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Rodrigo Maia, o filho de Cesar: um perfil do sucessor de Temer Levado à política pelo pai e sogro, deputado pode vir a substituir Temer ou conduzir eventual processo de impeachment O deputado federal Rodrigo Maia, 46 anos, eleito pelo DEM-RJ, é tido como um dos mais fiéis aliados do presidente Michel Temer. Também é um moço educado, de família influente no Rio de Janeiro. Seu colega Ivan Valente, do PSOL, contou à Pública que, ao contrário do antecessor, Eduardo Cunha, preso em Curitiba, ele costuma ter bons modos quando está fora da cadeira de presidente da Câmara Federal. ‘‘Mas é só sentar naquela cadeira que ele se transforma em um monstro. Age não como um presidente de uma das casas do Legislativo, mas sim como um soldado do presidente ilegítimo Michel Temer’’, se apressa a dizer Valente. ‘‘Ele impede os setores populares de frequentar a Câmara. Exige que a polícia torne o Parlamento algo inóspito’’, acentua. Na última semana de maio, quando milhares de manifestantes protestavam contra o governo Temer do lado de fora do Congresso, o presidente da Câmara foi mais longe. Um pedido seu para reforçar a segurança no entorno acabou resultando no desastroso decreto do presidente Temer convocando os militares para a “Garantia da Lei e da Ordem (GLO)” em Brasília. Com a reação desfavorável ao decreto, Maia procurou a imprensa para desmentir o pronunciamento do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que havia atribuído a ele o pedido de uso das tropas militares. Não foi ele quem solicitou a entrada das Forças Armadas, disse o deputado, o que ele havia pedido era que viesse a Força Nacional “porque o ambiente lá fora estava um campo de guerra’’, declarou. Em um raro momento de enfrentamento do governo, ainda criticou o 1 / 5

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Rodrigo Maia, o filho de Cesar: um perfil do sucessor de Temer

Levado à política pelo pai e sogro, deputado pode vir a substituir Temer ou conduzireventual processo de impeachment

O deputado federal Rodrigo Maia, 46 anos, eleito pelo DEM-RJ, é tido como um dos mais fiéisaliados do presidente Michel Temer. Também é um moço educado, de família influente no Riode Janeiro. Seu colega Ivan Valente, do PSOL, contou à Pública que, ao contrário doantecessor, Eduardo Cunha, preso em Curitiba, ele costuma ter bons modos quando está forada cadeira de presidente da Câmara Federal. ‘‘Mas é só sentar naquela cadeira que ele setransforma em um monstro. Age não como um presidente de uma das casas do Legislativo,mas sim como um soldado do presidente ilegítimo Michel Temer’’, se apressa a dizer Valente.‘‘Ele impede os setores populares de frequentar a Câmara. Exige que a polícia torne oParlamento algo inóspito’’, acentua.

Na última semana de maio, quando milhares de manifestantes protestavam contra o governoTemer do lado de fora do Congresso, o presidente da Câmara foi mais longe. Um pedido seupara reforçar a segurança no entorno acabou resultando no desastroso decreto do presidenteTemer convocando os militares para a “Garantia da Lei e da Ordem (GLO)” em Brasília. Com areação desfavorável ao decreto, Maia procurou a imprensa para desmentir o pronunciamentodo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que havia atribuído a ele o pedido de uso das tropasmilitares. Não foi ele quem solicitou a entrada das Forças Armadas, disse o deputado, o queele havia pedido era que viesse a Força Nacional “porque o ambiente lá fora estava um campode guerra’’, declarou. Em um raro momento de enfrentamento do governo, ainda criticou o

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decreto de Michel Temer que liberava a ocupação militar da Esplanada dos Ministérios até odia 31. ‘‘Isso é muito tempo’’, disse. A queixa não inibiu sua atuação no Congresso: com aretirada da oposição do plenário em protesto contra o malfadado decreto, ele aprovou setemedidas provisórias do governo em um piscar de olhos, enquanto o pau comia do lado de fora.O decreto foi anulado no dia seguinte pelo presidente.

Afeito a seguir à risca as determinações de Temer, o filho do polêmico ex-prefeito Cesar Maiapode vir a ocupar por 30 dias a Presidência da República em caso de renúncia ouimpeachment do próprio Temer. O ex-senador Saturnino Braga, contemporâneo do pai deRodrigo Maia nos tempos do PDT de Leonel Brizola, diz que ao parlamentar falta densidadepolítica para exercer a mais importante função do país, mesmo por apenas um mês. ‘‘Eledeveria estar consciente de que o papel dele é convocar novas eleições.”

