Rocha_tm_camargo_1986_ Relações Entre Os Solos as Superfícies Geomórficas e a Geologia de Uma...

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  • EMERSON CARNEIRO CAMARGO

    RELAES ENTRE OS SOLOS AS SUPERFCIES GEOMRFICAS E A GEOLOGIA DE UMA REA NO MUNICPIO DE ARAPOTI-PR.

    Dissertao apresentada ao Curso de Ps-Graduao em Agronomia rea de Concentrao "Cincia do Solo" do Setor e Cincias Agr-rias da Universidade Federal do Paran, como requisito parcial obteno do grau de Mestre.

    CURITIBA 1986

  • : K I D M L f L Ly L * L L; W T --.'. - U M I V L" I S E T O R DE C I N C I A S A G R R I A S

    . C U R S O D E P S - G R A D U A O EM A G R O N O M I A - R E A D E C O N C E N T R A O C I N C I A D O S O L O

    P A R E C E R

    Os m e m b r o s da C o m i s s o E x a m i n a d o r a d e s i g n a d a p e l o Cole

    g i a d o d o C u r s o de P s - G r a d u a o em A g r o n o m i a - r e a de C o n c e n t r a -

    o " C i n c i a d o S o l o " , para r e a l i z a r a a r g u i o da D i s s e r t a o

    de M E S T R A D O a p r e s e n t a d o pelo c a n d i d a t o E M E R S O N C A R N E I R O C A M A R G O

    sob O t t u l o " R E L A E S E N T R E OS S O L O S , A S S U P E R F C I E S G E O M R F I -

    C A S E A G E O L O G I A D E UMA REA NO M U N I C P I O D E A R A P O T I - P R " , para

    o b t e n o d o g r a u d e M e s t r e em A g r o n o m i a - r e a de C o n c e n t r a o

    " C i n c i a d o S o l o " d o Setor de C i n c i a s A g r r i a s da U n i v e r s i d a d e

    F e d e r a l d o Paran, a p s h a v e r a n a l i s a d o o r e f e r i d o t r a b a l h o e

    a r g i d o o c a n d i d a t o , so de p a r e c e r p e l a A P R O V A O da D i s s e r t a -

    o, c o m p l e t a n d o a s s i m , os r e q u i s i t o s n e c e s s r i o s p a r a r e c e b e r

    o g r a u e o d i p l o m a de M e s t r e em A g r o n o m i a - r e a d e C o n c e n t r a -

    o " C i e n c i a d o S o l o " .

    O b s e r v a o : O c r i t r i o de a v a l i a o da D i s s e r t a o e D e f e s a da

    m e s m a a p e n a s A P R O V A D A ou N O A P R O V A D A .

    S e c r e t a r i a do C u r s o de P s - g r a d u a o em A g r o n o m i a - r e a

    de C o n c e n t r a o " C i n c i a do Solo", e m C u r i t i b a , 29 de d e z e m b r o

    de 1 . 9 8 6 .

    P r o f e s s o r /Tlelio O l y m p i o $aa R o c h a , Dr. P r e s i d e n t e

    J

    -

    P r o f e s s o r A r t h u r Santofe F i l h o , Dr. P r i m e i r o E x a m i n a d o ;

    . O

    P r o f e s s o r a Ana _Maria M u r a t o r i S e g u n d o E x a m i n a d o r

    O A

    C

    V v ^ H ^ r ^'V/ / , ^ < 1 "r -

    Trcf. miurCoA ul\ U VaAa cu.a Coordenador do CPGCS

    Mat.' 31M

  • minha esposa Hercilia.

    ii

  • AGRADECIMENTOS

    - Ao Prof. Dr. Helio Olympio da Rocha pela orienta o segura e objetiva na elaborao do trabalho.

    - Ao Prof. Dr. Deodato Miguel de Paula Souza cujos conselhos esclareceram pontos importantes para os objetivos deste trabalho.

    - Ao Prof. Dr. Arthur Santos Filho pelos esclare -cimentos dos problemas analticos de solos surgidos no decor rer do trabalho.

    - Ao Setor de Cincias Agrrias da Universidade Fe deral do Paran.

    - Ao BAMERINDUS S/A. Empreendimentos Florestais,na pessoa do Dr. Jos Pedro Matheus da Rocha, seu Diretor Tcni co, que possibilitou alojamento e veculo para locomoo na ra onde desenvolveu-se o trabalho.

    - Ao Prof. Jos Manoel dos Reis Neto, pela ajuda na descrio de lminas delgadas.

    - Roberto Falcone, Gelogo da Mineropar, pela ajuda na obteno das fotomicrografias.

    - Prof? Dra. Rosemary Dora Becker, pelas correes em algumas partes do texto.

    - Ao desenhista do Departamento de Geologia Oto Laurentino Rosa, pelos esmerados desenhos que acompanham es-te trabalho.

    iii

  • - s bibliotecrias Dulcinia Gomes Delattre e Eliane Maria Stroparo pelo auxlio com as referncias bi -bliogrficas, e por me permetirem livre acesso sesso de peridicos da Biblioteca do Setor de Tecnologia da Univer-sidade Federal do Paran.

    - A todas as demais pessoas que incentivaram e ajudaram na realizao deste trabalho.

    iv

  • BIOGRAFIA

    EMERSON CARNEIRO CAMARGO, filho de Jayro Camargo e Elza Carneiro Camargo, nasceu em Curitiba-Pr no dia 06 de agosto de 1953.

    Realizou seus estudos primrios no Grupo Escolar Presidente Pedrosa e Colgio Bom Jesus, e secundrios no Colgio Padre Jlio Saavedra e Colgio Estadual do Paran.

    Em 1973 iniciou o Curso de Geologia na Universidade Federal do Paran, graduando-se em-1976.

    Efetuou trabalhos de consultoria no setor de hidrogeologia , geologia econmica e geologia de engenharia no perodo de 1977 a 1979.

    Em 1977 ingressou na Universidade Federal do Paran como Pro-fessor Colaborador no Departamento de Geologia.

    Era 1980 foi aprovado em concurso pblico para Professor Auxi-liar de Ensino no Departamento de Geologia da Universidade Fe deral do Paran, ministrando as disciplinas Geologia I, Geo -logia Histrica e Geologia do Brasil.

