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RECORDAR LUÍS DANTAS MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA Traços Biográficos 1 REIS, António Matos (2011) – “Luís Dantas e a História”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turismo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima p.26 Luís Dantas com 1 ano Fonte: Família Luís Dantas com a mãe e o irmão Fonte: Família Luís Dantas com os primos Fonte: Família Apresentação do livro “Ponte de Lima na Revolução de 1383”, em Ponte de Lima, no ano de 1993 Luís Augusto de Sousa Pereira Dantas nasceu a 3 de agosto de 1946 na rua do Arrabalde, junto ao rio, em Ponte de Lima. Era filho de Amândio Pereira Dantas e Celeste Amorim de Castro e Sousa. O seu percurso escolar foi efetuado em Ponte de Lima e mais tarde em Viana do Castelo. Revelou, desde cedo, uma apetência para as letras e para a “arte de usar a palavra que transpa- receu logo nos primeiros textos que publicou na imprensa local” 1 . Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em His- tória, tendo exercido a carreira de docente do ensino secundário. Ao longo da sua vida publicou um significativo número de livros e cola- borou em diversos jornais e revistas com trabalhos em prosa, em poesia ou mesmo no âmbito da história. É autor de duas obras de poesia, em edição de autor: em 1970 publicou “Pedras Verdes”, em Ponte de Lima e em 1974 “Bolero Bar”, em Lisboa, que foi reeditado em segunda e terceira edições em 2000 e 2006 respe- tivamente. Em 1993, dedicou-se a novos géneros e surgiu a obra Ponte de Lima na Revolução de 1383, que foi reedi- tada posteriormente em 2006. Publicou em 1999 três obras intituladas A Água nas Primeira Civilizações, O Vinho nas Primeiras Civili- zações e Viagens e Descobertas. Em 2001 regressou ao mercado editorial com a A Re- volta da Maria da Fonte, e com Bocage no seu Tempo, Olympia em Ponte de Lima e A Vaca das Cordas em Ponte de Lima. Seguiu-se em 2002 a edição do livro Os Garranos da Península Ibérica, obra revista e aumentada posteriormente em 2010. Em 2006 publicou mais duas obras denominadas O Cinema Olympia em Ponte de Lima e A Vaca das Cordas em Ponte de Lima. feira do Po

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RECORDAR L U Í S D A N TA S

MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Traços Biográficos

1 REIS, António Matos (2011) – “Luís Dantas e a História”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turismo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima p.26

Luís Dantas com 1 ano Fonte: Família

Luís Dantas com a mãe e o irmãoFonte: Família

Luís Dantas com os primosFonte: Família

Apresentação do livro “Ponte de Lima na Revolução de 1383”, em Ponte de Lima, no ano de 1993

Luís Augusto de Sousa Pereira Dantas nasceu a 3 de agosto de 1946 na rua do Arrabalde, junto ao rio, em Ponte de Lima.Era filho de Amândio Pereira Dantas e Celeste Amorim de Castro e Sousa.O seu percurso escolar foi efetuado em Ponte de Lima e mais tarde em Viana do Castelo.Revelou, desde cedo, uma apetência para as letras e para a “arte de usar a palavra que transpa-receu logo nos primeiros textos que publicou na imprensa local”1.Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em His-tória, tendo exercido a carreira de docente do ensino secundário.Ao longo da sua vida publicou um significativo número de livros e cola-borou em diversos jornais e revistas com trabalhos em prosa, em poesia ou mesmo no âmbito da história.É autor de duas obras de poesia, em edição de autor: em 1970 publicou “Pedras Verdes”, em Ponte de Lima e em 1974 “Bolero Bar”, em Lisboa, que foi reeditado em segunda e terceira edições em 2000 e 2006 respe-tivamente.

