia(1); e

tendo sido adaptado ao Espanhol com jovens fute-bolistas(30).Os primeiros resultados de validação da versão cas-telhana e catalã do SCQ 1 (SCQ e), com futebolistasentre os 14 e 16 anos, revelam que, tal como nosestudos originais, os factores de compromisso des-portivo, divertimento, coacções sociais são escalasque apresentam boa consistência interna.

 Alternativas ao envolvimento foi considerada comconsistência interna aceitável. Os resultados diferemdos originais no que respeita à escala de oportunida-des de envolvimento, que revelou fraca consistênciainterna(30). Tanto no SCQ original como no SCQ e, aescala de investimentos pessoais não se revela comoum factor fiável.Corroborando estudos originais, o factor divertimento

desportivo, apresenta-se como um dos mais fortespreditores do compromisso. Considerando que ocompromisso desportivo é uma ferramenta importan-te na prevenção do abandono desportivo, que a maiorparte da investigação nesta área tem sido realizada

i i d lí i l i d é à

publicados do SCQ e), csão portuguesa e espansi devido à similitude c A replicação da estruturentes países é necessáracionalização do cons

tivo não está baseado edo inglês, idioma ondedesenvolvido. Além dipode assegurar a equivpaíses e culturas, propexterna deste instrumeentre os dados obtidos

MATERIAL E MÉTODOTradução do SCQ e InstrUma vez que o modelovo(25) é o modelo conhpara o estudo deste coportivo, esta é uma linda, um grupo de invespsicologia do desporto

equivalência entre os crentes idiomas. O proco português foi realizaversão original inglesados pela sua experiênclogia do desporto, famsobre compromisso, pee espanhola utilizado e

leituras, congressos, arriência prévia em diferde questionários na ármeira fase, cada tradutteórico de compromissd ã d f i di i

Catarina Sousa, Carme Viladrich, Maria João Gouveia, Miquel Torregros, Jaume Cruz

 

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(“I feel I have to stay in this program so that people won’tthink I’m quitter”), nomeadamente com a tradução dapalavra “quitter”, pois requeria conhecimento de umaexpressão utilizada no mundo do desporto e quefosse compreendida por todos os atletas. Na fasefinal, “falhado” e “perdedor” foram as duas palavras

submetidas a discussão, tendo-se decidido por“falhado” uma vez que tem um significado maisabrangente que “ perder” um jogo. Significa tambémnão conseguir progredir ou melhorar as suas habili-dades pessoais, estando mais próximo do espírito dofactor correspondente.O resultado final do processo de tradução deu ori-gem ao questionário de compromisso desportivo

composto por 28 itens distribuídos por 6 escalas:Compromisso Desportivo (6 itens), DivertimentoDesportivo (4 itens), Alternativas ao Envolvimento(4 itens), Investimentos Pessoais (3 itens), CoaçõesSociais (7 itens), Oportunidades de Envolvimento (4itens). A versão portuguesa conserva o mesmonúmero de itens e escalas da versão original e espa-nhola do SCQ. As respostas são dadas numa escala

tipo Likert, de cinco pontos, desde “Totalmente emDesacordo” (1) até “Totalmente de Acordo” (5). Ototal das escalas é obtido através da média dos valo-res atribuídos aos itens correspondentes.Informação sobre a validade interna do questionáriooriginal, assim como da versão espanhola sustenta autilização do SCQ no presente estudo. Os estudosoriginais apresentam resultados consistentes, resul-

tantes da Análise Factorial Exploratória por compo-nentes principais(27). Num primeiro estudo com 140atletas, todos os itens cumpriram o critério .40 depeso factorial no factor correspondente, com aexcepção dos itens 27, 9 e 19. Num segundo estudo

178 l l d ã i il A

Participantes Participantes de Língua PortuguUm total de 850 jogadores dLisboa, Porto e Região Autópondeu à versão portuguesapromisso desportivo (SCQ  p)

sentavam idades compreendanos de idade [ M (média) =  padrão) =1.49] e 29,9% tin41,5% entre 16 e 17 anos e anos e jogavam num dos 14 ticipantes neste estudo.Os critérios de selecção dos Portugueses foram: jogarem

formação; competirem no caregional e em clubes das difede Portugal.

 Participantes de Língua Catalã-Um total de 852 jogadores dCatalunha respondeu ao SCQidades compreendidas entre

idade [ M = 15.63; DP =.51)clubes Catalães que participentre 14 e 16 anos e jogar npetitivos mais altos desta cacritérios de selecção destes pFoi garantido o anonimato apresente estudo e todos convoluntariamente.

ProcedimentoFoi solicitada a colaboração carta e/ou fax. A impossibilide entre os contactados (apeC l h d i d P

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rotina normal de treino. O procedimento realizadofoi igual para os participantes de ambos os países.Nas sessões de administração dos questionários,todos os jogadores presentes responderam ao ques-tionário. A qualidade dos dados não compromete asrespostas dos participantes catalães, uma vez que a

percentagem de não respostas é de 2.2% . Contudo,devido aos 7.1% de valores perdidos dos participan-tes portugueses, realizamos imputação de médiaspara cada participante nos dados dos dois países.

Análise de Dados A estatística descritiva foi utilizada de forma a iden-tificar os itens problemáticos, ou seja, que não apre-

sentem normalidade. Assumimos o critério de Lei eLomax(18) em que valores de achatamento e assime-tria mais baixos que 1.0 consideram-se como nãonormalidade ligeira, valores entre 1.0 e 2.3 não nor-malidade moderada e valores mais altos que 2.3 nãonormalidade severa. Itens com valores baixos de des-vio-padrão <.80, são considerados problemáticos.Foram calculadas as propriedades de distribuição de

cada item. Para medir a consistência interna de cadafactor utilizou-se o coeficiente alfa de Cronbach(9)

adoptando-se o critério de Nunnally(20), segundo oqual um factor com um valor de alfa ≥.70 demonstrauma fiabilidade aceitável para uso da escala eminvestigação. O número de itens de cada escala e abondade do ajuste global do modelo são tambémfactores considerados.

 A Análise Factorial Confirmatória (AFC) e DIFforam geradas através do programa AMOS 5.0(2) edo LISREL 8.0(17). Itens com pesos factoriais ≥.30foram considerados interpretáveis. Para a AFC foiusado o método de estimativa máxima verosimilhan-

(ML) R dif í di

 Analisando os itens da(M= 3.48, de 1.76 a 4.=1.00, entre .47 e 1.41=-1.01, entre -3.15 e 11.99, entre -1.23 e 12.5à distribuição normal.

res (30), o item 28 é ovios à curva normal. Teachatamento, os itens grandes desvios à normEm relação à versão es3.33, desde 1.90 a 4.42=1.09, entre .87 e 1.40=-.47, entre -1.87 e 1.

entre -1.28 e 3.36) dosà distribuição normal. descritivos dos itens intam severos desvios à nitem 28 o que apresentdade. A Tabela 1 apresde cada item. A não normalidade do

através do valor signifiMardia para as duas amPortugal= 259.98 e coefic271.25).Uma vez que os dadosfoi processado o χ2 corobtendo-se assim índiccorrigidos nas AFC. Co

lhantes nos dois tipos ganhos significativos emodelos estruturais, pces não corrigidos.

E t t I t

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Tabela 1. Estatística descritiva para cada item do SCQ p e SCQe

Média DP Assimetria

SCQp SCQe SCQp SCQe SCQp SCQe

It1 4,26 3,94 0,89 1,12 -1,52 -1,08

It2 1,76 1,90 1,10 1,07 1,32 1,11

It3 4,17 4,03 0,85 0,93 -1,05 -1,08It4 4,00 3,69 1,06 1,11 -0,85 -0,63

It5 3,15 2,61 1,14 1,19 -1,95 0,08

It6 4,56 3,98 0,64 0,97 -1,72 -1,06

It7 2,34 2,01 1,34 1,11 -3,15 0,83

It8 4,38 4,03 0,81 1,05 -1,71 -1,16

It9 2,19 2,27 1,12 1,26 0,59 0,61

It10 3,69 4,14 0,58 1,02 -1,95 -1,18

It11 3,19 2,37 1,32 1,14 -0,85 0,36It12 4,42 4,02 1,01 1,19 -2,08 -1,18

It13 4,59 4,27 0,70 0,94 -2,08 -1,47

It14 4,46 4,02 0,82 1,04 -1,91 -1,12

It15 4,43 4,13 0,73 0,91 -2,58 -1,24

It16 4,34 4,00 0,87 1,09 -1,56 -1,13

It17 4,70 4,42 0,63 0,87 -2,58 -1,73

It18 1,86 2,19 1,06 1,15 1,10 0,64

It19 2,56 3,10 1,41 1,40 0,37 -0,16It20 2,56 2,47 1,20 1,13 0,15 0,32

It21 2,61 2,66 1,33 1,29 0,26 0,21

It22 2,25 2,21 1,27 1,15 0,63 0,63

It23 2,36 2,39 1,30 1,26 0,49 0,49

It24 4,29 4,13 0,81 0,88 -1,37 -1,08

It25 4,32 4,42 0,97 0,89 -1,72 -1,87

It26 1,96 2,15 1,09 1,16 0,92 0,72

It27 3,18 3,16 1,39 1,30 -0,29 -0,26It28 4,82 4,41 0,47 0,87 -3,15 -1,78

 

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Tabela 2. Parâmetros item-factor na estrutura de 6 factores e 28 itens para SCQp

 

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Os resultados obtidos para o Coeficiente de Alfa deCronbach, mostram resultados semelhantes na versãoportuguesa e espanhola (entre parêntesis respectiva-

mente). As escalas de compromisso desportivo (αpor-

tugal= .63, αespanha=.79), divertimento desportivo(αportugal= .85, αespanha=.89), coacções sociais (αportu-

gal= .79, αespanha=.80) e alternativas ao envolvimento(αportugal= .61, αespanha=.68) mostram uma consistên-cia interna adequada e aceitável (ver Tabela 4). Apesar da escala de alternativas (em ambas as ver-sões) e de compromisso (para a versão portuguesa),

não cumprirem o critério ≥.70 apresentam valoresaceitáveis devido ao número reduzido de itens queas compõem (4 e 6 itens, respectivamente), acres-centando-se o facto de que a estrutura factorial decada uma é sólida(8, 27, 25, 34). Os valores de alfa para a

l d lt ti à i pli ã p d i

oportunidades de implicaçãovalor de alfa de .60, para a vde se eliminar o item 5 (“Se

sentiria a falta do meu treinasão semelhantes aos obtidosDecidimos manter na versãose revelaram problemáticos com o objectivo de analisarmnoutro idioma.Em geral, os valores de Alfa res, para todas as escalas, ao

do SCQ original, tal como seversão espanhola.

Funcionamento Diferencial doPara analisar a invariância tr

ét d d F i

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Tabela 3. Ajuste dos modelos para os dois países

Modelo χ2  gl RMSEA CFI RMR GFI

Teste modelo linha de base

Portugal 1238.93 335 .056 .876 .096 .904 .

Catalunha 1712.25 335 .069 .851 .103 .869 .

Teste invariância nos dois paises

Modelo 1 1919.78 670 .048 .857 .110 .854 .

Modelo 2 1933.75 678 .048 .856 .111 .853 .

Modelo 3 2003.54 678 .047 .839 .101 .858 .

Comparação modelos Δχ2 gl  p

Modelo 1 vs. Modelo 2 14.1 8 0.079

 

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modelo de 6 factores correlacionados e 28 itens,aceite anteriormente, foi o modelo de linha de basepara os dois grupos. Com a finalidade de realizar a

validação cruzada do modelo ajustado, ambas asamostras foram divididas ao acaso e estimámos ummodelo para 50% da amostra portuguesa e outroigual para 50% da amostra catalã, não impondooutro tipo de restrição em ambos. Os resultadosdemostram que os modelos não restringidos, em queos parâmetros se ajustam livremente, demonstramformas equivalentes dos factores. A estrutura de 6

factores é adequada para um bom ajuste dos dados(ver Tabela 3, Modelo 1-não restringido). Apesar dasemelhança das cargas factoriais nas duas amostras(pesos factoriais que variam entre .005 e .151,excepto para o item12 que varia .246) verificamos

d i l f t i i p

it21, it24, it25, it28) dmesmo poder discrimiEste facto confirma-se

lo 3, no qual se restrinsegundos 50% da amo

DISCUSSÃO A adaptação do SCQ acom a versão Espanholforam os objectivos dodos obtidos suportam,

são Portuguesa do SCQestruturas Portuguesa diferenças com a versãqualidades psicométricres que fazem parte dop ti

q g

Tabela 4. Coeficiente Alfa de Cronbach para cada factor, comparando com resultados de est primeiros resultados da versão espanhola. Entre parentisis, a média de correlação inter-itens p

Coeficiente Alfa de CronbachEstudos Anteriores

Estudos Originais SCQe[Scanlan, Carpenter, et al.(25); Scanlan, Simons et al.(27)] [Sousa et al. (30)]

Factores Itens 26 itens 27 itens 19 itens 28 itens(n=140) (n=178) (n=178) (n=437)

Compromisso 6 .88 .89 .85 .76

Divertimento 4 .90 .95 .94 .88

Alternativas 4 .91 .63 - .66

Investimentos 3 .36 .50 .50 .41

Coacções 7 .87 .88 .80 .80

Oportunidades 4 .83 .80 .81 .52

 

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Em todos os estudos publicados até à data, a escalade investimentos pessoais não apresenta consistên-cia. Este resultado pode ser explicado em parte devi-do ao número reduzido de itens. Além deste facto,Scanlan et al.(25) detectaram que o item deste factorreferente ao investimento de dinheiro apresentava-se

como problemático dado que o tipo de atletas parti-cipantes (jovens e amadores), não costumam realizareste tipo de investimentos. Deste modo, na traduçãoespanhola foram tidos em consideração os resulta-dos prévios e devido ao tipo de participantes a quemse dirigia o estudo, este item foi modificado fazendoreferência a investimentos em geral, que incluemnão apenas o dinheiro, mas também a dedicação.

Contudo, esta alteração não melhorou os resultadosquer de fiabilidade da escala quer de evidências daestrutura interna, repetindo-se o padrão de resulta-dos da versão original quer nos jogadores portugue-ses, quer nos jogadores da Catalunha. Em futurostrabalhos, será necessário realizar uma revisão a esteitem (item 27), começando por analisar o tipo deinvestimentos que um atleta pode realizar, para além

do seu esforço e tempo dedicados a esse desportoem concreto. Também o item 19 (que faz referência às actividadesque se deixam de realizar em prol, neste caso, dofutebol) se apresenta como problemático, tendo emconta o seu baixo peso factorial no factor de alterna-tivas à implicação, bem como a sua eliminação favo-receria a fiabilidade desta escala, nas duas versões do

SCQ. Este item é um dos que apresenta DIF, apesarda diferença de cargas factoriais nos dois idiomas serreduzida (.0172). Uma explicação para estes resulta-dos pode assentar no facto do nível competitivo dos jogadores participantes do estudo poder não osi di d li i id d l d

métrica entre as medidas. Dcar este requisito, recorremotraste multi-amostra com vaa verificar se o poder discrimigual nos dois idiomas. Os rriância métrica para 8 dos 28

que as respostas para estes isão discriminadas de igual fo Apesar de se não ter obtido os restantes itens, existe sementre os dois idiomas, o modfactores e 28 itens ajusta nofactoriais para os restantes imétrica apresentam cargas f

to para os itens 19 e 27 em 4 para Portugal. Por outro lacruzada utilizada é bastante resultados obtidos são bastacomparação do SCQ em PorComparando os resultados ddo presente estudo, destacamna apresentada para o factor

implicação que na versão ingsistência interna, resultado ena versão portuguesa e espadescarta-se a hipótese de nãescala, pois todos os itens dquadamente na escala de opção. Uma explicação para a bna deste factor pode ser dev

escala estejam redigidos comfutura, algo que ainda não sse o futebol…”), dado que ade como o atleta perceba essmomento da aplicação.O f d ã 

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 Apesar do presente estudo apresentar um elevadonúmero de participantes e da ampla franja de idadesdos participantes Portugueses, não deixa de se limi-tar a apenas a um desporto e género sexual: o fute-bol masculino. Para que seja possível generalizar osresultados obtidos no que diz respeito às caracterís-

ticas psicométricas da versão Portuguesa eEspanhola do SCQ, são necessários mais estudosque abranjam diferentes desportos e com praticantesfemininos e masculinos. Deste modo, tendo umgrupo de participantes com características mais simi-lares às dos participantes americanos dos estudosoriginais (diferentes desportos, sejam colectivos eindividuais e incluir numero equivalente de rapazes

e raparigas), verificar-se-ia se os problemas encon-trados em alguns itens e factores são devido àscaracterísticas do desporto ou a uma questão cultu-ral mais genérica.

NOTAS1 As versões castelhanas e catalã do SCQ foram adaptadas naregião da Catalunha, onde a população é bilingue. A AnáliseFactorial Confirmatória (AFC) demonstra que não existem

diferenças significativas entre os jogadores que responderamem castelhano e os que responderam em Catalão. Isto permite-nos juntar estes dados, pelo que trataremos os dados adminis-trados na região da Catalunha como a versão Espanhola doSCQ (SCQ e).

AGRADECIMENTOSEste trabalho foi realizado, em parte, devido aoProjecto I+D do Ministerio de Ciencia y Tecnología

(BSO2003-04301) e ao Projecto DEP2006-56013 doMinisterio de Educación y Ciencia Agradecemos a colaboração na recolha de dados àsalunas do ISPA, Elsa Macieira e Filipa Lisboa, ao bol-seiro da UAB David Vilches e aos alunos da UABGabriela Cabello Carlos Baeza Azucena Arevalo e 

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Prontitud coordinativa: perfiles multivariadosen función de la edad, sexo y estatus socio-econ

 Alcibiades B. Valdivia1,2

Rita F. Lara1

Celinda B. Espinoza1

Severo Q. Pomahuacre1

Giovanny R. Ramos1

 André Seabra2

Rui Garganta2 José Maia2

1 Universidad Nacional de“Enrique Guzmán y Val

 La Cantuta Lima Perú

 2 Laboratório de Cineantr

 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto Portugal

RESUMENObjetivo: Caracterizar el nivel de desarrollo coordinativo (CoM),describir su distribución percentílica, e identificar la prontitud

coordinativa de niños peruanos en función de la edad, sexo yestatus socioeconómico. Metodología: El tamaño de la muestracomprendió a 4,007 niños (femenino= 1889; masculino=2118) entre los 6 y los 11 años de edad (niñas= 8,99; niños=9,07) de escuelas del área metropolitana de Lima, Perú. LaCoM fue determinado a través de la batería de pruebas KTKque comprende cuatro pruebas: equilibrio a la retaguardia(ER), saltos laterales (SL), saltos monopedales (SM) y transpo-sición lateral (TL). El estatus socioeconómico (ESE) fue eva-luado según la localización física de cada escuela (tipo de vecin-

dad). Los análisis estadísticos exploratorios, descriptivos e infe-renciales: análisis de varianza multivariable, función discrimi-nante y chi cuadrado fueron realizados en SPSS 15. Las cartaspercentílicas fueron elaboradas en el software LMS versión1.32. Resultados: Existen incrementos significativos de valoresmedios de las pruebas de KTK en ambos sexos y a lo largo dela edad. Valores de reclasificación de los escolares en sus eda-d i i l b j d i d i l

ABSTRACTCoordination readiness: mage, sex, and socioeconom

Purpose: To describe motor codistribution, as well as identifychildren as a function of age, sMethodology: Sample size inn=2118 males) between 6 andren = 9,07) from several sch Perú. CoM was assessed with balancing backward (BB), hop(JS) and shifting platforms (S

assessed according to the physineighborhood). Exploratory, danalyses were used, including: criminant function and chi squthe LMS software version 1.32values of CoM were found in b Reclassification values of CoM

d d d h 

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INTRODUCCIÓNLa escuela es la institución más reconocida para eldesarrollo y mejora de las facultades intelectuales,morales y físicas de niños y adolescentes, dado quelos escolares representan el futuro de los pueblos ysus posibilidades de aporte a la sociedad, dependen

de la calidad del proceso educativo. La adquisición ydesarrollo de las habilidades de naturaleza ontogené-tica se hace a partir de una base de coordinaciónneuro-muscular progresiva, tomando en cuenta lascuatro fases: las respuestas reflejas, las habilidadesfundamentales generales, las habilidades fundamen-tales específicas y las habilidades especializadas(1).De acuerdo con Meinel y Schnabel (1976:5)(2), debe-

mos comprender la complejidad de la tarea coordina-tiva como la armonización de todas las fuerzas internas yexternas, considerándose todos los grados de libertad delaparato de movimiento para una solución sensata de latarea motora propuesta.El desarrollo motor en los niños, enriquecido porlas experiencias psicomotoras que acontecen en eldía a día y por el carácter lúdico y variado de sus jue-

gos, tiene que tomar en cuenta, necesariamente, latarea disciplinadora, estructurada y orientada de laEducación Física, que incorpora una de las expresio-nes más ricas de la cultura humana – el Deporte(3).El respeto inalienable por las diferencias interindivi-duales que demuestran los niños que pertenecen aun determinado grado de escolaridad debe ser unprincipio presente en todo proceso pedagógico; por

tanto, las estructuras didáctico-metodológicas, lasestrategias de evaluación del proceso y del productodel proceso de enseñanza-aprendizaje deben tomaren cuenta estas diferencias. Asumir este presupuestoes reconocer que estamos frente a un problema inhe-

l i d Ed ió Fí i l

para jóvenes, establece que utener en cuenta en el procesocuparse por las experienciaal estudiante dispuesto y catud). En la literatura de las concepto fue introducido po

Seefeldt(9,10)

, siendo habituamodo funcional acentuando capacidades de un individuotarea o una actividad específLa prontitud coordinativa esestructura conceptual complasí como los procedimientoscos a ser utilizados para su d

sido formulados expresamenpor presentar la coordinaciómultidimensional. Para los pestudio, la prontitud coordinuna situación de equilibrio eculares para la ejecución de dianas, así como para la adqdiversificación de destrezas m

más complejas en diversos cy, las capacidades coordinatiniño y el adolescente que le apropiadas a dichas exigenciprontitud coordinativa definestá referida al posicionamieuna de las tres condiciones gvalores obtenidos en las pru

Coordinación Corporal para( Körperkoordinationstest für Kirrollado por Kiphard y Schillpor medio del procedimientoción discriminante (FD). El

d l ifi d l 

Alcibiades B. Valdivia, Rita F. Lara, Celinda B. Espinoza, Severo Q. Pomahuacre, Giovanny R. Ramos, André Se

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Discriminante con los datos obtenidos de la bateríaKTK, encontró reclasificaciones correctas en niñosdel 44.0% y en niñas del 47.5%. Por otro lado, conlos valores obtenidos a partir de la batería AAH-PERD las reclasificaciones en las edades originalesfueron del 47.8% en los niños. Lopes y Maia(13)

hallaron en escolares açorianos de seis a los diezaños un porcentaje reducido de reclasificación delos niños en sus grupos etarios naturales, siendo33.1% y 33.5% en el sexo femenino y masculino,respectivamente. Sousa(14) halló, en niños de Amarante de los seis a los nueve años, que la tasa dereclasificación fue de 39.1% en niñas y 40.6% enniños. Lopes y Maia(15), al analizar los perfiles multi-

variados de la coordinación motora en escolares deseis a los diez años de edad pertenecientes a laRegión Autónoma de los Açores, verificaron la exis-tencia de perfiles de coordinación motora inferioresa los esperados para cada edad, siendo el porcentajede reclasificados correctamente del 39.2% y 41.1%en niñas y niños, respectivamente. Fisberg(16) alestudiar a niños de dos a los seis años de edad per-tenecientes a un estrato socio-económico bajo de laPrefectura de Sao Paulo en el Brasil, haciendo uso dela prueba de desarrollo de Denver, encontró que el71% presentaba desempeño normal y en relacióncon el sexo no existían diferencias significativas,resultados que reflejan una prontitud adecuada parael aprendizaje, a pesar de pertenecer a contextos

socioeconómicos desfavorecidos.En países del hemisferio sur, específicamente en losde Sudamérica, al revisar la información disponibleen la literatura sobre estudios relacionados con laprontitud coordinativa, no se encontró publicacionesque nos permitan tener una idea clara sobre el esta

técnica, la cultura, el ardeportes. Además, en eCurricular Nacional deProceso de ArticulaciónPrimario, la Educaciónestá considerada con d

de que en los documensu importancia, lo que inmensa mayoría de espaís no se beneficia de Física, porque las autorvo y económico, al condeciden cubrir con prodisponibles en esta áre

Es de esperar en el camta heterogeneidad inteacuerdo con posturas nsar que, al interior de cun perfil coordinativo cada edad(15). El estadoun asunto que despierlos padres y profesoresdurante el proceso eduvos de los niños son loo corresponden a niñocon edades más temprla importancia del estutiva y de la variabilidadcoordinativo está orien

cuanto a su valor pedamental para el aprendihabilidades motoras, yque posibilitará la estrdidáctico-metodológicvariedad de los niveles 

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MATERIAL Y MÉTODOSMuestraLa muestra fue constituida por 4 007 niños deambos sexos, con edades comprendidas entre losseis y los once años (Cuadro 1). Acudían a siete ins-tituciones educativas, de las cuales cinco son de ges-tión estatal y dos de gestión privada; todas ubicadasen cuatro distritos del cono este de la ciudad deLima (Lurigancho-Chosica, Chaclacayo, Ate-Vitarte yLa Molina). Estas instituciones fueron seleccionadasintencionalmente de acuerdo con las facilidadesotorgadas para realizar las observaciones, las cualesse realizaron entre los meses de setiembre de 2004 y julio de 2005. En todos los casos se solicitó la auto-rización de los padres o tutores y el consentimientoindividual de cada niño, además del permiso otorga-do por autoridades de las instituciones educativasparticipantes en el estudio.

Cuadro 1. Frecuencia absoluta y relativa dela muestra en función de la edad y sexo.

Para la caracterización del estatus socio-económico(ESE) de los escolares, se utilizó como criterio laescuela donde cursaban estudios. Este criterio esválido sobre todo para ser utilizado en países en víasde desarrollo(18). Con un nivel socio-económico ele-

saltos monopedales (SM) y t(TL). Los resultados de fiabidel coeficiente de correlaciónequipos de evaluadores en elde 0.88 (ER), 0.90 (SL), 0.8

Procedimientos estadísticosSe realizó un análisis explorfinalidad de evaluar la normidentificar la presencia de “ocuadro descriptivo de las varcartas percentílicas fueron edel modelo matemático-estapor Cole(20) y Cole & Greensoftware LMS versión 1.32 ( age-related referente centiles). Pcia de perfiles multivariadostivo en los grupos naturales los niños, se recurrió al procco-analítico propuesto por Mprimer lugar, el análisis mulseguida del análisis de la FuPara analizar las diferencias

conómicos se acudió al Chi significancia se mantuvo en realizados haciendo uso del SPSS 15.0.

RESULTADOSEn el Cuadro 2 se presentanbásicas de los resultados obt

ambos sexos en los diferentelas pruebas de la batería KTincremento de los valores mlo largo de la edad, en ambode ER y SM, los valores de la

 

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Los valores originales obtenidos por cada uno de losescolares en cada una de las cuatro pruebas de labatería KTK son extremadamente difíciles de ser

interpretados en sí mismas. Es necesario recurrir aprocedimientos de análisis que permitan obtenerinformación de utilidad para los encargados de la for-mación de los niños, por lo que acudimos a hacer usode los análisis referidos a la norma. En el Gráfico 1 sepresentan las distribuciones percentílicas del compor-tamiento de los valores que corresponden a cada unade las cuatro pruebas del KTK según género sexual y

a lo largo de la edad. Los valores percentílicos obteni-dos por el método propuesto por Cole(20) y Cole &Green(21) para cada una de las pruebas del KTK segúnsexo e intervalos etarios son presentados en el Anexo1. Desde el punto de análisis normativo, los percenti-l 3 10 25 50 75 90 97 fi i t p d

dos de la educación de representa una informapues se constituye en v

para un sector de la pobrá efectuar el seguimienLa utilización de las dispercentílicos estará oriecación de cada escolar etenece de acuerdo con eejemplo, un niño de sieprueba de TL obtiene 1

Cuadro 4 del Anexo 1, del niño se sitúa un pun25, por lo que podemosuna posición de la distrdebajo y 75% de los niñSi b i t l p

Cuadro 2. Media y desviación estándar (M±de), valores mínimo (Mín.) y máximo (Máx.) de las cuatro pruebas

 

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Como ejemplo podemos señalar que una niña de seisaños de edad que en la prueba de SL haya obtenido unresultado de 25 puntos estará ubicada por encima delpercentil 25 y su desempeño coordinativo será lo

esperado para su edad; mientuna edad de diez años y con eubicada por debajo del percencoordinativo será considerada

 

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Los resultados del análisis multivariado constatandiferencias significativas entre las medias de los dife-rentes componentes del desarrollo coordinativo a lolargo de la edad en el grupo de las niñas (Λ deWilks=0.027, F(4:1880)=16723.53, p=0.001) comoen los escolares pertenecientes al sexo masculino (Λde Wilks=0.030, F(4:2109)=17257.17, p=0.001).Las matrices de reclasificación con frecuencias abso-lutas y en porcentajes se presentan en los Cuadros 3y 4, respectivamente para las niñas y niños. Losvalores que están en negrita corresponden a escola-res cuya prontitud coordinativa es la esperada parasu edad original; los otros, en cada línea, correspon-den a escolares “mal clasificados” -con prontitud

coordinativa más avanzada o más retrasada de loque es esperado para su edad original.

 Al observar los seis escde reclasificación de laspor ejemplo, en su edadsus perfiles multidimenmotora, se verifica que niñas bien clasificadas edad, los valores presenhasta los diez años: 30.8 años, 28.97% a los 9 mientras que a los 11 ade valores de reclasificasan las niñas en sus gruPor otro lado, los niñoaños es del 68.28% (1

esta edad, los porcenta(89 en 296 niños) a lo

Cuadro 3. Cuadro de reclasificación de las niñas sobre la base de los resultados significativos de la función discse encuentran los valores respecto a las niñas correctamente reclasificadas en sus edades (i.e. con un perfil

Cuadro 4. Cuadro de reclasificación de las niños sobre la base de los resultados significativos de la función discse encuentra los valores respecto a los niños correctamente reclasificados en sus edades (i.e. con un perfil c

 

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niños) a los 8 años, 23.92% (89 en 372 niños) a los9 años, 20.49% (84 en 410) a los 10 años y 68.29%(323 en 473 niños) a los 11 años. Similar a los valo-res de las niñas, los porcentajes de niños reclasifica-dos en sus grupos originales de edad son reducidos.Es evidente la presencia en porcentajes altos de la“mala reclasificación”. Por un lado existen niños enambos sexos que en su edad expresan un perfil deprontitud coordinativa que es característica de suscolegas de edades más avanzadas, como es, porejemplo, el caso de los seis años, en que existe 49

niñas y 46 niños cuyos perfide desarrollo coordinativo cosiete años y así por delante. siete, ocho, nueve y diez añode ambos sexos con desarrodo para su edad. Pero, lo qupación es la presencia de esccorresponde a los de sus colPor ejemplo, a los siete añoniños que poseen un perfil dvo de colegas de seis años de

 

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hay un 37.1% (128 en 345 niñas) y 44.39% (182 en410 niños) cuyos perfiles multidimensionales losubican en edades más bajas.La pertenencia a un determinado estatus socioeco-nómico será un aspecto que pueda explicar la pre-sencia importante de escolares con perfiles de desa-rrollo coordinativo que correspondan a edades másbajas. Para esclarecer esta preocupación se presentagráficamente el comportamiento de los escolaresreclasificados correctamente en sus grupos originalesde edad, así como el porcentaje de niños clasificadosen grupos de edad más avanzada y en grupos deedad más baja de acuerdo con intervalos etarios,género sexual y ESE (Gráfico 2). Al establecer com-

paraciones entre los tres grupos socioeconómicos encada intervalo etario y por género sexual, los resulta-dos del χ2 permiten verificar la existencia de diferen-cias significativas sólo en las niñas de nueve años deedad (χ2=12.239, p= 0.016). Este grupo contiene a372 niñas, de las cuales un 29.0% pertenecen a losreclasificados en su edad de origen, un 34.3% ubica-das en edades avanzadas y un 36.8% a grupos de

edad mas baja.En el resto de las fajas etarias del grupo femenino ymasculino no se constataron diferencias estadística-mente significativas. Estos resultados indican demanera inequívoca que la pertenencia a un determi-nado estrato socioeconómico no es un factor impor-tante para la presencia de perfiles de desarrollo coor-dinativo diferenciados. En cada uno de los estratos

socioeconómicos las proporciones de escolares quepertenecen a uno de los tres tipos de reclasificacio-nes no conllevan a la presencia de diferencias signifi-cativas. La atención por parte de los profesores ypadres de familia debe darse de manera indistinta ali i d d l f ili i

quienes presentan valomayoría de las fajas etboran los valores referedad escolar realizadoslado, el comportamienprueba de ER que favoa las encontradas en loSchilling(19) en los prima los de Andrade(24), aedad, mientras que sóportamientos idénticosLopes(23).Las diferencias entre lacomponentes del desar

de la edad resultaron sniñas y niños. Estos renecesidad de consideratos del proceso de crecque están inmersos losrios, así como la imporriencias motoras oriensesiones de Educación

espontáneas que acontmación corrobora lo serelación con la existenespecífico de cada sexoLas cartas de distanciadial en el seguimiento llo coordinativo de los trumento válido no sól

Educación Física, sino familia, así como para involucrados en la vigitivo. A pesar de que laes importante, no repr

i id 

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etarios entre los siete y los diez años de edad, dadoque el grupo de seis años no tiene grupos de edadque los antecedan y los de once tampoco presentangrupos con edades más avanzadas, lo que no permiteuna reclasificación adecuada en estos dos grupos quese ubican en los extremos.En los valores de reclasificación que corresponden alas niñas, verificamos que entre los siete y diez añosde edad el porcentaje de escolares clasificadas en susedades originales es muy bajo y presenta una ten-dencia claramente descendente (30% a 23%). Estosresultados son similares a los encontrados en escola-res portugueses, donde los resultados disminuyendel 28 al 24% entre los siete y los nueve años de

edad. Un comportamiento similar se observa en elgrupo de los niños (30% a 20%), notándose lamisma tendencia en los niños portugueses cuyosporcentajes decrecen del 30 al 21%(26). Sin duda,estos resultados son de mucha preocupación, cuandocomprobamos que el perfil de desarrollo coordinati-vo de sólo un 33% de niñas y un 30% de niñoscorresponde a su edad original, a pesar de que existe

un 22 y 24% de niñas y niños cuyos perfiles corres-ponden a edades más avanzadas. Sin embargo, elporcentaje elevado de niñas y niños reclasificados enedades que anteceden a la edad original (44% y46%, respectivamente) explicita la existencia de unproblema serio que expresa una insuficiencia deprontitud coordinativa.Los resultados hallados parecen verificar que las

deficiencias que se observan en el desarrollo coordi-nativo no presentan una tendencia definida hacia undeterminado sexo, pues la magnitud de los valoresporcentuales entre cada grupo no es muy amplia enlas tres categorías de prontitud coordinativa. Esteh h li d l i ñ

elevados de prontitud coordficiencias de prontitud coordestadísticas encontradas en al intervalo etario de los nueotros factores a los niveles dmiento que empiezan a presedad dependiendo del estratEstos resultados exigen a losEducación Física que trabajacativas estatales o privadas, nas, urbano-marginales o ruciones periódicas del desarropermita obtener informaciónalumnos. Dos problemas im

de los resultados analizadosescolares cuyos perfiles corredades más avanzadas y la osentan perfiles que pertenecbajos. Con relación a la primque los contenidos de las seEducación Física se redimenmás elevados de prontitud c

tan los escolares(26)

. En el sese torna más preocupante, ppertenecen a este grupo queprontitud coordinativa, requde las clases de Educación Flas necesidades de estos escpuedan alcanzar niveles de ddades coordinativas propias

base de la cantidad y calidadras. Un aspecto que no se derefiere a que esta insuficiencnativa puede repercutir negalas capacidades cognoscitivad ll d l h bilid d 

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sencia de un desarrollo coordinativo específico paracada sexo, por ende la plasticidad del desarrollo de lacoordinación motora.Se verifica en ambos sexos la presencia de perfiles decoordinación motora inferiores a aquellos que sonesperados para sus edades originales. Esta situacióntraduce una fuerte insuficiencia en aspectos del desa-rrollo coordinativo en los distintos escalones etarios.El pertenecer a un determinado estatus socioeconó-mico no es un factor concluyente para definir undeterminado perfil de prontitud coordinativo en losdiferentes grupos de edad estudiados.Los resultados encontrados reafirman la necesidadimperiosa de reestructurar los programas de

Educación Física en el Nivel Primario y que éstos seanasumidos por profesionales debidamente formadosque puedan producir efectos beneficiosos en el desa-rrollo coordinativo y garanticen un significativo incre-mento de las capacidades motoras y deportivas en losescolares peruanos. Este hecho conducirá a un perfec-cionamiento progresivo de las estructuras que asegu-ren el desarrollo motor en niños y adolescentes que

les permita ejecutar correcta y adecuadamente lasacciones motoras en el hogar, la escuela y en los luga-res públicos donde interactúan con sus pares.Por último, se hace necesario incluir en futuros estu-dios sobre el desarrollo coordinativo en niños y ado-lescentes la variable maduración así como otros fac-tores que pueden afectar positiva o negativamente laprontitud coordinativa.

AGRADECIMIENTOSLos autores agradecen a la Fundación para la Cienciay la Tecnología de Portugal por la beca de manuten-ción SFRH/BM/15929/. Extendemos nuestro agra-d i i l di d Ed ió Fí i d 

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ANEXOS

1. Valores percentílicos de la prueba de Equilibrio a Retaguardia de la batería KTK de n

2. Valores percentílicos de la prueba de Saltos Laterales de la batería KTK de niña

3. Valores percentílicos de la prueba de Saltos Monopedales de la batería KTK de niñ

 

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Assimetrias manuais e complexidadeda tarefa em habilidades de apontamento

Guilherme M. Lage1,2

Lívia G. Gallo1

Maíra G. de Miranda1

Danilo R. Vieira1

David J. Schickler1

Robledo R. Coelho2

Herbert Ugrinowitsch3

Rodolfo N. Benda3

1 Faculdade de Ciências da SaúdUniversidade FUMEC

 Brasil 2 Laboratório do Comportament Faculdades Unidas do Norte de Brasil

3

Grupo de Estudo em Desenvolv Aprendizagem Motora (GEDAUniversidade Federal de Minas

 Brasil

RESUMOO presente estudo investigou as assimetrias manuais em duastarefas com níveis de complexidade distintos. Para tal, foram

utilizadas duas tarefas de apontamento com diferentes núme-ros de componentes, definidas como tarefa de menor complexi-dade e tarefa de maior complexidade. Dez participantes destrosexecutaram blocos de 5 tentativas de ambas as tarefas com amão direita e a mão esquerda. Os movimentos foram filmadosa uma taxa de 400 quadros/segundo. Os resultados indicaramum efeito para a complexidade da tarefa nas medidas de tempode reacção, tempo de contacto para o 1º alvo (tempo de movi-mento), pico de velocidade para o 1º alvo e tempo proporcionalpara se atingir o pico de velocidade para o 1º alvo. Foramencontradas assimetrias manuais em ambas as tarefas para asmedidas de tempo de respostas e número de correcções após opico de velocidade para o 1º alvo. Dessa forma, não foi encon-trado o efeito da complexidade sobre as assimetrias manuaisem tarefas de apontamento. Os resultados são discutidos emrelação à limitada generalização de prévios resultados de pes-quisas comportamentais e neurofisiológicas.