    Em agosto de 1980 iniciou o Curso de Ps-Graduao em Agrono-mia na rea de concentrao Cincia do Solo na UFPr., conclu-indo os crditos exigidos em 1982.

    Atualmente Professor Assistente em regime de dedicao ex -elusiva do Departamento de Geologia da UFPr.

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  • S U M R I O PGINAS

    LISTA DE QUADROS .,,,,,,.,..,... IX LISTA DE FIGURAS ....... X RESUMO. X:

    1. INTRODUO,....,,.,,,.,,,,,.,,.,..,.., 01 2. REVISO BIBLIOGRFICA. 04 2.1 GEOLOGIA ,...,..,...... 04 2.1.1 GRUPO ITARAR,...,,,,,.,,.,,,.,..,.... 04 2.1.2 FORMAO SERRA GERAL.,.,.,..,.,...,.. 07 2.2 SOLOS E GEOMORFOLOGIA,.,,.,.,..,...... 10 2.3 SOLOS E GEOLOGIA 17

    3. MATERIAIS E METODOS....,,.,,., 20 3.1 MATERIAIS 20 3.1.1 A REA EM ESTUDO,,.,...,,,,... 20 3.1.1.1 LOCALIZAO E ACESSO,,,,,..,,..,...,.. 20 3.1.1.2 CLIMA . ,,.,,.,,.,.,,.., 23 3.1.1.3 GEOLOGIA E PETROGRAFIA, ..,,., 30 3.1.1.4 HIDROGRAFIA ..,.,,.,,.,.,.,.... 31 3.1.1.5 RELEVO ..,.,,..,..,.,,,.,. 31 3.1.1.6 SOLOS 33 3.1.1.7 VEGETAO, ,,.,,....,,..,,.. 35 3.2 MTODOS 36 3,2.1 MTODOS DE CAMPO ...,...,., 36 3.2.1.1 MAPEAMENTO GEOLGICO,,..,..., 36 3.2.1.2 DESCRIO DOS PERFIS E COLETA DE AMOS-

    TRAS DE SOLO 37

    vi

  • 3.2.2 Mtodos de laboratrio,,,.,.....,... 40 3.2.2.1 Anlise granulomtrica......, 40 3.2.2.2 Anlise qumica dos solos... 40 3.2.2.3 Anlise dos minerais componentes da

    frao areia,,......,,..,,......... 43 3.2.2.4 Anlise petrogrficas.,,,.,..,....., 43 3.2.2.5 Anlise qumica total das rochas.,,. 44 3.2.3 Cartografia..,,, ,,,,,.,...,.. 44 3.2.4 Classificao dos solos 45

    4. RESULTADOS E DISCUSSO..,.,,,,...... 46 4.1 Geologia e petrografia.,...,.,...... 46 4.2 Geomorfologia....................... 57 4.3 Solos 76 4.3.1 Caractersticas morfolgicas,..,.... 76 4.3.1.1 Solos com B latosslico.,.,.,....... 77 4.3.1.2. Solos com B t e x t u r a l . 78 4.3.1.3 Solos com B c m b i c o 8 2 4.3.1.4 Solos Litlicos-, ,,.,..,,. , 85 4.3.1.5 Descrio morfolgicas dos. perfis mo

    dais 86 4.3.2 Caractersticas granulomtricas..... 91 4.3.2.1 Solos com B latosslico..... 91 4.3.2.2 Solos com B textural ., 92 4.3.2.3 Solos com B cmbico................. 94 4.3.2.4 Solos Litlicos.... 95 4.3.3. Caractersticas qumicas t.,.,,.., 98 4.3.3.1 Solos com B latosslico,,.,,...,,.... 98 4.3.3.2 Solos com B t G X t U 3T cl 1 * t: * * * *. * * 99

    vii

  • 4.3.3.3 Solos can B Cambico, 102 4.3.3.4 Solos Litlicos ,..,,..... 104 4.3.4 Analise total..,..,.,. Ill 4.4 Relao entre solos as superfcies geomr-

    fica,s e a geologia 115

    5. CONCLUSES, . , ,,.,,....,,,,, , 132

    SUMMARY 133 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS, 134 ANEXOS ...,,...,.... 143

    viii

  • LISTA DE QUADROS Pagina

    QUADRO 1 - Caractersticas qumicas e granulomtricas das amostras de solo da rea 106

    QUADRO 2 - Anlise total de Fe., Al. e Mn. em amostras de solo 112

    QUADRO 3 - Anlise total de Fe, e Mn em amostras de Rocha 119

    ix

  • LISTA DE FIGURAS Pgina

    FIGURA 1 - Localizao da rea 21 FIGURA 2 - Localizao da rea em estudo na folha

    SG.22.D.II, escala 1/100.000 22 FIGURA 3 - Mapa de acesso rea.... 22 FIGURA 4 - Centros de ao sobre a rea em estudo... 24 FIGURA 5 - Sistemas de correntes perturbadas que afe

    tam o Estado do Paran 26 FIGURA 6 - Pluviograma Posto Fazenda Redomona 28 FIGURA 7 - Isoietas anuais do Estado do Paran...... 29 FIGURA 8 - Fotomicrografa do Arenito subarcosiano

    vermelho grosseiro mal selecionado 48 FIGURA 9 - Fotomicrografa do Arenito subarcosiano

    esbranquiado, regularmente selecionado.. 49 FIGURA 10- Fotomicrografia do Diabsio de textura

    sub-oftica fina 54 FIGURA 11- Fotomicrografa do Diabsio de textura

    sub-oftica mdia 55 FIGURA 12- Perfil demonstrando o empilhamento sub-

    horizontal das rochas sedimentares, a espessura e a inclinao do sill maior em sua parte central 58

    FIGURA 13- Perfil demonstrando o empilhamento' sub-horizontal das rochas sedimentares, e a menor espessura do sill maior 59

    FIGURA 14- Perfil demonstrando o empilhamento sub-horizontal das rochas sedimentares, a es-pessura e inclinao do sill menor 60

    FIGURA 15- Perfis topogrficos das sees A-0 e B-O, indicadas no mapa de superfcies geomr -

    V

  • ficas e pontos de amostragem 54 FIGURA 16- Perfis topogrficos das sees C-0 e 0-D ,

    indicadas no mapa de superfcies geomrfi -cas e ponto de amostragem 66

    FIGURA 17- Perfis topogrficos das sees 0-E e 0-F , indicada no mapa de superfcies geomrfi -cas e pontos de amostragem ... 68

