ROTULAGEM NUTRICIONAL DE PRODUTOS ARTESANAIS … · consequência do processo de estudo, foi...

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1 FACULDADE ASSIS GURGACZ BRUNA MACEDO MALTA XAVIER ROTULAGEM NUTRICIONAL DE PRODUTOS ARTESANAIS FUNCIONAIS PRODUZIDOS POR MULHERES AGRICULTORAS DE CAMPO BONITO PR CASCAVEL 2014

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

BRUNA MACEDO MALTA XAVIER

ROTULAGEM NUTRICIONAL DE PRODUTOS ARTESANAIS FUNCIONAIS PRODUZIDOS POR MULHERES AGRICULTORAS DE CAMPO BONITO – PR

CASCAVEL 2014

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

BRUNA MACEDO MALTA XAVIER

ROTULAGEM NUTRICIONAL DE PRODUTOS ARTESANAIS FUNCIONAIS PRODUZIDOS POR MULHERES AGRICULTORAS DE CAMPO BONITO – PR

Trabalho apresentado como requisito de conclusão do curso de Bacharelado em Nutrição, da Faculdade Assis Gurgacz. Professora Orientadora: Débora Fernanda Basso

CASCAVEL 2014

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

BRUNA MACEDO MALTA XAVIER

ROTULAGEM NUTRICIONAL DE PRODUTOS ARTESANAIS PRODUZIDOS POR MULHERES AGRICULTORAS DE CAMPO BONITO – PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição da FAG, como

requisito final para obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação da

Professora Débora Fernanda Basso.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________

Ms. Débora Fernanda Basso

Faculdade Assis Gurgacz

Orientadora

______________________________

Ms. Thais Mariotto Cezar

Faculdade Assis Gurgacz

Banca Avaliadora

______________________________

Ms. Daniela Miotto

Faculdade Assis Gurgacz

Banca Avaliadora

Cascavel, 27 de novembro de 2014.

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ROTULAGEM NUTRICIONAL DE PRODUTOS ARTESANAIS PRODUZIDOS POR MULHERES AGRICULTORAS DE CAMPO BONITO – PR

XAVIER, Bruna1

BASSO, Débora2

[email protected]

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido tendo em vista a importância da rotulagem adequada. Esta proporciona maior credibilidade ao produto, pois através das informações contidas no rótulo, o consumidor terá maiores informações sobre o produto, além de ter acesso as propriedades nutricionais que são fundamentais para a segurança alimentar do consumidor. Primeiramente, as receitas recebidas das preparações artesanais produzidas por mulheres agricultoras de Campo Bonito, foram analisadas. Os rótulos foram estabelecidos para os seguintes produtos: pão de batata doce, pão de beterraba, pão de cenoura, pão de mandioca, macarrão de beterraba, espinafre e cenoura, bolacha de amendoim, bolacha de coco e bolacha de banana. Como consequência do processo de estudo, foi inquirido sobre: a avaliação dos ingredientes, modo de preparo e o número de porções estabelecidas. Foram então, calculadas as propriedades nutricionais de acordo com os macros e micronutrientes, baseado em tabelas de composição química dos alimentos, após isso, foram definidas as medidas caseiras. À partir de então, foram elaborados os rótulos nutricionais destes produtos. Com as preparações rotuladas, as mulheres agricultoras podem ampliar a comercialização dos produtos artesanais, obtendo aumento em sua renda, trazendo benefícios para toda a família. Palavras-chave: Rotulagem Nutricional, Alimentos Enriquecidos, Produtos Artesanais.

1. INTRODUÇÃO

Este estudo foi realizado com produtos artesanais produzidos por

mulheres inseridas numa associação de agricultores que distribuem alimentos da

agricultura familiar para o PAA (programa de aquisição de alimentos) para compra

direta ou PNAE (programa nacional de alimento escolar) municipal e estadual.

Na agricultura familiar, para que haja um aumento na renda, mulheres

vêm desenvolvendo produtos artesanais, os quais necessitam do desenvolvimento

de suas rotulagens para terem maior credibilidade e ganharem a confiança dos

consumidores. Segundo Medeiros, (2011) hoje em dia, as mulheres estão exercendo

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um papel fundamental para renda familiar com seus produtos, que ajudam a garantir

acesso e permanência a terra.

Os rótulos são elementos de comunicação entre o produto e os

consumidores, e devem auxiliá-los na decisão de compra, aumentando a eficiência

do mercado e o bem-estar do consumidor (MACHADO, 2006); além de representar

um grande instrumento de educação alimentar (MARINS, 2008).

