Rodrigo Oliveira

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RODRIGO OLIVEIRA

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livro do selo Cosmocopa+Apicuri, sobre a obra do artista Rodrigo Oliveira

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com quantas pedras se faz uma jangadaRODRIGO OLIVEIRA

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At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui o�cia deserunt mollitia animi, id est laborum et dolorum fuga. Et harum quidem rerum facilis est et expedita distinctio. Nam libero tempore, cum soluta nobis est eligendi optio cumque nihil impedit quo minus id quod maxime placeat facere possimus, omnis voluptas assumenda est, omnis dolor repellendus. Temporibus autem quibusdam et aut o�ciis debitis aut rerum necessitatibus saepe eveniet ut et voluptates repudiandae sint et molestiae non recusandae. Itaque earum rerum hic tenetur a sapiente delectus, ut aut reiciendis voluptatibus maiores alias consequatur aut perferendis doloribus asperiores repellat.At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui o�cia deserunt mollitia animi, id est laborum.

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voluptates repudiandae sint et molestiae non recusandae. Itaque earum rerum hic

tenetur a sapiente delectus, ut aut reiciendis voluptatibus maiores alias

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RODRIGO OLIVEIRA nasceu em 1978, Sintra, e vive

e trabalha em Lisboa. Licenciatura em Artes Plásticas –

Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade

de Lisboa e Mestrado no Chelsea College of Art & Design,

Londres. Expõe individualmente desde 2003, de onde se

destacam-se: Coisas de Valor e o Valor das Coisas (2011),

Cosmocopa – Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil;

A primeira pedra (e todas as outras mais) (2011), Museu

do Chiado, Lisboa; Ninguém podia dormir na rede porque

a casa não tinha paredes (2010), Galeria Filomena Soares,

Lisboa; e Utopia na casa de cada um (2009), Centro

das Artes Visuais, Coimbra. Participou em inúmeras

exposições colectivas, destacando-se; ResPública 1910 –

2010 face a face (2010), Fundação Calouste Gulbenkian,

Lisboa; A Culpa Não É Minha (2010), Museu Berardo,

Lisboa; Where are you From? Contemporary Portuguese

Art (2008), Faulconer Gallery, Grinnel, Iowa, E.U.A.;

Eurobuzz, Agorafolly – Europália European Festival (2007),

Place de la Chapelle, Bruxelas; e There’s no place like home

(2006), Homestead Gallery, Londres.

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RODRIGO OLIVEIRAcom quantas pedras se faz uma jangada

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¿Con Cuántas Piedras se Hace una Balsa?, 2012

Escultura de gesso e cimento, esticadores coloridos 160 x 65 x 20 cm; 130 x 60 x 24 cm; 74 x 60 x 36 cm; 50 x 42 x 40 cm

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Se existe uma característica marcante nas obras de Rodrigo Oliveira, é sem dúvida a de que elas não passam despercebidas. Ao entrar em seu estúdio, uma gama de cores, formas, imagens e formatos, compõe um vasto conjunto de obras, cada uma com suas particularidades, mas todas de alguma forma interligadas.

¿Con cuantas piedras se hace una balsa? ou em Português Com quantas pedras se constrói uma jangada? é o título escolhido pelo artista para seu novo grupo de obras. Tirado de uma expressão bastante conhecida brasileira que utiliza a palavra ‘paus’ em vez de ‘pedras’ e é usada como uma demonstração de desafio e coragem: “Eu lhe mostrarei com quantos paus se faz uma jangada” - uma simples promessa como resposta a um desafio - os novos trabalhos produzidos pelo artista incorporam, sem dúvida, um desafio. Esculturas de grande dimensão feitas de gesso que se assemelham a colchões de praia ou a jangadas. Cada uma de um tamanho e formato diferent, levando em seguida com uma camada de cimento, para finalmente aplicar em cada uma, um esticador de diferentes cores, dando às esculturas uma aparência de estarem sobre algum tipo de tensão.

Ao ver este novo conjunto de trabalho encontra-se uma ligação direta ao texto de Robert Morris de 1966 ´Notes on Sculpture´, que vai além de uma definição de esculturas Minimalistas, ao que Morris referiu como ́ Process Art ou ́ Anti-Form`, quando começou a introduzir indeterminação e temporalidade no processo artístico, um trabalho que é dependente da circunstância e das configurações em que foi concebido – derrubando assim a noção da obra de arte como sendo independente em si e de si mesma.

A prática de Rodrigo Oliveira contém uma variada mistura de referências – desde Corbusier e da arquitetura modernista, seguindo modelos de incorporação e objeto; à graciosidade e vivacidade da música, estilo de vida e cultura Latino Americana; e uma influência social e política que se encontra nas fortes cores usadas em vários dos seus diferentes trabalhos, como por exemplo, na sua continua série ´Square (Monopólio); nas várias versões de esculturas em que o artista usa caixas de fósforos que são colocadas umas em cima das outras, assemelhando-se a habitações sociais; ou como em Ca(u)sas; ou ainda em Directório Espacial (Spacial Directories), onde o trabalho existe como se fosse uma tela e assume o formato de plantas de uma casa- juntos lembram ilhas flutuantes à deriva.

Embora se possa, identificar algumas das influências de Rodrigo nos seus trabalhos, a sua inimitabilidade encontra-se na forma como o espetador se aproxima e vive o seu trabalho; no uso enigmático de

¿Con Cuántas Piedras se Hace una Balsa? (detalhe), 2012

Luiza Teixeira de Freitas

À DERIVA

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La Cité Radieuse, 2011

Caixas de fósforos, tintas acrílicas, estrutura de madeira e esticador 170 x 260 x 35 cm

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Ca(u)sas, 2011

Caixas de fósforos, tintas acrílicas, estrutura de madeira e esticador Dimensões variáveis

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cores e de formas diferentes, que podem aludir a tanto e ao mesmo tempo a nada. É nesta tênue linha, criada pelo artista, entre espetador e obra de arte, que a qualidade distintiva e o poder do seu trabalho se encontram, tecelando-se de uma experiência para a próxima.