    FIGURA 18- Perfis topogrficos das sees G-0 e H-0 , indicadas no mapa de superfcies geomrfi -cas, e pontos de amostragem. 70

    FIGURA 19- Perfis topogrficos das sees 1-0 e J-0 , indicadas no mapa de superfcies geomrfi -cas,dos pontos de amostragem 72

    FIGURA 20- Variao da relao silte/argila entre os perfis dos pontos modais dos solos amos -trados 97

    FIGURA 21- Variao da CTC em 10Og. de argila entre os perfis dos pontos modais dos solos amos trados .. 109

    FIGURA 22- Variao de reteno de ctions entre os perfis dos pontos modais dos solos amostra dos.. 110

    FIGURA 23- Variao das porcentagem de F e ^ ^ nos per fis dos pontos modais dos solos amostrados H 6

    FIGURA 24- Variao da porcentagem de MnO nos perfis dos pontos modais dos solos amostrados.... 117

    FIGURA 25- Variao da. porcentagem de Fe203 nas rochas da rea 122

    FIGURA 26- Variao da porcentagem de MnO nas rochas da rea 123

    x i

  • RESUMO

    Neste trabalho foram amostrados trinta e oito pontos em solos previamente conhecidos, situados em diferentes su-perfcies geomorficas e provenientes de distintos materiais de origem, em uma rea no municpio de Arapoti PR. A presen-te pesquisa objetivou, atravs do mapeamento geolgico deta-lhado, da identificao de superfcies geomorficas e do estudo da distribuio espacial dos solos nas mesmas, rela -cionar a disposio dos solos com as superfcies e a geolo -gia, bem como, verificar a influncia dos siXL existentes na rea, na distribuio dos solos. A geologia, as declividades e as unidades geomorficas locais, expressas em mapas com per fis, so apresentadas e discutidas, assim como as caracters; ticas morfolgicas, fsicas e qumicas dos solos, em cada ponto amostrado, e suas relaes com as superfcies geomrfi cas e material de origem. Aspectos da evoluo das superf -cies geomorficas e suas relaes com a geologia, e a carac -terizao da influncia dos sills de diabsio na distribui -o dos solos, tambm foram apresentadas e discutidas. Os fatores responsveis pela distribuio dos diferentes solos da rea, foram a estabilidade e o tipo de superfcie geomr-fica, caractersticas das rochas e as.feies tectnicas e intrusivas locais. 0 Latossolo Vermelho - Escuro encontra- se no pedimento alto 1, 5 e 8, superfcies mais antigas, que foram extremamente intemperizadas. A Terra Roxa^-Estruturada ocupa a superfcie do sill de diabsio e parte do pedimento alto 1, onde ocorre o sill de diabsio menor, reas que so -freram retrabalhamento. 0 Podzlico Vermelho-Escuro posicio-na-se no pediplano alto 1 e no pedimento alto 7, locais r e -baixados com menor intensidade devido a presena de diabsio, onde ocorrem processos deposicionais. O Podzlico Vermelho -Amarelo encontra-se em locais de deposies prximos ao La-tossolos (rampa suave 6 e 7) e no pediplano alto 2 e pedimen to alto 2, regies de pouca idade devido ao pouco tempo de atuao da eroso, onde ocorrem localmente coluvies. O Cam-bissolo e Solos Litlicos ocupam reas baixas (rampas suaves e rampas inclinadas), em locais de agradao de material pro vindo das cotas superiores ou locais de degradao recente das rochas, e ainda, posicionam-se em pontos de rejuvenesci-mento de algumas das outras unidades geomorficas.

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  • 1. INTRODUO

    Vrios sao os campos da pesquisa que se relacionam , e inmeros sao os experimentos cujos resultados dependem de conhecimentos multidisciplinares.

    Essa, interrelao mais estreita entre as cincias que estudam materiais gerados por uma sequncia de processos formadores. Isso se verifica claramente entre a Geologia e a Pedologia, pois a partir das rochas submetidas a intemperiza o que os processos pedogenticos determinam a formao dos solos.

    Alm do material original, as variaes externas do meio ambiente produzem reajustamentos nas caractersticas dos solos. Assim, a distribuio na paisagem e, as mudanas ambientais participam na gnese e desenvolvimento dos solos .

    Portanto, o conhecimento pormenorizado da litologia e das feies geomorfolgicas locais, contribuem para c entendimento da gnese e caractersticas dos solos.

    TRICART8 9 (1977), atenta para a importncia do es -tudo integrado do meio ambiente e afirma serem os trabalhos multidisciplinares e interdisciplinares, o mtodo mais acei-tavel pela cincia atual para esse fim.

    Em pesquisas anteriores, especficas sobre pedologia esse raciocnio j havia sido exposto, primeiramente po: BOULAINE21 (1956) e, posteriormente por diversos autores.

    Recentemente , muitos so os trabalhos que demons

  • 02

    tram ntido interesse em dimensionar e correlacionar a intera o entre a pedologia, a geologia e a geomorfologia. Interes-se que tem por finalidade, o levantamento detalhado de solos, a preservao destes nas reas estudadas e a orientao da utilizao adequada dos mesmos.

    Na rea enfocada pelo trabalho em apreo foram 8 8

    identificados por SOUZA et alii (1983), diferentes solos com caractersticas relacionadas situao na paisagem e va riao do meterial de origem.

    A geologia dessa rea era ainda desconhecida, a n -vel detalhado, havendo apenas sua representao no Mapa Geo-lgico do Estado do Paran, em escala 1:500.000, efetuados pe la MINEROPAR62( 1983 ) , onde foi configurada como constituda por rochas do Grupo Itarar com duas intruso mesozica. Por essa razo foi necessrio mape-la em detalhe, confeccionan -do-se um mapa geolgico em escala 1:10.000.

    A geomorfologia local obedece as linhas gerais da configurao regional do Segundo Planalto Paranaense, descri to em MAACK56(1981) . Porm, inexiste carta das unidades geo -morfolgicas dessa regio, razo pela qual elaborou-se vim mapa das unidades geomorfolgicas locais, tomando-se como base os estudos de BIGARELLAllet alii (1965) e MCGEE57(1897) .