ABSTRACTManual asymmetries and task c

This study investigated the manual as ferent levels of complexity. Two aimincomponents were used. The first one w ple task) and the second one defined aright-handed participants performed owith their right and left hands. The m sample rate of 400 Hz. The results indity to the measures of reaction time, co(movement time), peak velocity to thereach the peak velocity to the 1 st targ found in both tasks in the variables rerections after the peak velocity to the complexity on manual asymmetries wediscussed in relation to the restricted g found in neurophysiological and behav

Key-words: manual asymmetries, tas 

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INTRODUÇÃOUm dos modelos mais frequentemente adoptado noestudo de habilidades manuais como as de aponta-mento é o modelo híbrido de duas fases deWoodworth(22), no qual o primeiro momento daacção, fase de impulso inicial, é controlado central-mente e tem como função deslocar de forma balísti-ca o membro em direcção ao alvo. Já próximo aoponto final do movimento, tem início a segundafase, controle corrente do movimento, na qual ainformação aferente sobre as posições relativas domembro e alvo é utilizada para possíveis ajustes natrajectória do movimento para que o alvo seja alcan-çado com precisão(10). As tarefas de apontamento estão certamente entre asmais utilizadas no estudo das assimetrias manuais dedesempenho(6), e em sujeitos destros, a mão domi-nante não somente produz movimentos mais rápidos,mas também movimentos mais precisos e consisten-tes(3). A emergência dessas assimetrias encontra-sena interacção entre factores biológicos e ambientais.Focando nos aspectos biológicos, a especialização

hemisférica apresenta uma função predominante nasassimetrias(16). Assume-se que o sistema hemisférioesquerdo/mão direita apresenta uma especializaçãotanto na capacidade de parametrizar valores de força,caracterizados pela magnitude e timing do movimen-to, quanto na utilização de feedback visual e no con-trole corrente do movimento(4). Por outro lado, háuma tendência da mão esquerda reagir mais rapida-

mente do que a mão direita(6)

. Nesse caso, o sistemahemisfério direito/mão esquerda apresenta umaespecialização na parametrização espacial do movi-mento devido a geração de um mapeamento espacialentre a locação do alvo e a posição de um determina-d f f fl

manuais e complexidaque é possível identificesta relação é mais bemcaracterísticas intrínsecomponentes envolvidticas extrínsecas comomovimento são fatoresrência na complexidadsobre a acepção de comexplicar em parte os reencontrados na literatudos sugerem certa relaplexidade da tarefa e aoutros indicam uma recomplexidade e assimeFlowers(7) e Provins e relação entre os níveis plexidade através da codesempenho em difereapontamento versus ta Todavia, essa comparaassimetria manual não

xidade das tarefas, mamesmas e do nível de ecada tarefa(2). Seguindoseria importante testartarefas de mesma natumos adiante. A relação entre níveis plexidade encontrada p

Corballis(8)

tem suportneurofisiológica(17, 19, 2

neuroimagem observa-complexos promovem teral, enquanto movim

i i ã b 

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análises indirectas da complexidade, já que o objecti-vo principal de vários destes estudos não contemplaprioritariamente esta questão. Podemos citar comouma das poucas excepções o estudo de Hausmann etal.(8), no qual foi manipulada a complexidade da tare-fa em habilidades de toques contínuos como osdedos. Apesar das tarefas de apontamento serem cer-tamente as mais utilizadas nos estudos sobre assime-tria manual(6), pouca atenção tem sido dada a mani-pulação da complexidade nesse tipo de tarefa.Habilidades de apontamento com diferente númerode componentes são importantes para testar essaquestão, pois apresentam natureza semelhante epodem ter complexidade distinta.Um tema relacionado à complexidade da tarefa é oefeito do one-target advantage (OTA)(1, 11). O OTA éobservado através da comparação do tempo de movi-mento de uma tarefa com apenas um componente,tarefa simples, e o primeiro componente de umatarefa de dois ou mais componente, tarefa complexa,tendo ambos os componentes a mesma distância. Otempo de movimento da tarefa simples é menor do

que o tempo de movimento do primeiro componenteda tarefa que exige a implementação de um segundocomponente(1). O efeito da complexidade da tarefasobre medidas comportamentais foi inicialmenteobservado por Henry e Rogers(9), tendo os mesmosargumentado que o número de elementos consti-tuintes de um determinado tipo de movimento é aprincipal característica da complexidade da tarefa.

Um maior tempo para a preparação do movimento éobservado em tarefas de maior complexidade compa-radas a tarefas de menor complexidade. Neste caso,o último estágio do processamento, estágio da pro-gramação motora, demanda maior tempo para orga-

i i ú d d

velocidade, 2) maior variabildade, 3) maior tempo para sdade e 4) uma maior variabiltempo proporcional para se adade. Através desses resultadconcluíram que tanto os pronejamento do movimento, qvia feedback contribuem parafoi encontrada diferença no ndades no perfil de aceleraçãopico de velocidade, medida eos ajustes on-line realizados vgência espacial da tarefa, obsde de tocar o alvo (chave) pamovimento, pode ter geradode controle, que pela análiseter sido mais de cunho centr Além disso, os autores assumfenômeno robusto que indepmanuais. Entretanto, é possítintos sejam encontrados emdiferentes do investigado. As

são influenciadas pelo espaçodiferentes exigências geradasnais e/ou no processamentoem diferentes níveis de activO objectivo do presente estumetrias manuais em tarefas dade diferentes. Apoiados nosas comportamentais(8, 14) e 21)

, é possível levantar a hipóde assimetria será encontradcomplexidade. Uma propostinvestigar os efeitos do OTAmovimentos realizados em ui d ã i i d d 

Guilherme M. Lage, Lívia G. Gallo, Maíra G. de Miranda, Danilo R. Vieira, David J. Schickler, Robledo R. Coelho,

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Instrumentos e tarefaPara a determinação do índice de lateralidade, foiempregado o Inventário de Dominância Lateral deEdimburgo(13). Para a análise cinemática dos movi-mentos de apontamento foi utilizado o sistema Simi

 Motion 7.0, (Simi Reality Motion Systems GmbH). Duascâmaras de vídeo Basler de alta velocidade (400 qua-dros por segundo) foram utilizadas para a gravaçãodos vídeos. Um sistema de calibração (CELG MoldesLTDA) em forma de cubo com 20 cm de arresta foiutilizado. Foram utilizados dois diodos emissores deluz controlados por um software para o fornecimen-to do estímulo visual fornecido ao início de cada ten-tativa. Dois marcadores refletivos foram utilizadospara identificar os pontos anatómicos de interesse,as falanges distais dos dedos indicadores direito eesquerdo. A tarefa consistiu em movimentos deapontamento caracterizados pelo deslocamento domembro superior a alvos pré-determinados sobreuma plataforma que deveriam ser contactados com odedo indicador. A distância entre alvos foi de 20 cmde centro a centro e o diâmetro dos mesmos de 1,5cm, gerando assim um ID de 4.74 bits. Os alvosforam posicionados a 45º à esquerda e à direita doponto inicial do movimento (Figura 1).

o protocolo DLT padrãnadas lateralmente à dem que estavam dispoângulos de aproximadamovimento a distânciacentímetros. Todas as registadas através das foi realizada individualreceberam demonstraçpadronizadas sobre o eções, foram afixados mges distais dos dedos. assentou em frente à mnou a cadeira de formafosse confortável para  A região medial do corinicial de movimento. tentativas de ambientada tarefa com ambas ateve início a colecta deinformado previamentzado e quais alvos dev

bloco de tentativas. Apfornecida pelo experimria repousar o dedo indo ponto inicial do movestímulo luminoso erato lateralmente a 2 cmtado, em um intervalo entre 3 e 5 segundos. O

mento em direção ao aprecisão possível. A tarconsistiu em posicionaponto inicial e contactafinal. A tarefa de meno

i i d d i di 

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alvo, 2) tempo proporcional para se atingir o pico develocidade para o 1º alvo e 3) número de correcçõesapós o pico de velocidade para o 1º alvo.Devido ao objectivo do presente estudo, não foramanalisadas isoladamente as medidas de desempenhoe as medidas cinemáticas do movimento para o 2ºalvo na tarefa de maior complexidade. Os tempos deresposta foram analisados separadamente em termosde complexidade. Este critério deve-se ao diferentenúmero de componentes que compunham as tarefas. As medidas foram definidas da seguinte forma: otempo de reacção foi definido como o período detempo entre o 1º quadro da filmagem em que o estí-mulo visual foi apresentado e o quadro que antece-deu o início do movimento. O início do movimentofoi definido como o primeiro quadro no qual a velo-cidade absoluta excedeu o valor de 30 mm/s e per-maneceu dentro desse limite por um período maiorque 10 quadros de amostragem. O fim do movimen-to foi definido como o primeiro quadro no qual avelocidade absoluta atingiu um valor abaixo de 30mm/s e permaneceu dentro desse limite por um

período maior que 10 quadros. Os tempos de res-posta foram definidos como: 1) a soma do tempo dereacção e tempo de movimento para o 1º alvo (tarefasimples) e 2) a soma do tempo de reacção, do tempode movimento para o 1º alvo e do tempo de movi-mento para o 2º alvo (tarefa complexa).O intervalo de tempo entre o início do movimento eo 1º quadro em que o dedo indicador contactou o

alvo ou suas proximidades foi definido como tempode contacto para o 1º alvo. Esta medida foi adoptadapara a comparação do tempo de movimento entre astarefas de diferentes complexidades sem as correc-ções realizadas após o contacto do dedo indicador

l I d à dif d

O número de correcções apópara o 1º alvo foi calculado adescontinuidades no perfil ddas por zero-crossings (cruzamração no eixo X) e desvios sção e desaceleração sem mude 10% do mais alto pico dequadros). As análises foramquadro após se atingir o picoquadro em que o dedo indicou suas proximidades.Foi calculado o índice de latem termos de preferência matravés da seguinte fórmula:IL = [MD – ME / MD + MEem que MD representa o resos sujeitos com a mão direitresultado da média entre os esquerda. Os índices absoluapontam a diferença entre amedidas de desempenho e mindependente da direcção da

forma, serão comparados osassimetria lateral entre as mcinemática para possível detapresenta maior índice de asEscores próximos de zero inentre membros.

RESULTADOS

Para cada uma das medidas das cinemáticas, foram analidesvios padrão das 5 tentaticada uma das mãos. Previamdados foi conduzido o teste

i di lid d 

Guilherme M. Lage, Lívia G. Gallo, Maíra G. de Miranda, Danilo R. Vieira, David J. Schickler, Robledo R. Coelho,

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ponentes não seria adequado. Dessa forma, o objec-tivo foi o de analisar isoladamente o efeito da assi-metria manual em cada nível de complexidade. Paraanálises Post Hoc, foi utilizado o teste de Tukey, quan-do analisadas mais de duas médias. O valor de signi-ficância adoptado foi de p< 0,05.

Tempo de reação A análise do tempo de reacção (Tabela 1) não indi-cou diferença significativa entre Mãos [F(1,18)=

0,81, p= 0,77], assim como na interacção entreMãos X Complexidade [F(1,18)= 0,63, p= 0,80].Foi encontrado um efeito significativo para o factorGrau de Complexidade da Tarefa [F(1,18)= 4,89, p<0,05] indicando um menor tempo de reacção médiopara os movimentos de menor complexidade compa-rados aos de maior complexidade. A análise do desvio padrão do tempo de reacção

(Tabela 1) não indicou diferença significativa entreMãos [F(1,18)= 0,22, p= 0,64], Grau deComplexidade da Tarefa [F(1,18)= 0,94, p= 0,34] einteracção entre Mãos X Complexidade [F(1,18)=0,16, p= 0,68].

medidas dependentes entre Mãos [t(9)= -2,3esquerda apresentado parada à mão direita (Tdiferença significativa (Tabela 1) [t(9)= -0,60

Tempo de contato para o A análise do tempo de1º alvo (Tabela 1) não

entre Mãos [F(1,18)= na interação entre Mão0,21, p= 0,64]. Foi encficante para o fator Gra[F(1,18)= 4,89, p< 0,tempo de movimento n A análise do desvio papara o 1º alvo (Tabela

ficativa entre Mãos [F(de Complexidade da T0,11] e na interação en[F(1,18)= 0,13, p= 0,

P

Tabela 1. Médias e desvio padrão das médias para as medidas de: 1) tempo de reacção (TR); ttarefa complexa (TResp TC); tempo de resposta na tarefa simples (TResp TS); tempo de contact

Medidas (ms) Membros e complexidade da tarefaMD TC ME TC MD TS

TR 208.87 ± 33,5 211.85 ± 33,1 197.28 ± 29,6

TResp TC 705.35 ± 67,5 750.50 ± 72 —

TResp TS — — 448.53 ± 59,6

TCA 214.72 ± 24,48 228.93 ± 32,29 201.11 ± 39,7

 

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entre Mãos [F(1,18)= 0,27, p= 0,60] e na interac-ção entre Mãos X Complexidade [F(1,18)= 0,38, p=0,54]. Foi encontrada uma diferença significantepara o factor Grau de Complexidade da Tarefa[F(1,18)= 11.53, p< 0,01] indicando uma menor

b l d d d l ( / )

centual de tempo para se atipara o movimento de menorcomparado ao de maior com(Figura 3). A análise do desvio padrão (diferença significativa entre p= 0,42], Grau de Complexi

[F(1,18)= 2,65, p= 0,12] e X Complexidade [F(1,18)=

Número de correcções após o1º alvo A análise do número de corro 1º alvo indicou diferença s[F(1,18)= 4,43, p< 0,05] apdireito efectuou um menor n(1,3) comparado ao membro4). Não foi encontrada diferefactor Grau de Complexidade0,42, p= 0,52], assim como X Complexidade [F(1,18)=  A análise do desvio padrão (diferença significativa entre p= 0,65], Grau de Complexi[F(1,18)= 0,63, p= 0,43] e Mãos X Complexidade [F(1

Figura 2. Pico de velocidade em direcção ao 1º alvo entre membros e comple- xidade da tarefa (MDC = mão direita tarefa complexa; MEC = mão esquerda

tarefa complexa; MDS = mão direita tarefa simples; MES = mão esquerdatarefa simples).

Figura 3. Tempo proporcional para se atingir o pico de velocidade entre mem-bros e complexidade da tarefa (MDC = mão direita tarefa complexa; MEC =

mão esquerda tarefa complexa; MDS = mão direita tarefa simples; MES = mãoesquerda tarefa simples).

 

Guilherme M. Lage, Lívia G. Gallo, Maíra G. de Miranda, Danilo R. Vieira, David J. Schickler, Robledo R. Coelho,

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p= 0,96]. Foi encontrada diferença significante parao fator Medida [F(5,90)= 13,65, p< 0,01]. O teste Post Hoc de Tukey indicou um maior índice de latera-lidade absoluto entre as mãos para a medida denúmero de correcções após o pico de velocidade parao 1º alvo comparado às outras medidas (p<0,01,respectivamente).

DISCUSSÃO E CONCLUSÃOO presente estudo teve como objectivo investigar aassimetria manual em duas tarefas de apontamentocom diferentes níveis de complexidade. Para tal,foram analisadas medidas de desempenho e medidas

á f b í d f

esquerda é especializaddo movimento(5). Entrfenómeno robusto, partendência de a mão esqte do que a mão direitatarefas que exigem temdo presente estudo, tê A medida de tempo de

cidade do membro direem destros, fenómeno manuais(2, 6), e explicadma hemisfério esquerdseriado e processamen

d

Figura 5. Índices de lateralidade entre complexidades da tarefa (TR = tempo de reacção; TCA = tempo de cotempo de resposta; PV1 = pico de velocidade; TPV1 = tempo proporcional para atingir o pico de velocidade; C1

corresponde à tarefa complexa e a letra S corresponde à tarefa simples).

 

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vios achados de pesquisa(6, 12). A ausência de assime-tria para os valores de pico de velocidade, indica quenão houve diferenças na especificação de força para odeslocamento dos membros em direcção ao alvo,mas sim, que as assimetrias na execução do movi-mento estão relacionadas a processos correctivosenvolvidos na segunda fase do movimento. Essa

hipótese é consistente com os resultados encontra-dos sobre os índices de lateralidade. Os índices maisaltos de diferença entre membros foram encontradosnas medidas do número de correcção tanto na tarefacomplexa, quanto na tarefa simples. Mesmo nãotendo sido objectivo de investigação do presenteestudo, é possível inferir que esse menor número decorrecções apresentado pelo membro direito na fasede controle corrente é também um indicador deajustes on-line mais eficazes que levam a uma maiorprecisão.Em relação à complexidade da tarefa, de forma geralos resultados do presente estudo não suportam osprévios achados de pesquisas(7, 8, 14, 15). A análise dodesempenho de ambos os membros nas duas tarefasnão mostrou um efeito da complexidade sobre asassimetrias manuais, contrariando assim, tanto osresultados que apontam para uma maior assimetriamanual em tarefas mais complexas(7, 15), quanto osresultados que assinalam para uma maior assimetriaem tarefas menos complexas(8, 14). Como a definiçãode complexidade da tarefa depende da relativizaçãodo que é comparado, é necessário enfatizar que em

tarefas de apontamento com diferentes números decomponentes não foram encontrados efeitos de assi-metria manual. A maioria das diferenças encontradasse refere ao efeito da complexidade sobre as caracte-rísticas de desempenho e cinemáticas das tarefas.E f i f i d did d d

de movimento para contactoindicou um efeito similar aomovimento mais complexo dcomparado ao movimento defeito definido como OTA(1)

explicações sobre este efeitotarefa sobre o tempo de mov

visão que sub-rotinas são arna tarefa com mais de um coque a primeira sub-rotina dádo movimento, deslocando oao 1º alvo, uma segunda subgerando um maior custo no ao processamento paralelo(1

sente estudo reforçam os acinvestigou o OTA nas execudo(11), como também mostraem movimentos realizado emdo membro esquerdo difereninvestigado(11), tendo em visinterfere no controle motor(

 A análise dos perfis de veloclia no entendimento dos proexecução da tarefa de apontatude e variabilidade do pico da na tarefa de maior complmaior tempo para se atingir suportam as predições sobreda no controle quando um srequerido(11). Isto porque a i

movimento que ocorre duramovimento reflecte em movdos em termos de força na fcom maior exigência de temvelocidade seja alcançado. Ed ã d 

Guilherme M. Lage, Lívia G. Gallo, Maíra G. de Miranda, Danilo R. Vieira, David J. Schickler, Robledo R. Coelho,

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de diferentes naturezas. Os resultados do presenteestudo sugerem uma especificidade das variáveis aserem estudadas. No presente estudo o comporta-mento gerado pelos membros nas tarefas de menor emaior complexidade foi diferente em termos de pro-gramação motora. Entretanto, é possível que proces-sos excitatórios e/ou inibitórios envolvidos na activa-

ção dos hemisférios cerebrais tenham sido similaresnessas tarefas o que geraria um mesmo nível de assi-metria manual em ambas as tarefas. Neste caso, alimitação sobre o que é complexidade da tarefa nova-mente emerge, podendo ser que a variável “númerode componentes” em tarefas de apontamento não sejaum factor de influência na relação assimetriasmanuais e complexidade da tarefa.Uma sugestão para próximos estudos é a utilizaçãode medidas comportamentais para a definição delateralidade dos participantes ao invés de utilizaçãode inventário de preferência manual. A adopção daanálise de desempenho em diferentes tarefasmanuais pode garantir uma forma mais eficiente demedida da lateralidade da amostra (2). Uma segundasugestão é a investigação da relação entre (1) os pro-cessos de correcção on-line, (2) precisão do movi-mento e (3) assimetrias manuais. Seria o menornúmero de correcções apresentado pelo membrodireito na fase de controle corrente um indicador deajustes on-line mais eficazes que levam a uma maiorprecisão? E por fim, sugerem-se novos estudos queinvestiguem os efeitos da complexidade da tarefa na

assimetria manual em movimentos realizados noespaço de trabalho contralateral ao do membro deexecução. Isto porque diferentes níveis de activaçãohemisférica podem ser gerados nesta condição, tra-zendo novos conhecimentos sobre as variáveis envol-id i i i 

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Desempenho motor de crianças de diferentesestágios maturacionais: análise biomecânica

Sebastião I. Lopes Melo

Roberta Gabriela O. Gatti

Roberta C. Detânico

 Jansen A. Estrázulas

Ruy J. Krebs

 Laboratório de BiomecâniCentro de Educação FísicaUniversidade do Estado d

 Brasil

RESUMONeste estudo descritivo exploratório avaliou-se as característi-cas biomecânicas do salto vertical de crianças de diferentes

estágios maturacionais (inicial, elementar e maduro) segundomodelo de Gallahue (1989). Especificamente as variáveis entreos estágios foram caracterizadas e comparadas e foi verificada acontribuição de diferentes variáveis no desempenho.Participaram 39 escolares, seleccionados pelo processo casualsistemático. Utilizou-se uma plataforma de força extensométri-ca a 900 Hz, uma filmadora a 60 Hz e a matriz analítica deGallahue (1989). Os dados dinâmicos foram normalizados pelopeso corporal, processados no sistema  Peak Motus e filtrados via FFT Butherworth 4ª ordem passa baixa, corte a 30 Hz. Analisou-se: pico e gradiente de propulsão, impulso vertical, impacto,

tempo de vôo e ângulos de quadril e joelho na propulsão, vôo equeda. Utilizou-se a estatística descritiva, a ANOVA one-waycom post-hoc de Scheffé e a regressão linear múltipla, comp≤ 0,05. Verificou-se diferenças significativas entre os estágiosno tempo de vôo e ângulo de quadril nas três fases do salto eângulo de joelho no ápice do vôo. O impulso vertical foi a

iá l i ib i ã f i

ABSTRACT Motor development of childrbiomechanics analysis

This descriptive exploratory sttics of vertical jump of childrenelementary and mature) accordSpecifically, variables of differ pared and the contribution of verified. The sample was comp systematic casual sampling pro pled at 900 Hz, a 60 Hz video Matrix (1989) were used. Dyweight, processed through Pea

order low-pass Butterworth fil Analyzed variables: peak and gimpact, flight time, hip and knlanding phases. Data were ana ANOVA one-way followed by  Linear Regression (p≤ 0,05). Ob h f fli h i 

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INTRODUÇÃOO saltar é muito utilizado nas tarefas do cotidiano enas diferentes tarefas motoras integrantes dos dife-rentes esportes de forma isolada ou combinada comoutras habilidades. Trata-se de um padrão motorcomplexo que requer um recrutamento muscularnum modo de contracção particular que faz suceder,

em tempo extremamente breve, um ciclo alonga-mento-encurtamento do músculo(16). Portanto,requer execução com uma mecânica eficiente.Sabe-se que o desenvolvimento motor é uma áreaque utiliza o aprendizado motor, o controle motor, afisiologia do exercício e a biomecânica e poucos sãoos estudos que utilizam as análises biomecânicaspara avaliar as características de execução do salto de

crianças. Ademais, várias pesquisas vêm sendodesenvolvidas(9, 13, 3, 15) tendo o salto vertical comomeio de avaliação do potencial mecânico dos múscu-los dos membros inferiores, isto significa dizer queos estudos realizados visam à performance sendo,portanto direccionados, mais aos sujeitos envolvidosno esporte de competição, e não para avaliar opadrão motor do salto. A literatura confirma que a melhor fase para oaprendizado e desenvolvimento motor ocorre nainfância, pois o desenvolvimento motor segue umadeterminada sequência de modificações nos movi-mentos que difere entre os indivíduos no instante daevolução, mas não na sequência que acontecem,porém em certos períodos da vida o indivíduo nãopode atingir o aperfeiçoamento de suas capacidadesse não for submetido a estímulos variados(6). Assim, a partir da classificação das crianças em está-gios de desenvolvimento motor, Gallahue propôsuma matriz de avaliação qualitativa, segundo a qual

i ã b d f ã d l

10 anos. E, a evolução do saximadamente dos 4 aos 11 ano processo de desenvolvimtodas as possibilidades de mDiante do exposto e considerelativas ao salto vertical têmte voltadas para a performan

avaliação de capacidades físiestudo dos padrões motores Gallahue são essencialmentese uma matriz de análise de da observação visual; considca pode contribuir com indicpara serem adicionados aos considerando a escassez de e

mecânicas do salto vertical drealização deste estudo comliar características biomecâncrianças de 4 a 12 anos. Maiterizar e comparar as variávecial, elementar e maduro segto por Gallahue(7) e verificarrentes variáveis na execução

MATERIAIS E MÉTODONeste estudo descritivo expldas as características biomecde crianças na faixa etária deParticiparam 39 estudantes no de Florianópolis-SC, Brascom idade média de 8±2,13pelo processo casual sistemário de exclusão a apresentaçfísica aparente que impossibvidade física, diagnosticadasN i i ã d d d di â 

Sebastião I. Lopes Melo, Roberta Gabriela O. Gatti, Roberta C. Detânico, Jansen A. Estrázulas, Ruy J. Krebs

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e após a autorização dos pais e o agendamento préviodas coletas, as crianças foram encaminhadas, pelospesquisadores responsáveis, ao Laboratório, onde seadotou a seguinte seqüência de procedimentos: a)preenchimento da ficha de identificação pessoal eatribuição de código de identificação; b) adaptaçãodos sujeitos ao ambiente e aos equipamentos bem

como com os pesquisadores; c) fixação dos marcado-res reflexivos nos pontos anatômicos (têmporo-man-dibular, ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho etornozelo), conforme modelo adaptado de Cavanaghe Rodgers(2) para servirem de referência para adeterminação dos segmentos corporais e possibilitaros cálculos de ângulos entre os mesmos; d) posicio-namento das crianças sobre a plataforma para a nor-

malização dos dados pelo peso corporal; e) aquisiçãodos dados: os cinéticos a uma freqüência de amostra-gem de 900 Hz e os cinemáticos a 60 Hz, sincroniza-dos no sistema Peak Motus. Cada criança executou 3saltos verticais válidos (impulsão e queda sobre amesma plataforma de força e com ambos os pés). A imagem adquirida foi usada para classificar ascrianças nos estágios motores segundo matriz analí-tica prospota por Gallahue(7) e para analisar os ângu-los entre os segmentos corporais referentes as arti-culações do quadril e joelho em instantes específicasdo salto (nos picos de propulsão e de queda e noápice do vôo) identificados com base na curva dacomponente vertical da força de reação do solo(CVFRS). Para caracterizar e comparar as variáveisbiomecânicas entre os estágios motores selecionou-se as variáveis cinemáticas: ângulo de quadril no ins-tante do pico de propulsão (βPP), ângulo de joelhono instante do pico de propulsão (δPP), ângulo dequadril no ápice do vôo (β AV), ângulo de joelho noá i d ô (δAV) â l d d il i d

Da mesma forma, foradinâmicas e espaço-temdas na Figura 2, quais (PP), gradiente de prop(IV), pico de queda (Pto (IA) e tempo de vôoPara o processamento

ticos utilizou-se o sistedados dinâmicos foramrápida de Fourier (FFTordem passa baixa comPara a caracterização destatística descritiva (mcoeficiente de variaçãodessas entre os estágio

variância com o teste pcar o percentual de conexecução do salto fez-sO nível de confiança adfoi de 95%.

RESULTADOS E DISCUSPara efeitos didácticossão do leitor, este capíobjectivos específicos ddo ao primeiro objectivcomparação das variávcujos valores e diferenser visualizados nas Fi

 

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Figura 2. Representação da curva força x tempo apresentando as variáveis dinâmicas e espaço-temporais utilizadaTV – tempo de vôo, PQ – pico de queda, GP – gradiente de propulsão, IV – impulso vertical, IA – impulso d

Figura 4. Gradiente deFigura 3. Picos de força na propulsão (PP) e na queda (PQ).

 

Sebastião I. Lopes Melo, Roberta Gabriela O. Gatti, Roberta C. Detânico, Jansen A. Estrázulas, Ruy J. Krebs

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 Analisando os resultados contidos nas Figuras 3, 4, 5,6 e 7, constatou-se que das 12 variáveis estudadas 5delas apresentaram diferenças significativas, em quepelo menos um dos estágios é diferente dos demais.

Para verificar em quais estágios estavam tais diferen-ças, aplicou-se o teste de comparação múltipla demédias, análise “post-hoc” de Scheffé, cujos resultadosestão dispostos no quadro observou-se que o estágioinicial sempre foi diferente do elementar ou domaduro para as cinco variáveis (Quadro 1).

Quadro 1. Resultados da comparação entre osdiferentes estágios para as diferentes variáveis.

Variável X Diferenças pVerificadas

I i i l El M d

a) Na variável ângulo dde propulsão (βPP) o emenor média e o madurenças significativas so

maduro (p=0,05), comcrianças do estágio mab) Na variável tempo dteve a menor média e otando diferenças signifx elementar (p=0,03).as maiores médias devmaduro;c) Na variável ângulo d(β AV) o estágio inicialmaduro a menor, ocorrapenas entre inicial x m

lh tili ã

Figura 7.Variáveis angulares: ângulo de quadril no instante do pico de propulsão (βPP), ângulo  pico de propulsão (δPP), ângulo de quadril no ápice do vôo (β AV), ângulo de joelho no ápice do vdril no instante do pico de queda (βPQ) e ângulo de joelho no instante do pico de qu

* diferença estatisticamente significativa Elementar vs, Inicial e Maduro; p< 0.

 

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e) Na variável ângulo de quadril no instante do picode queda (βPQ) as crianças do estágio inicial apre-sentaram o quadril mais flectido e as crianças doestágio maduro mais estendido, apresentando dife-renças significativas somente entre inicial x maduro(p=0,03), e o maduro sendo diferente dos demais.Possivelmente esse fato tenha ocorrido devido às

crianças do estágio inicial terem assumido a posiçãodo corpo em maior flexão durante o vôo e conse-quentemente caíram em maior flexão que as criançasdos demais estágios.Os resultados destas comparações indicam que amelhora da técnica do salto, que depende tambémdo posicionamento dos segmentos corporais, repre-sentados pelos ângulos das articulações do corpo,

aconteceu predominantemente do estágio inicialpara o maduro.Numa visão global, na análise dos resultados dispos-tos nas Figuras 3, 4, 5, 6 e 7 e no Quadro 1, constata-se que para a maioria das variáveis os valores médiosobtidos nos três estágios foram semelhantes, entre-tanto para algumas variáveis os valores foram bastan-te díspares, sendo que o estágio inicial apresentou asmaiores médias em 3 delas (PP, IA e δPQ), o estágioelementar em outras 3 (IV, TV e PQ) e o maduro nas6 restantes (GP, βPP, δPP, β AV, δ AV e βPQ).Na caracterização dos resultados das diferentesvariáveis do salto fez-se a análise da homogeneidadee o confronto com a literatura. Quanto à homogenei-dade observa-se que a variabilidade para maioria dasvariáveis foi considerada de média (11% a 20%) aalta (acima de 30%)(10); contudo, a amplitude variouentre 5,42% e 48,22%. Tais índices podem ser expli-cados ao se considerar a ampla faixa etária, no intui-to de contemplar os três estágios maturacionais,b l é i i di id l d d l

com características de diferenicas do movimento do saltoNa variável pico de propulsãas crianças do estágio inicial mais força (2,55±0,25PC) pcrianças do estágio elementafim as crianças do estágio m

Estes resultados dos valores estudo diferem do resultado do(11), que ao estudar o saltono estágio elementar e maduPP para o estágio elementar estágio maduro de 2,18±0,2valores de PP foram maioresvertical que no horizontal pa

os estágios, característica estvo diferenciado dos saltos: o zontal a distância.No instante do pico de quedimpactos, para as crianças d(6,80±2,58PC) e para as doforam maiores comparados acom adolescentes não-atletaem que obtiveram valores m5,55±1,26PC. Contudo, par(5,21±0,87PC) os resultadoligeiramente inferiores.E, de acordo com os achadoMenzel(4), valores de impactde queda maiores que 5,0 PCaumento do risco de lesão, smento no primeiro contactoplantar do pé possibilitam ugem mais aprimorada. Esta aa redução da força de colisãof dif di õ 

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salto vertical pelas crianças do estágio inicial queutilizam os segmentos corporais de forma mais flec-tida, apesar de ainda constituir um movimentopouco consistente, conforme pode-se confirmar

pelos valores de desvio padrão para os três estágios. Tais resultados dinâmicos podem ser melhor visuali-zados na Figura 8.Com relação aos valores de ângulos de quadril (βPP)e joelho (δPP) no instante de maior força de propul-são (PP), apresentados na Figura 7 e 9a, constata-seque nesse instante os segmentos analisados no está-gio elementar apresentaram maior flexão(97,65±18,67º e 99,32±11,55º) e o estágio madurouma menor flexão (112,23±9,85º e 104,03±8,30º).Isso indica que as crianças do estágio elementar aga-charam mais, o que parece ser favorável para ol d i lt d lt f di

corpo durante o vôo doNo instante de maior vmaior flexão para o qu(135,18±19,39º) e ma

estágio maduro (157,3teceu com o ângulo degio maduro apresentar(136,51±36,13º) e o eextensão (145,14±9,4instante do pico de forram pouco flexionametrês estágios, o que servalor de impacto na atpode ajudar a compreeto do estágio maduro cvisto que o estágio ma

i t t p pi i

Figura 8. Representação da curva média e do desvio padrão da componente vertical da FRS para os três est

 

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Figura 9. Representação do comportamento angular do quadril (a) e joelho (b)dos estágios inicial, elementar e maduro, em toda a execução do salto.

 

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Pode-se afirmar, assim, que a coordenação dos movi-mentos e a performance do salto vertical sofreminfluência do tipo de estímulo de treinamento(12). Ainda com relação ao posicionamento dos segmen-tos corporais, constatou-se que na maioria das situa-ções, foram as crianças do estágio inicial que apre-sentaram menores médias para as variáveis de ângu-

los e as crianças do estágio maduro as maioresmédias, indicando que as crianças do estágio inicialflexionaram mais as articulações dos membros infe-riores durante a propulsão. Este resultado permiteafirmar que a evolução do salto vertical ocorre doestágio inicial para o maduro, verificando-se no está-gio maduro maior aproximação da utilização docorpo durante a propulsão e queda, como modelo de

Gallahue(8).O segundo objetivo específico do estudo foi verificara contribuição das diferentes variáveis biomecânicasna performance do salto vertical. Para tal aplicou-seo teste de regressão linear múltipla, do tipo “enter”,que faz o cálculo da regressão sem ignorar nenhumavariável. Com este cálculo, pode-se estar calculandovariáveis pouco representativas para o desempenho

do salto horizontal, por isso aplicou-se novamenteesta regressão para as variáveis que acusaram signifi-cância no primeiro teste. Este procedimento visa àretirada de informações chamadas de “lixo”.Desse modo, os resultados possibilitaram a composi-ção da seguinte equação:

Y = a ± (X1 + X2 + X3 + X4 + X5), onde:Y= altura alcançada; a= intercepto; X1= pico de pro-pulsão (PP); X2= impulso vertical; (IV); X3= ângulo dequadril na propulsão (βPP); X4= ângulo de joelho napropulsão (δPP); X5= ângulo de quadril no vôo (β AV)

Para cada segundo de ppico de propulsão cont9,5%, a variável ângulotribuiu negativamente  joelho na propulsão te9,9% e a variável ângubuiu positivamente com

De um modo geral, osmúltipla de todas as vacrianças, considerandocomo dependente das ticas e cinemáticas), coda variabilidade do tempode ser explicado pelvariáveis avaliadas nes

(IV), pico de propulsão(βPP) e joelho (δPP) ndril no vôo (β AV). Também o baixo valor explicado primeiramensujeitos da amostra e eria em que as crianças mente em diferentes e

tarefa motora do salto ainda a alta variação dopara outra, visto que nças em desenvolvimensão executados de formmente em tarefas motovertical.No que se refere à conde quadril e joelho na os altos valores angulapara que essa contribudeveriam ter fletido m

l lh 

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encurtamento das fibras musculares envolvidas, prin-cipalmente na fase de propulsão do salto vertical.Cada criança apresenta sua própria estratégia de exe-cução do salto vertical independente do estágiomotor e que o maior incremento do salto não depen-de somente de força física, mas também da utiliza-ção dos segmentos corporais, explicado pela alta

variabilidade das diferentes variáveis. A partir do modelo utilizado, a variável impulso ver-tical foi a que melhor contribuiu positivamente paraa performance da tarefa motora proposta.Nesse contexto, acredita-se que tais informaçõespoderão auxiliar o profissional da Educação Física nacompreensão da técnica do salto vertical das crian-ças, o que será benéfico no que diz respeito ao

aprendizado do movimento enquanto actividadelúdica, à performance desse movimento para a práti-ca desportiva como também na minimização dosefeitos das colisões sobre o aparelho locomotor.

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Análise cinemática da variabilidade do membro suporte dominante e não dominante durante o c

Fabio A. Barbieri

Paulo R. Santiago

Lilian T. Gobbi

Sergio A. Cunha

 Departamento de Educaçã Rio Claro Brasil

RESUMOO objetivo do estudo foi analisar o desempenho e a variabilida-de do movimento da articulação do quadril, joelho e tornozelodo membro de suporte do chute realizado com o membrodominante e não dominante no futsal. Doze participantes exe-cutaram cinco chutes com cada membro realizados com odorso do pé com máxima velocidade e objetivo de acertar umalvo fixo. Os movimentos do membro de suporte foram filma-dos, sendo as imagens transferidas para o computador e osdados tridimensionais obtidos através do  software Dvideow.Para a análise da variabilidade do movimento foram calculadosos autovalores das matrizes de covariância das articulações doquadril, joelho e tornozelo do membro dominante e não domi-nante para cada instante de tempo, sendo verificada diferença

entre os lados através da razão entre a raiz quadrada dos auto-valores das articulações, sendo utilizada a função distribuiçãoacumulada. Para o desempenho foi observado o local de acertoda bola após os chutes. Os resultados mostraram menor varia-bilidade das articulações do joelho e do tornozelo do membrodominante em alguns momentos do ciclo de chute em relaçãoà i i l õ ã d i lh d

ABSTRACT Dominant and non-dominanduring futsal kick

The purpose of this study was knee and ankle movement vari performed with the dominant a skilled male participants perfoeach limb and aimed to hit a frecorded and the images were tthe 3D data was made by Dvicovariance matrix of the hip, kand non-dominant limb for ealyze movement variability. The

culated for each time instant awas used to verify the differenball related to the target after ance values. The results presen joints of the dominant limb at parison to the respective non-d

d b f 

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INTRODUÇÃONa prática do futsal é muito importante que o atletautilize tanto o membro dominante (MD) quanto onão dominante (MND) durante a partida. O membropreferido ou dominante é aquele que apresentamelhor desempenho nas acções(23, 26), sendo que apreferência pedal é definida de acordo com o papel

do membro na tarefa(13, 26). Desta forma, para as pes-soas ditas destras o membro esquerdo é dominantepara o suporte e estabilização do corpo – membro desuporte(12) – enquanto que o membro direito é o nãodominante, sendo o inverso para o membro de chuteque é quem tem o contacto com a bola.Com isso, para que o atleta tenha óptima eficiênciadurante a prática do futsal é interessante que este

desenvolva desempenho semelhante entre os mem-bros homólogos. Assim, ele conseguirá realizarmuito bem suas ações técnicas e também suas fun-ções tácticas, não ficando limitado a certos movi-mentos ou a determinados locais da quadra.Por isso, a ambidestria é um factor significante parao rendimento do atleta de futsal. As equipes quepossuem atletas ambidestros levam vantagens na

técnica e na táctica por causa da grande versatilidadee coordenação dos jogadores durante a partida(30) etambém por esses jogadores apresentarem maiorproficiência que o esportista que possuem um mem-bro como dominante devido à natureza do futsal(24),levando vantagens durante o jogo por utilizar estra-tégias diferenciadas(30, 8). Apesar disso, poucos atletas desenvolvem simetria

de movimento e desempenho entre os membrosinferiores, evidenciada quando o movimento dechute é analisado(8). A diferenciação entre os ladosnos movimentos de chute é palco de diversos estu-d (3 4 5 15 19 21 32) N i d

sal, é imprescindível analisamento entre os membros coUm dos factores preponderamovimento entre os lados é grande variabilidade de movtica de uma acção habilidosaacção habilidosa requer cons

33), especialmente quando nãambiente. Vale lembrar que sistência do movimento mairealização da tarefa. Logo, a mento só é alcançada atravédade ou do controle dos graCom este quadro apresentaddes de se avaliar a assimetri

lise da variabilidade de movição do chute(18, 22, 28). Com ivenção mais detalhada durantreinamento para diminuir aentre os lados e melhorar o durante o movimento de chude futsal é importante para odestreza esportiva.

Diante do exposto, o objectifoi analisar o desempenho emento das articulações do qdo membro de suporte do che MND no futsal.

MATERIAS E MÉTODOSParticipantes

Participaram deste estudo 12idade entre 13 e 14 anos (57m). Estes foram informados seus responsáveis concedera

d i li 

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pantes que realizassem os chutes com máxima velo-cidade da bola e tentassem acertar um alvo de 1 m2

posicionado no centro do gol. Os chutes foram pre-cedidos por um aquecimento para evitar contusões erealizados em uma quadra oficial de futsal para seaproximar de uma situação real de jogo. A bola utili-zada seguiu o padrão definido pela FIFA para esta

idade. Foi permitido aos participantes realizarem acorrida de aproximação da maneira preferida. Aordem dos chutes foi definida aleatoriamente.