De volta ao início e ao lugar onde começamos - o trocadilho criado pelo artista entre a obra e o seu título (outro traço comum na sua prática). Dada a atual situação política e económica de Portugal, a referência no título ao conhecido romance de José Saramago “Jangada de Pedra” (Stone Raft), não é nenhuma surpresa. A história que se desenrola em diversas camadas fala de uma Península Ibérica que se separa da Europa, começando assim uma jornada surreal pelo Oceano Atlântico. É principalmente o realismo mágico de Saramago que vemos nas obras de Rodrigo Oliveira, mas as críticas aguçadas que o autor faz a questões ligadas à política, à ciência, à cultura e à condição humana não pode ser deixadas de lado.

Ao olhar e experienciar a prática de Rodrigo como um todo, a procura pela perfeição está sem dúvida presente, mas é em detalhes como os títulos dos trabalhos ou na cor de uma corda que se encontram máculas propositais ou uma estranheza. Verdade seja dita, no fim as as pedras irão afundar - a jangada nunca será perfeita. Mas a beleza do trabalho está exatamente na vontade que o artista têm para se dissociar desse destino pessimista que se encontra no canto inferior ocidental da Europa; a tropicalidade contemporânea de Rodrigo Oliveira é a ponte que nos tira da lama e nos leva a algo semelhante à obra-prima de Emir Kustirica ´Undergroud´ e à cena final brilhante - uma revelação que mistura tragédia e esperança num eterno e alegre turbilhão de emoções.

De acordo com Saramago, são as relações com nossos companheiros viajantes que fazem a viagem valer a pena. Jangada de Pedra tem sem dúvida um significado mais profundo - quer leia como uma mensagem política ou como uma fábula, dificilmente irá se decepcionar, o mesmo acontece no novo trabalho de Rodrigo Oliveira. Ninguém Podia Dormir na Rede Porque a Casa Não Tinha Parede (Prototipo), 2012

Instalação em duas partes: Quadro informativo de metal e acrílico (100 x 117 x 29 cm) Estructura metálica, tecidos de plástico coloridos e cabos de aço (130 x 150 x 10 cm)

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Boa Vizinha (Aquarela do Brasil), 2011/2013

Pintura mural, aguarelas e Godés Dimensões variam com a instalação

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Blindex (1535-143 AD), 2010

Estrutura de ferro com eixo de rotação e grelha metálica, tecto falso, portas de madeira revestidas a acrílico espelhado com fresagem e puxadores metálicos 300 x 300 x 220 cm

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Capanema, 2010

Instalação composta em duas partes: Estrutura de metal, sistemas basculantes, manivelas, tecidos de plástico coloridos Dimensões variáveis consoante a instalação dos 14 módulos (cada módulo: 300 x 100 x 68 cm) Quadro em mogno, vidro, feltros coloridos e placa gravada

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A primeira pedra (e todas as outras mais), 2011

Instalação site-specific no Museu do Chiado MNAC Cantoneiras de cartão, estrutura metálica, tintas de esmalte de cores variáveis, parafusos de metal e inscrições Dimensões variáveis

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Square (Monopólio), 2005-2011

Pintura sobre tabuleiro de monopólio respeitando a cor predominante do fundo

ocultando todas as inscrições do jogo Materiais: Tinta acrílica sobre cartão, moldura

preta de madeira com passe-partout branco

50 x 50 x5 cm

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Garimpos (Posicionamentos geoestratégicos), 2011

Acrílico sobre peça de madeira coleccionada e folheada com folha de ouro Dimensões e número de peças variam com a instalação

Cada peça: 79 x 64 x 10 cm

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Da Obra ao Texto, 2009

Vista da exposição Galeria Presença, Porto

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Fachada, 2011

Caixa de acrílico, acrílico espelhado e tinta de esmalte 200 x 150 x 15 cm

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Tramas, 2011

Trama metálica, alumíno, tintas de esmalte 190 x 130 x 8 cm

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Sobre o Leite Derramado, 2008

Pintura mural 1450 x 420 cm

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Mural-Carpete, 2007

instalação site-specific Alcatifa e paineis de pvc impressos Dimensões variam de acordo com a instalação

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MAIS QUE PAPAGAIOS À SOMBRA DAS BANANEIRAS

Rodrigo Oliveira, apesar de ser artista jovem, cuja obra se processa a partir deste milênio, apresenta extensa produção, muito diversa em formulações artísticas e conceituais, rica nas lacunas que se insinuam no deficit entre a intenção e a realização, portanto, para falar como Duchamp, no coeficiente de arte: “relação aritmética entre o que permanece inexpresso, embora intencionado, e o que é expresso não intencionado.”1 É justamente nesse intervalo que o espectador pode incluir-se na obra e ver-se como agente no “ato criador” ao tentar atravessá-la, às vezes com seu próprio corpo — sobretudo em suas intervenções em ambientes específicos, considerando as hipóteses que levantam sobre a cultura moderna, em particular a arquitetura.

Precisamente no comentário cultural que inspiram é que me coloco como sujeito diante da experiência que seus trabalhos promovem. A princípio, colocando o acento no racionalismo moderno expresso nos conteúdos ideológicos que tanto a arquitetura de um Le Corbusier como o neoplasticismo de um Mondrian, por exemplo, veiculam em seus ideais democráticos, seus trabalhos revelam como esse ato ingênuo de fé no progresso pôde de fato converter-se, ainda que inesperadamente, em medidas autoritárias, tendo em vista o desprezo com que encaram as singularidades a favor da universalidade abstrata das culturas.