    O presente trabalho objetiva, atravs do reconheci-mento geolgico detalhado, da identificao de superf -cies geomrficas e da distribuio espacial dos solos , estudar as relaes entre os solos as superfcies geomr-ficas e a geologia. Outro aspecto importante do traba -

  • 03

    lho a verificao da influncia dos sills existentes na rea, na distribuio dos solos, h finalidade da pesquisa a obteno de subsdios que possam dinamizar levanta-mentos de solos, bem como um melhor conhecimento sobre a pe-dognese e a morfognese em regies com caractersticas se -melhantes.

  • 2. REVISO BIBLIOGRAFICA

    Objetivando uma melhor exposio, a reviso bibliogr fica foi dividida em trs itens.

    No primeiro item esto os trabalhos referentes s uni dades litoestratigrficas que ocorrem na rea, com suas carac tersticas e divises.

    No segundo so apresentados aqueles relacionados com os solos e superfcies geomorficas, correlacionando o posicio-namento dos solos em feies geomrficas diferentes.

    No terceiro so analisados os estudos efetuados na correlao entre solos e materiais de origem,*

    2.1 Geologia Esse item foi dividido em dois sub-itens: Grupo Itara

    r e Formao Serra Geral.

    2.1.1 Grupo Itarar A primeira classificao estratigrfica das camadas

    litolgicas que englobam o Grupo Itarar, foi efetuada por WHITE97(1908) , quando no municpio de Lauro Mller (S.C.), sob a designao de Srie Tubaro descreveu camadas de rochas gon dunicas.

    OLIVEIRA68( 1916) , usou pela primeira vez o termo Srie Itarar para sedimentitos glaciais da Bacia do Paran, expos-tos na fronteira entre os Estados do Paran e So Paulo prxi

  • 05

    mos ao rio Itarar, o qual deu o nome a essa Srie.

    COLEMAN2 7( 1918 ) , sugeriu a ocorrncia de uma glaciao pretrita do tipo continental no Brasil, em observaes fei -tas nos sedimentos glaciais da regio sul, sugesto corrobora da por WASHBUKNE9 5(1930), quando assinalou a existncia de ro-chas glaciais vrvicas no Brasil.

    Posteriormente, foram efetuadas muitas descobertas de rochas glaciais na Bacia do Paran, alm de vrios estudos sobre estas rochas. Destacam-se os trabalhos de LEINZ 46(1937) , ALMEIDA (1945), MAACK s ( 19 4 6 ) , GORDON JR.*10 (1947) , ALMEIDA & BARBOSA011 -(1949) , ALMEIDA05 (1954) , BARBOSA & GOMES08(1958) , MENDES60 (19 6 3), LOCZY3(1964) , SALAMUNI82et alii (1966) e ROCHA CAMPOS77 (1967) .

    A individualizao do Grupo Itarar, sua diviso e nomeao como unidade lito estratigrfica, foi muito discutidae inmeros foram os trabalhos que trataram desse assunto.

    WHITI?7(1908) na seo clssica de Santa Catarina deno minou os tilitos do Grupo Itarar de Conglomerado Orleans,que ocuparia a base da denominada Srie Tubaro.

    GORDON JR.h0 (1947) , adotou somente para a poro meri-dional da Bacia do Paran a diviso da "Srie" Tubaro em duas unidades: Grupo Itarar e Grupo Guat. Isso, devido as facilidades de separao dessas unidades, visto apresentarem os sedimentitos glaciais do Itarar, desde o centro do Estado do Paran at o Estado do Rio Grande do Sul, espessuras delga das. A partir desse trabalho a unidade Tubaro passou para a categoria de Grupo, sendo abandonado o termo cronoestrati -grfico Srie.

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    L0CZY53(1964) , manteve as designaes Itarar e Guat, introduzindo-lhes novas subdivises. O Itarar foi dividido em: Fcies 'Glaciais Continental Inferior, Formao Passinhoe Fcies Glaciais Continental Superior.

    Recentemente, em trabalhos que envolveram a reviso de toda a estratigrafia da Bacia do Paran, a sucesso neopa leozica do Carbonfero Superior - Permiano Mdio a que per tence o Grupo Itarar foi apresentada de maneira diferente pelos autores mencionados a seguir.

    SCHNEIDE!?5et alii (1974) , denominaram a unidade Tuba ro de Supergrupo Tubaro dividindo-o em Grupo Itarar e Grupo Guat. Propuseram tambm, a compartimentao do Grupo Itarar em' quatro formaes : Campo do Tenente, Aquidauana, Ma-fra e Rio do Sul.

    PETRI FULFARO70(19 8 3)., configuraram o Grupo Tubaro constitudo pelo Subgrupo Itarar, Subgrupo Aquidauana e Sub grupo Guat, comentando que as tentativas de diviso do Gru-po Tubaro em formaes esbarram sempre em heterogeneidades e rpidas passagens laterais de litologias.

    A constituio litolgica da unidade Itarar segun do SCHNEIDER85et alii (1974), diamictitos, arenitos de colora o e granulometria variadas, ritmitos, argilitos vermelho -amarelados e folhelhos vrvicos, compondo as diversas forma-es do Grupo Itarar. PETRI & FLFARO70 (1983) , citaram como litologias do Subgrupo Itarar diamictitos, arenitos de v -rias cores e granulometrias, arcsios, arenitos feldspticos, folhelhos, siltitos, ritmitos e conglomerados. Esses autores

  • 07

    citaram, ainda, inmeras estruturas primarias e secundrias , comuns principalmente, nos pelitos e psamitos do Itarar.

    Com relao aos ambientes que presidiram a deposio dos sedimentos do Subgrupo Itarar, foram muito complexos, in teragindo ambientes glaciais, fluvio e lacustre-glaciais,del-taicos e marinhos (PETRI & FLFARO70,1983). Essa complexidade pode ser verificada no trabalho de SOARES87 et alii (1977),on de reconheceram quatro associaes litolgicas distintas re -presentando vrios subambientes e, processos dinmicos de ero so-deposio, que se sucederam vertical e horizontalmente.

    2.1.2 Formao Serra Geral WHITE97(1908), citado por MENDES & PETRI6 (1971),reu

    niu sob a designao de Srie So Bento: a) Camadas Rio do Rasto, b) Arenitos So Bento e c) Eruptivas da Serra Geral. O local dessa designao foi o perfil Lauro Mller - Serra Ge -ral (S.C.)

