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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PEDAGÓGICAS Subsídios para o Professor de Língua Portuguesa 2a Série do Ensino Médio Prova de Língua Portuguesa São Paulo 1° Semestre de 2013

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES

PEDAGÓGICAS

Subsídios para o Professor de Língua Portuguesa

2a Série do Ensino Médio

Prova de Língua Portuguesa

São Paulo1° Semestre de 2013

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2 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Avaliação da Aprendizagem em Processo

APRESENTAÇÃO

A Avaliação da Aprendizagem em Processo se caracteriza como ação desenvolvida de modo colaborativo entre a  Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional e a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica, que também contou com a  contribuição de um grupo de Professores do Núcleo Pedagógico de diferentes Diretorias de Ensino.

Iniciada no segundo semestre de 2011, a aplicação foi voltada para o 6°ano do Ensino Fundamental e 1ª série do Ensino Médio. No primeiro e segundo semes-tres de 2012, as provas abrangeram os 6° e 7° anos do EF e as 1ª e 2ª séries do EM. Para o primeiro semestre de 2013, envolverá todos os anos e séries dos Ensinos Fundamental e Médio.

Essa ação, fundamentada no Currículo Oficial da SEE, dialoga com as habilidades contidas nas Matrizes de Referência para a Avaliação (SARESP, SAEB, ENEM) e tem se mostrado bem avaliada pelos educadores da rede estadual. Propõe o acom-panhamento coletivo e individualizado ao aluno, por meio de um instrumento de caráter diagnóstico e se localiza no bojo das ações voltadas para os proces-sos de recuperação, a fim de apoiar e subsidiar os professores de Língua Portu-guesa e de Matemática que atuam no Ciclo II do Ensino Fundamental e no Ensino Médio da Rede Estadual de São Paulo.

Além da formulação dos instrumentos de avaliação – na forma de cadernos de provas para os alunos – também foram elaborados documentos específicos de orientação para os professores – Comentários e Recomendações Pedagógicas – contendo o quadro de habilidades, gabaritos, itens, interpretação pedagógica das alternativas, sugestões de atividades subsequentes às análises dos resulta-dos e  orientação para aplicação e  correção das provas de redação. Espera-se que, agregados aos registros que o professor já possui, sejam instrumentos para a definição de pautas individuais e coletivas, que, organizadas em um plano de ação, mobilizem procedimentos, atitudes e conceitos necessários para as ativida-des de sala de aula, sobretudo, aquelas relacionadas aos processos de recupera-ção da aprendizagem.

Coordenadoria de Informação, Monitoramento

e Avaliação Educacional

Coordenadoria de Gestão da Educação Básica

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 3

Avaliação da Aprendizagem em Processo - Língua PortuguesaA Avaliação da Aprendizagem em Processo de Língua Portuguesa, em sua 4ª edi-ção, apresenta quinze questões objetivas compostas por quatro alternativas e prova de produção textual para os quatro anos do Ensino Fundamental II e para as três séries do Ensino Médio.

Para a seleção/elaboração das provas objetivas, foram considerados conteúdos e habilidades pautados no Currículo Oficial do Estado de São Paulo, Caderno do Professor: Língua Portuguesa, Matriz de Referência para a  Avaliação - SARESP, Prova Brasil, ENEM.

Quanto às produções escritas, os gêneros textuais abaixo elencados, conforme série/ano, obedecem ao que está previsto no Currículo do Estado de São Paulo e, consequentemente, às Situações de Aprendizagem presentes nos Cadernos do Professor e do Aluno e a temas propostos pelo SARESP e ENEM.- 6º ano do Ensino Fundamental: conto; - 7º ano do Ensino Fundamental: narrativa de aventura; - 8º ano do Ensino Fundamental: notícia; - 9º ano do Ensino Fundamental: receita; - 1ª série do Ensino Médio: artigo de opinião; - 2ª série do Ensino Médio: artigo de opinião; - 3ª série do Ensino Médio: artigo de opinião.

Com o intuito de apoiar o trabalho do professor em sala de aula e também de subsidiar a elaboração do plano de ação para os processos de recuperação, são colocados à disposição da escola, materiais com orientações para leitura e refle-xão sobre as provas de Língua Portuguesa. Esses materiais contêm as matrizes de referência elaboradas para essa ação, as questões comentadas, a habilidade/des-critor em cada uma das questões, recomendações pedagógicas, indicações de outros materiais impressos ou disponíveis na internet e referências bibliográficas.

O objetivo principal dessa ação é levar os professores a realizar inferências com relação aos acertos e também buscar sanar as dificuldades que levaram a possí-veis erros.

Quanto à composição, tomamos por base as provas aplicadas em 2011 e 2012. Alguns itens se mantiveram e  outros foram substituídos, com a  finalidade de melhor contemplar o conteúdo curricular e atender às demandas da rede, após relatos de inconsistências em relação a alguns itens, que precisaram ser modifi-cados para esta edição.

Lembramos que, em se tratando de avaliação, a cada aplicação, os itens são tes-tados e avaliados, inclusive, pelos professores da rede. Alguns desses itens, certa-mente, precisam ser modificados e, por vezes, substituídos, de forma a garantir a eficácia da proposta.

Para as novas turmas atendidas, foram elaborados itens inéditos e outros adapta-dos/retirados de avaliações externas (SARESP, ENEM, Prova Brasil).

Equipe de Língua Portuguesa

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4 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

Matriz de Habilidades

Nº do item Habilidades - 3ª série Habilidade e Grupo –

Matrizes do SARESP

01H23 – Identificar o efeito de sentido produzido em um texto pelo uso de determinadas categorias gramaticais (gênero, número, casos, aspecto, modo, voz etc.).

H23 – GI (8ª Série/9º Ano)

02 H36 – Inferir a perspectiva do narrador em uma narrativa literária, justificando conceitualmente essa perspectiva.

H36 – GIII (8ª Série/9º Ano)

03H16 – Estabelecer relações de causa/consequência entre informações subentendidas ou pressupostas distribuídas ao longo de um texto.

H16 – GII (8ª Série/9º Ano)

04

H24 – Justificar a presença, em um texto, de marcas de variação linguística, no que diz respeito aos fatores geo-gráficos, históricos, sociológicos ou técnicos, do ponto de vista da fonética, do léxico, da morfologia ou da sintaxe.

H24 – GIII (8ª Série/9º Ano)

05H31 – Identificar recursos semânticos expressivos (antí-tese, personificação, metáfora, metonímia) em segmentos de um poema, a partir de uma dada definição.