Não posso deixar de remarcar aqui minha primeira visita a Lisboa — cidade em que mora o artista —, chegando do aeroporto e dando conta de uma periferia toda nova, não muito diferente da que vemos por toda parte do mundo. Ali se adensa uma série de prédios

modernos e outros, ainda mais espalhafatosos, pós-modernos, evidenciando o esforço de uma nação em se modernizar e se afirmar finalmente no mercado comum europeu, mesmo à custa de uma economia moribunda, que nos deixa entrever Portugal como um dos países mais problemáticos da zona do euro. Por todo canto a mesma linguagem impessoal em contraste com o Centro de uma cidade histórica, com suas poéticas ladeiras e casario que, não fosse o fado no lugar do samba, em muito lembram certas áreas do Rio de Janeiro — cidade em que moro.

Entendo portanto os sítios específicos do artista, suas intervenções na arquitetura, também pelo ângulo crítico que deles

Luciano Vinhosa

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27092, 27093, 27094, 27095 (services communautaires), 2008

Quadro de madeira, desenho queimado pelo sol sobre cortiça, pioneses coloridos, vidro e cadeado

120 x 87 x 8 cm

se relevam. Nesse caso, sua criticidade não se alinha apenas ao veio institucional quando este normalmente se debruça sobre a desconstrução dos dispositivos da arte e se endereça sobretudo a seu contexto de exibição e produção de discurso — o campo da arte — como vemos no artista belga Marcel Broodthaers. De fato, com Rodrigo, ela se amplia muito para o terreno da cultura como um todo... ideologias artísticas aí incluídas.

A variedade de trabalhos que têm como ponto de partida a redução da forma à ortogonalidade e das cores a seus valores saturados é reveladora desse princípio crítico. O pressuposto modernista de que o plano deduzido do ângulo reto é o elemento gerador de todo espaço tridimensional ou que os tons absolutos poderiam gerar uma paleta precisa e impessoal, adaptou, para não dizer reduziu, muito bem a metodologia artística à metodologia industrial, criando uma espécie de estética da racionalidade. Certamente, esse novo racionalismo das vanguardas pretendeu resolver a tensão dialética que se colocou, desde o início do século XIX, entre arte e técnica, tornando seus respectivos métodos, se não incompatíveis, pelo menos em difícil conciliação. É, portanto, com humor que diviso certos trabalhos do artista, como, por exemplo, sua série Construções Complexas (Geografia da Casa), em que plantas esquemáticas com indicativos para evacuação de emergência sofreram intervenções gráficas, alterando seus conteúdos informativos. Na representação resultante, os planos horizontais são rebatidos nos verticais, o interior e o exterior do “prédio” se confundem, criando um espaço de ambiguidades que contraria as pretendidas clareza e transparência da informação — metáfora, talvez, da perigosa monotonia estética que a arquitetura moderna nos oferece quando o plano e o ângulo reto se tornam diretrizes do volume. Os espaços gerados, independente dos usos e funções, tornam-se de fato indiferenciados visualmente.

O que dizer dos grandes condomínios habitacionais de baixa renda que povoam as periferias dos diferentes países

ocidentais e não ocidentais, modelo para toda autoconstrução ligeira e de baixa qualidade, muito familiar às paisagens urbanas e suburbanas brasileiras? Tudo se passa como se pobreza econômica implicasse necessariamente pobreza estética, justificando os baixos investimentos sociais. Diante dessa constatação, as obras Cada Casa é um Caso (Arquivo Geral), Ca(u)sas e La Cité Radieuse nos parecem no mínimo irônicas quando apresentam condomínios em miniatura — construções-tipo, todas feitas com pequenas caixas de fósforos revestidas por uma miríade de esticadores multicoloridos.

Chamo atenção também para a obra inaugural do artista, a instalação Cubo Branco, realizada para exposição ocorrida em galeria

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Construções complexas (geografia da casa), 2007

Desenho impresso em placas de emergencia fotoluminescentes Placas fotoluminescentes que brilham no escuro, moldura em alumínio 90 x 60 cm / 60 x 40 cm / 40 x 30 cm Peças únicas

Se acompanharmos as reflexões surgidas no final da século XVIII relativas à existência de uma experiência específica, diferente da ordinária, a que chamamos de estética, os conceitos que desenvolvem se ajustam a uma paulatina forma de exibir objetos culturais que dará origem ao cubo branco ideal da arte moderna. Em geral, a experiência estética foi descrita a partir da noção de “desinteresse” — uma atitude do sujeito quando, diante do objeto, se coloca à distância do mundo. Esse recuo garantiria o afastamento necessário dos usos, práticos e/ou morais, eventuais do objeto, ressaltando para o sujeito apenas as qualidades intrinsecamente estéticas: formas, linhas, cores, texturas, volume, temperatura, peso. A criação de um ambiente asséptico e neutro para esse fim foi necessária. Tudo que pudesse de alguma forma comprometer esse estado de distanciamento foi sendo excluído do espaço expositivo. O ambiente tornou-se neutro em suas cores e seus acessórios, as paredes discretas em suas presenças, a iluminação focada, porém suave a fim de que o objeto de atenção pudesse existir para o sujeito em uma espécie de limbo contemplativo. Essa depuração do espaço foi acompanhada de perto por uma forma reduzida de fazer arte: abstrata, econômica em seus meios e distante da promiscuidade do mundo. Reivindicar o cubo branco no centro de um espaço expositivo inadequado, como fez Rodrigo, se por um lado chama a atenção para o oportunismo de um empreendimento comercial, quando mesquinhamente se enverniza com a alta cultura, por outro evidencia a própria incapacidade da arte moderna de conviver com a promiscuidade do mundo, exigindo sempre outro espaço, mais adequado a sua manifestação. Talvez não por acaso o artista opte frequentemente por realizar seus trabalhos em espaços do cotidiano de natureza confusa, como garagens de prédios ou halls de edifícios comerciais, por exemplo.

