Romp Endo Silencio

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    N D I C EF ol ha d e r os to d a e di o e m p ap el

    Aos JovensEpgrafeAgradecimentos

    P or qu e st e l iv roA R ev ol ta d e U ma M ul he r PRIMEIRA PARTEAlm de Uma Calnia, Uma IngratidoSEGUNDA PARTEA E sc al ad a d o T er ro r TERCEIRA PARTETreinamento, Ttica e Conduta do InimigoQUARTA PARTEA Contra-OfensivaQUINTA PARTETerrorismo: Nunca MaisSEXTA PARTEA OrquestraoSTIMA PARTEB et e M en de s - A Ro sa n a V AL -P AL MA RE SOITAVA PARTE

    A Deputada em MonteviduNONA PARTEDesmentindo a DeputadaDCIMA PARTEEncerramento

    BibliografiaSumrio

    Rompendo o SilncioCarlos Alberto Brilhante Ustra

    Ediosupervirtual

    www.supervirtual.com.br

    V er s o p ar a e Bo ok eBooksBrasil.com

    Fonte DigitalDigitalizao da edio em pdf

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    2 00 3 C ar lo s A lb er to B ri lh an te U st ra

    C a rl o s A l be r to B r il h an t e U s tr a

    RO M PENDOOSILNCIO

    OBANDOI/CODI29 Set 70 23 Jan 74

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    C op yr i gh t 1 98 7 C ar l os A lb er to B ri lh an te U st ra

    Capa: Joseta Brilhante UstraReviso: Joseta Brilhante UstraComposio: L ui z A lv es d e L im a

    Montagem e arte-final: Raimundo Hemetrios

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    T od os o s d ir ei t os e m l n gu a p or tu gu es a r es er va do s d e a co rd o c om a l ei . N en hu ma p ar te d es te l iv ropode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocpia,g ra va o o u i nf or ma o c om pu ta ri za da , s em p er mi ss o p or e sc ri t o d o a ut or .

    C om po st o e i mp re ss o n o B ra si lPrinted in Brazil

    Este livro dedicado aos jovens do meu Pas. D edi co -o a os j ov ens por que e le s s o o f ut ur o, o no vo B ras il . D edi co -o a os j ov ens , p or que e le sso puros de esprito e de intenes. E os vejo, muitas vezes, explorados em sua pureza. No negro

    perodo daGuerrilha Revolucionria q ue s of re mo s e m n os so P a s, e le s f or am u sa do s, m an ip ul ad os e m

    s eu s s en ti me nt os . F iz er am -l he s a c ab e a e p us er am -l he s u ma a rm a n a m o . E o s j og ar am n um a v io l nc iaintil. O fe re o e st e l iv ro a os j ov en s p ar a q ue e le s p os sa m p ro cu ra r a v er da de. P or qu e o s j ov en s d ev em t er a l ib er da de d e e nc on tr - la . E v ej o q ue o s j ov en s e st o r ec eb en do a pe na s a s c ha ma da s me ia s- ve rd ad es q ue , n o s eu r ev er so , s o m ei as -m en ti ra s. P or qu e m e p re oc up o q ua nd o v ej o p an fl et ost om an do a re s d e h is t ri a c on te mp or n ea , e s en do u ti li za do s c om o a v er da de d ef in it i va . N o s ob re am en ti ra q ue s e a li ce r a o f ut ur o d e u m p a s. D edi co e st e l iv ro a os j ov en s p or qu e c on fi o q ue , n a s ua s ed e d e j ust i a, sa be ro e nc on tr ar a v er dad e,e n a s ua f om e d e l ib er da de , s ab er o s er l iv re s, e n o p er mi ti r o q ue b ur le m d e n ov o s eu s s en ti me nt os ,o fe re ce nd o a v io l nc ia n o l ug ar d a p az ; a m en ti ra n o l ug ar d a v er da de ; a d is c rd ia n o l ug ar d asolidariedade para construir o pas.

    O fe re o es te l iv ro ao s j ove ns p ar a q ue n o s e d ei xem e nga na r p or i de ol og ia s u lt ra pas sa das , po r s ol u e s q ue n o d er am c er to e m o ut ro s p a se s e p ar a q ue n o f er ti li ze m a s s em en te s d a v io l nc ia . E mt od a a m en ti ra d is fa r ad a d e h is t ri a c on te mp or n ea , a li e st u ma s em en te d e v io l nc ia . por isso que dedi co est e li vr o aos j ovens, que r epudiam a violncia e amam a ver dade.

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    AGRADECIMENTOS

    Com uma formao quase que exclusivamente militar, o meu trabalho foi dedicado vida nac as er na de sde os de ze ss ei s ano s d e i dade . S f iz um c ur so f or a do Ex r ci to , o de Adm ini st ra o de

    Empresas, quando estudando a noite consegui me bacharelar.

    J amais pensei e m esc rev er um liv ro. No te nho pre tense s de se r um e scr itor. Tal vez , o meul iv ro e st ej a c he io d e i mp er fe i e s e d e e rr os p ri m ri os . P ar a m im , e nt re ta nt o, o m ai s i mp or ta nt e o seu contedo e as mensagens que pretendo transmitir, alm de mostrar que fui vtima de uma

    farsa.

    P ar a a e la bo ra o d es te l iv ro t ra ba lh ei p ra ti ca me nt e s oz in ho . N o s ol ic it ei e n em r ec eb in en hu m t ip o d e a po io d e q ua lq ue r rg o o u e nt id ad e. O s d ad os q ue o bt iv e f or am c on se gu id osatravs de pesquisas em processos, nas bibliotecas, em livros, em documentos e, tambm, atravsd e u m r ed uz id o n m er o d e a mi go s. D es ej o, a nt es d e t ud o, a gr ad ec er a e ss as p es so as , q ue s e

    propuseram a ajudar-me numa hora to importante da minha vida.

    Jos eta: N o fo ss e a tu a c or ag em ; No fos se a t ua f na ce rte za de que conse gui ramos obter os dados que mostr ass em aosb ra si le ir os o q ue u m g ru po d e p es so as m al i nt en ci on ad as e m ui to b em a po ia da s, f iz er am p ar a n os

    a ti ng ir e i nd ir et am en te a ti ng ir o E x rc i to ; No f osse o teu trabal ho de dias e dias de pesquisas e m bibl iotecas, em l ivros , em jor nais e emdocumentos; No f oss e o auxli o que me deste , le ndo e cor rigindo os te xtos des te liv ro; N o fo s s e o te u i n ce n t iv o e a t ua v o nt a de f r re a , au x i li a nd o -m e a v e nc e r e t ap a s; N o f os se o t eu de spr ee ndi me nt o, v en de ndo a lgu ma s j i as que p os su as pa ra au xi li ar a

    financiar essa edio; No fosse o teu papel de companheira, mais uma vez, te colocando aomeu lado para juntos aguardarmos serenamente toda a avalanche de reaes que certamenteh av e r o d e d es en ca de ar s ob re n s , a p s a p ub li ca o d es te l iv ro ; No fos se todo esse apoio recebido de ti, este livro no s eria poss vel

    Desejo agradecer:

    A um amigo do Lago Sul. Um homem puro, re ligios o e exe mplar che fe de famli a. Seusc o nh e ci m e nt o s j u r d ic o s m e p r es t ar a m s i gn i fi c at i v a a j ud a :

    A os m eu s a mi go s Su fo co , J uj u , P ed ro Sa mp ai o, T on ho e D al uc y . T od os h om en sq ue c om o e u, i nt eg ra ra m o ut ro s D OI d es se B ra si l. A e le s a gr ad e o a g ra nd e c oo pe ra o q ue m e

    prestaram:

    A a lgun s c om panh ei ro s do Ex r ci to o s q uai s m e aux il iar am, l end o, c ri ti can do e me

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    a ni ma nd o n a h or a e m q ue e u e sm or ec ia :

    A t o d o s o s qu e d ir e t a ou i n di r e t a m e nt e m e a j u d ar a m , o s m eu s a gr a d e c i me n t o s . S e m vo c sn o p od er ia t er c he ga do o nd e c he gu ei :

    A um a m ig o q ue , a t r av s d e m i n h a m u l h e r, c o nh e c i na m i nh a v ol t a ao B r as i l . Um h o me m

    i nt el ig en te , u m e xp oe nt e e nt re o s m el ho re s d a s ua p ro fi ss o e q ue f oi o m eu g ra nd e i nc en ti va do r n a c on se cu o d es te t ra ba lh o. E le e s ua m ul he r s o a mi go s q ue d es ej am os c on se rv ar p el o r es tod e n os sa s v id as :

    A um grande homem pbl ico, c ulto, ilus tre e respeitado o qual , ape sar de muito ocupado, sedis ps a me ouvir e a me auxil iar:

    A o s a m i g os q u e m e e nv i a r a m j o r n a is e re v i s t a s q u e t r a t a v am d o a s s u n to a q u e me p r op u se s c re v e r, e s pe c ia l me n te a o G og o i :

    A P.Y. que no conhe o e que atravs de amigos me cons eguiu dados mui to important es.Ca ro P .Y. s ei que v oc um i de al is ta . Re spe it o os s eus s ent im ent os e a s ua ma ne ir a de e nc ar ar osnossos problemas. Respeito-o, tambm, como pessoa. Voc, numa demonstrao de que tambmr e sp ei ta o s m eu s s e nt i me nt os , n o h es it ou e m m e f or ne c er d ad os q ue m e a ux i li ar am n ae l ab o ra o d e st e t r ab al h o;

    A W . u m jo v e m qu e t am b m n o co n he o e q ue m u i to m e a ju d ou . W , se i q u e vo c ac r e di t am ui to n um B ra si l m el ho r. V oc , c om o a qu el a m en in a C .S . c uj o p ai m e e nv io u s ig ni fi ca ti va c ar taq ue t ra ns cr ev o n es te l iv ro ( C ar ta d e u m p ai ) , p os su i s en ti me nt os p ur os , p r pr io s d os j ov en sque anseiam em melhorar as condies de vida do nosso povo. Veja no captulo Como o jovemera usado, o que os mestres da Subverso faziam para recrutar jovens idealistas como voc.

    P OR QU E ST E L IV RO

    Em pr imei ro lugar el evo meu pensamento a Deus. Peo a Ele que i lumi ne a mi nha ment e. Que euse ja s in cer o e r el at e u ni cam en te a ver da de , s em of end er o u ca lu ni ar a q ue m q ue r qu e se ja. S ei o q ue

    s er c al un ia do . Q ue e u a ti nj a o s o bj et iv os a q ue m e p ro pu s q ua nd o d ec id i e sc re ve r e st e l iv ro . E m s eg un do l ug ar d ir ij o m eu p en sa me nt o a o m eu q ue ri do i rm o J os A ug us to B ri lh an te U st ra q ue ,jovem ainda, faleceu num acidente de carro. Advogado notvel, grande tribuno, excepcional mestre.

    D ed ic ou a s ua v id a a o D ir ei to . C om o d ef en so r i nc an s ve l d a J us ti a d ei xo u m ar ca s p ro fu nd as n aF ac ul da de d e D ir ei to d a U ni ve rs id ad e F ed er al d e S an ta M ar ia , R S. G os ta ri a q ue e le e st iv es se a qu i, a omeu lado, aconselhando-me, orientando-me, ensinando-me a escrever e, sobretudo, a fazer Justia. Escr evo est e l ivr o em r espei to a o m eu Ex r ci to e aos m eus chef es o s q uai s, pr inci pal ment e, n ao ca si o e m q ue , s ob s ua s o rd en s, c om ba ti o t er ro r, s em pr e m e a po ia ra m e m e d is ti ng ui r am . D ur an tet od o o t em po e m q ue , c om o o fi ci al d o E x rc it o, f ui , f or ma lm en te , d es ig na do p ar a d ir ig ir u m rg o d ec om ba te a o rg an iz a e s t er r or i st as , s em pr e p ro cu re i c ul ti va r a v ir t ud e d a l ea ld ad e a os m eu s s up er i or esh ie r rq ui co s, p ar es e s ub or di na do s. I ss o, c on se gu i c um pr in do f ie lm en te a s o rd en s q ue m e f or am d ad as ,s em n un ca d el as m e t er a fa st ad o d ur an te u m m om en to s eq ue r. Es cr evo e st e l iv ro e m r esp ei to a os m eus co mp an hei ro s do E x rc it o, da M ar in ha, d a Fo ra A r ea ,d as P ol c ia s C iv il e M il it ar q ue , e m t od o o B ra si l, l ut ar am c om d en od o, c om b ra vu ra , c om c or ag em e

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    c om a bn eg a o n o c om ba te a o t er r or i sm o. E sc re vo es te l iv ro em r es pe it o a os m eu s co ma nd ad os no D OI /CO DI /I I E xr ci to , a O BAN co mom ui to s o c ha ma m. A v oc s , m eu s a bn eg ad os e q ue ri do s c om an da do s, q ue r es po nd en do a o c ha ma do d aP t ri a n o h es it ar am e m l ut ar c om h on ra , c om b ra vu ra , c om c or ag em e c om d ig ni da de p ar a e xt ir pa r ot er ro ri sm o d e e sq ue rd a q ue a me a av a a p az e a t ra nq i li da de d o B ra si l. A v oc s q ue , c um pr in do o rd en sminhas, enfrentaram aqueles brasileiros fanatizados e tombaram sem vida ou que ficaram inutilizados

    nessa guerra suja. E sc rev o es te l iv ro e m r es pe it o s m es q ue p er der am os s eu s f il ho s, s es pos as q ue p er de ra m se usm ar id os e a os f il ho s q ue a ss is ti ra m a o s ep ul ta me nt o d os s eu s p ai s, t od os h om en s d e b em q ue , n oc om ba te a o t er ro ri sm o e m t od o o B ra si l, e nt re ga ra m s ua s v id as e m b en ef c io d a P t ri a. S o t od os e le sd ig no s, n o s d o m eu r ec on he ci me nt o, m as d e t od a a n a o b ra si le ir a. T en ha m a c er te za d e q ue s eu sf il ho s, s eu s m ar id os e s eu s p ai s t om ba ra m c om o h er i s a n ni mo s, j am ai s t or tu ra do re s c om o i ns is te mdenomin-los alguns que anseiam por escrever a histria como um panfleto, diferente da realidade. Escr evo est e l ivr o em homenag em aos meus pai s, i rmos e mi nha so gra pel o mu it o que sof rer ama nt e a i nc er te za e o p er ig o q ue c er ca va m a m in ha v id a q ua nd o, d ur an te m ai s d e q ua tr o a no s, l ut eidiariamente enfrentando o terrorismo.