H31 – GI (8ª Série/9º Ano)

06 H32 – Identificar uma interpretação adequada para um determinado texto literário.

H32 – GI (8ª Série/9º Ano)

07H14 – Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por conjunções ou advérbios, identificando um exemplo do texto que possa ilustrar essa relação.

H14 – GII (7ª Série/6º Ano)

08 H06 – Localizar e relacionar itens de informação explícita, distribuídos ao longo de um texto.

H06 – GI (8ª Série/9º Ano)

09

H17 – Identificar recursos verbais e não verbais utilizados em um texto com a finalidade de criar e mudar comporta-mentos e hábitos ou de gerar uma mensagem de cunho político, cultural, social ou ambiental.

H17 – GI (7ª Série/6º Ano)

10 H11 – Inferir o tema ou o assunto principal, com base na localização de informações explícitas no texto.

H11 – GIII (8ª Série/9º Ano)

11 H23 – Identificar, em um texto, procedimentos explícitos de remissão ou referência a outros textos.

H23 – GI (3ª Série EM)

12H18 – Estabelecer relações entre segmentos de texto, identificando substituições por formas pronominais de grupos nominais de referência.

H18 – GII (4ª Série/5º Ano)

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H02 – Identificar os possíveis elementos constitutivos da organização interna dos gêneros escritos (não literários): propagandas institucionais, regulamentos, procedimen-tos, fichas pessoais, formulários, verbetes de dicionário ou de enciclopédia, notícias, cartazes informativos, folhetos de informação, cartas resposta, artigos de divulgação, arti-gos de opinião, relatórios, entrevistas, resenhas, resumos, circulares, atas, requerimentos, documentos públicos, contratos públicos, diagramas, tabelas, legendas, mapas, estatutos, gráficos, definições ou textos informativos de interesse curricular.

H02 – GI (8ª Série/9º Ano)

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H10 – Estabelecer relações entre imagens (fotos, ilustra-ções), gráficos, tabelas, infográficos e o corpo do texto, comparando informações pressupostas ou subentendi-das.

H10 – GII (8ª Série/9º Ano)

15 H18 – Inferir a tese de um texto argumentativo, com base na argumentação construída pelo autor.

H18 – GIII (8ª Série/9º Ano)

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6 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Gabarito de Prova

QUESTÕES A B C D

1 X

2 X

3 X

4 X

5 X

6 X

7 X

8 X

9 X

10 X

11 X

12 X

13 X

14 X

15 X

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 7

Habilidade

Identificar o efeito de sentido produzido em um texto pelo uso de determinadas categorias gramaticais (gênero, número, casos, aspecto, modo, voz etc.). (H23 – GI)

Leia a letra da canção e responda à questão 1.

CotidianoChico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher Diz que está me esperando pro jantar E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar Meio dia eu só penso em dizer não Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pra eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã

Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/cotidiano.html>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

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8 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Questão 1A utilização de verbos no presente do indicativo tem como efeito expressivo

(A) exprimir a ideia de ações repetidas habitualmente.

(B) expressar acontecimentos que talvez possam ocorrer.

(C) indicar ações iniciadas e já finalizadas no momento.

(D) sugerir a ideia de ações ainda em andamento.

Comentários e Recomendações Pedagógicas

As opções que um autor faz para a elaboração de um texto respondem a inten-ções discursivas específicas, sejam escolhas de palavras, de estruturas morfo-lógicas ou sintáticas.

A partir da questão proposta, espera-se que o aluno identifique o efeito de sentido e as implicações decorrentes de determinadas seleções gramaticais. As informações contidas na alternativa A “exprimir a ideia de ações repetidas habitualmente” podem ser pontos de partida para o estudo das condições de escolha de elementos que constituem um texto e seus sentidos.

Além desse trabalho pontual, um outro exemplo de atividade é possibilitar que o aluno, com a finalidade de mostrar o que os efeitos de sentido sugerem, relembre o conceito de presente do indicativo, identifique, no texto, os verbos correspondentes a esse tempo e modo verbais, alterando-os para o pretérito e/ou futuro. O jogo de palavras caracteriza um recorte específico de estudo, para trabalhar a noção conceitual de colocação verbal.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 9

Habilidade

Inferir a perspectiva do narrador em uma narrativa literária, justificando conceitualmente essa perspectiva. (H36 – GIII)

Leia o conto a seguir e responda à questão 2.

Dois velhinhosDalton Trevisan

Dois inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.

Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um con-segue espiar lá fora.

Junto à porta, no fundo da cama, para o  outro é a  parede úmida, o  crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, pergunta o que acontece. Deslum-brado, anuncia o primeiro:

— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Mais tarde:

— Uma menina de vestido branco pulando corda.

Ou ainda:

— Agora é um enterro de luxo.

Sem nada ver, o amigo remorde-se no seu canto. O mais velho acaba morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.

Não dorme, antegozando a  manhã. O  outro, maldito, lhe roubara todo esse tempo o circo mágico do cachorro, da menina, do enterro de rico.

Cochila um instante - é dia. Senta-se na cama, com dores espicha o pescoço: no beco, muros em ruína, um monte de lixo.

Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/dois-velhinhos-634328.shtml>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

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10 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Questão 2No conto, a perspectiva do narrador que apresenta sua opinião sobre os fatos da narrativa e se posiciona diante do ocorrido justifica-se pelo uso de:

(A) 3ª pessoa, com narrador onisciente.

(B) 1ª pessoa, com narrador personagem.

(C) 3ª pessoa, com narrador observador.

(D) 1ª pessoa, com narrador testemunha.

Comentários e Recomendações Pedagógicas

O perfil do narrador e a descoberta de seu modo de expressão constituem-se como elementos importantes para o entendimento do conto. Para isso, o aluno precisa ficar atento ao discurso da narrativa, em que se configuram os elemen-tos de sua estrutura: enredo, estilo, narrador, personagens, cenário e tempo.

A fim de responder à questão corretamente, é necessário inferir o ponto de vista utilizado pelo narrador ao contar a história. Trata-se, portanto, de uma espécie de lugar hipotético de onde ele tem uma visão interna ou externa, par-cial ou total das coisas de que fala.

Ao assinalarem acertadamente a alternativa A, os alunos demonstraram com-preender que, ao manter o foco narrativo em 3ª pessoa¹, com narrador onis-ciente, o autor traz um narrador que demonstra conhecer tudo sobre as perso-nagens e que, geralmente, também se manifesta com opiniões sobre os fatos narrados.

O narrador personagem, opção da alternativa B, não se sustenta. No conto, o foco narrativo não está em 1ª pessoa e o narrador não participa do enredo.

