ROMANTISMO
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INTRODUÇÃO
O Romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.
O berço do romantismo: Alemanha e Inglaterra.
Porém, na França, o Romantismo ganha força como em nenhum outro país.
FATOS HISTÓRICOS
No mundo:.Revolução Industrial – Inglaterra (1760) .Revolução Francesa (1789)
No Brasil:.A vinda da família real para o Brasil (1808).Rio de Janeiro destaca-se como centro urbano.Fortalecimento do comércio.O pólo de riquezas desloca-se de Minas Gerais para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para São Paulo, onde começa a se desenvolver a cultura cafeeira.
CARACTERÍSTICAS
Subjetivismo - A pessoalidade do autor está em destaque. A poesia e a prosa romântica apresentam uma visão particular da sociedade, de seus costumes e da vida como um todo.
Sentimentalismo - Os sentimentos dos personagens entram em foco. O autor passa a usar a literatura como forma de explorar sentimentos comuns à sociedade, como: o amor, a cólera, a paixão etc. O sentimentalismo geralmente implica na exploração da temática amorosa e nos dramas de amor.
CARACTERÍSTICAS
Nacionalismo, ufanismo - Surge a necessidade de criar uma cultura genuinamente brasileira. Como uma forma de publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam expressar uma opinião, um gosto, uma cultura e um jeito autênticos, livres de traços europeus.
Maior liberdade formal - As produções literárias estavam livres para assumir a forma que quisessem, ou seja, entrava em evidência a expressão em detrimento da estrutura formal (versificação, rima etc).
CARACTERÍSTICAS
Vocabulário mais brasileiro - Como um meio de criar uma cultura brasileira original os artistas buscavam inspiração nas raízes pré-coloniais utilizando-se de vocábulos indígenas e regionalismos brasileiros para criar uma língua que tivesse a cara do Brasil.
Religiosidade - A produção literária romântica, utiliza-se não só da fé católica como um meio de mostrar recato e austeridade, mas utiliza-se também da espiritualidade, expressando uma presença divina no ambiente natural.
CARACTERÍSTICAS
Mal do Século - Essa geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
Indianismo - O autor romântico utilizava-se da figura do índio como inspiração para seu trabalho, depositando em sua imagem a confiança num símbolo de patriotismo e brasilidade, adotando o indígena como a figura do herói nacional (bom selvagem).
CARACTERÍSTICAS
A idealização da realidade - A análise dos fatos, das aparências, dos costumes etc era muito superficial e pessoal, por isso era idealizada, imaginada, assim o sonho e o desejo invadiam o mundo real criando uma descrição romântica e mascarada dos fatos.
Escapismo - Os artistas românticos procuravam fugir da opressão capitalista gerada pela revolução burguesa (revolução industrial).
As formas de escape seriam as seguintes: Fuga no tempo, Fuga no sonho e na imaginação, Fuga na loucura , Fuga no espaço e Fuga na morte.
CARACTERÍSTICAS
O culto à natureza - Com a busca de um passado indígena e de uma cultura naturalmente brasileira surge o culto ao natural, aos elementos da natureza, tão cultuados pelos índios. Passava-se a observar o ambiente natural como algo divino e puro.
A idealização da Mulher (figura feminina)- a mulher era a fonte de toda a inspiração. Era intocável, vista como um anjo em que jamais poderiam desfrutar de suas características puras e angelicais.
MARCO INICIAL NO BRASIL
O MOVIMENTO ROMÂNTICO Em nossa terra, inicia-se em 1836 com
a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães.
A LITERATURA ROMÂNTICA: No ano de 1836 é publicado no Brasil
Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães.
SIGNIFICADO DO MOVIMENTO
O Romantismo assumiu em nossa literatura um significado secundário, de um movimento anticolonialista e antilusitano, de rejeição à literatura produzida na época colonial, aos modelos culturais portugueses.
Por isso a primeira geração romântica
tinha a preocupação de garantir uma identidade nacional que nos separassem de Portugal, buscam no passado histórico elementos de origem nacional.