O educado Maia, contudo, sabe agir como trator – até o momento em defesa dos interesses dogoverno. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) reclama, por exemplo, que a discussão daPEC das eleições diretas, que estava em debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),foi interrompida abruptamente por Maia. No dia seguinte à discussão (em 23 de maio), Maiaabriu o plenário com a ordem do dia, atropelando as tratativas da CCJ sobre o tema.

Para conseguir a aprovação do regime de urgência da proposta de reforma trabalhista, no mêspassado, Maia colocou a votação em pauta um dia depois de ela ter sido rejeitada. “Ele é cheiode artimanhas. Deixa, por exemplo, de fazer a reunião do Colégio de Líderes, pela qual sedefine a pauta, a fim de justamente dar o ritmo das votações. Nos últimos dois meses, atuoudessa forma pelo menos por duas semanas”, diz Glauber Braga, deputado federal do PSOL doRio de Janeiro. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) também se revoltou quando, sem oquórum necessário, Maia abriu o debate sobre a Medida Provisória 756 (MP 756), pela qualparques nacionais teriam sua área diminuída. Em discurso na Câmara, Molon disse que talação foi antirregimental e serviu como um chega pra lá na oposição, que tentava obstruir a MPque, para o parlamentar, visa “facilitar o desmatamento na região em que a Amazônia mais temsido desmatada”. Nesses momentos, lembra o estilo de Eduardo Cunha, com quem tambémcoincide no gosto por declarações polêmicas. “A Justiça do Trabalho nem deveria existir’’,disse ele em meio ao processo pela aprovação das reformas.

E Maia não pode negar que Cunha seja para ele uma inspiração. No dia da votação doimpeachment da então presidente Dilma Rousseff na Câmara, ele foi ao microfone, fixou osolhos no então presidente da Câmara e o homenageou. ‘‘Senhor presidente, o senhor entrapara a história hoje’’.

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Mas Maia tem o próprio clã, e ele é poderoso. Sua mulher, Patrícia Vasconcellos, é enteada doministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco,um dos assessores mais próximos de Temer. Moreira Franco foi governador do Rio entre 1987e 1991 pelo PMDB, mas não conseguiu eleger seu sucessor, Nelson Carneiro, derrotado porLeonel Brizola. Já seu pai, Cesar Maia, vereador do DEM, foi prefeito do Rio de Janeiro em trêsmandatos. Ambos estão longe de ser unanimidade entre os cariocas. No dia em que Maia ePatrícia se casaram, houve protesto fora da igreja no centro do Rio onde ocorreu a cerimônia.‘‘Não procriem’’, dizia um cartaz ofensivo erguido entre os manifestantes, como registrou aFolha de S.Paulo à época.

Maia – o filho – tem posições conservadoras. Declara-se contra a legalização do aborto, damaconha e do casamento de pessoas do mesmo sexo. Mas defendeu a audiência concedidapelo ministro da Educação, também filiado ao DEM, ao ator Alexandre Frota, que levoupropostas à pasta. ‘‘Não tenho nada contra ator pornô, muito menos contra Alexandre Frota’’,disse no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2016.

Sua carreira política tem um quê de incoerência. Em 2012, por exemplo, deixou que o pai,Cesar Maia, articulasse a candidatura dele à prefeitura do Rio. Maia pai então surpreendeutodo mundo ao procurar o antigo desafeto Anthony Garotinho, ex-governador do Rio, e acordarcom ele a candidatura de Rodrigo, tendo como vice a deputada federal Clarissa Garotinho, filhado ex-governador. A ideia aparentemente esdrúxula se revelou esdrúxula mesmo. A chapateve 3% dos votos válidos. À época, o então prefeito do Rio, Eduardo Paes, classificou aaliança de “bacanal eleitoral’’. Clarissa, por sua vez, disse que ter sido vice de Rodrigo nacandidatura foi o maior arrependimento de sua vida. “Quando o Rodrigo me procurou dizendoque queria disputar a eleição, eu perguntei a ele que razão eu teria para apoiá-lo. Ele me disse:‘Clarissa, nós precisamos derrotar o PMDB, que está fazendo muito mal ao Rio de Janeiro e,posteriormente, em 2014, apoiaremos o candidato de vocês’”, disse ela em entrevista ao jornalO Globo. Mas em 2014, Cesar Maia apoiou Luiz Fernando Pezão, do PMDB, ex-vice de SérgioCabral, na disputa pelo governo do estado.