No entanto, duas situações foram observadas: a primeira, Segundo

Yoshizawa (2003), demonstrou que muitos produtos apresentam rotulagem irregular,

com falta de informações adequadas para o entendimento do consumidor, bem

como modo de conservação, dentre outros, podendo causar engano e desta forma

alterar as propriedades terapêuticas dos produtos, visto que a maioria dos

fabricantes não cumpre com a legislação em vigor. E a segunda situação, é que,

apesar da importância dos rótulos dos alimentos, a maioria dos consumidores,

mesmo lendo os rótulos, não sabe o que eles querem dizer (PONTES, 2006).

De acordo com a legislação RDC 359/2003, o consumidor tem direito de

ter acesso as informações sobre a composição nutricional e as características dos

alimentos que adquire.

Segundo a resolução nº 360, de 23 de dezembro de 2003 (BRASIL,

2003b), rotulagem nutricional se define como toda descrição destinada a informar ao

consumidor sobre as propriedades nutricionais de um alimento, compreendendo a

declaração de valor energético e nutrientes (relação ou enumeração padronizada do

conteúdo de nutrientes de um alimento).

O fato de a rotulagem ser obrigatória não significa que os consumidores a

estejam utilizando como uma ferramenta para a escolha dos alimentos que devem

compor sua dieta habitual e, assim, reduzir os excessos alimentares e,

consequentemente, os danos ocasionados à saúde (MACHADO, 2006).

Este trabalho objetivou a elaboração da rotulagem nutricional dos

produtos artesanais produzidos por mulheres inseridas na associação dos

agricultores de Campo Bonito – PR – AGRICAMPO.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do trabalho as receitas foram repassadas para a

pesquisadora. Foram elaborados os rótulos nutricionais de 4 tipos de pães, 3 tipos

de macarrão e 3 tipos de bolacha.

No quadro abaixo se encontram os ingredientes utilizados para fabricação

de cada produto.

Quadro 1. Ingredientes utilizados para produção dos produtos artesanais produzidos por mulheres

agricultoras de Campo Bonito – PR.

PRODUTOS INGREDIENTES

Pão de Batata Doce Farinha de trigo, batata doce, leite, ovo, açúcar, manteiga, fermento de pão e sal.

Pão de Beterraba Farinha de trigo, beterraba, leite, ovo, açúcar mascavo, manteiga, fermento de pão e sal.

Pão de Cenoura Farinha de trigo, cenoura, leite, ovo, açúcar mascavo, manteiga, fermento de pão e sal

Pão de Mandioca Farinha de trigo, mandioca, leite, ovo, açúcar, manteiga, fermento de pão e sal

Macarrão de Beterraba Farinha de trigo, beterraba, ovo, e azeite de oliva

Macarrão de Espinafre Farinha de trigo, espinafre, ovo, e azeite de oliva

Macarrão de Cenoura Farinha de trigo, cenoura, ovo, e azeite de oliva

Bolacha de Amendoim Farinha de trigo, leite, ovo, açúcar, amendoim torrado, manteiga, sal amoníaco, e sal

Bolacha de Coco Farinha de trigo, leite, ovo, açúcar, coco ralado, manteiga, sal amoníaco, e sal

Bolacha de Banana Farinha de trigo, banana, leite, ovo, açúcar, manteiga, sal amoníaco, e sal

As receitas foram analisadas por meio de tabelas de composição química

de alimentos (TACO, 2006; PINHEIRO, 2002; PHILIPPI, 2002). Foram estabelecidos

seus valores energéticos e nutrientes, bem como suas propriedades, visto que foi

calculado os valores de carboidratos (1g = 4 kcal), proteínas(1g = 4 kcal), gorduras

totais (1g = 9 kcal), gorduras saturadas, gorduras trans, colesterol, fibra alimentar e

sódio.

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Após, foram colocados os dados coletados e calculados em uma tabela

que teve como modelo a tabela anexada a legislação RDC 360/2003, a qual é

estruturada com os valores e unidades em colunas, e colocada em forma numérica.

Foi utilizada a unidade em grama (g) para carboidratos, proteínas, gorduras e fibras,

e para sódio, colesterol, vitaminas e minerais unidade em miligramas (mg).

De acordo com a RDC 359/2003 (BRASIL, 2003b), foram estipuladas as

porções bem como as medidas caseiras que foram inseridas nas tabelas de cada

alimento. A mesma, para fins de seu regulamento técnico, define o que é porção,

medida caseira, unidade, fração, fatia ou rodela, prato preparado semi-pronto ou

pronto.