Intervenções como Sem Título (Puro Sangue) instaladas na entrada de um condomínio, constituindo-se como simples obstáculos que impedem o livre acesso de qualquer indivíduo,

do Welcome Centre, em Lisboa. Nesse trabalho, Rodrigo constrói, dentro de uma estrutura histórica — uma galeria de arte cujas paredes, inadequadas para exibir arte moderna, são abobadadas desde o teto —, outro espaço ortogonal, um cubo branco, agora mais adequado à experiência da arte. Ao entrar no novo ambiente, o espectador pode ler em suas paredes trecho de uma entrevista conferida pelos administradores do centro em que afirmam:

Um dos muitos objetivos do Lisbon’s Welcome Centre é oferecer à cidade novas infraestruturas culturais. Consequentemente, será criada uma nova galeria de arte, a Galeria da Cidade, que será suficientemente espaçosa para receber, de forma digna, exposições nacionais e internacionais. Esta galeria pretende tornar-se uma das melhores do país.2

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também sinalizam uma sociedade em que o controle e a exclusão são formas constitutivas do “bem viver”. O regime de desigualdade social em que se fundamentam as sociedades capitalistas modernas tem corroborado a difusão de uma cultura da violência e do medo, gerando distorções no uso do espaço público. Os condomínios residenciais — esse estilo contemporâneo de morar — representam, de outro modo, nova forma de medievalização dos modos de vida, ao instaurar no seio do espaço urbano uma zona de uso privado, com acesso restrito, protegido por guarita e segurança 24 horas por dia. Um “lugar de felicidade” protegida, longe da promiscuidade do mundo e do qual o “outro” é ostensivamente excluído.

Em 2011 Rodrigo inaugurou uma exposição na Cosmocopa, no Rio de Janeiro. É curioso observar como o artista fez a transposição de sua poética para outro contexto cultural. De algum modo, os trabalhos apresentados pareciam encontrar sempre um elo entre a cultura local e a de Portugal, mas agora de uma forma leve, humorada e mais adaptada, digamos, às adversidades. Por exemplo, Lá no Morro (Carmen a portrait), alusão a Carmem Miranda, portuguesa de origem, mas que fez sucesso internacional travestida de baiana. O artista apresenta o retrato da cantora como natureza-morta, uma colagem sobre quadro-negro, por sua vez apoiado em estrutura de madeira, idêntica à dos tabuleiros em que as baianas comercializam nas ruas quitutes típicos da Bahia e hoje usados por camelôs cariocas. Abre Espaço (Relato) é outro trabalho que faz ponte entre as duas culturas ao apresentar caixa de som em forma de bola de futebol, em que se pode ouvir uma colagem musical reunindo músicas de carnaval e narrações de futebol.

Embora não tenha sido apresentada na exposição em tela, Capanema — instalação em que o artista conjuga uma mega-estrutura de metal presa ao teto, espécie de brise-soleil multicolorido executado com cadeirinhas de praia seriadas, com quadros mostruários, típicos de repartições públicas, que em seu

Lá no Morro (Carmen a portrait), 2011

Mesa de camelô, quadro preto e colagem 160 x 80 x 85 cm

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interior, ao invés de avisos, apresentam plantas de jardins moles desenhadas pelo inconfundível Burle Marx — é talvez o exemplo mais contundente desse encontro de culturas. Nessa instalação, cujo titulo alude ao famoso prédio esboçado por Corbusier e posteriormente desenvolvido pela primeira geração de modernistas brasileiros3, o rigor da geometria uni-se à ligeireza da gambiarra. Se por um lado o trabalho aponta para a crítica à uma cultura sempre condenada ao improviso, porque movida pelas soluções de última hora; por outro, a inflexão que as curvas locais imprimiram à dureza da arquitetura moderna é indício de um vigor criativo que soube muito bem tirar proveito da docilidade dos trópicos, transformando-a em qualidade plástica. Ouso dizer que em nenhum lugar do mundo a arquitetura moderna foi tão vigorosa quanto a que se praticou no Brasil, adaptada com inteligência às condições locais não só da paisagem, mas também das tradições técnicas.

Dentro dessa seara merece ser mencionada a escultura Uma pedra no sapato, composta por inúmeras réplicas das clássicas sandálias havaianas realizadas em diferentes tipos de mármores e granitos — material nobre e clássico — e cujas tiras são as mesmas das originais, em borracha — material ordinário. O incômodo sensorial que experimentamos — digo sensorial porque, apesar do estímulo primeiro ser visual, a sensação que provocam é mais abrangente, tátil talvez — está certamente relacionado com o desconforto que a inflexibilidade de pedra associada à moleza da borracha nos evocam. O mesmo embaraço talvez que as sandálias originais nos causam, um acessório prático no entanto deselegante, clichê da vulgaridade e do desmazelo dos trópicos que compromete a nossa cultura como um todo.