    ;> Anteriormente, GONZAGA DE CAMPOS3 9 (1889), denominou

    de Botucatu, nos arredores da cidade de Botucatu (S.P.), os Arenitos So Bento. Por essa razo foi abandonada a denomina-o proposta por WHITE9 \(1908).

    WHASHBURN9 5 (1930) , nomeou de Arenito Caiu, uma. uni-dade situada estratigraficamente acima dos derrames baslticos-no Estado de So Paulo. No Estado do Paran, essa unida,de foi reconhecida por MAACK5"* (1941) .

    A Srie So Bento foi novamente dividida, por GORDON JR1*0 (1947) ,que levou em considerao os trabalhos acima . "'"WHITE, I.C. Relatrio sobre as Coal Measures e rochas associadas do

    Sul do Brasil in: COMISSO DOS ESTUDOS DAS MINAS DE CAWO DE PEDRA. DO BRASIL. Relatrio final . Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1908. Parte I. p. 1-300. Citado por MENDES,J.C.&PETRI,S. Geologia do Bra -sil. Rio de Janeiro, Inst. Nac. do Livro, 1971. 197p.

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    citados, compartimentando essa unidade em: Formao Santa Ma ria, Arenito Botucatu, Formao Serra Geral e Arenito Caiu.

    Posteriormente, a Srie So Bento foi muito estudada e suas unidades foram reinterpretadas. Entre esses estudos destacam-se: ALMEIDA & BARBOSA05(1953) , BIGARELLA & SALAMUNI1 5

    (1959). SANFORD & LANGE 8\1960) , MENDES 59(1961) , SOARES(1973), SCHNEIDER8%t alii (1974).

    Dentre esses, SOARES86'(1973) , prope para o mesozico da Bacia do Paran no Estado de So Paulo a diviso do Grupo So Bento em: Formao Pirambia, Formao Serra Geral e For mao Bauru. SCHNEIDER85(19 7 4), compartimenta o Grupo So Ben to em trs formaes: Botucatu, Serra Geral e Caiu, aplican do essa compartimentao para toda a Bacia do Paran, exceto no Rio Grande do Sul.

    A Formao Serra Geral, originalmente foi descrita por DERBY30(1878) , com o nome de "Paran Trapp" tendo por lo-calidade-tipo a Serra da Esperana, na estrada para Guarapua va (PR) .

    Compreende os derrames , lava basltica de material toletico, com intercalaes arenosas, segundo BRITO (1979).

    Relacionados ainda aos derrames da Formao Serra Ge ral esto os numerosos diques e sills de diabsio, de textu-ra of tica, freqentemente intrusivos, no s nas rochas se-dimentares gondunicas, como tambm nas rochas do embasamen-to (MONACO63et alii, 1974).

    A espessura mxima dos derrames baslticos de 1.529nv segundo SCHNEIDER8et alii (1974), tendo como base perfuraes

  • 09

    da Petrobrs na localidade de Presidente Epitcio (S.P.).

    Os diques e sills da Formao Serra Geral, foram estudados em vrios locais da Bacia do Paran, dado seu gran de nmero e por constituirem elementos controladores do re-levo e da estratigrafia.

    LEINZ (1949) fez inmeras consideraes sobre os derrames e intrusivas da Formao Serra Geral, fornecendo indcios de separao entre as intruses concordantes e esse derrames.

    Caractersticas zonais, como estruturas amigdalo: dais ou vesiculares, prprias da parte superior de derrames e. sills'foram descritas por RUEGGVANDOROS 7 9(1965) , ASMUS' (1965), WERNICK & LANDIM96(1966 ) e FLFAR036 (1970).

    MARINI^et alii (1967) relacionaram o enxame de diques bsicos, que ocorre no Estado do Paran, com a por -o central do arco de Ponta Grossa, evidenciando a ntima relao dessas intruses com o referido arco.

    86

    SOARES (1973) discutiu a importancia dos sills na estratigrafia das unidades gondunicas mesozicas, caracte-rizando alguns sills no Estado de So Paulo e, considerando suas relaes com as encaixantes.

    93

    VASQUES (1979) estudou os aspectos qumicos mine-ralgicos e texturais do sill bsico de Cerquilhos (S.P.) , intrusivo em rochas do Grupo Tubaro. Abordou, tambm, as caractersticas estruturais desse corpo intrusivo.

    Com relao s caractersticas ambientais, na oca sio das extruses e intruses bsicas da Formao Serra

  • 10

    Geral, perduravam condies desrticas. Esse fato atestado, segundo SCHNEIDER85et alii (1974) , pela presena de inmeros corpos arenosos de origem elica na parte basal da formao.

    Os derrames da Formao Serra Geral segundo ALMEIDA03

    (1981), resultaram de intenso vulcanismo de fissura, relacio nado aos fraturamentos e falhamentos gerados pela grande ele vao do Arco de Ponta Grossa no Mesozico. Esse autor, ain-da relacionou, iam condicionamento do arco anteriormente cita do, com estruturas pr-silurianas e, citou serem os diques mesozicos os antigos canais alimentadores dos derrames.

    2.2 Solos e geomorfologia A importncia do estudo e conceituao das superf-

    cies geomorficas, ressaltada por vrios autores, por estar relacionada intimamente com as caractersticas e distribui -o dos solos na paisagem.

    2 1 ~

    BOULAINE (1956) verificou essas relaes quando es-tudou os solos do Vale Chelif na Algria, e fez observaes sobre a utilizao recproca de mtodos geomorfolgicos, geo lgicos e pedolgicos para melhor entendimento da pedognese e confeco de mapas.

    RUHE?0 (1960) observou a relaao solos e superfcies geomorficas, na distribuio dos solos entre uma declividade aluvial e uma crista, verificando as diferenas entre os so-los. Essas diferenas, foram explicadas devido as condies de drenagem, transporte diferencial de material erodido,tipo

  • 11

    de material subjacente e lixiviao, transporte e redeposi -

    o de solveis.