No Brasil, a rotulagem nutricional é regulamentada pelas Resoluções de

Diretoria Colegiada (RDCs) 360/03 e 359/03 da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA). Nesse sentido, devem ser declaradas, segundo a RDC 360/03,

as quantidades por porção e a porcentagem do valor diário dos seguintes

componentes: valor energético, teor de carboidratos, proteínas, gorduras totais,

gorduras saturadas, gorduras trans, fibras alimentares e sódio (BRASIL, 2003b;

LOBANCO et al., 2009). A RDC 359/03 estabelece as medidas e porções, incluindo

a medida caseira e sua relação com a porção correspondente em gramas ou

mililitros, detalhando também os utensílios utilizados com suas capacidades

aproximadas. As porções indicadas nos rótulos de alimentos e bebidas foram

determinadas com base em uma dieta de 2.000 kcal, considerando uma alimentação

saudável (BRASIL, 2003a; LOBANCO, 2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Foram calculadas e analisadas 10 receitas, as quais podem ser

observados nos rótulos nutricionais demonstrados nas tabelas de 1 a 10.

Na tabela 1, está descrito a informação nutricional do pão de batata doce.

Enriquecer a receita com batata doce, entre outros benefícios, observa-se aumento

de vitaminas do complexo B, minerais como potássio, ferro e cálcio, além de menor

índice glicêmico quando comparado ao pão branco (SILVA, 2010).

Enquanto na tabela 2, está descrito a informação nutricional do Pão de

Beterraba, o qual é acrescido beterraba aos seus ingredientes, adquirindo com isto

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quantidades aumentadas de fibras, além de o produto ficar rico nutricionalmente,

contendo açúcar natural, proteínas, vitamina A, B1, B2, B5, C, potássio, sódio,

fósforo, cálcio, zinco, ferro e manganês (LACERDA, 2014).

Já na tabela 3 está exposto a informação nutricional do pão de cenoura,

haja vista que, acrescentando este legume ao pão é notável a melhora tanto na

aparência pela cor amarelada que deixa o produto mais atrativo, como seus atributos

sendo rica fonte de vitamina A, fibras, betacaroteno, antioxidantes e minerais

(SILVA, 2012).

Enriquecendo esses alimentos, eles se tornaram uma alternativa mais

saudável, promovendo a partir de seu consumo, energia e valor nutricional

agregado, sendo indicado para ser distribuído pelo PAA para o PNAE auxiliando o

desenvolvimento nutricional das crianças. Neste contexto a mandioca ainda tem a

vantagem de reduzir as quantidades de farinha de trigo, que por sua vez se torna um

pão com menor custo. A tabela 4 representa o rótulo nutricional do pão de

mandioca.

Tabela 1. Informação da rotulagem nutricional do pão de batata doce

produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (uma fatia)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 152,44 kcal = 640 Kj 7,6 %

Carboidratos 30,34 g 11 %

Proteínas 3,98 g 5,3 %

Gorduras totais 1,2 g 1,9 %

Gorduras saturadas 0,63 g 2,8 %

Gordura trans 1,01 g -

Colesterol 12,79 mg -

Fibra alimentar 1 g 4%

Sódio 333,38 mg 13,8 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Tabela 2. . Informação da rotulagem nutricional do pão de beterraba

produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (uma fatia)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 221,8 kcal = 931,5 Kj 11 %

Carboidratos 43,3 g 15,7 %

Proteínas 6,3 g 8,4 %

Gorduras totais 1,8 g 2,9 %

Gorduras saturadas 0,9 g 4 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 20 mg -

Fibra alimentar 1,77 g 7 %

Sódio 521,5 mg 21,7 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

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Tabela 3. . Informação da rotulagem nutricional do pão de cenoura

produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (uma fatia)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 218,4 kcal = 917,2 Kj 10,9 %

Carboidratos 42,5 g 15,4 %

Proteínas 6,2 g 8,2 %

Gorduras totais 1,9 g 3 %

Gorduras saturadas 0,9 g 4 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 18,9 mg -

Fibra alimentar 1,7 g 6,8 %

Sódio 519,9 mg 21,6 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Tabela 4. . Informação da rotulagem nutricional do pão de mandioca

produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (uma fatia)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 245,8 kcal = 1032,3 Kj 12,29 %

Carboidratos 49,2 g 17,8 %

Proteínas 6,1 g 8,1%

Gorduras totais 1,9 g 3%

Gorduras saturadas 0,9 g 4%

Gordura trans 0 -

Colesterol 18,9 mg -

Fibra alimentar 1,4 g 5,6 %

Sódio 519,6 mg 21,6 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Para melhora das características sensoriais, a indústria vem refinando

diversos grãos, incluindo nestes a farinha de trigo, para fabricar uma diversidade de

produtos (RADÜNZ, 2011), tais como pães, bolachas, macarrão, entre outros.

