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E.E.F.M. ANTÔNIO DIAS MACEDO Av. Pedro Dantas, 340 – Dias Macedo e-mail: [email protected] Fone: 3101.3020 / 3295.3335 AVALIAÇÃO DE 2ª CHAMADA E/OU RECUPERAÇÃO PARALELA – 2º BIM DISCIPLINA: PORTUGUÊS PROFESSORA: EVILANE SÉRIE 7º ANO DATA __/___/2011 T.E. 50 E.O. NOME: NOTA ORIENTAÇÕES -Utilize somente caneta azul ou preta. - Preencher todos os itens de identificação pessoal. - Leia atenciosamente todas as questões propostas caso haja algum erro, em sua prova comunique ao fiscal. - Organize suas ideias, inicie sua avaliação com letra legível, organização, calma e atenção. - Procure não deixar questões em branco. - Releia toda a avaliação para conferir se suas respostas estão completas e corretas. - Não rasure ou use corretivo em questões de múltipla escolha. No livro A bolsa amarela, Raquel, uma menina inteligente, sensível e de muita imaginação, conta-nos o seu dia-a-dia e as confusões que arruma na família. Neste texto, ela fala de suas vontades e escreve para André, um amigo que ela inventou para ter com quem conversar. As vontades Eu tenho que achar um lugar pra esconder as minhas vontades. Não digo vontade magra, pequenininha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço da aula de matemática, comprar um sapato novo que eu não aguento mais o meu. Vontade assim todo o mundo pode ver, não tô ligando a mínima. Mas as outras - as três que de repente vão crescendo e engordando toda a vida - ah, essas eu não quero mais mostrar. De jeito nenhum. Nem sei qual das três me enrola mais. Às vezes acho que é a vontade de crescer de uma vez e deixar de ser criança. Outra hora acho que é a vontade de ter nascido garoto em vez de menina. Mas hoje tô achando que é a vontade de escrever. [...] Faz tempo que eu tenho vontade de ser grande e de ser homem. Mas foi só no mês passado que a vontade de escrever deu pra crescer também. A coisa começou assim: Um dia fiquei pensando o que é que eu ia ser mais tarde. Resolvi que ia ser escritora. Então já fui fingindo que era. Só pra treinar. Comecei escrevendo umas cartas: Prezado André Ando querendo bater papo. Mas ninguém tá a fim. Eles dizem que não têm tempo. Mas ficam vendo televisão. Queria te contar minha vida. Dá pé? Um abraço da Raquel. No outro dia quando eu fui botar o sapato, achei lá dentro a resposta: Dá. André. Parecia até telegrama, que a gente escreve bem curtinho pra não custar muito caro. Mas não liguei. Escrevi de novo [...] Oi, André! O pessoal aqui em casa até que se vira: meu pai e minha mãe trabalham, meu irmão tá tirando faculdade, minha irmã mais velha também trabalha, só vejo eles de noite. Mas minha irmã mais moça nem trabalha nem estuda, então toda hora a gente esbarra uma na outra. Sabe o que é que ela diz? Que é ela que manda em mim, vê se pode. Não posso trazer nenhum colega aqui: ela cisma que criança faz bagunça em casa. Não posso nunca ir na casa de ninguém: ela sai, passa a chave na porta, diz que vai comprar comida (ela vai é namorar) e eu fico aqui trancada pra atender telefone e dizer que ela não demora. Bem que eu queria pular a janela, mas nem isso dá pé: sexto andar. Essa irmã que eu tô falando é bonita pra burro, você precisa ver. Nem sei o que é que ela é mais: se bonita ou mascarada. Imagina que outro dia ela me disse: Eu sou tão bonita que não preciso trabalhar nem estudar: tem homem assim querendo me sustentar; posso escolher à vontade". Aí eu inventei que o Roberto (um grã-fino que ela quer namorar) tinha falado mal dela. "Sabe o que é que ele andou espalhando?" - eu falei - "que você é tão burra que chega a meter aflição." Levei uns cascudos que eu vou te contar. E de noite, quando o pessoal chegou (fui cedo pra cama porque vi logo que ia dar galho), ela contou que eu continuava a maior inventadeira do mundo. Aí foi aquela coisa: o pessoal todo ficou contra mim. Fui dormir na maior fossa de ser criança podendo tão bem ser gente grande. Não era pra eu ter inventado nada; saiu sem querer. Sai sempre sem querer [...] é tão ruim! Escuta aqui, André você me faz um favor? Para com essa mania de telegrama e me diz o que é que eu faço pra não dar mais confusão. POR FAVOR, sim? Raquel. (Lygia Bojunga Nunes, A bolsa amarela. Rio de Janeiro, Agir, 1981.) In.: FERREIRA, MAURO. Entre Palavras: Língua Portuguesa. 6ª Série. São Paulo: FTD, 1999. SOBRE A AUTORA Lygia Bojunga Nunes é gaúcha de Pelotas, mas mora no Rio de Janeiro desde os oito anos. Trabalhou em teatro e televisão, passando depois a se dedicar