    Baseando-se no critrio de correlacionar estrutura

    com relao silte/argila e porcentagem de minerais intemperi.

    zados de solos provindos de materiais de diferentes idades , - 9 2

    dispostos em nveis topogrficos diferentes, VAN WAMBEKE

    (1962) estabeleceu padres para a distino de solos equato-

    riais e tropicais na frica. Verificou tambm, que os solos

    velhos ocupavam as reas elevadas que subsistiram a ciclos

    erosivos antigos e, que os solos novos posicionavam-se nas

    encostas mais novas. A situao inversa foi observada em su-

    perfcies erosivas suaves, e explicada como produto da reti-

    rada de solo das partes altas, propiciando um espessamento

    dos solos situados nas partes baixas.

    RUTTEN8 et alii (1963) em estudos pedolgicos de um

    permetro irrigado na regio baixa do Rhne - Languedoc, di

    tinguiram cinco superfcies quaternrias com solos vermelhos

    mediterrneos, cujas caractersticas, segundo esses autores,

    eram condicionadas pela idade das superfcies citadas e pe -

    los processos que presidiram a deposio do material de co-

    bertura. CURTIS28 et alii (1965) recomendam a descrio porme

    norizada do relevo em estudos de solos no campo e indicam co mo necessrio para tal, alm das informaes sobre a paisa -gem, o levantamento das formas de relevo, da superfcie em planta e em perfis, bem como a obteno de dados sobre o mi-cro-relevo das superfcies, suas altitudes em relao ao n-vel do mar e relao entre o relevo local e regional.

  • 12

    TRI CART'' & MICHEL9 (1965a) e TR IC ART. & MICHEL 9 1 (1965b) enfatizaram as relaes entre morfognese e pedognese, par-ticularizando a distribuio dos solos devido a evoluo mor fogentica, em dois aspectos do relevo: o plat e velhos pe-dimentos de um lado e as formas de acumulao de outro. No plato e velhos pedimentos encontraram solos antigos trunca -dos e solos recentes e, nas formas de acumulao verificaram antigas dunas e terraos sempre apresentando paleossolos.

    PEARSONS69et alii (1968) em estudos realizados em Aqualfs, Albolls, and Xerolls do Oregon que eram considera -

    das uma catena de solos, observaram nesses solos que seus

    horizontes principais no eram coextensivos mas deposicionais

    com feies que cruzavam descontinuidades, alm de diferen -

    as de espessuras e teores de carbono, ferro e mangans nos i

    horizontes A^, caractersticas que foram consideradas no s

    resultantes da evoluo pedogentica, mas tambm relaciona -

    das a processos eluviais devido a feies geomorfolgicas lo

    cais.

    QUEIROZ NETO & MODENESI7 3 ( 1969) a partir de dados levantados na regio It-Salto (S.P.), definiram duas situa-es diversas para a pedognese em funo da posio ocupada no relevo: nos topos das superfcies o material remanescente teria sofrido aditivamente os efeitos das varias fases de alternncia paleoclimtica alterando-se profundamente, geran do por pedognese aditiva paleossolos relictos, nas verten-tes, cada perodo erosivo e deposicional seria sucedido por uma fase de pedognese, que seria sucessiva, e nos perfis apareceriam testemunhos de paleossolos fsseis.

  • 13 DANIELS29 et alii (1971) discutiram as relaes entre

    idade e tipo de superfcies geomrficas e solos, esse traba -

    lho demonstrou que estudos sobre gnese de solos baseados em

    anlises e consideraes convencionados dos fatores de forma-

    o de solos so aprimoradas quando informaes sobre geomor-

    fologia e estratigrafia so adicionados a esses estudos.

    RANZANI75 et alii (1972) estudaram concrees ferru -

    ginosas e paleossolos preservados em uma superfcie de cimei-

    ra no planalto ocidental de So Paulo. Aps anlise das carac

    tersticas morfolgicas e pedolgicas dessa rea concluiram

    que a preservao dos paleossolos, concrees ferruginosas e

    superfcie de pediplanizao deriva-se a um seccionamento do

    conjunto topogrfico e hidrogrfico regional.

    0 condicionamento da repartio e espessura das for maes superficiais e, indiretamente da pedognese pela topo-grafia, foi verificado por GURY & DUCHAUFOURV1 (1972) quando estudaram solos formados a partir de calcrios no plat de Lorraine (Fr.).

    QUEIROZ NETO 73 et al-i (.1973) propuseram uma cronolo gia da alterao dos perfis de solo, atravs da interpretao do grau de alterao, espessura diferenciao dos horizon -tes desses perfis. 0 estudo realizado, possibilitou mostrar a estreita relao desses perfis de solo aos diversos elementos da paisagem regional. Essa evidncia, possibilitou aos autores citarem os perfis de solo analisados, como testemunhos da evo luo da paisagem regional.

    KLAMT,t5 (1973) relacionou solos e paisagem na Depres-so Central do Sul do Brasil, observando que o estudo da com-

  • 14

    plexa distribuio dos solos, a intrincada seqlncia estrati

    grfica de sedimentos quaternrios sobrepostos a rochas pr-

    Cambrianas e gondunicas, os processos do desenvolvimento da

    paisagem e as diferenas das superfcies geomrficas locais,

    possibilitaram melhor identificao das unidades geomrficas

    e a ntima relao dos solos e essas Unidades na rea.

    Em estudos de solos gerados a partir de lavas bsi -

    cas, posicionados em uma superfcie geomrfica de idade Pieis

    tocnica, BEINROTH09 et alii (1974), decreveram a ocorrncia

    e distribuio de diferentes solos nos diferentes nveis da

    referida superfcie geomrfica.

    DIAS FERREIRA & QUEIRS NETO31(1974) em pesquisas

    efetuadas sobre as formaes superficiais na regio da Serra

    do Limoeiro (S.P.), configuraram uma interpretao em termos

    de cronologia de alterao, relacionada posio e caracte-

    rsticas morfolgicas e analticas dos perfis de solos cor. ^

    respondentes.

    AZOLIN07(1975) concluiu que o reconhecimento das di-

    ferentes superfcies geomrficas e seu relacionamento com

    materiais de origem distintos so fatores essenciais a serem

    considerados no estudo das caractersticas e distribuio dos

    solos.

    LEPSCH1*9 (1975) estudou as relaes entre solos e pai sagem verificando muitas variaes nos solos, que foram cor-relacionadas diferenas de material de origem, declividade e posicionamento na paisagem. Assim, atravs da geomorfolo -gia obteve concluses sobre a morfologia e gnese dos solos estudados.