O narrador observador (alternativa C) conta a história vista de fora, com neu-tralidade, apresentando fatos e personagens de forma imparcial, sem conheci-mento íntimo das personagens, nem das ações vivenciadas. Na alternativa D, há o narrador testemunha que possui as mesmas características do observa-dor, não encontradas no narrador do conto em questão.

Para trabalhar com os alunos que tiveram dificuldade em responder à questão, sugerimos estimular a ampliação do repertório dos estudantes sobre a tipolo-gia narrar, lendo para (ou com) eles vários textos com sequências narrativas. Depois de cada leitura, algumas características da estrutura do texto devem ser

1 Para a leitura do professor, sugerimos o capítulo “Elementos da narrativa” do livro de Cândida Vilares Gancho (GAN-CHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2004, p. 11 – 33).

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 11

destacadas, por exemplo, em uma roda de conversa: como o narrador come-çou a contar a história, que palavras foram utilizadas para expressar sensações e emoções, em que posição ele se colocou, como descreveu cada personagem, com que ritmo as ações se desencadeiam, como a trama terminou etc. Esse tipo de reflexão sobre os usos que o autor faz da linguagem ajudará o aluno a reunir os principais elementos e expressões que serão usados depois, no momento de dar vida ao narrador, em especial, à “voz” de quem conta a história.

Habilidade

Estabelecer relações de causa/consequência entre informações subentendidas ou pressupos-tas distribuídas ao longo de um texto. (H16 – GII)

Leia o texto e responda à questão 3:

Pesquisador brasileiro encontra peixe cego raro que vive no subterrâneoZoólogo da Unifesp encontra animal em aquífero de Minas Gerais

por Redação Galileu

Cristiano Moreira

Um pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Cristiano Moreira, acaba de descobrir uma rara espécie de peixe que vive em aquíferos brasileiros. Alguns espécimes deste peixe cego já haviam sido coletados por especialistas americanos, mas como há 50 anos não eram vistos, acreditava-se que haviam se extinguido.

Os biólogos não têm certeza ainda, mas suspeitam que o animal seja um dos poucos sobreviventes de uma espécie extinta que conseguiu preservar-se nas profundezas enquanto seus similares eram exterminados na superfície.

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[…]

Uma das descobertas mais curiosas é a de que, apesar de ser da família das pira-nhas (que vivem bem perto da superfície e têm visão muito acurada), seu habitat é profundo e eles não enxergam nada.

Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI140387-17770,00 PESQUISADOR+BRASILEIRO+ENCONTRA+PEIXE+CEGO+RARO+QUE+VIVE+NO+SUBTERRANEO.html>. Acesso em: 19 de novembro de 2012.

Questão 3De acordo com o texto, os biólogos suspeitavam que o animal fosse um dos so-breviventes de uma espécie extinta, porque

(A) estava sendo estudado por cientistas norte-americanos há muito tempo.

(B) havia conseguido sobreviver nas superfícies de um aquífero brasileiro.

(C) era considerado desaparecido da superfície de reservas aquáticas.

(D) havia sido observado pela última vez há cerca de cinco décadas.

Comentários e Recomendações Pedagógicas

Ao assinalar a alternativa D, para responder à questão, o aluno estabeleceu rela-ções entre os fatos apresentados no texto, ou seja, compreendeu como essas relações estão organizadas por meio dos elementos constitutivos do texto. Tais articulações permitem ao aluno constatar as relações de causa e consequência, os efeitos, os problemas e as soluções propostas na informação veiculada.

Estimular a localização de informações nas linhas ou nas entrelinhas do texto, por meio de perguntas que dirijam o olhar do aluno para os aspectos relevan-tes, tais como as relações estabelecidas entre as partes que compõem o texto, é uma boa prática pedagógica. Procedimentos como sublinhar, copiar, desta-car, construir mapas conceituais podem recuperar o movimento de leitura com vistas a estabelecer relações de causa/consequência entre informações suben-tendidas ou pressupostas distribuídas ao longo de um texto.

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Habilidade

Justificar a presença, em um texto, de marcas de variação linguística, no que diz respeito aos fatores geográficos, históricos, sociológicos ou técnicos, do ponto de vista da fonética, do léxico, da morfologia ou da sintaxe. (H24 – GIII)

O texto abaixo se refere à questão 4.

Finá de atoAutor desconhecido. Adaptação de Gertrudes da Silva Jimenez Vargas

Adispôs de tanto amor De tanto cheiro cheiroso De tanto beijo gostoso, nós briguemos Foi uma briga fatá; eu disse: cabou-se! Ele disse; cabou-se! E nós dois fiquemos mudo, sem vontade de falá. Xinguemos, sim, nós se xinguemos

Como se pode axingá:

- Ô, mandinga de sapo seco! - Ô, baba de cururu! - Tu fica no Norte Que eu vô pru sul

Não quero te ver nem pintado de carvão Lá no fundo do quintá E se eu contigo sonhar

Acordo e rezo o Creio em Deus Pai Pru modi não me assombrá. É… o Brasil é muito grande Bem pode nos separar!

Eu engoli um salucio Ele, engoliu bem uns quatro. Larguemo o pé pelo mato Passou-se tantos tempo Que nem é bom recordar…

Onti, nós se encontremus Nenhum tentou disfarçá Eu parti pra riba dele Cum fogo aceso nu oiá

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14 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Que se num fosse um cabra de osso Tava aqui dois pedaço.

Foi tanto cheiro cheiroso… Foi tanto beijo gostoso… Antonce nós si alembremos O Brasil… é tão pequeno Nem pode nos separá!

Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/NTU4MDI0/>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 4O uso de uma variedade não padrão da língua portuguesa no texto acima se justifica

(I) pelo eu lírico desconhecer a norma padrão da língua.

(II) pelo eu lírico incorporar aspectos de oralidade de determinadas regiões.

(III) para que o leitor perceba, na 3ª estrofe, o espaço geográfico do eu lírico.

Estão corretas as afirmativas:

(A) II e III.

(B) I, II e III.

(C) I e II.

(D) I e III.

Comentários e Recomendações Pedagógicas

Para responder corretamente à questão, é necessário que o aluno tenha noção do conceito de variedade linguística e reconheça que seu uso, no contexto do poema, não só é legítimo como contribui para a singularidade de estilo. Das três proposições indicadas, a alternativa I destoa das demais, pois o uso de recursos linguísticos incorporaram elementos da oralidade para efeito de sen-tido, o estilo escolhido pelo poeta não pode ser tomado como verdade em “o eu lírico do poema desconhece a norma padrão da língua”. Os demais itens se aproximam de uma construção de sentido coerente. A alternativa A, portanto, é a mais adequada.