    E sc re vo e st e l iv ro e m r es pe it o a t i, m in ha m ul he r, M ar ia J os e ta , p el a a ng s ti a q ue s en ti st e e p el osperigos que enfrentaste durante todos esses longos anos de luta. Pelas apreenses porque passaste antea s a me a as d e s eq e st ro d e n os sa p ri me ir a f il ha , n aq ue la po ca c om p ou co s a no s d e v id a. P el a d or q uea in da p as sa s q ua nd o h oj e m e a cu sa m d e s er u m vi l t or tu ra do r . E scr ev o e st e l iv ro , P at r ci a e Re na ta, p ar a mo st rar -l hes qu e se u p ai a o co nt r ri o do q ue f or mul ama s e sq ue rd as r ad ic ai s d ur an te u m p er o do d a v id a d el e, l ut ou e c om an do u h om en s d e b em , n ocombate ao terrorismo, atendendo ao chamado do Exrcito Brasileiro, instituio qual tenho orgulhoe m p er te nc er e q ua l, p ra ti ca me nt e, d ed iq ue i t od a a m in ha v id a. Q ue ro q ue v oc s c on he a m c om o l ut eic om d ig ni da de , c om h um an id ad e e c om o a rr is qu ei a m in ha v id a e , i nv ol un ta ri am en te , a t a d e m in haf am l ia , n es sa l ut a q ue n o c om e am os , n o q ue r am os e q ue , e m h ip t es e a lg um a p od er a mo s p er d -l a,s ob p en a d e t er mo s a n os sa P t ri a s ub ju ga da a u m t ot al it ar is mo d e e sq ue rd a. Q ue ro q ue v oc s s ai ba m

    q ue s in to a m ai or h on ra e m o st en ta r a M ed al ha d o P ac if ic ad or c om P al ma , a m ai s a lt a c on de co ra oc on ce di da p el o E x rc it o B ra si le ir o e m t em po d e p az qu el es q ue c um pr ir am o s eu d ev er c om r is co d aprpria vida. Quero, finalmente, que vocs saibam que lutei com a mais absoluta convico e que meo rg ul ho d e t er s id o u m, d en tr e m ui to s, q ue d ed ic ar am p ar te d e s ua s v id as a o c om ba te d o t er ro r. E sc rev o e st e l iv ro e m r esp ei to a m im m es mo , n o m om en to e m q ue s ou c al un ia do , ac hi nc al ha do ,v il i pe nd ia do , c ha ma do d e m on st ro e c om pa ra do c om o s a ss as si no s n az is ta s q ue h or ro ri za ra m ah um an id ad e. P or i ss o t en ho o d ev er d e v ir a p b li co p ar a e sc la re ce r m ui to s f at os . E sc re vo es te l iv ro p or u m de ve r d e c on sc i nc ia an te o s r um os q ue , pr es si nt o, t end em a di st or cer aH is t ri a d o B ra si l . L iv ro s, a rt i go s, d ep oi me nt os d is to rc id os , c ar re ga do s d e c al n ia s e d e m en ti ra s, e st oi nf or ma nd o n um a s v ia a c on sc i nc ia d o p ov o e s er vi nd o d e b as e i nc on te st e a os n os so s p ol t ic os e a os

    n os so s m es tr es . p re ci so r es ta be le ce r a v er da de . J am ai s m e p er do ar ei p or o mi t ir f at os q ue p er mi t amjulgar, de forma isenta e imparcial, uma poca da Histria do Brasil, onde se deram profundasmodificaes na vida poltica e scio-econmica. N o vo u en tr ar e m p ol m ic as o u d eba te s i deo l gi cos . P re te nd o co nt ar a pe nas aq ui lo q ue o s j ove nsdesconhecem e alguns no querem relembrar. A esq ue rd a, di st or cen do os f at os , o s c on ta a s eu m od o, vi sa nd o as si m a i lu di r a o pi ni o p b li ca,procurando conquist-la, fazendo-se de vtima. O o bj et iv o de st e l iv ro co nt ar a ve rda de ir a hi st r ia so br e al gu ma co is a da qu il o qu e o co rr eu n o qu ea lg un s c ha ma m os p or e s d a t or tu ra . N o p re te nd o p as sa r a i ma ge m d e bo nz in ho . L ut ei s em pr e c om f ir me za . F ui d ur o e e n rg ic oq ua nd o n ec es s ri o. P or m , f ui a ci ma d e t ud o h um an o. N o s e co mba te t er ro ri sm o c om f lo re s, ma s co m c or ag em , t en aci da de e ob jet iv ida de . E f oi ass imq ue o c om ba te mo s, e mb or a s em pr e t i v ss em os e m m en te q ue e st v am os l ut an do c on tr a p es so ash um an as , a lg um as d as q ua is p or i de ol og ia , p or i gn or n ci a o u p or f an at is mo , p ra ti ca ra m o s m ai or es e

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    mais horrendos crimes.

    A R EV OL TA D E U MA M UL HE R

    C ar ta m an us cr it a p or m in ha m ul he r, c om o i nt ro du o d e u m lb um o rg an iz ad o p or e la p ar an os sa s f il ha s P at r ci a e R en at a.

    Montevidu, 02 de outubro de 1985.

    Patrcia e Renata

    E st e lb um d e c ar t er p ar ti cu la r, e xc lu si va me nt e p ar a v oc s , n os sa s q ue ri da s f il ha s. N el e p re te nd o,a tr av s d e p es qu is as , p ro cu ra r s ab er o n om e d as o rg an iz a e s s ub ve rs iv o- t er r or i st as q ue a tu ar am n apo ca, d e o ut ub ro de 197 0 a de zem br o de 19 73, p er od o e m que o pai de vo cs com an dou oD OI /C OD I d e S o P au lo . O s a to s d e t er ro r d es ta s o rg an iz a e s, c om o a ss as si na to s d e p es so asi no ce nt es , a te nt ad os a b om ba s, a ss al to s a b an co s, a q ua rt i s, s eq e st ro s, d ep re da es e t od o t ip o d et er ro r d aq ue la po ca . P re te nd o m os tr ar -l he s, s e c on se gu ir , c om p es qu is as e m j or na is , o c ao s q ue s et en ta va i mp la nt ar n o B ra si l. T en ta re i s ab er o q ue c ad a o rg an iz a o t er ro ri st a f ez , o s a to s q ue p ra ti co u e ag ue rr il ha u rb an a e r ur al q ue s e i mp la nt ou n o p a s. E st es t er ro ri st as o br iga ra m as Fo r as A rm ada s a se l an ar em s r ua s e a os c am pos , co nt ra o i ni mi godesconhecido que se escondia na clandestinidade. O s m il it ar es , p ar a e vi ta r d an os m ai or es a i no ce nt es , l ut av am c on tr a o t em po e o d es co nh ec id o. E le s,

    t er ro ri st as , l ut av am c on tr a o c la ro , o c on he ci do . D est e c om bat e p ar ti ci po u o pa i d e v oc s e l ut ou co m ho nr ad ez , ho nes ti da de e d en tr o d os pr in c pi osd e u m h om em b om , p ur o e h on es to , a ss im c om o m ui to s o ut ro s. S q ue m p as so u p el o m ar t ri o d e t er entes queridos envolvidos em uma luta que no iniciaram, nem procuraram mas que apenas cumpriramc om s eu d ev er , m an te r a o rd em n o p a s, p od e s ab er , c om o e u, o s m om en to s d e m ed o, i nc er te za , t er ro r q ue u ma f am l ia pa ss a. S e st as p od em c om pr ee nd er a d or e o d es es pe ro d e u ma m e e d e u ma e sp os a.T el ef on em as a n ni mo s, p er se gu i e s, a me a as , m or t e d e a mi go s e m c om ba te , a d or d os e nt es q ue ri do sq ue , c om o n s , n o t iv er am a s or te d e c on se rv ar c om v id a a qu el es q ue a ma va m. S ei e l am ent o q ue ou tr as pe ss oas t am bm p as sa ra m pe lo s m esm os s of ri me nt os d e p er de r en te sq ue ri do s, m as e st es e nt es q ue ri do s, f an at i za do s, t er r or i st as , c om e ar am a g ue rr i lh a e o s a to s d e t er r or .

    Ho uve a gu er ra, e e m um a guer ra h mo rt os e f er id os de am bo s o s l ado s, m as os mi li tar es n o a q uer iamn em a i ni ci ar am . E le s f or am e s o p re pa ra do s p ar a d ef en de r o T er ri t r i o N ac io na l. F or am c ha ma do s aa gi r e a ca ba ra m c om o t er ro ri sm o n o B ra si l. O ter ror era t ant o que quando t u, Patr ci a, fost e par a o Jar di m de l nf nci a, eu passei t odo o ano, noh or r io e sc ol ar , d en tr o d o c ar ro , n a p or ta d o c ol g io , p oi s n o t in ha c on di es p si co l gi ca s d e i r p ar ac as a. R ec eb a mo s a me ac as d e m or te , d e s eq e st ro e t od o t ip o d e g ue rr a d e n er vo s. T iv e a mi go s m or to se f er id os e m c om ba te ! Assi m mesm o, n os por es da t or tur a, com o el es cham am , onde s e ou vi am g ri tos e se m ost ravampresos mortos pauladas como eles dizem, participei e tu tambm, Patrcia, ainda que pequenina (3a no s) d e u ma p eq ue na ob ra a ss is te nc ia l a a lg um as p re sa s, m ai s o u m en os s ei s, u ma i nc lu si ve g r vi da . am os q ua se t od os o s d ia s. T u b ri nc av as c om a lg um as e nq ua nt o e u, c om o ut ra s, e ns in av a t ra ba lh osm an ua is c om o t ri c , c ro ch e t ap e ar i a. P as se v am os a o s ol , c on ve rs v am os ( ja ma is s ob re p ol t i ca ),levava tortas para o lanche feitas pela minha empregada. Enfim, as acompanhvamos. Fi ze mos sa pat in hos, c asaqu inho s, m ant inh as par a o beb e co m um a l is ta f ei ta no DO I p el o