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Entre a política e o mercado financeiroFoi Cesar Maia quem colocou o filho na carreira política ao indicá-lo para o primeiro cargopúblico como secretário de Governo do então prefeito Luiz Paulo Conde, em 1997 e 1998.Antes de ser secretário, ele atuava no mercado financeiro, trabalhando nos bancos BMG eIcatu, embora não tenha conseguido completar o curso de economia na Universidade CandidoMendes, no Rio. Eleito pela primeira vez deputado federal aos 28 anos, em 1998, pelo PFL-RJ (atual DEM),Maia tem ao todo cinco mandatos na Câmara Federal. Em tempos de Lava Jato, vale lembrarque ele foi vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, o Banco doEstado do Paraná, que investigou remessas ilegais para o exterior. Um clichê sintetiza a CPI:deu em pizza. Conhecido como “Botafogo” nas delações da Odebrecht, Maia está na chamada lista do Fachin– como é conhecido o rol de políticos que tiveram abertura de inquérito pedida pela PGR,determinada pelo STF. Em um dos inquéritos, Rodrigo e seu pai, Cesar Maia, estão entre ossuspeitos de receber propinas para aprovar leis favoráveis à Odebrecht. Claudio Melo Filho,um dos ex-diretores da empresa, disse que lhe pediu especial atenção à tramitação de umamedida provisória – a 613/2013 – que concede incentivos ao setor petroquímico. E disse queMaia lhe requisitou R$ 100 mil para pagamentos de dívidas de campanha para a prefeitura doRio em 2012. Já o pai era chamado de “Inca” ou “Déspota” na planilha de propinas daempresa, segundo Melo Filho e mais quatro delatores, que relataram ter pago R$ 400 mil paraa campanha de Cesar Maia ao Senado em 2010. No mesmo ano, houve um pedido de R$ 500mil para a campanha de Rodrigo Maia à Câmara. Ambos negam as acusações de propina,afirmando que se tratou de doações eleitorais. “Ele pode ser alvejado a qualquer momento poressas denúncias’’, diz Ivan Valente, afirmando que a Justiça pode impedi-lo de ser presidenteda República mesmo por um mês. Ele também é citado nas conversas grampeadas entre osenador Aécio Neves e o empresário Joesley Batista, presidente da holding J&F, exatamentequando se discute a aprovação da lei de anistia ao caixa 2. “O cara, cê tinha que mandar um,um… Cê tem ajudado esses caras pra caralho, tinha que mandar um recado pro Rodrigo,alguém seu, tem que votar essa merda de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tôassustando ele, entendeu, se falar coisa sua aí… forte”, diz Aécio a Joesley na gravação. Tido como interlocutor entre o governo e o mercado, os Maia e o sogro de Rodrigo, MoreiraFranco, são apontados como protagonistas da saída do comando do BNDES de Maria SílviaBastos Marques, que estaria dificultando o acesso ao financiamento do banco. Uma fonteligada à economista afirmou à Pública que Maia levou ao presidente Michel Temer areclamação de um grande empresário sobre a dificuldade de se fazer empréstimos com obanco de fomento. Muito da vida recente do país foi decidido à mesa de Maia, frequentada com assiduidade porTemer. No último dia 22, por exemplo, foi na residência oficial de Maia que o presidente tentoureunir a base do governo após as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O jantarpolítico reforçou a fama de que o anfitrião Maia exerce uma dupla função: a de presidente daCâmara Federal e a de líder do governo. E não são só os políticos que o frequentam. Maiagaba-se de ser próximo dos acionistas do Itaú e do setor bancário como um todo. Em eventorecente, discursando em nome da Câmara, deu um recado claro em meio à crise política: “ACâmara vai manter a defesa da agenda do mercado”, afirmou. O atual presidente da Câmara dos Deputados foi eleito no dia 2 de fevereiro, em primeiro turnocom apoio de um bloco parlamentar com 13 partidos, totalizando 358 deputados. Entre osintegrantes estavam PMDB, PSDB, PP, PR, PSD, PSB, DEM, PRB, PTN, PPS, PHS, PV ePTdoB. Maia já presidia a Câmara desde julho de 2016, em um mandato “tampão”, emsubstituição ao então deputado Eduardo Cunha, afastado do cargo pelo Supremo TribunalFederal (STF) e depois cassado pela Câmara. Investido de poder, angariou fãs. “Ele foi meu adversário na disputa da presidência da Câmara, e, mesmo tendo perdido, possodizer que ele tem cumprido bem a função. Ele é muito ligado ao mercado, mas nuncaescondeu isso de ninguém. Nesse ponto, mostra coerência”, diz o deputado federal RogérioRosso, do PSB. Para Pedro Cunha Lima, do PSDB, Maia tem sido criticado por dialogar muitocom a oposição. “Eu concordo parcialmente com quem reclama que ele conversa muito com a oposição. Foraisso, acho que ele tem feito de tudo para aprovar as reformas necessárias ao país”. Para odeputado Efraim Filho, do DEM, obviamente, a atuação de Maia na presidência da Câmara temsido irrepreensível. “Ele dialoga com a esquerda. Tanto que na sua eleição obteve votos deparlamentares do PDT e do PCdoB”. Professor da PUC do Rio, o cientista político Ricardo Ismael crê que ele chegou à presidênciada Câmara por influência de Moreira Franco. “Ele foi ajudado pelo sogro, mas pode ter seuprimeiro grande teste se a base do Temer rachar. Até agora ele foi blindado pela maioria afavor do governo na Câmara e pelo Colégio de Líderes, que toma as decisões maisimportantes. Vamos ver como irá se portar em mais situações-limite que vêm por aí.”