Pontuei aqui alguns trabalhos de Rodrigo Oliveira sobre o viés da crítica cultural. Sua obra certamente permite outros recortes e outros pontos de vista, tamanhas suas variedade e riqueza conceitual; deixo ao espectador a tarefa de compor outros caminhos e nuanças. Abre Espaço (Relato), 2011

Aparelhagem sonora, CD editado com colagem de músicas de carnaval e locuções de jogos de futebol 17 x 17 x 4 cm Edição de 5

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Reveillon, 2011 A ARTE NA VIRAGEM DO MILÉNIO, 1999-2000 (editora Taschen),

Livro transformado em confettis Dimensões variaMo com a instalação

Jornal de serviço (leitura em diagonal das páginas amarelas), 2009

Páginas amarelas cortadas e coladas sobre papel fabriano, moldura em faia Díptico 140 x 200 x 5 cm cada

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Naturezas mortas (cesta básica), 2011

Livro da Taschen recortado e alterado, caixa de acrílico 31,5 x 25,5 cm

Naturezas mortas (trabalho do Fado Xuxu), 2011

Livro da Taschen recortado e alterado, caixa de acrílico 31,5 x 25,5 cm

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Vamos comer Caetano (marmita de canto),2011

Embalagem plástica e folheada com de prata verdadeira 9,5 x 19 x 9 cm

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Nada a Declarar [Destinos Exóticos], 2008

Sacos falsos com padrões e peanha 75 x 40 cm; 100 x 90 cm

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In An Absolut World, 2009

Óculos com armações de metal, vidro das garrafas da absolut

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We are in this together, 2007

Aliança dupla em ouro (13,1g) 18 kilates com inscrição gravada. 4,2 x 2,3 x 0,5 cm Edição de 5 + 2PA

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We could be in this together, 2007

Cadeado em inox com inscrições gravadas Dimensões: altura do artista 175 cm

Peça única

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Crave, Contradiction, Euphoria, Escape, Truth, Eternity, Obsession, or just Be the One (file), 2007

Dossier com 17.500 folhas brancas 45 x 32 x 170 cm

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Casa geminada (Acesso Restrito), 2003

Escultura Diptico de caixas do correio em metal pintado com tintas de esmaltebranco e preto 67 x 41 x 31, 5 cm

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Plinto (Acesso Restrito), 2003

Escultura Plinto de madeira com estrutura de metal, feito apartir de um plinto de saltos de ginástica, passadeira preta e cinza 200 x 115 x 200 cm (fechado)

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Armação (para trepar), 2007

Construção em metal pintado com tinta de esmalte (pode ser expostto no exterior) 240 x 150 x 150 cm

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Japanese prints (Tatami), 2007

Impressão fine art mate montada sobre pvc, plastificada com pelicula UV em moldura de mogno escurecida 154 x 111 x 7 cm

Peças únicas

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Metrópole, 2006-2007

Construção feita em cubos de açúcar como se fossem tijolos seguindo os modelos originais de contrução em tijolos usados da arquitectura Inglesa, protótipo testado com açucar Tate +150 kg de açucar, cola e Madeira (construção desmontável e modular) 230 x 210 x 220 cm (composta por 6 partes articuladas moviveis) O resultado da escultura depende do desgaste e erosão provocada pelas formigas que podem aparecer na peça (dependendo da estação do ano) criando desenhos negros em movimento e modificando progressivamente as superficies construidas numa lógica entrópica de transformação

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Lugares Ausentes (Seca), 2007

Construção feita com mais de 150.000 palhinhas agrupadas e derretidasformando uma paisagem orgânica Palhinhas, resina, Madeira e cartão 300 x 300 x 140 cm

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Marmitex, Guggenheim Ibèrico (Escultura Acidentada #1), 2006

Escultura baseada nos desenhos iniciais de Frank Ghery para o museu Guggenheim de Bilbao Formas de alumínio descartáveis, madeira, cola e folha de aluminio A escultura vai sendo esmagada e amachucada progressivamente, alterando a sua forma ao longo do tempo Estrutura composta por 6 partes movíveis

620 x 286 x 355 cm

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Impacto-Escultura Inflamável #3, 2005

Escultura combustível/inflamável Fósforos, caixas de fósforos, cartão, pó químico de extintor,

estrutura e base em madeira

350 x 130 x 250 cm

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Rescaldo, 2005

Vídeo DVD, cor, som, 4’50’’, loop

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Em Acervo [Acesso Restrito], 2003

Porta completa direita zincada com grelha, sinalização (aviso luminoso), extintor metalizado com o prazo de validade expirado, máquina de fumo com temporizador, paredes falsas, paredes movíveis Dimensões variáveis Instalação na Galeria Filomena Soares Colecção PCR

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Cubo Branco, 2001

Instalação Construção de aglomerado de madeira pintado

de branco e cinza no interior, texto de parede (bilingue) em vinil autocolante laranja com letras tipo Arial

400 x 500 x 245 cm Welcome Centre de Lisboa Destruída após a exposição

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Basculantes, 2005

instalação site-specific

Duas portas metalizadas basculantes que abrem e fecham ininterruptamente, revestidas com aço inox canelado, sistema de sensores e mecanismos. Dimensões: 290 x 250 x 7 cm (cada)

Pintura mural realizada com material inflamável utilizado na fabricação de fósforos, extintores de incêndio, elaboração de plano de segurança e emergência. Dimensões variam consoante a instalação

Rampa com estrutura metálica revestida a madeira pintada, marcas de circulação inscritas no chão, alteração de iluminação do espaço. Dimensões: 550 x 592 x 297 cm

Dimensão total da instalação: 1100 x 600 x 297 cm

Fotografia: Paulo Costa

Copyright: FCG/CAMP

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Territórios (Im)perfeitos,2010

Instalação site specific no Teatro Municipal de Almada Alactrão e tinta sobre Madeira, postes electricos, gravilha Dimensões variam com a instalação

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Eurobuzz, 2007

Instalado na Place de la Chapelle, Bruxelas, Belgica Projecto Efémero de Arte Pública Dois autocarros articulados, Harmónica de junção, vinil autoculante azul e amarelo fotoluminescente recortado em forma de estrelas

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O Grande Lago, 2008

Um projecto com a colaboração de Filipe Rebelo Estrutura de Ferro 600 x 400 x 200 cm

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Lugares Remotos #2, 2006

Um projecto colaborativo de Rodrigo Oliveira & Tomaz Kramberger

Projecto em 2 partes:

Interruptor de madeira e metal instalado numa das colinas da baía principal da ilha de Susak e luzes de arraial coloridas com as cores primárias nas principais ruas da aldeia que são ligadas e desligadas ininterruptamente.