Hoje em dia existe uma preocupação maior com a saúde, portanto, alguns

produtos vêm sendo enriquecidos nutricionalmente, sendo estes acrescidos de

fibras, vitaminas e minerais diversos.

As fibras exercem papel fundamental na saúde, sendo incluída na

categoria de alimentos funcionais por interferir positivamente em uma ou mais

funções do organismo. Entre suas principais propriedades estão a diminuição do

tempo do trânsito intestinal e aumento do volume fecal, fermentação pela microbiota

colônica, redução dos níveis sanguíneos de colesterol total ou de LDL-colesterol e

da redução dos níveis sanguíneos da glicose e insulina pós-prandiais (COZZOLINO,

2012).

Na tabela 5 encontra-se o rótulo nutricional do macarrão de beterraba,

cujas características nutricionais já foram descritas. Mas, vale salientar que é uma

opção mais nutritiva para acrescentar em refeições com necessidades energéticas

maiores.

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As agricultoras acrescentam a beterraba, a cenoura e o espinafre em

suas massas. Como já descrito, a beterraba e a cenoura fornecem nutrientes de

suma importância para a qualidade de vida das pessoas. Por conseguinte, temos o

macarrão de espinafre (tabela 6) verdura que contém alta carga nutritiva, pois trás

em sua composição substâncias como o ferro e o ácido fólico. A deficiência em

ácido fólico pode aumentar em situações como baixa ingestão, aumento da

demanda durante crescimento, gravidez e lactação, má absorção, hemólises e

doenças malignas, por exemplo, leucemias (COZZOLINO, 2012).

Os legumes adicionados a massa do macarrão, além de agregarem valor

nutricional, torna o prato ainda mais atrativo, pois colorem naturalmente o alimento.

A cor é justamente proveniente da vitamina A.

A deficiência de vitamina A ainda é considerada um problema de saúde

pública, sendo sua mais conhecida função fisiológica no processo visual. Além disso,

ficam aumentados os riscos de apresentar falha no crescimento, maior

suscetibilidade à infecções, correndo o risco de ficar estéreo na vida adulta

(COZZOLINO, 2012).

Tabela 5. . Informação da rotulagem nutricional do macarrão de beterraba produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (um pegador)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 158,7 g = 666,5 Kj 7,9 %

Carboidratos 28,8 g 10,4 %

Proteínas 4,5 g 6%

Gorduras totais 2,1 g 3,3 %

Gorduras saturadas 0,38 g 1,7 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 19,63 mg -

Fibra alimentar 0,98 g 3,9 %

Sódio 10 mg 0,4 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Tabela 6. . Informação da rotulagem nutricional do macarrão de espinafre produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (um pegador)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 156,3 kcal = 656,4 Kj 7,8 %

Carboidratos 28,22 g 10,2 %

Proteínas 4,54 g 6 %

Gorduras totais 2,15 g 3,4 %

Gorduras saturadas 0,38 g 1,7 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 19,63 mg -

Fibra alimentar 0,88 g 3,5 %

Sódio 9,26 mg 0,3 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

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Tabela 7 . Informação da rotulagem nutricional do macarrão de espinafre produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 50g (um pegador)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 157,6 kcal = 661,9 Kj 7,8 %

Carboidratos 28,6 g 10,4 %

Proteínas 4,4 g 5,8 %

Gorduras totais 2,1 g 3,3 %

Gorduras saturadas 0,38 g 1,7 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 19,63 mg -

Fibra alimentar 0,97 g 3,8 %

Sódio

9,48 mg

0,3 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

As agricultoras produzem três tipos de bolachas, sendo elas a de

amendoim, de coco, e de banana. A bolacha de amendoim (tabela 8) é normalmente

bem aceita pelos consumidores. O amendoim é um alimento rico em gorduras mono

e poli-insaturadas, além de ser rico em fibra, magnésio, fósforo, potássio e vitamina

B3 (TACO, 2006). Os lipídios monoinsaturados e poli-insaturados servem para

coordenar respostas de hormônios circulantes, tendo diversas funções fisiológicas

nos sistemas cardiovascular, reprodutivo, respiratório, renal, endócrino e imune

(COZZOLINO, 2012).

O coco, dentre outras propriedades, é rico em gorduras saudáveis (ácido

láurico e monolauril), fibras, magnésio, fósforo e potássio (TACO, 2006). Dispõe na

tabela 8 a rotulagem nutricional da bolacha de coco.