  • 15

    BLANCANEAUX & POUYLLAU 1 9 (1977) desenvolveram estu -

    dos na Venezuela, e propuseram conceitos geomorfolgicos mo-

    dificados, cujo sistema foi dividido em duas categorias coro

    grficas superiores: Provncias e Regies fisiogrficas; e

    trs categorias especificamente taxionmicas: paisagem, rele

    vo e formas de terreno. A aplicao deste sistema, no sul da

    Venezuela, facilitou os levantamentos geomorfo-pedolgicos e

    a harmonizao dos conceitos geomorfolgicos.

    BLANCANEAUX 2 0 et alii (1978) efetuaram um estudo si

    multneo de pedologa e geomorfologia na Venezuela, aplican-

    do o sistema proposto por BLANCANEAUX & POUYLLAU (1977),ob

    tendo associaes entre as unidades geomorfolgicas e pedol

    gicas.

    LIMA 51 (1979) - Objetivando a caracterizao dos so

    los e o estudo do relacionamento das caractersticas pedol-

    gicas com a posio que os mesmos ocupam na paisagem, pesqui

    sou os caracteres morfolgicos, granulometricos, qumicos,mi.

    neralgicos da frao argila e os xidos de Fe, Al e Mn de

    quatro perfis de solos derivados de rochas bsicas no sudoes

    te do Estado do Paran.

    LIMA52 (1979) - estudou as caractersticas pedolgi-

    cas e a sua evoluo e as relaes entre os solos e a posi -

    o que ocupam na paisagem em solos derivados de eruptivas

    bsicas do Terceiro Planalto Paranaense.

    ROCHA 7 8 (1981) tomou como base os estudos de BIGA -RELLA1 2 (1954 , 1975), BIGARELLA & SALAMUNI.1 5 (1959 , 1962) BIGA RELLA18et alii (1961), sobre a Bacia de Curitiba e realizou

  • 16

    um trabalho objetivando a caracterizao morfolgica e anal

    tica dos solos desenvolvidos a partir de diferentes materiais

    de origem com a finalidade de contribuir para o conhecimento

    da gnese, estado de intemperismo e classificao destes,na

    referida Bacia. Objetivou tambm,o estudo das relaes en -

    tre as unidades geomorfolgicas e a distribuio de diferen-

    tes grupos de solos.

    SOUZA88 et alii (1983), tendo como finalidade propor

    cionar diretrizes bsicas de ao capazes de orientar a uti-

    lizao de terras no municpio de Arapoti, desenvolveram tra

    balhos'de levantamento do meio fsico, capacidade de uso das

    terras e caracterizao de unidades de manejo em trs reas

    do citado municpio. Neste trabalho teceram consideraes so

    bre o posicionamento dos solos na paisagem. .

    Uma caracterizao de unidade fisiogrfica tendo co-

    mo base a interpretao de dados qumicos de solos foi elabo

    rada por ESWARAN & SYS(1976) , quando em estudos realizados

    na Malasia, estabeleceu a gnese de alguns solos dispostos em

    diferentes nveis topogrficos de uma mesma topo seqlncia .

  • 17

    2.3 Solos e geologia

    As relaes entre material de origem e as caracte-

    rsticas e distribuio dos solos foram estudadas por diver-

    sos autores (CADY23(1950 ) , CLINE25(1953 ) , PLASTER & SHERWOOD72

    (1973), GAMBLE & DANIELS38(1974 ) ) .

    No Brasil essas relaes foram constatadas durante

    os levantamentos de reconhecimento dos solos em vrias regi-

    es. No Estado do Paran, a influncia dos diferentes mate -

    riais geolgicos nas caractersticas dos solos foi evidencia

    da pela Embrapa33(1984 ) .

    Outros autores estudaram essas relaes, em diver-

    sos locais do pas, trabalhando sobre vrias litologias.

    BENNEMA10et alii (1959) em estudos sobre os latosso

    los no Brasil, verificou que grande parte dos latossolos bra

    sileiros so derivados de materiais que foram erodidos e re

    depositados.

    KLAMTlt'i(1969) ponderou sobre o desenvolvimento de

    solos por misturas de basaltos e arenitos na regio de Ibiru

    ba (R.S.).

    Acreses de material arenoso a sedimentos provin-

    dos de basaltos, gerando solos argilosos so-evidenciados por

    COGO26( 1972) , no municpio de Alegrete (R.S.).

    KLAMT45(1973) analisou a distribuio de solos nas proximidades de Pantano-Grande, Depresso Central do Rio Grande do Sul, e relacionou esta distribuio com a ocorrn-cia de diferentes formaes geolgicas, assinalando que algu

  • 18

    mas variaes entre eles possa ter resultado tambm, de va-

    riaes nas condies ambientais.

    Objetivando o estudo da gnese da formao superfi

    ciai arenizada, a evoluo geoqumica e mineralgica do gra

    nito de It, no Estado de So Paulo, CERRI214 (1974) , estabe -

    leceu importantes relaes entre a arenizao de clima tro-

    pical e zonas temperadas e, caracterizou o comportamento dos

    minerais primrios e secundrios da rocha sob o ponto de vi

    ta da evoluo mineralgica .

    Atravs do estudo de caractersticas morfolgicas,

    fsicas, qumicas e mineralgicas, AZOLIN07 (1975) , relacinou

    o estgio de desenvolvimento e a distribuio de solos em

    relao s superfcies geomrficas e o material de origem a

    sudeste do Rio Grande do Sul.

    SANTOS FILH084(1977 ) estudou a gnese de alguns so -

    los representativos do Estado do Paran, visando estabele -

    cer critrios mineralgicos para sua classificao e uma

    avaliao provisria da fertilidade destes, abordou caracte

    rsticas de seus materiais de origem que relacionou com pro

    priedades qumicas dos solos estudados.

    LIMA 51 (1979), realizou. - estudos em solos deriva i

    dos de rochas bsicas e associou caractersticas dos ma -teriais de origem aos solos pesquisados.

    ROCHA78(1981) em estudos realizados no Primeiro Pla

    nalto Paranaense, na regio de Curitiba, amostrou os sedi-

  • 19

    mentos da Formao Guabirotuba e os relacionou com os solos

    a que deram origem. Relacinou tambm, a geomorfologia com

    a disposio das rochas em perfis confeccionados no Cangui-

    ri e em Umbar, tendo como base o mapa geolgico de FUCK35et

    alii (1967).