Dimensões do interruptor: 400 x 400 x 150 cm, iluminação de arraial com 50 m

Instalação Site and context specific para Susak Expo, Croácia

Edição fotográfica que documenta o projecto

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Sem Título (Puro-Sangue), 2002

Instalação site specific Obstáculo portão de madeira e metal pintados 640 x 190 x 92 cm

Exposição Sob Vigilância, Fábrica da Pólvora, Barcarena Curador: Nuno Alexandre Ferreira

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Parcour (Acesso Restrito), 2001-2003

Protótipo de instalação, maquete (1:14) Materiais e objectos variados: vedações ready made, obstáculo de saltos, rede de ténis,

divisória flutuante de piscina, cadeira de vigilância de jogos entre outros elementos Dimensões variáveis

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Monumento a Tatlin numa cozinha palaciana, 2011

(Da série Utopia na casa de cada um) Impressão fotográfica montada em caixa de luz 202 x 122 x 20 cm

Rodrigo OliveiraNasceu em 1978 em Sintra, Vive e trabalha em Lisboa

Formação

Fine Arts at Chelsea Colleg e of Art & Design, London, England

Mestrado em Artes Visuais no Chelsea College of Art & Design,

Londres, UK.

2002/2003 Erasmus programme, UDK, Universität der Künste Berlin, Germany

Frequência na Universidade de Belas Artes de Berlim.

2000/2002 Independent study programme, Maumaus School of

Visual Arts, Lisbon.

Programa de estudos independente do curso avançado da

Maumaus, escola de Artes Visuais.

1997/2003 BA Fine Art Sculpture, Lisbon University of Fine Arts, Portugal

Licenciatura em Artes Plásticas- Escultura, Universidade de Lisboa,

Faculdade de Belas Artes.

ExposiçõEs indiViduais

2012 ¿Con cuantas piedras se hace un balsa?, Galeria Nuble, Santander, Spain

Um Falanstério à beira-mar e umas quantas Villas viradas a sul, Galeria

Filomena Soares, Lisboa.

2011 A primeira pedra (e todas as outras mais), Museu do Chiado, Lisboa Portugal;

Curator: Adelaide Ginga.

Se respeitássemos a arquitectura ainda vivíamos nas cavernas, Quase

Galeria, Porto, Curator: Fátima Lamberth.

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118 119

Uma Casa com um quadrado à parte, Centro de Artes de Ponte de Sôr,

Portugal, Curator: Isabel Vaz Lopes.

Coisas de Valor e o Valor das Coisas, Cosmocopa - Arte Contemporânea, 

Rio de Janeiro, Brasil.

2010 Ninguém podia dormir na rede porque a casa não tinha parede, Filomena

Soares Gallery, Lisbon Portugal.

Cidades Paralelas: Puxadas e Luminárias, Carpe Diem, Centro de arte e

Pesquisa, Lisboa: Curator: Paulo Reis.

2009 Utopia na casa de cada um, CAV Centro das Artes Visuais, Coimbra, Portugal.

Da Obra ao Texto, Galeria Presença, Porto, Portugal.

2008 Painting and other stories, Project room Arte Lisboa 2008,

curator: Paco Barraga.

Voyeur Project, Lisboa, Portugal.

O espírito do Lugar, Escrita na Paisagem-festival de performance e artes da

terra, Museu da Luz, aldeia da Luz, Portugal.

2007 Complex constructions Mural-Carpete, European Parliament Espace Couloir,

An Camões.

Institute project for the Presidency of the Council of the European Union, 

Brussels, Belgium Curator: Lúcia Marques.

Filomena Soares Gallery, Lisbon, Portugal.

2005 “Em Fractura: Colisão de Territórios”, Project room do Projecto Terminal,

Fundição de Oeiras, Hangar K7, Portugal, curator: Paulo Mendes (cat.).

2003 At First Sight, Project room, Filomena Soares Gallery, Lisbon, Portugal.

ExposiçõEs CoLECTiVas (sELECção)

2012 Eu também sou Isto, Espaço Liberdade Provisória, Lisboa.

O Rio Voador, CAPC Coimbra, Portugal.

Reverberações, Cosmocopa Arte contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil.

Passante no Mundo, Quase Galeria, Porto, Curator: Fátima Lamberth.

Antes da Despedida (32), Cosmocopa Arte Contemporânea,

Rio de Janeiro, Brasil.

“Africando”, Exposição colectiva de Artistas das Bienais de São Tomé e de

outras Geografias, Galeria Antiks Design arte moderna e contemporânea,

Lisboa Curator: Adelaide Ginga.

2011 Cor+Labor+Ação, Caza arte contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil.

O Voo do Bumerangue, Galeria Filomena Soares, Lisboa, Curator: David Barro.

Rio Nova Arte, Galeria do BNDES, Rio de Janeiro, Brasil.

O Consolo da Pintura - Companhia de Seguros Tranquilidade, Lisboa / Lisbon.

A Corte do Norte, Plataforma Revolver, Transboavista | VPF | Art Edifício,

Lisboa / Lisbon.

“Colecção Luís Ferreira” - Centro de artes e Cultura de Ponte de Sôr.

“O Museu em Ruínas” - Museu de Arte Contemporânea de Elvas - Colecção

António Cachola. 

Acervo Transparente - COSMOCOPA Arte Contemporânea, Rio de Janeiro.

2010 Até 2011 - Cosmocopa Arte Contemporânea, Rio de Janeiro.

Cosmocopa Arte contemporânea, exposição inaugural colectiva, Rio de

Janeiro, Brasil.