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    to rt ur ad or U st ra c om pr am os u m p re se nt e p ar a o b eb . E le n as ce u n o H os pi ta l d as C l ni ca s, s e n o m ee ng an o e m o ut ub ro d e 1 97 3 o u 1 97 2 ( ve ri fi ca re i d ep oi s) , t en do o ce nt ro d e t or tu ra s m an da do f lo re s m e , e e u e t u, P at r ci a, f om os v is t -l os . E ra u m h om en zi nh o l in do e f or te . M in ha s f il ha s, o s a ni ve rs r io s d el as e ra m s em pr e c om em or ad os c om b ol os e f es ti nh as . O s N at ai s eA no s N ov os j am ai s p as sam os em c as a, d ur an te os q ua tr o a nos q ue o p ai d e v oc s co ma nd ou o D OI ,s em pr e f or am p as sa do s l ( o p ai , e u e t u, P at r ci a, R en at a n o e ra n as ci da ). T u, P at r ci a, s v ez es a

    pedido das presas, ficavas sozinha com elas. Da o artigo que pode ser encontrado neste lbum Br in qu ed o M ac ra br o d o j or na li st a M oa cy r O . F il ho , q ue d iz q ue t eu p ai t e d ei xa va c om a s p re sa s q uea ca ba va m d e s er t or t ur ad as . S e f os se m t or tu ra da s, c om o e le d iz , c om o p od ia m t er b om r el ac io na me nt oc om o s i nt eg ra nt es d o rg o e c om o p od ia m a ce it ar , e n o s a ce it ar , m as r ec la ma r a n os sa p re se n a,quando por algum motivo, falhvamos um dia? P en a q ue n o t iv es se m o s i nt eg ra nt es d o rg o , a m al c ia d os t er ro ri st as !. .. P or qu e, s e t iv es se m,f ot og ra fa ri am o u f il ma ri am t ud o, e c as os c om o B et e M en de s ( qu e n o t iv e o d es pr az er d e c on he ce r,enquanto presa) seriamcomprovados como mentirosos. S in to o n om e d e u ma f am l ia i nt ei ra : p ai s, m es , s og ro s, i rm o s, m ul he r e f il ha s, e nx ov al ha dos , ec om o o m il it ar n o p od e e n o d ev e, p or r eg ul am en to d is ci pl in ar d o E x rc it o, s e d ef en de r, t om o e u,

    e xc lu si va me nt e e u, a i ni ci at iv a d e d ei xa r p ar a v oc s , n os sa s f il ha s, e st e lb um , d e c ar t er p ar ti cu la r, c omt ud o q ue pu de r v ir a r eun ir , al m d o L iv ro de A lt er ac e s d o p ai d e v oc s, c ond ec or a es p or a rr isc ar av id a, e lo gi os , p ar a q ue , c om o e u, s e o rg ul he m, a ci ma d e t ud o, d e s e c ha ma re m B RI LH AN TE U ST RA .U m n om e, c uj o ni co e rr o c om et id o, f oi c um pr ir c om s eu d ev er e , p ri nc ip al me nt e, c um pr ir b em : c omh on ra , c om d ig ni da de e h um an id ad e, l ut an do s em pr e p ar a e vi ta r m al es m ai or es d o q ue o s q ue s epassavam no momento. C om pa rt il ho a d or d os p ai s, m e s, p ar en te s, e nf im , d os q ue p or i nf el ic id ad e p er de ra m s eu s e nt esq ue ri do s, f an at iz ad os p or i de ai s q ue n o m e c om pe te j ul ga r, e q ue n o d ev ia m t er u sa do a v io l nc ia p ar at en ta r c on se gu i- l os , m as n o p os so d ei xa r d e m e r ev ol ta r c on tr a a s c al n ia s j og ad as s ob re u m h om embom, como o pai de vocs. B e i j o s

    Maria Joseta S. Brilhante Ustra

    ALM DE UMA CALNIA,

    UMA INGRATIDO

    A C AL N IA

    No di a 17 de agosto de 1985 todos os j or nais do pa s, em manchet e de pri meir a pgi na, publi car ama s v io le nt as a cu sa es f ei ta s c on tr a m im p el a D ep ut ad a F ed er al E li za be th M en de s d e O li ve ir a, B et e

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    M en de s. A s t el ev is e s, n os h or ar r i os n ob re s, s ac ud ir am a o pi ni o p b li ca m os tr an do , n um q ua dr ochocante, aquela senhora chorando copiosamente enquanto era entrevistada. As principais revistas dopas tambm se solidarizaram com a Deputada. Articulistas de renome condenaram-me com veemncia.E m c ar ta e nc am in ha da a o P re si de nt e d a R ep b li ca , B et e M en de s, a l m d e a fi rm ar t ax at iv am en te q uef or a p or m im t or tu ra da , m os tr av a o s eu c on st ra ng im en to p or te r q ue s up or t -l o s eg ui da me nt e a j us ti fi ca r a v io l nc ia c om et id a c on tr a p es so as i nd ef es as e d e f or ma d es um an a e i le ga l c om o s en do p ar a c um pr ir

    ordens e levado pelas circunstncias do momento. N o Ur ug ua i, on de e u ex er ci a a s f un e s de Ad id o do Ex r ci to j unt o Em bai xad a d o B ras il , oassunto tambm foi amplamente publicado pela imprensa. A o pi ni o p b li ca e st av a e st ar re ci da c om o c on st ra ng im en to a q ue u ma D ep ut ad a F ed er al , c om om em br o d a c om it iv a o fi ci al d o P re si de nt e d a R ep b li ca , f or a s ub me ti da q ua nd o e nc on tr ou -s e, f re nt e af re nt e, c om o h om em q ue , q ui nz e a no s a nt es , a to rt ur ar a . Em M ont evi du , f ui obr ig ado a r et ir ar mi nha f il ha, d e 1 5 a nos, d o c ol gi o o nde est ud ava, d evi do aoc li ma d e h os ti li da de q ue p as so u a s of re r. Em Santa Maria, meu pai com 84 anos e minha me com 74 r ecebiam ameaas que levaram o meui rm o , C or on el R en at o B ri lh an te U st ra , a d ei xa r p or a lg un s d ia s o C om an do d a E sc ol a d e E du ca o

    F s ic a d o E x rc it o, a f im d e d ar a n ec es s ri a a ss is t nc ia a os n os so s p ai s. A i mp re ns a, p ar la me nt ar es , m ov im en to s e m d ef es a d os D ir ei to s H um an os , a ss oc ia es d e c la ss e,e xi gi ra m o m eu r et or no a o B ra si l. P ar al el am en te , a qu el es q ue c om ba te ra m o t er ro ri sm o e ra ma pr es en ta do s a o p a s c om o a ss as si no s e c or ru pt os . A o m es mo t em po , o s s ub ve rs iv os e o s t er ro ri st ase ra m m os tr ad os c om o p es so as i nd ef es as q ue s of r er am p or qu e l ut av am c on tr a a d it ad ur a. H ou ve a t o c as o d o e x- te rr or is ta T he od om ir o R om ei ro d os S an to s ( Ma rc os ), m il it an te d o P ar ti doComunista Brasileiro Revolucionrio (PCBR), que foi recebido como heri quando regressou doe xt er i or , o nd e s e r ef ug ia ra . T he od om ir o f or a c on de na do m or te ( ex is ti a p en a d e m or te n aq ue la o ca si o )porque matou com um tiro na nuca o Sargento da Fora Area Brasileira, Valder Xavier de Lima, quea o v ol an te d e u m j ip e o t ra ns po rt av a p re so . A go ra o n os so S ar ge nt o V al de r, d e v t im a d o t er ro r p as sa raa s er t ax ad o d e a gr es so r d e u m i nde fe so .

    C om a c on iv n ci a e a pa rt ici pa o d a D ep ut ad a B ETE M EN DE S f or a m on ta da u ma d as ma io re sf ar sa s a q ue e st e p ai s j a ss is ti u. P ar a d en eg ri r o E x rc it o, d en tr e m ui to s q ue c om ba te ra m o t er ro ri sm o, f ui o e sc ol hi do . U m m il it ar q uel ut ou c on tr a a G ue rr i lh a U rb an a e m S o P au lo , d ur an te q ua tr o a no s. P ar a a m x im a r ep er cu ss o , n o p od er ia h av er o ca si o m ai s o po rt un a q ue o a pr ov ei ta me nt o d a v is it ad o P re si de nt e d a R ep b li ca a o p a s o nd e e u e xe rc ia a s f un es d e A di do d o E x rc it o j un to E mb ai xa daBrasileira. Nada mel hor do que uma at riz para repr esentar o papel de vt ima. Nada mel hor do que umaDeputada Federal para caluniar, escudada nas suas imunidades parlamentares.

    A C AR TA A O P RE SI DE NT E

    Qu e a s m in ha s p ri me ir as p al av ra s s ej am d e a gr ad ec im en to a V os sa E xc el n ci a p el o h on ro soc on vi te c om o q ua l f ui d is ti ng ui da p ar a a co mp an ha r a s ua c om it iv a a o U ru gu ai . O po rt un id ad e mp ar eq ue p os si bi li to u- me o c on he ci me nt o e o t es te mu nh o d o d es ve lo c om q ue V os sa E xc el n ci a t r at a a sq ue st e s m ai or es d a n os sa R ep b li ca . N o f os se i ss o o b as ta nt e, t iv e, a in da , o p ri vi l gi o d e c on vi ve r h or as a gr ad v ei s c om u m g ru po s el et o d e a ut or id ad es d o n os so P ai s e , p ri nc ip al me nt e, d e c om pa rt il ha r d a c om pa nh ia I nt el ig en te , s er en a e a gr ad v el d e d on a M ar li . No e nt an to , P res ide nt e, n o p os so ca lar -m e di ant e d a c on st at a o d e u ma r ea li dad e q ue r eab ri u e m

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    m im p ro fu nd a e d ol or os a f er id a. N a E mb ai xa da d o B ra si l n o U ru gu ai s er ve c om o A di do M il it ar oc or on el B ri lh an te U st ra , p er so na ge m f am os o d o r eg im e p as sa do p or s ua d is po si o f ir me e m c om an da r e p ar t ic ip ar d e s es s es d e t or t ur a a p re so s p ol ti co s. D ig o- o, P re si de nt e, c om c on he ci me nt o d e c au sa : f uit o rt ur a da p or e l e. I ma gi ne , p oi s, V os sa E xc el n ci a, o q ua nt o f oi d if c il p ar a m im m an te r a a pa r nc ia t ra nq i la e c or di ale xi gi da p el as n or ma s d o c er im on ia l. P io r q ue o f at o d e r ec on he ce r o m eu a nt ig o t or tu ra do r f oi t er q ue

    suport-lo seguidamente a justificar a violncia cometida contra pessoas indefesas e de forma desumanae i le ga l c om o s en do p ar a c um pr ir o rd en s e l ev ad o p el as c ir cu ns t nc ia s d e u m m om en to . Fe li zm en te , P re si de nt e, c on se gu i a rr an ca r d o m ai s p ro fu nd o d o m eu s er a t ra nq i li da de e o e qu il b ri on ec es s ri os . A v ia ge m c om an da da p or V os sa E xc el n ci a t ev e xi t o p le no . F ir ma -s e, c om c er t ez a, n aA m ri ca L at i na a l id er an a d o B ra si l g ra a s a o d es co rt i no p ol ti co e f ir me za d e a o d o s eu P re si de nt e. N o e nt an to , E xc el n ci a, d e v ol ta a o so lo p t ri o, de scu br o n o t er m ai s d ir ei to ao si ln ci o. Es topresentes, de novo, os fantasmas de um passado recente, onde os meus gritos se confundiram com osg ri to s d e o ut ro s t or tu ra do s, o nd e m in ha s l g ri ma s o u f or am d e d or e r ev ol ta o u s im pl es me nt e p ar a c ho ra r a qu el es q ue n o r es is ti r am v io l nc ia d os pa tr io ta s e nc ap uz ad os c uj a a o, n a s up os ta d ef es a d osi nt er es se s m ai or es d o E st ad o, s s e m an if es ta va n a s eg ur an a d as m as mo rr as e n a c er te za d a

    impunidade. Pr es id en te , s ei q ue m ui ta s v oz es s e l ev an ta r o n a l em br an a d a a ni st ia . L em br o, p or m , q ue a a ni st ian o t or no u d es ne ce ss r ia a s an ea do ra c on ju n o d e e sf or o s d e t od a a N a o c om o o bj et iv o d ei ns ta la r u ma n ov a o rd em p ol t ic a n o P ai s. O a rb t ri o c ed eu l ug ar a o d i lo go d em oc r ti co . A N ov aR ep b li ca , s on ho d e o nt em , a r ea li da de p al p ve l d e h oj e. M as e la n o s e c on so li da r s e n o a tu alGoverno, aqui ou alhures, elementos como o Coronel Brilhante Ustra estiverem infiltrados em quaisquerc ar go s o u f un es , a in da q ue i ns ig ni fi ca nt es , o q ue , d ig a- se , n o o c as o. N o c re io q ue V oss a E xce l nc ia so ub es se d e t al f at o. P or i ss o d en un ci o- o aq ui . E p e o, c om ov t im a, c om o c id ad e c om o D ep ut ad a F ed er al c uj o v ot o i nc on di ci on al e m 1 5 d e J an ei ro f oi a p ro vam ai or d e s ua c on fi an a n os p ro p si to s d a A li an a D em oc r ti ca p ro vi d nc ia s i me di at as e e n rg ic asque culminem com o afastamento desse militar das funes que desempenha no vizinho pas. Tenho

    certeza, Excelncia, que uma determinao sua nesse sentido significar, antes de tudo, umad em on st r a o a o s of r im en to d os m il ha re s d e b ra si l ei ro s e u ru gu ai os q ue a ca ba m d e d es pe rt ar d e u mal on ga n oi te d e a rb t ri o n a q ua l a t or tu ra e o s t or tu ra do re s f iz er am p ar te d e u ma g ro te sc a, t ri st e e d ol or os arealidade. P or ser uma questo de i nt er esse de t oda a Nao, r eser vo- me o di rei to, t o l ogo est a cart a ch eg ue s s ua s m o s, d e t or n -l a d e c on he ci me nt o d o p ov o b ra si l ei ro a tr av s d a i mp re ns a.