Já a banana é conhecida por seu alto teor de potássio, no entanto, além

disso, rica em fibras, fósforo e vitamina C (TACO, 2006). Considera-se então, que a

bolacha de banana (tabela 10), além de saborosa é rica do ponto de vista

nutricional. A deficiência de potássio é rara, mas pode acontecer devido à baixa

ingestão de frutas e hortaliças, na ocorrência de vômitos e diarreia, sem uma

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adequada reposição, podendo ainda causar fadiga, fraqueza muscular, cãibras e

paralisia intestinal (CARDOSO e VANNUCCHI, 2006).

Tabela 8. Informação da rotulagem nutricional do macarrão de espinafre produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 40g (2 ½ bolachas)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 153,2 kcal = 643,4

Kj 7,6 %

Carboidratos 25,05 g 9,1 %

Proteínas 4,13 g 5,5 %

Gorduras totais 3,79 g 6 %

Gorduras saturadas 1,33 g 5,9 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 24,36 mg -

Fibra alimentar 0,75 g 3 %

Sódio 246,6 mg 10,2 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Tabela 9. Informação da rotulagem nutricional da bolacha de coco produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 40g (2 ½ bolachas)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 152,3 kcal =

639,6 Kj 7,6 %

Carboidratos 25,3 g 9,2 %

Proteínas 3,6 g 4,8 %

Gorduras totais 3,8 g 6,1 %

Gorduras saturadas 2,69 g 12,1 %

Gordura trans 0 g -

Colesterol 26,97 mg -

Fibra alimentar 0,76 g 3 %

Sódio 246,4 mg 10,2 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Tabela 10. Informação da rotulagem nutricional da bolacha de banana produzido por mulheres agricultoras de Campo Bonito – PR.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL - Porção de 40g (2 ½ bolachas)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 121,9 kcal = 511,9

Kj 6 %

Carboidratos 23,24 g 8,4 %

Proteínas 2,96 g 3,9 %

Gorduras totais 1,63 g 2,6 %

Gorduras saturadas 0,85 g 3,8 %

Gordura trans 0 -

Colesterol 18,92 mg -

Fibra alimentar 0,6 g 2,4 %

Sódio 191,7 mg 7,9 %

* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

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4. CONCLUSÃO

Através deste estudo e de uma análise e cálculos das receitas dos

alimentos produzidos por mulheres inseridas na associação dos agricultores de

Campo Bonito – PR – AGRICAMPO, foi possível concluir que é de suma importância

que os produtos comercializados possuam nas embalagens seus respectivos rótulos

nutricionais, pois estes permitem que o consumidor tenha acesso sobre os

constituintes dos alimentos, promovendo escolhas alimentares saudáveis e podendo

assim minimizar os excessos alimentares e danos ocasionados à saúde.

Desta forma, ressalta-se a importância de num segundo momento fazer

um trabalho de educação nutricional com este grupo de mulheres, a fim de incentivá-

las a incluir fibras alimentares nas preparações, bem como outros tipos de farinhas,

entre estas, a de banana verde, a qual traz em sua composição nutrientes que

colaboram para melhora de patologias associadas a má alimentação, enriquecendo

ainda mais os produtos elaborados.

Tendo em vista, que estas mulheres anteriormente não participavam

como provedoras, especificamente em relação a finanças, hoje, encontraram em

suas práticas caseiras uma fonte de renda, auxiliando a família, garantindo a

permanência na área rural, além de diversificarem as opções de alimentos atrativos

e nutritivos para a comunidade.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. 4ª Ed. Atual. E ampl. – Barueri, SP: Manole, 2012.

LACERDA, Rosilene et al. A BETERRABA COMO FONTE ALTERNATIVA NA DIETA E REPRODUÇÃO DE RATOS WISTAR. Caderno de Ciências Biológicas e da Saúde, n. 3, 2014.

LIMA, Dag M. Tabela brasileira de composição de alimentos-TACO. NEPA-UNICAMP, 2006.

LOBANCO, C. M.; VEDOVATO, G. M.; CANO, C. B.; BASTOS, D. H. M. Fidedignidade de rótulos de alimentos comercializados no município de São Paulo, SP. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n. 3, p. 499-505, 2009. <http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009005000020>.

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MARINS, Bianca Ramos; JACOB, Silvana do Couto; PERES, Frederico. Avaliação qualitativa do hábito de leitura e entendimento: recepção das informações de produtos alimentícios. Cienc. Tecnol. aliment., Campinas, 28 (3): 579-585, jul.-set.2008

MEDEIROS, Rosa Maria; RIBEIRO, Eduardo Magalhães. O papel da mulher na agricultura familiar: dois estudos de caso. Organizações Rurais & Agroindustriais, v. 5, n. 1, 2011.

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