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E.E.F.M. ANTÔNIO DIAS MACEDO Av. Pedro Dantas, 340 – Dias Macedo e-mail: [email protected]

Fone: 3101.3020 / 3295.3335

AVALIAÇÃO DE 2ª CHAMADA E/OU RECUPERAÇÃO PARALELA – 2º BIM

DISCIPLINA: PORTUGUÊS PROFESSORA: EVILANE

SÉRIE 7º ANO

DATA __/___/2011

T.E. 50

E.O.

NOME:

NOTA

ORIENTAÇÕES -Utilize somente caneta azul ou preta. - Preencher todos os itens de identificação pessoal. - Leia atenciosamente todas as questões propostas caso haja algum erro, em sua prova comunique ao fiscal. - Organize suas ideias, inicie sua avaliação com letra legível, organização, calma e atenção. - Procure não deixar questões em branco. - Releia toda a avaliação para conferir se suas respostas estão completas e corretas. - Não rasure ou use corretivo em questões de múltipla escolha.

No livro A bolsa amarela, Raquel, uma menina

inteligente, sensível e de muita imaginação, conta-nos o seu dia-a-dia e as confusões que arruma na família. Neste texto, ela fala de suas vontades e escreve para André, um amigo que ela inventou para ter com quem conversar.

As vontades

Eu tenho que achar um lugar pra esconder as

minhas vontades. Não digo vontade magra, pequenininha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço da aula de matemática, comprar um sapato novo que eu não aguento mais o meu. Vontade assim todo o mundo pode ver, não tô ligando a mínima. Mas as outras - as três que de repente vão crescendo e engordando toda a vida - ah, essas eu não quero mais mostrar. De jeito nenhum.

Nem sei qual das três me enrola mais. Às vezes acho que é a vontade de crescer de uma vez e deixar de ser criança. Outra hora acho que é a vontade de ter nascido garoto em vez de menina. Mas hoje tô achando que é a vontade de escrever. [...]

Faz tempo que eu tenho vontade de ser grande e de ser homem. Mas foi só no mês passado que a vontade de escrever deu pra crescer também. A coisa começou assim:

Um dia fiquei pensando o que é que eu ia ser mais tarde. Resolvi que ia ser escritora. Então já fui fingindo que era. Só pra treinar. Comecei escrevendo umas cartas:

Prezado André Ando querendo bater papo. Mas ninguém tá a fim.

Eles dizem que não têm tempo. Mas ficam vendo televisão. Queria te contar minha vida. Dá pé?

Um abraço da Raquel. No outro dia quando eu fui botar o sapato, achei

lá dentro a resposta: Dá.

André.

Parecia até telegrama, que a gente escreve bem

curtinho pra não custar muito caro. Mas não liguei. Escrevi de novo [...]

Oi, André! O pessoal aqui em casa até que se vira: meu pai e

minha mãe trabalham, meu irmão tá tirando faculdade, minha irmã mais velha também trabalha, só vejo eles de noite. Mas

minha irmã mais moça nem trabalha nem estuda, então toda hora a gente esbarra uma na outra. Sabe o que é que ela diz?