Procedimentos experimentaisOs movimentos dos participantes foram filmadospor quatro câmaras de vídeo digitais (JVC GR-DVL9800u®) ajustadas a uma frequência de aquisi-

ção de imagens 120 Hz, e foco definido e fixadomanualmente. As câmaras, sobre tripés, permanece-ram posicionadas para que focalizassem os marcado-res passivos (esferas de plástico brancas com 3,5 cmde diâmetro), que foram fixados externamente nasseguintes proeminências ósseas de ambos os mem-bros inferiores dos participantes: trocânter maior dofémur, cabeça da tíbia e maléolo lateral. Para a cali-

bração, utilizou-se um objecto em forma de paralele-pípedo rectângulo com 16 marcadores com posiçõespreviamente mensuradas, que foi posicionado nolocal onde os participantes realizaram os movimen-tos (Figura 1).

e fim no total aplainam(65% do ciclo), e fase no total aplainamento no contacto do pé de cciclo) (Figura 2).

Obtenção das variáveis c

 As imagens foram captatravés da placa Studiosem realizados os procmedição, calibração e rdos marcadores atravé“Dvideow”, Digital Vid32 bits(6, 11). Dois sinaizados para a sincroniza

anterior a execução docontacto do pé com a bres ocorreu através dorealizadas correcções mobtenção de coordenadpartir de suas projecçõreconstrução tridimencaso, foi utilizado o mé

Transformation(1), sendotânea de cada ponto po

Tratamento dos dadosPara o tratamento dos ma MATLAB 6.5®. Os ção tridimensional forasinal do ruído, através

ponderada local robusttra-se adequada a este ajuste não paramétricoexistência de um mode

f d i 

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em cada extremidade, por toda a região onde oobjecto de calibração foi posicionado. A distânciaentre os dois marcadores foi obtida dez vezes utili-zando uma trena com escala em milímetros (medi-ção directa). Então, a média destas medidas (valorreal) foi calculada. As imagens deste objecto passa-ram pelos processos para obtenção das variáveiscinemáticas descritos. A distância Euclidiana entre

os dois marcadores para cada instante de tempo foientão calculada, sendo este valor adoptado como ovalor mensurado. Assim, os valores do erro sistemá-tico (exactidão ou bias) e do erro aleatório (precisão)para a verificação da acurácia (equações 1, 2 e 3)foram calculados. Deste modo, quanto menor for ovalor da acurácia mais acurados foram os dados obti-dos no estudo.

DesempenhoOs desempenhos nos chutesvés da observação do acerto isso, foram anotados após cato da bola.

Cálculo da variabilidade do me Após a suavização dos dados

dos nas articulações do quadforam representados pelos mmaior do fémur, cabeça da fírespectivamente. A variabilidemerge dos múltiplos graus no sistema motor(7). Quandotarefa várias vezes, tendo o mexemplo, acertar o centro do

pequena variabilidade do moimportância para que se tenhto. Desta maneira, para o cachute quando se tem sempre(acertar o alvo) quanto mai

Figura 2. Retirada do pé de chute do solo (1), total aplainamento do pé de apoio no solo(2) e toque do pé de chute com a bola (3), definindo as fases de apoio e contacto.

 

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o autovalor dos dados das articulações em questãopara o MD e MND. O autovalor obtido correspondeà variabilidade da matriz de dados referente a cadaarticulação e o espalhamento dos pontos foi calcula-do através da raiz quadrada dos valores que corres-pondem ao desvio padrão dos dados(16). Destaforma, consegue-se representar a variabilidade dos

movimentos das articulações nos chutes.

Análise estatística da variabilidadePara determinar se existem diferenças na variabili-dade do movimento entre os segmentos de suportedominante e não dominante foi calculado um coefi-ciente de variabilidade. Para isso, utilizou-se o soft-ware MATLAB 6.5®. Assim, foi calculada, em cada

instante de tempo, a razão do espalhamento dosautovalores entre as respectivas articulações doquadril, joelho e tornozelo do MD e MND. Paraverificar se houve diferenças entre os lados foi utili-zada a função de distribuição acumulada(35). Osvalores desta função que estiverem acima de 0,95(p<0,05) foram considerados significantementediferentes, ou seja, existe diferença entre as execu-

ções em função de uma maior variabilidade demovimento de uma articulação de um lado em rela-ção à mesma articulação do outro lado. Também foiverificada a diferença entre as articulações intra-membro através da análise de variância com factorpara a fase de chute e articulação (p<0,05) do valormédio dos autovalores das articulações MD eMND. Para verificar a relação entre estas articula-

ções, para cada fase de chute, a correlação de Pearson foi empregada. O desempenho foi analisadopela percentagem de acerto e erro no alvo. As análi-ses estatísticas foram executadas no programa SPSS10 0®(SPSS I )

Figura 3. Desempen

 A Tabela 1 apresenta a

autovalores das articulnantes. Observa-se qusuporte apresentou mação proximal (quadril)tais (joelho e tornozelomesmo modo, foi veriftiva (p<0,05) entre asdo lado não dominante

lho: r = 0,93; quadril etornozelo: r = 0,84), mtêm alta correlação parcontacto, encontrou-searticulação do quadril do quadril com a do tolado dominante, na fascorrelação entre variab

(r = 0,78) e, na fase deções do quadril e do jo As variabilidades das artornozelo do membro ddominante estão repres

 

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Tabela 1. Médias e desvios padrão dos autovalores (em metros) das articulações dominantes e não d

Membro dominante Membro não dFASE DE APOIO

Quadril * Joelho** Tornozelo Quadril * Joelho

0,28±0,01 0,19±0,006 0,12±0,03 0,37±0,01 0,41±0

FASE DE CONTACTO

Quadril * Joelho** Tornozelo Quadril * Joelho

0,28±0,01 0,23±0,009 0,16±0,003 0,36±0,003 0,35±0

* quadril diferente de joelho e tornozelo; ** joelho diferente de tornozelo (p<0,001).

 

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DISCUSSÃO A ferramenta utilizada no estudo se apresentou eficazpara análise da variabilidade. Por meio dos conceitosmatemáticos, que às vezes são de difícil interpretação,apresentou-se o que ocorreu na variabilidade deambos os membros durante o movimento de chute.Como esperado, a variável desempenho mostrou-se

diferente entre os lados. O MD mostrou desempe-nho maior (37,4% de acerto no alvo) em relação aoMND (5% de acerto no alvo) (Figura 3). Estes resul-tados corroboram com os resultados de outros estu-dos, que também encontraram pior desempenhocom o MND, variando entre 20% e 50%(3, 15, 19, 32).Na análise da variabilidade intra-membros para olado dominante e não dominante, verificou-se maior

variabilidade da articulação proximal (quadril) emrelação às articulações distais (joelho e tornozelo)tanto na fase de apoio quanto na fase de contato(Tabela 1). A articulação do quadril é a que maisoscila durante o movimento de chute e a partir delasurgem as correcções/ajustes no movimento. Istoacontece porque além desta articulação ter maior

possibilidade de movimento comparado com as arti-culações do joelho e tornozelo, os ajustes na articu-lação proximal reflectem nas articulações distais,facilitando o controle do movimento. A maior mobi-lidade da articulação do quadril está relacionada aomaior número de graus de liberdade dessa articula-ção em relação às outras. Além disso, o movimentodessa articulação colabora para o movimento de ala-

vanca do membro de chute, revelando sua importân-cia para o membro de suporte para ambos os lados.Para o lado não dominante, especificamente, foiencontrada alta correlação significativa na variabilida-de das articulações demonstrando que ajustes esta

do MND: o controle doentendido como menode das fases do movima bola há necessidade dconsiderando especialmda exige controle mais necessário na fase de a

Em relação ao MD, nenfoi encontrada. Este mmais refinado, cada artmente controlada sem lidade das articulaçõesdente da fase do movim Além disso, é consisteentre os lados centradaapoio, já que nesta faseapresenta um período curto (Figura 4). Apósalteração do movimentção nos graus de liberdnecessário que o atletaanterior a este momen

um melhor desempenhdo tornozelo dominantmomentos do ciclo de que as respectivas articprincipalmente na fasemenor habilidade e poao MD(4, 5), concordanddo. Sob esta perspectiv

movimento do MD é rsofisticado, onde o sistMND apresenta movimtitivos, representado pverificado em jogadore 

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o mais usado e se apresenta com alto grau de destre-za, os jogadores procuram repetir os movimentosanteriores a fim de atingir o objectivo proposto natarefa. Desta forma, o MD apresenta maior consis-tência de movimento, que é a “marca registada” deum movimento de alto nível(9, 33), especialmente emtarefas de natureza fechada(28).

Um facto agravante para o aumento na assimetriados movimentos contralaterais é que as pessoas des-tras utilizam o membro esquerdo para o suportedurante as acções cotidianas(14), o que é conhecidocomo assimetria funcional e reforça a distinção dosmovimentos. No entanto, estas assimetrias na varia-bilidade do movimento e no desempenho podem serreduzidas ou sanadas(15, 32). Ponderando que o grupo

de participantes do presente estudo é composto poratletas que não podem, ainda, ser considerados comode alto nível, é possível reduzir a variabilidade dasarticulações para melhorar o desempenho. Esta infor-mação se faz útil aos treinadores de futsal, quedevem propiciar ao praticante maior número deacções com o MND, fazendo com que realizem maischutes e movimentos e, assim, melhorem a capacida-

de técnica e a coordenação. Com uma intervenção nomovimento dos jogadores, ambos os membros pode-rão ter acções habilidosas que são marcadas pelapouca variabilidade do movimento(9, 31). Para que estefato se efective, deve ser dada ênfase similar para osdois membros inferiores durante o aprendizado dofutsal, pois se a importância for distinta poderá evi-denciar, ainda mais, a assimetria do movimento. Oalto desempenho do atleta com ambos os membrosfacilita as acções durante a partida, pois aumenta aspossibilidades de acções tácticas e técnicas. Alémdisso, para um desempenho de sucesso nos chutes, o

CONCLUSÃOConclui-se que as articulaçõedo membro de suporte não dneste estudo tiveram maior vmento do que as respectivasapresentaram maior consistêprincipalmente na fase de ap

quadril dirige o MND, tanto na de contacto. Além disso, desempenho provavelmente variabilidade do movimento.membros contralaterais de sdesempenho do chute no futimportância do membro de s

AGRADECIMENTOSOs autores agradecem o apo(00/07258-3), FUNDUNESPMIG para a realização deste

 

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Um estudo de genética quantitativa sobre agregaçãna composição corporal de famílias nucleares portu

Rogério C. Fermino

 André Seabra

Rui Garganta

 Alcibíades B. Valdivia

 José Maia

 Laboratório de CineantropometrGabinete de Estatística Aplicad

 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto

 Portugal

RESUMOEste estudo teve como objectivo (1) verificar a presença indi-recta de transmissão vertical de factores genéticos entre proge-nitores e descendentes nos fenótipos da composição corporal e

(2) estimar a contribuição dos factores genéticos responsáveispela variação nos fenótipos da composição corporal em termospopulacionais.

 A amostra foi constituída por 363 indivíduos pertencentes a107 famílias nucleares participantes do projecto FAMÍLIAS

 ACTIVAS. Os fenótipos da composição corporal foram avalia-dos com um aparelho de impedância bioeléctrica da marcaTanita® modelo BC-418MA. Foi utilizado o software PEDSTATSpara analisar o comportamento genérico das variáveis entre osdiferentes membros da família. O cálculo das correlações entre

familiares e as estimativas de heritabilidade foram realizadosnos módulos FCOR e ASSOC do software de EpidemiologiaGenética S.A.G.E. versão 5.3.Os valores dos coeficientes de correlação entre os graus deparentesco foram baixos a moderados (-0,04≤ r ≤0,65). Os fac-tores genéticos explicaram entre 35 a 46% da variação dos dife-

f ó i d i ã l d i i

ABSTRACT A quantitative genetic study aboutcomposition of portuguese nuclear f

This study aims (1) to verify the indir sion of genetic factors between parentsmate the contribution of the genetic fa phenotypes describing body compositioSample size comprises 363 subjects froticipating in the project “FAMILIAS A phenotypes were measured with a bioemodel BC-418MA. PEDSTATS softwture of each family and to analyze thetypes between the different members of

and heritability estimates (h 2 ) were c ASSOC modules of S.A.G.E. 5.3 soft

Correlation coefficients between relatir ≤0,65). Genetic factors explained becomposition phenotypes. The largest cobody fat (43%) and lean body mass (

h l h d i f 

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INTRODUÇÃO A composição corporal (CC) é uma das componen-tes da aptidão física relacionada com a saúde(1) e adeterminação de seus vários fenótipos possui aplica-ções em diversas áreas das Ciências do Desporto(7).É corrente o seu uso em estudos de intervenção oude ensaios clínicos sobre a actividade física cujo pro-

pósito é verificar as alterações em diferentes factoresde risco de diversas morbilidades(7). A CC pode ser estimada com técnicas laboratoriais ede terreno que variam em termos de complexidade,custo e precisão(1,7). Algumas das técnicas laborato-riais disponíveis, e mais utilizadas, são a densitome-tria computorizada por absorciometria radiológica dedupla energia (DEXA), a pesagem hidrostática e a

tomografia computorizada. Dentre as técnicas de ter-reno, as mais utilizadas são a medição de prega deadiposidade subcutânea e a impedância bioelétrica(BIA)(7,14). Os sistemas de BIA estão sendo cada vezmais utilizados tanto no meio clínico como no cien-tífico(21), devido ao facto de não serem invasivos(7),terem elevada portabilidade, serem relativamentebaratos e não exigirem treino específico do

avaliador(7,14).Uma das questões fundamentais no estudo da gordu-ra corporal (GC) é a sua distribuição, nomeadamenteno que se refere à adiposidade peri-visceral, vistoestar descrita a sua associação com o risco elevado demanifestação de determinadas doenças crónicas(31),tais como: a hipertensão arterial, a doença arterialcoronária, a dislipidemia e a diabetes tipo ll(4,10).

Para além disso, o sobrepeso e a obesidade sãoimportantes factores de risco para o desenvolvimen-to de doenças cardiovasculares(2) que apresentamuma elevada prevalência em todas as faixas etárias e

d úl i (17)

ambientais. Existe forproveniente de pesquiGenética que refere a familiar na variabilidaEssa influência é resudo envolvimento comufamília(6). Diversos est

traram que tanto os getilhado entre membroa agregação familiar (Arelativa (GCrel) e absocutânea e na massa isebase em estudos familmou-se que cerca de 3total dos valores de di

pode ser atribuída a dsujeitos, ficando o resambientais.Não parece existir muiEpidemiologia Genéticcia dos factores genéticlidade dos valores do fsegmentos corporais, c

videnciada pela BIA. Nconhecidos estudos coFace à inexistência de língua portuguesa acerCC, estabelecemos os ficar a presença indirecfactores genéticos entrnos fenótipos da CC; (

factores genéticos respfenótipos da CC em te

MATERIAL E MÉTODOSA t 

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envolver a sua família nesta pesquisa, desde quetenham pelo menos um irmão ou irmã com mais desete anos de idade.Os dados utilizados referem-se ao estudo piloto daprimeira fase do projecto. Para este fim, contactámosas escolas onde tivemos maior facilidade de acessoem alguns distritos na região Norte do país afim de

verificar a possível adesão ao projecto. Nos locais demelhor receptividade, enviámos uma comunicaçãoescrita a cada família convidando-a a participar napesquisa. No texto enviado havia uma explicaçãobreve acerca do propósito do estudo, bem comoinformação relativa ao consentimento de participa-ção. Após obtenção do consentimento informadodevidamente assinado, foi enviada outra comunica-

ção às famílias explicando detalhadamente os proce-dimentos necessários para a realização da recolhados dados, bem como o agendamento da data, horá-rio e local. Os indivíduos foram avaliados no períodomatutino e em jejum. Foram excluídos os seguintescasos: (1) pais e/ou mães não biológicos (um pai) e(2) indivíduos que não estavam em jejum (três mãese uma filha).

 A amostra foi constituída por 363 indivíduos (161progenitores - 40,1±4,5 anos e 202 descendentes -13,3±3 anos) pertencentes a 107 famílias nucleares(Tabela l). Contudo, em apenas 58 famílias ambos osprogenitores compareceram na recolha de dados.

Mensuração dos indicadores da composição corporalPara a avaliação da CC foi utilizado um aparelho de

BIA da marca Tanita® modelo BC-418MA (TanitaCorp., Tokyo, Japan). Esse dispositivo possui quatroeléctrodos nas mãos (palmas e dedos) e quatro nospés (calcanhares e regiões plantares). No total, cinco

ã did ( b i f i

antropómetro foi fixado numfeccionada para tal finalidadposicionava-se de pé, com ona referida base, glúteos e oantropómetro e cabeça posicFrankfurt. A estatura foi meplano de referência da base d

 A massa corporal foi medidaBIA que possui precisão de deveria estar na posição antrcia(12), descalço e vestindo roO índice de massa corporal do dividindo-se o peso (kg) quadrado, obtendo um valorkg/m2.

Análise EstatísticaO software estatístico SPSS 1lise exploratória de dados aferros de entrada das informaoutliers e a normalidade das dpara calcular a média, o desvdas variáveis. O t-teste de m

foi aplicado para verificar difvariáveis entre os grupos. FoPEDSTATS(30) para inspecciofamília e analisar o comportvariáveis entre os diferentesPara verificar AgF e calcular bilidade (h2), foram utilizad ASSOC do software de Epide

S.A.G.E. 5.3(26). Todos os feforam ajustados às covariáveidade3, idade x sexo, idade2 xtado o nível de significância

 

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A T b l 2 l õ f ili GM ( 0 01) GC

Tabela 1. Medidas descritivas das variáveis da amostra.

Variáveis Progenitores

Pais (n=64) Mães (n=

m±dp amplitude m±dp a

Idade (anos) 42,5±4,3 33 - 56 39,9±4,3

Massa corporal (kg) 77,1±11,4 52,8 - 119,2 68,3±11,8 4

Estatura (cm) 168,2±5,6 155,6 - 185,5 156,9±5,2 14IMC (kg/m2) 27,2±3,7 18,7 - 42,6 27,8±5

GCrel (%) 22,2±5 8,1 - 39,2 33,7±6,5

GCabs (kg) 17,5±6,3 4,3 - 46,7 23,7±8,5

GTrel (%) 23,7±5,6 6,6 - 40,2 29±7,3 1

GMrel (%) 76,3±5,6 59,8 - 93,4 71±7,3 5

MIGrel (%) 77,8±5 60,8 - 91,9 66,3 ±6,7 4

MMrel (%) 74,1±5,3 57,5 - 88,1 62,9±6,2

MMabs (kg) 56,7±6,2 43 - 72,9 42,4±4,2 3Variáveis Descendentes

Filhos (n=81) Filhas (n=1

m±dp amplitude m±dp a

Idade (anos) 12,8±2,7 7 - 19 13,5±3,2

Massa corporal (kg) 50,7±18,2 20,3 - 114,7 50,4±12,4

Estatura (cm) 155,3±15,7 104,4 - 181 154,1±9,6 1

IMC (kg/m2) 20,4±4,4 12,6 - 38,5 21±3,8 1

GCrel (%) 19,1±5,8 11,5 - 41,9 25,9±5,4 1

GCabs (kg) 10,1±6,6 2,7 - 48,1 13,5±5,9 4

GTrel (%) 14,8±6 6,5 - 39,1 19,8±6,1

GMrel (%) 85,2±6 60,9 - 93,5 80,2±6,1

MIGrel (%) 80,9±5,9 58,1 - 88,6 74,1±5,4 5

MMrel (%) 77,7±5,7 55,4 - 85,2 70,5±5,2 5

MMabs (kg) 38,9±12,7 17 - 66,2 35,1±6,9 1

IMC: índice de massa corporal, m: média, dp: desvio padrão, GCrel: gordura corporal relativa, GCabs: gordura corporal abs gordura nos membros relativa, MIGrel: massa isenta de gordura relativa, MMrel: massa muscular relativa, MMabs: m

 

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dos resultados com outros estudos, tendo em vistaque os parâmetros avaliados foram distintos e tam-bém devido a diferença na idade dos descendentes.

Em apenas uma pesquisa(18) os descendentes apre-sentaram a faixa etária semelhante à do presenteestudo. Foi verificado que os indivíduos do sexofeminino ostentaram valores de GCrel superiores,sendo a maior magnitude verificada entre os proge-nitores (≈ 10%). Mesmo considerando as diferençasmetodológicas supracitadas, os resultados encontra-dos, em outras pesquisas, na GCrel

(24,31) e

GCabs(8,19,24) foram análogos aos do presente estudo. Tal como referido anteriormente, os objectivos desteestudo foram identificar AgF e estimar a magnitudedos factores genéticos em diferentes indicadores da

l d d f

ções revistas, somente quatrestimativas de h2 para a GT,dos entre 31(4,5) e 64%(9). Pa

do de Pérusse et al.(20) salien34% da sua variação total. Jámostraram valores de h2 enta quantidade de GCabs a confactores genéticos é um pou33(4,5) e 72%(9). De uma manvão de encontro às estimativsas realizadas em diversos p

mostrando um resultado disdemais referenciados na litede GCrel (0,37 vs 0,47(13) - 0,De maneira original, Pérusse

fl d í ób

Tabela 2. Coeficientes de correlação (r±erro padrão) entre familiares e estimativas de h 2 para os fenótipos da

Grau de nº de GCrel* GCabs† GTrel* GMrel* MIGrel*parentesco pares r±ep r±ep r±ep r±ep r±ep

Cônjuges 58 -0,14±0,13 0,16±0,13 -0,15±0,13 -0,15±0,13 -0,14±0,13

Pai – filho 53 0,20±0,14 0,45±0,12 0,20±0,14 0,20±0,13 0,20±0,14

Pai – filha 75 -0,04±0,13 0,20±0,12 -0,04±0,13 -0,03±0,13 -0,04±0,13

Mãe – filho 74 0,13±0,12 0,35±0,11 0,14±0,12 0,14±0,12 0,12±0,12

Mãe – filha 117 0,25±0,09 0,13±0,09 0,23±0,09 0,24±0,09 0,24±0,09Irmão – irmão 11 0,25±0,30 0,65±0,18 0,04±0,31 0,01±0,32 0,22±0,30

Irmã – irmã 34 0,28±0,16 0,12±0,17 0,22±0,17 0,23±0,17 0,29±0,16

Irmão – irmã 59 0,12±0,14 0,14±0,13 0,07±0,14 0,07±0,14 0,11±0,14

h2 0,37±0,12 0,43±0,10 0,35±0,12 0,36±0,12 0,35±0,12

( p<0,001) ( p<0,001) ( p=0,002) ( p=0,002) ( p=0,002)

r: coeficiente de correlação, ep: erro padrão. As demais abreviaturas podem ser visualizadas na*: ajustado as covariáveis idade, sexo, idade2 , idade3 , idade x sexo, idade2 x sexo e IMC

†: ajustado as covariáveis idade, sexo, idade2 , idade x sexo, idade2 x sexo e IMC ‡: ajustado as covariáveis idade, sexo, idade2 , idade3 , idade x sexo, idade2 x sexo, idade3 x sexo

 

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tação final destes fenótipos, bem como a sua depen-dência à variação genotípica entre famílias.Para os fenótipos que expressam a MIG e a MM asestimativas de h2 encontradas foram de 0,35, a 0,46.Para a MIG os estudos consultados(4,9,13,16,23) apre-sentaram h2 entre 0,40(4) a 0,72(13). Hsu et al.(9) veri-ficaram ainda que a MIG nos membros, apresentou

uma componente genética de 67%. Contudo, apesarda reconhecida importância da quantidade de MMem termos biológicos, não foi encontrada nenhumaevidência que tenha verificado a influência genéticasobre a MMrel e MMabs. Não obstante, os resultadosencontrados fornecem indícios que os factores gené-ticos exercem uma importante e significativa respon-sabilidade na manifestação final de ambas as caracte-

rísticas, sendo a maior, evidenciada pela MMabs. A h2 quantifica a proporção da variância total de umfenótipo que é atribuída aos factores genéticos emdetrimento dos factores ambientais no seio das famí-lias(5). Sendo uma estimativa populacional existealgum cuidado na sua interpretação e tentativa degeneralização. Hsu et al.(9) e North et al.(16) ressal-tam alguns factores que reclamam atenção na atri-

buição de significado ao seu resultado: (1) diferençana magnitude das amostras; (2) aspectos étnicos eculturais inerentes a cada população; (3) diferentesdesigns das pesquisas; (4) ajustamento para covariá-veis e procedimento de cálculos. Butte et al.(5)

salientam ainda a necessidade de se ter atenção aosaspectos ambientais, que podem ser distintos quan-do os descendentes são crianças e/ou jovens se com-

parados aos adultos. As correlações entre graus de parentesco pode auxi-liar na interpretação das estimativas de h2 encontra-das. Foram encontrados cinco estudos onde os auto-

l l l õ GC(18 24 28 29 31)

0,65). Estes valores sãal.(28) e Rice et al.(24) (0te). As correlações foraos graus de parentescotores-descendentes -0,≤0,22). Estes resultadoencontrados por Pérus

progenitores-descende0,14≤ r ≤0,25). Para a Gem ambos os estudos, graus de parentesco, quO único estudo que apMIG foi o de Treuth etverificar AgF entre proalguns fenótipos da CC

dentes eram meninas pforam de r=0,37 e r=0filha e mãe-filha, respeencontrados na presenres (pai-filha r=-0,04 eDe uma maneira geral,dos, os resultados refecônjuges (-0,04≤ r ≤0,2

progenitores-descende(0,01≤ r ≤0,65).É bem provável que sedos valores de correlaçvas de heritabilidade dCC se fosse consideradrelativa a hábitos nutriactividade física. Conv

parte desta informaçãoobjecto de estudo a qusíndrome metabólica.Os resultados das pesq

ib i ã d f 

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Q223R/1p31.2 e D15S652/15q26.1), gordura visce-ral (IGF1/12q23.3), entre outros, bem como referen-ciaram alguns genes candidatos responsáveis porvariações bem díspares nalguns fenótipos descritoresda CC. São estas as etapas futuras da pesquisa: (1)uso de genes candidatos em estudos clássicos decaso-controlo ou de famílias; (2) recurso a micro-

arrays; (3) estudos funcionais com animais, sobretu-do com knock-out de genes relevantes; (4) pesquisade interacção genes x ambiente, sendo que este cor-responde a condições distintas e controladas de acti-vidade física/exercício; (5) estudos relativos aosmecanismos fisiológicos associados às respostas dosdiferentes componentes da massa corporal a situa-ções extremas de baixo peso e obesidade em respos-

ta a alteração das condições nutricionais e de exercí-cio físico.

CONCLUSÕESDe acordo com os resultados encontrados conclui-seque: (1) os factores genéticos foram responsáveispor 35 a 46% da variação total dos sete fenótiposavaliados pela BIA e (2) estes resultados indicam

uma forte AgF na CC nesta amostra de famíliasnucleares portuguesas. Com base nas correlaçõesefectuadas, verificou-se um padrão distinto de AgFentre os pares de indivíduos, sendo a maior seme-lhança verificada entre irmãos.

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer: (1) as sugestões dos revi-sores que melhoraram aspectos do texto; (2) a cola-boração de Amélia Martins, João Vinagre, RitaMiranda, Ramon Lima, Sónia Vidal, Sílvio Saranga,L d Nh b Si Sil R 

Rogério C. Fermino, André Seabra, Rui Garganta, Alcibíades B. Valdivia, José Maia

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Análise dos índices de adiposidadee de aptidão física em crianças pré-púberes

Fabrício B. Alves

 Anabelle M. Barbosa

Wagner de Campos

Ricardo W. Coelho

Sérgio G. da Silva

Centro de Pesquisa em Esporte eUniversidade Federal do Paraná

 Brasil

RESUMOO objectivo deste estudo foi avaliar indicadores de aptidão físi-ca em crianças pré-púberes dos dois sexos com idades com-preendidas entre os 8-11 anos e em cada sexo (32 meninos e

35 meninas) as relações existentes entre diferentes indicadoresde adiposidade. Os estágios de maturação sexual foram consi-derados e determinados por método de auto-avaliação modifi-cado . Os indicadores de adiposidade considerados foram opercentual de gordura a partir de medidas das dobras cutâneasdo tríceps e subescapular) e os perímetros da cintura e quadril.Para a avaliação da aptidão física recorreu-se aos testes de sen-tar e alcançar, de preensão manual e ao teste de 20 m de corri-da em vai-vém para estimação do VO2max. Nos dois sexos,registaram-se correlações significativas (p<0,05) entre a per-centagem de gordura, o IMC, e perímetros da cintura e quadril.O IMC foi melhor predito (89,7%) pelo percentual de gordura,massa corporal magra e idade. A massa corporal magra foi dife-renciada entre sexos (p<0,05). Os meninos apresentaram nívelde flexibilidade discretamente menos elevado (p>0,05); melhornível de força de preensão manual e VO2 max do que as meni-

( 0 0 ) d á i i l

ABSTRACT Analysis of adiposity and physicalchildren

The purpose of this study was the to atal children aged 8-11 years old and , girls) to analyze the relationships betwings of self-assessment modified by Fa stage of sexual maturation. Fat percenal. equations, waist and hip perimeteral. standardization. Sit-and-reach test formed according to Johnson and Nelswas had using 20-m Shuttle Run test result, there were significant correlatio percentage and waist and hip perimetedicted (89.7%) by fat percentage, leanobtained lean body mass was differentScientific outcomes for boys presented (p>0.05); higher levels of handgrip sSharply, maturational stage and sex si f di i d fi i hild 

Ã

Fabrício B. Alves, Anabelle M. Barbosa, Wagner de Campos, Ricardo W. Coelho, Sérgio G. da Silva

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INTRODUÇÃOO conceito de aptidão física relacionado à saúde é ope-racionalizado por itens como a resistência cardiorespi-ratória, força muscular, flexibilidade e composição cor-poral. A aptidão física na infância é influenciada porfactores como a idade, sexo, composição corporal, sta-tus de maturidade biológica, entre outros(14).

O sobrepeso e a obesidade infantil são consideradosmundialmente como uma epidemia e problema desaúde pública e talvez as morbilidades associadasmais importantes a curto prazo sejam de naturezapsicossocial, incluindo, a marginalização social, adiminuição da auto-estima e também a diminuiçãoda qualidade de vida (29). A avaliação do início e progressão da maturação

sexual é importante para a interpretação clínica do status de crescimento e metabólico(24), principalmen-te, devido ao facto de em jovens se observar elevadavariação maturacional em idades cronológicas seme-lhantes e também por se ter demonstrado que amaturação sexual está associada ao sobrepeso e obe-sidade(28). A obesidade em crianças está associada e tende a

agregar-se a factores de risco para a saúde como ahipertensão, a hipercolesterolemia, a hipertrigliceri-demia, o aumento do colesterol-(LDL)(1), e do coles-terol-(VLDL), à diminuição do colesterol HDL, àhiperinsulinemia, à resistência a insulina e diabetestipo 2 e ainda ao início e progressão de lesões ate-roscleróticas. Devido ao facto de a obesidade nainfância predizer a obesidade na idade adulta jovem

e de isso, em conjugação com a presença de outrosfactores de risco predizer o aumento do risco demortalidade e morbilidade é que a abordagem daobesidade deve estar inclusa nos estudos que tratam

b i fâ i (30)

cas, ou seja, para concelevadas do colesterol de níveis menos elevadna basal(20). Porém, a ado quadril e o risco papode ser justificado pelar mais elevada em re

massa corporal magra com índices de mortaliprotector contra riscosEste estudo de avaliaçãdão física relacionada àlisar em crianças pré-pdores de aptidão físicatentes entre os índices

METODOLOGIAPopulação e AmostraForam avaliados 32 meres na faixa etária entrescolas da rede públicasoas que participaram pelo seu pai ou respon

procedimentos que serções do estudo. O estude Ética em Pesquisa eUniversidade Federal d

Procedimentos As avaliações decorrerprimeiro dia, os poten

informados dos objectido e foi-lhes entregue responsáveis com o meincluía, também, o term

l i d 

F lk (10) i d h P l ifi ã d b

Adiposidad

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Faulkner(10); para os meninos os desenhos represen-tavam o desenvolvimento do aparelho reprodutormasculino e para as meninas o desenvolvimento dasmamas. Os avaliadores que realizaram as entrevistaseram indivíduos experimentados neste método e nosprocedimentos de entrevista, tendo tido o cuidadode explicaram os desenhos às crianças para evitar

problemas de compreensão e entendimento daquiloque elas observavam.O percentual de gordura foi calculado pela equaçãode Boileau et al.(3), que utiliza as dobras cutâneastricipital (TR, mm) e subescapular (SE, mm). Asequações utilizadas foram:

meninos

Percentual de gordura =(1,35 x (TR+SE)) - (0,012 x (TR+SE)2 ) – 4,4

meninasPercentual de gordura =

(1,35 x (TR+SE) ) - (0,012 x ( TR+SE)2 ) – 2,4.

 As medidas da massa corporal e estatura foram colec-

tadas pelos procedimentos sugeridos por Gordon etal.(11), sendo os instrumentos utilizados a balançacom escala de 100 gramas e o estadiômetro com esca-la em centímetros (cm). Para a medição das dobrascutâneas utilizou-se um plicômetro (mm) de acordocom os procedimentos descritos por Harrison etal.(12). Para a determinação das medidas dos períme-tros da cintura e do quadril utilizou-se uma fita antro-

pométrica com escala em milimetros (mm) e segui-ram-se procedimentos padronizados sugeridos porCallaway et al.(5). As mensurações da flexibilidade eda força muscular foram efectuadas segundo as reco-

d õ d J h N l (16) S f i (21)

Para a classificação de sobremeninos e meninas estudadcomo pontos de corte os val95, respectivamente, de acoDietz e Bellizzi(9) e também,internacional sugeridos por mos pontos de corte(8) para

a obesidade na infância e adutilização do método LMS ede corte de sobrepeso (25 KKg/m2) para a idade adulta, valores ajustados para a idad

Tratamento dos dadosPara o tratamento e análise d

das as medidas habituais da(média, desvio padrão e freqindependente de Student, (p≤ções entre sexos nas variáveestatura, altura tronco-cefáliperímetro da cintura, o perímcutâneas tricipital e subescatura quadril, somatório das

e subescapular, percentual dmassa corporal magra, flexibpela mão direita e esquerda oxigénio.Para estudar as associações gordura, IMC, razão cinturacintura, perímetro do quadrimagra, e ainda entre a mass

de preensão manual pelo heesquerdo, recorreu-se à corr A análise de regressão múltiutilizada com o intuito de ve

iá l d d IMC d 

Fabrício B. Alves, Anabelle M. Barbosa, Wagner de Campos, Ricardo W. Coelho, Sérgio G. da Silva

Tabela 1 Valores da idade das variáveis antropométricas de indicadores de adiposidade e aptidão física do

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ta e esquerda e VO2max mas nestas, foram encontra-das diferenças estatisticamente significativas para

f f l

Os meninos e meninasnível de sobrepeso ou d í l ó

Tabela 1. Valores da idade, das variáveis antropométricas, de indicadores de adiposidade e aptidão física do

Variáveis Meninos

Idade (anos) 8,6 ± 0,7

Estatura (cm) 133,3 ± 6,7

Altura tronco-cefálica (cm) 69,1 ± 3,6

Altura trocantérica (cm) 64,1 ± 3,6

Perímetro da cintura (cm) 60,3 ± 6,3

Perímetro do quadril (cm) 71,2 ± 7,9

Dobra cutânea subescapular (mm) 9,3 ± 6,8

Dobra cutânea do tríceps (mm) 11,6 ± 5,6

Massa corporal (Kg) 30,5 ± 7,0

IMC (Kg/m2) 16,9 ± 2,7

Relação cintura quadril * 0,84 ± 0,03

∑ das dobras cutâneas trícipital e subescapular (mm) 21,0 ± 11,9

Percentual de gordura 17,0 ± 7,8

Massa gorda (Kg) 5,7 ± 4,0

Massa corporal magra (Kg) * 25,2 ± 3,5

Flexibilidade (cm) 23,9 ± 4,7Dinamometria mão direita (Kg) * 16,9 ± 2,9

Dinamometria mão esquerda (Kg) * 16,1 ± 2,6

VO2 max (ml.Kg-1.min-1) * 47,9 ± 3,5

* diferente entre meninos e meninas (p≤0,05)

 

Adiposidad

Tabela 2 Correlação dos indicadores de adiposidade em meninos pré-púberes

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Nelson(16), ou seja, 0,8 Kg os meninos e 0,7 Kg asmeninas e também, ambos os sexos estão acima dosvalores de referência sugeridos pelos autores.Foram encontradas correlações significativas, para

os meninos e meninas, entre (i) o percentual de gor-dura com o IMC, perímetro da cintura e o perímetrodo quadril; (ii) entre o IMC com a massa corporalmagra, perímetro da cintura e o do quadril; (iii) o

í d í d d l

massa corporal magra com oenquanto para o sexo feminção não foi significativa. No ção entre perímetro do quad

quadril foi significativa mas (Tabelas 3 e 4). Portanto, naexiste correlação significativadiposidade corporal estuda

d í d

Tabela 2. Correlação dos indicadores de adiposidade em meninos pré púberes.

IMC RCQ Perímetro Perímetrda cintura do quadr

% de gordura 0,88 * - 0,11 0,89 * 0,88 *

IMC -0,09 0,93 * 0,92 *

RCQ 0,06 - 0,33

Perímetro da cintura 0,91 *

Perímetro do quadril

* Correlação significativa (p<0,05)

Tabela 3. Correlação dos indicadores de adiposidade em meninas pré-púberes.

IMC RCQ Perímetro Perímetr

da cintura do quadr% de gordura 0,76 * - 0,32 0,58 * 0,70 *

IMC - 0,14 0,85 * 0,84 *

RCQ 0,13 - 0,41 *

Perímetro da cintura 0,84 *

Perímetro do quadril

* Correlação significativa (p<0,05)

 

Fabrício B. Alves, Anabelle M. Barbosa, Wagner de Campos, Ricardo W. Coelho, Sérgio G. da Silva

Tabela 4. Valores médios dos indicadores de adiposidade de meninos pré-púberes de acordo co

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gordura corporal, estão classificados como altos nopercentil 85 e muito altos no percentil 95 . No sexofeminino, quando se consideram os valores da gordu-ra corporal relativa, estes estão classificados como

moderadamente altos no percentil 85 e altos no per-centil 95, enquanto pela soma das dobras cutâneassão classificados em moderadamente altos e muitoaltos, nos percentis 85 e 95, respectivamente(19).A iâ i d IMC é li d l t l d

em ambos os sexos, pemassa corporal magra

DISCUSSÃO

Utilizando-se como reffoi possível verificar qupresente estudo, meninos valores de 28,8 e 31134 2 136 3

p p p

Variáveis Percentil 85

IMC (Kg/m2) 19,4

Percentual de gordura 28,4

∑das dobras cutâneas tríceps e subescapular (mm) 35,8

Relação cintura quadril 0,88

Perímetro da cintura (cm) 67,5

Perímetro do quadril (cm) 79,5

Tabela 5. Valores médios dos indicadores de adiposidade de meninas pré-púberes de acordo co

Variáveis Percentil 85

IMC (Kg/m2) 19,0

Percentual de gordura 26,1

∑das dobras cutâneas tríceps e subescapular (mm) 28,2

Relação cintura quadril 0,86

Perímetro da cintura (cm) 64,4

Perímetro do quadril (cm) 79,2

 

Adiposidad

Tabela 6. Equações obtidas na regressão para estimar o IMC e variação no IMC devido aos preditores percentual de gordur

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ambos os sexos em Curitiba foi discretamente maiselevado do que em Pernambuco e Sergipe.Em crianças pré-púberes na cidade de Porto Alegre,os valores médios encontrados em meninos e meni-nas para a massa corporal foram, respectivamente,de 33,8 Kg e 29,9 Kg, de 135,3 cm e 133,0 cm para a

estatura, de 18,2 Kg/m2 e 16,8 Kg/m2 para o IMC epara o somatório de dobras cutâneas tricipital esubescapular de 21,3 mm e 23,2 mm(22). Utilizandoa mesma equação do presente estudo para o cálculod l d d d d d

massa corporal, estatura, IMelevados os valores do somaneas e percentual de gorduraelevado o valor da massa corestudo realizado em Porto Asente realizado em Curitiba,

para os meninos os valores dtura, IMC e massa corporal % gordura e massa gorda. Aencontrada entre os resultad

d l f

q ç g p ç p p g

Variáveis independentes Meninos

Percentual de gordura (%G) IMC = 11,796 + (0,314 x %G); IM

SEE = 1,33; R2 = 78,2%

Percentual de Gordura (%G) IMC = 17,636 + (0,313 x %G) IM

e idade (anos) – (0,673 x IDADE);

SEE = 1,26; R2 = 81,1%Massa corporal magra (MCM, Kg) IMC = 1,738 + (0,611 x MCM); IMC

SEE = 1,82; R2 = 59,0%

Massa corporal magra (MCM, Kg) IMC = 9,267 + (0,623 x MCM) IMC

e Idade (anos) – (0,904 x IDADE);

SEE = 1,73; R2 = 64,2%

Percentual de gordura e Massa IMC = 6,045 + (0,235 x %G) IM

corporal magra (MCM, Kg) + (0,281 x MCM);SEE = 1,09; R2 = 85,8%

Percentual de gordura, Massa IMC = 12,422 + (0,230 x %G) IM

corporal magra (MCM, Kg) e Idade (anos) + (0,299 x MCM) – (0,778 x IDADE); + (0,3

SEE = 0,95; R2 = 89,7%

 SEE = erro padrão de estimativa.