Em 1993, dedicou-se a novos géneros e surgiu a obra Ponte de Lima na Revolução de 1383, que foi reedi-tada posteriormente em 2006. Publicou em 1999 três obras intituladas A Água nas Primeira Civilizações, O Vinho nas Primeiras Civili-zações e Viagens e Descobertas.Em 2001 regressou ao mercado editorial com a A Re-volta da Maria da Fonte, e com Bocage no seu Tempo, Olympia em Ponte de Lima e A Vaca das Cordas em Ponte de Lima.

Seguiu-se em 2002 a edição do livro Os Garranos da Península Ibérica, obra revista e aumentada posteriormente em 2010.Em 2006 publicou mais duas obras denominadas O Cinema Olympia em Ponte de Lima e A Vaca das Cordas em Ponte de Lima.

feira do Po

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Seguiu-se em 2002 a edição do livro Os Garranos daPenínsula Ibérica, obra revista e aumentada poste-riormente em 2010.Em 2006 publicou mais duas obras denominadas O Cinema.No ano de 2009 foram difundidas mais 4 obras intitu-ladas António Feijó: A Boémia Estudantil e Os Pri-meiros Versos, O Circo em Ponte de Lima, Figuras Populares de Ponte de Lima e A Geração Coimbrã de 62.Em 2010 surgiram os livros Retratos Galegos e Gera-ção Beat.No ano de 2011 foram publicadas as obras Gomes Leal: O Anjo Rebelde e João Penha: Vida e Obra. Prefaciou dezassete livros de vários autores, desde 1975 a 2011, nomeadamente António Cairu, João Marcos, António Manuel Couto Viana, José Sousa Vieira, José Ernesto Costa, Joaquim Evónio, Armando Taborda, João-Maria Nabais, Conde d’Aurora, Augusto de Castro e Sousa, Amândio de Sousa Vieira, Catarina Dantas, Cândido Monteiro, Franclim Fernandes, Joa-quim Evónio, Fátima Meireles e Manuel Silva Fernan-des.Possui, também, quatro trabalhos, que embora já di-vulgados, ainda não foram editados, designadamen-te Deputados do Alto Minho na Primeira República; Alberto de Madureira: um poeta esquecido; Mário Domingues; A. Gonçalves Dias: o Poeta do Mara-nhão.Em 1992, conjuntamente com cinco amigos, fundou a Tertúlia Rio de Prata constituído também por outro li-mianos com João Marcos e António Manuel Couto Viana, limiano de coração, mas natural de Viana do Castelo.Foi rica a sua atividade intelectual, efetuando traba-lhos de investigação, de crítico literário, de cronista, de publicista, de poeta, entre muitos outros, em jor-nais, revistas, livros e antologias, tais como: Cardeal Saraiva, Terra Minhota, Aurora do Lima, Alto Minho, O Século, República, Sol XXI, O Anunciador das Feiras Novas, Figuras Limianas, entre outras publicações. “Era um dos maiores estudiosos contemporâneos do património limiano, nas suas componentes históri-cas, etnográficas, sociológicas, etc, estendendo o seu labor a temáticas tão diversas”1.Foi condecorado com a Medalha Mérito Cultural, no dia 4 de março de 2011, pelo Município de Ponte de Lima.Faleceu em Lisboa, a 20 de maio de 2011, num período de intensa atividade literária.

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Traços Biográficos

Apresentação do livro “Ponte de Lima na Revolução de 1383”, em Ponte de Lima, no ano de 1993

Apresentação do livro “Os Garranos na Península Ibérica”, em Ponte de Lima, no ano de 2010Fonte: Família

Apresentação do livro “António Feijó: A Boémia Es-tudantil e Os Primeiros Versos”, em Ponte de Lima, no ano de 2009

Apresentação do livro “Figuras Populares de Ponte de Lima”, em Ponte de Lima, no ano de 2009Fonte: Família

Apresentação do livro “Feiras Novas: 1826 – 2006”, de autoria de Amândio Vieira, em Ponte de Lima no ano de 2006

Na Tertúlia Rio de Prata: Joaquim Evónio de Vas-concelos, António Manuel Couto Viana, Ulisses Duarte e Luís Dantas

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1 LIMA, Cláudio (2011) – “Na morte de Luís Dantas”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turismo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima p.5

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Fase da Juventude

Jornal Cardeal Saraiva, 14 de maio de 1965

Rui Quintela, Luís Dantas e Padre Oliveira FernandesFonte: Família

Luís Dantas numa sessão de poesia com Sophia de Mello Breyner Andresen e Casimiro de Brito, na década de 70 do século XXFonte: Família

Luís DantasFonte: Blogue Da minha sebenta

Luís Dantas no primeiro Cortejo Histórico das Feiras NovasFonte: Blogue Da minha sebenta

feira do Po

1 Informação retirada do blogue “Da minha sebenta: Limianismo, corrente cultural e afetiva sobre Ponte de Lima e o Vale do Lima”, de José Sousa Vieira

Luís DantasFonte: Família

Luís Dantas na entrega do primeiro prémio dos I Jogos Florais de Vila Praia de Âncora, em 1967Fonte: Família

Luís Dantas era um jovem sedento de conhecimento, amante dos livros, da música e das tradições locais.Apaixonado pela vida e muito enamorado pelas belas raparigas minhotas, escrevia pequenos versos amoro-sos, que lhes dedicava.Foi na juventude que a sua veia literária se manifestou, iniciando a escrita e publicação de textos que se prolon-gou pela vida fora.Aos 19 anos, publica, no Jornal Cardeal Saraiva de 14 de maio de 1965, o seu primei-ro texto intitulado Cenas da Aldeia, “numa prosa, carregada de literatura e inconformismo”1.

Em 1967, com apenas 21 anos, concorreu aos I Jogos Flo-rais de Vila Praia de Âncora e viu o seu trabalho premia-do com o Primeiro Prémio.O Júri deste concurso era constituído por Maria Manuela Couto Viana, irmã de António Manuel Couto Viana, por Pedro Homem de Mello, por Eugénio de Andrade e João José Rodrigues de Freitas.

O prémio foi atribuído a um conto intitulado Zé daDeolinda, tendo Luís Dantas utilizado o pseudónimo de Zé da Aurora, que ver-sava sobre crónicas locais incidindo na feira.Participou em diversas tertúlias literárias, nomeadamente com Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner Andersen e o limiano José António Cunha.Amante da história local, participou no primeiro Cortejo Histórico das Feiras Novas, por amizade ao Sr. Padre Manuel Dias, organizador deste cortejo, figuran-do Martim Soares, em 19 de setembro de 1971.

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Com pouco mais de 20 anos, a 3 de outubro de 1966, Luís Dantas entrou como voluntário para a Força Aérea, em plena Guerra Colonial.Especializou-se em Abastecimentos e foi mobilizado para a Base Aérea n.º 12, em Bissau, na Guiné, onde permaneceu de 15 de janeiro de 1968 a 10 de setembro de 1970.Mesmo longe de Portugal nunca esqueceu a sua terra natal e dedica-va-se também à escrita, como comprova o poema de sua autoria intitu-lado “Poesia”, escrito em 1968.Devido ao seu desempenho foi condecorado com a Medalha Comemo-rativa das Campanhas das Forças Armadas na Província da Guiné, le-genda 1968/1969, e, também, com a medalha de Cobre de Comporta-mento Exemplar.Quando regressou a Portugal foi colocado na Direção Geral de Material da Força Aérea, onde permaneceu até 8 de maio de 1972, data em que transitou para a Base Aérea n.º 6.No dia 1 de outubro de 1972, nessa mesma Base e, após ter cumprido o contrato de 6 anos, passou à disponibilidade.

Luís Dantas na Guiné em 1968Fonte: Família

Luís Dantas na Guiné em 1969Fonte: Família

OTA - 25 de setembro de 1967Fonte: Família

Poema de Luís Dantas escrito na Guiné em 1968.Ilustração de Catarina DantasFonte: Revista Limiana, Outubro de 2011, p.4

Fase da Vida Militar

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Luís Dantas legou-nos várias obras onde sobressaem horizontes inter-disciplinares ou pontes entre a perspetiva histórica e outras formas de conhecimento como as artes ou a literatura (MARTINS, 2012: 5).

Possuía uma conversa e uma escrita cativante, que se fundiam e con-fundiam (VIEIRA, 2002).

Segundo o Padre Manuel Dias a sua escrita tinha a riqueza da conjuga-ção do “popular, tirado das conversas com as figuras de Ponte de Lima, com o literato... essas tertúlias de Lisboa fizeram-lhe muito bem... é realmente um intelectual”1, senhor de uma escrita digna da primeira água dos criadores.

“A sua obra, de ensaísta e historiador, alia, harmoniosamente, o rigor de investigador com o encanto, a graciosidade do escritor forjado da simbiose da convivência com a fina flor da literatura (muita leitura e tertúlia) com o mais genuíno da oralidade popular”2.

Luís Dantas manejou com destreza as ferramentas de investigador, sem abdicar na linguagem apurada que era seu apanágio (António Matos Reis).

Fase Literária

Luís Dantas com o Padre Manuel DiasFonte: Família

Luís Dantas num desenho a carvão da autoria de sua filha CatarinaFonte: Revista Limiana, Outubro de 2011, p.5

Composição gráfica alusiva à vida e obra de Luís Dantas, da autoria de sua prima Madalena Martins

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1 VIEIRA, José de Sousa (2012) - “Sobre Luís Dantas (A opinião do padre Manuel Dias)”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turismo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima, p.322 VIEIRA, José de Sousa (2002) - “Luís Dantas”, In O Anunciador das Feiras Novas. Ponte de Lima: Associação Comercial de Ponte de Lima,p. 150-151

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O primeiro texto publicado aparece no Jornal Cardeal Saraiva de maio de 1965.Em 1970 publica a primeira obra intitulada Pedras Verdes, em Ponte de Lima.Comentários acerca da obra: -“Neste moço todo apaixonado pelas coisas literárias, preocupado na melhor forma de transmitir a sua mensa-gem, breve demos conta que nele havia o sopro divina-tório das Musas do Lima. ” (Alcides Pereira, Jornal Carde-al Saraiva)-“... herdou o património lírico do Lima.” (Carlos Lobo de Oliveira)-“... poesia com um âmbito social marcado e marcante e de percepção simples, como costuma ser toda a vida de um povo.” (Fátima Rodrigues, Jornal A União)-“... as palavras funcionam libertadas por si próprias, impregnadas de sensibi-lidade refinada, de uma riqueza verbal e emotiva.” (José H. Santos Barros, Jornal A União)-“... ao cantar o amor, o fado ou a mulher ou ainda simplesmente a alma dos nortenhos, fá-lo com a limpidez da água que corre por entre o acidentado dos fraguedos, pura e livre...” (Jornal A Terra Minhota)-“Poesia de sensibilidade penetrante...” (V.M., Jornal A União)-“Chamo-lhe Querido e chamo-lhe Poeta.” (Pedro Homem de Mello)

No ano de 1974 surge, em Lisboa, a obra Bolero Bar reeditada posteriormente em 2000 e 2006.

Apreciações sobre a obra:“Há limpidez e humanidade nos seus versos – que se inspiram em temas so-ciais provindos de certas figuras humanas... ” (A. Garibáldi, O Jornal de Felguei-ras)“... jovem limiano que nasceu poeta como a crítica literária o vem dizendo una-nimemente.” (Jornal Cardeal Saraiva)“Inspirado e atento ao dia-a-dia de muitas esquinas de Lisboa, Luís de Sousa Dantas construiu um livro (Bolero) que vale a pena ler...” (Diário Popular)“Estes poemas (em Bolero) de Sousa Dantas parecem-me pequenos Toulouse- -Lautrecs em poesia.” (João Marcos, Jornal Cardeal Saraiva)

Edição do Autor, Lisboa, janeiro de 1974Capa: A. M. CoelhoComposição e impressão: Oficinas Gráficas «N.A.» Ld.ª

Edição: Edições Ceres (2.ª Edição), Lisboa, 200Prefácio: paulo Brito e AbreuCapa: Henri de Toulouse-Lautrec, No «Rat Mort», 1899, óleo sobre tela, 55x45 cm, Londres, Courtauld Institute GalleriesIlustrações: Armanda AndradePaginação e Execução Gráfica: Estúdio Ceres

Edição: Edições Ceres (3.ª Edição), Lisboa, 2006Prefácio: Paulo Brito e AbreuCapa: Henri de Toulouse-Lautrec, O Bar, 1898, óleo sobre cartão, 81,55x60 cm, Zurique, KunsthausIlustrações: Armanda AndradeDepósito Legal: 241165/06ISBN: 972-8565-17-8

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Fase Literária

feira do Po

Edição do Autor, Ponte de Lima, abril de 1970Prefácio: A. GaribáldiCapa e ilustrações: Jota ÁlamoComposição e impressão: Tipografia Guimarães

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Em 1993, edita a obra Ponte de Lima na Revolução de 1383, que foi reeditada poste-riormente em 2006.

Comentários acerca da obra:-“... tal como cronista (Fernão Lopes), consegue conciliar a história e a literatura.” (Idalécio Cação, Universidade de Aveiro)-“É uma obra de inquestionável interesse histórico para a região...” (Límia: Revista Re-gional)-“É um historiador com o maior proveito para as letras nacionais.” (M. Dias, Jornal Car-deal Saraiva)-“Um trabalho sério de investigação, muito bem procurado e conseguido.” (João Marcos, Nave – Suplemento Cultural do Correio Beirão)-“Uma experiência de história local extraordinariamente rica e inovadora.” (Ulisses Duarte, Sol XXI - Revista literária)-“Uma belíssima obra.” (Eco Regional)-“Aqui e ali, a cada frase, nas entrelinhas, é fácil auscultar as ânsias e os temores; es-cutar o tilintar das lanças e espadas; perceber o roçagar das capas; intuir a movimen-tação das personagens. Tudo sob a pátina do tempo de onde emerge um ressaibo de nostalgias impalpáveis, mas imperecíveis. Um livro a ler.” (Fernando Melim, Foz do Lima)-Luís Dantas, apoiado no relato de Fernão Lopes, pretendeu e conseguiu com êxito fornecer aos limianos a versão actual dos acontecimentos que, nos finais do século XIV, tiveram como cenário a vila de Ponte e como protagonistas aos seus habitantes, apostados em defender a sua autonomia em relação a Castela. (António Matos Reis, Revista Limiana) Publicou, em 1999, três obras intituladas A Água nas Primeiras Civilizações, O Vinho nas Primeiras Civilizações e Viagens e Descobertas.O livro A Água nas Primeiras Civilizações é dedicado a uma temática que condicionou desde o início a existência e a sobrevivência da humanidade; O Vinho nas Primeiras Civilizações complementa o tema anterior no que representa, e representou sobretu-do no passado, como suporte do quotidiano, fornecedor de energias, comunicador de vida, estimulador do espirito e motor das economias.Viagens e Descobertas é uma agradável e bem fundamentada exposição sobre a saga marítima dos portugueses. (António Matos Reis)

Edição: Ceres Editora, Ponte de Lima, Dezembro de 1993Capa: Estúdios CeresExecução Técnica: Tipografia Guimarães, Ponte de Lima

Edição: Edições Ceres, Lisboa, 2006 (2.ª edição)Capa: Estúdios CeresDepósito Legal: 241166/06ISBN: 972-8565-18-6

Edição: Edições Ceres, Lisboa, 1999Capa: Estúdios CeresExecução Gráfica: Estúdios CeresDepósito Legal: 140007/99ISBN: 972-95848-9-1

Edição: Edições Ceres, Lisboa, 1999Capa: Estúdios CeresExecução Gráfica: Estúdios CeresDepósito Legal: 140310/99ISBN: 972-8565-00-3

Edição: Edições Atlântidas, Lisboa, 1999Capa: Estúdio AtlântidasExecução Gráfica: Estúdio AtlântidasDepósito Legal: 140531/99ISBN: 973-8565-01-1

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Fase Literária

feira do Po

1 VIEIRA, José de Sousa (2012) - “Sobre Luís Dantas (A opinião do padre Manuel Dias)”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turismo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima, p.322 VIEIRA, José de Sousa (2002) - “Luís Dantas”, In O Anunciador das Feiras Novas. Ponte de Lima: Associação Comercial de Ponte de Lima,p. 150-151

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Em 2001 regressou ao mercado editorial com A Revolta da Maria da Fonte, e com Bocage no seu Tempo.Segundo Matos Reis, o autor ampliou o leque das suas fontes, e alargou o campo de ação a toda a província do Minho com o livro A Revolta da Maria da Fonte, levando-nos a reviver outra época intensa da nossa história.

Seguiu-se em 2002 a edição do livro Os Garranos da Península Ibérica, obra revista e aumentada posteriormente em 2010.

Apreciações gerais sobre a obra:Excecional conjugação de história, etnografia e observação penetrante que se fundem nesse álbum de conhecimentos, memórias e vivências, a que deu o título Os Garranos na Península Ibérica, enriquecido pelos trabalhos de excelente qualidade fotográfica de Amândio de Sousa Vieira. (António Matos Reis)

Em 2006 publicou mais duas obras denominadas O Cinema Olympia em Ponte de Lima e A Vaca das Cordas em Ponte de Lima.A pequena história local dá-lhe ocasião para redigir uma interessante plaquete dedi-cada aos alvores pontelimenses da sétima arte, com O Cinema Olympia em Ponte de Lima.Visceralmente limiano, ainda por cima nascido na Rua do Arrabalde, atrai-o o fadário do touro corrido pelas ruas na véspera do Corpo de Deus, uma celebração em que se conjugam a história, o mito, a religião, os resquícios de marialvismo, e a animação a que serve de pretexto, que tudo é objeto da monografia A Vaca das Cordas em Ponte de Lima. (António Matos Reis, Revista Limiana)

Edição: Edições Ceres, Lisboa, 2002Capa: José G. GarciaExecução Gráfica: Gráfica da GraciosaDepósito Legal: 184124/02ISBN: 972-8565-12-7

Edição: Município de Ponte de Lima, 2010 (2.ª Edição - Revista e aumentada)Fotografia: Amândio de Sousa VieiraDesign Gráfico: ZainImpressão e Acabamento: Raínho & Neves

Edição: Luís Dantas, 2006Depósito Legal: 245703/06ISBN: 989-95126-1-3

Edição: Luís Dantas, 2006Capa: Fotografia de Amândio de Sousa VieiraExecução Gráfica: Barbosa & Xavier, Lda - BragaDepósito Legal: 245704/06ISBN: 9989-95126-0-5

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Fase Literária

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Edição: Edições Ceres, Lisboa, 2001Capa: Armanda AndradeExecução Gráfica: Gráfica da Graciosa, Lda. – Ponte de LimaDepósito Legal: 162617/01ISBN: 972-8565-06-2

Edição: Edições Ceres, Lisboa, 2001Capa: Estúdios CeresExecução Gráfica: Gráfica da GraciosaDepósito Legal: 155015/00ISBN: 972-8565-04-6

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O ano de 2008 ficou marcado pela aparição dos livros A Arte e a Guerra 1914-1918 e Os Limianos na Grande Guerra.A Arte e a Guerra 1914-1918 debruça-se sobre os reflexos que os acontecimentos béli-cos tiveram nos movimentos artísticos e nas diversas manifestações da arte, sobretu-do na pintura, no cinema e na fotografia.Os Limianos na Grande Guerra é um trabalho excecional, pela vasta recolha de infor-mação que exigiu e pela intensidade da vivência que repassa as suas páginas, que se tornam densas ao evocar o heroísmo e o sofrimento dos homens da sua terra natal. (António Matos Reis, Revista Limiana)

No ano de 2009 foram difundidas mais 4 obras intituladas António Feijó: A Boémia Estudantil e Os Primeiros Versos, O Circo em Ponte de Lima, Figuras Populares de Ponte de Lima e A Geração Coimbrã de 62.

Comentários acerca das obras:António Feijó, a boémia estudantil e os primeiros versos versa sobre o “período da formação do poeta na Universidade de Coimbra.A Geração Coimbrã de 62 é dedicada a um período charneira da nossa cultura, no qual se encontram tantos protagonistas da nossa história nas décadas seguintes.Associando ao seu nome o nome da filha Catarina Dantas, publica O Circo em Ponte de Lima, em que se registam os momentos inesquecíveis da vida local que a passa-gem sazonal do circo proporcionava, evocados com a ternura e abundância de elemen-tos informativos”. (António Matos Reis, Revista Limiana)Em Figuras Populares de Ponte de Lima retrata “o tempo em que ”um viva à Música Nova era um viva aos históricos-progressistas”, ou “em que as raparigas iam buscar água à fonte”, ou em que as sardinhas se vendiam “numa carroça puxada por uma pileca escanzelada, de alquité em alquité”; aqui o tempo tem um ritmo próprio que não é necessariamente o mesmo dos calendários e dos relógios.Para nos levar nesta viagem no tempo, Luís Dantas usa um vocabulário popular que lhe permite usar as palavras sem pretensiosismo.E que agradável é ler um livro como se estivessem a conversar connosco... (João Alpuim Botelho)

Edição: 2008Execução Gráfica: Grafislimia, Ponte de LimaDepósito Legal: 264139/07ISBN: 978-989-95126-3-4

Edição: 2008Execução Gráfica: Grafislimia, Ponte de LimaDepósito Legal: 266762/07 ISBN: 978-989-95126-4-1

Edição: Luís Dantas, 2009Impressão: Gráfica da Graciosa, Ponte de LimaDepósito Legal: 280437/08ISBN: 978-989-95126-5-8

Edição: Município de Ponte de Lima, 2009Prefácio: João Alpuim BotelhoRecolha e Seleção de Fotografias: Amândio de Sousa Vieira/ Luís DantasDesign Gráfico: XPTO Design, Lda. Impressão e Acabamento: Rainho & Neves, Lda.Coordenação Editorial: Ovídio de Sousa VieiraDepósito Legal: 293975/09ISBN: 978-972-8846-13-8

Edição: Luís Dantas, 2009Impressão: Gráfica da Graciosa, Ponte de LimaDepósito Legal: 298401/09ISBN: 978-989-95126-7-2

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MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Fase Literária

Edição: Luís Dantas, 2009 (com Catarina Dantas)Depósito Legal: 288416/09ISBN: 978-989-95126-6-5

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Em 2010 surgiram os livros Retratos Galegos e Geração Beat.

Retratos Galegos traduz o seu saber e aos mesmo tempo um grande afeto por essa extraordinária nação dos nossos mais que irmãos de sempre, que nascem, trabalham e vivem do outro lado da fronteira, quantas vezes tão duro, e com a sua alegria.A Geração Beat é dedicada a esse fenómeno que entusiasmou a nossa juventude, misturando inquietação social e romantismo, sobretudo através da versão simpática que nos chegou através da Bob Dylan e dos seus amigos. (António Matos Reis, Revista Limiana)

No ano de 2011 foram publicadas as obras Gomes Leal: O Anjo Rebelde e João Penha: Vida e Obra.Gomes Leal: O Anjo Rebelde: ultrapassa as raias da biografia e da cró-nica literária, para inserir o poeta na vivência cultural e política do seu tempo, em que se enquadra a proclamação da República, e resulta da vastidão das leituras e dos profundos conhecimentos do autor, com-plementados por uma longa série de leituras e alicerçados num sério e metódico trabalho de investigação.

Edição: 2010Execução Gráfica: Gráfica da GraciosaDepósito Legal: 315142/10ISBN: 978-989-95126-8-9

Edição: 2010Execução Gráfica: Gráfica da GraciosaDepósito Legal: 318310/10ISBN: 978-989-95126-9-8

Edição: 2011Execução Gráfica e Acabamento: Gráfica da GraciosaDepósito Legal: 322995/11ISBN: 978-989-97157-0-7

Edição: 2011Execução Gráfica: Gráfica da Graciosa, Ponte de LimaDepósito Legal: 323728/11ISBN: 978-989-97157-1-4

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RECORDAR L U Í S D A N TA S

MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Fase Literária

feira do Po

Page 11: roll up fase da juventude - Biblioteca Municipal Ponte de Lima · “Pedras Verdes”, em Ponte de Lima e em 1974 “Bolero Bar”, em Lisboa, que foi reeditado em segunda e terceira

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RECORDAR L U Í S D A N TA S

MEMÓRIAS DE VIDA E OBRA

Luís Dantas foi descrito pelos amigos como sendo possuidor de um enorme caráter, de uma imensa lealdade, e de uma distinta individualidade moral. “Homem bom e generoso que tanto contribuiu para a divulgação da história da sua terra”1.Caraterizaram-no, ainda, como sendo detentor de uma notável inteligência e de um ‘coração de ouro’. “Um Homem ilustrado, que sabia bem que a cul-tura não tem compartimentos estanques”2.Desprovido de bens materiais, amigo de todos, bem-disposto e senhor de uma generosidade imensa.Na infância era um menino feliz e facilmente “o sorriso lhe despontava no rosto” (BERNARDES, 2001:30).Em adulto tinha um ar sério e uma postura formal, mas de sorriso fácil. “De poucas falas, quando o assunto lhe interessava como que ganhava vida, trazia ao rosto, à boca e aos gestos a vitalidade que o animava, dando conta dos seus conhecimentos”3.Foi sempre um cidadão empenhado e exemplar no seu fervor místico pela terra natal, descrito como um dos grandes autores de Ponte de Lima.Homem calmo e sério, de manifesta “generosidade e expressividade (...) ser fraterno”, afável, sociável e atual.Era possuidor de uma atitude humanista, prestigiando as suas funções e dignificando o seu nome. “Homem de grande talento que projetou Ponte de Lima na Glória das Letras”4.“Os que o conheceram sabem da forma especial como se relacionava com a vida, entendendo-a, quase sempre como um espaço de partilha e de solida-riedade. De Lisboa, onde viveu o quinhão maior da sua existência, chameava uma visão ampla, aberta, perto das naus dos descobrimentos constantes, do gosto pelo convívio de conteúdo fraterno, arrojado, empenhado. Da sua terra pátria, Ponte de Lima, transportava o aconchego do confinamento ter-ritorial, da rua, do largo, da avenida, do areal, do rio, eternamente, com outra margem, da casa, do café, do bar, do tasco sempre de caras conhecidas, num abraço familiar e amigo para com todos - era, em suma uma urbanidade exemplar” (Jornal Alto Minho, n.º 1062, 17 de Maio de 2012).Poeta sonhador! Humanizador de textos com encanto!

Traços de Personalidade

Luís Dantas (2007)Fonte: Família

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1 BERNARDES, Julião (2011) – “Na morte de Luís Dantas a tertúlia Rio de Prata está mais pobre”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turis-mo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima, p.312 MARTINS, Cândido de Oliveira (2012) – “Luís Dantas, crítico literário”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turismo. Lisboa: Casa do Conce-lho de Ponte de Lima, p.53 BERNARDES, Julião (2011) – “Na morte de Luís Dantas a tertúlia Rio de Prata está mais pobre”, In Limiana: Revista de Informação, Cultura e Turis-mo. Lisboa: Casa do Concelho de Ponte de Lima, p.304 AURORA, Conde d’ (2012) – “A Feira de Ponte”, Ponte de Lima: Município de Ponte de Lima, ISBN 978-972-8846-39-8, p.11