Que é ela que manda em mim, vê se pode. Não posso trazer nenhum colega aqui: ela cisma que criança faz bagunça em

casa. Não posso nunca ir na casa de ninguém: ela sai, passa a chave na porta, diz que vai comprar comida (ela vai é

namorar) e eu fico aqui trancada pra atender telefone e dizer que ela não demora. Bem que eu queria pular a janela,

mas nem isso dá pé: sexto andar. Essa irmã que eu tô falando é bonita pra burro, você

precisa ver. Nem sei o que é que ela é mais: se bonita ou mascarada. Imagina que outro dia ela me disse: Eu sou tão

bonita que não preciso trabalhar nem estudar: tem homem

assim querendo me sustentar; posso escolher à vontade". Aí eu inventei que o Roberto (um grã-fino que ela quer namorar)

tinha falado mal dela. "Sabe o que é que ele andou espalhando?" - eu falei - "que você é tão burra que chega a

meter aflição." Levei uns cascudos que eu vou te contar. E de noite, quando o pessoal chegou (fui cedo pra cama porque vi

logo que ia dar galho), ela contou que eu continuava a maior inventadeira do mundo. Aí foi aquela coisa: o pessoal todo

ficou contra mim. Fui dormir na maior fossa de ser criança podendo tão bem ser gente grande. Não era pra eu ter

inventado nada; saiu sem querer. Sai sempre sem querer [...] é tão ruim! Escuta aqui, André você me faz um favor? Para

com essa mania de telegrama e me diz o que é que eu faço pra não dar mais confusão. POR FAVOR, sim?

Raquel.

(Lygia Bojunga Nunes, A bolsa amarela. Rio de Janeiro,

Agir, 1981.) In.: FERREIRA, MAURO. Entre Palavras: Língua

Portuguesa. 6ª Série. São Paulo: FTD, 1999.

SOBRE A AUTORA Lygia Bojunga Nunes é gaúcha de Pelotas, mas

mora no Rio de Janeiro desde os oito anos. Trabalhou em teatro e televisão, passando depois a se dedicar

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exclusivamente à literatura. ESTUDO DO TEXTO

1) Raquel diz que tem dois tipos de vontades. a) Quais são as vontades magras e quais são as

gordas? b) O que ela quer dizer com vontades magras e

vontades gordas? 2) Por que Raquel não quer, de jeito nenhum, que as

pessoas conheçam as vontades gordas dela? 3) Que tipo de vontades certamente causam mais

incômodo e angústia à menina: as magras ou as gordas? Por quê?

4) Por que Raquel gostaria de ter nascido homem? 5) Que solução Raquel encontrou para satisfazer, pelo

menos imaginariamente, uma de suas vontades gordas?

6) Na primeira carta que Raquel escreveu a André, ela reclama dos familiares. a) Por quê? b) Você considera justa essa reclamação?

Justifique. 7) Em relação à irmã mais moça de Raquel:

a) Como a menina a considera quanto à aparência física?

b) E quanto à personalidade, isto é, ao modo de agir e pensar?

c) O que você acha do modo de pensar da irmã de Raquel?

8) Enquanto os familiares de Raquel se viram, ela e a irmã mais moça ficam em casa. a) O relacionamento entre ambas é de amizade e

compreensão ou é difícil e complicado? b) Na sua opinião, por que o relacionamento entre

a menina e a irmã é assim? 9) De acordo com o texto, as confusões que Raquel

arruma com os adultos da família são propositais? Justifique sua resposta.

10) André, o amigo para quem Raquel escreve, só existe na imaginação da menina. Por que, provavelmente, ela precisou inventar um amigo?

A LINGUAGEM DO TEXTO

11) Para contar seus problemas de relacionamento com

a família, Raquel emprega palavras e expressões da linguagem informal, isto é, aquela utilizada no dia-a-dia. Por exemplo:

"Ando querendo bater papo. Mas ninguém tá a fim".