    BETE MENDES

    A LG U MA S M AN C HE TE S D A PO CA

    MemriaO a ma rg o r ee nc on t ro

    Q ui nz e a no s m ai s t ar de ,deputada reconhece em Montevidu

    m il it ar q ue a t or t ur ou

    REVI STA VEJA 21 Ago 85

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    A di do n o U ru gua i er a otemido Major Tibiri

    JORNAL DO BRASIL 17 Ago 85 1a. Pgina

    C or on el q ue t or tu ro u B et e M en de sn o mai s a di do

    JORNAL DO BRASIL 17 Ago 85 Pag. 4

    polticaD e n n ci a d e t o rt u ra s s ur p re en d e a mi g os d e B ri l ha nt e U s tr a

    A RAZO SANTA MARIA RS

    U st ra , o c or on el t or t ur ad or ,s om e d a e mb a ix a da b ra s il e ir a

    ZERO HORA 18 Ago 85

    A p s d en n ci a p b li ca d o d ep ut ad a p au li st a B et e M en de s, opresidente Jos Sarney demitiu o coronel Carlos Alberto

    B ri lh an te U st ra d e s ua s f un es d e a di do m il it ar d o B ra si l e mM on te vi d u. O m il it ar t or tu ro u a d ep ut ad a e f oi p or e la r ec on he ci do

    S ar ne y a fa st a ocoronel torturador

    ZERO HORA 17 Ago 85

    A tr iz p en so u q ue f os se u m f LEITE FILHO

    Da Editoria de Poltica

    C OR RE IO B RA SI LI EN SE 1 7 A go 8 5

    C or on el n eg a q ue t en hat o rt u ra do B et e M en d es

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    ZERO HORA 22 Ago 85

    Bete Mendes pede listade adi dos para ver se

    h mais torturadores

    S ar ne y c on fi r ma d em i ss o d e T i bi ri Em telefonema atriz e deputada Bete Mendes, opresidente Jos Sarney informou que desde o dia 12 o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, adidom il it ar d o B ra si l n o U ru gu ai , e st av a r em ov id o d o p os to . N es sa d at a, p ri me ir o d ia d a v is it a d o p re si de nt ea o U ru gu ai , a d ep ut ad a, q ue i nt eg ra va a c om it iv a o fi ci al , r ec on he ce u n o a di do o Ma jo r T ib ir i , q ue at or tu ra ra e m s et em br o e o ut ub ro d e 1 97 0, e d e v ol ta a o B ra si l e sc re ve ra a o p re si de nt e n ar ra nd o o sf at os . N o d ia 2 3, o m in is tr o d o E x rc it o, L e ni da s P ir es G on a lv es , e lo gi ou o c or on el B ri lh an te ea nu nc io u q ue e le p er ma ne ce ri a n o c ar go a t d ez em br o.

    ENCICLOPDIA MIRADORE NC I CL OP D I A B RI T N I CA D O B RA SI L

    L IV RO D O A NO 1 98 5P ag . 2 6

    R e pe rc u ss o n o U r ug u ai

    E nq ua nt o I ss o, a I mp re ns a u ru gu ai a n ot ic ia , c om d es ta qu e, o r ec on he ci me nt o d e U st r a p el a d ep ut ad aB et e M en de s. T od os o s s ei s j or na is d e M on te vi d u El D ia , El P ai s , l ti ma s N ot ic ia s , Di r iod e L a N oc he , La M a an a e La H or a p ub li ca ra m i nf or ma es s ob re a i de nt if i ca o d o t or tu ra do r.M as f oi La H or a q ue m d eu m ai or e sp a o p ar a o t em a: m et ad e d a p g in a c in co f oi d ed ic ad a

    d ol or os a e xp er i nc ia v iv id a p or B et e M en de s. C om u m l in ha d e a po io q ue c ha ma va a a te n o p ar a oc as o d o a di do m il it ar t or tu ra do r d en un ci ad o p or B et e M en de s , u ma g ra nd e m an ch et e d av a a n ot c ia : Cr es ce n o B ra si l o c la mo r p el a J us ti a p ar a o s q ue v io la ra m o s D ir ei to s H um an os . A p g in a c on ta va ,

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    tambm, com uma fotografia da deputada ilustrando a matria.

    ZERO HORA 20 Ago 85

    L a M a an aMONTEVIDEO, DOMINGO 18 DE AGOSTO DE 1985

    Gran repercusint ie ne e n B ra si l

    el caso dea gr eg ad o m il i ta r e n U ru gu ay

    S ar ne y d es t it uy e A gr e ga do e n U ru gu ay

    L A M A ANA 1 7 Ag o 85 M ON TEV ID EO

    B ra s il C e sa A gr e ga doMilitar en Uruguay

    Acusado de Tortura

    EL PAIS 17 Ago 85 MONTEVIDEO

    T he od om i ro , d e v ol t a: Fa ri a t ud o o ut ra v ez

    JORNAL DO BRASI L 06 SET 85

    REVISTA VEJA

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  • 7/14/2019 Romp Endo Silencio

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    JORNAL DO BRASI L 07 SET 85

    O C OM UN IC AD O D O M IN IS TR O D O E X RC IT O

    No di a 19 de agost o o Exrci to, at ravs do nosso Mi ni str o Gener al LENI DAS PI RESG ON A LV ES , e la bo ro u u m d oc um en to r e se rv ad o p ar a s er l i do a t o do s o s e sc al e s s ub or d in ad os .C om o t al d oc um en to , p or v az am en to , a ca bo u s en do p ub li ca do p el a i mp re ns a, v ou r ep ro du zi - lo c om a

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  • 7/14/2019 Romp Endo Silencio

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    f i na li da de d e r eu ni r n es te l i vr o t od os o s d ad os a r es pe it o d es se e pi s di o.

    Rio O ministro do Exrcito, Lenidas Pires Gonalves, determinou ao Centro de Comunicaod o E x rc it o q ue i nf or ma ss e a t od os o s e sc al e s s ub or di na do s q ue o c or on el C ar lo s A lb er t o B ri l ha nt e

    U st ra g oz a d e t od a c on fi an a e q ue p er ma ne ce r a di do m il it ar n o U ru gu ai at c om pl et ar o p er o doregulamentar. A in da p or d et er mi na o d o m in is tr o d o E x rc it o, o g en er al d e B ri ga da R up er to C lo do al do P in to ,chefe do CCEx, transmitiu suas palavras, em comunicado reservado, afirmando que aqueles quea tu ar am p at ri ot i ca me nt e c on tr a o s s ub ve rs iv os e o s t er r or i st as , p er do ad os p el a a ni st i a, m er ec em or es pe it o d e n os sa i ns ti tu i o p el o xi to a lc an a do , m ui t as v ez es c om o r i sc o d a p r pr ia v id a . O Ex r ci to co nt in ua se nd o um t odo s ol id r io e a ssi m con tr ib ui pa ra o ap er fe ioa me nt o d asinstituies democrticas brasileiras. Jamais ser atingido por palavras e atos retaliatrios por algumd aq ue le s q ue o nt em o o br ig ar am a s ai r d e s eu s q ua rt i s p ar a q ue a N a o n o t ri lh as se c am in ho sideolgicos indesejados pelo nosso povo.

    O d oc um en to , r es er va do , e m d ua s l au da s, n ar ra o s e pi s di os q ue e nv ol ve ra m, r ec en te me nt e, ad ep ut ad a B et h M en de s e o c or on el B ri lh an te a q ue m a cu so u d e t - la t or tu ra do d ur an te v ia ge m d opresidente Sarney ao Uruguai, onde o militar adido. a s eg ui nt e a nt eg ra d o d oc um en to a ss in ad o p el o g en er al R up er to C lo do al do P in to : A d ep ut ad a E li za be th M en de s d e O li ve ir a f ez d iv ul ga r, a tr av s d a I mp re ns a, c ar ta a be rt a a o e xm o.s r. P re si de nt e d a R ep b li ca , c on te nd o a cu sa es a o c el . A rt . C ar l os A l be rt o B ri l ha nt e U st r a, a di do d oE x rc it o j un to e mb ai xa da d o B ra si l n o U ru gu ai . D ec la ro u- se a in da co ns tr an gi da c om a s a ti tu de s et ra ta me nt o a e la d is pe ns ad os p el o r ef er id o o fi ci al , n as d iv er sa s o ca si e s e m q ue s e e nc on tr ar am d ur an tea r ec en te v is it a p re si de nc ia l qu el e p a s. C on cl ui u s ol ic it an do o i me di at o a fa st am en to d o c el . U st ra d oc ar go q ue a tu al me nt e e xe rc e n o e xt er io r. O cel. Ustr a foi nomeado par a exercer o cargo de adido do Exr ci to no Uruguai, em junho de

    1 98 3, d ec or r en te d e s el e o b as ea da n o m r i to p ro fi ss io na l. A ss um iu a r ef er i da c om is s o, q ue t em ad ur a o d e 2 a no s, e m d eze mb ro d e 1 98 3. C om o a n om ea o pa ra m is s es n o e xt er io r f ei ta c om 6m es es d e a nt ec ed n ci a, o c el . U st r a f o i e xo ne r ad o d aq ue la s f u n e s p or d ec re to p re si de nc i al , d at ad o d e1 0 d e j ul ho d e 1 98 5, d ev en do s er s ub st it u do e m d ez em br o d e 1 98 5. Du ra nt e a v is it a a o U ru gu ai d o e xm o. s r. P re si de nt e d a R ep b li ca , c uj a c om it iv a d ep ut ad a E li za be thM en de s i nt eg ro u, o co rr eu o r ec on he ci me nt o m t uo e nt re o c or on el e a p ar la me nt ar , a nt ig a m il it an te d eo rg an iz a o t er r or i st a. N a o ca si o, o t r at a me nt o e nt r e a mb os t r an sc or r eu d e a co rd o c om a s n or ma ssociais, funcionais e diplomticas exigidas pelas circunstncias, e em todas as oportunidadess ub se q en te s p er ma ne ce u o t r at am en to c or di al , o q ue p od e s er a te st ad o p or f u nc io n ri os d a n os sae mb ai xa da n aq ue le p a s. E m n en hu m m om en to o c or on el d es cu lp ou -s e p or s ua a tu a o n o c om ba te a o

    terrorismo no passado. Se u c om po rt am en to m od if ic ou -s e, q ue re mo s c re r, e m c on se q n ci a d a p re ss o d os m es mo s g ru po sque vm radicalizando posies atravs da Imprensa e de pronunciamentos de alguns parlamentares. O sr. mini stro quer deixar clar o que: O cel . Ust ra o nosso Adiex no Uruguai , goza de nossa confi ana e per manecer at completar operodo regulamentar. A qu el es q ue a tu ar am p at ri ot ic am en te c on tr a o s s ub ve rs iv os e o s t er ro ri st as , p er do ad os p el aa ni st i a, m er ec em o r es pe it o d e n os sa i ns ti tu i o p el o xi to a lc an a do , m ui ta s v ez es c om o r is co d aprpria vida. O Ex r ci to co nt in ua se nd o um t odo s ol id r io e a ssi m con tr ib ui pa ra o ap er fe ioa me nt o d asinstituies democrticas brasileiras. Jamais ser atingido por palavras e atos retaliatrios por algumd aq ue le s q ue o nt em o o br ig ar am a s ai r d os s eu s q ua rt i s p ar a q ue a N a o n o t ri lh as se c am in ho sideolgicos indesejados pelo nosso povo. O s r. m in is tr o d et er mi na a r et ra ns mi ss o u rg en te d o p re se nt e i nf or me x a t od os o s e sc al e s

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    s ub or di na do s e q ue s ej a d ad o c on he ci me nt o a t od o o p es so al .

    LTIMA HORA 24 de Ago 85

    A C AR TA D E B ET E M EN DE S A O M IN IS TR O D O E X RC IT O

    C ont ra po nd o e st a n ot a, B ET E M EN DE S n o t en do co ns egu id o u m d os se us o bj et iv os , o d ed es ti tu ir -m e d o c ar go , l eu n a C m ar a d os D ep ut ad os , e m 2 8 d e s et em br o d e 1 98 5, a c ar ta a ba ix o q ueenviara ao nosso Ministro.

    Braslia, 27 de agosto de 1985.