Propor a leitura de letras de canções atuais, de sites e de blogs, bem como a observação de diálogos em novelas ou em programas veiculados na televisão, são formas de auxiliar o aluno na tarefa de perceber que as variedades são muitas, inclusive, a variedade urbana de prestígio, baseada na norma padrão.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 15

Habilidade

Identificar recursos semânticos expressivos (antítese, personificação, metáfora, metonímia) em segmentos de um poema, a partir de uma dada definição. (H31-GI)

Leia a definição de prosopopéia ou personificação e responda à questão 5.

Noite mortaManuel Bandeira

Noite morta. Junto ao poste de iluminação Os sapos engolem mosquitos.

Ninguém passa na estrada. Nem um bêbado

No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras. Sombras de todos os que passaram. Os que ainda vivem e os que já morreram.

O córrego chora. A voz da noite… (Não desta noite, mas de outra maior)

Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/NTU4MDI0/>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 5No texto, identificamos que há presença de personificações. Uma delas é:

(A) “Ninguém passa na estrada”

(B) “Os sapos engolem mosquitos”

(C) “Nem um bêbado”.

(D) “O córrego chora”.

Prosopopeia ou personificação:

Figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.

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16 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Comentários e Recomendações Pedagógicas

A personificação² presente na estrutura do poema e a definição dessa figura de linguagem constituem os elementos a serem avaliados no item em ques-tão. Para explorar os recursos semânticos e expressivos em segmentos de um poema, o professor precisa se certificar de que os alunos não conhecem ape-nas o conceito da figura de linguagem, mas que esse conhecimento seja por eles identificado em situações de uso.

A questão em pauta nos traz a alternativa D como resposta correta. Além de “o córrego chora”, entretanto, encontramos, ao longo do texto, outras personifi-cações como “voz da noite” e “noite morta”.

Sabe-se que as figuras de linguagem costumam ser estudadas de forma siste-mática em tarefas escolares, mas, quando apreendidas, extrapolam o campo da mera memorização e podem ser caracterizadas com o recurso expressivo para a produção crítica e criativa de textos de todas as ordens.

Para tanto, selecionar poemas e textos publicitários, em que imagem e palavra coexistem harmonicamente, poderá ser um bom aliado para compor estudos de elementos de linguagem.

2 Sugere-se, para estudo e adaptação/utilização de atividades, o livro da série “Tópicos de Linguagem”, intitulado Figuras de Linguagem: Teoria e Prática, de Hélio de Seixas Guimarães e Ana Cecília Lessa (Atual Editora).

Habilidade

Identificar uma interpretação adequada para um determinado texto literário. (H32 – GI)

Leia o texto a seguir para responder à questão 6.

O PadeiroRubem Braga

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o  trabalho noturno; acham que obrigando o  povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 17

Está bem. Tomo o  meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

— Não é ninguém, é o padeiro!

Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?

“Então você não é ninguém?”

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empre-gada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro pergun-tando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é nin-guém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém…

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o  trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a  redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos ale-gre; “não é ninguém, é o padeiro!”

E assobiava pelas escadas.

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27306>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 6O assunto da crônica “O padeiro”é:

(A) Uma crítica sociocultural sobre a  invisibilidade dada a  algumas profissões.

(B) Uma análise sobre o jornal do dia anterior sobre a greve dos padeiros.

(C) O relato de um cronista bem sucedido e feliz que conversa com o padeiro.

(D) Uma crítica à modernidade, pois hoje temos de comprar o pão na padaria.

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18 Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio

Comentários e Recomendações Pedagógicas

A habilidade de identificar uma interpretação adequada para um determinado texto literário solicita a reconstrução do sentido da crônica. Um movimento de leitura possível é estimular o aluno a identificar, na leitura do texto, os proces-sos de representação nele contidos, numa perspectiva sociocultural.

Para a questão em pauta, a alternativa correta é a A: “Uma crítica sociocultural sobre a invisibilidade dada a algumas profissões.” Todos os elementos do texto literário devem ser considerados ao se atribuir sentido à crônica, sem deixar de lado aqueles que o autor coloca nas entrelinhas. O trecho, por exemplo, “sem mágoa nenhuma” apresenta a constatação de que o próprio padeiro convive com a representação da invisibilidade de sua profissão, imagem construída pelo jogo de palavras.

No caso do texto de Rubem Braga, há uma série de questões que podem ser propostas no exercício de leitura:

Por que o cronista optou pelo título “O Padeiro”?

Quem, provavelmente, narra o texto?

Qual a representação do jornalista na sociedade?

Qual o horário de trabalho de ambos?

Como é qualificado o trabalho noturno no Brasil?

O autor qualifica os trabalhos realizados? Como?

É importante a intervenção do professor antes, durante e depois da leitura, oportunizando a ampliação dos conhecimentos discursivos, semânticos e linguísticos.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 19

Habilidade

Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por conjunções ou advérbios, identificando um exemplo do texto que possa ilustrar essa relação. (H14 – GII)

Leia o texto e responda à questão 7.

A arte da dublagemAmanda Aouad

No post de sexta-feira, reclamei de terem escolhido Luciano Huck para dublar Flynn Rider em Enrolados. Queria deixar claro que não tenho nada contra o apre-sentador da Rede Globo. Acho até seu programa interessante. “Bem feitinho”, como ele brincou com o CQC. O problema é que existem tantos bons dubladores no Brasil que não dá para entender o porquê de escolherem famosos como se isso fosse atrair público. O mais importante é funcionar na história.

Para homenagear os profissionais da dublagem brasileira, coloco aqui o docu-mentário “Eu conheço essa voz”, produzido por alunos da PUC visando divulgar essa profissão tão desvalorizada. Crescemos ouvindo essas vozes, seus trejeitos, sotaques. Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, mas no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme, afinal, mesmo o original é uma dublagem. A diferença é que, com a evolução da tecnologia, cada vez mais as dublagens originais são trabalhadas para casar perfeitamente com o  movimento de boca e  expressões do personagem. Além disso, alguns efeitos sonoros se perdem, por mais que os estúdios enviem as cópias com vários canais de áudio separados.

Ainda assim, esses talentosos profissionais brasileiros fazem de tudo para entre-gar o melhor trabalho, como tive o prazer de ver ano passado aqui em Salva-dor na sessão de dublagem ao vivo. Por mais que muitos, incluindo eu, prefiram ver o filme no original a  função dessa profissão para a conquista de público é importantíssima, principalmente em um filme infantil, onde a  criançada ainda não consegue acompanhar legendas. Por isso, faço quase um apelo aos produto-res locais. Vamos valorizar a dublagem brasileira. Não chamem pessoas famosas achando que isso vai valorizar seu filme, pois pode acabar se revertendo em algo muito ruim. Já vi diversas manifestações contra Luciano Huck em Enrolados na internet.