Na linguagem formal, o trecho poderia ser assim:

Ando querendo conversar. Mas ninguém está disposto.

Compare os destaques e indique se a linguagem empregada em cada caso é formal (F) ou informal (I).

( ) "Vontade assim todo o mundo pode ver [...]" ( ) Vontade assim todos podem ver [...] ( ) "Comecei escrevendo umas cartas." ( ) De cara, escrevi umas cartas.

12) Releia o final do texto.

"Escuta aqui, André, você me faz um favor? Pára com essa mania de telegrama e me diz o que é que eu faço pra não dar mais confusão. POR FAVOR, sim?"

a) Se Raquel não estivesse escrevendo para André, e sim falando com ele, em que passagem desse trecho ela empregaria um tom de voz mais alto?

b) Como você concluiu isso? 13) "[...] ela contou que eu continuava a maior

inventadeira do mundo." Inventadeira é uma palavra da linguagem

coloquial usada em relação a alguém que tem o hábito de inventar, imaginar fatos e histórias fantasiosas. Use palavras formadas por sufixação e responda como se chamaria, então:

a) uma pessoa que faz fofoca? b) uma pessoa que faz as coisas só por interesse? c) uma pessoa que conversa muito e inutilmente?

14) As palavras que você escreveu na questão anterior,

quando empregadas em relação a alguém, têm a finalidade de elogiar ou depreciar (desvalorizar) a pessoa?

15) Observe o fragmento abaixo e em seguida marque a opção que indica que tipo de narrador temos no texto. “Eu tenho que achar um lugar pra esconder as minhas vontades.” a) ( ) Narrador personagem b) ( ) Narrador-observador neutro c) ( ) Narrador-observador intruso

16) O termo da frase usado para chamar é denominado vocativo e vem sempre separado dos outros termos por meio da vírgula. Pontue as frases abaixo empregando a vírgula para isolar o vocativo. a) Raquel fica em casa e atende o telefone que eu

vou sair. b) Deixa de ser mentirosa Raquel.

17) Na frase “Resolvi que ia ser escritora.”, a palavra destacada é formada por a) ( ) Derivação prefixal b) ( ) Derivação sufixal c) ( ) Composição por justaposição d) ( ) Composição por aglutinação

T.E.: 02 E.O.:

T.E.: 02 E.O.:

T.E.: 02 E.O.:

T.E.: 01 E.O.:

T.E.: 02 E.O.:

T.E.: 02 E.O.:

T.E.: 07 E.O.:

T.E.: 03 E.O.:

T.E.: 02 E.O.:

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18) Baseado no seu conhecimento dos sufixos, explique o significado da palavra destacada na frase abaixo. “Não digo vontade magra, pequenininha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço da aula de matemática, comprar um sapato novo que eu não aguento mais o meu.” ___________________________________________

19) Em “Vou contar a história singela do nascimento das estrelas”, CONTAR expressa: a) ( ) ação b) ( ) estado da personagem c) ( ) fenômeno da natureza

20) Indique o tempo (presente/ passado/ futuro) em

que estão os verbos ou locuções verbais sublinhados nas frases. a) “Mas é erro.”

_______________________________________ b) “Podiam esconder numa caverna a avó e o

papagaio porque os dois contariam tudo.”

_______________________________________ c) “Uma vez elas notaram que faltava milho no

cesto para moer.” _______________________________________

21) “E ativos: caçavam, pescavam, guerreavam. Mas nas

tabas não faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? Só as mulheres cuidavam do preparo dela para terem todos o que comer.”

Reescreva o trecho acima, adaptando os verbos para o tempo que poderia ser usado se o narrador tivesse a intenção de mostrar mais emoção, contando o fato como se ele estivesse ocorrendo no momento em que ela escreve.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Bom desempenho! Acredito no seu potencial.

T.E.: 04 E.O.:

T.E.: 01 E.O.:

T.E.: 03 E.O.:

T.E.: 03 E.O.:

T.E.: 14 E.O.: