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Introdução: o Romantismo, ou melhor, como os ideais românticos afectaram a história quer a nível social quer a nível cultural. O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico, elaboradas pelo século das Luzes, que podemos definir como um estado de espírito. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média. As perguntas que fazemos são em que consiste a essência do Romantismo? Como era sentido? Como era visto pelos românticos? Para in tr oduzir a informação correcta, pesquisámos ar duamente por entre livros, apontamentos, e pela Internet. Seria correcto dizer que foi um trabalho fácil, visto que o  “Romantismo” é algo que temos presente, qualquer uma de nós poderia facilmente dar uma definição breve e correcta. Porém, não é isso que se pretende. Pretendemos demonstrar o que é o Romantismo e como afectou a humanidade, daí que não seja assim tão fácil. Ao pesquisarmos para este trabalho deparámo-nos com rios artigos que continham basicamente a mesma coisa. Esperávamos encontrar diferentes pontos de vista. Obviamente que tratar um tema que parece simples e no entanto não é, trouxe algumas dificuldades. Então foi precis o org ani zar o tema por tóp icos, que for am distri buí dos por tod as, para conseguirmos reunir a informação precisa. Juntámos ao trabalho um poema de José Gomes Ferreira para ajudar a compreender o Romantismo e, enfim, os românticos. O Romantismo surgiu, no final do século XVIII, na Alemanha, a partir do movimento Sturm und Drang (Tempestade e Paixão), depois desenvolveu-se na Inglaterra e, por volta de 1830, atingiu um ponto alto em França. No entanto, nós apenas iremos falar no Romantismo em Portu gal . Em Portugal sur giu com as revoltas liberais, em consequência, com o fim do absolutismo, que trouxe às pessoas liberdade. Liberdade essa que é um dos factores do Romantismo. Condições para o surgimento do Romantismo em Portugal Culturais . Surgimento a partir de 1836 como escola, com as suas publicações e com o seu público; . As traduções da novelística estrangeira: Voltaire, Walter Scott, Alexandre Dumas (filho), preparam o público português para acolher o romance e as novelas nacionais, que vão ser influenciadas por todos eles; . O romantismo português não se pode dissociar da Revolução Liberal de 1820, da derrota dos absolutistas e das reformas institucionais, e, por isso, reveste-se de particularidades únicas; . Tem como chefes patriotas Garrett e Herculano, liberais de alma e coração, dedicados à reconstrução nacional, à reconstrução da grande Pátria através da Literatura, combatendo a decadência e a humilhação que o País vivia na altura. . Chora-se o passado grandioso e deposita-se nos patriotas liberais esperanças de liberdade e de renascimento; . Herculano aviva a consciência nacional, revi ve a literatura or al e a novela renasce modernizada, com o contributo de Garrett e Camilo; . Restauração do Teatro; . Criação de uma escola de historiadores preocupados com o rigor científico; . Incentiva-se o jornalismo e coloquializa-se a linguagem;

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Introdução:o Romantismo, ou melhor, como os ideais românticos afectaram a história quer a nível socialquer a nível cultural.

O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico, elaboradas pelo século dasLuzes, que podemos definir como um estado de espírito. O seu nome deriva de "romance"

(história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos,respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média.

As perguntas que fazemos são em que consiste a essência do Romantismo? Como era sentido?Como era visto pelos românticos?

Para introduzir a informação correcta, pesquisámos arduamente por entre livros,apontamentos, e pela Internet. Seria correcto dizer que foi um trabalho fácil, visto que o

 “Romantismo” é algo que temos presente, qualquer uma de nós poderia facilmente dar umadefinição breve e correcta. Porém, não é isso que se pretende. Pretendemos demonstrar o queé o Romantismo e como afectou a humanidade, daí que não seja assim tão fácil.

Ao pesquisarmos para este trabalho deparámo-nos com vários artigos que continhambasicamente a mesma coisa. Esperávamos encontrar diferentes pontos de vista. Obviamente

que tratar um tema que parece simples e no entanto não é, trouxe algumas dificuldades.Então foi preciso organizar o tema por tópicos, que foram distribuídos por todas, paraconseguirmos reunir a informação precisa.

Juntámos ao trabalho um poema de José Gomes Ferreira para ajudar a compreender oRomantismo e, enfim, os românticos.

O Romantismo surgiu, no final do século XVIII, na Alemanha, a partir do movimento Sturmund Drang (Tempestade e Paixão), depois desenvolveu-se na Inglaterra e, por volta de 1830,atingiu um ponto alto em França. No entanto, nós apenas iremos falar no Romantismo emPortugal. Em Portugal surgiu com as revoltas liberais, em consequência, com o fim doabsolutismo, que trouxe às pessoas liberdade. Liberdade essa que é um dos factores doRomantismo.

Condições para o surgimento do Romantismo emPortugalCulturais

. Surgimento a partir de 1836 como escola, com as suas publicações e com o seu público;

. As traduções da novelística estrangeira: Voltaire, Walter Scott, Alexandre Dumas (filho),preparam o público português para acolher o romance e as novelas nacionais, que vão serinfluenciadas por todos eles;

. O romantismo português não se pode dissociar da Revolução Liberal de 1820, da derrota dosabsolutistas e das reformas institucionais, e, por isso, reveste-se de particularidades únicas;

. Tem como chefes patriotas Garrett e Herculano, liberais de alma e coração, dedicados àreconstrução nacional, à reconstrução da grande Pátria através da Literatura, combatendo adecadência e a humilhação que o País vivia na altura.

. Chora-se o passado grandioso e deposita-se nos patriotas liberais esperanças de liberdade ede renascimento;

. Herculano aviva a consciência nacional, revive a literatura oral e a novela renascemodernizada, com o contributo de Garrett e Camilo;

. Restauração do Teatro;

. Criação de uma escola de historiadores preocupados com o rigor científico;

. Incentiva-se o jornalismo e coloquializa-se a linguagem;

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. A literatura é avassalada por uma linguagem corrente, mais acessível aos estratos sociaispopulares que estão na origem de todas as modificações políticas e sociais, históricas eculturais do séc. XIX.

Políticas

. Implantação do Regime Liberal;

. Abertura do país ao resto da Europa;

. Abolição da censura;

. Desenvolvimento dos meios de comunicação principalmente dos transportes ferroviários queaproximam Portugal dos grandes centros europeus.

Sociais

. Importação de modas e gostos estrangeiros (Inglaterra, França e Alemanha);

. Ruína dos fabricantes nacionais;

. Aumento da nova aristocracia;

. Modificações sociais a nível das classes populares.

O Romantismo em Portugal: síntese“O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de granderebeldia.” [1] Em Portugal, teve como marco inicial a publicação do poema "Camões", deAlmeida Garrett, em 1825, e durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com aQuestão Coimbrã.

Podemos fazer uma partição do Romantismo em Portugal, primeiramente, a Primeira Geração,que vai de 1825 a 1840, onde os seus principais autores são Almeida Garrett, AlexandreHerculano e António Feliciano de Castilho; de seguida, a Segunda Geração, denominada ultra-romântica, que vai de 1840 a 1860, e tem como principais autores Camilo Castelo Branco eSoares de Passos. Por último, a Terceira Geração, a pré-realista, de 1860 a 1870, que temcomo principais autores Júlio Dinis e João de Deus.

Segundo José Hermano Saraiva (in História Concisa de Portugal), o Romantismo é a expressãoliterária da consciência burguesa. Acredita no progresso, porque o progresso foi a molaeconómica da burguesia; entoa o canto da liberdade, porque para o burguês a liberdade não ésenão o exercício do poder por ele próprio; exalta o sentimento contra a barreira dasconvenções, porque o sentimento é ele e as convenções são as sobrevivências das barreirassociais que se opõem à sua caminhada triunfal; inventa a alma do povo, ou o espírito nacional,porque se considera o legítimo representante desses mitos; reinventa a história porque ahistória lhe permite reconstituir um pergaminho colectivo e apresentar-se como sendo ele overdadeiro nobre, o representante das gerações que, durante séculos desbravaram o caminhoda liberdade, ou seja, alguém importante.

No Romantismo as atenções viravam-se para o indivíduo arrebatado pelo sentimento e pelapaixão, consumido pela dor, pela tristeza, pela solidão.

É aí que se expressa o culto do eu, na figura de um herói romântico, um ser insatisfeito,solitário, que rompe com as normas e dita as suas próprias regras.

“Frequentemente, o presente repugna-lhe e, por isso, o herói romântico, cuja vida é atribuladae curta, refugia-se na Natureza, cúmplice dos seus estados de alma, mergulha na Idade Média,que idealiza e mistifica, ou deambula pelo Oriente exótico.” [2]

Mas porque é este herói romântico tão sofrido? Porque é que a vida não lhe corre bem? Porqueestá a sociedade em conflito com ele?

A resposta está no que chamamos “mal du siécle”, ou «mal do século», que se integra nas

revoluções liberais. Assim podemos compreender o ambiente de permanente instabilidade emque viviam.

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Para além do culto do eu, outro dos temas do Romantismo é a exaltação da liberdade que setornou a expressão da ideologia liberal, quer fosse “liberdade de criação, a liberdade política,social ou económica ou a liberdade dos povos” [3]

O Romantismo sustentou lutas contra a tirania absolutista, a causa do Liberalismo e combateua favor dos povos oprimidos.

Entretanto, devido ao interesse pela Idade Média, o Romantismo vai revalorizar as raízes

históricas das nações. Vem daí a paixão pelo estilo gótico na arquitectura e pelos temas elendas medievais (Alexandre Herculano).

O Romantismo na Literatura em Portugal:A poesia

A alma romântica, que ansiava por falar, encontrou uma maneira de se exprimir, através daLiteratura.

“A Literatura romântica desenvolveu-se á margem das regras e dos modelos clássicos.Cultivou o romance sentimental, onde os sonhos e as paixões dominam e se cultiva o pitorescoe o exótico.” [4]

O romance, género literário de eleição, produziu grandes obras-primas que ainda hoje sãomuito apreciadas. Obras que mexem connosco, que vibram, que nos levam a sonhar com umamor impossível, ou até a chorar com o fim trágico da história.

Em Portugal, a nova corrente literária foi introduzida por Almeida Garrett e AlexandreHerculano, que foram buscar inspiração aos escritores românticos franceses, ingleses ealemães. Por isso o Romantismo português é extremamente semelhante ao Romantismo doresto da Europa.

. Opõe individualidades e especificidades aos modelos clássicos, racionais e universais;

. É sentimental e muito imaginativo;

. Valoriza o pitoresco, o folclore, a tradição, a cultura popular;

. Evoca a Idade Média;

. Deixa-se inspirar pelo espiritualismo cristão.

O Romantismo na literatura era algo nada convencional, era mágico, imprevisível e grandioso.

A poesia foi o género em que melhor se exprimiram as condições românticas, onde se invocavamuito a sensibilidade pessoal, a melancolia, a natureza e tudo o que ela tinha de belo, enfim oambiente romântico.

Denotava-se um enorme vigor dramático e empenhamento revolucionário na literaturaportuguesa.

As Características da Estética Romântica

. Liberdade de expressão. A paixão é sagrada e não sujeita a normas.

. O herói romântico anda em conflito com a sociedade. É rebelde, desafiador e idealista.

. O herói romântico apesar do seu aspecto viril é frágil e procura na mulher um ser angelical.

. O amor é ligado ao génio do artista; valoriza-se o “tumulto sentimental” e a sinceridade.

. O herói romântico é um homem fatal, sedutor, friamente pálido, de estado melancólico,deprimido mas também revoltado e destruidor.

. Valorização do amor fora das convenções, o amor criminoso sob ponto de vista moral, como oincesto.

. O amor é dado como libertação, como apaziguador de males

. O amor é fatal, causa desgraça e mortes.

Ouve, Poeta Romântico

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- Uma alegoria ao Romantismo

Ouve, poeta romântico:

Como queres que compreenda a tua dor de incompreendido

Se nunca deitei fogo aos problemas

Para fugir da terra

Num cavalo de asas de fumo?

Nem nunca pairei sobre os homens

De ouvidos tapados

Para ouvir melhor dentro de mim

As lágrimas das sereias

A insinuarem-me ilhas pessoais

Nos berços aéreos das manhãs de sal?

 

Como queres que entenda o teu desamparo de herói caído

Se nunca andei pelo céu

Com pés de estrelas…

Nem nunca desci á Terra como tu

Para completar a paisagem com os olhos…

Ou dar aos escravos

- A pobre – carne - de - viver dos escravos! –

A glória de comungar de joelhos

A aristocracia da minha dor- Do tamanho de uma cidade forrada de pêlo humana

Com ruas calcetadas de olhos tristes?

 

Não poeta romântico.

 

Cairia morto de vergonha

Se vagueasse pelo mundo

A enxugar lágrimas de pobresCom lenços de nuvens.

 

E desceria á fundura

Da raiz mais oculta dos frios

Se não fosse igual a todos

Menos a mim mesmo.

 

E cegar-me-ia com unhasAté ao silêncio das imagens

Se passasse como tu os dias e as noites

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A mirar-me ao Espelho

Para ver o meu Esqueleto genial

Dependurado com flores

Entre a Terra e o Céu

Num balouçar de Deus

Que não se Regina às pedras nem às nuvens…

 

-Enquanto no Inferno da vida

Os outros esqueletos

Atiram pazadas de carvão

Para as fornalhas das máquinas

Que brincam o fumo

Onde os poetas desenham quimeras de desdém.

 Não poeta romântico.

 

Eu nasci para cumprir outro destino mais novo.

Ser homem apenas sem sangue excepcional

A arder no desejo absurdo

De andar pelas ruas

Vestido de vidro

Para que todos possam ver na minha alma

A dor comum finalmente revelada!

E os sonhos de todos com terra!

E a fome sem estrelas!

E a cólera sem travões!

E a morte sem anjos!

E a revolta sem bandeiras!

E o sol com sol!

 Não poeta romântico.

 

Como queres que compreenda a tua dor de incompreendido

Se só entendo os homens

Quando choram lágrima de terra?

(E nem me entendo a mim?)

 

-José Gomes Ferreira

O Teatro Romântico

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Primeiramente, o teatro romântico está, acima de tudo, associado às reformas das instituiçõesque se deram com a derrota do poder absolutista através da Revolução Liberal de 1820. Oteatro é restaurado e é criada uma escola de historiadores.

Destacam-se novamente, no teatro romântico português, “Almeida Garrett e AlexandreHerculano, patriotas de alma e coração que se dedicam á reconstrução da pátria através daLiteratura.” [5]

No romantismo assiste-se á rotura da lei das 3 unidades do teatro clássico: tempo, espaço eacção. O texto começou a ser escrito em prosa, e não em verso. O teatro romântico procuratransmitir e dar a conhecer os problemas humanos, morais e sociais da época.

Um bom exemplo do teatro romântico em Portugal é Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett(1843). Esta peça é considerada um drama romântico porque não é escrito em verso, nãoobedece à lei das 3 unidades, porque não existe um coro e porque uma das personagensmorre em cena. A peça está dividida em três actos e tem algumas coisas em comum com atragédia: as personagens são nobres e poucas, a linguagem é erudita e existem quatroelementos trágicos (pathos, clímax, híbris e catarse).

Um dos temas mais importantes da peça é a liberdade de amar, dificultada pelas convençõessociais da época.

O Romantismo na música em Portugal:A Era Romântica

Durante a época do Romantismo, a música, passa por um período que chamamos de EraRomântica. Enquadra-se entre o ano 1815 até ao início do século XX. Nela estão incluídastodas as músicas escritas durante este período e que se enquadram dentro das normasestéticas do período romântico.

O romantismo musical em Portugal tem como autores os compositores Augusto Machado eJosé Viana da Mota.

A música romântica é caracterizada pela sua flexibilidade e pela procura de transmitir um

sentimento, sem dar qualquer importância á estética. O romantismo conduziu a música a umaactividade de expansão e exagero, relacionado com as proporções, a forma e o efeitoorquestral.

  Durante este período foram feitas comparações entre a música e a poesia. Foi criada umabase para a composição e interpretação da música e houve um crescente interesse nasmelodias, e também na composição das mesmas. A orquestra sinfónica foi desenvolvida,enriquecida e diversificada, com obras cada vez mais complexas e os instrumentos passaram aser procurados pelo seu timbre e pela sua cor.

Em Portugal, os compositores românticos tentaram desenvolver e aperfeiçoar as suas melodiasá semelhança de outros compositores famosos da Europa, como por exemplo Franz Haydn,Mozart e Beethoven. Procuraram uma maior fluência e movimento e um maior contraste nas

músicas.Nas músicas da era romântica, “a mudança de tom acontecia de maneira mais brusca que noClassicismo e as modulações ocorriam entre tons cada vez mais distantes. As propriedades dosacordes de sétima diminuta, que permitem modular a praticamente qualquer tonalidade, foramexploradas exaustivamente.” [6]

ConclusãoPodemos concluir com este trabalho que o Romantismo provocou o impulso da história e daescrita, sendo completamente o oposto da corrente anterior – o Classicismo - representa, naliteratura e na arte em geral, os anseios da classe burguesa que, na época, estava emascensão.

 Esta «nova maneira de sentir» desenvolveu-se através de toda a Europa.

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O Romantismo impulsionou a criação de obras importantíssimas que hoje em dia nósestudamos. A maioria dessas obras permite-nos conhecer o passado, visto que se tratam deromances históricos porque nem todos os românticos escreviam para libertar a alma, algunsescreviam para relatar factos.

É claro que tinha de haver condições para o Romantismo surgir. A Revolução Liberal queacabou com o absolutismo criou uma enorme atmosfera de tristeza, lamentações, enfim, dedesgraça.

No entanto, não basta apenas o ambiente para explicar as origens do Romantismo, foi precisohaver pessoas que dessem andamento a esse movimento. Foram nomeadamente poetas,músicos, dramaturgos, e por aí fora, que eram pessoas mais sensíveis às condições que havia,daí que o Romantismo seja de alma dramática.

Foi muito interessante fazer este trabalho, especialmente porque foi feito em grupo, e emgrupo divertimo-nos mais e partilhamos as ideias e opiniões.

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Romantismo em Portugal

Palácio Nacional da Pena em Sintra, uma das expressões do Romantismo arquitectónico do século

XIX no mundo.O Romantismo em Portugal surgiu no século XIX. Nas artes plásticas o Romantismo énormalmente encarado como um movimento oposto ao Neoclassicismo, por ser uma reacção àexcessiva racionalidade clássica, negando os princípios de harmonia, ordem e proporção. A questãoé, no entanto, um pouco mais complexa, porque ambos se completam e revelam ser as duas fases deum mesmo objecto. É obvio que existem elementos díspares ou mesmo opostos, como sentimento erazão ou o indivíduo versus o todo, mas essas diferenças complementam-se, principalmente nasartes plásticas, porque o movimento neoclássico já é uma atitude romântica ao virar-se para o

 passado. Quer dizer, o todo só faz sentido com o indivíduo, tal como a razão é inseparável dosentimento, não se podendo por a tónica em nenhuma porque estão interligadas. Nesse sentido oRomantismo surge nas artes quase naturalmente quando os artistas se apercebem da impossibilidade

de negar certos aspectos da criatividade humana. Pode, então, ser caracterizado como um apelo aoindividualismo, exaltando o sentimento, a emoção e a genialidade.[1]

Como coincide com uma época de grandes modificações sociais, políticas e económicas, assumeforte carga ideológica, sustentada pelo surgimento dos movimentos de carácter nacionalista, como aguerra de independência da Grécia. A revolução industrial, e todos os problemas que a caracterizam,também influenciam esta época. O Romantismo utiliza as inovações técnicas e torna-se umaverdadeira fuga ao real, como se pode ver nos revivalismos, orientalismos e jardins à inglesa, um

 pouco por toda a Europa. Tal como o Neoclassicismo vira-se para o passado, mas agora valorizandoa Idade Média e os estilos artísticos que a caracterizam, utilizando-os como reflexo dosnacionalismos emergentes – Portugal elege o Neomanuelino estilo nacional. O desenvolvimento dahistória como importante disciplina académica e a moda dos romances de cavalaria, desenrolando-se numa Idade Média idílica, ajudam a popularizar os historicismos medievais.[2][editar]Condicionantes em Portugal

Palácio Nacional da Pena, pórtico do Tritão programado por D. Fernando II, que o desenhou comoum «Pórtico allegórico da creação do mundo».Os primeiros anos do século XIX são muito complexos, devido essencialmente à sucessão de

 problemas políticos, nomeadamente a fuga da família real para o Brasil em 1807, devido às

invasões francesas, posterior/consequente domínio inglês, revolução liberal em 1820, regresso dafamília real em 1821, independência do Brasil, a perda do comércio colonial com a antiga colóniaem 1822 (dramático golpe na economia portuguesa), contra revolução absolutista e, finalmente,guerras liberais, conservando a instabilidade até 1834. Esta conjuntura só permite odesenvolvimento de condições propícias à eclosão de um novo estilo artístico no final dos anos1930 do século XIX. Apesar de em Portugal surgir relativamente cedo na literatura, em finais doséculo XVIII com alguns pré- românticos, nas restantes formas artísticas desenvolve-se apenas como impulso de dado por D. Fernando II, marido de D. Maria II, ao iniciar a construção do Palácio

 Nacional da Pena, após a estabilização da conjuntura nacional.[editar]Arquitectura

A arquitectura segue o gosto internacional, utilizando as características típicas do estilo, dividindo-se numa série de historicismos dos quais se destaca o Neomanuelino. Inspira-se no passadomedieval, construindo edifícios de planta irregular simulando sucessivos acrescentos, tal como na

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idade média, com uma cobertura profusamente decorada, mas utilizando os progressos técnicossurgidos com a revolução industrial, tanto ao nível de materiais como de máquinas. Recorre a umadecoração baseada nas formas mais superficiais dos estilos artísticos medievais, completamenterevivalista, escondendo construções modernas, frequentemente com estruturas metálicas(moderníssimas para a época). Utiliza todo o tipo de inovações como o tijolo ou revestimentoscerâmicos industriais, preservando sempre que possível questões básicas, desenvolvidas no

 Neoclassicismo, como a funcionalidade e a rentabilidade da arquitectura, simplesmente adaptados aoutra estética. Como já foi dito anteriormente considera-se que tem início com a construção doPalácio Nacional da Pena em Sintra, pelo rei D. Fernando II, mantendo-se até ao início do séculoXX, a par do Neoclassicismo e de estilos posteriores. No entanto esta afirmação não é exacta

 porque já no final do século XVIII, se fizeram algumas construções revivalistas, como no Mosteirode Alcobaça ou na quinta de Monserrate em Sintra, com formas Neogóticas. A construção doPalácio Nacional da Pena marca, principalmente, uma alteração na mentalidade do panoramaartístico, quando os princípios do romantismo internacional se fixam verdadeiramente em Portugal.Ao contrário do resto da Europa, o Neogótico não é a forma de arquitectura mais importante, apesar de existirem exemplos de qualidade. Este facto deve-se, essencialmente, ao carácter nacionalista daarquitectura romântica, permitindo uma surpreendente originalidade, quando comparada com a

repetição de modelos no norte de continente, mesmo tendo em conta as adaptações nacionalistas decada país. Não é por acaso que ao folhear os livros de história da arte, os grandes exemplos dearquitectura apresentados são, normalmente, os edifícios de arquitectura do ferro ou as obra queverdadeiramente diferem das restantes.[editar]O NeomanuelinoVer artigo principal: Neomanuelino

Palácio Hotel do Buçaco, pormenor da fachada neomanuelinaO Neomanuelino, devido à tendência nacionalista do Romantismo, surge como a grandearquitectura. O edifício é coberto por uma profusão de formas decorativas, tal como todos oshistoricismos, imitando o estilo original, mas sem tentar copiar os edifícios originais. Utiliza oselementos mais superficiais do estilo como arcos (em ogiva, ferradura, de volta perfeita, e outros),

 pináculos, frisos, cordas, merlões, ameias, elementos vegetalistas e alguma escultura. Os elementosdecorativos são directamente copiados ou inspirados nas grandes exemplos históricos como oConvento de Cristo em Tomar, Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém em Lisboa. A colocaçãodos elementos decorativos segue a lógica estética, ao contrário dos originais com significadoiconográfico, conseguindo um efeito de conjunto com grande impacto visual. O Neomanuelinochegou mesmo a ser exportado para o Brasil onde existem também alguns aparatosos edifícios. Era,igualmente, utilizado nos pavilhões de Portugal, nas importantíssimas exposições universais dofinal do século XIX, como opção nacionalista, em edifícios efémeros destinados a promover o país.

[editar]Historicismos

Interior neoárabe do Palácio de Monserrate, projectado pelo arquitecto James Knowles, Sintra.O Neogótico teve menos importância. Segue a corrente internacional e, como é relativamenteabundante na Europa, não atinge o esplendor do Neomanuelino. São edifícios adaptados àsnecessidades do século XIX, decorados principalmente com arcos em ogiva, pináculos, rosáceas,flechas e outros elementos superficiais do gótico original. O mesmo se aplica aos restantesrevivalismos como o Neoárabe e o Neorromânico. Estes, talvez por serem menos utilizados naEuropa, são por vezes verdadeiramente espectaculares, como a Praça de Touros do Campo Pequenoem Lisboa, ou a Câmara Municipal de Sintra e o actual Palacete de Monserrate. No final do século

surge o Ecletismo, ou seja a mistura de elementos de vários estilos, quando os historicismos procuravam claramente uma saída para um percurso já quase esgotado. A vanguarda tecnológica daépoca, também está presente nas grandes obras públicas. Adaptando as formas ao que se

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considerava ser o estilo mais indicado para o edifício, porque o ferro era facilmente moldável, permitia uma série de soluções técnicas impossíveis para a construção tradicional. As pontes e ascoberturas das estações de caminho-de-ferro destacam-se pela elegância e amplitude dos conjuntos.

 No entanto outros edifícios são construídos com esta técnica, como o Elevador de Santa Justa emLisboa ou o desaparecido Palácio de Cristal do Porto. Sempre que se exigiam grandes vãos (espaçolivre entre os pilares de sustentação) recorria-se ao ferro. A construção ficava mais ampla, segura e

 barata que a edificação em alvenaria tradicional, permitindo todo o tipo de formas, historicistas aonão, utilizando abundantemente o vidro. O conjunto era prático e muito funcional.[editar]Principais edifícios Neomanuelinos

Estação Ferroviária do Rossio, em Lisboa.Existem muitos outros exemplos, mas considera-se que os principais edifícios, em Portugal e noBrasil, são os seguintes:Palácio Nacional da Pena – Barão Von Eschwege e D. Fernando II rei de Portugal – Sintra.Edificado no cimo da serra de Sintra, no meio de um luxuriante e exótico parque florestal, o palácioé uma fantasia romântica ( trinta anos antes dos palácios de Luis II da Baviera). O conjunto consiste

numa justaposição quase orgânica de edifícios com vários estilos, perfeitamente adaptado ao local.D. Fernando II compra as ruínas do antigo convento manuelino, destruído por uma sucessão deacontecimentos trágicos – em 1743 é atingido por um raio, em 1755 o terramoto quase arrasa aconstrução e, finalmente, as invasões francesas destruíram o restante. O rei participou de formaactiva no projecto, impondo a preservação da edificação manuelina, a par das novas obras. Oconjunto é impressionante, completamente romântico no diálogo com a natureza envolvente,utilizando elementos de Neogótico e Neoárabe. Talvez seja o mais romântico dos edifícios

 portugueses. Foi classificado património da humanidade pela UNESCO no conjunto histórico"Paisagem Cultural" de Sintra.Hotel Palácio do Buçaco – Luigi Manini – Buçaco. O pequeno convento carmelita do século XVII eo seu parque florestal recebem no final do século XIX a construção de um hotel de luxo

 perfeitamente adaptado ao lugar e respeitando a construção existente. O novo edifício é inspiradonos grandes monumentos manuelinos, formando um conjunto impressionante, semelhante a umagrandiosa cenografia romântica. A decoração é completamente historicista, com interiores cobertos

 por pinturas murais, azulejos historicistas, escultura e talha. Integra-se de modo majestoso num parque de árvores seculares e, a sua proximidade com a histórica estância termal do Luso, tornam oHotel Palácio um dos marcos patrimoniais fundamentais do romantismo português.Estação do Rossio – José Luís Monteiro – Lisboa. Antiga estação central de Lisboa, encontra-se nocentro histórico da capital. A fachada principal é Neomanuelina, dominada por dois grandes arcosem ferradura, sugerindo a entrada de túneis, entre contrafortes meramente decorativos. Associafrisos, pináculos e janelas muito decoradas a três janelões centrais, com varanda, no primeiro piso.

É, também, de referir a cobertura da gare em arquitectura do ferro, seguindo um gosto maisclássico, que a torna uma das principais em Portugal.Quinta da Regaleira – Luigi Manini – Sintra. Executado num romantismo muito tardio, cerca de1905, recebeu a alcunha dos contemporâneos de "Palácio das Fadas" devido à elegância doconjunto, bem como ao enquadramento paisagístico num belo parque florestal. É uma verdadeiracenografia constituída por torres, pináculos, janelões, frisos, cordas e muita decoração vegetalista.Está rodeado de algumas das quintas mais importantes, do conjunto monumental classificado

 património da humanidade pela UNESCO, no conjunto histórico "Paisagem Cultural" de Sintra.Paços do Concelho de Sintra – Adães Bermudes – Sintra. Transformada em centro elegante aolongo do século XIX, a vila de Sintra chega ao século XX necessitando de um novo edifício paraCâmara Municipal. Foi edificado ainda em estilo Neomanuelino, de grande elegância, e

 perfeitamente integrado no conjunto monumental. Foi classificado património da humanidade pelaUNESCO no conjunto histórico "Paisagem Cultural" de Sintra.Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro – Rafael da Silva Castro – Rio de Janeiro. A

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muito prestigiada Associação nasce em 1837. Em 1888 inaugura o novo edifício, em estilo Neomanuelino, por razões nacionalistas.Real Centro Português de Santos – Ribeiro da Silva e Alberto da Maia – Santos. Inaugurado em1900 segue o estilo Neomanuelino por razões nacionalistas.[editar]Principais edifícios neogóticos

Elevador de Santa Justa, em Lisboa.Existem outros exemplos mas considera-se que os principais edifícios são os seguintes:Elevador de Santa Justa – Raul Mesnier de Ponsard – Lisboa. Talvez seja o exemplo de Neogóticomais conhecido em Portugal apesar de ser, também, um dos principais exemplos de arquitectura doferro da cidade. Simula uma torre com seis andares fingidos, mas individualizados, com frisos eogivas, coroada por uma plataforma mais larga, onde termina a subida. Tem acesso directo aohistórico largo do Carmo, através de uma passagem, também em ferro, lateralmente às ruínasgóticas da Igreja do Convento do Carmo (edifício verdadeiramente gótico que foi deixado em ruínascomo memorial do terramoto de 1755 para as gerações futuras). Apesar do elevador ser em ferro e aigreja em pedra, encontra-se perfeitamente enquadrado pelas semelhanças estilísticas, não

escondendo o seu carácter industrial. É um dos monumentos mais marcantes do centro histórico deLisboa.Capela dos Pestanas – Albano Cascão – Porto. Pequeno edifício Neogótico arriscando reproduzir deforma estrutural a idade média. É constituído por torre na fachada, com flecha e ogivas, tentandoverdadeiramente utilizar a linguagem do estilo original, um pouco à maneira do norte da Europa. Édos raros edifícios portugueses a não explorar a decoração como forma de imprimir o carácter 

 pretendido.Igreja de Reguengos de Monsaraz – António José Dias da Silva – Reguengos de Monsaraz. Umadas raras igrejas Neogóticas construídas em Portugal. É essencialmente uma planta basilical, comtorre poligonal na fachada, contrafortes decorativos, pináculos muito simples, arcos em ogiva ealguns elementos decorativos. Existiu uma preocupação de respeitar a tradição alentejana ao seoptar por um exterior branco em vez de uma total cobertura em pedra.[editar]Principais edifícios neoárabes

Salão nobre do Palácio da Bolsa, Porto.Existem outros exemplos mas considera-se que os principais edifícios são os seguintes:Praça de Touros do Campo Pequeno – António José Dias da Silva – Lisboa. O imponente edifíciorapidamente se tornou na principal praça de touros do país. Executado em tijolo vermelho, caso raroem Portugal, é constituído por torres, cúpulas em forma de bolbo, arcos em ferradura e algunselementos decorativos. A forma circular é a dominante da construção. É ainda actualmente um dos

 principais equipamentos da cidade, entretanto adaptado para poder receber outro tipo deacontecimentos, sem interferir com a edificação.Quinta do Relógio – António Tomás da Fonseca – Sintra. Seguindo um estilo invulgar no Portugalda época, mas já utilizado no Palácio Nacional da Pena, é claramente a tentativa de criar um refúgioexótico no propício ambiente de Sintra. Composto por arcos em ferradura e cores fortes, contrastamas integra-se no jardim. Foi classificado património da humanidade pela UNESCO no conjuntohistórico "Paisagem Cultural" de Sintra.

Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa.Salão Nobre do Palácio da Bolsa/ atual Associação Comercial do Porto – Gustavo de Sousa o Salão

Árabe e Joaquim Costa Lima o Edifício – Porto.[editar]Escultura

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A escultura romântica é dominada, tal como todo o estilo, pelo sentimento. Para conseguir transmitir essa ideia recorre efeitos expressivos como o dinamismo, acabamento bruto e a utilizaçãodo grupo escultórico. Os temas assumem-se como parte fundamental da estratégia de exaltar ossentimentos, representando o dramatismo da acção, o lado sentimental ou acontecimentos heróicos.Em simultâneo surge a representação da natureza, nomeadamente de animais, sem a presençahumana. Em Portugal a escultura segue a corrente internacional, oscilando entre influencias

clássicas e uma aproximação ao Naturalismo. O fim das guerras liberais e o crescente nacionalismosão visíveis nos temas heróicos e históricos, enaltecendo as grandes figuras do passado, encaradascomo exemplos e símbolos nacionais. Assim, surgem nas grandes cidades os monumentos públicos,em sintonia com a restante Europa, compostos por esculturas e relevos em pedestais monumentais.Destacam-se os seguintes monumentos:Camões, de Vítor Bastos – Lisboa.Afonso de Albuquerque, de Costa Mota Tio – Lisboa.D. Pedro IV, de Calmels – Porto.D. Pedro IV, Davioud e Robert – Lisboa.Restauradores, António Tomás da Fonseca, Augusto de Barros, Alberto Nunes e Simões de Almeida

 – Lisboa.