    Senhor Ministro A p ro p si to d o C om un ic ad o R es er va do d o C CE x, a ssi na do pe lo G ene ra l d e B ri ga da C lo do al doP in to , v en ho , p el a p re se nt e, e sc la re ce r a V os sa E xc el n ci a q ue :

    1 R eaf ir mo i nt eg ral men te o t ext o da ca rt a qu e e nv ie i ao Pr es ide nt e J os S ar ney , em 15 doc or r en te , r el at an do o e nc on tr o q ue t iv e c om o C or on el B ri lh an te U st ra n o U ru gu ai . 2 R ep ud io , p oi s, c om v ee m nc ia , a a fi rm a o c on ti da n o r ef er id o c om un ic ad o d e s eg ui nt e t eo r: .. .e m n en hu m m om en to o C or on el de sc ul po u- se po r su a a tu a o n o c om bat e a o t er ror ism o nopassado. P or m ai s d e u ma v ez , S en ho r M in is tr o, o C or on el a ce rc ou -s e d e m im t ra ta nd o- me c om a ma bi li da de ,t en ta nd o j us ti f ic ar s ua p ar ti ci pa o n o e pi s di o e d es cu lp an do -s e p or te r c um pr id o o rd en s e p or te r

    s id o l ev ad o p el as c ir cu ns t nc ia s d e u m m om en to h is t ri co . Q ua nd o o c om un ic ad o d o C CE x i nv oc a otestemunho dos funcionrios da Embaixada Brasileira no Uruguai, certamente o faz por desconhecer qued es se s f un ci on r io s r ec eb i u m c ar t o, n o q ua l s e r ef er em c om ov id os a o q ue c ha ma m me u g es to d eperdo. 3 R ep ud io , a in da , S en ho r M in is tr o, a i ns in ua o d e t er mo di fi ca do m eu c om po rt am en to . Ae du ca o e o r es pe it o s n or ma s d ip lo m ti ca s e vi de nc ia da s n o m eu p ro ce di me nt o e m M on ti vi d u n oi mp ed ir am q ue , n o r ec es so d os m eu s a po se nt os , a in da n o U ru gu ai , e u e sc re ve ss e a c ar ta q ue f iz c he ga r a o P re si de nt e S ar ne y, m en os d e 2 4 h or as a p s n os so r et or no a o B ra si l. 4 D it o i ss o, S en ho r M in is tr o, t or na -s e n ec es s ri o r em em or ar a lg un s f at os , e mb or a m e s ej a m ui tod ol or os o. C om o a fi r me i a o P r es i de nt e S ar ne y, r em et e- m e a o p as sa do , q ua nd o f u i s eq e st r ad a, p r es a e

    t or tu ra da n as d ep en d nc ia s d o D OI -C OD I d o I I E x rc it o, o nd e o M aj or B ri lh an te U st ra ( Dr . T ib ir i )comandava sesses de choque eltrico, pau-de-arara, afogamento, alm do tradicional amaciamenton a b as e d os si mp le s t ap as , a lt er na do c om t or t ur a p si co l gi ca . T iv e s or t e, r ec on he o , S en ho r M in is tr o:d ep oi s d e t ud o, f ui j ul ga da e c on si de ra da i no ce nt e e m t od as a s i ns t nc ia s d a J us ti a M il it ar q ue , p or i ss o,m e a bs ol ve u; e a qu el es i no ce nt es c om o e u, c uj os c or po s e u v i, e q ue e st o n as l is ta s d e d es ap ar ec id os ? 5 D iz o c om un ic ad o d o C CE x q ue .. .a qu el es q ue a tu ar am p at ri ot ic am en te c on tr a o s s ub ve rs iv ose o s t er r or i st as p er do ad os p el a a ni st i a, m er ec em o r es pe it o d a n os sa i ns ti t ui o. .. R ec on he o q ue aa ni st ia p el a q ua l l ut ei , j a bs ol vi da ( po rt an to , s em d el a n ec es si ta r) c om o f oi a pr ov ad a u ma l eiq ue d ev e a lc an a r o s d oi s l ad os . O q ue n o f a o, t od av ia , c al ar -m e a nt e a l am en t ve l p re mi a o ,r es ul ta nt e d o t ra ta me nt o c om o h er i , p el o G ov er no a nt er io r, a u m t or tu ra do r d e i no ce nt es , a ss imconsiderados pela Justia Militar. S en ho r M in is tr o, q ue ro r es sa lt ar q ue , c om o c id ad e p ar la me nt ar , n en hu m a to m eu a po nt a p ar aq ua lq ue r t i po d e o fe ns a s F or ca s A rm ad as . P el o c on tr r io , i nc lu si ve n es se g es to a go ra n operfeitamente compreendido, est evidente a preocupao que tive e tenho de defender e fortalecer as

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    i ns ti t ui es p ar a a c on qu is ta e p re se rv a o d a d em oc ra ci a.A s F or as A r ma da s b r as i le i ra s, c o moi ns ti tu i o g ua rd i d es sa o rd em d em oc r ti ca t ev e, t em e t er m eu p ro fu nd o r es pe it o e s in ce roacatamento . (o grifo do autor) A j ove m e st ud ant e d e 19 70 f ic ou c al ad a du ra nt e 1 5 a no s el eg eu- se , c om o r eg is tr a a i mp re nsa ,s em a ba nd ei ra d e v t im a. N o C on gr es so , e m 3 0 m es es d e m an da to , j am ai s d ef en de u q ua lq ue r m ed id ar ev an ch is ta . H oj e, n o e nt an to , t am b m e m r es pe it o m em r ia d os q ue m or r er am s ob t or t ur a,

    e xe cu ta do s s em d ir ei to a j ul ga me nt o, o br ig ad a a r ec la ma r e e xi gi r p ro vi d nc ia s. T en ho c er te za d e q ue n as f il ei ra s d o E x rc it o, d a A er on u ti ca e d a M ar in ha e xt ra or di na ri am en temajoritrio o nmero de militares dignos, honrados, profissionais inteligentes, cultos e, portanto, capazesd e o cu pa r c ar go s n o e xt er io r s em c om pr om et er a i m ag em d em oc r ti ca d o n os so P a s. S enh or M ini st ro , pe ra nt e a N a o , on te m, as si m co mo h oj e, e di an te d a H is t ri a s em pr e, na da t en hoq ue m e c on de ne . N o r en eg o m eu p as sa do , e n um a l in ha d e c oe r nc ia c om e le , c on st ru o a go ra o m euf ut ur o. A c ar ta a o P re si de nt e S ar ne y, t an to q ua nt o e st a, h d e s er vi r c om o t es te mu nh o d a m in ha a of ir me n a d ef es a d os i de ai s p el os q ua is s em pr e l ut ei . O q ue c on si de re i n ec es s ri o e c or re to e u f iz . D aq uipara a frente s me resta aguardar eventuais providncias. As decises a respeito fogem minhacompetncia e ao Poder Legislativo.

    Nada mais, pois, tenho a falar ou fazer. Bete Mendes Deputada Federal.

    T ra ns cr it o d e O G lo bo 2 8/ 08 /8 5

    M IN HA V OL TA A O B RA SI L

    Qu an do r et or nei a o B ras il , em j ane ir o d e 1 98 6, ap s o en cer ram ent o no rm al d a m in ha m is s o co moA di d o d o E x rc it o, c on ti nu ei a s of r er a cu sa es q ue s e r ep or t av am a o e sc n da lo f or j ad o p el aD ep ut ad a. E st a, d ur an te a c am pa nh a p ol t i ca p ar a a s ua r ee le i o c on ti nu av a m e a cu sa nd o. A ss oc ia esd e D ir ei t os H um an os , rg o s d e c la ss e e s in di ca to s, a go ra e st av am i nd ig na do s p or qu e o m eu n om e,e nt re o d e o ut ro s C or on i s, f or a l ev ad o c on si de ra o d o A lt o C om an do d o E x rc it o p ar a a e sc ol had os f ut ur os G en er ai s. A V er ea do ra d o P T, H el en a G re co , d e B el o H or iz on te , e m n ot c ia p ub li ca da n osprincipais jornais do pas disse: O crime que este homem praticou inanistivel e imprescritvel por seru m c ri me q ue l es a a h um an id ad e. D e n ad a a di an to u a d en n ci a d e u ma d e s ua s v t im as , a D ep ut ad a

    B ET E M EN DE S, q ue o r ec on he ce u e o d en un ci ou c om o A di do M il it ar n o U ru gu ai . A s ua p os si bi li da ded e p ro mo o p el o m en os i ns l it a .

    ( Ze ro H or a 5 /1 2/ 86 )

    A o rq ue st ra o a tr av s d a i mp re ns a c on ti nu ou n um c re sc en do . A m in ha f am l ia c on ti nu ou s of re nd o p re ss e s c om a s c r ti ca s p er ma ne nt es m in ha p es so a. E m ag ost o d e 1 98 6 i ni ci ei as p esq ui sa s p ar a e sc re ve r e st e l ivr o. D ur ant e q ua tr o m ese s, na s h or asv ag as d e m eu t ra ba lh o, c om ec ei a j un ta r d ad os n os I nq u ri to s P ol ic ia is , P ro ce ss os , A rq ui vo s d e v r i os rg o s, B ib li ot ec as , l iv ro s, j or na is e r ev is ta s d a po ca . F oi u m t ra ba lh o i so la do , s em c on ta r c om o a po iode qualquer instituio, nem mesmo do Exrcito. A o l ong o de st e l iv ro p re ten do co nt ar um a e tap a d a m inh a v ida e m os tr ar ao s j oven s q ue

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    desconhecem esse perodo da nossa Histria como agiam os subversivos-terroristas. Pretendo, tambm,r el em br ar e ss a gu er r a s uj a a os q ue , p or c on ve ni n ci a, i ns is te m e m d et ur pa r a v er da de . S o p ou qu s si ma s a s a e s qu e ci to n est e l iv ro p oi s s e f os se n ar rar t od os o s a tos c ri mi no so s de sseperodo, poderia escrever um livro para a maioria das Organizaes que praticavam a luta armada. C om o n o t en ho i nt en es d e r ev an ch is mo , u sa re i a pe na s a s i ni ci ai s, o s n om es f al so s o u o sc od in om es d as p es so as c it ad as . C on se rv o, e nt r et an to , e m u m c of r e n um b an co e e m c p ia s d is tr i bu d as

    e nt re a lg un s a mi go s, o n om e c om pl et o d as p es so as m en ci on ad as e t od a d oc um en ta o c on su lt ad a.A pe na s d ar ei o n om e d aq ue le s q ue a ss um ir am p ub li ca me nt e, a tr av s d e j or na is o u d e l iv ro s, s ua sparticipaes, em maior ou menor escala, de acordo com as convenincias. P re te nd o, a o f in al d es te l iv ro n um r es um o, m os tr ar p ar te d es sa g ue rr il ha e d es me nt ir c at eg or ic am en tea D ep ut ad a B ET E M EN DE S, m os tr an do , a tr av s d e d oc um en to s e d e d ep o me nt os , q ue f ui p or e laa cu sa do d e c ri me s q ue n o c om et i. P re te ndo m os tr ar o qu e u m gr upo de pe ss oa s, m ui to b em o rg an iz ad o, p od e f az er pa ra ca lu ni ar ea ca ba r c om a t r an q il i da de d e t od a u ma f am l i a. P re te nd o m os tr ar q ue a D ep ut ad a B ET E M EN DE Se sq ue ce u- se d e d iz er a o p ov o q ue a a bs ol vi o d e a lg un s j ov en s, i nc lu si ve a d el a, s e d ev e, e m p ar te , a od ep oi me nt o q ue p re st ei n a J us ti a e m f av or d el es . P re te nd o m os tr ar q ue a D ep ut ad a B ET E M EN DE S

    s em pr e f oi m ui to b em t ra ta da e j am ai s f oi t or tu ra da . S ou u m c id ad o c om um . N o p os su o, c om o a D ep ut ad a, i mu ni da de s p ar la me nt ar es . D en tr o d es tec on te xt o a fi rm o p er an te a o pi ni o p b li ca q ue a s en ho ra B et e M en de s: 1 M en ti u q uan do d iss e q ue f oi t or tu ra da p or m im . 2 M en ti u q ua nd o a fi rm ou :t er q ue s up or t - l o, s e gu id am en te a j us ti fi c ar a v i ol n ci ac om et id a c on tr a p es so as i nd ef es as e d e f or ma d es um an a e i le ga l c om o s en do p ar a c um pr ir o rd en se l ev ad o p el as c ir cu ns t nc ia s d e u m m om en to . 3 M en ti u q ua nd o n a su a en tr ev is ta a o J or na l O G LO BO , em 1 7 d e a go st o d e 1 98 5,d i ss e q u e: a . t es t em un ha ra o d es ap ar ec im en to d e p es so as q ue p as sa ra m p el as m o s d o C or on el B ri l ha nt eUstra;

    b . p a re n te s se u s t a mb m f o ra m p r e so s e t or t u ra d os ; c . e steve presa no DOI durante 30 dias; d . dur an te a pr is o s of re u t or tur as f s ic as e ps ic ol gi cas d e t od os os t ip os ; e . mi nha m ul he r l he d is se ra, e m M ont ev id u, que o ac ont ec ido n o pas sad o no t inh a a me nor importncia. 4 Ment iu quando na sua ent revi st a ao j ornal O PASQUIM 17 Fev 86 a 5 Mar 86disse: a . A m in ha o rg an iz a o n o p ar ti ci pa va d e n en hu ma a o a rm ad a, e u e ra d aV AR -P AL MA RE S. U ma d is si d nc ia d a V PR ea g en te n o a ss al ta va b an co e n em n ad a d is so . (O

    grifo do autor)

    b . Qu an do c he gu ei n a O BA N o s p ol ic ia is d av am t ir os p ar a o a lt o p ar a c om em or ar a m in hacaptura. 5 M en ti u q ua nd o e m e nt re vi st a R ev is ta VE JA , 2 1 d e a go st o d e 1 98 5 d is se q ue : a. seus pais tambm foram detidos e ameaados de tortura e que o corpo de um amigo,m or to a p an ca da s, f oi -l he m os tr ad o e st e nd id o n um a m ac a p ar a d es e qu il ib r -l a e mo ci on al me nt e ; b . d ur a nt e a s u a c he g ad a c om a c o m i ti v a d o Pr e s id e nt e , e u e s ta v a s ua f r e nt e , j u nt o a u m ac ent ena d e r os to s e nf il ei ra dos ma rg em d e um t ap et e v er me lho q ue s e e st end ia p el o c ho do