AS TRÊS GERAÇÕES
1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.
AS TRÊS GERAÇÕES
2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultrarromântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase : Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.
AS TRÊS GERAÇÕES
3ª Geração - Também conhecida como “O condoreirismo”, os poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana desenvolvendo assim a poesia social.
Castro Alves é o poeta que mais se destaca, inspirado nos princípios de Victor Hugo, ele começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há retratado em seus poemas o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como “o poeta dos escravos”.
O AMOR NA 1ª GERAÇÃO
O AMOR CORTÊS Na poesia da primeira geração, o amor é
angelical, idealizado. Lembra bastante o trovadorismo medieval, no qual o homem é um cavaleiro e a mulher, verdadeira princesa, a mais bela dentre todas. Ela é jovem, adolescente e virgem, puríssima, imaculada. O homem dá-se por muito feliz se puder apenas cantar sua senhora, cobrir-lhe de glórias e andar seguindo seus pés, pensando nela, apenas. Mesmo no plano do pensamento, não observamos sensualidade, muito menos sexo. O amor é puro, o homem é protetor submisso, e nada de concreto se realiza entre os amantes, devido à enorme distância entre ambos.
O AMOR NA 1ª GERAÇÃO
EX:"Dizei vós, ó meus amigos,Se vos perguntam por mi*,Que eu vivo só da lembrançaDe uns olhos cor de esperançaDe uns olhos verdes que vi!Que ai de mi!Nem já sei qual fiquei sendoDepois que os vi"(...)
Gonçalves Dias
O AMOR NA 2ª GERAÇÃO
O MEDO DE AMAR Aqui, já temos um início de sensualidade,
apesar de fortemente reprimida e muito conflituosa. Ineditamente, o poeta sugere que deseja carnalmente a amada, porém, em virtude da idealização feminina extrema, ele se sente inferior e indigno de tocá-la.
Justamente por ser tão triste e conflituoso, o ultrarromântico se reconhece um maldito. E ele não quer macular sua amada virgem com isso. Assim, forte característica da geração é o medo de amar , em conflito com o forte desejo de consumar o amor.
O AMOR NA 2ª GERAÇÃO
Casimiro resume bem:
“Se te fujo é que adoro e muito, És bela- eu moço; tens amor, eu- medo!”
A moça continua virgem, porém, freqüentemente é vista seminua, desejável e inatingível. O poeta mal do século deseja aquilo que não pode ter. Então, quer esquecer, divagar no passado, beber, morrer...
O AMOR NA 3ª GERAÇÃO
O AMOR SENSUAL Impossível falar de poesia romântica de terceira
geração sem falar no poeta baiano Castro Alves. Podemos até dizer que ele responsável por uma revolução da forma de conceber e tratar a mulher romântica. Foi quem primeiro retirou a moça de seu altar de virgindade e perfeição, para jogá-la, literalmente, na cama. Em C. Alves, acabaram-se as idealizações e veio, forte, a consumação erótica do amor.
Castro Alves gosta de mulheres reais: elas têm cheiro, gosto, seios e corpo à mostra, fazem sexo, gritam, choram. Algumas são inclusive prostitutas. O apelo sensorial é muito forte.
O AMOR NA 3ª GERAÇÃO
De modo geral, o poeta posiciona-se claramente contra os desesperos e medos ultrarromânticos. Castro Alves ama a vida e gosta mesmo é de fazer amor.
"Boa noite , Maria! Eu vou-me embora.A lua nas janelas bate em cheio.Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite!... E tu dizes – Boa noite,Mas não mo digas assim por entre beijos...Mas não mo digas descobrindo o peito,- Mar de amor onde vagam meus desejos"(...)
CONCLUSÃO
Interessante é observar que, a cada comportamento, existe uma forma de amar diferente e, portanto, um ideal de perfeição e beleza diferente, o que gera a necessidade de uma nova musa. Assim, da mesma forma que existem 3 gerações românticas, há 3 mulheres românticas.