Uma das particularidades da escultura romântica em Portugal é a sua frequente junção com aestética naturalista. Este facto deve-se à manutenção do Romantismo, principalmente nosmonumentos públicos, em simultâneo com o desenvolvimento do excelente Naturalismo emPortugal. Alguns escultores adaptam a estética naturalista às encomendas oficiais, resultando numaoriginal fusão entre os dois estilos, perfeitamente adaptada às necessidades impostas pelomonumento. É, de novo, um ajustamento às grandes correntes estéticas internacionais, seguindo asensibilidade nacional. Convém, ainda, referir o facto de a complicada situação portuguesa, doinício do século XIX, só ter permitido os grandes monumentos públicos numa época járelativamente tarde, quando os escultores activos se interessavam, e seguiam, o Naturalismo. Noentanto, o espírito romântico está presente e a qualidade da obra em nada é afectada por estasimbiose. Para correctamente compreender a escultura romântica em é fundamental conhecer o

 Naturalismo em Portugal.[editar]Pintura

"A adoração dos Magos" de Domingos Sequeira.Domingos António Sequeira, também conhecido por Domingos Sequeira, fazendo a transição do

 Neoclassicismo para o Romantismo, em sintonia com o que de mais moderno se fazia nocontinente, inicia relativamente cedo um percurso romântico, simbolizado pela desaparecida pintura"Morte de Camões" exposta em 1824, interrompido com a sua morte em 1837. Ainda no

 Neoclassicismo, explora várias temáticas, mostrando-se genial em todas, desde a alegoria à pinturade história, religiosa e pitoresca (cenas da vida local). No retrato também mostra uma qualidade euma evolução notáveis, desde o primeiro classicismo até a um romantismo assumido e de grandequalidade. Se o "Retrato do Conde de Farrobo", datado de 1813, é completamente neoclássico, o"Retrato dos filhos", cerca de 1816, já se assume romântico, e o "Retrato de José Clemente deMendonça e Mendes", feito em 1819, possui um individualismo revelador do Romantismo pleno. Éfundamental uma referência ao conjunto de estudos elaborado para os retratos dos deputados daAssembleia Constituinte, elaborados cerca de 1821, onde tenta atingir o retrato psicológicoindividual. A sua pintura religiosa é notável. A série sobre a vida de Cristo, realizada entre 1827 e1832, são verdadeiras obras-primas. Com um domínio magistral da luz, aproxima-se da formadifusa, apenas comparável a Rembrant e Turner. Os restantes artistas, em consequência da

instabilidade vigente, só mais tarde conseguem aderir à nova estética, ao tentar ultrapassar oclassicismo. Assim, considera-se que a pintura romântica portuguesa, devido à difícil conjunturaexistente, se desenvolve apenas depois da vitória liberal. Deve ser encarada como uma junção de

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vários artistas, portugueses e estrangeiros, seguindo percursos individuais, sem formar uma "escola" baseada em princípios ideológicos claros. Esta atitude, além de curiosa e pouco habitual noRomantismo, pode ser compreendida como um reflexo da importância crescente do individualismo.Claramente afastada dos princípios académicos, desenvolve uma sensibilidade baseada na pinturade costumes populares e paisagens, quase bucólica, que de algum modo se aproxima do futuro

 Naturalismo, em quadros de pequenas dimensões. Destacam-se Tomás da Anunciação, João

Cristino da Silva, Leonel Marques Pereira e Auguste Roquemont. Outros pintores se destacamnoutro tipo de pintura. O retrato, tornou-se a especialidade do chamado Visconde de Meneses,aristocrata de nascimento, seguindo a linha dos grandes retratistas britânicos. Pintor de grandesensibilidade e talento fixa a sociedade elegante, em simultâneo com um percurso mais pessoal,

 baseado em cenas de costumes populares. A sua grande qualidade como retratista é inegável, comose pode ver na sua obra mais conhecida, "O retrato da Viscondessa de Meneses", de 1862,mostrando a sua esposa com um elegante vestido de corte, numa varanda com paisagem, colocando-o entre os grandes retratistas do seu tempo. Miguel Ângelo Lupi tenta vários percursos artísticos,desde os costumes à pintura de história, destacando-se também como retratista. Pintor de talento,chegou a ser nomeado professor da academia. Na pintura de história Francisco Metrass é o principalrepresentante. Existem ainda outros artistas mas tornar-se ia exaustivo estar a nomear todos, pelo

que se optou por referir apenas os principais.[editar]Jardins

Jardins do Palácio de Monserrate em Sintra um trabalho de paisagismo elaborado pelo pintor William Stockdale com o botânico William Nevill e James Burt, mestre jardineiro.O Jardim, chamado à inglesa, é um dos elementos indispensáveis no Romantismo. É caracterizado

 por um arranjo paisagístico, simulando ou melhorando a natureza, onde se integra o edifício, bemcomo pavilhões puramente cenográficos, falsas ruínas e/ou pagodes. Surge nesta época comoreacção ao jardim geométrico, dito à francesa, de tradição barroca, tornando-se um reflexo damentalidade romântica e do individualismo.Em Portugal, apesar dos inúmeros exemplos, principalmente no norte do país, destaca-se oadmirável conjunto de jardins românticos em Sintra. Nestes são de referir o parque do Palácio

 Nacional da Pena, bem como das restantes quintas históricas, das quais é indispensável assinalar Monserrate e Regaleira. Os arranjos paisagísticos, povoados de espécies exóticas vindas dos quatrocontinentes, integram-se no relevo da serra que, devido às características do solo e clima,desenvolvem todas as espécies de forma invulgar.