    Aeroporto de Carrasco. E que nessa ocasio ela me cumprimentou formalmente e passou adianten a l on ga f il a d e c um pr im en to s 6 M ent iu qu and o na su a car ta ao M ini st ro do Exr ci to, l ida por el a na Cm ara dosD ep ut ad os , d is se t er v is toc or po s d e p es so as i no ce nt es e q ue e st o n a l is ta d os d es ap ar ec id os .

    Co nt an do p ar te d e mi nh a vi da , p ret en do , n est e l iv ro , m ost rar qu e a D ep ut ad a, al m d e m e ca lun ia r,cometeu uma ingratido.

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    N os c ap t ul os f in ai s, i te m p or i te m, r eb at o t od as a s s ua s a cu sa es c al un io sa s a p s e xp li ca r e mdet al hes o qu e f oi a l ut a c ont ra o t er ror ism o. D eus e o povo q ue me j ul guem .

    A LG UM AS M AN CH ET ES D E 1 98 6

    C hi co A ny si o t em n ov id ad es p ar a a br ilChico: personagensO t er ce ir o o C ap it o T ro v o, u m e x- to rt ur ad or q ue v ol ta e m ei a e nc on tr a a lg um a

    d e s ua s v t im as e f oi i ns pi ra do n o r ec en te e nc on tr o e nt re a d ep ut ad a B et e M en de s e o c or on el C ar lo sA lb er to B ri lh an te U st ra , o co rr id o n o U ru gu ai . P ar a s a re m d a i ma gi na o d e C hi co A ny si o e c he ga re m

    a o v d eo , p or m , e ss es p er so na ge ns t er o d e a tr av es sa r o s c am in ho s d a C en su ra .

    REVISTA VEJA22 Jan 86

    C or on el a cu sa do d e s ertorturador reaparece

    e m p b li co e m B ra s li a

    JORNAL DO BRASIL 8 Abr 86

    V e re a do r a n o a c ei t aa p ro mo o d e U ls tr a

    ZERO HORA 5 Dez 86

    U st r a r ea p ar ec e e

    trabalha na polcia

    JO RN AL DE B RA S LI A 1 2 Ju l 8 6

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    O PASQUIM 27 Fev 86 a 05 Mar 86

    A ESCALADA DO TERROR

    M EU O BJ E TI VO : E CE M E

    Em 1966, eu me pr epar ava par a fazer o concurso Escol a de Est ado- Mai or. Er a uma etapa muit oimportante da minha carreira. F oi u m a no m ui to d ur o, de di ca do q uase qu e ex cl us iv am en te ao s es tu do s. Po uc o t em po m e so br av apara outras atividades que no fossem o meu trabalho na caserna. A t ra nq il ida de do pa s f oi sac udi da p or um a s eq n ci a de ex pl os e s d e bo mba s, u ma de la s, em 25d e j ul ho d e 1 96 6, n o A er op or to d e G ua ra ra pe s. O o bj et iv o p ri nc ip al d es se a te nt ad o e ra o d e a ss as si na r o M ar ec ha l C os ta e S il va . N es sa o ca si o m or re ra m o j or na li st a E ds on R eg is C ar va lh o e o A lm ir an te d aR es er va N el so n G om es F er na nd es , f i ca nd o f er i da s 1 3 p es so as , i nc lu si ve u ma c ri an a d e 6 a no s d e

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    idade. C ap it o , s em a ce sso a m ai or es i nf or ma e s, e u t om av a c on he ci me nt o d o q ue s e p as sa va n o p a sa tr av s d e c on ve rs as c om c om pa nh ei ro s o u p el as n ot c ia s n os j or na is . M or v am os , e u e m in ha m ul he r, J os e ta , n um p eq ue no a pa rt am en to n o L eb lo n, R io d e J an ei ro , q uea ca ba ra d e c om pr ar e q ue l ut v am os p ar a p ag ar . N o f in al d es se a no o s m eu s e sf or os f or am r ec om pe ns ado s, p oi s p as sar a n o co nc ur so p ar a a E sc ol a

    de Estado-Maior. E m 1 96 7, i ni ci ei o cu rs o de t r s an os na P ra ia V er mel ha , R io d e J an ei ro. A in da e ra c ap it o. C om ec eia qu ei ma r a s p es ta na s p ar a m e s ai r b em n o c ur so .

    M AR IG HE LL A: O I DE L OG O D O T ER RO R

    E m j ul ho d e 1 96 7, C ar lo s M ar ig he ll a, c on vi da do o fi ci al me nt e p ar a p ar ti ci pa r d a C on fe r nc ia d aOrganizao Latino-Americana de Solidariedade (OLAS), seguiu para Cuba. E m 1 7 d e a go st o d e 19 67, en vi ou um a c ar ta a o C om it C en tr al d o P ar ti do Co mun is ta B ra si le ir o(PCB), rompendo definitivamente com o Partido. Em 18 de agosto do mesmo ano, at ravs de out ra car ta, deu t ot al apoi o e sol idari edade sr es ol u e s a do ta da s p el a O LA S. d es ta c ar t a q ue t r an sc re vo o s eg ui n te t r ec ho :

    N o Br asi l h f or as r evo luc ion r ias c on ven ci das d e qu e o d eve r de t odo o r ev ol uci on r io f az er ar ev ol u o . S o e st as f or a s q ue s e p re pa ra m e m m eu p a s, e q ue j am ai s m e c on de na ri am , c om o f az oC om it C en tr al , s p or qu e e mp re en di u ma v ia ge m a C ub a e m e s ol id ar iz ei c om a O LA S e a r ev ol u o

    cubana. A experincia da revoluo cubana ensinou, comprovando o acerto da teoria marxista leninista,q ue a ni ca m an ei ra d e r es ol ve r o s p ro bl em as d o p ov o a c on qu is ta d o p od er p el a v io l nc iad as m as sa s, a d es tr ui o d o a pa re lh o b ur oc r ti co e m il it ar d o E st ad o a s er vi o d as c la ss esd om in an te s e d o i mp er ia li sm o, e a s ua s ub st i tu i o p el o p ov o a rm ad o . (O grifo do autor).

    A ss im s ur gi a n o B ra si l u ma o rg an iz a o t er ro ri st a d as m ai s a tu an te s e d as m ai s s an gu in r ia s t en doc om o u m d e s eu s l d er es C ar lo s M ar ig he ll a a A O L IB ER TA DO RA N AC IO NA L ( AL N) .

    E m 1 96 8, a p ar ti r d as i d ia s de Ma ri gh el la, se i nt en si fi cam e ap er fei o am os a to s d e t er ro r e a stentativas de implantao da guerrilha urbana e rural. Comeam a atuar, ativamente, algumas das

    s eg ui nt es o rg an iz a e s t er r or is ta s: A o L ib er t ad or a N ac io na l ( AL N) , A la V er me lh a d o P C d o B ,C om an do d e L i be rt a o N ac io na l ( C OL I NA ), M ov im en t o d e L i be rt a o P op ul ar ( M OL IP O) ,Movimento Revolucionrio 8 de Outubro (MR-8), Movimento Revolucionrio Tiradentes (MRT),Partido Comunista Brasileiro Revolucionrio (PCBR), Partido Comunista Revolucionrio (PCR),Vanguarda Armada Revolucionaria Palmares (VAR-PALMARES), Vanguarda Popular Revolucionria(VPR), Resistncia Democrtica (REDE) e outras.

    C om e ar am , a s eg ui r, o s a to s d e t er ro r: a ss al to s a b an co s, s eq e st ro s, a ss as si na to s, a ta qu es ss en ti ne la s e r d io -p at r ul ha s, f ur to s e r ou bo s d e a rm as d os q ua rt i s e m ui to s o ut ro s. Na poca eu no sabi a que est es fatos t eriam em minha vi da uma import ncia maior do que para amaioria dos brasileiros. N o i magi na va q ue se ri a u m, de nt re m ui tos, a co mb at er o t er ror q ue c om e ava a ser i mp lan tad o n oBrasil. N o e spe rav a qu e ser ia um d ia i nj ur iado e cal uni ado p or t er c um pr ido c om o m eu dev er , l ut and o em

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    uma guerra perigosa e suja, contra inimigos desconhecidos, militarmente treinados e dispostos a tudo,para implantar, no Brasil, uma ditadura de esquerda.

    P ar a m el ho r o ri en tar a s ua o rg an iz a o , M ar ig he ll a d if un di u, e m j un ho d e 1 96 9, o Mi ni ma nua l d oGuerrilheiro Urbano. A obr a, t radu zi da e m v r io s i di oma s, s er vi u de l ivr o de ca bec ei ra p ar a a s BR IG AD AS

    V ER ME LH AS n a I t li a e p ar a o g ru po t er r or i st a B AA DE R- M EI NH OF F n a A le ma nh a. E la e xp re ss a opensamento de Marighella e o que se deve esperar dos grandes grupos extremistas.

    T re ch os ex tr a do s d o M in im an ua l:

    No B ra si l, o v ol um e d e a es v io le nt as p ra ti ca da s p el os g ue rr il he ir os u rb an os , i nc lu in dom or t es , e x pl os e s , c ap tu ra d e a r ma s, m un i e s, e x pl os i vo s, a ss al to s a b an co s, e t c. .. j r e pr e se nt aa lg o d e p on de r ve l, p ar a n o d ei xa r m ar ge m a q ua lq ue r d v id a s ob re o s r ea is p ro p si to s d osrevolucionrios. O j us ti am en to do e spi o da CI A, C ha rl es C han dl er , m il it ar no rt e- ame ri ca no qu e v ei o d a

    G ue rr a d o V ie tn am p ar a s e i nf il tr ar n o m ei o e st ud an ti l b ra si le ir o, o s ti ra s e p ol ic ia is m il it ar esq ue t m s id o m or to s e m c ho qu es s an gr en to s c om o s g ue rr il he ir os u rb an os ,t ud o i st o a te st a q uee st am os e m p len a g ue rra r ev ol uc io nr ia e q ue a g ue rr a s p od e s er f ei ta a tra v s d e m ei osviolentos . (o grifo do autor )

    A s o rg an iz a e s t er ro ri st as b ra si le ir as l ut av am d en tr o d e u m c on te xt o d e g ue rr a r ev ol uc io n ri a. U mag ue rr a n o c on ve nc io na l o nd e o s t er ro ri st as , i nf il t ra do s n o s ei o d a p op ul a o , t in ha m t od as a s v an ta ge ns .Uma guerra onde os militantes eram terroristas mesmo, e no jovens universitrios idealistas queapanhavam da polcia porque discordavam da ditadura. Uma guerra onde os militantes eramenquadrados por organizaes terroristas muito bem estruturadas que recebiam do exterior armas,d in he ir o e m un i e s. U ma g ue rr a o nd e o s m il it an te s e ra m e nv ia do s p ar a c ur so s d e g ue rr il ha n o e xt er io r e

    d e o nd e v ol ta va m a pe rf ei o ad os n a t c ni ca d e i mp la nt a o d o t er r or . Enfim, uma guerra suja, pois como escreveu Marighella, era uma guerra onde eles viviamc am uf la do s n um a s oc ie da de q ue p re te nd ia m d es tr ui r, p ar a i mp la nt ar , c om a f or a d as a rm as , oc o mu ni s mo n o B r as i l.