Disponível em: <http://www.cinepipocacult.com.br/2011/01/arte-da-dublagem.html>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

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Questão 7No trecho: “Assistir filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, mas no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme, afinal, mesmo o original é uma dublagem”.

A alternativa em que a conjunção mas é substituída sem perda do sentido ori-ginal é

(A) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, isto é, no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme…”

(B) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, portanto, no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme…”

(C) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, porém, no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme…”

(D) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, assim, no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme…”

Comentários e Recomendações Pedagógicas

Para responder corretamente à questão, o aluno precisa identificar os recursos coesivos utilizados e que permitem o estabelecimento de relações lógico-dis-cursivas das ideias apresentadas no texto.

As expressões conectoras como advérbios, conjunções, preposições e locu-ções sinalizam as relações semânticas que são essenciais para reconstrução de sentido.

É comum o contato dos alunos com textos argumentativos em suporte digital a todo o momento. Esse suporte também é utilizado por eles para comentar os posts e interagir com vários assuntos de interesse. Desse modo, será enriquece-dor a identificação consciente dos aspectos linguísticos e discursivos de textos argumentativos e as relações semânticas neles existentes.

O aluno que assinalou a alternativa C compreendeu que não há prejuízo de sentido na substituição da conjunção “mas” por “porém” e, portanto, percebeu que a ideia adversativa.

Ressaltamos que é importante desenvolver atividades com gêneros variados, enfatizando as relações lógico-discursivas, para que o aluno perceba como a coerência textual é construída, também, por meio de conectores e as relações de sentido que estes estabelecem.

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Habilidade

Localizar e relacionar itens de informação explícita, distribuídos ao longo de um texto. (H06 – GI)

Leia o artigo e responda à questão 8.

Qualidade de vida começa no trabalhoCuide para que o tempo no trabalho lhe proporcione bem-estar

Luiz Carlos Cabrera

Vamos supor que você durma oito horas e que esteja acordado durante as 16 restantes. Faça uma conta rápida: desse período em que fica acordado, quanto tempo você passa no trabalho? Provavelmente sua resposta vai ficar dentro da média nacional, que está entre 65% e 70% do tempo. Porém, quando falamos em qualidade de vida muitas vezes desconsideramos o expediente diário.

E isso é um tremendo engano. A qualidade de vida começa na empresa. Se você trabalha num bom ambiente, se existe camaradagem, se os valores da compa-nhia são compatíveis com os seus e se sua chefia é inspiradora, você tem tudo para se sentir realizado. No mundo real, esses itens são difíceis de obter. Mas o esforço para construir melhores relações profissionais tem efeito enorme na qualidade “total” de vida.

Não existe mais o  antigo aforismo “Não misturo a  minha vida particular com a profissional”. Impossível separar as duas dimensões. O pior sintoma da má qua-lidade de vida aparece quando se pronuncia a frase “Pessoalmente, eu não faria isso, mas como sou empregado tenho de fazer”. Aí, você quebra sua integridade, o que é absolutamente inaceitável.

Então, se a vida é uma só e 70% dela você passa no trabalho, precisa cuidar para que esse período lhe proporcione bem-estar. Caso contrário, será muito difícil tirar o atraso e resgatar o equilíbrio nos 30% que restam. Alguns hábitos podem melhorar a  qualidade de vida no trabalho. Por exemplo, sempre que puder, ensine. Compartilhar conhecimento é um ato nobre, que aproxima as pessoas.

Em segundo lugar, elogie. Refiro-me ao elogio verdadeiro, sincero, que diz ao outro que você admirou o que ele fez. Em terceiro, ouça ativamente. Isso signi-fica ouvir com interesse, olhar nos olhos e completar as frases de quem fala com você. Por último, perdoe. Esse é o ato mais difícil, mas o de maior impacto na sua vida e na dos que o cercam.

Perdoar exige muita maturidade, mas cria uma energia ao seu redor que garante a qualidade de vida por muito tempo. Vamos melhorar a nossa qualidade de vida

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e a dos que nos cercam? Não é tão complicado e ainda sobram 30% do tempo para ir à academia, namorar e passear com os amigos.

Disponível em: <http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/artigos-luiz-carlos-cabrera--qualidade-vida-comeca-trabalho-631320.shtml>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 8No texto, defende-se a ideia de que

(A) dormir 8 horas por dia e trabalhar 16 horas é o suficiente para manter uma vida saudável e equilibrada no ambiente profissional.

(B) manter equilíbrio no ambiente de trabalho e valorizar o seu bem-estar naquele espaço, contribui para melhorar a qualidade de vida.

(C) estabelecer o equilíbrio entre nossa vida particular e profissional é desneces-sário, pois são situações distintas.

(D) devemos preservar nossa individualidade no ambiente de trabalho, mesmo convivendo em grupo, para construir melhores relações profissionais.

Comentários e Recomendações Pedagógicas

A questão solicita que o aluno reconheça textos argumentativos que circulam em diferentes esferas da atuação humana. A tarefa de leitura proposta con-siste na localização de ideias e na compreensão delas ao longo do texto, para sintetizá-lo. O artigo, em linhas gerais, defende a concepção de que manter um equilíbrio dentro do ambiente de trabalho e valorizar o seu bem-estar naquele espaço são ações que contribuem para melhorar a qualidade de vida. Contraria a concepção de que devemos separar a vida particular da profissional, pois é impossível dissociá-las.

Considerando as várias informações explícitas e integrando-as ao longo do artigo, a alternativa B é a mais adequada. A alternativa A expressa uma ideia contrária à defendida pelo autor, porque o artigo não se reporta apenas à quantidade de horas de descanso e de trabalho. É possível que os alunos, ao privilegiarem o senso comum, desconsiderem as informações do texto e assi-nalem a alternativa C. A alternativa D expõe uma ideia que é rebatida pelo texto, portanto, os alunos apoiaram-se em suas próprias conclusões.

As atividades de leitura e interpretação de textos de variados gêneros e de temáticas diversas são fundamentais para que os alunos possam mobilizar estratégias e procedimentos de leitura, para a compreensão. É importante trabalhar a leitura colaborativa, para desenvolver algumas habilidades: inferir, localizar, sintetizar e reconstruir o sentido ao longo da leitura de um texto.

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Habilidade

Identificar recursos verbais e não verbais utilizados em um texto com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos ou de gerar uma mensagem de cunho político, cultural, social ou ambiental. (H17 – GI)

Leia o anúncio publicitário antes de responder à questão 9:

Disponível em: <http://colunistas.ig.com.br/cip/files/2009/09/saudehomem.jpg>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 9O anúncio publicitário acima procura

(A) Combater as doenças tipicamente masculinas.