 

res de adiposidade e tamanho corporal. Não foi simi- 24,1 e 22,4 ml.Kg-1.mi

Fabrício B. Alves, Anabelle M. Barbosa, Wagner de Campos, Ricardo W. Coelho, Sérgio G. da Silva

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es de ad pos dade e ta a o co po a . Não o slar entre sexos a proporção da massa corporal magrae este resultado discorda dos achados de Wang(28).Os meninos pré-púberes neste estudo realizado emCuritiba apresentaram 2,0 Kg a mais de massa corpo-ral magra; e em Porto Alegre 4,1 Kg a mais de massacorporal magra do que as meninas(22) e, isto, retratasimilaridade em termos dos meninos pré-púberesapresentarem maior quantidade de massa corporalmagra do que as meninas. Para os meninos que nãosão maduros sexualmente ocorre o aumento damassa corporal magra e do percentual de gorduradevido ao efeito da testosterona(4). Esta colocaçãopode explicar o motivo de nos estudos os meninosapresentarem quantidade mais elevada de massa cor-

poral magra do que as meninas e, também, a correla-ção significativa encontrada para os meninos entrepercentual de gordura e massa corporal magra.Os meninos apresentaram mais força do que asmeninas no teste de força isométrica(22) e este resul-tado está de acordo com achados do presente estu-do. O sexo masculino apresentou valores mais eleva-dos para a massa corporal magra e também para a

força de preensão manual realizada pelo hemicorpodireito e esquerdo do que o sexo feminino,(p<0,05). Este resultado pode explicar a diferençade força entre sexos, pois, existiu correlação signifi-cativa e positiva entre massa corporal magra e forçade preensão manual para o sexo masculino e femini-no. Deste modo, provavelmente, o sexo masculinoapresentou valores mais elevados nos testes de força

de preensão manual pelo hemicorpo direito eesquerdo devido a possuir valor mais elevado emrelação à massa corporal magra. As meninas apresentaram valores de flexibilidade

i l d d i l d

, e , . g .lhança entre este estudreferido residiu apenassentam valores mais elmeninas. Deste modo,vo das meninas corresprelativo dos meninos erespondeu a 97,8% do No presente estudo, obcativa entre os indicadposição corporal (IMCmetro da cintura e perças pré-púberes estudatura quadril . Em estudal.(26) não se registaram

entre a razão cintura qgordura, massa gorda, do tronco ou da extremestão em conformidadestudo de Curitiba estestudo de Taylor et al.tual de gordura se corrcom o IMC em criança

culino (r>0,84) e femi Taylor et al.(25) a correlno tronco e o perímetrmente mais elevada emsexo masculino e femia correlação entre gordrelação cintura quadrile meninas). Os resultares com o nosso, realizrelação entre gordura ltro da cintura foi signinos e r=0 75 para as m 

nos dois sexos. Estas associações significativas, tanto 14,3%(8), respectivamente. D

Adiposidad

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ç g ,com o percentual de gordura quanto com a massacorporal magra em ambos os sexos, podem ser justi-ficadas pelo estadio maturacional no qual as criançasse enquadram, pois, ainda não ocorreu o início dapuberdade, onde nos meninos e por razões hormo-nais deveria ocorrer um aumento mais acentuado da

massa corporal magra do que de massa de gordura enas meninas ocorrer o inverso, ou seja, um aumentomais elevado da massa gorda(28). Isto explicaria nosmeninos a correlação entre os perímetros com cons-tituintes da composição corporal ser entre 0,82 a0,89 e nas meninas, ser entre 0,58 a 0,79, com acaracterística dos perímetros da cintura e quadrilrepresentarem melhor a variação na massa corporal

magra do que a no percentual de gordura.O IMC foi melhor predito no sexo masculino e nofeminino pelas variáveis independentes massa corpo-ral magra, percentual de gordura e idade do quequando estas variáveis preditoras foram considera-das separadamente ou quando houve a redução deuma destas variáveis. Os resultados vêm a confirmarque o IMC representa o percentual de gordura e a

massa corporal magra em crianças e adolescentes deambos os sexos e varia conforme a idade(18) e, destemodo, pode ser utilizado para estimativa do percen-tual de gordura corporal e da massa corporal magra,principalmente, quando a variável idade é considera-da. O facto do erro padrão de estimativa do percen-tual de gordura pelo IMC ser de 3,7% (R2 = 78,2%)

para os meninos e de 3,8% (R2

= 58,6%) para asmeninas justifica a utilização do IMC como um índi-ce válido para estimar a quantidade de gordura cor-poral no presente estudo, pois, o ACSM(2) mencionaque quando o erro padrão de estimativa do percen

, , pdos Curitibanos em sobrepeque o encontrado para o Braque o para os EUA e o perceem sobrepeso é muito próxiBrasil e inferior ao para os Eem sobrepeso 18,8% dos memeninas e em obesidade(8) 6mente; em risco de sobrepesdos meninos e 14,3% das me obesidade(9) 3,13% e 2,9%respectivamente,. Portanto, de para detecção do sobrepemeninos e meninas estudadmédios sugeridos por Cole e

Bellizzi(9)

, principalmente, ddos serem classificados no pso e no percentil 95 em obesde Cole et al.(8). Também, nses dos valores médios, os mclassificados abaixo do níveldade pelas classificações do em relação ao acumulo de g

ou a soma do valor absolutoo que indica proximidade ensugeridas para os indicadoreEm suma, foi similar a prope não foi similar a proporçãomagra entre crianças pré-púsentaram melhor índice de fpela mão direita e esquerda

oxigénio e as meninas flexibção significativa entre IMC, perímetros da cintura e quadmelhor predito no sexo mas

l l 

CONCLUSÃO

Fabrício B. Alves, Anabelle M. Barbosa, Wagner de Campos, Ricardo W. Coelho, Sérgio G. da Silva

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 As variáveis idade, massa corporal, estatura, massagorda, flexibilidade e as que representam os indica-dores de adiposidade corporal (percentual de gordu-ra, IMC, somatório das dobras cutâneas tríceps esubescapular, perímetro da cintura e o do quadril)são homogéneas entre os meninos e as meninas pré-púberes estudados. Não são homogéneos os indica-dores de aptidão física, massa corporal magra, forçade preensão manual e VO2max.Houve correlação significativa em ambos os sexospara o percentual de gordura, IMC, perímetro da cin-tura e o do quadril para essa população pré-púbere,excepto para a relação cintura quadril. O IMC foipredito de forma mais significativa pela gordura cor-

poral relativa, massa corporal magra e idade; foi con-siderado um índice válido para predizer o estado degordura corporal e representou melhor a variância nagordura corporal do que na massa corporal magra.Existe proximidade para detecção do sobrepeso eobesidade nos meninos e meninas estudados entreos valores médios sugeridos por Cole et al.(8) e Dietze Bellizzi(9).

Recomenda-se considerar o sexo e a idade quando sepretende analisar os indicadores de sobrepeso, deobesidade e de aptidão física em crianças pré-púberes.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1 AAHPERD American Alliance for Health Physical 18 Lindsay RS Hanson RL Rou

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Análise comparativa do pico de consumo

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Análise comparativa do pico de consumode oxigênio entre nadadoras e não nadadoras

Emilson Colantonio1

Ronaldo V. Barros

Maria Augusta Kiss2

1 Centro de Estudos em P Associação Fundo de Inc(AFIP)

 2 Laboratório de Determin Esportivo (LaDESP) Escola de Educação FísicUniversidade de São Pau

 Brasil

RESUMOOs objetivos do presente estudo foram: a) Comparar a variaçãodos valores do VO2pico entre diferentes grupos etários de meni-nas; b) Comparar a variação dos valores do VO2pico (absoluto e

relativo), entre nadadoras (Nad) e não nadadoras (NNad) paraos mesmos agrupamentos de idade. Foram avaliadas 74 meni-nas entre 7-17 anos de idade (34Nad e 40NNad), distribuídasem grupos etários de 7-10, 11-14 e 15-17 anos, formando 06subgrupos, respectivamente: Nad1 (n=13); Nad2 (n=12);Nad3 (n=09); NNad1 (n=12); NNad2 (n=14); NNad3(n=14). Para a obtenção dos valores de VO2pico foi utilizado osistema de análise de gases VO2000® e uma esteira rolanteInbrasport ATL®, adotando o protocolo de Bruce adaptado. Osresultados indicaram que houve um aumento do VO2pico abso-luto entre todos os grupos etários tanto para NNad quanto

para Nad, o que não foi observado nos valores de VO2pico relati-vo, sendo que as Nad sempre apresentaram valores superioresàs NNad. Tal fato sugere que esse comportamento seja resulta-do do desenvolvimento natural das avaliadas além do efeito dotreinamento de natação, e ainda, que o VO2pico relativo pode

ã i di d i li idã ó

ABSTRACTComparative analysis betwe mers in peak oxygen uptake

The main purpose of the presenvalues VO 2peak variation betwecompare VO 2peak values (absolmers (Sw) and non-swimmers  sample was composed by seven from 7 to 17 years (34Sw e 47-10; 11-14; and 15-17 yearscomposed entirely by female swSw3, n=09), and three groupn=12; NSw2, n=14; NSw3, were attained by the VO2000

 ATL® treadmill, using adaptean increment on absolute VO 2p sidering NSw and Sw groups. VO 2peak values. The Sw alwayswith NSw. These findings sugg

l d l f h bj 

INTRODUÇÃODe acordo com a literatura é mister o reconheci

Visto que nas provas de nataparticipação do metabolismo

Consumo de oxigên

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De acordo com a literatura, é mister o reconheci-mento de que o estímulo à prática das atividadesfísicas por parte de crianças e jovens é uma dasnecessidades básicas durante o período de cresci-mento. Entretanto, os programas dessa naturezapara esse grupo variam desde atividades recreacio-

nais dirigidas até programas intensivos de esportescompetitivos(1). Alguns autores têm mostrado que o número de com-petições infanto-juvenis vem aumentando significan-temente nas duas últimas décadas(1,2,3,4,5,6). Tal fatotem contribuído para a obtenção de recordes mun-diais, especialmente em natação, já aos 14 anos deidade. Sendo assim, com o prestígio atual associado

ao sucesso atlético no âmbito nacional e internacio-nal, um grande número de crianças cada vez mais jovens têm se engajado em programas de treinamen-to esportivo de extrema intensidade.Os efeitos desses programas na dinâmica do cresci-mento de crianças e jovens e o quanto as mesmasestão prontas para suportar o rigor desses intensosprogramas esportivos são questões complexas, já

que devem ser considerados múltiplos fatores comoo tipo de esporte, a natureza e a freqüência da com-petição, a idade na qual a atividade foi iniciada, onível de desenvolvimento da criança e a intensidadee duração do treinamento(7,8,9).É evidente o aumento do conhecimento das respos-tas metabólicas e funcionais ao exercício e ao espor-te em adultos normais e patológicos(10,11), mas exis-tem algumas lacunas relacionadas ao treinamentofísico em crianças e adolescentes(6,12,13,14).Existem evidências associando atletas de modalida-des esportivas normalmente de endurance e valores

participação do metabolismogante pensar porque esses atão elevados de VO2max, em routras modalidades esportivaeróbias.Investigações realizadas comnão atletas em estudos transuma tendência de aumento aoito e 13 anos de idade(25). Oram resultados conflitantes(2

borado em estudos longitudPortanto, não encontramos rliteratura sobre a evolução ddurante a infância e adolescêcrianças e jovens atletas envsistemática da modalidade evários anos.

OBJETIVOOs objetivos do presente estvariação do VO2pico entre os de meninas (efeito do cresci

variação dos valores de VO2pentre as nadadoras e não nasistemático) para os mesmoidade.

METODOLOGIA A amostra foi composta por voluntárias, do sexo feminin

período etário entre sete e 134 nadadoras (Nad) e 40 nãdistribuídas em três grupos:anos, com pelo menos três sO d d i 

Emilson Colantonio, Ronaldo V. Barros, Maria Augusta Kiss

Tabela 1. Valores médios e desvio padrão das medidas antropométricas Estatura (Massa Corporal (MC) em kg e Somatória de Dobras Cutâneas (SDC) em mm das Na

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estavam envolvidas com treinamento regular denatação por pelo menos um ano e faziam parte dasequipes de competição de suas agremiações (treina-das). As crianças com idades entre sete e 10 anosestavam envolvidas com a natação a pelo menos trêsanos e participavam de competições de nível regional

e estadual. As jovens com idades entre 11 e 14 anosestavam envolvidas com a natação a pelo menoscinco anos e participavam de competições de nívelregional, estadual e nacional. As jovens com idades

l d

ca, preenchimento de fzação de medidas antromassa corporal (MC) ecutâneas (SDC), eletro(ECG) e teste incremefoi obtida através da u

Sanny® (American MeMC uma balança digitaIndustriais, Brasil) e SDSanny® (American Me

l d

N E (cm) MC (kg)

Nad1 13 134,91 ± 7,83 31,76 ± 8,49

Nad2 12 157,88 ± 7,66 52,03 ± 6,98

Nad3 9 161,41 ± 6,92 55,58 ± 4,12

NNad1 12 130,82 ± 8,71 27,97 ± 6,39NNad2 14 151,51 ± 8,92 42,04 ± 11,22

NNad3 14 161,54 ± 3,50 59,91 ± 10,58

Tabela 2. Valores médios de carga externa das Nad por agrupamento de idade: tempo dvolume de treino na água (horas / km), número de sessões semanais e tipo de trein

Agrupamento Tempo mínimo Volume de treino Volume de treino Nº de sde idade de treino (anos) na água (min) na água (km) sem

7-10 anos 1 100 - 120 2 - 2,5

11-14 anos 2 120 - 150 4 - 5

15-17 anos 4 100 - 120 (m)* 240 (t)** 6 - 8

*manhã / **tarde

 

Consumo de oxigên

Tabela 3. Valores médios e desvio padrão de VO 2pico absoluto (L.min-1) e relativo (ml.kg-1.min

N VO b l t (L i 1) VO

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mentos: 1. aquecimento: velocidade inicial de 2,7

km/h e inclinação de 10% durante três minutos; 2.sobrecarga: incrementos de 1 km/h e 2% de inclina-ção a cada minuto até a exaustão. Os critérios deinterrupção do teste foram: aumento da pressão

l ól d f b d

análise paramétrica. Foi util

 ANOVA para medidas repet post hoc de Tukey, quando p<co utilizado foi o Statistical P(SPSS) for Windows, versão 1

N VO2pico absoluto (L.min-1) VO2pic

Nad1 13 1,18 ± 0,28

Nad2 12 2,21 ± 0,40

Nad3 9 2,42 ± 0,45

NNad1 12 0,94 ± 0,30

NNad2 14 1,38 ± 0,37

NNad3 14 1,83 ± 0,32

Tabela 4. Variação em percentual (%) dos valores médios de VO 2pico absoluto e relativo entre os dagrupamentos de idade para Nad e NNad e entre os diferentes grupos (Nad e NNad) para a mesm

VO2pico absoluto (%)

Nad3 x Nad1 51,23

Nad2 x Nad1 46,60

Nad3 x Nad2 8,67

NNad3 x NNad1 48,63

NNad2 x NNad1 31,88

NNad3 x NNad2 24,59

Nad1 x NNad1 25,53

Nad2 x NNad2 60,14

Nad3 x NNad3 32,24

 

grupos etários 7-10, 11-14 e 15-17 anos tanto paraNad quanto para NNad; além das relações encontra-

DISCUSSÃODiferenças estatísticas

Emilson Colantonio, Ronaldo V. Barros, Maria Augusta Kiss

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Nad quanto para NNad; além das relações encontradas dos valores médios de VO2pico absoluto (L.min-1)para os mesmos grupos etários entre Nad e NNad.

*Indica diferença significante (p<0,05).Figura 1. Relações entre os valores médios de VO2pico absoluto (L.min-1) de dife-

rentes grupos etários para Nad e NNad. Relações entre os valores médios deVO2pico absoluto (L.min-1) para os grupos etários entre Nad e NNad.

 A Figura 2 mostra os valores médios de VO2pico rela-tivo (ml.kg-1.min-1) e as relações encontradas entreos grupos etários 7-10, 11-14 e 15-17 anos tantopara Nad quanto para NNad; além das relaçõesencontradas dos valores médios de VO2pico absoluto(L.min-1) para os mesmos grupos etários entre Nade NNad.

çdas nos valores de VONad1 e Nad2, e Nad1 mento não foi encontr(p<0.05). Com relaçãovo (ml.kg-1.min-1), nãoestatísticas significanterios para as Nad.Diferenças estatísticas das nos valores de VOgrupos etários de NNaVO2pico relativo não forestatísticas entre todosOs resultados do preseaumento constante doabsoluto para todas asmente do grupo, isto émaiores valores desta vforam superiores àqueEntre as meninas esco11 aos 14 anos de idad0,07 l.m-1 e entre 11 a

idade a diferença foi dlado, entre as nadador11 aos 14 anos de idad0,12 l.m-1 e entre 11 a idade a diferença foi dPara as meninas, estudum aumento anual de com os maiores aumen

anos de idade(25)

. Outrindicaram uma manutedos 13 aos 15 anos emEm estudos longitudin

fi d (29) O 

explicação a respeito das diferenças entre gêneros(6).No que se refere aos valores de VO2pico relativo do

CONSIDERAÇÕES FINAISOs valores médios de VO2pic

Consumo de oxigên

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q 2pico

presente estudo, estes se mostraram inalterados dossete aos 10 anos de idade e 11 aos 14 anos para asNNad, seguido de um decréscimo não significativono período dos 11 aos 14 anos e 15 aos 17 anos deidade (-2,58 ± 0,55 ml.kg-1.min-1). Para os valoresde VO2pico relativo entre as Nad, houve uma tendên-cia de aumento dessa variável para todas as faixasetárias com um maior incremento sendo observadono período dos sete aos 10 anos e 11 aos 14 anos deidade (4,84 ± 0,72 ml.kg-1.min-1), em relação aoperíodo de 11 aos 14 anos e 15 aos 17 anos de idade(0,81 ± 0,35 ml.kg-1.min-1).Beunen et al.(32), verificaram que o VO2pico é ampla-mente explicado pela MC, mas o nível de atividadefísica e sua interação com o estado maturacionalcontribuem independentemente com o VO2pico,mesmo depois de a MC ser ajustada. Esses resulta-dos ratificam àqueles encontrados em estudos ante-riores que examinaram a influência das diferençascorporais, estado maturacional e a interpretação doVO2max ou VO2pico

(33,34,35,36,37) .

Os resultados do presente estudo limitam-se aosatletas de natação e escolares investigados conside-rando semelhanças antropométricas, composiçãocorporal e regime de treinamento. A motivação dasvoluntárias durante a realização dos testes não foicontrolada, apenas incentivada. A variabilidade dascondições ambientais foi considerada pequenadurante todo o período de testes já que houve con-

trole de temperatura e umidade relativa do ar noambiente de laboratório. Outro aspecto consideradocomo limitante foi o fato da não realização de avalia-ção da maturação biológica das voluntárias devido a

d difi ld d d

2pic

e jovens de diferentes faixassão equivalentes. O VO2pico rum bom indicador de aptidã jovens. Os valores de VO2pic

de sete a 17 anos de idade Ninfluência da idade e da MC

Os achados do presente estuamostra estudada o aumentoentre todos os grupos etárioresultado do desenvolvimenvoluntárias e provavelmentepelo efeito do treinamento s

 

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Resposta hemodinâmica aguda a uma sessãode exercício físico multicomponente em idosos

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de exercício físico multicomponente em idosos

 Joana Carvalho

Elisa Marques

 Jorge Mota

Centro de Investigação em ActivSaúde e Lazer (CIAFEL

 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto

 Portugal

RESUMOO presente estudo pretendeu analisar o efeito de uma sessãomulticomponente de exercício na resposta aguda da pressãoarterial e frequência cardíaca em idosos, bem como identificar asecção da aula que induz maior stress cardiovascular.Foram avaliados 27 idosos voluntários do sexo feminino (70,6±5,9 anos; 63,5 ±6,2 Kg; 155,5 ±6,4m) em sessões de treinomulticomponente que incluíram um período de aquecimento,exercícios aeróbios, de força, de coordenação, de equilíbrio eum período de relaxamento/ flexibilidade.

 A resposta aguda às diferentes componentes da sessão foi ava-liada, quer através da monitorização contínua da frequênciacardíaca mediante a utilização de um cardiofrequencímetro por-tátil, quer através da determinação dos valores da pressão arte-rial sistólica e diastólica, avaliados num esfignomanómetro

digital.Os resultados demonstraram que a intensidade do esforçodurante sessões multicomponente de exercício, é fisiologica-mente segura e equilibrada e suficientemente elevada parainduzir possíveis adaptações no sistema cardiovascular. Por

l d i l õ d ã i l d f

ABSTRACT Acute hemodynamic response durinexercise in older adults

The aim of the present study was to exmulticomponent session and to identify protocol that induces the major cardiohealthy elderly women (70,6±5,9 yeawere evaluated during a multicompona warm-up, aerobic, strength, balance cool-down with stretching exercises. Acute response was evaluated both byly (Polar Vantage NV) during the sessand diastolic blood pressure with an e Data showed that the intensity of the

training was physiologically safe, perfof effort that can induce possible adaptem. On the other hand, the major inc pressure, was observed during the aero participation of larger muscular mass.

l f h d h 

INTRODUÇÃOO aumento dos níveis de actividade física, entendida

f l difi d

com um risco mais eleres, como enfarte do md

Joana Carvalho, Elisa Marques, Jorge Mota

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não apenas no seu aspecto formal e codificado mastambém não-formal, tem sido descrito como deter-minante na diminuição dos efeitos deletérios asso-ciados ao envelhecimento em vários domínios comoo físico, o psicológico e o social(1). Vários estudostêm demonstrado que o treino multicomponente se

apresenta como um meio efectivo para melhorar aaptidão física e funcional(19, 23, 29) bem como a com-posição corporal em idosos(36, 37), contribuindo paraa redução de factores de risco das diferentes patolo-gias características da sociedade contemporânea. Adicionalmente, um programa de treino multicom-ponente, definido genericamente como uma combi-nação de exercícios de força, resistência aeróbia,coordenação, equilíbrio e flexibilidade, é recomenda-do pelas actuais directrizes de actividade física eexercício para adultos idosos(2, 10, 21).Se por um lado parecem ser um alvo privilegiadopara alguns agentes deletérios associados ao enve-lhecimento, a estrutura e funcionalidade do sistemacardiovascular têm evidenciado uma capacidadeadaptativa considerável em resposta ao treino(9, 15)

expressa, por exemplo, na diminuição significativada pressão arterial (PA). Os estudos sobre a respostahemodinâmica aguda ao exercício têm-se centradono efeito de testes clínicos de exercício e de protoco-los específicos de treino(16, 20, 22, 24), sendo escassa aanálise do efeito de sessões generalizadas de exercí-cio físico (treino multicomponente) nestas variáveis.

 Assim e apesar dos benefícios do treino multicom-ponente nos parâmetros funcionais estarem bemdocumentados(21, 36, 37) e da sua ampla aplicação eexequibilidade, quer em centros de acolhimento paraid i i i li d

de um aneurisma(13, 34)

idosos que se iniciam nactividade física são sepoderão ter associadaspor diagnosticar clinicaespeciais, este hipotétic

ção exercício, nomeadadiovascular encontra-sea maior ou menor inten Apesar de os protocolomoderada, de que são componente, serem unseguros para populaçõexactamente qual a reltiva de diferentes estímcícios dinâmicos de resdireccionados para o alar, exercícios de coordlidade) e a resposta caEfectivamente, o aumemotoras recrutadas assca do efeito cumulativpoderá contribuir deciresposta cardiovasculaarterial(14). Assim, o objectivo desde uma sessão multicoposta aguda da PA e Ftificar a secção da aula

diovascular.MATERIAL E MÉTODOSAmostraA f i i 

informados de todas as possíveis implicações do pro-tocolo experimental, após o que deram o seu con-

i i i i d

um esfignomanómetro de msentado. Foi utilizado o protE S i f H

Aula multicomponente e r

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sentimento escrito para participarem no estudo.Desta informação fez parte a descrição dos objecti-vos e finalidade do estudo e o esclarecimento sobre acontribuição voluntária dessa participação. Foi igual-mente garantida a confidencialidade dos dados pes-soais e respectivo anonimato de todos os indivíduos

que aceitaram participar neste estudo. Todos os métodos e procedimentos foram aprovadospelo Comité Cientifico da Faculdade de Desporto daUniversidade do Porto. A presença de eventuais patologias crónicas e o usode medicamentos foram determinados através deinformação pessoal, assim como, por parte do res-pectivo médico assistente sendo que estes perten-ciam a grupos farmacológicos considerados comonão-influenciadores nos parâmetros avaliados. Todosos sujeitos eram aparentemente saudáveis, assinto-máticos e não fumadores. Foi ainda efectuado umexame electrocardiográfico de repouso (SHILLER,SH-6340 DAAR), posteriormente interpretado porum cardiologista. Todos os electrocardiogramasforam considerados normais.

Instrumentos e procedimentos de avaliaçãoO momento de avaliação situou-se, dentro do perío-do de treino multicomponente de 8 meses, no quar-to mês, reflectindo desta forma as características dasessão de intensidade moderada, e não uma fase deintensidade ligeira característica dos primeiros

meses (adaptação e progressão). Os sujeitos foraminstruídos para não beberem café, chá ou álcool, nãorealizarem exercício formal e não ingerirem qualqueralimento pelo menos durante as 2 horas do iníciod li õ

European Society of Hypertefinais da PAS e PAD foram cmédia de 3 leituras realizadamos de 30 segundos entre u A pressão arterial sistólica (foram determinadas em dife

através de um esfignomanómde sentado (Dinamap, DP 88média de 3 leituras. Os valodo treino, logo após o aquecresistência aeróbia, após trablar, após exercícios de coordapós exercícios de relaxamenFoi ainda calculado o valor d(PAM) através da fórmula [PPAD)].

Avaliação da frequência cardía A FC foi continuamente avadiofrequencímetro portátil SVantage NV (Polar CIC, PorForam recolhidos os registosegundos, tendo sido calculação dos intervalos de frequênos diferentes períodos da amédia para o total da amost

Protocolo de Treino Todos os sujeitos da amostr

um programa de treino multnal supervisionado por um p As sessões decorreram ao ine foram constituídas por:i) í d d i 

Joana Carvalho, Elisa Marques, Jorge Mota

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direccionado para aumentar a resistência musculardo músculos extensores e flexores do joelho, torno-zelo e anca, da musculatura do tronco, da zonaabdominal e dos membros. O trabalho de reforçomuscular caracterizou-se pelo levantamento ou des-locamento de diferentes tipos de resistências, comocaneleiras, pesos livres, bolas suíças, bandas elásti-cas ou simplesmente o peso do corpo, sendo a inten-sidade considerada entre 12 e 15 da escala subjectivade esforço(7). Relativamente ao volume de treino, aduração da sessão rondou os 10 minutos, onde serealizaram 2x15 repetições por grupo muscular(exercícios poliarticulares e monoarticulares), comintervalos de repouso de aproximadamente 30

segundos;iv) exercícios de coordenação através de movimentosonde estão implicados a velocidade de reacção e aexactidão das acção motoras e exercícios de equilí-b i á i di â i d l id d i

Procedimentos estatístic A descrição das variávepartir das medidas dese dos valores mínimosuma análise exploratórde averiguar a normalipondente a cada uma d

como a presença de “oças de PA [PAS, PAD e(PAM)] entre as diversfoi efectuado a partir dtidas. Ainda estimamosignificativas em termoda Magnitude do EfeitME= (M1-M2) / M2Desv

calculado de acordo coM1 /M1) x100. O nível foi de p< 0,05. Uma minferior é reduzida, apr

Figura 1. Evolução da FC do sujeito “X” durante uma sessão de exercício multicom

 

Aula multicomponente e r

Quadro 1. Valores médios, amplitude e distribui ção dos valores da FC em diferentes momentos da sessão multicompon

MOMENTO DA SESSÃO FC (bpm) Máximo (bpm)

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Figura 2. Distribuição dos valores da FC durante a sessão de exercício, por intervalos de intensidade entre os 60 (bpm) e acima dos 130 (bpm).

De acordo com a análise da Figura 2, a percentagemmais elevada correspondeu ao intervalo de 90bpm a100 bpm, ou seja, em termos médios, este foi ointervalo de intensidade da FC (bpm) mais frequen-te, equivalendo a 34,4% (±21,2) do tempo total deexercitação. Observa-se que nos intervalos de inten-sidade superiores (100 110 até +130 bpm) a fre

ainda nesta parte da sessão valores máximos e mínimos60,2 bpm, respectivamente)de relaxamento/flexibilidadnuiu comparativamente a toriores da sessão.Na tentativa de melhor conhexercícios propostos durantemulticomponente foi estimade Tanaka, Monahan e Seals[FCmáx.T = 208 – 0,7x idad

percentual para cada um dos[%FCmáx. = FC média/ FCde exercício. A Figura 3 moscentual da amostra segundodade do esforço, baseados nmáxima, descritos pelo ACS

Aquecimento 91,7 ±11,2 114,7

Resistência aeróbia 94,9 ±13,1 119,9

Força 90,6 ±11,3 107,6

Coordenação/equilíbrio 90,9 ±12,3 114,1

Relaxamento/flexibilidade 89,9 ±12,5 119,3

 

Joana Carvalho, Elisa Marques, Jorge Mota

Quadro 2. Valores médios (desvio-padrão) e amplitude da PAS (mmHg), PAD (mmHg) e PAM (mmHg) sessão de exercício multicomponente, assim como o delta de variação (D%) entre o repouso e os difere

RP AQ Δ% ρ RA Δ% ρ F Δ% ρ C/E

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Podemos verificar que a intensidade do esforço, emtermos médios, da maioria dos sujeitos (74,1%)situou-se entre moderada e elevada e para 26% dossujeitos a intensidade foi ligeira. Estes resultadosconfirmam a adequada prescrição, em termos deintensidade, da aula multicomponente em estudo.

Pressão arterialOs valores médios e amplitude da PAS, PAD e PAM

nos vários momentos de avaliação do protocoloexperimental encontram-se representados noQuadro 2.Observa-se que após o aquecimento os valores daPAS l i i i

variação (Δ%) para os

ções muito reduzidas, Como se pode observarenças estatisticamentos valores médios da Pmédios da PAS após o res da PAS em repousotreino de resistência aediferenças significativa

PAD de repouso e os vtodas as partes da aulasignificativamente ao l Adicionalmente estima

RP AQ Δ% ρ RA Δ% ρ F Δ% ρ C/E

PAS (mmHg) 131,8 139,0 5,5 0,02 141,3 7,2 0,01 134,1 1,7 0,48 135,1

±15,7 ±14,2 ±15,3 ±17,6 ±14,0

Máximo 159 160 168 167 165

Mínimo 99 115 116 103 100

PAD (mmHg) 68,9 70,8 2,7 0,26 68,1 -1,2 0,73 68,2 -1,0 0,70 68,9

±9,6 ±9,1 ±9,2 ±8,0 ±9,0

Máximo 80 83 82 80 81

Mínimo 48 52 54 54 50

PAM (mmHg) 89,8 93,5 4,1 0,05 92,4 2,9 0,29 90,1 0,3 0,87 91,0

±10,4 ±10,3 ±9,9 ±9,9 ±9,9

Máximo 106 109 107 102 107

Mínimo 70 73 76 70 67

RP= Repouso; AQ= Aquecimento; RA= Resistência Aeróbia; F= Força; C/E= Coordenação/Equilíbrio; R/F

 

 As alterações da PAS induzidas pelos exercícios deaquecimento e exercícios dinâmicos aeróbios apre-sentam uma magnitude moderada, enquanto que os

dos valores da FC durante aFigura 2) percebemos que o100 bpm foi o mais frequent

Aula multicomponente e r

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g , q qrestantes estímulos (exercícios de força, coordena-ção/equilíbrio e relaxamento/flexibilidade) induzi-ram alterações de magnitude reduzida. No que serefere à PAD, as alterações foram ainda menores,variando entre 0,00 e 0,21, o que representa um

efeito de magnitude reduzida.

DISCUSSÃOOs resultados deste estudo mostram que a intensi-dade do esforço, avaliado através das variáveis hemo-dinâmicas FC e PA durante uma sessão multicompo-nente, é fisiologicamente segura e equilibrada e sufi-cientemente elevada para induzir possíveis adapta-

ções no sistema cardiovascular. Por outro lado, asmaiores elevações da FC e PA foram registadasdurante o trabalho aeróbio que envolveu a participa-ção de grandes grupos musculares e a utilizaçãosimultânea dos membros superiores e inferiores. A monitorização da FC como indicador da intensida-de do exercício é um procedimento estandardizadocomum na literatura(18), apresentando o cardiofre-quencímetro um comportamento fiável na expressãoda variação da FC dum determinado período detempo, possibilitando o conhecimento continuado daintensidade e duração do exercício avaliado. Apesar da variação biológica e fisiológica humana, aintensidade do esforço é geralmente prescrita emfunção da percentagem de FC máxima a atingir.Considerando as recomendações estabelecidas pelo ACSM(2) para se atingirem alguns efeitos importan-tes na capacidade cardiorespiratória na populaçãoidosa, é necessário que a actividade se realize entre

55% 65% 90% d FC á i N i

p qintensidade suficientementeàs exigências anteriores. Nonovamente à distribuição dointervalos de intensidade, veuma percentagem relativame

tos abaixo do limiar recomeou 87,2 bpm), isto é, em méexercitação foi realizado a um80bpm e 12,8% entre os 60bresultados parecem justificativo principal destas sessõesglobal de todas as componendeterminantes para a funcio

não apenas a melhoria da apsublinhar que estas sessões seguras dado que nenhum dos 146 bpm, eliminando umsobrecarga cardiovascular e ntes ultrapassou os 90% da Fderado limite no treino com Adicionalmente, a nossa invem nenhum momento da auforam considerados de riscoencontrado para a PAS de 16de 85 mmHg durante a execbios, não se verificando, ao lvariações importantes da PAlógico. No entanto, o aumendo após o aquecimento e apótência aeróbia, comparativambasal, foi estatisticamente sicálculo da magnitude do efel õ f 

ao longo da aula não revelaram grandes oscilações,confirmando que a intensidade do esforço foi ade-quada às exigências referenciadas pelo ACSM(1).

prio corpo), o númerosolicitados simultaneampausa entre as séries p

Joana Carvalho, Elisa Marques, Jorge Mota

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q g pRespostas mais exuberantes, não observadas no pre-sente estudo, quer da FC, quer da PA ao exercíciofísico, podem, juntamente com as patologias cardio-vasculares características deste escalão etário,aumentar significativamente o “stress” cardiovascu-

lar e, consequentemente, aumentar o factor de riscoassociado à exercitação(26, 30). A utilização simultâneados membros superiores e inferiores durante osperíodos do aquecimento e da resistência aeróbiapoderão justificar os maiores valores de FC e PA,uma vez que a sobrecarga fisiológica é maior noexercício realizado com as extremidades superioresem comparação com aquele empreendido pelas

extremidades inferiores(35).Por outro lado, e tal como observado no presenteestudo, a PAD, um parâmetro determinado princi-palmente pelo débito cardíaco e pela resistência vas-cular periférica, não varia significativamente duranteo exercício ao contrário do aumento mais evidenteda PAS. De facto, durante o exercício a resistênciavascular periférica decresce à medida que o exercíciose torna mais intenso, no sentido de permitir maiorfluxo sanguíneo para os músculos activos. A maioria das investigações em protocolos de treinode força descreve que a PAS e a PAM aumentam pro-gressivamente ao longo das séries e das repetições(14,

31). Fundamentalmente, este aumento da PA poderáestar relacionado, com o aumento do esforço causa-do pela fadiga, com o recrutamento de músculosacessórios, com a realização de uma parcial ou totalmanobra de Valsalva e com a hipoxia ao nível dosmúsculos activos e/ou com a menor irrigação san-

í (14) O d FC é d l

p pposta fisiológica ao esftados revelaram que osseguros, dado que nãonem os valores da FC nmostra em concordânc38) que, do ponto de vicios de força são bem tdo fazer parte integran As alterações da PA codenação/equilíbrio e reforam pequenas, comomagnitude do efeito, dções induzidas pelo ex

muito reduzido. A man(~134 mmHg), desde relaxamento, poderá dmenos constante do estação (diminuição das  Assim, nesse ponto, o sido suficiente para atelicas do exercício.Os resultados da FC mpercentagem da FC mápermitiram-nos observconseguiram alcançar aindução de alterações fé, não atingiram os 55%importante relevar o fapor nós idealizado nãovimento específico da direccionado para a saúidoso. Neste sentido, é

id d lid 

sidade do treino seja um factor determinante para aselevadas alterações verificadas no VO2max, asmelhorias na capacidade submáxima, que é aquela

CORRESPONDÊNCIA Joana Carvalho

FADEUP

Aula multicomponente e r

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mais solicitada no dia-a-dia do idoso, não são tãodependentes da intensidade. Por outro lado, aulas deintensidade elevada estão associadas a maior risco deocorrência de acidentes cardiovasculares(13, 34), lesãoortopédica(28) e a uma menor aderência ao treino,

comparativamente a aulas de baixa-moderada inten-sidade(11). Neste sentido, os programas que enfati-zem o treino de intensidade baixa a moderada commaior duração, são aqueles recomendados para amaioria dos idosos(1, 27). Estes aspectos tornam-seainda mais relevantes quando ao factor idade, seassociam factores como o sedentarismo e alguns fac-tores de risco de doença cardiovascular característi-

cos comuns neste escalão etário.