    A M OR TE D E M AR IG HE LL A

    At ra d o a u ma c il ad a p or d oi s p ad re s p re so s p el a p ol c ia e u sa do s co mo i sc a, o e x- dep ut ad oc om un is ta C ar lo s M ar ig he ll a m or re u m et ra lh ad o p el o D OP S o nt em n oi te , n a e sq ui na d as A la me da sL or en a e C as a B ra nc a, q ua nd o u sa va u ma p er uc a c as ta nh a . Du as i nv es ti ga do ra s p ar ti ci pa ra m d a d il ig n ci a, f in gi nd o- se d e n am or ad as d e o ut ro s p ol ic ia is q uev ig ia va m o l oc al d o e nc on tr o e u ma d el as , E st el a d e B ar ro s B or ge s, f oi m or ta lm en te f er id a n a c ab e ad ur an te o t ir ot ei o q ue o s d oi s a co mp an ha nt es d e M ar ig he ll a t ra va ra m c om o s a ge nt es d o D OP S, a nt esd e s er e m p re so s . O p la no co me ou co m a p ri s o d os f ra des d omi ni ca no s I vo e F er na ndo , d enu nc ia do s p or ume st ud an te e x- pr es id en te d a e xt i nt a U ni o d os E st ud an te s d e S o P au lo . Foram presas mais de 20 pessoas. Ap s c on fe ss ar em q ue p er te nc ia m a o g ru po M ar ig he ll a, f re i I vo e o f re i F er na nd o c on co rd ar am e mm ar ca r u m e nc on tr o c om o e x- de pu ta do n a A la me da C as a B ra nc a. O t el ef on em a f oi g ra va do : a s en ha

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    era vou tipografia s 20h30min. Os p ol ic iai s c er ca ram o l oca l i nc lusi ve co m a aj uda d e ce s p ast or es, q ue du ran te o t ir ot ei o evi tar ama f ug a d os d oi s f ra de s. F re i L eo na rd o f oi m or di do n a p er na q ua nd o t en ta va e sc ap ar a pr ov ei ta nd o aconfuso. Ma ri gh el la n o f oi a pa nh ad o v iv o p or qu e s eu e sq ue ma d e s eg ur an a , t am b m m ui to b em a rm ad o,reagiu imediatamente, obrigando os policiais a atirar com as metralhadoras.

    (T ra ns cr it o d o J or na l d o B ra si l, 1 . C ad er no , p g . 1 5, e di o d e 0 6/ 11 /6 9.)

    A l am e da C as a B r an c aS it ua o a p s o c on fr on to c om M ar ig he ll a

    A I MP OR T N CI A D O M IN IM AN U AL

    O M in im anu al d o G ue rr il he ir o U rb ano t o i mp or ta nt e q ue C la ir e S ter li ng e m s eu l ivr o AR ED E D O T ER RO R A G ue rr a S ec re ta d o T er r or is mo I nt er na ci on al , E DI TO RA N R DI CA , s erefere a ele nas pginas: 18, 22, 31, 32, 39, 47, 179, 184, 201 e 328 n1. D es te l iv ro , c uj a l ei tu ra r ec om en do , t ra ns cr ev o a ba ix o a lg un s t ex to s:

    O Minimanual diz tudo, em quarenta e oito pginas cobertas de texto em tipo mido. Explicaporque motivo as cidades so melhores que as zonas rurais para operaes de guerrilha e como

    proceder nelas: nada de ares estrangeiros e, sempre que possvel, ocupaes normais.S ug er e c om o t re in ar e m q ui nt ai s u rb an os ; e xp lo di r p on te s e f er ro vi as ; l ev an ta r d in he ir o c om or e sg at e d e s e q es tr o e ex pr op ri a e s d e b an co s, a ta ca nd o o s is t em a n er v os o d o c ap it al is mo ;

    planejar a liquidao fsica de policiais graduados e altas patentes militares; lidar com espiese informantes, que devem ser sumariamente executados, preferivelmente por um nico

    franco-atirador, pacientemente, sozinho e desconhecido, operando em absoluto segredo e asangue-frio. R es sal ta a i mpo rt nc ia de a pr end er a di ri gi r um au tom v el , p il ot ar u m a vi o, v el ej ar u mba rc o, s er m ec ni co e t c ni co e m r d io , m ant er -s e e m bo a f or ma f s ic a, dom in ar a f ot ogr af ia e aq u mi ca , a dq ui ri r um p er fe i to c on he ci me nt o d e c al ig ra fi a p ar a f al s if ic ar d oc um en to s, s er

    prtico de enfermagem e farmcia, bem como enfermeiro de campanha com algumc on he ci me nt o d e c ir ur gi a . A bo rd a m in uc io sa me nt e a s e sc ol ha s d e a rm as e a n ec es si da de d e at ir ar p ri me ir o , q ue im a- ro up a s e p os s ve l: o t ir o e a p on ta ri a s o p ar a o g ue rr il he ir o

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    urbano o que a gua e o ar so para os ser es humanos . C o ns t i t u i t a m b m u m e s t u d o c l n i c o d a s t t i c a s p o r et a p a s n a e s tr a t g i a d o t er r o r i s m o, . . . Em p ri me ir o l ug ar , e sc re ve u M ar ig he ll a, o g ue rr il he ir o u rb an o p re ci sa u sa r a v io l nc iar ev ol uc io n ri a p ar a i de nt if ic ar -s e c om c au sa s p op ul ar es e a ss im c on se gu ir u ma b as e p op ul ar :

    Depois: O G ov er no n o t em a lt er na ti va e xc et o i nt en si fi ca r a r ep re ss o . A s b at id as p ol ic ia is , b us ca s

    e m r e si d nc ia s, p ri s es d e p es so as i no ce nt es t or na m a v id a n a c id ad e i ns up or t v el . O s e nt im en togeral de que o governo injusto, incapaz de solucionar problemas, e recorre pura esimplesmente liquidao fsica de seus opositores. A s it ua o pol t ic a t ra ns fo rma -s e e m s it ua o mi li tar ; na q ual os m il it ar es par ec em c ada v ezm ai s r es po ns v e is p el os e rr os e v io l nc ia . Q ua nd o o s p ac if ic ad or e s e o po rt un is ta s d e d ir ei ta v emo s m il it ar es b ei ra d o a bi sm o, d o -s e a s m o s e i mp lo ra m a os c ar ra sc os p or e le i e s e o ut ro se ng od os d es ti na do s a i lu di r a s m as sa s. Re je it an do a ch am ad a s ol u o p ol t ic a , o g ue rr il he ir o u rb an o d ev e t or na r- se m ai sa g re s s iv o e v i ol e nt o , v a le n do - se i n ca n sa v el m en t e d a s a bo t ag e m, t e r ro r is m o, e x pr o pr i a es ,a s sa l to s , s e q e st r os e e x e cu e s,a um en ta nd o a s it ua o d es as tr os a n a q ua l o g ov er no t em q ue

    agir. (o grifo da autora ) Es s as e t ap a s c u id a do s am e nt e a r ti c ul a da s , c o nc l ui M a ri g he l la , d e ve m r e su l ta r n a e xp an s oi n co n tr o l v el d a r eb e li o u r ba n a.

    . .. O M in im an ua l c on ti nu a a s er e sc ri tu ra r ev ol uc io n ri a. T ra du zi do e m d ua s d ez en as d ei di om as , e nc on tr ad o e m a ut om v e is , b ol s os e e sc on de r ij os d e t e rr or is t as f am os os , d e E st oc ol mo a

    Beirute e Tquio, a planta na qual eles baseiam sua estratgia. Excetuando a vitria dar ev ol u o c om un is ta a lg o q ue e le s j ul ga m p od er l ev ar t ri nt a o u q ua re nt a a no s a e st ra t gi ad e M ar ig he ll a, v is an do a p ro vo ca r a i nt en si fi ca o d a r ep re ss o e u m g ol pe m il it ar d e d ir ei ta , ,i ne qu iv oc am en te , a i d ia q ue e le s f az em d a m el ho r s ol u o p ro vi s ri a .

    No matam com raiva: este o sexto dos sete pecados capitais contra os quais advertee xp re s sa me nt e o M in im an ua l d e G ue rr il ha U rb an a d e C ar lo s M ar ig he ll a, a c ar ti lh a p ad r o d ot er ro ri sm o. T o p ou co m at am p or i mp ul so : p re ss a e i mp ro vi sa o s o o q ui nt o e s t im o c ap t ul osda l is ta de Mar ig he ll a. M at am c om na tur al id ade , poi s e st a a ni ca r az o de s er de um

    guerrilheiro urbano, segundo reza a cartilha. O que importa no a identidade do cadver, masseu impacto sobre o pblico.

    A se gu ir ci tar ei a lgu mas a e s t er ro ri st as , pa ra q ue e st e pa s de j ov ens t en ha u ma i d ia d e co moagiam os terroristas brasileiros.

    CARLOS LAMARCA(Cid, Cludio, Paulista)

    N o 4 . R eg im en to d e I nf an ta ri a, e m Q ui ta n a, S P, e xi st ia u ma c l ul a d e m il it an te s d a V an gu ar daP op ul ar R ev ol uc io n ri a ( VP R) . S eu c he fe e ra u m c ap it o , C ar l os L am ar ca . O s d em ai s i nt eg ra nt es d ac l ul a e ra m o s ar ge nt o D .R . ( L o, S l vi o, B at is ta , S ou za ), o c ab o J .M .F .A . ( S rg io o u O lm os ) e os ol da do C .R .Z . ( C li o, C ab ra l, N en ) . T od os s em pr e t om ar am o m x im o c ui da do p ar a q ue s ob re e le sn un ca p ai ra ss e a m n im a s us pe it a a r es pe it o d e s ua s a ti vi da de s c la nd es ti na s. O s ar ge nt o D .R . t ra ba lh av a

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    n a 4 a. S e o d o R eg im en to , q ue t ra ta va d a l og s ti ca . P or i ss o, f oi f c il m an da r f az er c p ia s d as c ha ve sd os d ep s it os d e a rm as e d o p ai ol d e m un i e s. L am ar ca , c om o c om an da nt e d e c om pa nh ia , t in ha d om n io t ot al s ob re t od o o m at er ia l b l ic o d e s uasubunidade. O s q ua tr o r eso lv er am f ur tar o m ai or n mer o de ar mas d o 4 . R I e e m se gu ida , de ser ta r, e nt ra ndopara a clandestinidade e participando da guerra revolucionria. Os modernos FAL (fuzil automtico leve)

    d o 4 . R I, u sa do s p el os e x rc it os m ai s a va n ad os d o m un do o ci de nt al , d ar ia m a V PR u m g ra nd e p od er d e f o go . O plano par a esta ao est ava divi di do em duas f ases: a) No dia 25 de j aneir o de 1968, ser iam f ur tados da Companhi a comandada por Car los Lamar ca,63 fuzis automticos leves (FAL). b) No di a 26 de j anei ro de 1968 ser iam f ur tados os 500 fuzi s FAL do depsi to de ar mament os do4 . R I. P ar a e st a f as e, s er ia u ti li za do u m c am in h o q ue a o rg an iz a o e st av a p re pa ra nd o, i nc lu si vepintando-o com as cores do Exrcito. A dat a de 26 de j anei ro era i mposi tiva por que o sargent o D.R., nest e di a, est ar ia escal ado para a

    i mp or t an te f un o d e C om an da nt e d a G ua rd a d o Q ua rt el . A ss im , o s ar ge nt o, al m d e co nt ro la r t oda a G ua rd a d o Q uar tel , p er mi ti ri a a e nt ra da d o c am inh o daVPR, sem levantar suspeitas. A c ob er tu ra s er ia f ei ta p or v r io s m il it an te s q ue , s ob a c um pl ic id ad e d o s ar ge nt o D .R ., e nt ra ri am n oquartel sem qualquer problema. E nt re tan to , n o d ia 2 3 de j an ei ro, u ma de nn ci a l ev ou a po l ci a a I ta pec er ica d a S er ra, a ap ree nde r oc am in h o e f az er p ri si on ei ro s q ua tr o m il it an te s d a V PR q ue s e e nc ar re ga va m d a m is s o d e p re pa r -l opara a ao. Embora os quatro terroristas tivessem sido interrogados, a falta de dados a respeito daV PR e o d es co nh ec im en to d o m od o d e a gi r d os s eu s m il it an te s n o c on du zi u a r es ul ta do o bj et iv o a lg um .A pe sa r d e t od o o e sf or o , a s a ut or id ad es n o c on se gu ir am s ab er , a t em po , a r ea l f in al id ad e d aq ue leveculo civil, que estava sendo transformado para parecer uma viatura militar.