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Rodrigo Maia, o filho de Cesar: um perfil do sucessor de Temer

Para o ex-senador Saturnino Braga, Rodrigo Maia precisa ter muita desenvoltura e cuidadocom o que diz no atual momento político. O presidente da Câmara tem como certo vernizprogressista o fato de ter nascido no Chile, devido ao período de exílio político de seu painaquele país durante a ditadura militar brasileira. ‘‘Tudo que ele fizer agora vai influenciardemais o futuro político dele’’, prevê Saturnino. As respostas de MaiaA assessoria de imprensa de Rodrigo Maia enviou um texto em resposta à agência Pública. “Opresidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem procurado garantir a mais ampla participação socialem todos os debates da Casa. Foi na gestão do deputado que foi autorizada a reabertura dasgalerias da Casa, por meio da distribuição de senhas às lideranças dos partidos. Medidas decontrole no acesso aos espaços da Câmara são adotadas apenas quando os trabalhosparlamentares são comprometidos por eventuais excessos de alguns grupos. No gabinete dapresidência, o deputado Rodrigo Maia tem atendido a todas as demandas de audiênciassolicitadas por diversos grupos da sociedade como a UNE, representantes indígenas, só paracitar alguns”, destacou o texto da assessoria. Sobre ter colocado a votação da reforma trabalhista em pauta no dia seguinte da própriareforma ter sido rejeitada, foi evasivo: “A condução dessas votações também tem seguidoestritamente o Regimento Interno e a Constituição”. Maia não respondeu à crítica de alguns de seus colegas de que atuaria como líder de governoenquanto é presidente da Câmara. Sobre sua ligação com mercado, a assessoria afirmou: “Odeputado Rodrigo Maia sempre defendeu a aprovação das medidas econômicas, mesmo antesde ser eleito presidente da Câmara dos Deputados. Foi um dos poucos deputados da oposiçãoa votar a favor de medidas do ajuste fiscal proposto pela então presidente Dilma. A pautaeconômica, portanto, já era um tema defendido por ele e a discussão das propostas quebuscam o reequilíbrio fiscal do país, como as reformas trabalhista e da Previdência, além daproposta que definiu um teto para os gastos públicos estão sendo amplamente debatidas evotadas pelo Congresso e com apoio da maioria dos parlamentares”. Por fim, sobre o questionamento da votação da MP 756 sem ter havido debate com um quórumminimamente representativo, afirmou o seguinte: “O debate em relação a qualquer medidaprovisória pode ser iniciado sem quórum, como permite o regimento. No entanto, a votação sóé iniciada quando é atingido o quórum de 257 parlamentares presentes”.     *Brasil de Fato

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