CONCLUSÃO Assim, de uma forma geral, os resultados do presen-te estudo estão em concordância com a literatura,confirmando que, desde que acompanhado por técni-cas apropriadas e seguindo as recomendações esta-belecidas na literatura(1, 2, 3, 5), os programas de trei-no multicomponente de intensidade moderadapodem ser efectuados com elevada tolerância poridosos saudáveis, sendo considerados seguros noque se refere aos riscos de acidente cardiovascularpor intensidade excessiva. Durante a sessão de mul-ticomponente, o trabalho aeróbio foi aquele queinduziu maiores elevações, quer da FC, quer da PA,estando provavelmente relacionada com a maiormassa muscular activa. Todavia, os resultados do presente estudo deverãoser confirmados por outras investigações que envol-

i l l ã d id d i

R. Plácido Costa, 914200-450 Porto, Portugal  Telefone: 351-22-5074785Fax: 351-22-5500689E-mail: [email protected]

 

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Aula multicomponente e r

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Estudo das implicações do espaço ofensivo nascaracterísticas do ataque no Voleibol masculino

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 José Miguel de CastroIsabel Mesquita

 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto

 Portugal

RESUMOO objectivo do presente estudo consiste na aplicação de ummodelo zonal de ataque de primeira linha bem como da suaassociação com variáveis especificadoras do ataque: o tempo deataque, o efeito do ataque, o tipo de ataque e a oposição situa-

cional do bloco. Foram analisados 12 jogos de selecções nacio-nais, com recurso à digitalização de imagens, num total de 518acções. Recorreu-se ao teste de qui-quadrado, complementadopor uma análise de correspondências simples (ANACOR), parase analisar a relação entre as variáveis. A fiabilidade pela per-centagem de acordos, complementada pelo  Kappa de Cohen,mostrou que os dados são fiáveis enquanto ferramenta científi-ca. A aplicação de um modelo zonal, que especifica funcional-mente as zonas de ataque de primeira linha, evidenciou a ten-dência das equipas em alargar o espaço de intervenção do ata-

que, pelo uso preferencial das zonas mais lateralizadas (4a e 2)e pela exploração de zonas intermédias (4b, 3b, 3c), no sentidode destabilizar a actuação do bloco através da criação de supe-rioridade espacial no ataque. O presente estudo reforçou a ten-dência da utilização privilegiada do tempo 2 de ataque no jogod l í l fi d i d l id d

ABSTRACT Implications of offensive spacharacteristics

The aim of the present study c

model of the first line, and in ifying variables of the attack stype of attack and situational  games from national teams, ustotal of 518 actions. An infere possible relationships between  simple correspondence (  ANACthe agreements accomplished foobservations are reliable to be of a zone attack model, which

of the first line, demonstrated the intervention space of the amore lateral zones (4a and 2),mediate zones (4b, 3b, 3c) so through the creation of space a

d h d f h 

INTRODUÇÃONo contexto do jogo de Voleibol é inegável o papelque o ataque sempre assumiu no desenrolar do jogo,demonstrando se determinante no sucesso competi

com o distribuidor. Contudodas equipas tem evoluído cohouveram em que a distribuzona restrita limitando o es

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demonstrando-se determinante no sucesso competi-tivo das equipas(39, 55). Diferentes estudos realizados,quer antes da alteração do regulamento pela FIVBem 1999(10, 15, 16, 17, 23, 35) quer depois(6, 13, 20, 25, 34, 42,

46), comprovam a importância do ataque no rendi-

mento das equipas, ao mostrarem que constitui aacção mais correlacionada com a vitória. Palao,Santos e Ureña(42), num estudo realizado com 33 jogos das equipas masculinas presentes nos JogosOlímpicos de Sydney, constataram que as equipasmelhor classificadas se distinguiram das restantes,fundamentalmente, pelo rendimento mais elevado aonível do ataque. Marcelino(34), numa amostra que

integrou 70.419 acções referentes a todos os jogosda Liga Mundial de 2005, verificou que o ataque foio procedimento de jogo que mais poder discrimina-tório exerceu no resultado do set. As acções ofensivas podem ocorrer em diferentesmomentos do jogo, sendo que no Voleibol as condi-ções de organização das acções distinguem-se emfunção das particularidades dos diferentes comple-

xos de jogo(37). Sem excluir a importância da análisedo jogo ao nível do Complexo II (equipa tem aposse do serviço), constata-se que a ocorrência doataque é significativamente mais elevada noComplexo I (equipa não tem a posse do serviço)(42),pronunciando-se esta tendência com a alteração doregulamento em 1999. Para, além disso, os estudoscomprovam que no Complexo I os atacantes alcan-çam mais sucesso(1, 43) e jogam mais rápido do queno Complexo II(1). O incremento na utilização doserviço em suspensão(2, 32), apesar do risco de errar

(60) i d l di â i d

zona restrita, limitando o esmente assiste-se ao recurso ção ofensiva mais vastos o qgera maior amplitude nas mfacto, os estudos mais actua

utilização da rede, no ataquesão, com uma incidência elemos(1, 7, 46, 47). Todavia, nestelinha de ataque foi dividida erência ao espaço formal consde jogo, não espelhando a fuConsequentemente, as dinâmofensivos, particularmente o

ataque, são subjugadas a umregularmente, desconsideranofensiva do jogo de elite da aCom base neste referencial tpertinente analisar o espaçopectiva funcional, no sentidorelação com algumas das vardesta acção (tempo de ataqu

tipo de ataque e efeito do at

MATERIAL E MÉTODOSAmostraForam analisadas 518 acçõeao Complexo I. A amostra fodisputados por quatro selecçBrasil, Japão e Venezuela) pr2005 e seis (Portugal, CroácRússia e Sérvia e MontenegrFinal do Campeonato da Eud f i d 

de construção e de conteúdo. Inicialmente realizou-se uma revisão da literatura com o propósito deidentificar diferentes modelos zonais de ataque(4, 5,

26 33 41 51 53 57) As categorias que mais se ajustam

Tempo 0: o atacante chedo toque do distribuidTempo 1: o atacante chesimultaneamente ou l

José Miguel de Castro, Isabel Mesquita

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26, 33, 41, 51, 53, 57). As categorias que mais se ajustamao nosso problema foram encontradas no modeloproposto por Baudin(4), o qual integra 7 zonas.Posteriormente, para se proceder à validação de con-teúdo, recorreu-se à aplicação de um estudo prelimi-

nar com o propósito de aferir a ajustabilidade dascategorias consideradas no modelo de Baudin(4), àecologia do jogo das equipas em estudo. O estudomostrou a necessidade de se restringir o modelo a 6zonas, decorrente do facto de se constatar que nomodelo de Baudin(4), a zona 3a (categorização dopresente estudo) dividida em duas, apresentava fre-quências substancialmente baixas o que justificava asua junção. Assim, o modelo zonal aplicado (6zonas, no espaço junto à rede com 9 metros de lar-gura por 3 de comprimento) comporta as seguinteszonas (Figura 1): Zona 4a e 2 – 1,4 metros; Zona 4b– 2 metros; Zona 3c – 1,3 metros; Zona 3b – 1metro; Zona 3a – 1,9 metros.

simultaneamente, ou lbuidor.Tempo 2: o atacante iniimediatamente antes obuidor.

Tempo 3: o atacante inino momento em que oalto da sua trajectória

 Efeito do AtaqueCom o propósito de seconsiderou-se 4 categoefeito Continuidade as p

ofensiva induzidas ao aconsiderado:

 Ponto (P): quando o ataqualquer circunstânciapara o solo do campo aadversário com eficáciaContinuidade que permiteequipa adversária defe

(mais do que uma opçContinuidade que não perequipa adversária defeorganizar o contra-ataqé devolvida pelo bloco te na posse da equipa ;

 Erro (E): quando a equcircunstância, resultanadversária.

Tipo de AtaqueA é d li 

 Ataque forte e Ataque colocado; (2) Ataque com toque nobloco (CTB): Block-out (quando o atacante joga paraas extremidades da mão do blocador) e Costura (con-siste em atacar a bola para o espaço entre as mãos

Fiabilidade da observaçãoNa perspectiva de verificar a vações verificamos a percentobservador (as duas observa

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siste em atacar a bola para o espaço entre as mãosdos blocadores, o que pressupõe a existência de,pelo menos, dois blocadores).

Oposição situacional do bloco

Nesta variável foi considerado o número de blocado-res intervenientes na acção de bloco, podendo existirteoricamente entre nenhum a três blocadores.Considerou-se duas possibilidades para a situaçãoem que não existe bloco: 0Dist – (Quando os bloca-dores não efectivam o bloco, em virtude do distribui-dor colocar o atacante em condições excelentes definalização, não permitindo aos blocadores chegar a

tempo de o efectivar); 0Opção (Quando os blocado-res não blocam pelas condições de ataque serem pre-cárias, indicando reduzida ofensividade).

Procedimentos de recolha dos dados A recolha dos dados foi realizada em diferido, atra-vés do vídeo com recurso à digitalização de imagem.Para cada uma dos jogos construiu-se um modelo

topográfico através do programa Pinacle Studio Plusversão 9.3, de modo a analisar com objectividade eprecisão as distintas zonas de ataque. Foi mantidaem todos os jogos a perspectiva de topo, ou seja, avisualização do campo longitudinalmente, tendo-seanalisado a equipa que se encontrava do lado dacâmara, no sentido de se obter maior objectividade eprecisão na recolha dos dados.

Procedimentos estatísticosRecorreu-se à estatística descritiva habitual para seb f ê i i P

(intervalo superior a 15 dias) Foram observadas 143 acçõetra), valor acima do valor míestipulado pela literatura (54

mostraram percentagens de tes mínimos apontados, ou smínimo encontrado foi de 95ataque (fiabilidade inter-obsemo de 100% na variável efeivador) e nas variáveis zona dcional do bloco (intra-observadNo sentido de excluir a poss

acordos devido ao acaso, apl Kappa de Cohen. Os valores reentre 0,97 e 1 na fiabilidade 0,92 e 1 na fiabilidade inter-mente acima dos valores de elevados pela literatura, (0,7dos, em ambos os procedimeveis para serem utilizados co

RESULTADOSAssociação entre a zona de ataO tempo de ataque mais utiliz(54,1%), seguido do tempo tempo 0 apresentar uma percirrisória (2,1%), foi notória dade das equipas em jogar r

tempo foi utilizado apenas em(10,4%). Contudo, ao analisSousa et al.(53), num estudo (Brasil, Cuba e Itália) em qu

 

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Quadro 1. Frequência relativa do tempo de ataque por zona de ataque

Zona de Ata

4a 4b 3c

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trando o ascendente da zona 4 (39,2% do total de

ataques consumados) na organização ofensiva daequipa. Todavia, a supremacia de utilização do espa-ço lateral esquerdo da rede é mais evidente no pre-sente estudo, porquanto a dimensão da zona 4a émenor (1,4m) do que a dimensão da zona considera-da no estudo de Papadimitriou et al.(46) (3 metros,espaço formal imposto pelo regulamento de jogo).Estas divergências encontram justificação no facto

do presente estudo ser realizado em selecções nacio-nais, de elevado nível de rendimento competitivo,sugerindo que a exploração do espaço ofensivo exte-rior da zona 4 permite aos atacantes ganhar vanta-gem sobre o bloco adversário; não só, por exigir aobloco um deslocamento maior, como também porser a zona onde usualmente se encontra o blocadormais débil (o distribuidor).

 A apreciação da análise inferencial permitiu verificara existência de uma associação significativa ente ostempos de ataque e as zonas de ataque (χ2=429,180;p 0 000) com uma relação moderada entre as

constataram-se 13 oco

tempo na zona 4a, da reva da selecção do Bras jogar cada vez mais rápmente, um indicador dro. Tal significa que o complexo, devido à sucução, mostra ser exteVoleibol de alto rendim

ofensivo vasto. Estas zofensiva, especialmentqualidade(46), na mediddo blocador central, co(oposto e ponta) libertfacilitada (bloco indiviContrariamente o temlongínquo era consider

muito aplicado nas zontra ser no Voleibol mautilizado do que seria do espaço ofensi o de

0 % tempo ataque ,0% ,0% 66,7%

% zona de ataque ,0% ,0% 8,8%

1 % tempo ataque 6,8% 22,1% 39,5%

% zona de ataque 5,4% 77,8% 82,4%

2 % tempo ataque 60,7% 1,6% 2,3%

% zona de ataque 77,6% 9,3% 7,7%

3 % tempo ataque 69,5% 11,9% 1,7%

% zona de ataque 17,0% 13,0% 1,1%

    T   e   m   p   o    d   e    A    t   a   q   u   e

 

rápido, não apenas pelo centro da rede mas igual-mente pelas alas, diminuindo drasticamente a utili-zação do tempo 3 de ataque(1, 7, 8, 14, 31, 36, 50, 61, 62). Actualmente, o tempo 3 mostra estar a entrar em

centrais da rede e também ninterna, sinal da efectivação vez mais amplo ao nível esp0 apenas mostra alguma pro

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pdesuso sendo apenas utilizado com maior expressãona zona 4a, por ser a zona onde em situações ofensi-vas de recurso é possível incrementar maior ofensivi-dade ao ataque(38). Como referem Katsikadelli(31) e

Bellendier(6), a zona 4 é tida como a principal zonade segurança, devido a ser a mais afastada da zonade distribuição no ataque de 1ª linha, ficando a zona2 como opção para ataque combinado.O diagrama (Figura 2) mostra, ao nível espacial arelação entre o tempo de ataque e as zonas de ataque.

Figura 2. Diagrama de análise de correspondências (ANACOR)

p g p3c, reiterando a associação vQui-quadrado; por ter frequmente apresenta uma certa dpróximo das zonas 2 e 4a, m

ção do ataque mais rápido pregularidade do jogo de elevcompetitivo.

Associação entre a zona de atae a oposição situacional do bloO tipo de oposição situacionalte foi o bloco duplo (60,6%).

renciam que a prevalência d justificada, por um lado, peltáctico-técnica dos blocadorbilidade do distribuidor em desequilíbrios temporais e esário. Destaca-se ainda uma de situações de bloco individuser uma regularidade no jog47). No presente estudo o blosuir ocorrências superiores àto que noutros estudos anteuma prevalência do bloco tripindividual. A análise inferencial mostrotiva entre a zona de ataque e abloco (χ2=83,271; p=0,000) Cramer=0,189). Nas zonas dvolve um jogo mais rápido (de blocadores que efectivam

l â i d l 

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Quadro 2. Frequência relativa do número de blocadores por zona de ataqu

Zona de Ata

4a 4b 3c

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Do mesmo modo, César e Mesquita(11) num estudoaplicado no Voleibol feminino com selecções nacio-nais, verificaram que o ataque pela zona 2 regula-mentar, tinha como oposição predominante o blocoduplo.Curiosamente o bloco triplo foi menos utilizado na

zona 2 do que seria de esperar, apesar de ser umazona lateral do campo, onde se desenvolve priorita-riamente o ataque de 2º tempo. Tal pode dever-se aofacto de ser uma zona onde se realiza jogo combina-do, com solicitação do oposto e do central, retirandoao bloco a possibilidade de organizar o triplo. Paraalém disso, como a zona 4a é a mais utilizada, obloco nunca a pode descurar, gerindo o risco, e pre-ferindo hipotecar o blocador directo, que raramentetem tempo para formar o triplo, na oposição ao ata-que de zona 2.

d ( ) l l l

O0pção % nº blocadores 17,6% 11,8% 23,5%

% zona de ataque 1,2% 3,6% 4,3%

1 % nº blocadores 26,9% 11,5% 25,0%

% zona de ataque 17,4% 32,7% 41,5%

2 % nº blocadores 46,3% 6,5% 13,4%

% zona de ataque 67,6% 41,8% 50,0%

3 % nº blocadores 62,2% 15,6% 8,9%

% zona de ataque 11,6% 12,7% 4,3%

0dist % nº blocadores 45,5% 45,5% ,0%

% zona de ataque 2,1% 9,1% ,0%

    N    ú   m   e   r   o    d   e    B    l   o   c

   a    d   o   r   e   s

 

E

Quadro 3. Frequência relativa do efeito do ataque por zona de ataque

Zona d

4a 4b 3c 3b

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por certo a ideal. Todavia, seria interessante em futu-ros estudos analisar as condições em que se efectivao bloco duplo, na medida em que um bloco compactotraz por certo maiores dificuldades ao atacante queum bloco quebrado (espaços entre os dois blocado-res, etc.).O bloco triplo apenas se encontra relativamente próxi-mo da zona 4a e a maior distância da zona 4b, o que

significa que apenas é efectivado regularmente nazona mais afastada da zona de distribuição. A ausên-cia de bloco perante ataques não ofensivos,(0opção), ocupa uma posição periférica no diagrama,o que demonstra a irrelevância desta situação oposi-cional ao ataque. Por sua vez, a situação de 0 blocado-res, por mérito do distribuidor, apresenta algumaproximidade das zonas 3b e 3a, exactamente naszonas onde decorre o jogo mais veloz.

Associação entre a zona de ataque e o efeito do ataqueO f i d l i

(χ2=17,733; p=0,101), tendção (V de Cramer=0,107). Ninteressante verificar que a sde continuidade que permiteo ataque (C1) é o mais frequrespectivamente) (Quadro 3estudo realizado por Sousa apresentou os valores mais e

De notar que entre o efeito puma relação de dependênciares dos resíduos ajustados [se pontua mais do que seriaespecificação das 3 zonas cemodelo zonal aplicado, permmacia desta zona em relaçãotização do ponto. Tal sugerecom o atacante central afastcretizado usualmente na zonVoleibol actual uma estratégd bili bl l f

Erro % efeito ataque 46,7% 9,5% 9,5% 6,7%

% zona ataque 20,3% 18,2% 10,6% 13,2%

C1 % efeito ataque 44,4% 10,0% 15,6% 11,1%

% zona ataque 16,6% 16,4% 14,9% 18,9%

C2 % efeito ataque 36,3% 16,3% 11,3% 7,5%

% zona ataque 12,0% 23,6% 9,6% 11,3%

Ponto % efeito ataque 40,2% 7,5% 19,9% 9,8%

% zona ataque 51,0% 41,8% 64,9% 56,6%

    E    f   e    i    t   o    d   o

    A    t   a   q   u   e

 

 A zona 2, tendo sido a segunda zona de ataque maissolicitada, apresenta valores substancialmente eleva-dos quer do efeito ponto (49,6%) quer do erro(21,7%). Tal significa que nesta zona, e particular-

Associação entre zona dO ataque forte foi, clara(67%). O ataque colocadcialmente inferiores (1

José Miguel de Castro, Isabel Mesquita

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mente no ataque realizado pelo oposto, as equipasassumem o risco de falhar, porquanto a inoperânciado ataque, traduzida no efeito de continuidade, resul-ta em clara vantagem ofensiva para o adversário.

O diagrama (Figura 4) ilustra espacialmente a rela-ção entre as zonas de ataque e o efeito do ataque.

Figura 4. Diagrama de análise de correspondências (ANACOR)entre o efeito do ataque e a zona de ataque.

De uma forma geral verifica-se que não existe proxi-midade espacial inequívoca entre nenhuma zona det f it d t d l ã

provoca block-out (10,5direccionado para o esdores, costura, (9,6%). A aplicação da estatíst

tar a existência de umaa zona de ataque e o tipop=0,009), embora de nCramer=0,132). Ocorreo ataque que provocoualiás, por esta zona quocorreu (54,1%) (Quaque o indicador de excatacante consiste na caout. De facto, quando omal formado, uma daspelo atacante é a explolização estratégica das tante do aproveitamenbloco.

O facto da zona 4b aprdo ataque colocado supdever-se à solicitação dqualquer dificuldade dpotente induz os atacabola, como solução de tarem alguma precarieadversário, dirigem est

espaços vulneráveis. Seestudos analisar a relalizado em função das zespecificadoras dos cen 

E

Quadro 4. Frequência relativa do tipo de ataque por zona de ataque

Zona de Ataque

4a 4b 3c 3b

STB Forte % tipo de ataque 39 6% 8 5% 18 3% 10 3%

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CONCLUSÕESO presente estudo reforçou aprivilegiada do tempo 2 de atelevado nível de rendimentodo o incremento da velocidavas das equipas e o ascendenao evidenciar o ponto como obloco duplo continua a ser a

mais ocorre mostrando, que  jogo ser cada vez maior, esteestudo do espaço ofensivo comodelo zonal, que especificazonas de intervenção no ataqevidenciou a tendência das eespaço de intervenção do atacial das zonas mais lateraliza

pela exploração de zonas intsentido de destabilizarem a avés da criação de superioridaD i d f d

STB Forte % tipo de ataque 39,6% 8,5% 18,3% 10,3%

% zonas ataque 63,9% 60,0% 75,5% 75,5%

Colocado % tipo de ataque 33,3% 16,0% 13,3% 14,7%

% zonas ataque 10,4% 21,8% 10,6% 20,8%

CTB Block out % tipo de ataque 54,1% 8,2% 6,6% ,0%

% zonas ataque 13,7% 9,1% 4,3% ,0%

Costura % tipo de ataque 51,8% 8,9% 16,1% 3,6%

% zonas ataque 12,0% 9,1% 9,6% 3,8%

    T    i   p   o    d   e

    A    t   a   q   u   e

 

rencialmente, em 2º tempo, evidenciando a impor-tância da táctica individual, particularmente, no ata-que efectivado por esta zona. A necessidade de em futuras investigações atenderàs particularidades situacionais onde ocorrem as

Canada. Gloucester, O11. César B, Mesquita I (2site player’s attack frotics. An applied study female volleyball team Analysis in Sport, 7(2):

José Miguel de Castro, Isabel Mesquita

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às particularidades situacionais, onde ocorrem asacções dos jogadores, considerando variáveis queespecificam as acções dos jogadores contribuirá, porcerto, para um conhecimento mais profundo e con-

textualizado da performance das equipas e dos joga-dores em competição.

CORRESPONDÊNCIAIsabel Maria Ribeiro Mesquita

Rua Dr. Plácido Costa, 914200-400, Porto, Portugal

e-mail: [email protected]

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Comparação do conhecimento tático processual  jogadores de futebol de diferentes categorias e p

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Diogo S. GiacominiPablo J. Greco

 Escola de Educação Físicae Terapia OcupacionalGrupo de Estudos da CogUniversidade Federal de M

 Brasil

RESUMOO objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar o nível deconhecimento tático processual de jogadores de Futebol dediferentes categorias e posições. A amostra deste estudo foiconstituída por 221 jogadores de Futebol do sexo masculino.

Para avaliar o conhecimento tático processual dos jogadores foiutilizado o teste KORA (Avaliação Orientada através doConceito dos Peritos) desenvolvido por Memmert (2002), noparâmetro tático “Oferecer-se e Orientar-se”. O nível de signifi-cância foi mantido em p≤0,05. A partir dos resultados encon-trados, chegou-se às seguintes considerações: na comparaçãodo conhecimento tático processual por categoria, tanto namanifestação do pensamento convergente quanto divergente,os jogadores da categoria sub-17 obtiveram melhores resulta-dos em relação às categorias sub-15 e sub-14 (p<0,001). Já os

 jogadores da categoria sub-15, por sua vez, alcançaram melho-res escores que os seus pares da categoria sub-14 (p<0,001).

 Ao considerar a posição específica dos jogadores, os goleirosapresentaram resultados significativamente diferentes de todasas outras posições, tanto no conhecimento tático processual

( 0 001) di ( 0 001) á

ABSTRACTComparison of the procedurers of different categories an

The main objective of this wor

of procedural tactical knowledgand positions. 221 male soccerKORA test (Oriented Validaorder to validate the proceduraoped by Memmert (2002), in and Self-Orientation”. Takingconsideration the following aspknowledge per category, in thedivergent thoughts, soccer playresults in relation with the sub(p<0,001). Sub-15 players go sub-14 category (p<0,001). Wto specific field positions, goal  from other positions, in conver(p<0,001) and divergent proc

l d h iddl fi ld l 

INTRODUÇÃO Ao deparar-se com alguns momentos mágicos pro-porcionados por atletas de elite, como por exemplo,o drible de Pelé contra o Uruguai (Copa do Mundode 1970, no México), o gol de Maradona contra

McPherson(16)

considera o cocomo um processo mais comconhecimento declarativo, pção da ação, a ação propriamlização do pensamento atrav

O conhecim

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de 970, o é co), o go de a ado a co t aInglaterra (Copa do Mundo de 1986, no México) oua cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho contraInglaterra (Copa do Mundo de 2002, na Coréia-

 Japão), emerge o seguinte questionamento: que fato-res contribuem para esse rendimento excepcional?É consenso hoje no Treinamento Esportivo, tanto nomeio acadêmico quanto no meio profissional, que orendimento do atleta depende da interação das capa-cidades físicas, técnicas, táticas, psicológicas, bioti-pológicas e sócio-ambientais.Dentro deste contexto, os estudos das capacidades

táticas vêm despertando, particularmente nos últi-mos 10 anos, crescente interesse dos pesquisadores.Nos Jogos Esportivos Coletivos (JEC), as capacida-des táticas ganham em significado. A elevada impre-visibilidade, aleatoriedade e variabilidade que com-põem o contexto deste grupo de jogos solicitam deforma constante um comportamento tático dos par-

ticipantes(6, 7, 8, 9, 10)

.Para Garganta(7), JEC é uma designação que engloba,entre outros, esportes tradicionais comoBasquetebol, Handebol, Futebol, Futsal e Voleibol, eocupam um lugar de destaque na cultura esportivacontemporânea.Nestas modalidades esportivas, para que o atletatenha um bom desempenho durante os jogos, é

necessário que o mesmo tenha conhecimento sobrea modalidade que pratica.Chi e Glaser(4) afirmam que o conhecimento proces-sual verifica se na ação motora em si que solicita a

ç puma habilidade técnica.O conhecimento processual,mente relacionado com a ex

a resolução de problemas em jogo nos esportes coletivos. característica imprevisível, ases jogos, torna-se indispensde rendimento nesse tipo deconcretizar as respostas motções de jogo nessas modalidSegundo Turner e Martinek(

executantes de habilidades tpodem não conseguir operacseja, utilizar a técnica de umções de jogo, pois não sabem“onde” aplicar essas técnicasuma falha seja na transferênmento declarativo para o conbem como da adequada utili

mento, ou seja, um problemSternberg(28) afirma que o coenvolve um alto grau de habaumenta em conseqüência ddesempenho e a realização dnecessite de pouca atenção crespostas motoras passam aSão poucos os estudos na lit

analisar a variável conhecimeesportivos coletivos. Isto se ddade de operacionalização de

i bilid d d 

a criatividade tática. Os resultados observados nesteestudo denotaram melhora nos dois parâmetros paraos atletas que eram treinados com uma metodologiapredominantemente global/situacional, ao passo queos atletas que eram treinados através de uma meto-

mantendo-se o protocoO teste KORA, utilizadanalisar a capacidade te Orientar-se ( KORA:OKröger e Roth(15) conc

Diogo S. Giacomini e Pablo J. Greco

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qdologia predominantemente analítica melhoraramem apenas um dos parâmetros (Oferecer-se eOrientar-se convergente).

No âmbito do Futebol, podem-se citar o estudo deSafont-Tria et al.(27), os quais realizaram a observa-ção e análise do comportamento tático e da tomadade decisão de um jogador de futebol durante 4 jogos. Através dos resultados, os autores fizeram inferên-cias sobre o CTP desse jogador em ações ofensivas. Já Helsen e Pauwels(14) utilizaram um simulador demovimentos táticos (situações de jogo em vídeo,

projetadas em filme numa parede, nas quais o volun-tário responde e executa a decisão tática mais ade-quada com a bola) para verificar o conhecimentoprocessual de 20 jogadores, sendo 10 que jogavamfutebol de recreação e 10 praticantes federados com10 anos de prática em competição. Os resultadosdemonstraram que os praticantes federados podemtomar decisões em maior quantidade, de forma mais

rápida e no momento mais propício em relação aospraticantes de recreação.Levando-se em consideração os aspectos abordadosanteriormente, o objetivo do presente estudo foi res-ponder às seguintes questões: O nível de CTP émaior quanto mais elevada for a categoria? Há dife-renças de CTP considerando a posição específicaocupada pelo jogador no campo de jogo?

MATERIAL E MÉTODOS A amostra voluntária deste estudo foi constituída

221 j d d F b l d d

gse e Orientar-se, inerenque constituem as dencomo “tarefas táticas e

momento exato, obter parâmetro está relaciondade de o jogador movcampo, sempre procurpasse para receber a boNo Futebol, essa capaccretizar o jogo, pois ostodo instante procurar

possam receber a bola possibilitar a seqüêncibola para o objetivo, copara quando receber a No teste foi estabelecidações que o atleta realitos propostos pelos peuma consistência inter

indicando a fidedignidado instrumento. Para oentre os observadores lizado o coeficiente Alf A Tabela 1 mostra os vmento de analise de coCronbach) entre os avalem cada categoria anal

Tabela 1. Consistência inte

Categoria 

O conhecim

ExemploQualidade da solução /Se oferecer se orientarProcurar a posição adequadapara receber a bola

Nível dedefinição

da situação

Pontos

Tabela 2. Grelha de avaliação do CTP (convergente).

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O jogador tem, apesar de estar em

sempre uma boa posição para dar

passe.

O jogador tem, procurado sempre a

colega a possibilidade de passe. N

tão difícil.

O jogador tem apesar de estar em

quase sempre achar a posição ótim

posse de bola efetue o passe.

O jogador tem procurado quase sem

o colega em posse de bola tenha a

situação não era muito difícil.

O jogador apesar de estar em uma

freqüentemente uma posição ótim

passe.

O jogador tem de forma irregular pr

oferecido ao portador da bola quas

passe. A situação não era difícil.

O jogador não tem quase nunca pro

forma a oferecer ao portador da bo

to a situação de jogo era difícil.

O jogador apesar de estar em uma

rado quase nunca uma posição óti

portador da bola a opção de passe.

O jogador não tem procurado quase

oferecer ao colega (portador da bol

entanto, era uma situação difícil.

p

ÓtimoSempre Livre

ÓtimoSempre Livre

Muito bomQuase Sempre

Muito bomQuase Sempre

BomFreqüentemente

SuficienteAlternadamente

PobreQuase Nunca

PobreQuase Nunca

InsuficienteNunca

DIFÍCIL

FÁCIL

DIFÍCIL

FÁCIL

DIFÍCIL

FÁCIL

DIFÍCIL

FÁCIL

DIFÍCIL

10

9

8

7

6

5

4

3

2

 

Exemplo

O j d dif

Diogo S. Giacomini e Pablo J. Greco

Originalidade da Soluçãona Situação de jogo(uso do espaço ou passe)

A l i d di

Flexibilidadenas soluções dassituações de jogo

D i

Pontos

10

Tabela 3. Grelha de avaliação do CTP (divergente)

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O jogador mostra diferentes

pouco conhecidas / esperad

ção. As procuras temporais

(completamente) excelente

O jogador mostra diferentes

ou pouco conhecidas. As pro

foram sempre muito boas.

O jogador mostra duas difere

 / fora do comum, mas que ap

ras temporais de ótimas pos

O jogador mostra duas difer

nais, mas que aparecem de

porais de ótimas posições f

O jogador mostra uma difere

repertório Padrão, mas que

rais de ótimas posições tive

O jogador mostra uma diferen

repertório Padrão, mas que a

temporais de ótimas posiçõe

O jogador apesar de estar em

rado quase nunca uma posi

portador da bola a opção de

quase nunca a posição ótim

da bola) a opção de passe. N

O jogador mostra em regra gePadrão, que aparecem freqüe

ras temporais de ótimas pos

Amplo acima da media(muito original)

Amplo acima da média(original)

Acima da média(quase sempre)

Bom, na média(algumas vezes)

Na média(ainda faz coisas novas)

Suficiente, ainda(consegue coisas novas)

Pobre, próximo da média(com poucas coisas novas)

Pobre, abaixo da média(próximo do padrão)

Duas ou mais

(ações originais)

Duas ou mais

(ações originais)

Duas ações

(originais, raridade que

não aparecem de forma

pouco freqüente)

Duas ações novas

(que aparecem de

forma pouco freqüente)

Duas ações

(pouco freqüentes)

Uma

(Ação pouco freqüente)

Uma

(Ação pouco freqüente)

Nenhuma

10

9

8

7

6

5

4

3

 

 As ações táticas da equipe (3 jogadores), são filma-das por 3 minutos, para cada grupo. Conforme esti-pulado no protocolo de Memmert(17), procede-se atroca de funções ataque-defesa entre os grupos cadavez que transcorrem os 3 minutos. No protocolo,

d b l f i d l i

— Kruskal-Wallis para diferenposições específicas ocupadacom Mann-Whitney para idense as diferenças;— Alpha de Conbrach para co

li d

O conhecim

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toda vez que a bola for interceptada pela equipe queestiver com a função de defesa, o jogo deverá serinterrompido, sendo reiniciado no centro, numa área

demarcada especificamente. As ações táticas realizadas pelos praticantes duranteo jogo são gravadas em imagens de vídeo e avaliadaspor três peritos treinados especificamente para reali-zar esta tarefa. O processo de avaliação apóia-se nocritério estabelecido por Memmert(17), que apresentauma escala de pontuação que varia entre 0 a 10 pon-tos. O critério a ser avaliado é a procura adequada de

posições no espaço livre de marcação: o jogador estálivre para receber? Isso significa que o aluno que nãoestá de posse da bola é que está sendo avaliado.Procura-se analisar o comportamento e as ações do jogador sem bola, na sua capacidade de ser ponto deapoio para o colega que recebe a marcação.Os peritos avaliam o desempenho dos sujeitos, esta-belecem os pontos de acordo com as ações táticas

realizadas no quesito Oferecer-se e Orientar-se,seguindo as grelhas de avaliação (Tabelas 2 e 3),analisando as formas subjacentes de pensamentoconvergente e divergente, na ação tática executada.Para esse procedimento, os peritos assistem a fita doteste em dois momentos distintos, um para analisaro pensamento convergente e outro para analisar opensamento divergente subjacente à ação realizada

pelo jogador.Foi garantido, tanto aos clubes convidados quantoaos inquiridos, o anonimato e a confidencialidaded d d

avaliadores;— O nível de significância fo

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃOComparação do nível de CTP (com a categoriaEsse estudo objetivou avaliadores de Futebol, comparanfunção da categoria a que o jposição que o mesmo ocupaNa Tabela 4 estão registrado

dentes aos dados descritivos( KORA:O.O-convergente).

Tabela 4. Dados descritivos do CTP

N Média Medi

Sub-14 80 4,08 4

Sub-15 69 5,50 5

Sub-17 72 6,34 6Geral 221 5,26 5

Na Tabela 4, verifica-se que dos escores obtidos pelas 3 sendo a média da categoria stodas, seguida pela média da

e da categoria sub-14 (4,08)Observando os valores da mrecorrendo à escala da avalia

 

 Já na categoria sub-17 os valores de medida de ten-dência central caracterizam o comportamento tático:“O jogador apesar de estar em uma posição difícil tem pro-curado freqüentemente uma posição ótima para dar a possi-bilidade de passe”.A li d ã é i d K k l

Comparação do nível de Foi objetivo do estudoCTP (convergente) ematleta pertence, verifica(convergente) em relaçj d d j

Diogo S. Giacomini e Pablo J. Greco

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 Aplicando-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis verificou-se que há diferenças significativasentre os grupos (p<0,001). Para verificar, porém,

onde encontram-se essas diferenças aplicou-se oteste de Mann-Whitney (Tabela 5).

Tabela 5. Comparação do nível de CTP (convergente)com a categoria através do teste de Mann-Whitney

Categoria Média dos Ranks Soma dos Ranks Sig.

Sub-14 50,99 4079,00 ,000*

Sub-15 102,84 7096,00

Sub-14 47,06 3765,00 ,000*

Sub-17 109,21 7863,00

Sub-15 53,84 3715,00 ,000*

Sub-17 87,44 6296,00

* diferenças estatisticamente significativas para p≤0,05

Na Tabela 5 visualiza-se que houve diferenças signi-ficativas entre todas as categorias estudadas, ou seja,para a amostra em questão, os jogadores da catego-ria sub-17 possuem um nível de CTP (convergente)significativamente maior do que os jogadores sub-15e sub-14. Os jogadores sub-15, por sua vez, possuemum CTP (convergente) maior que os jogadores dasub-14.

Como afirma Anderson(1), quando se aprende algo,isso é aprendido e codificado de forma declarativa,mas com o treino se torna compilado numa forma

l d h i l d G (9)

 jogador no campo de jo A Tabela 6 traz os dadgente) dos jogadores p

Tabela 6. Dados descritiv

Posição n

Goleiro 25

Lateral/ala 37

Zagueiro 37

Volante 40

Meia 43Atacante 39

Geral 221

Na Tabela 6 observa-sede meia foram os jogadde resposta (5,78) no t

seguidos pelos atacantos atletas que obtiverano referido teste, o queespecificidade da sua fPara uma melhor expliespecíficos recorreu-se

 Kruskal-Wallis, com Maquais posições apresen

(convergente), cujos redos na Tabela 7. Através do teste de Kruhá diferenças significat 

O conhecim

Tabela 7. Comparação do nível de CTP (convergente) por posições através do teste de Mann-Wh

Goleiros Laterais/alas Zagueiros Volantes Me

Goleiros - ,000* ,000* ,000* ,0

Laterais/alas ,000* — ,952 ,963 ,1

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familiarizado, portanto o jogo com os pés para esteatleta tem uma limitação em relação a sua aplicação.

Pode-se inferir, portanto, que não houve diferençassignificativas de CTP (convergente) em função daposição ocupada pelos jogadores no campo, comexceção da posição de goleiro.

Comparação do nível de CTP (divergente) com a categoria

Foi também objetivo do estudo verificar o nível deCTP (divergente), considerando que essa forma demanifestação do pensamento é extremamente impor-tante para o comportamento tático, na medida emque está estritamente relacionada com a criatividadetática dos atletas(26, 21, 22, 23, 24, 25). A Tabela 8 mostra os dados descritivos do CTP(divergente) dos jogadores, em função da categoria.

Tabela 8. Dados descritivos do CTP (divergente) por categoria.

N Média Mediana Moda Desvio padrão

Observando os valores da mérecorrendo à escala da avaliaçcrever como caracterizam-se de cada categoria em relação Na categoria sub-14 os valorcia central apontam como cate: “O jogador mostra quase sorepertório padrão, que aparecem

mente as procuras temporais de  pouco de novidade”.Na categoria sub-15 os valorcia central registram o compatletas: “O jogador mostra, emtro do repertório padrão, que apOcasionalmente as procuras temtiveram um pouco de novidade”

 Já na categoria sub-17 os valdência central levam à seguiescala: “O jogador mostra umaestá dentro do repertório padrão

Zagueiros ,000* ,952 — ,967 ,0

Volantes ,000* ,963 ,967 — ,1

Meias ,000* ,177 ,096 ,140Atacantes ,000* ,383 ,297 ,381 ,5

* diferenças estatisticamente significativas para p≤0,05

 

Tabela 9. Comparação do nível de CTP (divergente)

com a categoria através do teste de Mann-Whitney

Categoria Média dos Ranks Soma dos Ranks Sig.

Sub-14 54,01 4320,50 ,000*

Sub-15 99,34 6854,50

vimento da criatividadfalta de recomendaçõeção de processos de enmento nos jogos esporessa finalidade.

Diogo S. Giacomini e Pablo J. Greco

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Sub-14 48,02 3841,50 ,000*

Sub-17 108,15 7786,50

Sub-15 55,31 3816,50 ,000*

Sub-17 86,03 6194,50

* diferenças estatisticamente significativas para p≤0,05

 Através da Tabela 9, verifica-se que houve diferençassignificativas para as 3 categorias em estudo, sendo acategoria sub-17 com um maior nível de CTP (diver-

gente) em relação às categorias sub-15 e sub-14 e acategoria sub-15 com um maior nível de CTP (diver-gente) em comparação à categoria sub-14.Levando-se em consideração que o pensamentodivergente forma a base para a criatividade dos joga-dores(26, 21, 22, 23, 24, 25), os resultados acima sugeremque quanto mais elevada a categoria, maior a criati-vidade tática do atleta.

Reportando-se, porém, aos resultados dos escoresobtidos pelos atletas nos dados descritivos (ver Tabela 6), em relação aos aspectos divergentes dopensamento, concluí-se que esses escores forammuito baixos.Esse fato pode ser elucidado, em parte, por um pro-blema já exposto por alguns autores(7, 10, 26) em rela-ção ao treinamento da criatividade nos jogos esporti-

vos coletivos. Apesar de não terem sido analisadas as sessões detreinos das equipes que compõem a amostra desse

d j ifi d l i i bilid d i l

Comparação do nível deNeste estudo objetivou

de CTP (divergente) ematleta pertence, bem code CTP (divergente) empelo jogador no campo A Tabela 10 traz os danível de rendimento Cpor posição.

Tabela 10. Dadrendimento do C

Posição n

Goleiro 25

Lateral/ala 37

Zagueiro 37

Volante 40

Meia 43Atacante 39

Geral 221

Na Tabela 10 observa-sdores com os valores mteste de CTP ( KORA:Oatacantes (3,62). Já os g

obtiveram a média maisPara uma melhor expliespecíficos recorremos

hi 

O conhecim

Tabela 11. Comparação do nível de CTP (divergente) por posições através do teste de Mann-W

Goleiros Laterais/alas Zagueiros Volantes M

Goleiros - ,000* ,000* ,000* ,0

Laterais/alas ,000* — ,640 ,886 ,1

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 Já em relação às diferenças entre os jogadores da fun-ção de meias e os zagueiros, pode-se inferir que,devido ao conhecimento tático processual divergenteestar estritamente relacionado com a criatividade dos jogadores, os meias podem ter esse tipo de conheci-mento mais desenvolvido, pois jogam em uma zonado campo na qual necessitam de criatividade para darseqüência às jogadas. Já os zagueiros jogam em uma

“zona de risco”, na qual geralmente a simplificaçãoda jogada apresenta-se como mais adequada, sendo,portanto, escassos os momentos em que utiliza-se damanifestação do pensamento divergente.

CONCLUSÕES A partir dos resultados apresentados e discutidosanteriormente e relacionando-os com as questões de

estudo desse trabalho, chegou-se às seguintes con-clusões:Em relação à primeira questão de estudo: o nível de

é l d f

sentadas foram apenas dos gas outras posições. Já em relpensamento divergente, quecom a criatividade tática(11, 1

dos goleiros para com todasforam encontradas também entre zagueiros e meias.