(B) Estimular os homens a cuidarem de sua saúde.

(C) Promover a melhora da relação entre pais e filhos.

(D) Justificar a adoção de hábitos saudáveis.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas

Para perceber a finalidade da mensagem, sensibilizar o público masculino sobre a importância dos cuidados com a saúde, é preciso considerar os textos verbal e não verbal que compõem o anúncio. A alternativa B, portanto, res-ponde à questão.

Levar para a sala de aula gêneros que se articulam entre o verbal e o não verbal pode ser uma atividade útil para que os alunos afinem essa percepção.

Sugere-se a análise do material pedagógico contido em http://portaldoprofes-sor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9907, aula de Walleska Bernardino Silva, intitulada Anúncio publicitário: finalidade e suporte textual.

Habilidade

Inferir o tema ou o assunto principal, com base na localização de informações explícitas no texto. (H11-GIII)

Leia a tira e responda à questão 10.

Disponível em: <http://thaynacamila.blogspot.com.br/2011/05/tirinhas-sessao-calvin-02.html>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 10O neologismo “sobremesariano” apresenta como assunto principal da tirinha:

(A) preparar a sobremesa.

(B) não querer a sobremesa.

(C) não gostar de sobremesa.

(D) preferir a sobremesa.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas

É correta a alternativa D, pois justifica o fato da personagem criar uma nova palavra para expressar sua contrariedade em relação ao alimento vegetariano. Contemplar a leitura e a interpretação de textos multimodais é essencial numa sociedade em que a imagem se impõe, seja na mídia impressa, seja na digi-tal. A leitura de diversos gêneros (tiras, quadrinhos, charges, cartazes, anún-cios publicitários etc.) pode ser priorizada para a exploração da habilidade em pauta.

Habilidade

Identificar, em um texto, procedimentos explícitos de remissão ou referência a outros textos. (H23 – GI)

Leia os poemas e responda à questão 11.

QuadrilhaCarlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

Quadrilha da sujeiraRicardo Azevedo

João joga um palitinho de sorvete na rua de Teresa que joga uma latinha de refrigerante na rua de Raimundo que joga um saquinho plástico na rua de Joaquim que joga uma garrafinha velha na rua de Lili. Lili joga um pedacinho de isopor na rua de João que joga uma embalagenzinha de não sei o que na rua de Teresa que joga um lencinho de papel na rua de

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Raimundo que joga uma tampinha de refrigerante na rua de Joaquim que joga um papelzinho de bala na rua de J. Pinto Fernandes que ainda nem tinha entrado na história.

Disponíveis em: <http://educacao.uol.com.br/portugues/intertextualidade-textos-conversam-entre-si.jhtm>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 11Os poemas “Quadrilha” e “Quadrilha da sujeira” estabelecem uma relação de in-tertextualidade por meio de

(A) temática semelhante, explorada nos dois poemas.

(B) personagens e estrutura, comuns entre ambos.

(C) instabilidade do relacionamento homem/mulher.

(D) falta de conscientização em relação ao meio ambiente.

Comentários e Recomendações Pedagógicas

Este item explora a habilidade de o aluno identificar as relações entre textos de forma explícita, a fim de realizar associações e comparações entre eles, focali-zar os pontos em que eles convergem, incorporar e/ou transformar traços de um texto original na criação de um novo texto. O aluno deve perceber a rela-ção de intertextualidade entre os poemas de Carlos Drummond de Andrade e de Ricardo Azevedo e indicar de que maneira ela se estabelece. Os textos possuem a mesma estrutura de versos e personagens com nomes iguais, mas se diferenciam pela abordagem temática. Enquanto um trata do amor não cor-respondido por meio da comparação com uma dança (a quadrilha), o outro cri-tica o mau hábito de jogar lixo na rua e mostra como, com pequenas atitudes, as pessoas podem prejudicar umas às outras.

No caso, a intertextualidade se constrói a partir do que é indicado na alterna-tiva B, ou seja, por meio das personagens e da estrutura dos versos, elementos comuns aos dois poemas.

As práticas constantes de leituras de vários textos de diferentes gêneros são fundamentais para que o leitor seja capaz de fazer as ligações e articulações entre textos.

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Habilidade

Estabelecer relações entre segmentos de texto, identificando substituições por formas prono-minais de grupos nominais de referência. (H18 – GII)

Leia o texto e responda à questão 12.

O gordo e o magroDrauzio Varella

Atribuir ao doente a culpa dos males que o afligem é procedimento tradicional na história da humanidade. A obesidade não foge à regra.

Na Idade Média, a sociedade considerava a hanseníase um castigo de Deus para punir os ímpios. No século 19, quando proliferaram os aglomerados urbanos e a tuberculose adquiriu características epidêmicas, dizia-se que a enfermidade aco-metia pessoas enfraquecidas pela vida devassa que levavam. Com a epidemia de Aids, a mesma história: apenas os promíscuos adquiririam o HIV.

Coube à ciência demonstrar que são bactérias os agentes causadores de tuber-culose e da hanseníase, que a Aids é transmitida por um vírus e que esses micro-organismos são alheios às virtudes e  fraquezas humanas: infectam crianças, mulheres ou homens, não para puni-los ou vê-los sofrer, mas porque pretendem crescer e multiplicar-se como todos os seres vivos.

[…]

Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/obesidade/o-gordo-e-o-magro>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 12No trecho “[…] não para puni-los ou vê-los sofrer[…]” as formas pronominais em destaque referem-se a

(A) enfermidade e vírus.

(B) bactérias e hanseníase.

(C) bactérias, vírus e tuberculose.

(D) crianças, mulheres e homens.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas

Saber localizar as palavras responsáveis por conectar ideias e evitar repetições é uma importante atividade para se desenvolver com o aluno.

O enunciado da questão não exige domínio da nomenclatura de classificação gramatical, mas da compreensão efetiva da natureza e do sentido das articu-lações entre os diversos segmentos dos períodos e do texto. Nesse sentido, o aluno é solicitado a identificar quais palavras do texto são retomadas pela forma pronominal “-los”, o que evidencia a alternativa D como correta.

É necessário focalizar, no estudo dos pronomes, a dimensão semântica, ou seja, como os pronomes não têm sentido próprio, sua ocorrência solicita ao leitor localizar entre os possíveis referentes (no texto ou fora dele) um sentido adequado ao contexto. Nas atividades de leitura em sala de aula, é relevante reconstruir com os alunos a linha de organização do texto seguida pelo autor, destacando as expressões que estabelecem as relações parte/todo e as ideias que o contemplam.

