Romantismo
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Romantismo
O viajante sobre o mar de névoa, 1818 - Caspar David Friedrich
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CONTEXTO HISTÓRICO
Surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa perdurando por grande parte do século XIX, o Romantismo está ligado a dois acontecimentos: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, responsáveis pela formação da sociedade burguesa. Depois da revolução francesa (1787-1789), seguiu-se uma época de rápidas e profundas mudanças sociais, políticas e culturais. A sociedade se tornou muito mais complexa.
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CONTEXTO HISTÓRICO
Após a Revolução Francesa, o absolutismo entrou em crise, cedendo lugar ao liberalismo (doutrina fundamentada na crença da capacidade individual do homem). A economia da época estimula a livre iniciativa, a livre empresa. O individualismo tornou-se um valor básico da sociedade da época. O progresso político, econômico e social da burguesia, portanto, preparou terreno para que surgisse um fenômeno cultural baseado na liberdade de criação e expressão e na supremacia do indivíduo, que não mais obedece a padrões preestabelecidos. Foi nesse contexto que surgiu o Romantismo.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS:
• Ruptura com os padrões clássicos e neoclássicos até então em moda.• Liberdade de criação e de expressão• Nacionalismo• Historicismo• Medievalismo• Tradições populares• Individualismo, egocentrismo• Pessimismo• Escapismo• Crítica social• A valorização da natureza como princípios da criação artística• Os sentimentos do presente, tais como: liberdade, igualdade e fraternidade.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS
- Nacionalismo, historicismo e medievalismo: Exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval (alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as culturas de seu país. Esses poemas, ou romances de cavalaria, se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas).
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A LIBERDADE GUIANDO O POVO - LA LIBERTÉ GUIDANT LE PEUPLE. Autor: Eugène Delacroix. Ano: 1830. Técnica: óleo sobre tela. Tamanho: 260cmx325cmMuseu: Museu do Louvre, Paris.
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A Liberdade Guiando o Povo (em francês: La Liberté guidant le peuple) é uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Uma mulher representando a Liberdade, guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mosquete com baioneta na outra. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Delacroix e uma das representações mais famosas do período romântico.
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PINTURA
Características gerais da pintura:- Aproximação das formas barrocas;- Composição em diagonal sugerindo
instabilidade e dinamismo ao observador; - Valorização das cores e do claro-escuro; e - Dramaticidade
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PINTURATemas da pintura: • Fatos reais da história nacional e
contemporânea da vida dos artistas; • Natureza revelando um dinamismo
equivalente as emoções humanas; e • Mitologia Grega
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PINTURA• Composição: o artista utilizava todo conhecimento da
perspectiva/perspectiva aérea/ilusão de espaços; uso da diagonal (como no Barroco) – sugere instabilidade e dinamismo - as obras com grande movimento de pessoas - desejo de exprimir emoção;
• Técnica: pinceladas rápidas e contrastes fortes de luz e sombra:- volumes bem representados: gradação de cor (novamente valorizada / rica em tons), de luz e sombra (dramaticidade) - Preocupação em representar com textura;
• Inspiração temática: Era Medieval e Barroca / Fatos reais da história nacional (Nacionalismo) /Valorização da natureza /Paisagem.
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PINTURA - PRINCIPAIS EXPOENTES:
• INGLATERRA – William Turner e John Constable.
• FRANÇA - Theodore Géricault e Eugène Delacroix
• ESPANHA – Francisco Goya (destaque).
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Eugène Delacroix Francisco Goya William Turner
Theodore Géricault John Constable
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PINTURA - PRINCIPAIS EXPOENTES:
• William Turner – pintura de paisagem; criava cenas fantásticas, cheias de luz, movimento e efeitos dramáticos. Estilo gradualmente abstrato, cor inspirando seus sentimentos. Técnica suave e detalhada, tons de amarelo não diluído, para obter maior luminosidade. Temas: paisagens bucólicas (campestres), navios, incêndios e turbulentas tempestades; pintava a natureza crua (para ele o tema era a cor). Considerado maior colorista de seu tempo.
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TURNER - The Fighting "Temeraire" – 1838, National Gallery, Londres.
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TURNER - Calais (1803), Tate Gallery – Londres.
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TURNER - Erupção do Vesúvio (1817), The British Art Center.
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TURNER – Canal de Chichester, 1815.
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TURNER - Mortlake Terrace, 1826.
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John Constable - pinturas mais serenas que as de Turner; caracterizado também pela pintura de paisagens, foi um dos artistas pioneiros na percepção e estudo da mudança dos efeitos da luz (o céu foi um dos seus focos de estudo quanto a isso).
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CONSTABLE - Estudo das nuvens, 1822, Real Academia das Artes – Londres.
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CONSTABLE - O carro de feno, National Gallery – Londres.
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CONSTABLE- Stonehenge, Victória and Albert Museum – Londres.
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• Theodore Géricault - preocupado com o detalhamento e o estudo da natureza Géricault também utilizava-se do efeito do claro-escuro em suas obras. Tem como referências os cânones estéticos neoclássicos, demonstrando grande admiração por Caravaggio, de quem tirou grande inspiração para sua arte. A doença, a loucura e o desespero, o fizeram criar ambientes patéticos e de intenso sofrimento. Também pintou cavalos, mas já na sua fase final, onde trabalha a ilusão de movimento.