Zagueiros ,000* ,640 — ,922 ,0

Volantes ,000* ,886 ,922 — ,0

Meias ,000* ,153 ,033* ,094Atacantes ,000* ,381 ,123 ,306 ,6

* diferenças estatisticamente significativas para p≤0,05

 

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Diogo S. Giacomini e Pablo J. Greco

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Estudo de variáveis especificadoras da tomada de dna organização do ataque, em voleibol feminino

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 José AfonsoIsabel Mesquita

Rui Marcelino

 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto Portugal

RESUMO As variáveis contextuais, especificadoras dos cenários de jogo,interferem na tomada de decisão das atletas aquando da reali-zação do ataque e do bloco. Pretendeu-se efectuar a análiseexploratória das variáveis: a) disponibilidade da central para oataque rápido; b) movimentações do bloco antes do passe; c)oposição do bloco, assim como, estudar as relações existentesentre elas, no jogo de Voleibol feminino. Após validação do ins-trumento de observação (construção e conteúdo) foram anali-sadas 472 sequências de ataque e de bloco resultantes de 18sets, duma Poule de Apuramento para o Campeonato daEuropa de 2005. A fiabilidade da observação foi comprovadaatravés do índice de fiabilidade  Kappa e os procedimentos esta-tísticos utilizados foram as frequências, percentagens e teste doQui-Quadrado. Os principais resultados indicam que: i) emmais de metade das sequências observadas não há uma real

disponibilidade da central para atacar; ii) a situação de esperadas blocadoras perante o passe de ataque é a mais comum; iii)o bloco duplo é o mais utilizado, sendo seguido pelo blocoindividual; iv) todas as relações estudadas (disponibilidade da

l á id i õ d bl

ABSTRACTStudy on contextual specifier variaattack organization in female volle

The contextual specifier variables of ththe athletes’ tactical decision making, This paper intended to explore the follof the middle attacker for the quick atous to the set; c) block opposition, andbetween the three variables, within thevalidating the observation instrument tion), we analyzed 472 sequences of aative to a Classification Pool relating Championships. The observation relia Kappa’s Reliability Index. The statisticies, percentages and Chi-Square. The

more than half of the sequences, the mthe quick attack; ii) before the set, themoving; iii) the double block is the moual block; iv) every relationship studie

i i i h hi d i h b 

INTRODUÇÃO A investigação realizada no âmbito dos jogos despor-tivos (JD), através da análise de jogo, tem vindo aproduzir conhecimento válido acerca das regularida-des do jogo. Todavia, a relação entre variáveis especi-ficadoras que antecedem ou proporcionam as acções

passivamente a actuaçãcípio, quando aplicadoblocadoras ajustem o santes da execução do p A literatura da especiapredominantemente d

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não tem sido alvo de análise. O seu estudo permitiráum conhecimento mais específico e ecológico, evi-

denciando o papel da percepção calibrada da infor-mação disponível, na tomada de decisão. Aliás, ainvestigação mais recente tem vindo a enfatizar aimportância dos factores perceptivo-decisionais, con-siderando-se, justamente, que a percepção calibradada informação disponível no envolvimento é crucialpara a tomada de decisão apropriada (3; 44).No Voleibol, constata-se que o ataque é a acção mais

correlacionada com a vitória(8; 14; 26; 30)

. Na análise doataque, a trajectória imprimida à bola pela acção dedistribuição é preditiva da eficácia desta acção, sendoconhecido que o ataque de tempo rápido tem umaelevada eficácia e configura-se como um meio pode-roso na manipulação do bloco adversário, em provei-to da equipa atacante (2, 9, 10, 12; 16, 27).Diversos autores (7, 10, 30, 31, 33) alertam para a neces-

sidade de as blocadoras analisarem os posiciona-mentos e movimentações dos atacantes adversários. Todavia, a análise de variáveis contextuais, especifi-cadoras dos cenários de jogo, e que podem interfe-rir na tomada de decisão táctica, não tem sido con-siderada na investigação. Nomeadamente, a dispo-nibilidade da atacante central é decisiva para aconstrução do ataque rápido, para a realização de

ataques de combinação e, ainda, para ludibriar asblocadoras adversárias. Se a atacante central nãoestiver disponível, as opções de distribuição e dedi i l ã d di ib id d d i

acção de bloco, o read-block (compromisso), q

função do adversário ede ler e reagir exige a que pressupõe que o bdo passe de ataque parcaz na maioria das situopção para enfrentar e jogo pelas alas e que plento (30).

O bloco de compromisgia de ler e reagir não rápidos e imprevisíveistégia de antecipação. Cblocador salta antes doou simultaneamente coataque rápido (13, 42). Epontas, sobretudo com

utilizado apenas contrameio é rápido e eficazO facto de, no Voleiborem a possuir uma matempo para agir (10), o modo, a necessidade dpromisso. Afonso, Mesem Voleibol masculino

lizar este tipo de estratdo que promovia menotriplo, além de não se t

i ã d fi á i d 

 A identificação do número de blocadoras que efecti-vam a oposição do ataque, sem deixar de ser impor-tante, revela-se insuficiente, porquanto não especificaos constrangimentos situacionais explicativos da suaefectivação. Importa identificar, sobretudo, as parti-cularidades situacionais que ditam a realização de

rio assuma posições defensiva penetração precoce da dist A análise não diferenciou asapós defesa, uma vez que umpais do estudo consistiu na dades de ocorrência para cad

Constrangimentos à

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determinado tipo de oposição, nomeadamente pelaexploração da interferência, ou não, do adversário na

decisão de blocar. Por outro lado, importa atender àcoesão do bloco. De forma genérica, o bloco coeso éaquele que não dá espaço para que o atacante exploreas suas falhas, estando compacto, sendo o bloco aber-to caracterizado por existir espaço entre os dois blo-cadores. O bloco quebrado é aquele no qual a bloca-dora, chegando atrasada, compensa com a acção dosbraços, colocando-os em diagonal (35).

 Assim, constituem-se como objectivos deste estudofazer a análise exploratória das variáveis: a) disponibi-lidade da central para o ataque rápido, b) movimentaçõesdo bloco antes do passe; c) oposição do bloco; e, ainda,proceder a uma análise associativa destas variáveis,no jogo de Voleibol feminino do escalão Sénior.Pretende criar-se um instrumento de observaçãoválido para estas variáveis, aplicável a equipas de

nível médio Europeu, merecendo a sua adaptaçãoquando aplicado a equipas de rendimento distinto.

METODOLOGIAAmostraPara o presente estudo, recorremos a uma amostrade 6 jogos duma Poule de Apuramento para oCampeonato da Europa de 2005, em Seniores

Femininos. A escolha dos jogos observados tevecomo critério que todas as equipas fossem analisa-das pelo menos contra dois adversários distintos, no

id d l id d d ã l

assim, perceber que tipo de  jogo, mais do que o moment

InstrumentoEm virtude de não se enconra nenhum instrumento queticularidades do problema eum processo de validação dovalidação da construção recoliteratura da especialidade e

mentos existentes que comp ponibilidade da central para o ações do bloco antes do passe de (9, 10, 16, 27, 30, 33).Com o objectivo de procederdo, procurou-se saber se as crespondem ao problema coloção das variáveis, utilizámos

(25), de forma a elaborarmos cias que mapeasse fidedignação de conteúdo decorreu emmeira fase, uma vez que nãocom este desenho metodolóoptámos por analisar um só derada (65 sequências), comelaboração do catálogo de oc

de adquirir sensibilidade facdo. Aplicou-se o critério de a jogadas que culminassem nuN d f 

José Afonso, Isabel Mesquita, Rui Marcelino

Disponibilidade da central

para o ataque rápido

(DISPCEN)

Atacante central (AC) no ataque rápido (AR) à frente, junto da d

AC no AR à frente, afastada da distribuidora

AC no AR atrás da distribuidora

AC simula AR, mas atrasada

Quadro 1. Catálogo de ocorrências elaborado na observação inicial.

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ria (CAP); BP acompanha a AC na china (PCH).Posteriormente, procedemos a uma análise associati-

d á d

23,13% das acções, valriores aos de referência

f b l d d

Movimentações do bloco

antes do passe de ataque

(MOVBLO)

Oposição do bloco

(BLOCO)

AC simula AR, mas à frente da linha dos ombros da distribuidora

AC não recupera de acção prévia

Primeiro toque de fraca qualidade, inviabilizando ARAC recebe e prepara ataque por zona 2

Bloco espera pelo passe de ataque

Blocadora central (BC) desloca-se para zona 2

BC acompanha a AC em AR à frente, afastado da distribuidora

BC salta simultaneamente com AC

Blocadora de zona 4 (BP) junta à BC

Blocadora de zona 2 (BS) junta à BC

BC e BP acompanham a AC na china4BP marca ataque ao 2º toque

BC marca ataque ao 2º toque

Bloco recua para defender

Sem bloco – blocadoras ficam na rede, sem tempo para recuar

Bloco individual, BC recua para defender

Bloco individual, BC não bloca nem defende

Bloco individual, subida atrasada

Bloco duplo coeso

Bloco duplo quebrado

Bloco duplo aberto

Bloco triplo

Erro da distribuidora, não havendo bloco

 

desde logo, as opções da distribuidora, tornando oataque mais lento e previsível. Das vezes em que,efectivamente, a central se mostrou disponível parao ataque rápido, a situação mais comum foi a detempo 1 junto da distribuidora (SIC) (18.4%), segui-do de tempo 1 atrás (SIA) (16.5%) e tempo 1 afasta-d l (SIT) (14 0%)

bloco, tendendo, por isso, aa atacante de ponta (22, 34). Tções têm ocorrências substlevando-nos a equacionar qdependente de constrangimgulares.

Constrangimentos à

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do ou longe (SIT) (14.0%).Estes dados contrastam com a realidade observada

no Voleibol masculino de alto nível, onde o tempo 1afastado do distribuidor se configura como a ocor-rência mais comum (11, 17). É nossa convicção que,num nível de rendimento competitivo mais elevado,no Voleibol feminino, o tempo 1 afastado e o tempo1 atrás serão mais solicitados do que o tempo 1 junto, pelas vantagens que acarreta do ponto de vistado duelo distribuidora versus bloco, devendo ser

objecto de análise em futuros estudos.

Quadro 2. Frequências e percentagens das categoriasrelativas à dimensão disponibilidade da central.

Frequência %

DISPCEN 1TK 138 33,9

ATR 11 2,7

FRE 11 2,7

NRC 48 11,8

SIA 67 16,5

SIC 75 18,4

SIT 57 14,0

Total 407 100,0

 Movimentações do bloco antes do passe de ataque Através do quadro 3, é possível constatar que, ao

í l d i õ d bl d d

Quadro 3. Frequências e percentag

à dimensão movimentações do blo

MOVBLO ANC

ANP

ANS

ANT

C2T

CAP

ESP

P2T

PC2

PCA

PCC

PCH

SCATotal

Oposição do blocoNo quadro 4, apresentam-stantes à variável acção do bocorrência mais comum (70ções coeso (BLD - 47.2%), 12.3%) e aberto (BDA - 10segue-se o bloco individual 

Quadro 4. Frequências e percentagens das categorias

relativas à dimensão oposição do bloco.

Frequência %

BLOCO 0BL 4 1,0

0BO 25 6,1

BDA 44 10,8

de bloco de compromisVoleibol feminino comototal pertinência esta asConstata-se que, quanqualidade (1TK), as blesperar (ESP - 46.4%) ques de ponta (ANS

José Afonso, Isabel Mesquita, Rui Marcelino

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BDQ 50 12,3

BIA 8 2,0

BIO 22 5,4BLD 192 47,2

BLI 49 12,0

BLT 5 1,2

BTA 4 1,0

EDI 4 1,0

Total 407 100,0

Relativamente à coesão do bloco, não se confirmamos resultados obtidos por Castro (11), em Voleibolmasculino de alto nível. O autor verificou que 68.9%das situações de bloco duplo constituem bloco aber-to, algo que não se confirmou com a nossa amostra,porquanto apenas 10.8% das situações constituírambloco duplo aberto e 12.3% bloco quebrado. Tal

pode dever-se à especificidade do Voleibol feminino,nomeadamente à menor velocidade do jogo quandoo primeiro toque não possui boa qualidade.

Análise associativa Disponibilidade da atacante central para o ataque rápido emovimentações do bloco antes do passe de ataque Através da análise inferencial, verificou-se uma rela-

ção de dependência entre a disponibilidade da cen-tral e as movimentações do bloco adversário, por-quanto se regista um valor de Qui-Quadrado de426 140 í l d i ifi â i d 0 001

ques de ponta (ANS - que, quando a atacanteadopta um comportamtido de não se precipitcado por Afonso, Mesqmodo, quando a atacanuma acção prévia (rece(ESP) continua a surgiquente (54,2%), segui(ANS) (31,3%). Isto re

uma correcta leitura docalibração afinada entracção desencadeada (4,

neste entendimento, eameaça real de ataque das blocadoras seja subfunção das regularidadpropor que, em futuro

indisponibilidade da atataque rápido (ATR, Fpadas numa só, denomvel para o ataque rápido A simulação de tempo hipoteca o bloco advervamente à ocorrência abloco de compromisso

nuição de estratégias dforte calibração com asfiguradas pela situação

d d di ib id ( 

Constrangimentos à

Quadro 5. Associação entre as variáveis disponibilidade da central para o ataque rápido e movimentações do bloco

DISPCEN MOVBLO

ANC ANP ANS ANT C2T CAP ESP P2T PC2 PCA

1TK -3,2 1,5 7,8 -3,5 -,3 -,7 ,2 -1,7 -,4 -3,4

ATR -,7 -,6 -1,8 -,8 -,5 -,2 3,7 -,7 -,3 -,8

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aumentada de marcação de ataques ao segundo

toque (por parte da distribuidora) e da jogada deataque denominada “china” (C2T, PCC e PCH).

Di ibilid d d t t t l

pois um primeiro toque de f

produziu 81,2% de situaçõe(BLD, 0BO e BIO). Daqui sequalidade do primeiro toque

i l bl d

FRE ,7 -,6 -,3 -,8 -,5 -,2 1,8 -,7 -,3 -,8

NRC -1,6 -1,2 1,6 -1,8 1,8 -,4 1,3 1,0 ,8 -1,7

SIA -2,0 -,7 -3,5 -1,6 2,0 -,4 1,2 ,4 -,9 ,9

SIC 8,8 -,8 -3,3 -1,2 -1,5 2,1 -2,1 -,5 ,3 5,9

SIT -1,8 1,3 -3,7 10,4 -1,3 -,4 -2,9 2,2 ,6 -,6

Quadro 6. Associação entre as variáveis disponibilidade da central para o ataque rápido e oposição

DISPCEN OPOSIÇÃO DO BLOCO

0BL 0BO BDA BDQ BIA BIO BLD BLI

1TK -1,4 4,6 -2,3 -3,5 -2,0 4,0 2,5 -3,4

ATR -,3 -,9 -,2 2,5 -,5 -,8 -,1 -1,2

FRE -,3 -,9 -1,2 -,3 -,5 -,8 2,3 -1,2

NRC ,8 -1,2 -1,6 ,0 -1,0 ,3 2,0 -,8

SIA 3,2 -1,7 2,9 3,6 ,7 -1,5 -2,8 ,0

SIC -1,0 -1,4 2,0 1,1 ,5 -1,7 -1,4 1,6

SIT -,8 -,9 -,1 -1,3 3,0 -1,3 -1,7 4,9

 

José Afonso, Isabel Mesquita, Rui Marcelino

Quadro 7. Associação entre as variáveis movimentações do bloco antes do passe de ataque

MOVBLO OPOSIÇÃO DO BLOCO

0BL 0BO BDA BDQ BIA BIO BLD

ANC -,4 -1,1 3,0 ,5 -,6 -1,1 -3,7

ANP -,3 -,9 ,8 -,3 1,7 -,8 ,5

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bloco duplo mal formado (quebrado ou aberto),depreendendo-se que é uma jogada que ameaçaseriamente a compactidade do bloco adversário,fruto das movimentações que lhe exige.Enquanto que a simulação de tempo rápido junto dadistribuidora (SIC) se associou à ocorrência aumen-tada de bloco duplo aberto (BDA), a simulação detempo rápido afastado da distribuidora (SIT) asso-

ciou-se à ocorrência aumentada de bloco individual(BLI) e bloco individual atrasado (BIA). Neste senti-do, a análise da movimentação da central adversária

d l l d b d

podemos observar os rciação destas variáveisComo consequência derápidos junto da distribocorrências de bloco dImporta saber, então, smeiro tempo junto da caz; caso não o seja, a

bloco poderá não aumeeficácia defensiva da eqtar o risco da criação d

d d d d

ANS -1,1 -,3 -1,5 -2,2 ,2 1,1 4,5

ANT -,5 -1,3 3,1 ,1 -,7 -1,2 -2,9

C2T 2,9 -,8 -1,1 -1,2 -,5 -,8 -3,0

CAP -,1 -,3 -,3 -,4 -,1 -,2 1,1

ESP ,2 2,3 -1,3 2,2 -1,2 1,7 -,9

P2T 2,3 -1,0 -,5 ,1 3,2 -,9 -2,7

PC2 -,2 -,5 -,7 -,8 -,3 -,5 2,1

PCA -,5 ,7 -,2 -,4 ,9 -1,1 1,8

PCC -,3 -,7 2,8 1,3 -,4 -,6 -1,0

PCH -,3 ,9 -,9 ,2 -,4 -,6 ,5

SCA -,4 -,9 -,3 -,4 -,5 ,5 2,0

 

CONCLUSÕES

O presente estudo demonstrou a importância daanálise do jogo considerar variáveis especificadorasdas acções dos jogadores, abrindo portas para outrasvias de análise da tomada de decisão, para além dorelato verbal que vulgarmente recorre a cenários devídeo e/ou a entrevistas.

NOTAS1 Freeball – bola devolvida facilmepouca velocidade horizontal (41)2 Downball – bola que, presumivesem necessidade de haver bloco, dciente do adversário para atacar (43 Nas condições de downball, a distao momento de definição do ataquse assegurar de que não terá de d

Constrangimentos à

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Conforme se verificou, a disponibilidade da centralpara o ataque rápido influi decisivamente nas acçõesdo bloco adversário, antes e após o passe de ataque.Os resultados renovam a necessidade de se ser rigoro-so na utilização de estratégias antecipativas do bloco,sobretudo em situações nas quais a qualidade do pri-meiro toque ou as movimentações da atacante centraldenunciam, previamente, a impossibilidade de realizarataque rápido pelo centro da rede. Na medida em quea tomada de decisão dinâmica, não raramente, sebaseia mais na intuição do que na reflexão consciente,o treino deve criar situações ajustadas, propiciadorasdo acoplamento percepção-acção.Os resultados do nosso estudo sugerem ainda que, doponto de vista da análise do jogo, a separação entrebloco duplo quebrado e aberto poderá nem sempreser pertinente. Nomeadamente, se o objectivo for ana-

lisar o mérito da distribuidora, caso ocorra blocoduplo quebrado ou aberto, em ambos os casos, aacção da distribuidora provocou uma situação dedesequilíbrio no bloco, materializada na chegada tar-dia da blocadora central. Contrariamente, poderá serpertinente diferenciar estas categorias, bloco duploaberto e quebrado, quando se analisa a acção de ata-que, porquanto esta diferenciação deverá ser conside-

rada pela atacante na direcção a imprimir ao rematee/ou na exploração do bloco. Por fim, os resultadossugerem a necessidade de, no Voleibol feminino, ai l ã d d 1 f d d di ib i

se assegurar de que não terá de d4 China – designação popular paraqual o atacante realiza uma chama

culminando num salto a um pé, tezontal.5 Garganta (19) mencionava que o como conjuntos de possibilidadessemelhante à de affordance.

 

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A estrutura e a tendência evolutiva da carga exteassimétricas. Análise das rotações em exercício

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 José Ferreirinha1,2

 António Silva1,2

 António Marques3

1 Universidade de Trás-os- 2 Centro de Estudos em D

Saúde e Desenvolviment3 Faculdade de DesportoUniversidade do Porto

RESUMOEmbora a Ginástica Artística seja muitas vezes referida comouma modalidade associada a grandes volumes e intensidades detreino são escassos os dados recolhidos da literatura objectiva-mente mensurados, que fundamentem tais referências. Comeste estudo procurámos caracterizar e avaliar as tendências da

carga externa de um exercício de paralelas assimétricas de altorendimento, com base na análise das rotações sobre o eixotransversal e longitudinal. Recorrendo às técnicas da metodolo-gia observacional, elaborámos e validámos uma categoria deobservação constituída por treze variáveis indicadoras da cargaexterna em paralelas assimétricas, ao nível das rotações.

 Analisámos 83 exercícios das ginastas finalistas de paralelasassimétricas, em campeonatos do mundo e jogos olímpicosentre 1989 e 2004. Como principais resultados observámosaumentos significativos nas rotações transversais à frente e atrás

em apoio, nas rotações longitudinais em apoio, rotações directasde 360º e nos elementos “in bar” com rotação longitudinal.Com base nos resultados concluímos que: a) as rotações no eixotransversal atrás em apoio e em fase aérea superam largamente

d id i b) l d õ i l i

ABSTRACTStructure and evolution trenbars. Analysis of the rotatio

 Although the Artistic Gymnashigh volumes and intensities of

to support these conclusions. Pacterize and evaluate external routine, based on the rotationsmethodology, we constructed acomprising thirteen variables cload in uneven bars. We observchampionships and Olympic gamain results we observed signifrotations in support, in longitutions of 360º and in “in bar”

may conclude that: a) gymnast forward rotations on the trans phase; b) volume of the rotatio position presented a big evolut

d) h 

INTRODUÇÃO

 A Ginástica Artística (GA) é uma das modalidadesolímpicas mais populares e a sua prática é geralmenteconotada como sendo altamente difícil e complexa.São vários os autores que realizam estudos referindoo incremento da dificuldade ou complexidade dos ele-mentos e exercícios apresentados pelas ginastas ao

i l í l(3 4 17 19 20 21 22 28 30 33 35) d

cutados pelas 8 finalistas do

em campeonatos do mundo durante 4 ciclos olímpicos, ctotal observaram-se 12 compa 4 jogos olímpicos (1992 a peonatos do mundo dos anoderam.

Análise das ro

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mais alto nível(3,4,17,19,20,21,22,28,30,33,35) , ou a grandeacrobatização que a modalidade sofreu nos últimosanos(7,19,23,33). No entanto, são ainda poucas as refe-rências acerca da respectiva mensuração destas cate-gorias de análise. Entre estas refira-se alguns relató-rios da Federação Internacional de Ginástica(FIG)(9,11,12,13) efectuados após cada campeonato domundo e jogos olímpicos. Estes documentos abordamalguns aspectos importantes e consideram as quanti-dades e evoluções de alguns parâmetros da composi-ção dos exercícios nos vários aparelhos. Todavia, estãolonge de abordar a totalidade da carga externa1 que osexercícios de competição representam.Partindo do pressuposto que as crianças e jovens queiniciam hoje a sua preparação e ambicionam elevadosresultados desportivos apenas deverão atingir o seuperíodo de prestações maximais num prazo de 6 a 9

anos(3,19,32,36)

, as referências que servirão de base paraessa preparação não se devem limitar às característi-cas dos atletas da elite mundial na actualidade. Torna-se então necessário antever e caracterizar asexigências da carga para as quais se devem preparar,através de uma análise das tendências de desenvolvi-mento da modalidade em geral e da carga dos exercí-cios de competição em especial.

Desta forma, o objectivo do presente estudo foi o decaracterizar o estado actual da carga dos exercíciosde paralelas assimétricas (PA) na Ginástica Artística

i i (G ) d f d l

Quadro 1. Competiçõ

1º Ciclo 2º Ciclo

CM 1989 CM 1993

Stuttgart Birmingham

CM 1991 CM 1995

Indianápolis Sabae

JO 1992 JO 1996

Barcelona Atlanta

ProcedimentosPara a realização deste estudseguintes procedimentos: a)mento de observação; b) valdiferentes categorias e indica

de observação; c) validação ivacional; d) prova observacioe) análise e tratamento estatefectuada.

Instrumento A origem e evolução dos magímnicos estão directamente

sos factores entre os quais scorpo ou posturas com que tados e o número de rotaçõe

(3 16 33) A b ã d 

José Ferreirinha, António Silva, António Marques

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atribuir a um desenho observacional(1, 18), o presenteestudo pode classificar-se como sincrónico, integran-do-se no quadrante nomotético/pontual referido por Anguera et al.(1). Caracteriza-se por ser pontual ousincrónico, na medida em que se observou um únicomomento de cada sujeito e nomotético, uma vez quese registou o comportamento de vários sujeitos. Émultidimensional pelo facto de se tratar da observa-ção de sequências heterogéneas, compostas por con-

dutas diferentes (simultâneas ou não) representadasno sistema de categorias elaborado. A dimensão da observação das rotações foi dividida

t õ i t l t õ i

que se executaram no s Rotações no eixo longitudcomo sendo uma rotaçda em apoio, em fase adefinidas ainda como vexecutadas em cada umelementos executados dada a existência de eluma, duas ou mais rot

ainda alguns casos espção das rotações no eixexecução de duas rotaç

i i t édi

Figura 1. Categorização das variáveis e dos indicadores que integram o instrumento de observação das ro

 

modalidade, juízes e académicos ou investigadores.

Em cada uma destas categorias foram seleccionadasduas individualidades.Com base numa proposta inicial de indicadores aobservar, foi solicitado a cada especialista um parecerrelativo à pertinência dos mesmos, assim como aointeresse na inclusão de outros não considerados.Como consequência desta peritagem resultou a

variáveis. Para as restantes 2

3 ocorrências com valores recorrelação diferentes de 1 mcorrelações muito elevadas, correlação variado entre 0.9dos são altamente satisfatórelevada concordância e acorddores como intra observador

Análise das ro

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Como consequência desta peritagem resultou aexclusão de três indicadores, relativos à lateralidadedas rotações em cada uma das três posições conside-radas, e a inclusão de quatro novos indicadores:número de rotações directas de 360º no eixo longitu-dinal; número de elementos “in bar” com rotaçãolongitudinal; separação das rotações no eixo transver-sal em apoio à frente e atrás; separação das rotaçõesno eixo transversal em fase aérea à frente e atrás.

Validação interna da prova observacionalPara o efeito de validade interna, procedeu-se a umacodificação inicial de 20 exercícios, 5 de cada cicloolímpico estudado e seleccionados aleatoriamente,em 3 momentos temporais distintos. Dois dos refe-ridos momentos (A e B) foram realizados pelo autordo estudo com um mês de intervalo e um terceiro

(C) por uma equipa de 4 especialistas (juízes inter-nacionais de GA) previamente treinados, tendo cadaum codificado cinco exercícios de um mesmo cicloolímpico. Finalizadas as codificações para este feito,calculou-se a concordância intra e inter-observador,utilizando para isso o coeficiente de correlação Róde Spearman. Para avaliar a concordância intra-observador foram comparadas as codificações reali-

zadas nos 2 primeiros momentos (A-B), num totalde 20 exercícios, e para a concordância inter-obser-vador compararam-se as codificações do primeiro

i d d i

dores como intra-observador

EstatísticaFoi efectuada uma análise exna estatística inferencial recoparamétricas por três razõesreduzido tamanho da amostna análise exploratória ter side quantidade de variáveis qpressuposto da normalidadena análise exploratória ter-sede “outliers” que não se rejede elite se tratava. Assim, para comparação dolongo dos quatro ciclos estuterísticas dos indicadores emrácio ou contínuas), foi util

Wallis (k-w) com um nível d(p ≤ 0.05).Foram analisadas ainda as coveis utilizando o coeficiente Spearman, mantendo em 5%para esta análise. Para o efeidiscussão, apenas se considede r se apresentou maior ou

aquelas que segundo Pestantam um nível de associação superior

 

José Ferreirinha, António Silva, António Marques

Quadro 2. Média, desvio padrão e valores do teste Kruskal Wallis (k-w) para os indicadores relativos às rotações no eixo tr

Indicador Estatística Cicl

1989-1992 1993-1996

Nº rotações transversais Média ± sd 0.50 ± 0.61 0.61 ± 1.08

à frente em apoio k-w χ2 = 14.979

Nº rotações transversais Média ± sd 3.15 ± 0.75 4.96 ± 1.19

t á i k 2 22 389

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Realçamos ainda o facto de os valores encontradospara as rotações atrás, nos banzos ou em fase aérea,apresentarem sempre valores bastante superiores àsexecutadas no sentido inverso.

No Quadro 3 podemos observar que o número derotações à frente nos banzos se correlaciona positiva-mente (p≤0.05) com o número de elementos com

l d l ( )

Rotações no eixo longituOs valores apresentadoalteração significativa aos valores médios enc

rotações longitudinais elementos com esse tipquais foram aumentan

l

atrás em apoio k-w χ2 = 22.389

Quadro 3. Correlações entre variáveis relativas às rotações no eixo transversal e longitudinal

Nº rotações transversais Nº rotações transveà frente em apoio atrás em apoio

Nº elementos com rotação R 0.574 (a)

longitudinal em apoio P 0.000Nº elementos com rotação R -0.446 (a) 0.711 (b)

longitudinal em fase aérea P 0.000 0.002

Nº elementos com rotação R -0.524 (b)

directa de 360º P 0.037

(a) Correlações que deixaram de ser significativas na análise exclusiva do quarto cic(b) Correlações observadas apenas na análise exclusiva do quarto ciclo

 

Análise das ro

Quadro 4. Média, desvio padrão e valores do teste Kruskal Wallis (k-w) para os indicadores relativos às rotações longitudinais, n

Indicador Estatística Ciclo

1989-1992 1993-1996 199

Nº rotações longitudinais Média ± sd 3.35 ± 1.63 4.30 ± 2.36 5.9

em apoio k-w χ2 = 21.412

Nº elementos com rotação Média ± sd 2.35 ± 1.18 2.70 ± 1.40 3.9

longitudinal em apoio k w χ2 23 410

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bar” com rotação longitudinal, que na comparaçãodesses mesmos ciclos apresentou um aumento dosseus valores médios de 0.35 para 1.56.

DISCUSSÃORotações no eixo transversalNuma primeira análise, realçamos os reduzidos valo-res médios encontrados para o número de rotações

no eixo transversal quando comparados com onúmero total de elementos. No quarto e últimociclo, o número de rotações atrás em contacto comos banzos, as mais frequentes, apresenta um valormédio de 4.50 rotações para um total de 18.81 ele-mentos. Se atendermos a que nos restantes tipos derotações no eixo transversal estudadas os valoresoscilam entre 1.25 e 1.94, concluímos que as ginas-

tas executam muitos elementos nos quais não com-pletam uma rotação de 360º no eixo transversal. A constatação acima referida resulta de que vários

l ê i i i

dinâmicos. As característicaa obrigatoriedade de trabalhpodem justificar as diferençacasos, a alteração de algumaigualmente aplicada na GAFforma a beleza e dinâmica d A predominância verificada delementos executados em con

quer em fase aérea, sugere umção de elementos com utilizapronação, pelo menos para oscompleta no eixo transversal.mendações da FIG(10), verificalência, quer nas fases de apretidade de elementos a treinarelementos a executar com rot

com pega palmar. No entantoCP classificavam o gigante à fdificuldade superior ao gigantO ú i í d l

longitudinal em apoio k-w χ2 = 23.410

Nº rotações directas de 360º Média ± sd 0.15 ± 0.37 0.35 ± 0.71 0.6k-w χ2 = 9.097

Nº elementos “in bar” Média ± sd 0.35 ± 0.75 0.35 ± 0.78 0.4

com rotação longitudinal k-w χ2 = 17.358

 

zos é apenas moderada e deixa de existir na avalia-

ção exclusiva do quarto ciclo(15). A correlação observada entre o número de rotações àfrente em contacto com os banzos e o número deelementos com rotação longitudinal em apoio indicauma maior utilização das rotações longitudinais porparte das ginastas que executam rotações transver-sais à frente e não atrás, tendência que desaparece

ção das rotações, ou po

tido, sendo as rotaçõesbanzos as mais executafrente em contacto comrotações longitudinais estão mais associadas fase aérea.

José Ferreirinha, António Silva, António Marques

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q pna análise do quarto ciclo. Este resultado coincide

perfeitamente com as análises da FIG(9,11,12,13) relati-vamente aos elementos que terminam em “Healy”,as quais também reflectem uma crescente apresenta-ção deste tipo de elementos até 2000 e deixam deser analisados posteriormente a essa data.Por outro lado, as correlações obtidas entre o núme-ro de rotações à frente e atrás em contacto com osbanzos e o número de elementos com rotação longi-tudinal em fase aérea sugerem precisamente o con-trário. Isto é, a elevada associação positiva entre onúmero de rotações atrás em contacto com os ban-zos e o número de elementos com rotação longitudi-nal em fase aérea no quarto ciclo e a associaçãonegativa entre o número de rotações à frente emcontacto com os banzos e o número de elementoscom rotação longitudinal em fase aérea na análiseglobal, indicia que as atletas que mais executamestes elementos são aquelas que mais executam ele-mentos com rotação completa atrás em contactocom os banzos. A ausência de diferenças estatisticamente significati-vas encontradas nas rotações no eixo transversal emfase aérea acompanha o desenvolvimento semelhan-

te relativo às saídas e aos elementos volantes(15)

,situações nas quais se enquadra a grande maioriadas rotações completas neste eixo, em fase aérea.A l d i ã i ifi d

Rotações no eixo longitu

Os valores apresentadoobservada no número apoio e no número de rotação e posição justie antecipada preparaçãnas crianças um alfabesistema de percepção(5

Se no caso das rotaçõeexiste sempre rotação as rotações no eixo lonsimultaneamente com sal. De acordo com divsimultânea nos eixos timplica um grande incelementos, apelando à para a qual interagem cinestésico(30). Para Garotações longitudinais empregue para torná-lque este tipo de elemeo aparelho vestibular. As correlações positivalongitudinais em apoio

elementos com a dificuconfirmam a importânno incremento do valod i ã 

mático e diário no sentido do desenvolvimento das

capacidades rotativas, o qual deve ultrapassar 2 a 3vezes o volume total de rotações que um ginasta rea-liza numa competição, justificando a importância doconhecimento dos dados que aqui apresentamos.Mikulas(25) acrescenta que neste tipo de movimen-tos, dada a reduzida função do analizador visual, oaparelho vestibular tem um papel decisivo pelo que

CONCLUSÕES

O principal objectivo deste ezar o estado actual da carga las assimétricas na Ginásticacom base na análise das rotaversal e longitudinal.Os resultados obtidos permi1. No que se refere às rotaçõ

Análise das ro

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aparelho vestibular tem um papel decisivo, pelo que

deverá ser devidamente estimulado. Radoulov(28)

refere mesmo a melhor capacidade para adaptaçõesvestibulares em idades baixas como um dos argu-mentos para justificar o início da prática entre os 5 e6 anos de idade.Por outro lado, Rousseu et al.(29) observaram nosginastas uma maior dependência do campo visualpara a percepção da verticalidade relativamente a

outros atletas, concluindo que utilizam preferencial-mente referências visuais para se orientarem no espa-ço. Os autores associam essa característica a umamaior vulnerabilidade a qualquer alteração relativa aoespaço visual onde os ginastas executam os seusexercícios, especialmente em competição, referindo aimportância do treino específico para uma menor

dependência da visão na sua prática desportiva. A observação da evolução do número de rotaçõeslongitudinais em apoio e do número de elementoscom esse tipo de rotação parece indicar uma tendên-cia para uma cada vez maior utilização de rotaçõeslongitudinais, principalmente nos elementos execu-tados em contacto com os banzos.No entanto, apresentamos algumas reservas à referi-

da tendência pelas seguintes razões: a) porque admi-timos que, a exemplo de muitas outras alterações, oCP de GAF irá aproximar-se do de GAM, o qual dis-

transversal, as rotações atrás

banzos superam largamentesentido inverso. Em fase aéras rotações atrás, embora coamplitude relativamente às arotações no eixo longitudinasignificativamente, consubstna complexidade dos movimactual caracteriza-se por umlongitudinais de 180º, distritos justificando uma preparano sentido de desenvolver e seu sistema de percepção.2. O volume das rotações emtou qualquer evolução, possude 3 rotações deste tipo, dist3. Embora a contínua progreuma tendência para a contindo volume das rotações em reservas quanto a aumentosas regras do novo CP, exigengeral e especialmente na posrotações.4. O número de rotações dir

longitudinal evoluiu para umdeste tipo de movimento, esdesta evolução especialment

ã d á 

1 Entende-se por carga externa, o conjunto de estímulos que cons-

titui uma tarefa ou a quantidade de trabalho realizado, em treinoou competição, passíveis de serem manipulados externamente edeterminados por indicadores tais como a duração, número derepetições ou ocorrências de expressões motoras, velocidade deexecução, altura atingida, peso levantado, etc.(27, 31).

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O esporte no cinema de Portugal

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Victor Andrade de Melo Universidade Federal do Rio de

 Brasil

RESUMOEste artigo tem por objetivo apresentar um panorama da pre-sença do esporte na história do cinema português. Tal investi-gação se justifica por seu potencial em contribuir para ampliaro entendimento sobre o desenvolvimento do esporte emPortugal, a partir do diálogo com uma importante linguagem

típica da modernidade, uma expressão da formação sócio-cultu-ral do país: o cinema. Para alcance do objetivo foram analisadasas sinopses/fichas técnicas de 703 filmes produzidos entre osanos de 1896 e 2006, sendo encontrados 32 longas-metragemnos quais a prática esportiva esteve de alguma forma represen-tada, divididos em: 12 em que é o tema central; 7 em queocupa lugar de importância na trama, ainda que não seja otema central; e 13 em que é apenas citada.

 Palavras-chave: história do esporte, sociologia do esporte, cine-ma

ABSTRACTThe sport in the Portugal’s cinema

This article has for objective to presenthe sport in the history of the Portuguresearch for its potential in contributin

the development of the sport in Portugimportant typical language of moderncultural formation of the country: the tive it had been analyzed synopses/tecduced between 1896 and 2006. It wawhich the sport was represented, divid subject; 7 where it occupies place of imcentral subject; e 13 where only it is c

Key-words:  sport history, sport socio

 

INTRODUÇÃO

No mês de setembro de 1896, cerca de um ano emeio depois das primeiras exibições públicas cine-matográficas da história (realizadas em Paris) e seismeses após as pioneiras sessões de Portugal (quetiveram lugar em Lisboa), Aurélio de Paz Reis posi-cionou uma câmera na porta principal da FábricaConfiança (sediada na cidade do Porto) e gravoui d á i i h d l

esse importante fenóm

que tanta articulação pvimento da linguagem do século XX(3).Este artigo tem por obma da presença do espcom ênfase nos longasdocumental quanto de

d d i ã d

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imagens de operários a caminho do almoço.

Provavelmente Reis estava inspirado por um dos pri-meiros filmes produzidos pelos irmãos Auguste eLouis Lumière1. Também o incentivava o desejo decontribuir para a modernização da sociedade portu-guesa naquele turbulento fin-de-siècle europeu.Graças às acções de Reis, Portugal entrou bem cedopara o grupo de países que deram início à constru-ção de uma cinematografia nacional, no mesmo ano

em que o Brasil e antes de outros hoje reconhecidospor sua produção, como a Itália e a Espanha. Sehodiernamente o cinema português não é comum-mente citado entre os principais do mundo, a nãoser pelo sempre lembrado Manoel de Oliveira, issonão tem relação com sua trajectória ou com sua qua-lidade, mas sim com questões de natureza económi-ca e cultural.Independente de sua repercussão internacional,indubitavelmente a cinematografia portuguesa é umaexpressão da formação sócio-cultural do país. Nosfilmes pode-se identificar representações2 das múlti-plas dimensões da história de Portugal, tanto nosenredos (reflexos de importantes elementos consti-tutivos da cultura lusa em seu quadro de tensões)quanto nos aspectos técnicos e estéticos, ambosexpressando os desafios e as contradições da cons-trução da idéia de nação. Não é equivocado afirmar,

l ã i lí

quadro de inserção da

las, apresentamos tamsobre os primeiros curainda no período não sPara alcance do objectida literatura e uma anácas das películas portuanos de 1896 e 2006, fníveis em:a) Cinemateca Portugupela internet (http://wvisitas presenciais3;b) Instituto do CinemaPortugal, cujo banco fo(http://www.icam.pt);c) estudo de M. Félix Rdo cinema português;d) estudo de José de Mmetragem portuguesese) estudo de José de Mdução cinematográficaf) catálogo sobre cinemCinemateca Portuguesg) base da Associação

Português (http://wwwh) sítios diversos de inacessar informações so

d 2000 2006 

ser bastante útil para certas investigações; um perso-

nagem coadjuvante pode ser esclarecedor de umarepresentação ao seu redor construída. Por isso faze-mos uso das três listas, ampliando o alcance domapeamento e já previamente indicando aos interes-sados o “grau” de presença da prática esportiva natrama. A catalogação, todavia, somente seria absolutamentecompleta se houvesse a possibilidade de assistir

assim, empreender esforços

de olhares, mas também de ções mais profundas. No decalguns apontamentos compapara uma próxima oportuniddessa perspectiva metodológ

PRIMEIRAS CENAS: O CARÁTEAurélio de Paz Reis pioneiro

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completa se houvesse a possibilidade de assistir

todos os filmes, o que é impossível já que a maiorparte não está disponível para o mercado doméstico(VHS ou DVD), não é facilmente acessível em cine-matecas/cineclubes ou mesmo não possui maiscópias preservadas, só havendo registos jornalísticosacerca de sua existência. Tendo em vista essa impos-sibilidade, as sinopses/fichas técnicas acabam sendoo recurso mais operacional.