Habilidade

Identificar os possíveis elementos constitutivos da organização interna dos gêneros escritos (não literários): propagandas institucionais, regulamentos, procedimentos, fichas pessoais, for-mulários, verbetes de dicionário ou de enciclopédia, notícias, cartazes informativos, folhetos de informação, cartas resposta, artigos de divulgação, artigos de opinião, relatórios, entrevistas, resenhas, resumos, circulares, atas, requerimentos, documentos públicos, contratos públicos, diagramas, tabelas, legendas, mapas, estatutos, gráficos, definições ou textos informativos de interesse curricular. (H02 – GI)

Leia o texto e responda à questão 13.

Febre Aftosa: vacinação termina dia 31 de maio.Ter, 29 de Maio de 2012 10:55

Pecuaristas do Estado de São Paulo têm até quinta-feira, dia 31, para vacinar bovinos e bubalinos com até dois anos de idade contra a febre aftosa. A primeira etapa da campanha começou dia 1º de maio. Dados do sistema da Coordena-doria de Defesa Agropecuária (CDA), ligada à Secretaria de Agricultura e Abaste-cimento (SAA) apontam que já foram vacinados 47% do total de animais nesta faixa etária, estimado em 4,7 milhões de cabeças.

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Segundo Susumu Ishikawa, diretor do Grupo de Defesa Sanitária Animal, “esse número pode ser maior, pois o criador tem até o final deste mês para vacinar e até o dia 7 de junho para comprovar a vacinação”.

A confirmação será feita pelo pecuarista por meio de apresentação da nota fis-cal de compra da vacina e a declaração do rebanho por faixa etária e sexo, que devem ser entregues às Unidades de Defesa Agropecuária. O documento está disponível no site da Defesa (www.defesaagropecuaria.sp.gov.br).

A declaração deve conter a  lista dos animais vacinados e  de todos os demais bovinos e bubalinos da propriedade. É preciso declarar também os demais ani-mais dos rebanhos (equinos, suínos, ovinos e caprinos).

A penalidade para os pecuaristas que não vacinarem será de cinco Unidades Fis-cais do Estado de São Paulo - Ufesps (R$ 92,20) por cabeça. Para aqueles que não comunicarem, a multa é de três Ufesps (R$ 55,32), por animal.

O Estado de São Paulo completa 16 anos sem registro de febre aftosa. Para a  secretária de Agricultura e  Abastecimento, Mônika Bergamaschi, essa marca representa uma importante conquista. “É reflexo do trabalho sério e comprome-tido de pecuaristas de todas as regiões paulistas. Mas para que São

Paulo continue colhendo bons resultados é imprescindível a vacinação.

Somente com o engajamento de todos é que conseguiremos o status de Estado livre de febre aftosa sem vacinação, o que adicionará valor e  trará mais renda para os criadores”, ressaltou a secretária.

A segunda etapa da campanha deste ano será realizada em novembro, com a vacinação de bovinos e bubalinos de todas as idades.

Disponível em <http://www.agricultura.sp.gov.br/noticias/2752-febre-aftosa-vacinacao-termina-dia-31--de-maio>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 13Quanto ao gênero, à finalidade e ao assunto, pode-se afirmar que o texto é

(A) uma propaganda para alertar os pecuaristas sobre o término da vacinação contra a febre aftosa.

(B) uma notícia, para informar sobre o prazo final da campanha de vacina-ção contra a febre aftosa.

(C) um artigo de opinião para discutir a  melhor forma de erradicar a  doença aftosa no Estado de São Paulo.

(D) uma reportagem para discutir com os pecuaristas a melhor forma de erradi-car a doença aftosa no Estado de São Paulo.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas

A leitura proposta consiste na identificação de três elementos: gênero, finali-dade e assunto do texto. A notícia informa sobre o prazo final da Campanha de Vacinação contra a febre aftosa no Estado de São Paulo. A resposta correta é a alternativa B.

É necessário pensar em momentos de leitura e discussão de textos jornalísticos, enfatizando as diferenças e as semelhanças entre notícia e reportagem. Propor a escrita de notícias, por exemplo, é um subsídio essencial para que o aluno reconheça as características que compõem o gênero. As intervenções feitas pelo professor por meio de questionamentos durante a leitura são essenciais para que possam ser desenvolvidas as estratégias leitoras e o reconhecimento da sequência textual do gênero notícia, pelo aluno.

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Habilidade

Estabelecer relações entre imagens (fotos, ilustrações), gráficos, tabelas, infográficos e o corpo do texto, comparando informações pressupostas ou subentendidas. (H10 – GII)

Leia o cartaz e responda à questão 14.

Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2009/11/16/confecom-conferencia-nacional-de-comuni-cacao-sera-realizada-de-14-a-17-de-dezembro-em-brasilia>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 14A relação construída entre o texto verbal e a imagem no cartaz:

(A) aponta para a ideia de comunicação em múltiplas possibilidades.(B) apresenta referências ligadas à comunicação por mídias digitais.(C) dirige-se apenas aos religiosos ligados à Palavra de Deus.(D) simboliza o padre e a pastoral em busca da Palavra de Deus.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas

A leitura proposta implica na compreensão do cartaz que divulga o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais. As informações verbais anunciam o encon-tro e a temática abordada – os meios para a divulgação da Palavra de Deus através da era digital - e se aliam aos símbolos que remetem às várias possibili-dades de comunicação no mundo atual, dos mais modernos, como o twitter e o skype aos já tradicionais: a televisão e o correio.

Para chegar à alternativa correta A, o aluno precisa observar os símbolos divul-gados no cartaz e as múltiplas possibilidades de comunicação que eles indi-cam e verificar que essa ideia converge à que se expressa no texto verbal.

As alternativas B e C estão incorretas, pois citam respectivamente uma situa-ção de comunicação (mídias digitais) e um público específico (religiosos). Já a alternativa D não se sustenta, pois se baseia apenas nos agentes (o padre e a pastoral) e não na relação entre os textos visual e verbal.

A leitura do gênero cartaz também se insere na discussão sobre multimodali-dade. É preciso estimular o aluno a relacionar as linguagens verbal e não ver-bal, a compreender que a linguagem sintética, o uso de cores, de figuras de lin-guagens, de jogos de palavras são recursos presentes em cartazes e anúncios publicitários e que subsidiam estudos mobilizadores.

Habilidade

Inferir a tese de um texto argumentativo, com base na argumentação construída pelo autor. (H18 – GIII)

Leia a resenha crítica e responda à questão 15.