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Géricault - A Balsa da Medusa, 1819.
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Géricault - A hiena de Salpêtrière.
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Géricault - O derby de Epson, Mus. do Louvre – Paris.
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Eugène Delacroix - suas obras apresentam forte comprometimento político e o valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os (alegorias). Seu quadro mais conhecido A Liberdade Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um símbolo das lutas populares e republicanas.
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Delacroix - A tomada de Constantinopla pelos cruzados, (1840), Museu do Louvre - Paris.
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Delacroix - A barca de Dante, (1822), Museu do Louvre - Paris
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Francisco de Goya - Temas: retratos (corte/povo) e horrores da guerra. Mestre em artes gráficas. Conhecido especialmente pela série de 82 gravuras (1810-14) - “Os Desastres da Guerra”. A série tem como tema as atrocidades durante a invasão da Espanha pela França. Castrações, desmembramentos, civis degolados, empalados em árvores nuas, soldados desumanizados contemplando indiferentemente corpos linchados são então retratados.
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Goya - La familia de Carlos IV, 1800-1801
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Goya - Saturno devorando um filho (espanhol: Saturno devorando a un hijo), 1819.
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ESCULTURA
A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade, nem tampouco pela maestria de seus artistas. Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua equestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o barroco.
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François Rude - Este grupo de estátuas para o Arco do Triunfo, em Paris, chamado de "A Marselhesa" (ou "Partida dos Voluntários de 1792"). É uma obra cheia de energia e fogo, e imortalizou o artista. Ela exibe uma figura da pátria-mãe com asas, pedindo para que os voluntários lutem pela nação.
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ESCULTURA
A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada. Não se abandonaram os motivos heroicos e as homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa.
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Antoine-Louis Barye -Tigre devorando um crocodilo no Ganges.
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ESCULTURA
A escultura teve que encontrar meios técnicos de expressividade, para representar o espírito romântico, exaltando sentimentos e emoções.A temática em geral era:• Natureza (animais e plantas)• Temas Heróicos• Cenas de fantasia e da imaginação.
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Guerrero tártaro, C. 1850-75. Obra de Antoine-Louis Barye.
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ESCULTURA
• Foram evitadas as regras de composições estáticas e superfícies lisas, comuns no neoclassicismo, para mas uma vez, enfatizar a dramaticidade e os sentimentos através de movimento. O mármore foi o material mais utilizado, mas aos poucos foi trocado pelo bronze, madeira, etc. Principais expoentes: Antoine-Louis Barye e François Rude.
![Page 44: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/44.jpg)
François Rude - Napoléon s'éveillant à l'immortalité (Napoleão despertando para imortalidade), 1845.
![Page 45: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/45.jpg)
ARQUITETURA ROMÂNTICA
Inspirou-se em diferentes estilos históricos, o que motivou a sucessão dos revivalismos. Numa primeira fase (ainda no séc. XVIII), os arquitetos românticos inspiraram-se na arquitetura medieval e, posteriormente, recorreram a todos os estilos arquitetônicos desde o renascentista ao neoclássico. Expandiu-se um pouco por toda a Europa até finais do século XIX.
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ARQUITETURA ROMÂNTICA Princípios gerais
• Impulsionada pelos valores do Sentimento;• Visava a beleza como algo de divino, revelado apenas pela
emoção e pela sensibilidade de cada um;• Rejeitou as regras da arquitetura neoclássica e os princípios da
ordem, da proporção, da simetria e da harmonia que a caracterizaram;
• Preferiu a irregularidade espacial e volumétrica dos edifícios, o sentido orgânico das formas, os efeitos de luz, o movimento dos planos, o pitoresco da decoração, em resumo, caraterísticas que estimulassem a imaginação e os sentidos;
• Deveria provocar sensações e transmitir ideias.• Revivalismo: neogótico, exemplo.
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O palácio de Westminster é a sede do parlamento britânico em Londres. Originalmente construído na Idade Média, depois do último
incêndio em 1834 que o destruiu , o arquiteto Charles Barry juntamente com August Pugin, reconstruíram o palácio em estilo
neogótico.
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Charles Garnier, Ópera de Paris (1862) mistura caraterísticas neoclássicas e neobarrocas, entre outras.
![Page 49: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/49.jpg)
O ROMANTISMO NO BRASIL
Em nossa terra, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação histórica do nosso pais e o cotidiano popular.
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O ROMANTISMO NO BRASIL Artes Plásticas
• As obras dos pintores brasileiros buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes. Desta forma, os artistas contribuíam para a formação de uma identidade nacional. As obras principais deste período são : A Batalha do Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes de Victor Meirelles.
![Page 51: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/51.jpg)
Pedro Américo: A batalha do Avaí, 1872-77. Museu Nacional de Belas Artes
![Page 52: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/52.jpg)
Pedro Américo: A fala do Trono, 1872. Museu Imperial.
![Page 53: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/53.jpg)
Victor Meirelles: Batalha de Guararapes, 1879. Museu Nacional de Belas Artes.
![Page 54: Romantismo](https://reader033.fdocumentos.tips/reader033/viewer/2022061206/54820323b4af9f96298b46cb/html5/thumbnails/54.jpg)
Belmiro de Almeida: Arrufos, 1887. Museu Nacional de Belas Artes.