Logo, os dados apresentados são sempre provisórios, já que: a) não é incomum com o decorrer do tempoencontrarmos novas cenas, conforme surgem opor-tunidades de assistir filmes raros, cujas sinopses nãocontinham referências ao esporte; b) as própriascinematecas constantemente actualizam seus ban-cos, quando descobrem películas antigas não catalo-gadas; c) além disso, há sempre novos lançamentosa cada ano.Deve-se ressaltar que, mesmo com esses limites, ouso das sinopses/fichas técnicas já se mostrou bas-tante produtivo quando realizamos trabalho seme-lhante com a cinematografia brasileira(8).Cremos que este estudo se justifica por seu poten-cial em contribuir para ampliar o entendimentosobre a prática esportiva em Portugal, desvendandosua presença por entre as teias e redes sociais, nodiálogo com outras linguagens; ou, como temosd i d â bi d j “E A

 Aurélio de Paz Reis, pioneiro

era um homem da modernidcomerciante de flores, logo tempresário do ramo fotográamador) e proprietário de umveis: dois produtos símbolosdos novos tempos. Liberal, denvolvido com o movimento Janeiro de 1891 (desencadea

Era um dos quadros da burgem sua cidade, director do Asurpreende, assim, seu precoarte cinematográfica.Como era comum na época,películas exibiam cenas do cde um mundo que se modera todos assustava, o que incmecanismos de captação da cinema, novos artefatos do pparte dos países, como no caprimeiros filmes podemos enesporte(10). Na produção de possível identificar essa inse As primeiras cenas de esportsurgem mesmo na obra de oro: Manuel Maria da Costa Vmente exibidor, um dos dono

l d j ã l li d 

ram relacionada ao campo esportivo: em 1908, ten-

tou realizar, sem sucesso, o primeiro filme sonoro dopaís, utilizando como locação o “Paraíso de Lisboa”,notadamente as instalações do ringue de patinaçãodaquele complexo de entretenimento; em 1910, fil-mou e exibiu apenas 4 horas depois o curta docu-mental Corrida de automóveis na rampa da Pimenteira,sobre uma da mais célebres provas dos primórdiosdo automobilismo lusitano

gozando de grande pop

fazia parceria com sua Nascimento decidiu sedestacaria como um dotempo, fundando, em 1919, lança Nascimento,inserido de forma irónproblemas do personagAinda de autoria de Fe

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do automobilismo lusitano.

Desses momentos iniciais, no que se refere ao carác-ter documental das películas, vale ainda citar III

 Exposição Internacional de Automóveis, Aviação e Sport(1924), por três motivos: a) pela articulação doesporte com outros elementos símbolos da moderni-dade (carros e aviões); b) por ser o último filme deuma das mais importantes produtoras pioneiras, aInvicta Film; c) pelo uso literal da palavra “ sport”,

aliás ainda na versão em inglês.Seria exaustivo citar o grande número de realizaçõesdesse período nas quais o esporte esteve presente:tanto em curtas-metragem quanto nos cinejornais(bastante comuns durante muitos anos, notadamen-te antes da invenção da televisão) pode-se encontrarmuitas cenas dos primórdios do hipismo, boxe, fute-bol, turfe, ginástica, automobilismo, ciclismo, remoe mesmo educação física5. A prática esportiva foirepresentada como uma das novidades do mundomoderno, como ocasião de festas, articulada comoutros objetos no nascimento de uma “sociedade doespetáculo”(11), como algo cada vez mais valorizadopela população dos mais diferentes estratos sociais. As compararmos tais ocorrências de Portugal com oque se passou no Brasil, pode-se identificar similari-dades: a forma de filmar o esporte é aproximada(cenas documentais, expressão de uma nova forma-ã l l) á i l li õ

 Ainda de autoria de Fe

tacar a comédia Vida noNessa película, a persoqual se apaixona o proNascimento), é casadaboxe. O personagem apdo e o vence no ring. Atemplam até uma mulhPereira) aprendendo bo

personagem central, esboxeadora.Por que terá sido inserDever-se-ia à popularidPortugal? Provavelmenestar inspirado em outfora incluído de maneifraco, de forma improvmais forte. Charles Chmesmo em Campeão desemelhantes futurametes em Boxeur por amor

 Luzes da cidade, de Chapdia, de René Clement (outros(13).É com o mesmo intuitduzido em outro filme(1925, de Roberto Nobé l i i d 

ta e Romão Gonçalves, cantor e nadador, todos lançados

em 1920. O actor/director, como forma de autopro-moção, executa exercícios ginásticos (método Suecoe com halteres) e demonstra sua “habilidade” noautomobilismo, no boxe e na natação.Em 1927, Reinaldo Ferreira, popular jornalista dacidade do Porto, fazendo uso de seu pseudónimo eassociado a comerciantes locais, funda a Repórter XFilm. É o próprio Ferreira que escreve e dirige

 Trata-se de um documentári

sição das décadas de 1920-1frenesi de uma metrópole e cotidianos. O filme busca cada vida moderna e industriara esteticamente adequada àturais em vigor.Nesse cenário, assim como nleiro o esporte ocupa espaço

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Film. É o próprio Ferreira que escreve e dirige

Vigário Foot-ball Club (1927), a primeira vez em que ofutebol é o tema central de um filme de ficção emPortugal. Tendo como actores Alves da Costa, Alexandre Amores, Fernanda Alves da Costa, seguindo a linhade comédia, o filme aborda um tema que posterior-mente será retomado por diversas vezes na cinema-tografia portuguesa, em outros formatos e com

outros enfoques: a corrupção no mundo do futebol. A comicidade é garantida pelos personagens exóti-cos/jogadores que formam as equipes, uma dasquais tendo um anão como goleiro.Para concluir este item, fazemos referência a Bailandoao sol, de António Lopes Ribeiro (1928), uma verda-deira ode a um novo modelo de mulher, que valorizaa vida ao ar livre e cuida de seu corpo com exercíciosde ginástica e dança. Mesmo que pareça ser pequenoo espaço do esporte nesse filme, vale o registro jáque é a única excepção no que se refere ao caráctercómico que marca a inserção da prática esportivanessas primeiras ocasiões de sua presença em pelícu-las de ficção.

O ESPORTE NOS LONGAS-METRAGEM:CENAS DE UM MOSAICO

 Lisboa, crônica anedótica (1930), dirigido por Leitão deB d í d i ê f i

leiro, o esporte ocupa espaço

portuguesa: cenas de autombol, ténis, esgrima, basquetepresença da prática esportivintenta fazer uma “arqueolona capital de Portugal demoinserção da manifestação nasua importância simbólica, soutras dimensões culturais.

Vale ainda destacar o fato demaior parte das experiênciasnão foi inserido em um quadum dos importantes elemende mosaico da nova urbanid A prática esportiva voltará atrevo de quatro folhas, de Chiacos longas produzidos em PProtagonizado pelo já citadoe pelo famoso jogador Waldcom a especial participação dProcópio Ferreira, nessa pelínão só para compor uma sérem narrativas cómicas, assimcertos estereótipos que bemfazer o público rir, mas que certas representações culturtipo malicioso e perigoso, o l é d h id d 

de uma competição de bicicletas. Entre as cenas

vemos flagrantes da importante “Volta a Portugal emBicicleta”, uma das principais provas do ciclismo dopaís, disputada desde 1927.O ciclismo voltará duas vezes mais às telas: emCartas na mesa (1973, Rogério Ceitil) e como temacentral de O homem do dia (1958, Henrique Campos),que aproveitou outro momento de popularidade daprática. Exibindo muitas cenas ciclísticas, inclusive

 A passagem de nível (19

prática do golfe ajuda agens mais ricos. O autespaço em DerrapagemInserido no âmbito de ção, vemos tomadas dedos (1979, Manuel Madte em A sétima letra (19bol é pano de fundo no

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p ,

da já citada “Volta a Portugal”, a trama é permeadapelo fato de que Tó e Patela, rivais nas pistas, dispu-tam o amor de Clara. Actuou como actor AlvesBarbosa, campeão de muitas provas nacionais einternacionais, inclusive a “Volta” de 1951, 1956 e1958. Como curiosidade, esse foi o primeiro longafeito em Cinemascope em Portugal.O aproveitamento de uma competição esportiva na

composição do enredo de um filme já fora antesexperimentado em Uma cidade... canção (1946, J.Oliveira dos Santos), cujo pano de fundo são asregatas nacionais realizadas na Figueira da Foz, tra-dicional local de prática do esporte náutico. Foramproduzidas ainda mais duas versões dessa película,uma em inglês e outra em espanhol, de forma adivulgar as belas praias portuguesas em outros paí-ses europeus.No ano de 1947 foi lançado um dos mais importan-tes filmes da cinematografia de Portugal em que ofutebol é tematizado: O leão da estrela, de ArthurDuarte. A história é desencadeada quando Anastácio, torcedor do Sporting Club, desloca-se aoPorto para assistir uma partida decisiva. Nessa que éconsiderada uma das melhores obras de Duarte, oesporte é inserido no conjunto de costumes quecaracterizam a pequena burguesia que habitava osb i l d id d

p

(2003), uma co-produçinserido em O testamenFrancisco Manso).Enfim, a presença mulé mesmo notável, reflena sociedade portugue

O ESPORTE COMO TEMA

Em alguns filmes destagem mais crítica: o espdentro de uma lógica dsomente como uma exmas como representaçeivado das contradiçõecomo um todo.Em 1947 é lançada umpresença do esporte nocentro, de João Moreiraque o velho esporte brum longa-metragem. Fcomo o primeiro filmePortugal:

Os desportos comotêm, dum modo geprodutores, a não s

i b 

tado como “desporto violento”), vai de encontro às

restrições de seus pais, abandonando emprego efamília para ingressar em um clube. Envolvido pelasartimanhas do mundo esportivo, enganado pormulheres interesseiras, corrompido pelas noites emcabarés, acaba fracassando e retorna ao lar e à vidanormal. Claramente percebe-se tanto um tom dedenúncia quanto uma mensagem moralista, o quechegou a desencadear polémicas com meio futebolís-

fim da longa ditadura que se

fruto do diálogo com as reivse alastravam por todo o muemergiam novos heróis, reprsua luta cotidiana, controverque, aliás, os aproxima maisO boxe será mais uma vez ude questões sociais, notadamem meio às injustiças econó

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tico português da época.O filme logrou grande sucesso de crítica (as únicasressalvas foram à ineficiente recriação das partidasde futebol6) e de público, chegando a estrear simul-taneamente em três cinemas, algo raro para a época. A despeito das polémicas, trata-se de um bela repre-sentação de todas as dimensões que cercam e consti-tuem o espectáculo esportivo. Comenta António

Lourenço, em o “Século”(16):

Serve-lhe de moldura o cenário rico de pitoresco,estuante de alegria e vibração dos meios futebo-lísticos. Há um tão flagrante fundo de verdade naestrutura deste tema que dir-se-ia ter sido copia-do da realidade. Diga-se de passagem que esteaspecto, revivendo com sutileza circunstâncias

conhecidas e debatidas, eleva a obra a um planode interesse que a torna simpática ao espírito dequantos ambicionem ver resolvido o problemasocial do futebol.

 Também com um tom bastante crítico, Belarmino,dirigido por Fernando Lopes, é lançado em 1964. Oenredo central é a vida do ex-boxeador Belarmino

Fragoso, sua trajectória pugilística e sua visão demundo. Aproveitando as contradições e as peculiari-dades desse esporte, inclusive do ponto de vista esté-

(1968), de Viriato Barreto, rcom actores, actrizes e equipLamentavelmente até esse mconseguir maiores informaçõO Cinema-Novo português acâmeras para o futebol em 1Ceitil realiza Grande, grande euma vez em 1972, no Festiv

logo proibido pela censura. Sbretão era tematizado a partva na população, Ceitil desconação nesse forte envolvimetrata-se do estabelecimento com o fenómeno, algo muitosou com o Cinema Novo braDepois da Revolução dos Cr

o esporte foi o motivo centraepisódio-chave da história plançamento de Eusébio, a pando pelo espanhol Juan de Orsobre a vida e trajectória de tes jogadores do futebol porqualidades artísticas, essa pee não teve a repercussão esp

sonagem central seja muito a abordagem adoptada pelo da ao momento de efervescêÉ

 

certa forma são usadas como metáforas para discutir

os relacionamentos de Portugal com suas ex-coló-nias, e nesse quadro o conflito de gerações e a imi-gração, questões bastante contemporâneas.

CONCLUSÃOO relacionamento entre cinema e esporte não deveser entendido somente a partir das ocorrências emque o segundo foi um tema para o primeiro, mas

Mesmo reconhecendo

dessas possibilidades pmais aprofundada, ressintuito deste estudo: dintrodutória dos relacicinema em Portugal, eimportante, até mesmopara futuras investigaçneste artigo já se const

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também a partir dos diálogos intersemióticos que seestabeleceram entre as duas linguagens(18). Damesma maneira, é interessante investigar algumas“coincidências” de trajetórias, na verdade indícios deoutra natureza para entender a relação entre essasduas manifestações culturais.Por exemplo, é comum a participação de atletascomo actores, normalmente em papéis em que

podem exibir suas habilidades esportivas. Esse é ocaso de John Weissmuller, nadador que actuou nocinema norte-americano; de Max Schmeling, boxea-dor alemão; do argentino Alfredo Di Stefano, jogadorde futebol que actuou no cinema espanhol; e dePelé, que participou de muitos filmes brasileiros edo famoso Fuga para vitória (1981), dirigido por JohnHuston. Em Portugal, além dos atletas já citados no

decorrer do artigo, podemos ainda lembrar deNestor Lopes (que atuou em Sereia de pedra, de1923), Álvaro e Francisco Lyra (Olhos da alma, 1925)e Ruy Cunha (O rei da força, de 1924).O fato é que paulatinamente os atletas foram se tor-nando estrelas, figuras socialmente reconhecidas, e ocinema tanto utilizava tal fama para buscar aumentara popularidade dos filmes quanto ajudava na difusão

e consolidação da imagem dos esportistas. Essa rela-ção é um indício de como o esporte não é uma práti-ca descolada da dinâmica sócio-cultural: seu desen-

mas reconhecemos o srando que possa despeinvestigadores pelo temNo caso do Brasil, temactualizado nosso bancnalmente temos possibprogressos da preservafica, bem como os nov

temos realizado investmes catalogados.No caso do banco de Ppara a manutenção da lançamento de novos ctemplem a produção macordo de cooperação cportugueses tendo em

tal tarefa. Assim sendo, esperamprimeira de uma série resgate das informaçõeem que o esporte estevde desenvolvimento delógicos que utilizem escomo fontes.

AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional

 

NOTAS1

Cito aqui La Sortie des ouvriers de l’Usine Lumière (A saída dosoperários das Fábricas Lumière). Os irmãos Lumière encontra-ram a solução para alguns problemas encontrados em umalonga trajetória de tentativas de captação e exposição de ima-gens em movimento, realizando pioneiramente uma sessãopública, sendo, por isso, por muitos, considerados inventoresdo cinema(1).2 Destacamos que os cineastas não “reproduzem” a realidade,mas sim a interpretam, dialogando com o contexto em quesuas obras são produzidas, tanto em ficções quanto em docu-mentários. Para uma discussão teórica sobre tal assunto, ver

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estudo de Burke(2).3 Uma das visitas foi realizada pela acadêmica Juliana Garcia,minha orientanda e bolsista de iniciação científica do ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq)/Brasil, dentro do conjunto de suas tarefas de investigação.4 Para uma compreensão mais aprofundada sobre as potenciali-dades do método comparado, ver o estudo de Melo (9).5 Para maiores informações sobre os títulos, ver o estudo deMatos-Cruz(12).6 Uma discussão sobre a dificuldade de filmar o futebol foi pro-

cedida no estudo de Melo(15)

.7 No caso do cinema português, é ainda digno de nota que umde seus maiores cineastas, Manoel de Oliveira, teve um forteenvolvimento com o esporte em sua juventude (notadamentecom o atletismo, com a ginástica e com o automobilismo),ainda que não tenha inserido o objeto em sua produção. Sobrea vida do cineasta, ver o filme Oliveira, o arquitecto, de PauloRocha (1993) e os livros de Costa(19) e Machado(20).8 http://www.anima.eefd.ufrj.br/esportearte/consulta/home.asp

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561.15. Melo VA (2006). Futebol e ci Rev.Port.Cienc.Desp. 6(3): 362-

16. apud Ribeiro MF (1983). Filmcinema português – 1896-1949.Portuguesa: 565.

17. Melo VA (2006). Cinema e esp Aeroplano/Faperj.

18. Melo VA (2006). Cinema e esp Aeroplano/Faperj.

19. Costa JB (1988). Manoel de O zados e outros textos. Lisboa: C

20. Machado A (2005). Manoel deNaif.

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Formação de mestres e doutores: Exigências e com

 Jorge Olímpio Bento Universidade do Porto

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 Faculdade de Desporto

RESUMOO avanço de uma versão da globalização, manifestamente mar-cada pela prevalência exclusiva das leis do mercado e dos cor-respondentes interesses economicistas, a crise da ética e damoral, bem como a implementação do dito Processo deBolonha colocam às instituições universitárias graves desafios.

Entre eles emerge a renovação da missão da Universidade e dasrelações desta com a sociedade. A formação de quadros, nomeadamente a de mestres e douto-res, deve ter em conta as preocupações suscitadas pela conjun-tura normativa que estamos a viver. É nesta conformidade quesão apontadas algumas competências, exigências e obrigaçõesque devem balizar essa formação.

 Palavras-chave: universidade, missão, ética, mestres, doutores,formação, competências, exigências.

ABSTRACT Forming Masters and PhD: Deman

The advance of a globalization version sive prevalence of the market laws andthe ethics and moral crisis, as well as

tion places to the university institutionthe renewal of the mission of Universiemerges.The formation of the boards, namely othe concerns caused by the normative cis in this conformity that some abilitieare pointed that must mark out such f

Key-words: university, mission, ethic petences, demands

 

Sem um fim social, o saber será a maior das futilida-

des. (Gilberto Freyre)

 Para aqueles que têm apenas um martelo como ferra-menta, todos os problemas parecem pregos. (Mark Twain)

DAS CIRCUNSTÂNCIAS E DESAFIOSQuer o percebamos com muita ou pouca nitidez,

consegue escapar, seja e

Universidade e a ciênciconhecimento e da tecnto com os ditames de uoutras exigências, a supinovação de correspondNesta conformidade a sa ou investigação são objecto e a assumir as

Jorge Olímpio Bento

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está em curso a criação de um novo contexto para avida e concomitantemente para a sua abordagempela ciência e formação.Os analistas e críticos dos efeitos perversos da glo-balização sustentam, de maneira enfática e sobeja,que ela está ampliando o viveiro de incertezas,medos e infortúnios pessoais, decorrentes da des-truição da solidariedade e dos laços inter-humanos.

 A globalização trouxe à tona a “unidade da espéciehumana”, traçada por Kundera, deixando claro que obem-estar de uns nunca é inocente em relação àmiséria de outros. À sedutora ideia de “sociedadeaberta”, de Karl Popper, corresponde hoje a realidadeaterrorizante da maioria da população infeliz e vul-nerável, submetida a forças que não entende nem,muito menos, controla. A Caixa de Pandora abriu-se

e expôs a humanidade aos ventos de um destinomalévolo. Os mesmos críticos advertem por issopara o agravamento das pendências sociais, para oaumento e refinamento das formas de exclusão e deaviltamento da dignidade humana.2Face a isto e a todo o monturo de imoralidade e cor-rupção que se ergue em nosso redor, surge a necessi-dade de uma revolução axiológica, sem quaisquer sub-terfúgios ou artifícios da linguagem. Ou seja, adqui-rem todo o carácter de urgência a retomada e a pro-j ã d õ i d H d

deveras complexo. Nãoas solicitações dos difetanto dos antigos comonota dos seus interessedas respectivas organizrespeitá-las e reclamardo, o que implica guaratitude e dever de inde

tica, sob pena de pervepapel. É nesta condiçãocom os outros parceiromundo melhor, à alturcias culturais do tempofornecendo referênciasprojecto. A ciência e a formação

lançar o olhar sobre a rnuma posição e atitude Têm que se debruçar sactualmente, por forçamutações que sofreu nsobre o ímpeto de modanima em direcção ao além: olhar a vida e ostos deles aguardam e cprevenção, remedeio eb di di 

 A Universidade era, até há pouco tempo, uma insti-

tuição cuja essência estava acima do imediato, estavano mundo mas não era dele. O seu papel era o devisionar a sociedade e de permitir que esta se visio-nasse a si própria a longo prazo e segundo bitolasintelectuais, culturais e morais. Doravante o granderepto lançado às instituições universitárias, colocan-do-as sob a pressão dos pedidos e reclamações dopragmatismo e do imediatismo (para não sofrerem a

ã i d li i d i l â

imperioso que esteja no mu

modo responsável e empenhrealidade. Com todos os outnecessário, contra eles. Porqsuprema e a maneira superiolienável missão e obrigação. Assim não é defensável ‘refouniversitárias para as sujeitases espúrios; precisam, sim,

d

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acusação e o estigma de elitismo e ou de irrelevân-cia), é o de saber se continuarão a funcionar comoinstituições que disponibilizam à sociedade possibili-dades e vias alternativas para analisar o presente emoldar o futuro ou se renunciarão a esta função.Mais, se cederem a essa pressão e tentação, quem assubstituirá no cumprimento daquela tarefa multi-secular de que a sociedade actual tanto carece? E

qual o preço que a sociedade virá a pagar por umatal deriva e subversão?Procuremos dar algumas respostas a estas questões. A missão das instituições de formação e investigaçãoobriga-as a ir além da ciência, da difusão e da criaçãodo saber; a integrar-se no elenco dos esforços e ins-trumentos de modelação da vida, na esteira de umcomprometimento ético e cultural. Precisando melhor, a

pesquisa, a formulação e divulgação de conhecimen-tos, de pareceres, de posições e recomendações têmque chamar cada vez mais a si, de forma activa eofensiva, o cumprimento do dever de elevar e eno-brecer o processo civilizatório. Só assim poderãomanter-se fiéis ao princípio da responsabilidade, aoprimeiro e cimeiro de todos os princípios. 4

Por isso há que reafirmar que a Universidade não é

 somente uma instituição para estudantes. Nem apenaspara os dotar e potenciar com conhecimentos cientí-fi did id i El

das como centros compromemeiras e cimeiras da sociedapodem e não devem servir m‘Reformar’ não é destruir. É,reforçar, aumentar e transmiapego a princípios e valores,de, à reflexão, ao debate e ucultivo da liberdade, da justi

ética, ao avanço do bem comdo direito a uma vida digna avaliação e reconhecimento fácil e falso, das ideias feitasnação, do populismo e dema Ademais nós não temos quenossas forças em alta tensãoregados e contrafeitos o mun

temos direito a aspirações e e multiplicar as belezas e morealização, de alegria, graça oferece. Sob pena de sufocarque, nesta hora e antes de tudaquilo que já somos e do macerca da medida dos valoreem que nos revemos. Que, p

fins que nos inspiram; só dedos instrumentos e meios.E d i i 

vigentes. Assim a formação e a investigação almejam

ser um sistema de ideias vivas que represente o nívelsuperior de desafios, ideais e anseios próprios de cadaera. Atribuem-se a incumbência de formar pessoas cultasque se meçam e sobreponham ao seu tempo, abertas àcompreensão dos problemas, das suas causas e conse-quências; e disponíveis para todo o esforço de serautêntico, de criar as suas convicções, para não se dei-xarem aprisionar nas certezas e nos dogmatismos e

f ti d i di ti t ti

Recorramos novament

andar com acerto pela culto, é preciso conhecou ‘métodos’, ou seja, espaço e do tempo emactualizada. Pois bem: se inventa. Aquele queter-se a inventá-la, ele que trinta séculos de h

ú i t á di it

Jorge Olímpio Bento

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fanatismos dos mais distintos matizes. Tenho para mim, amparado em Ortega Y Gasset, quea formação e a investigação querem ser uma fonte degrandezas e parâmetros dos quais possa viver omundo e com os quais o possamos viver, lidar comele, agir nele, cuidar dele; uma fonte de alguma coisamaior e mais importante, portadora de sentido e jus-tificação para a sua existência e para o acto de o pen-

sar e fazer.5O mesmo é dizer que a formação e a investigaçãoconstituem uma força espiritual e reformadora da vidacolectiva e individual. Contrapõem-se à arrogância eao poder das forças da frivolidade e da insinceridade,da estupidez, mesquinhez e irracionalidade que tei-mam em comandar os destinos, em manietar e atrasaro passo do progresso comportamental, ético e moral.

Porque precisamos tanto - ou ainda mais! - destecomo do progresso científico e tecnológico.Não chega, pois, formar quadros mais ‘eficazes’ e‘práticos’, mas pobres de espírito, de pensamento ede teor cultural e humanizante. Porque a essesassenta que nem uma luva o reparo de Mark Twain:“Para aqueles que têm apenas um martelo como fer-ramenta, todos os problemas parecem pregos”.

Sim, não chega formar “idiotas da objectividade”,cegos ao “óbvio ululante”, como diria NélsonR d i d h é i d d

único que terá direito a Universidade se encaensinar cultura. Infelizpoderia, com fundameseria (...) um dementeDo mesmo pensador pfulgurância, urgência einiludível. A vida e qua

cem sempre de ser regpor um pensamento cocategorias mentais quecontemple as coisas emPorquanto a ausência dpelo rigor das ideias e verdade priva os homerem com dignidade e d

humana; priva-os de cotodos os desafios e proàs premências da vida. Acresce, como muito ba nitidez e impacto negespirituais desapareceramedia. O próprio Estadregido por uma opiniã

igualmente se oferece sujeitar, condicionar e

i é 

predominância do discurso dos direitos na segunda

metade da centúria anterior. O mesmo é dizer que aética está de volta ao centro dos olhares e das preo-cupações para anular os excessos e deturpaçõesdaquele discurso e para preencher o vazio e o relaxa-mento registados na observância dos valores.Realmente sobe de tom o coro de denúncias e deacusações a um clima de desconsideração e de atro-pelo de normativos ético-morais, responsabilizando-

o pelo mal estar geral e pela desarmonia social já

para uma posição bem mais

Claro está que, para reafirmcomo um projecto ético, nãoxões e formulações como asapelativas que elas sejam. É indispensável ingrediente daPara Kant havia duas coisas que enchiam o seu espírito dcia: o céu estrelado acima de

dele Os princípios e ideais u

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o pelo mal-estar geral e pela desarmonia social, jáque onde falta a ética não floresce a felicidade, sendoo seu lugar ocupado pelo afrontamento e conflito,pela crispação e desagregação.Estamos por isso a assistir em todos os domínios daactividade ao acordar das consciências para a necessi-dade de repor o primado da ética. E isto não implicaapenas o entendimento da educação no sentido de

acentuar que a sua essência e os seus objectivos funda-mentais se inscrevem no quadro dos princípios e valo-res morais. O mundo empresarial e dos negócios con-fronta-se cada vez mais com esta problemática, nãoespantando que nos manuais de gestão a formação decompetências naquela área ganhe um relevo notável.Qual a razão para empolar tanto esta inquietação?Só não vê quem não quer: a ética encontra-se amor-

daçada e a decência emigrou para parte incerta. Logoé imperioso trazê-las de volta às luzes da ribalta,nomeadamente reforçando o seu cultivo e observân-cia na formação de quadros universitários. Para queas instituições de formação e investigação se impo-nham como uma entidade espiritual superior e refor-madora que represente o comedimento e a serenida-de diante do frenesi, o discernimento e a razão dian-

te da confusão, a parcimónia e o bom-senso dianteda leviandade, a austeridade e sensatez diante da jac-â i d d lh Nã

dele. Os princípios e ideais uimpõem a todos e a vontadeos respeitar e cumprir, digo cício da minha função. Os prda, tal como muito bem o fo“É imoral pretender que umze magicamente, simplesmeSó é moral o desejo acompan

de apontar os meios da sua Sem esta vontade nada feitoum ser intermédio que oscilfumo, entre a terra e o céu, advertia já Aristóteles (384-nos que aquilo (peso, gravidnos atira para o chão e para da no pasmo e na violência,

nização e nos empurra para órbita da dignidade – e para decorre que a inacção é, comFoch, uma falta infamante.Nesta conformidade para a cdos proclamados pela ética, Marina, “o importante é a acconverter em realidade as irr

mos”. A acção é a síntese undos propósitos, é ela que col

i lid d d 

vontade. Pelo que para repor o primado da ética é

também necessário investir nos terrenos da vontade.Em suma, a ética não se impõe pela enunciação daementa dos princípios, mas sim pela mobilização doânimo e da vontade, tendo em vista um agir condi-zente. Isto é, os nossos actos são um território éticoe moral, podendo dizer-se, seguindo Piaget, que alógica é a moral do pensamento e a moral é a lógicada acção. Por outras palavras e a contragosto de

tanta gente tida por douta a nossa formação enten

 Mil vezes veio atrás exten

 E retomou em vão essa ca

Sísifo não é mito legendáSísifos somos neste mund

 Mas vasto de amargura d

Todos temos um sonho irrTodos temos um fim inalc

A jornada de Sísifo é a vi

Jorge Olímpio Bento

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tanta gente tida por douta, a nossa formação, enten-dida e afirmada como competência para intervir naacção, tem na ética o seu fundamento constituinte; éesta que a alimenta, é nas suas exigências que sedeve alicerçar.9

DAS COMPETÊNCIAS E EXIGÊNCIAS À luz do que atrás ficou dito, a formação de mestres

e doutores deve procurar orientar-se para a criaçãode uma consciência e de um perfil de competências,exigências e obrigações que façam jus à responsabili-dade que pesa sobre os ombros desses quadros.Passamos a enumerar algumas.1. A Universidade tem como distintivo essencial ainvestigação e como função primeira a preparaçãocientífica, espiritual e cultural dos seus estudantes.

 Assim, à cabeça do corpo de aptidões e disposiçõesque estes devem exibir, emerge a formação da neces-sidade de acumular e renovar conhecimentos, ideias eperspectivas. Muito a propósito vem esta citação dogrande escritor e pensador Miguel Torga: “O que mesalva nesta existência repetitiva é a minha capacidadede renovar incessantemente a visão das coisas”. Ao cabo e ao resto um mestre ou doutor deve olhar-

se e medir-se no clássico mito de Sísifo que representaa condenação do Ser Humano, um fardo do qual não

é l í i b i b d

 A jornada de Sísifo é a vi

Como é sabido, o homtente no universo que conhecer (o mundo, o coconhecer-se. Esta condutà afirmação da sua espcurioso. Como tal está c

mação, à pesquisa e printerrogar-se, a um traque implica colocar emrecomeçar sempre. Nisconhecimento científiccumpre-se) pelo seu cazação consciente e expesse labor consiste num

da verdade, através de tural, empiricamente rcas da actividade cientcomparar a aventura hcondenação a que os dque realizar e retomar tarefa, sem jamais expsatisfazer a condenação

Não se perca de vista qa formação e a cultura

i d ã 

empresa de vulto científico, sem uma clara e firme

visão epistemológica. É certo que, aqui e ali, aindase fazem ‘discursos’ de desvalorização da Filosofia,procurando submetê-la ao ridículo e colocá-la emposição de inferioridade e até de antagonismo relati-vamente à ciência.Isto leva-nos a recordar que a Filosofia padece hojedo mal que ela quis fazer outrora, pela mão dePlatão, a outras áreas de conhecimento. Com efeito,

o discípulo de Sócrates tentou desacreditar os mitosd i (i l i f i d H ) d

torná-la mesmo indispensáv

uma teoria ocupada com a bua vida e para este mundo; tenos planos ético, jurídico e pobserva Luc Ferry - não é umSófocles (497 ou 495-405 a.mas da tragédia grega, tais cO Rei Édipo, quando perguntacerca do castigo reservado

fam foi peremptório na resp

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o discípulo de Sócrates tentou desacreditar os mitosda poesia (inclusive fustigando Homero), da arte eda dramaturgia; atacou o discurso sofístico por,como assinala Luc Ferry, não visar “absolutamente averdade, mas simplesmente procura seduzir, persuadir, pro-duzir efeitos quase físicos”, por elevar as palavras àcategoria de fins, ligados a “efeitos estéticos (...)  sen-

 síveis, quase corporais – sobre aqueles que são capazes

de distingui-los”. Platão celebrou o modelo socráticoe a Filosofia como fontes exclusivas da sabedoria,por se servirem das palavras e do diálogo para com-bater as diversas formas da ignorância, estupidez emá-fé e para buscar uma realidade situada bemacima da linguagem, ou seja, para chegar à Verdadeinteligível.11

Porém, numa densa e extensa análise comparativa de

obras célebres em diferentes épocas e contextossócio-culturais da civilização humana, Harold Bloomconclui que “a literatura sapiencial é mais poética doque filosófica”. Mais ainda, ele reconhece a “implica-ção cognitiva do saber poético”. 12

 Ao dizer isto, Bloom não pretende retirar à Filosofiaa qualidade de fonte de sabedoria; mas antes funda-mentar a abordagem poética como uma maneira de

filosofar, porventura mais profunda e próxima daautenticidade da vida, que ela retrata de modo senti-d d id Há i f ã

fam, foi peremptório na resplevam! É serem o que são e deviam ser”. Em contrapartiseres quase felizes, quase peassim os viu e reverenciou Pa.C.), que cultivou a intimidMatemática.Realmente a vida que se levaque se é por fora. E esta dá-nque se é por dentro. Da pessE como são inquietantes tanimpensadas de realizar a exicante a pobreza filosófica e ctres e doutores! Quão embotrôpego e manco, apagado e

raciocínio!Ora um mestre ou doutor teponder, com uma razoável dguntas essenciais:O quê? – Pergunta da Ontolo

 Para quê? – Pergunta da TeleoComo? - Pergunta da Ciência

 Porquê? – Pergunta da Filoso

 Todas elas - e não somente aajuda e o arrimo da Filosofiatífico fica muito aquém do s 

Para estarmos à altura da função académica e univer-

sitária e da nossa identidade e dignidade, para fazer-mos face a um tempo conturbado e assoberbado pordilemas, ansiedades e angústias, para reaprendermosa ver o mundo temos que trazer de volta à pós-gra-duação a importância da Filosofia. Ela não vai anulara gravidade dos problemas, mas não permite queeles nos surpreendam, arrasem e esmaguem e dá-nos força para os enfrentar, como assinala Fernando

Savater: “Quando o número de perguntas e a suadi lid d l l t f ilid d

desacorrentam e desfa

via de saída das armaddeixamos aprisionar. Mmentos são já em si evantecipam a realizaçãofalar corresponde um mmaneira de agir.Viver é a nossa ocupaçdoria tem como alvo a

vida. E para isso não hé h i t i

Jorge Olímpio Bento

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Savater: Quando o número de perguntas e a suaradicalidade envolvem claramente a fragilidadereceosa das respostas disponíveis, talvez tenha che-gado a hora de recorrer à filosofia. Não tanto peloafã dogmático de dar um remédio rápido para o des-concerto, mas para utilizar este a favor do pensa-mento de que o tornarmo-nos intelectualmente dig-nos das nossas perplexidades é a única via para

começar a superá-las”.15Carecemos da filosofia como pórtico inspirador, comoestrela e bússola de gestão e orientação da nossavida. Filosofar é questionar o que nos rodeia e per-turba; é mirar para o alto, para fora e além de nós, àprocura de um apoio e referencial que permitamsobrepujar a realidade. É um descontentamento preo-cupado connosco e com os outros. Estamos assim a

fazer uso da razão para nos pensarmos a nós mesmose o mundo em que vivemos, as suas crenças, tradi-ções, costumes e mitos. Quando, na nossa acção, nãousamos a inteligência, sensatez, lucidez e a força darazão caímos nas garras do manicómio teológico ouideológico ou de outro matiz. Filosofar é imaginar onovo e superior e, por isso, um exercício de autono-mia e liberdade, próprio de quem não se acomoda a

determinismos e alienações de toda a ordem.16

 A filosofia proporciona-nos ganhos de compreensão,h i d i d d j d

vida. E para isso não hé o conhecimento maisnada tão exigente, belonhar correctamente a eque nela somos chamaimplica a consciência dsaber; requer a sensaçãnoção e insatisfação da

pressupõe conhecimendoria para visar mais eo conformismo, para pmaneiras de as abordarcom uma configuraçãoda vida.19

Não obstante este desanossa natureza a possi

profundidade e de quecrescente complexidadfora de moda, é encaratante. Parece que nos dum fabrico de identidaavessas em que os inteprincípios; reagimos poimpostos pelos politól

autores e publicitáriosno entanto a indagaçãoid édi i 

o improviso e o deserto de causas, ideais e valores.

 Alguns dizem gostar; mas não são eles quem fala,são a ignorância e o oportunismo que os habitam.3. Em terceiro lugar e em decorrência do pontoanterior, embora não forçosamente por esta ordem,um mestre ou doutor tem que fazer uso da capacida-de de sonhar o Grande. Ou seja, a formação científica éinquestionável e indispensável, mas não constituipressuposto bastante, se fechar o círculo em torno

de si. Como afirma a escritora Nélia Piñon, “nin-guém pode ser grande sem uma sólida formação e

para conseguir pensar, tanto

mesmo, autonomamente e crequer muito tempo! – precider a pensar segundo outrosassim não agir, prescinde daenquadra-se neste vaticínio Queiroz (1845-1900): “O hoda que perde a virilidade do a individualidade do pensam

ignorância e vileza”. Que triã bj i d i

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,guém pode ser grande sem uma sólida formação esem digerir o que é Grande”. E Fernando Pessoa diz-nos que o nosso tamanho é dado pelos sonhos quetemos; e que estes, para merecerem esse nome, têmque ser grandes, caso contrário são fardos, tormen-tos e pesadelos.O significado e alcance das citações anteriores são

reforçados e aumentados com estoutra de AlbertEinstein: “A imaginação é, de longe, muito maisimportante do que o conhecimento”. E encontra res-paldo na tese do escritor e pedagogo Laurence Peter(1919-1990): “A competência, tal como a verdade, abeleza e as lentes de contacto, está nos olhos dequem vê”. Tudo isto vale para dizer que, sem ter a capacidade

de ver, perceber, admirar, idealizar, sonhar e almejaro Grande, a formação de mestre e doutores ficaaquém das expectativas que recaem sobre eles.Sendo verdade que onde Sancho Pança vê moinhos,D. Quixote vê gigantes, é expectável que um mestree, sobretudo, um doutor veja muito além e acima dosenso comum e se deixe guiar por visões de idênticaenvergadura. O seu gabinete e trabalho devem cons-

tituir um ‘sonhatório’, um planetário e uma varanda,onde se idealizam e fazem exercícios de alteridade,

d à i d d

g Qnação abjecta, ainda por cimCom isto não estou apelandvidualismo e do lucrativo e afiliações, agregações e relaçõsem elas. Sei o que é ser cúmnão me entendo com o espírito dver como é que um académimo e diminuição, reclamar htar a sua condição. Nas suasquerer parecer e ser um fugiticrendices, suposições e adestas e procura ir na direcção ce preconceitos ainda assaz cProcurar ser diferente, não p

e exibicionismo, mas antes pobrigação incómodas. Fugir dodor ao estábulo, a sete pés!Mário Quintana estava carremar: “Cada um pensa como também: “Cada um vê o quepensamento e o coração casabens; condicionam-se mutua

praz com o baixo pensa baixo alto levanta o pensamentoEstes versos de Bárbara Heli 

4. A formação de mestres e doutores deve visar,

entre os vários objectivos, que eles assumam pro-gressivamente o papel de intelectuais, aptos e esclareci-dos para intervir na discussão pública dos assuntosda sua área e dos problemas da vida e do mundo.Para tanto precisam de:— Pensar sem limites, como ficou dito e justificadoatrás, sem ideias e juízos preconcebidos, porquantoas mentes são como os pára-quedas: só funcionam

quando estão abertas.— Pensar para além do particular em nome do uni-

fazem no seu gabinete

laboratório, para aumecia e o espírito do homter uma janela de ondeporta para que, quandopem das agruras dos ssua sabedoria e seus cocorrerem o risco e a rehumana. No convulsio

 jamento não é só um iuma contingência”

Jorge Olímpio Bento

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q Pensar para além do particular, em nome do universal, isto é, ver e tornar o local sem paredes, nãoser murado nos olhos e na alma.— Introduzir o universal no particular: importarvalores e fundamentos universais para as acçõeshumanas, procurando revesti-las, enformá-las e apre-ciá-las nessa conformidade.