Críticas Adoro CinemaBranca de Neve e o Caçador

Roberto Cunha

Hollywood não anda muito bem no quesito aproveitamento de roteiros e temos visto uma enxurrada de refilmagens, filmes com temas parecidos e, muitas vezes, o resultado dessa estratégia de produção não tem sido positivo. Branca de Neve e  o Caçador vem nessa esteira, mas felizmente não é farinha do mesmo saco. Dirigido por Rupert Sanders, um estreante egresso da publicidade, o filme tem lá seus pecadilhos, mas enquanto entretenimento funciona que é uma beleza. Aliás, esse é o  tema principal dessa trama movida por uma rainha obcecada

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 33

pela imortalidade, que insiste em não aceitar o  envelhecimento e  nutre pelos homens um ódio profundo. Ravenna (Charlize Theron) domina reinos no melhor estilo viúva negra e não mede esforços para que sua crueldade massacre os bons corações.

Inspirado no clássico conto dos irmãos Grimm, já explorado de variadas manei-ras, o roteiro faz uso de situações conhecidas da história, mas apresenta elas de maneira funcional e criativa. Foi assim dentro da Floresta Negra (com o pó alu-cinante), no lar das fadas (misto de A Lenda, Alice no País das Maravilhas e Avatar) e  também na reviravolta existente na sequência da maçã. Na verdade, muitas dessas soluções representam pontos altos de um longa igualmente capaz de escorregar em clichês evitáveis, como um algoz que muda de lado e logo trans-forma sua vítima em pupila guerreira. Quando Branca de Neve (Kristen Stewart) e o caçador (Chris Hemsworth) estão juntos a força vai embora, menos pelas res-pectivas interpretações (compatíveis com os papéis) e mais pelo obviedade do roteiro, que ainda bem, oferece uma recompensa em vários momentos.

Assim, prepare-se para ver boas cenas de ação, efeitos especiais de qualidade (atenção nas sequências dos corvos e guerreiros), boa edição e direção de arte (o mesmo de Deixe-me Entrar) e figurino caprichado (destaque para as roupas da rainha). E tudo isso devidamente “sonorizado” com a trilha do premiado e mul-tindicado (só no Oscar foram oito) James Newton Howard, de Batman - O Cava-leiro das Trevas. Produzido pelos experientes Sam Mercer (O Sexto Sentido), Joe Roth (Alice no País das Maravilhas) e o novato Palak Patel, outro ponto alto são os anões, todos atores conhecidos (Bob Hoskins, Nick Frost, Ian McShane, Ray Wins-tone, Eddie Marsan e  Toby Jones) devidamente modificados via computador para ficarem pequeninos. O humor deles, aliás, rende bem, assim como o insani-dade de Ravenna encontra eco no talento de Theron. Para os que a acharem um pouco exagerada, o personagem original também é afetado. Quanto a Stewart, seu personagem chora demais, ela aparece de unhas sujas (legal!) e está longe de Crepúsculo, o que já é um ótimo sinal. De que a “bela” saiu à caça e não espera o “amanhecer”. Boa versão do conto de fadas no cinema. Vale o ingresso.

Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-187396/criticas-adorocinema>. Acesso em: 22 de junho de 2012.

Questão 15O autor da resenha crítica considera Branca de Neve e o Caçador:

(A) um clichê, pois não cumpre seu papel enquanto entretenimento.

(B) uma refilmagem com ótimo elenco, mas que não tem um bom roteiro.

(C) um bom filme que, apesar de ser uma refilmagem, consegue entreter.

(D) um filme que se opõe à versão original Branca de Neve e os Sete Anões.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas

A questão propicia a análise da proficiência leitora em relação às estruturas próprias de textos argumentativos, pois se espera que o aluno identifique o ponto de vista ou a ideia central defendida. A alternativa C é a correta, por exprimir as ideias centrais da resenha: “... o filme tem lá seus pecadilhos, mas enquanto entretenimento funciona que é uma beleza...”

É relevante o trabalho com textos argumentativos para que os alunos tenham a oportunidade de desenvolver habilidades para identificar as teses e os argu-mentos utilizados pelos autores e como eles os sustentam.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 35

Referências bibliográficasABREU-TARDELLI, Lília Santos; MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane [coord.]. Trabalhos de pesquisa: diários de leitura para a revisão bibliográfica. Coleção: Leitura & Produção de Textos. São Paulo: Parábola, 2007.

BARBOSA, Jacqueline P.; FERREIRA, Marisa V.; BARBANTI, Cristina. Sequência Didática: Artigo de Opinião. Manual do Professor. SEE/CENP. São Paulo: 2000.

BARBOSA, J.; GARCIA, A. L. M. Síntese das capacidades de leitura com sugestões de como desenvolver. Programa Ensi-no Médio em Rede. CENP/SEE-SP/MEC/PNUD, 2004.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas / Avaliação de Língua Portuguesa – 2a série do Ensino Médio 37

Avaliação da Aprendizagem em Processo Comentários e Recomendações Pedagógicas – Língua Portuguesa

Coordenadoria de Gestão da Educação Básica Coordenadora: Maria Elizabete da Costa

Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Coordenadora: Maria Lucia Barros de Azambuja Guardia

CIMA Departamento de Avaliação Educacional Diana Yatiyo Mizoguchi Maria Julia Figueira Ferreira William Massei

CGEB Língua Portuguesa Clarícia Akemi Eguti Idê Moraes dos Santos João Mário Santana Kátia Regina Pessoa Mara Lúcia David Roseli Cordeiro Cardoso Rozeli Frasca Bueno Alves

ElaboraçãoProfessores Coordenadores dos Núcleos Pedagógicos das Diretorias de EnsinoGraciana B.Inácio Cunha, Edilene Bachega R. Viveiros, Letícia M. de Barros L. Viviani, Maisa Kame-gawa Borazio, Sônia Maria Rodrigues, Márcia Regina Xavier Gardenal, Andrea Righeto, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Angela Maria Baltieri Souza, Elizabete Cristina de Brito, Patrícia Fer-nanda Morande Roveri, Virgínia Nunes de Oliveira Mendes, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Maria José de Miranda Nascimento, Luciana de Paula Diniz, Moacir Martins Gonçalez, Luiz Edu-ardo Divino, Maria Cristina Cunha R. Costa, Magda Regina Pereira Bizio, Ademilde Ferreira de Souza, Ronaldo Cesar Alexandre Formici.

Elaboração, Revisão e Leitura CríticaClarícia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, Katia Regina Pessoa, João Mário Santana, Mara Lúcia David, Roseli Cordeiro Cardoso, Rozeli Frasca Bueno Alves, Andrea Righeto, Jane Rúbia Adami, Marcos Rodrigues Ferreira.

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Anotações

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Anotações

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