Water Closet project, Lx factory, Lisboa Curator: Puppenhaus.

Abismos Contemporâneos II, Edifício da Alafândega, Porto, curator: David Barro.

MONO (a propósito do grupo GICAPC/CORES CAPC 1976/1978), Círculo

de Artes Plásticas de Coimbra, CAPC Coimbra curator: António Olaio.

ResPublica 1910 e 2010 face a face, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa,

Portugal curators: Helena de Freitas e Leonor Nazaré.

A Culpa não é Minha - Um percurso pela Colecção Cachola no Museu

Colecção Berardo, Museu Colecção Berardo, Lisboa, Portugal

curator: Eric Corne.

Personal Freedom, Portugal Arte 2010, Bienal de Lisboa, Pavilhão de

Portugal, Curator: Johannes VanDerBeek.

A secreta vida das Palavras, Centro de Artes de Sines, Sines,

Curator: João Pinharanda.

Sessão de Hipnotismo: O dia mais longo do ano; Tetro Munícipla de Almada,

Curator: Marta Mestre e Pedro Calapez.

POVO, Museu da Electricidade, Fundação EDP, Lisboa.

O Dia pela Noite, Lux Frágil, Lisboa, Curator: Susana Pomba.

Arte Contemporânea Colecção L. Ferreira, Galeria Municipal de Odivelas, Portugal.

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2009 Opções & Futuros: Obras da Colecção da Fundação PLMJ, Pavilhões Branco e

Preto do Museu da Cidade, Lisboa.

2008 18 Presidentes, Um Palácio e outras coisas mais (18 Presidents, One Palace,

and a few other things) Palácio de Belem, presidencia da República no âmbito

da comemoração do 5 de Outubro, curator: Miguel Amado.

Arte Contemporânea Colecção L. Ferreira, Galeria Municipal de Abrantes,

Portugal.

Ekosusak 2008 International Festival of Ecoculture, Susak Island, Croatia.

Partilhar Territórios, S. Tomé e Príncipe entreposto Cultural, V Bienal de

Arte e Cultura de S. Tomé e Príncipe, curator: Adelaide Ginga.

The Third Pill, Hospital Júlio de Matos, Lisboa Portugal, Curator: Hugo Barata.

On the edge, in the middle, New Portuguese Art I, Janalyn Hanson White

Gallery, Mount Mercy College, Cedar Rapids, Iwoa, USA; curator: Jane Gilmor.

Where are you From? Contemporary Portuguese Art De onde és? Arte

Contemporânea de Portugal; Faulconer Galley, Grinnell, Iowa, USA (Cat)

curator: Lesley Wright.

2007 Agorafolly – Inside / Outside, La Centrale électrique - De Elektriciteitscentrale

European Centre for Contemporary Art, Brussels, Belgium.

Eurobuzz, Agorafolly – Europália European Festival, Place de la Chapelle,

Brussels, Belgium.

Joke, Satire, Irony and Serious Meaning, European Triennial of Small-Scale

Sculpture, Gallery of Murska Sobota, Slovenia, curator: Thomas Deckee (cat.).

Cidades invisíveis/ Invisible Cities, works from PLMJ Collection, Lisbon.

Architecture Triennale, Faculdade de arquitectura da Universidade

Técnica de Lisboa, Portugal, Curator: Miguel Amado.

2006 There’s no place like home, Homestead gallery, London.

Extended Platforms: Susak Expo, Susak Island, Croatia.

MA Show 2006, Chelsea College of Art & Design, London.

Território Oeste; Aspectos Singulares del Arte Portugués Contemporáneo,

MACUF Museo de Arte Contemporáneo Unión Fenósa, A Coruña, Spain,

curator: Fernando Fránces.

Progressions, Sound, Action/Auction, The real proper show,

Chelsea Triangle space, London.

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Opções & Futuros (Options & Futures); Recent acquisitions,

works from PLMJ Foundation Collection, Arte Contempo Gallery,

Lisbon, Portugal, curator: Miguel Amado (cat.).

2005 7/10 (Octobers Seven Artists), CAM Calouste Gulbenkian Foundation,

Lisbon, (cat.).

5th edition of The City Desk Sculpture Award, D. Luís Foundation, Cascais

Cultural Centre, Cascais, (cat.).

Festival Portugais, Point Éphemere, Paris, France.

Em Fractura: Colisão de Territórios, Projecto Terminal, Hangar K7, Oeiras,

Portugal, curator: Paulo Mendes (cat.).

2004 “The invisible man”, ZDB gallery, Lisbon.

“The one and the others”, House of Arts, Tavira, Portugal curated by: Pedro

Cabrita Reis.

2003 Continuare - Works from the collection of the IAC/CCB plus twelve,

Maia biennial, Maia, Portugal (cat.) curator: Jürgen Bock.

Final year Sculpture Exhibition from Lisbon Fine Art University,

Jardim da Cascata, Quinta Real Caxias, Portugal (cat.).

2002 Interpress: Exhibit A, Interpress building, Lisbon.

Gasthof, Staatliche Hochschule für Bildende Künste, Städelschule,

Frankfurt, Germany.

Under Surveillance, Fábrica da Pólvora, Oeiras (cat.).

Kulturtransfer, Goethe Institut, Lisbon .

My Own Private Lisbon, Forum Lisboa, Lisbon.