    Lam ar ca, D.R ., M e Z. sou ber am da pr iso dos seus co mpanhei ro s da VPR e da apr eenso doc am in h o. F ic ar am p re oc up ad os c om a p os si bi l id ad e d e q ue , d ur an te o i nt er r og at r i o, o s p re so sfalassem. Assim , resolveram antecipar a ao par a o di a 24 de j aneir o, tar de. S r eal izar iam a 1a. fase.L am ar ca en tr ou n o q uar tel c om a su a K om bi e, aux il iad o p el o s ar ge nt o D, ca bo M e s ol dad o Z , n el aa co nd ic io no u 6 3 F AL , 5 m et ra lh ad or as I NA , r ev l ve re s e m ui ta m un i o . A p ar ti r d es se m om en to ,t od os o s i nt eg ra nt es d a c l ul a t er ro ri st a d a V PR , n o 4 . R I, c a ra m n a m ai s r ig or os a c la nd es ti ni da de . O soldado Z f oi pr eso em 1969. Segundo o depoi ment o de D.R., em A Esquer da Ar mada noB ra si l , pr ef er iu s ui ci da r- se n a p ri s o, t em er os o d e c ed er i nf or ma es p ol c ia . O c ab o M f oi p re so ec on de na do . O s ar ge nt o D .R . f oi p re so n o V al e d a R ib ei ra e a ca bo u s en do b an id o p ar a a A rg l ia , e m

    t ro ca d o E mb ai xa do r d a R ep b li ca F ed er al d a A le ma nh a. C om o b an im en to , t od os o s p ro ce ss os q uer es po nd ia f or am p ar al i sa do s. A p s a a ni st i a r et or no u a o B ra si l. C ar lo s L am ar ca , a o r es is ti r p ri s o, m or re u em B rot as d e M ac a bas , n o i nt er ior d a B ah ia , no d ia 1 7d e s et em br o d e 1 97 1.

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    P ar te d os f uz is r ou ba do s p or L am ar ca

    O A SS AL TO A O H OS PI TA L M IL IT AR

    N o d ia 2 2 d e j ul ho d e 1 96 8, s 0 3: 00 h or as d a m ad ru ga da, a o rga ni za o t er ro ri st a V an gu ar daPopular Revolucionria assaltou o Hospital Militar do Cambuc, So Paulo. A o rg an iz a o t in ha d oi s o bj et iv os qu an do p la ne jo u e ss e a ss al to : a o bt en o d e a rm as m ode rn as e apropaganda armada. C om o p ri me ir a p ro vi d nc ia r ea li zo u u m l ev an ta me nt o d a s eg ur an a d o H os pi ta l. P ar a t an to , p ro cu ro u

    v er if ic ar o n m er o d e h om en s q ue c on st it u am a g ua rd a, o t ip o d e a rm am en to q ue u sa va m, v ia s d ea ce ss o, h or r io d a m ud an a d a g ua rd a e o l oc al d o a lo ja me nt o d o p es so al d e s er vi o , r es po ns v el p el asegurana do Hospital. O pl ano era at acar o Hospit al uma da madrugada, durante a tr oca da guarda. Como a ambul nci aque utilizariam na ao atrasou, se dispersaram. s t r s d a m an h , en qu an to se p roc es sa va a n ov a t ro ca d a gu ar da , e nt ra ra m n o H osp it al . D oi s do s a ss al tan te s es ta va m f ar da do s de of ici al d o E xr ci to e o ut ro s do is v est iam a f ar da d esoldados. Ch eg and o ao po rt o de e nt rad a, o nd e se e nc on tr av a a s ent ine la, o o fi ci al pe di u o se u f uzi l, pa ra in sp ec io n -l o . O s ol da do e nt re go u a a rm a i me di at am en te . Q ua nd o i ss o o co rr eu , e le s o a ma rr ar am e

    c ol o ca r am u m e sp ar ad r ap o n a b oc a. N o p or t o do s f un do s, on de h av ia ou tr a s ent ine la, t ud o se p ass ou d o m es mo m od o. Foi muit o f ci l a ent rada no Hospi tal e o deslocamento at o Corpo da Guar da. A o chegar em ao C orpo da Guar da, apon tar am as ar mas par a os sol dados que d orm iam . C om o t od os o s s ol da do s se r en de ra m, n en hum t ir o f oi d is pa ra do e os t er ro ri st as se a po ssa ra m d en ov e f uz is F AL , q ue s er ia m d es ti na do s s a es u rb an as d a V PR . N o c om e o, po r m ai s ap ri mo rad a q ue f os se a i nst ru o m in is tr ad a e q ue s e ch am as se a a te n o d oss ol da do s, a r ot in a d o s er vi o f az ia c om q ue , a os p ou co s, t ud o s e a co mo da ss e, i nc lu si ve a s n or ma s d es eg ur an a . F oi p re ci so q ue e ss e e xe mp lo , e m ui to s o ut r os , f os se m e xp lo ra do s p ar a q ue o s m il it ar ess en ti ss em q ue s e i ni ci av a u ma G ue rr il ha U rb an a, o nd e a v id a d el es p as sa ri a a c or re r p er ig o. A p ar ti r d ee nt o e le s p as sa ra m a v iv er u ma n ov a s it ua o.

    P ar ti ci pa ra m d o a ss al t o o s s eg ui nt es t er ro ri st as d a V PR : C.S.R. (SILVIO, MATOS, ALEXANDRE);

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  • 7/14/2019 Romp Endo Silencio

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    D.J.C.O. (LUIZ, LEANDRO, PEDRO); E.L. (BACURI); J.R.T.L.S. (ROBERTO GORDO, NUNES); J.A.N. (ALBERTO, PEPINO); O.P.S. (ARMANDO); O.P. (AUGUSTO, RIBEIRO, ARI, BIRA);

    P.L.O. (GETLIO); R.F.G.A. (CECLIA, IARA); W.E.F. (LARCIO);

    A TE NT AD O A O Q G D O I I E X RC IT O

    Era uma madrugada fria e nublada do dia 26 de junho de 1968. s 04 horas e 45 minutos umav io le nt a e xp lo s o a ba lo u e d es pe rt ou t od o o Q ua rt el -G en er al d o I I E x rc it o ( QG I I E x) . U m j ov ems ol da do d e 1 8 a no s, M AR IO K OZ EL F IL HO , m or ri a c om o c or po d il ac er ad o. O s s ol da do s J O OF ER NA ND ES , L UI Z R OB ER TO J UL IA NO e E DS ON R OB ER TO R UF IN O e st av am m ui t o f er i do s.Os danos materiais eram incalculveis.

    O c or po m ut il ad o d o s ol da do K oz el

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    S ol d ad o M r i o K oz e l F i lh o

    C ar o S ol da do K oz el , p er mi ta- me ch am - lo de Ku ka, co mo o ch am ava m s eu s a mi gos . I mag in o ad or q ue s eu s p ai s, S r. M r io e D . T er eza , s en ti ram q uan do so ub er am d e s ua m or te. V oc e ra u mm en in o t ra ve ss o e a le gr e q ue g os ta va d e m ec n ic a, d e a ut om v el e d e f es ti nh as , o nd e s em pr e a rr an ja vanamoradas. D ep oi s da qu el e 26 d e j un ho , e m s ua c asa m ode st a e a le gr e n a A ve ni da I bi ra pu er a, 2 75 0, a t ri st eza ea s au da de t om ar am c on ta d e t od os . V oc K uk a, m or re u n o c um pr im en to d o d ev er e o E x rc it o B ra si le ir o, n um a j us ta h om en ag em ,

    c ol oc ou s eu n om e n a p ra a p ri nc ip al d o Q G d o I I E x rc it o. N a P ra a S ar ge nt o M r io K oz el F il hog er a e s e g er a e s d e r ec ru ta s, c om o v oc , d es fi la r o e e st ar o s em pr e l em br an do u m j ov em v al en teque morreu defendendo aquele Quartel-General de um ataque terrorista.

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    M eu c ar o K uka , d eze no ve an os de poi s, qu er o, t am bm , pr es ta r a v oc mi nha h om en ag em e l em br ar a t od os s eu g es to h er i co . C re io q ue a m el ho r m an ei ra d e h om en ag e -l o t ra ns cr ev er o q ue f oi d it osobre voc, pelo Comandante do II Exrcito, General-de-Exrcito Manuel Carvalho Lisboa:

    A p op ul a o l ab or io sa e a s f am l ia s a ch am -s e t r au ma ti za da s p el o a te nt ad o b ru ta l e s e msignificado outro seno o de mostrar o quilate de sua brutalidade, numa repetio de fatos

    prprios da insensibilidade materialista dos comunistas. Uma coisa, porm, eles no destruiroc om d in am it e, a n os sa c on di o d em oc r t ic a, c ri s t e b ra si le i ra , d e t od os n s , m il it ar es ,e st ud an te s, o pe r ri os , t ra ba lh ad or es d o c am po e d e t od as a s c la ss es d e S o P au lo . E ss a v on ta dede l ut ar p or um e st il o d e v id a br as il ei ro, s em e sc ra vi za o da pe ss oa hum ana, s em a t ir ani a q ue oc om un is mo o fe re c e. I s so , e ss a v an gu ar da v e rm el ha n o d es t ru ir . M ui t o a o c on tr r i o, a le nt on os so p ar a o s h om en s d o I I E x rc it o, c uj a f ib ra t ev e n a f ig ur a h er i ca d o p ra ci nh a M r io K oz el

    Filho o melhor exemplo. Ele era um estudante, democrata legtimo, brasileiro, cumprindo seude ve r mi li tar . O s eu s ang ue e o s eu h ol oc aus to s er o um s mb ol o, a p er pe tuar o v al or m or al d osh om en s d o I I E x rc it o, c uj o d es af io c on tr a o s i ni mi go s d o B ra si l c on ti nu a e m p .

    O Soldado Mrio Kozel Filho que estava em seu posto desde s 03:00 horas s 04 horas e3 0 m in ut os , o uv ir a u m t ir o d is pa ra do p or o ut ro s en ti ne la c on tr a u ma c am io ne te C he vr ol et q ue c or ri a,pela Avenida Marechal Stnio de Albuquerque Lima, nos fundos do Quartel-General. Notara, ento,q ue o m ot or is ta , a p s a ce le ra r e d ir ec io na r a c am io ne te p ar a o p or to d o Q G, p ul ar a d o c ar ro e mmovimento. O So ld ad o E dso n R ob er to Ru fi no di sp ar ar a se is t ir os d e f uz il , m as n o d et ive ra a m ar ch a do ca rr oq ue , d es go ve rn ad o, b at ia n um p os te i nd o s e p ro je ta r c on tr a u ma p ar ed e, s em c on se gu ir p en et ra r n o Q G. Mr io Kozel Fi lho cor reu em di reo ao ve cul o par a ver se havi a mai s al gum em seu i nt er ior. Havi au ma c ar ga d e 5 0 q ui lo s d e d in am it e q ue , s eg un do s d ep oi s, f ar ia v oa r o c ar ro p el os a re s, e sp al ha nd od es tr ui o e m or te a m ai s d e 3 00 m et ro s d e d is t nc ia . E ra m ai s u m a to t er ro ri st a d a V an gu ar da P op ul ar Revolucionria, a VPR.

    P ar ti ci pa ra m d es te a te nt ad o o s s eg ui nt es t er ro ri st as : W .C .S . ( Ru i, B ra ga ), W .E .F . ( La r ci o, A ma ra l) ,O . P. ( A ug u st o) , E .L . ( B ac ur i ), D . J. C. O . ( L ui z , L eo na r do , P ed r o) , J . A. N . ( A lb er t o) , O . A. S . ( P or t ug a) ,D .S . M. ( Ju di t e) , R . F. G. A . ( C ec li a ) e J .R .T . L. S. ( R ob er t o G or d o, N un es ) . E st e g ru po , a lm d a c am io ne te C he vr ol et , u ti li zo u 3 c ar ro s V ol ks , 1 f uz il F AL , 1 m et ra lh ad or a, 1 f uzi lM au se r e 3 r ev l v er e s. S egu ndo J os R ona ldo T ava res de L ir a e Si lva, em d epo ime nt o n o l ivr o A Es que rda A rm ada noB ra si l , o o bj et i vo d os t er r or is ta s, c om a qu el a a o, e ra at i ng ir a a lt a o fi ci al id ad e d o I I E x rc it o e n omatar soldados. Ma s co mo p od er ia um car ro ex pl od ir co m 50 qu il os de d ina mi te de nt ro de u m q ua rt el e n o m at ar soldados?

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    O ca rr o b om ba a p s a e xp lo s o.Preparado por jovens indefesos que lutavam

    para a implantao do terror da esquerda armada

    D ano s c aus ados ao QG d o I I E x rc it opelos ch