— Ser intermediários ou ‘passadores’ entre o mundodas ideias e a praça pública ou cidade.Como escreveu Edward Said (1935-2003): “O lugarprovisório do intelectual é o domínio de uma arteexigente, resistente, intransigente, na qual, lamenta-velmente, ninguém se pode refugiar, nem buscarsoluções”. Seu papel é “num modo dialéctico, oposi-cionista, revelar (…) e desafiar e derrotar tanto um

silêncio imposto como a quietude normalizada dopoder invisível”. 22

Quando consultamos as obras de Pierre de Bourdieu,ressaltam à vista os reptos e obrigações a assumirpelos intelectuais como seres bidimensionais: compe-tência no seu campo autónomo e comprovação dasua perícia e autoridade numa actividade políticaexterior ao seu múnus particular. Eles devem oscilar

entre o recolhimento e a exposição pública, entre osilêncio e a intervenção, consoante a autonomia

i l j i d d l i

juma contingência .5. Mestres e doutores ministério de a escreveelevado e perfumado, cco. Devem, pois, ser fomaior e do poder supetífica, epistemológica e

colaborante de um cor A Lógica é consideradaordenar ideias e tudo otir, enquanto a Retóricde bem expor e falar. Aarte de eleição, uma estante. A Palavra é conta falsificação, a farsa, a

Mestres e doutores sãoda Lógica, da Retórica e dverdade mora nos intelinguagem, seja oral ounível, a densidade, o fuideias – ou a sua penúrpalavras revelam a ‘pero conteúdo, a ordem e

que as anima.Convergente neste enti õ fi i i 

rado sentido da ética e estética das palavras, a mestria

do assunto tratado, a sensibilidade para se meter napele do leitor ou ouvinte, um grau elevado de cons-ciência do mandamento de honrar o espírito de servi-ço público subjacente, que é o de contribuir parasubir o índice de exigências de quem lê ou escuta. Alinguagem não pede só clareza nas palavras e ideias;requer claridade que ilumine e incendeie a vontade, aalma e o coração do ouvinte ou leitor. Como diz Dad

Squarisi: “Há palavras e palavras. Algumas informam.Outras emocionam. Há as que mobilizam para a

recriar e mostrar a inesgotáv

Perante o rolo compressor dtramento da onda do relativisequelas do elitismo invertidoo culto e a adulação do grotelarucho, do bacoco, do fácil,inestético; o avanço e predomdo relaxamento e do abaixamcral preservar, num nível sup

cultura, a técnica e a linguagFernando Savater, as institui

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Outras emocionam. Há as que mobilizam para aacção. Todas têm hora e vez”.Cabe aqui adicionar uma outra e fundamental razãopara sustentar e enfatizar a necessidade de que a ele-vação da linguagem seja uma preocupação importan-te na formação de mestres e doutores; e nada melhordo que pedi-la emprestada a Wittgenstein, uma

autoridade na matéria: “Os limites da nossa lingua-gem são os limites do nosso mundo”. A linguagemalarga e abre horizontes; e também os fecha, quandoé entrevada e rasteira. A palavra é sobretudo expressão da ausência de coi-sas que não temos, do que ainda não somos. Invocae provoca. As palavras, que fazem com que as coisaselevadas desapareçam, criam o sentimento de perda,

de ausência e vazio. Assim a proficiência de um cien-tista e intelectual vê-se também na capacidade deinventar palavras novas, substantivas e aumentati-vas, sugestivas, leves, azuis, aladas, criadoras... quelevem os outros a levantar voo e seguir viagem atéàs estrelas mais distantes.Um mestre ou doutor deve ser – como diz AdemarFerreira dos Santos acerca de Rubem Alves – um peda-

gogo “da sensibilidade essencial”. Deve aspirar não “aconverter, mas a enternecer, ou seja, a engravidar deb l id lh

Fernando Savater, as instituiDigamo-lo sem rodeios: é inou doutor não respeite e domca. Não, não é o mesmo usaescorreita, plástica, arredondescrever e falar com erros e com solavancos no encadeam

termos, com palavras e fraseimperfeitas e inexpressivas, como um iletrado, um analfDiga-se ainda que a palavra desavinda da ciência. Ambascaminham lado a lado. A pala ciência vincula às coisas. Nmação da pergunta; na ciênc

da resposta. A palavra mergucia vai pelo caminho da luz. à racionalidade da cabeça; a lidade do coração.Enfim é curial ter presente ovra e não contornar a exigênque são as palavras que criam Aquilo que não tem palavras

denado a não existir. A arte,gância e a erudição das palav

d T l fi 

amor à sabedoria ( philo-sophia) possa evoluir para a

prática da sabedoria. Esta tem implícita a capacidadede delimitar bem as tarefas, de aprender a ignorar oque deve ser ignorado e de eleger o que mereceatenção e empenhamento e deve ser proclamado,para eliminarmos medos e perturbações inerentes àangústia da finitude, à nostalgia do passado e dosparaísos perdidos e ao temor do obscuro porvir, paravivermos uma vida reconciliada com ela mesmo e

com o presente.26

 A toda a hora temos que recomeçar o texto da vida e

da alegria, da beleza e s

cadas e repartidas peloestarmos à frente do tedele, de o incarnarmos para além de cada dia etudo quanto derramam7. A sinceridade e a franmuito premiadas na pohumanas, necessárias

díveis num professor. Ncreve a generosidade; po

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q çreinventar as margens que o seu curso deve seguir. Afinal a vida é uma viagem; é nesta que a aprendiza-gem acontece e a pessoa amadurece. O saber vem-nosdo sabor que a viagem oferece. Estamos e somos emtrânsito, num mar salgado e fundo de doce encanta-mento e também, não raras vezes, de ácida desilu-

são, que deve ser revertida a nosso favor.Nesta conformidade o grau de mestre ou doutordeve assemelhar-se a um estandarte, que convidapara uma nova viagem, constantemente aferida erenovada, que proporcione o lídimo saber e sejacoroada pelo enlevante sabor de um bandeirantecioso de enobrecer e degustar a vida. Por outraspalavras, é expectável e desejável caminhar do conheci-

mento para o saber, sendo este convidado a anular-se eabrir-se a cada vez mais ao sabor. Como propõeRoland Barthes:

Sapientia: nenhum poder,Um pouco de saber,O máximo de sabor... 27

Este desiderato vê fundamentada a sua legitimidadeao constatarmos, como Hegel, que as pessoas ficamábi já é d i d d T l

g ; paos olhos da política e campo da educação e fMahatma Gandhi (186perdoar. O perdão é um As qualidades anteriorcujo exercício visível e

urgência no clima de mcerca e ameaça de asfixao empenhamento na defHumanidade e na denútra elas atentam constiexaltantes da Universixar de assinalar com tatres e doutores. Não p

para erguerem, com codo humanismo, da uniErguer tais bandeiras éincómodo. Porque estetrágico e, por isso mesbeirar a transcendênciatempo que exige coragdos princípios e valore

e perigoso que, no entdos de erguer, de acordd d ã d T h 

fôssemos demolidores irresponsáveis de mitos, ras-

garíamos os nossos direitos humanos e começaría-mos de novo (...) Por enquanto, se quisermos conti-nuar a acreditar que somos humanos, e justificar ostatus especial que nos atribuímos – se, na verdade,quisermos permanecer humanos através das mudan-ças que enfrentamos -, é melhor não descartar omito, mas começar tentando viver à sua altura”. 29

 Alexander Aris, que em 1991 recebeu pela mãe

 Aung San Suu Kyi, em Oslo, o Prémio Nobel da Paz,explicou assim os termos da luta entre maldade e

demasiado inclinada para um

tracção, mas antes de propódique de reservas ou defesassaladora onda da tecnologia ciados. Aflige-me que, ao entregar-spromissoras tecnologias, contodas as respostas, o homemdo que homo sapiens. Por fugi

damentais, ele foge e desviasi mesmo.

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esperança, entre violência e dignidade: “Não pode-mos esquecer que a luta que se desenrola num jar-dim fortemente guardado em Rangun é parte deuma luta muito mais vasta, mundial, pela emancipa-ção do espírito humano da tirania política e da sub-missão psicológica”. 30

Não me venham, pois, dizer que não temos nada afazer, a não ser aceitar aquilo que esta fase exclusiva-mente negativa da globalização impõe por toda aparte. Isso não passa de um convite para cairmos nacobardia, na vergonha, na indolência, na indiferença,na acefalia, na acedia e desídia imorais e aviltantes. Anossa resistência, aqui e agora, na arena e nas ameiasda Universidade, é um contributo para a afirmação da

necessidade e possibilidade de outra condição huma-na, de outra vida e forma de a realizar. Para irmos aoencontro de José Saramago que recentemente, aocomemorar os seus 85 anos, apelou às “pessoasboas” e aos “amantes da beleza” para reagirem “con-tra a barbárie”, para não aceitarmos calados, resigna-dos, abúlicos, viscosos e submissos este destino deignomínia e anomia do distintivo humano.

 Talvez não possamos mudar a história e as circuns-tâncias; mas não devemos permitir que elas nos per-

l S j h i h

Partilho também das opiniõeBracinha Vieira, quando perço reservado ao cultivo da relugar bastante decadente poLogociência, que era admiráconfins do universo, a evolu

da linguagem, o comportamestava cheia de enigmas, deicomo hoje se diz. Então o qunociência. A biotecnologia. Areforçar a indústria e aumensociedades. A sociedade quecia, subsidia aquela que lhe círculo vicioso, que vai corta

fonte que a alimenta – alargacimentos”.31

O mesmo autor constata, nuro e negativo, um regresso dapior dos primatas com o pioda manipulação fácil e da pagência do indivíduo incaracterata, um escravo terrivelmen

cípios, sem visão e sem escr“senhor da história, profund

f í i à 

 A gravidade da acusação vai mais longe: o incaracte-

rístico “tornou-se a norma e está bastante invisível,ou seja, as pessoas convivem com ele e já o abrigam,não o vêem. Julgo que o papel da filosofia é justa-mente dar a ver aquilo que é visível mas que as pes-soas normalmente não vêem ou não querem ver, nãopodem, não conseguem”.Pois é, mas a filosofia e tudo quanto lhe é correlatoestão postergados, sofrem exílio e ostracismo. Sim,

“que dizer – alerta Daniel Sampaio – do apagamentoprogressivo da Filosofia ou da menorização das

tarde’! A melancolia de

Para adensar a insatisfacontém algum sabor a te esta subtil acusação diz uma coisa. O ouvinpropriamente dita descSim, desconfio que ficoser dito. Porventura a superfície e oferecer-se

 jeito simples e aberto, Quem errou? É sempr

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humanidades, para já não falar da ideia agora namoda de que às escolas compete servir as empresas?”Responde o mesmo autor: “A esperança está, comosempre, nas novas gerações. Oxalá estejam atentas eainda a tempo de evitar a barbárie”.32

É por isso mesmo que equacionei a formação de

mestres e doutores do jeito atrás formulado. Não meatrai mesmo nada que, em vez de ‘humanistas’, pas-semos a ter ‘profissionais’ técnicos sem qualquerteor intelectual do que têm a dizer ou fazer, idiotasavessos à dor e ao fastio de reflectir e aptos a aceitare seguir, sem pensar, o primeiro condutor que surgir.Não me conformo a um perfil dos novos quadrosvazio de sonhos, ideais, utopias, causas humanas e

universais, a essa nulidade que, na antevisão de MaxWeber, “imagina haver atingido um nível de civiliza-ção nunca dantes alcançado”.Ficamos de consciência tranquila se formarmos (?!)gente incapaz de fazer perguntas, de se interrogar, deter rebates e inquietações, dúvidas e perplexidadesda consciência e da alma, de levantar questões, defundar argumentos e convicções, de reagir às mani-

pulações e perversões, de se indignar perante osagravos infligidos à sua e universal humanidade?S lú id f h lh

fracasso é dele. Pecou dar que o tema dá mar Ao subestimar que a límensagem pode desagPara cúmulo, deixou-sdosas intenções e bond

Ignorei a visão lúcida egastarmos o tempo a aressa, a andar na supersubstância do nosso sede que não se ensina nessencial. Ele está subessência. E esta ou a teme ao que somos. Não

somos de modo oposto“a existência precede a esDesculpo-me com o farepresentar a realidadeimperfeito. E com a juouvintes e leitores pasmativo que o conferenvão, construir.

Ora isto obriga-me a teos mestres e doutores

i b d M W b 

NOTAS1 Este texto constitui uma revisão da abordagem acerca do

mesmo tema, publicada na Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, número especial, Dezembro 2007.2 Bauman, Zygmunt (2007). Tempos Líquidos. ZAHAR – JorgeZahar Editor, Rio de Janeiro.3 Neave, Guy (1995). On visions, short and long. In: Higher Education Policy, Vol.8, nº4, 1995.4 Bento, Jorge Olímpio (2004). Desporto Discurso e Substância.Editora Campo das Letras, Porto.5 Ortega y Gasset, José (1999). Missão da Universidade. Editorada Universidade do Estado do Rio de Janeiro.6

 Ibidem7 Há quem chame mediocracia ao actual estado da democracia.Com isso traz-se à colação não só a sua conformação à medio-

 Ambas as afirmações nos lembram

sofia e a teoria para enfrentar os p17 Ferry, Luc, ibidem.18 “A única resposta a dar à morte queremos fechar-nos numa redommedo, a única opção que temos é dias, todas as horas” – assim reco19 “Para ir à frente dos outros é prescreveu o poeta cubano José Marestá a dizer-nos que, para superarciso ver para além delas. Essa é ta20

“Todos temos a capacidade indi jectória do Mundo” – eis uma anonos incita ao desassossego. Não s

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Com isso traz se à colação não só a sua conformação à mediocridade do poder exercido pelos media, como também a imbeci-lidade cultural e moral que estes induzem nos indivíduos.

 Também há quem use a grafia demo-cracia. Como se sabe, ademocracia é o governo do povo, segundo a etimologia gregado termo; ao dividir a palavra está-se a sugerir a sua perversãoe a evidenciar o poder do demo.8 Marina, José António (1997). Ética para Náufragos. EditorialCaminho, Lisboa.9 Marina, José António (1997). Ética para Náufragos. EditorialCaminho, Lisboa.10 Ventura, Francisco (1939). Jornada de Sísifo: sonetos. Lisboa:

 Tip. Imp. Baroeth.11 Ferry, Luc: Aprender a Viver. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.12 Bloom, Harold: Onde Encontrar a Sabedoria? Rio de Janeiro:Objetiva, 2005.13 Pablo Neruda afirmou de modo radical: “Só a poesia é clarivi-dente”. No fundo esta tese, transposta para o contexto aqui emapreço, implica que a formação e a ciência devam colocar-se ao

serviço da poesia ou assumir-se como uma arte poética, isto é,devam ser entendidas como um instrumento para projectar clari-vidência sobre a vida, para desvendar e tocar, transformar e afei-çoar a sua substância e o seu encanto e mistério. Para a esclare-cermos e levarmos o melhor e mais elevadamente possível.14 Edmund Husserl refere que “a filosofia é uma ginástica inte-lectual terrível que você faz para conseguir ver aquilo que,desde sempre, estava na cara”.Luc Ferry atribui à filosofia três dimensões: uma teórica, incum-bida de esclarecer a natureza e estrutura do mundo no qual anossa vida se cumpre, procurando destacar “o essencial do

mundo, o que nele é mais real, mais importante, mais significa-tivo”; uma prática, ligada à esfera ética, voltada para os outros epara as normas de trato e relacionamento humanos; uma ter-

gmas sobretudo da obrigação de nomes contra a Humanidade, isto é,enquanto ínfima fracção da Humanós representa sozinho toda a HuPor isso mesmo Charles Swindollguemos ao desânimo: “Não interepensar, dizer ou fazer. Nós temos máximos, e não apenas boiar à de

ou apanhar de má vontade uma onpraia. Nós temos o dever de voar”21 Ferry, Luc, ibidem.22 Said, Edward, in: Humanismo e Cdas Letras, São Paulo.23 Ibidem24 Alves, Rubem (2003). ConversasPorto: Edições ASA.25 Ibidem26 O estoicismo ensinava os seus d

gias que valorizam a esperança. Pamáxima: “Esperar um pouco menos, Ferry, Luc, ibidem).27 Alves, Rubem, ibidem28 Soares, Magda Becker, in: Incipitmorativa dos 80 anos da UniversiBelo Horizonte, Setembro de 200729 Fernández-Armesto, Felipe (200humano? São Paulo: Companhia da30 Faíza Hayat: Na Birmânia, um d2007.31 Bracinha Vieira, António: Somos Incaracterístico. In: Pública, 18.11.232 Sampaio, Daniel: A barbárie Alve

 

Por uma teoria da comunicação no desporto de

Vítor Serpa  Jornal A Bola (Director)

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É com especial regozijo e orgulho que aceitei o con-vite do meu bom amigo Professor Jorge OlímpioBento para vos falar neste dia tão especial para aFaculdade de Desporto do Porto.Se há momentos em que as palavras de saudação e

de reconhecimento vão muito além do simples cum-primento do dever formal, gostaria que acreditassemque este é um deles.O Professor Olímpio Bento, além de um amigo quemuito prezo, tem realizado, em conjunto com umaequipa competente e solidária, uma obra notável,que, infelizmente, os poderes públicos, mais preocu-pados com a pequena política deste nosso mal cuida-

do Páteo das Cantigas, não reparam e muito menosenaltecem.

b d l í d lí

fizeram, mas porque hcurso coerente e persiso dever cívico de manipor uma obra de valor ta à obra igualmente m

orienta por princípios ensino.Que me desculpem a ilonga, mas julgo que dtunidade para fazer estmento. Parto, pois, parque vos trago e que voreflexão, eventualment

vez novo, mas sobre o atenção e estudo.

 

da competição, não sendo uma ciência, não resistesem conhecimento, nem poderá sobreviver sem aintervenção decisiva das ciências na sua naturezapluridisciplinar.Para todos os que aqui estão, homens de fé na ciên-cia e nos saberes, este conceito, com que abrimosesta minha tão pouco natural quanto surpreendenteintromissão numa casa de grandes e reconhecidosméritos universitários, não deverá causar contesta-

ção. Para todos vós será pacífico o entendimento deque o desporto e a sua prática, sobretudo se entendi-da a ní l da lit ó c nh c rá luçã

Na diversidade de matérias de desporto abrange no percversitária começa, aliás, o enplural do ensino e do treino da importância de cada umabem mais do que eu. Por issterras que me são mais estravós, é porque tenho vindo a de experiência acumulada de

lismo e de relação directa coalto rendimento, numa urgêób ia p r d r d funçã m

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da ao nível das elites, só conhecerá evolução edesenvolvimento num quadro plural das mais diver-sas áreas científicas, todas elas específicas, masigualmente importantes. Poder-se-á, pois, dizer, umpouco à semelhança do que sucede na área médica,ou na área a que pertenço, a da comunicação, que o

técnico desportivo começa por ser, no final da sualicenciatura, um generalista do desporto. Mas se,antes, os licenciados portugueses, que o país pacóvioe mentalmente provinciano de que nos falava Pessoalogo elevava à condição de doutores, se sentiam con-fortáveis no que admitiam ser um ponto de chegada,hoje, com o avanço tecnológico, a investigação cien-tífica, a urgência de novas respostas para novos pla-

nos de desenvolvimento, as necessidades de conheci-mento especializado tornam-se evidentes, tal como ainevitabilidade de aprofundarmos o nosso conheci-mento nas áreas em que decidimos ou podemosintervir.O licenciado em desporto, mesmo que se tenhaempenhado no razoável domínio da complexa áreado treino, deverá entender que, independentemente

do patamar que vier a atingir, por competência,oportunidade ou simples sorte na vida, não poderá

d iê i d á é i d i

óbvia, por dever de função, mna ordem de prioridades do saber do técnico de desportoPara facilidade de entendimeexemplo comum de uma equalto nível internacional. Tod

os atletas, que os acompanhos estimula, os desenvolve, do cada vez mais complexa evenção directa no treino, quespecífica da própria função (guarda redes, defesa lateralvo, médio de ataque, médio há a juntar a intervenção de

sas, da medicina à psicologiamica, da estatística à biologiQuanto mais ricos são os cluna qualidade e diversidade ddisposição da equipa e de catos. Daí que o chefe de umanumerosa deva possuir comciais, que o capacitem para u

do que simplesmente intuitigência dinâmica e interactivaO ã l 

relação essencial com a vida. Nada faz hoje verdadei-ramente sentido, que não seja comunicável. Para sermais drástico, a verdade é que, no mundo da comu-nicação, nada verdadeiramente existe quando nin-guém sabe que existe.É esta natureza, eventualmente excessiva, injusta eaté cruel, mas incontornável, de um mundo que ape-nas se preocupa com o que sabe existir, porqueouve, ou porque vê, que não pode, ou não deve con-

tinuar a ficar de fora e, pura e simplesmente a ine-xistir na formação do técnico desportivo e, muitoespecialmente do atleta de alto rendimento

visão moderna e de futque iria contratar técndo os seus atletas a freveitando tempos mortopara enfrentarem as câfones das rádios e os joganhando novos conheexpressão, que os levarmensagens essenciais

gem do clube que conttivos.E mais do que isso O

Vítor Serpa

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especialmente, do atleta de alto rendimento.O desporto, ao mais alto nível, tem um mediatismoapaixonado e febril. Por isso, demasiado perigoso. Éimpossível, até num simples quadro de consciênciadas realidades, continuar a consentir que as ciênciasda comunicação continuem a ficar à porta do mundo

do desporto. Quer seja o mundo restrito do clube,quer seja o mundo da universidade. E assim sendo,será bom que seja, então, a escola a introduzir, noâmbito de formação dos técnicos desportivos, o reco-nhecimento da necessidade da intervenção das ciên-cias da comunicação aplicadas ao desporto.Recentemente, num encontro de directores dealguns dos mais importantes jornais desportivos da

Europa, o presidente do Real Madrid, que promoveua reunião, dava-me conta de que o clube iria passar acelebrar contratos com os seus atletas profissionaisde futebol, que incluiria uma cláusula de obrigaçõesna relação com os media, procurando assim defendero clube do enorme assédio que as grandes empresasfazem aos melhores jogadores, tentando tirar partidoda sua imagem e da sua capacidade de fazer chegar

qualquer mensagem a um universo muito alargadode pessoas, em qualquer parte do mundo.M i d lh l d R l M d id

E, mais do que isso. OMadrid dava conta de qa capacidade de comunespecialmente, dos seumelhorasse o rendimen«O estudo aponta para

vontade estiverem os aenfrentar a pressão meo nosso naturalmente tem a equipa de resolvsário e o público a subpresidente do Real MaNo entanto, as grandessentiam sensibilizadas

mação de técnicas de cderava que na fase de pque se encontravam, obeneficiavam mais do entrevista, que certamsões na venda de jornavisão, sem que eles uspartidas.

Nenhum deles, com exconsiderava, sequer, a

i ã diá i 

gio no mundo do futebol dizia-nos que afastar os jogadores da pressão dos media, como acontece emPortugal, constituía um erro grave, porque impedia,ou, pelo menos, atrasava, uma melhor formação docarácter profissional do atleta. «A decisão correcta –dizia-me Mourinho – é preparar o jogador para sabercomo enfrentar essa pressão, tornando-o capaz deimpor o discurso conveniente e de saber passar amensagem útil, a ele próprio e ao grupo».

 A novidade que o grande clube de Espanha procura-va impor, apesar das dificuldades, era, apesar detudo uma novidade relativa porque apenas inovado-

vo, aliás, ainda um tanto troáreas em que a pressão medcaso do futebol. A relação enprofissionais e os media, emdesportiva, é dramaticamentassiste-se, da parte dos intercialmente atletas, a uma comdesinteressante e, não raras de público. Num sector da v

tomam naturais cuidados delismo, a área da comunicaçãmais importantes no mundo

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tudo, uma novidade relativa, porque apenas inovadora na Europa. Há muito que, nos Estados Unidos,algumas empresas especificamente vocacionadaspara técnicas de comunicação desportiva se instala-ram na vida e nos hábitos dos melhores e maismediáticos atletas americanos. A NBA tem, ela pró-

pria, uma central organizada de comunicação, quenão apenas ajuda os seus membros, mas ainda temuma acção decisiva na influência directa sobre osmedia que acompanham regularmente a grandeprova do basquetebol norte-americano.Os principais campeões olímpicos, especialmente nanatação, no atletismo e na ginástica, também contamcom formadores especializados na área da comunica-

ção e da imagem, que lhes permite garantir vanta-gens decisivas, enquanto atletas, sobretudo no aces-so à sponsorização, e, mais tarde, depois de termina-das as suas carreiras, como comunicadores em uni-versidades e convenções, o que lhes permite conti-nuar a ter reconhecimento nacional e uma mais valiafinanceira, que está longe de ser subestimável.Entre as técnicas de comunicação mais usuais, estão

os comportamentos na relação directa com os jorna-listas e com as câmaras, quando se trata de televisão.O l d ã d i d i

mais importantes no mundodesportivo, é votada ao maisQuem fala, ainda julga que ftido literal do termo, e não pmundo. A partir deste equívtão desinteressante trabalho

te tem uma ideia sobre o quimagem deve fazer passar pasagem se tornará útil a si prEm nome do falso interesse tas profissionais portugueseum mundo irreal, fechados ndoirados numa desastrada tecontra os perigos do mundo

Em resultado disso, o futeboperde autonomia, não gera ucionamento com os outros, cdade imatura que, não rarasatitudes e nas pobres declarta à comunicação social. Nãoapenas se sente seguro quanpor dirigentes paternalistas,

grupo. Não se sentindo capacom a pressão que a sociedai õ id id d d 

cação com o exterior. Por isso, repetem-se frases fei-tas de há muitos e muitos anos, que os jornalistasacabam por reinventar numa esforçada missão devender o que já há muito tempo foi mal comprado.Nesse mundo pouco consequente do futebol, nin-guém, ou quase ninguém, tem suficiente sensibilida-de para entender a verdadeira dimensão da impor-tância de comunicar, sabendo o que se comunica,como se comunica e a quem se comunica.

Como é óbvio, a culpa não pode ser assacada a quemfaz da comunicação essa rotina desinteressante, vul-garzinha e até mesmo penalizadora. Há que ganhar,

nos disse: « Não sei se, heleito ou, mesmo, Franklimas tinha o corpo deform A tese que perante vósdefendo é, pois, a de qdevem passar a fazer pnar do treino desportivperspectiva global de pde capacidades para o

elevado rendimento deE, nesta escola, que tanna interacção entre o s

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garzinha e até mesmo penalizadora. Há que ganhar,primeiro, a consciência dessa importância a um nívelsuperior de conhecimento e não vejo melhor do quea oportunidade das universidades estudarem e inves-tigarem no sentido de unir a omnipresente realidadeda comunicação nas sociedades modernas, com o

reconhecimento da importância de intervenção dasciências da comunicação aplicadas à área do desen-volvimento do desporto de alto rendimento.E tanto ou mais importante do que preparar umatleta a saber expressar-se, será ensiná-lo a saberusar e trabalhar a sua imagem. Tal como nos dizDoris Graeber, um americano universalmente respei-tado nas ciências da comunicação e que também pas-

sou pelas ciências políticas e da economia, a «mensa- gem verbal é muito importante, mas a imagem é determi-nante». A razão é explicada por ciências como a neu-robiologia, que nos dá conta de que a linguagem ver-bal e a linguagem visual são processadas em diferen-tes zonas do cérebro, sendo que esta última é maisdirecta e representa, por isso, a nossa forma princi-pal de aprendizagem.

Damos facilmente conta da importância da imagemna comunicação nos noticiários televisivos, onde a

ã d dibilid d i bilid

na interacção entre o so sentido que, em temcriar um departamentogarantir ensinamentosparação dos técnicos da dar apoio directo a cl

 já acontece, por exemplogia, garantindo meioárea do desporto que ptegida e estranhamenteNão se trata, sequer, cde uma visão meramenque apenas se supõe pe facilmente se entend

de alto rendimento, ququer colectiva, a par detêm uma correcta noçãção, lidam mal com a pmal o espaço e o tempcomunicarem com o mpassar uma imagem poentidades desportivas

atingem grandes títuloraramente têm consciê

i h i 

do do judo. Exemplo não menos notável é o de RosaMota, que sempre manteve um nível superior decomunicabilidade com o mundo exterior que fazdela, ainda hoje, um dos maiores ídolos popularesdo desporto português. Talvez ainda valha a pena recorrer ao exemplo even-tualmente excessivo, mas, até por isso, significativo,do râguebi. Nunca, como no último mundial deFrança, se terá mascarado tão bem uma derrota

(para mais tão volumosa) como a que a selecção por-tuguesa de râguebi sofreu no encontro com a NovaZelândia. Apesar de ter sofrido mais de cem pontos,

correm. O que vos proponhosolene de uma escola que sefuturo como um desafio estiveitemos para fins bem maismelhor e com mais conhecimexigências que as sociedadesdesporto e aos atletas de alt

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p p ,os seleccionados foram elevados à condição deheróis, pelo vigor com que jogaram, sim, mas, acimade tudo, pelo vigor com que cantaram o hino. A ver-dade é que as televisões pegaram na história, perce-bendo que era facilmente vendável, e o râguebi, que

teve apenas derrotas desportivas, chegou a Portugalem cenário de glória nacional e, nos meses seguin-tes, o aumento jovens raguebistas aumentou de talforma que a maioria dos clubes não tinha condiçõesestruturais para os receber. Acredito, sinceramente, que esta proposta de inclu-são das ciências de comunicação, adaptada ao ensinodos técnicos de desporto e às exigências do desporto

de alto rendimento, deverá ser suficientemente ava-liada e admitida como projecto realizável e útil. Edeve ser incluída, tão depressa, quanto possível, nasáreas de investigação e estudo da universidade.Meus generosos e pacientes ouvintes, agradeço-lhesa atenção que me dispensaram, mais do que a mim,a esta tese em que me revejo. O mundo da comuni-cação é importante de mais para apenas fazer parte

do universo dos media, ou para servir de simplesarte de manipulação de massas, por parte de políti-l f d A iê i d i ã li

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Tipos de publicação

 Investigação original A RPCD publica artigos origi-nais relativos a todas as áreasdas ciências do desporto.

 Revisões da investigação A RPCD publica artigos desíntese da literaturaque contribuam para a gene-

Regras gerais de publicação

Os artigos submetidos àRPCD deverão conter dadosoriginais, teóricos ou experi-mentais, na área das ciênciasdo desporto. A parte subs-

tancial do artigo não deveráter sido publicada em maisnenhum local. Se parte doartigo foi já apresentada

Preparação dos manuscritos

 Aspectos geraisCada artigo deverá seracompanhado por umacarta de rosto que deveráconter:

– Título do artigo e nomesdos autores;– Declaração de que o artigo

nunca foi previamente

Revista Portuguesa de Ciências do Desporto

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

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que contribuam para a generalização do conhecimentoem ciências do desporto.

 Artigos de meta-análise erevisões críticas de literaturasão dois possíveismodelos de publicação.Porém, este tipo de publica-

ção só estará aberto aespecialistas convidados pelaRPCD.

ComentáriosComentários sobre artigosoriginais e sobre revisões dainvestigação são, não sópublicáveis, como são fran-camente encorajados pelo

corpo editorial. Estudos de caso A RPCD publica estudos decaso que sejam consideradosrelevantes para as ciências dodesporto. O controlo rigorosoda metodologia é aqui umparâmetro determinante.

 Ensaios

 A RPCD convidará especia-listas a escreverem ensaios,ou seja reflexões profundas

artigo foi já apresentadapublicamente deverá serfeita referência a esse factona secção de

 Agradecimentos.Os artigos submetidos àRPCD serão, numa primeirafase, avaliados pelos edito-

res-chefe e terão como crité-rios iniciais de aceitação:normas de publicação, rela-ção do tópico tratado comas ciências do desporto emérito científico. Depoisdesta análise, o artigo, sefor considerado previamenteaceite, será avaliado por 2“referees” independentes e

sob a forma de análise“duplamente cega”. A acei-tação de um e a rejeição deoutro obrigará a uma 3ªconsulta.

nunca foi previamentepublicado;

 Formato– Os manuscritos deverão

ser escritos em papel A4com 3 cm de margem, letra12 e com duplo espaço e

não exceder 20 páginas;– As páginas deverão ser

numeradas sequencialmen-te, sendo a página de títuloa nº1;

 Dimensões e estilo– Os artigos deverão ser o

mais sucintos possível; Aespeculação deverá ser ape-

nas utilizada quando osdados o permitem e a lite-ratura não confirma;

– Os artigos serão rejeitadosquando escritos em portu-guês ou inglês de fracaqualidade linguística;

– As abreviaturas deverãoser as referidas internacio-nalmente;

 Página de título A página de título deveráconter a seguinte informação: 

– Quando utilizados animaisdeverão ser utilizadostodos os princípios éticosde experimentação animale, se possível, deverão sersubmetidos a uma comis-são de ética;

– Todas as drogas e químicosutilizados deverão serdesignados pelos nomesgenéricos, princípios acti-

estatísticos não deverão serevitadas;

– Sempre que possível, deve-rão ser incluídas recomen-dações;

– A discussão deverá sercompletada com um pará-

grafo final onde são realça-das as principais conclu-sões do estudo;

LIVRO COMPLETO

Hudlicka O, Tyler KR(1996). Angiogenesis. Thgrowth of the vascular sytem. London: AcademicPress Inc. Ltd.

C APÍTULO DE UM LIVRO

Balon TW (1999).Integrative biology of nitroxide and exercise. In:Holloszy JO (ed.). Exerci

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g , p pvos, dosagem e dosagem;

– A confidencialidade dossujeitos deverá ser estrita-mente mantida;

– Os métodos estatísticosutilizados deverão ser cui-dadosamente referidos;

 Resultados– Os resultados deverão ape-

nas conter os dados quesejam relevantes para adiscussão;

– Os resultados só deverãoaparecer uma vez notexto: ou em quadro ouem figura;

– O texto só deverá servirpara relevar os dados maisrelevantes e nunca duplicarinformação;

– A relevância dos resultadosdeverá ser suficientementeexpressa;

– Unidades, quantidades efórmulas deverão ser utili-zados pelo SistemaInternacional (SI units).

– Todas as medidas deverãoser referidas em unidadesmétricas;

 Agradecimentos– Se o artigo tiver sido par-

cialmente apresentadopublicamente deverá aquiser referido o facto;

– Qualquer apoio financeirodeverá ser referido;

 Referências– As referências deverão ser

citadas no texto por núme-ro e compiladas alfabetica-mente e ordenadas nume-ricamente;

– Os nomes das revistasdeverão ser abreviadosconforme normas interna-

cionais (ex: IndexMedicus);– Todos os autores deverão

ser nomeados (não utilizaret al.)

– Apenas artigos ou obrasem situação de “in press”poderão ser citados. Dadosnão publicados deverão serutilizados só em casosexcepcionais sendo assina-

lados como “dados nãopublicados”;

– Utilização de um número

y J ( )and Sport Science Reviewvol. 27. Philadelphia:Lippincott Williams &Wilkins, 219-254

FIGURAS

Figuras e ilustrações deverão ser utilizadas quando

auxiliam na melhor com-preensão do texto;

 As figuras deverão sernumeradas em numeraçãárabe na sequência em quaparecem no texto;

 As figuras deverão serimpressas em folhas separadas daquelas contendo corpo de texto do manus-

crito. No ficheiro informático em processador detexto, as figuras deverãotambém ser colocadasseparadas do corpo detexto nas páginas finais dmanuscrito e apenas umaúnica figura por página;

 As figuras e ilustraçõesdeverão ser submetidascom excelente qualidade

gráfico, a preto e branco ecom a qualidade necessárpara serem reproduzidas 

Working materials(manuscripts)

Original investigation The PJSS publishes originalpapers related to all areas of Sport Sciences.

 Reviews of the literature(state of the art papers)State of the art papers or

General publication rules

 All papers submitted to thePJSS are obliged to haveoriginal data, theoretical orexperimental, within therealm of Sport Sciences. It is

mandatory that the submit-ted paper has not yet beenpublished elsewhere. If aminor part of the paper was

Manuscript preparation

General aspects The first page of the manu-script has to contain:

– Title and author(s)name(s)

– Declaration that the paperhas never been published

 Format

Portuguese Journal of Sport Sciences

PUBLICATION NORMS

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critical literature reviews arepublished if, and only if,they contribute to the gener-alization of knowledge.Meta-analytic papers or gen-eral reviews are possiblemodes from contributing

authors. This type of publi-cation is open only to invit-ed authors.

CommentariesCommentaries about pub-lished papers or literaturereviews are highly recom-mended by the editorialboard and accepted.

Case studiesHighly relevant case studiesare favoured by the editorialboard if they contribute tospecific knowledge withinthe framework of SportSciences research. Themeticulous control of research methodology is afundamental issue in terms

of paper acceptance.

Essays

previously published, it hasto be stated explicitly in theacknowledgments section.

 All papers are first evaluatedby the editor in chief, andshall have as initial criteriafor acceptance the following:

fulfilment of all norms, clearrelationship to SportSciences, and scientificmerit. After this first screen-ing, and if the paper is firstlyaccepted, two independentreferees shall evaluate itscontent in a “double blind”fashion. A third referee shallbe considered if the previous

two are not in agreementabout the quality of thepaper.

 After the referees receive themanuscripts, it is hoped thattheir reviews are posted tothe editor in chief in nolonger than a month.

– All manuscripts are to betyped in A4 paper, withmargins of 3 cm, using

 Times New Roman stylesize 12 with double space,and having no more than20 pages in length.

– Pages are to be numberedsequentially, with the titlepage as nr.1.

Size and style– Papers are to be written in

a very precise and clearlanguage. No place isallowed for speculationwithout the boundaries of 

available data.– If manuscripts are highlyconfused and written in avery poor Portuguese orEnglish they are immedi-ately rejected by the editorin chief.

– All abbreviations are to beused according to interna-tional rules of the specificfield.

Title page– Title page has to contain 

active principles anddosage.

– Confidentiality of subjectsis to be maintained.

– All statistical methodsused are to be preciselyand carefully stated.

 Results– Do provide only relevant

results that are useful for

abbreviations (ex: IndexMedicus).

– Please write the names of all authors (do not use etal.).

– Only published or “inpress” papers should be

cited. Very rarely areaccepted “non publisheddata”.

– If non-reviewed papers are

 All Figures and illustra-tions should have excellegraphic quality I black anwhite.

 Avoid photos from equip-ments and human subjec

 T ABLES

 Tables should be utilizedto present relevant numecal data information.Each table should have a

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discussion.– Results appear only once

in Tables or Figures.– Do not duplicate informa-

tion, and present only themost relevant results.

– Importance of main results

is to be explicitly stated.– Units, quantities and for-

mulas are to be expressedaccording to theInternational System (SIunits).

– Use only metric units.

 Discussion– New information coming

from data analysis shouldbe presented clearly.– Do no repeat results.– Data relevancy should be

compared to existing infor-mation from previousresearch.

– Do not speculate, other-wise carefully supported,in a way, by insights fromyour data analysis.

– Final discussion should besummarized in its majorpoints

cited may cause the rejec-tion of the paper.

 ExamplesPEER-REVIEW PAPER

1 Pincivero DM, LephartSM, Kurunakara RA

(1998). Reliability and pre-cision of isokineticstrength and muscularendurance for the quadri-ceps and hamstrings. In JSports Med 18:113-117

COMPLETE BOOK

Hudlicka O, Tyler KR(1996). Angiogenesis. Thegrowth of the vascular sys-

tem. London:AcademicPress Inc. Ltd.BOOK CHAPTER

Balon TW (1999).Integrative biology of nitricoxide and exercise. In:Holloszy JO (ed.). Exerciseand Sport Science Reviewsvol. 27. Philadelphia:Lippincott Williams &Wilkins, 219-254

FIGURESFigures and illustrationsshould be used only for a

very precise and short tit Tables should be presentwithin the same rules asLegends and Figures.

 Tables’ footnotes should bused only to describeabbreviations used.

Manuscript submission

 The manuscript submissioncould be made by post sending one hard copy of thearticle together with an eletronic version [MicrosoftWord (*.doc)] on CD-ROM

or DVD.Manuscripts could also besubmitted by e-mail attaching an electronic file versio[Microsoft Word (*.doc)]together with the declaratiothat the paper has neverbeen previously published.

Address for 

manuscript submission

Revista Portuguesa de

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