2001 Eldorado, Escola Maumaus no Welcome Center de Lisboa.

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CapaUma Pedra no Sapato, 2012Mármores, tira de Havaianas em plástico30 x 8 x 5 cm (cada par)TextosLuiza Teixeira de FreitasLuciano VinhosaFotosRodrigo Oliveira StudioFelipa Barbosa (páginas 121 e 122)Projeto gráfico Bruno Ventura - Disarme Gráficoequipe Daniel Ventura e Gabriela FeigelRevisão dos textosFrederico Hartje e William OliveiraAssistente do ArtistaRaquel MelgueCoordenador do selo Cosmocopa-ApicuriFelipe Barbosa

Coleção Cosmocopa-Apicuri

Copyright © 2012© Editora Apicuri© Cosmocopa Arte Contemporânea© Rodrigo Oliveira, por suas obras© Os autores, por seus textos© Os fotógrafos, por suas fotosTodos os direitos reservadosImpresso no Brasil

1. O que é FAQ?FAQ é uma sigla para Frequently Asked Questions, ou “Questões Frequentemente Formuladas”. Trata-se de um conjunto de perguntas comuns sobre determinado assunto, acompanhadas das respectivas respostas ou das indicações de onde procurá-las.

2. O que é Coleção Cosmocopa + Apicuri?É uma coleção de livros editada em parceria entre Cosmocopa Arte Contemporânea e Editora Apicuri, que tem por objetivo documentar e apresentar ao público leitor a obra de artistas contemporâneos, com imagens de seus trabalhos e textos críticos.

3. O que é Cosmocopa?A Cosmocopa Arte Contemporânea é uma galeria de arte situada no coração de Copacabana, Rio de Janeiro, que representa artistas contemporâneos de diferentes gerações que apresentam em comum a qualidade e a coerência no trabalho e o comprometimento com a arte e com o investimento em formação e pesquisa.

4. O que é Apicuri?A Apicuri é uma editora com foco na publicação de textos e autores de origem acadêmica no campo das artes e das ciências humanas e sociais, além de ficção de qualidade, visando incrementar o diálogo entre a academia e o público interessado e proporcionar aos leitores acesso a amplo e diversificado material para debate e reflexão.

5. Se a arte contemporânea é hermética, os livros desta Coleção são de difícil leitura?Pelo contrário, o objetivo da Coleção é, com os textos críticos e as imagens, fornecer ao leitor - interessado em arte e com espírito aberto - chaves para o melhor entendimento do trabalho dos artistas apresentados.

6. Por que livros?Apesar do crescimento de novas mídias para a disseminação de informações, acreditamos que o formato “livro” ainda é insubstituível e se torna especialmente adequado ao projeto da Coleção Cosmocopa + Apicuri. Boa apresentação de textos e imagens, portabilidade, facilidade no manuseio e no armazenamento e não dependência de mudanças na tecnologia fazem com que esse formato seja o escolhido para esta Coleção, que busca ampla disseminação e registro de documentações históricas sobre os artistas.

7. Arte?Vida.

FAQ: Coleção Cosmocopa + ApicuriJozias Benedicto

AgradecimentosA todos em geral e a alguém em particular.Rosana Ricalde e Felipe Barbosa; Ana Luiza Teixeira de Freitas e Luciano Vinhosa (textos); Raquel Melgue (direcção geral, fotografia, design); António Nazaré e Rosa Pinho (Acriltema/Acrílicos); Diogo e Santos (Metais); António Cavaleiro (carpintaria); Luís Lacerda (moldes); Carine Demoustier (pintura); Paula Rocha (impressão, vinil), Mármores Galrão (escultura em pedra).

página 1

Directório espacial (Niemayer)

Dimensões aproximadas 30 x 50 x 8 cm

página 2

Do outro lado do Mundo, 2011

Da série Garimpos (posicionamentos Geoestratégicos) Fotografia, 115 x 122 x6 cm

Rua Siqueira Campos, 143 - sl 32Rio de Janeiro, Brasil

tel. +55 21 2236-4670www.cosmocopa.com

[email protected]

Editora responsávelRosangela Dias

www.apicuri.com.br

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LUCIANO VINHOSA é artista visual e teórico da

arte; professor adjunto do Departamento de Arte da

Universidade Federal Fluminense e do Programa de Pós-

Graduação em Estudos Contemporâneos da Artes (UFF).

Entre os livros recentes, destacam-se: “Horizontes da

arte, práticas artísticas em devir (Nau, 2010)”; “Obra

de Arte e experiência estética, arte contemporânea

em questões (Apicuri, 2011)”; “Interlocuções, estética,

produção e critica de arte (org. Luciano Vinhosa &

Martha D’Angelo, Apicuri, 2012)”.

LUIZA TEIXEIRA DE FREITAS (Rio de Janeiro, 1984)

é uma curadora independente que trabalha entre Londres

e Lisboa. Trabalha como consultora de coleções privadas

e em exposições independentes. Entre as mais recentes:

“A man is walking down the street…”, na Galeria Cristina

Guerra em Lisboa; “The Exact Weight of Lightness”,

Travesia Quatro, Madrid e “The Moon is an Arrant Thief”,

David Roberts Foundation, Londres.

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com quantas pedras se faz uma jangadaRODRIGO OLIVEIRA

Rodr

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At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui o�cia deserunt mollitia animi, id est laborum et dolorum fuga. Et harum quidem rerum facilis est et expedita distinctio. Nam libero tempore, cum soluta nobis est eligendi optio cumque nihil impedit quo minus id quod maxime placeat facere possimus, omnis voluptas assumenda est, omnis dolor repellendus. Temporibus autem quibusdam et aut o�ciis debitis aut rerum necessitatibus saepe eveniet ut et voluptates repudiandae sint et molestiae non recusandae. Itaque earum rerum hic tenetur a sapiente delectus, ut aut reiciendis voluptatibus maiores alias consequatur aut perferendis doloribus asperiores repellat.At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui o�cia deserunt mollitia animi, id est laborum.

At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis

praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non

provident, similique sunt in culpa qui o�cia deserunt mollitia animi, id est laborum et

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et aut o�ciis debitis aut rerum necessitatibus saepe eveniet ut et

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accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium

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mollitia animi, id est laborum.