  • 3. MATERIAIS E METODOS

    3.1 Materiais

    3.1.1 A rea on estudo

    3.1.1.1 localizao e acesso

    0 local onde .se-desei

    nicpio de Arapoti no Segundo Planalto do Estado do Paran, entre as coordenadas UTM N = 7.324.000 e N = 7.328.000, E = 598.000 e E = 601.250, na localidade de Serraria Velha. O cen

    tro da rea est no cruzamento entre o paralelo 24 10' 20" de

    latitude Sul e o meridiano 50 01' 00" de longitude Oeste de

    Greenwich. (Fig. 1). Compreende uma superfcie aproximada de 2

    14,3 km e situa-se a nordeste da folha SG - 22 - D - II ,

    de escala 1:100.000, editada pela Fundao IBGE - Instituto

    Brasileiro de Geografia (19 76). Na figura 2, pode-se _ob-

    servar a localizao da rea em estudo dentro da folha

    SG - 22 - D - II. O acesso com a sede municipal feito atravs da

    PR - 239 e de estrada secundria, perfazendo 22 km de distncia, a partir do sul da area. Sua poro nordes-te cortada por estradas secundrias, assim como, sua por o central no sentido NW-SE. Existem, ainda, caminhos na poro norte que facilitam seu palmilhamento.

    Outra forma de acesso atravs da PR-090 a partir de

  • FIGURA 01: Localizao da rea. Fonte: Modificado de E. NIMER (1977).

    rea em estudo ampliada (14,3km2 )

    .... --. .. ---- I~"" ---------,--------,)

    o N .,

    o ;;

    ......... '._\ \ ,

    ~,.-L-"--"--"-~1-L--.c--

  • FIGURA 02: Localizao da rea em estudo na folha SG 22 O' I i. Escala 1/100.000 22

    @CURIVA

    NO

    SO SE

    '---------------'--------------' 2430' 15' 5000'

    FIGURA 03: Mapa de acesso a rea. Fonte: Modificado da folha SG 22 O . 11, Fundao IBGE.

    Escala 1/100.000

    o '. '-_____ -cgL -'._------'

    __ =~ .. ~fa"I:! ___ . __________ ~ __ l ... tt d=:r . ___ ..-~_1 .

  • 23

    Pirai do Sul, percorrendo-se 40 km at seu entroncamento com a PR-239, 20 km pela PR-239 e 2 km por estrada secundria,per fazendo um total de 62 km.

    Estes acessos podem ser visualizados na figura 3.

    Os caminhos e estradas que cortam a rea em estudo so transitveis durante o ano todo, visto serem muito utili-zados e apresentarem boa conservao.

    3.1.1.2 Clima

    A rea em estudo est sob influncia do anticiclone

    migratrio polar, do anticiclone do Atlntico e da depresso

    do Chaco. (Fig. 4).

    O anticiclone migratrio polar desloca-se das latitu-des subpolares em direo ao equador, gerando as massas pola-res Atlntica e Pacfica, devido a diviso em dois ramos ^da massa polar, quando esta encontra a cordilheira andina.

    Mesmo sendo a massa polar Atlntica a que mais parti-cipa da circulao regional, a massa polar Pacfica, quando em avano na vertente ocidental dos Andes, encontra oposio na massa tropical Pacfica, desvia-se, estabelecendo um fluxo dirigido do SW para NE que, conseguindo transpor a cordilhei-ra, vem reforar a massa polar Atlntica. (BERNARDES11 et alii. 1978).

    O anticiclone Atlntico, semifixo no Atlntico Sul a

    nordeste na altura do trpico de Capricrnio,constitue a massa

  • FI~4- Centros de ao sobre a rea em estudo FONTE - Modificado de. E.NIMER (1977).

    24

  • 25

    tropical martima atlntica que durante todo ano produz ven -

    tos que progridem em direo ao interior do Estado do Paran.

    A depresso do Chaco constitue uma zona depression-

    ria para onde convergem os ventos da massa polar e da massa

    tropical atlntica. Situa-se nos limites Brasil-Bolvia, ge -

    rando tempo instvel e chuvoso, influenciando marcadamente o

    territrio paranaense.

    Alm desses centros de ao,, participam no quadro da

    circulao atmosfrica da Regio Sul, as altas tropicais e

    as correntes de circulao perturbadas.

    As altas tropicais so originadas nas latitudes bai xas do Brasil e esto representadas na figura 4. Existem con-trovrsias, quanto a estarem relacionadas ao anticiclone do Atlntico ou massa equatorial continental. So massas de ar tropical, muito mveis que movimentam cons.igo correntes per -turbadas.

    Segundo NIMER66(1977) , as altas tropicais invadem o

    Estado do Paran, vindas de NW, em meados da primavera e mea-

    dos de outono.

    As correntes de circulao perturbadas so geradas por encontro de duas massas de ar. Entre essas massas de ar ocorre sempre uma zona para onde os ventos convergem produzin do tempo instvel e chuvoso.

    Das correntes perturbadas, afetam o Estado do Paran,

    as provindas do Sul e Oeste (Fig. 5).

    A ao conjunta desses centros de ao possibilitam

    uma distribuio uniforme das chuvas na Regio Sul do Brasil,

  • FIGURA 05: Sistemas de correntes perturbadas que afetam o Estado do Paran. Fonte: Modificado de E. NIMER (1977).

    27~

  • 27

    tornando-a uma regio mida.

    No municpio de Arapoti, existem 4 postos pluviom -

    trieos pertencentes a Superintendncia dos Recursos Hdricos

    e Meio Ambiente (SUREHMA). Destes, o mais prximo regio

    estudada o posto da Fazenda Redomona, cujos ndices pluvio-

    mtricos de julho/85 a maio/86 esto representados na Fig. 6.

    Observando o pluviograma da figura 6 pode-se notar

    que o perodo de vero compreendido pelos meses de dezembro ,

    janeiro e fevereiro, apresenta o. maior ndice pluviomtrico

    contnuo. Verifica-se, tambm, que os menores ndices pluvio-

    mtricos ocorrem durante o inverno nos meses de junho, julho

    e agosto.

    Quanto ao pico pluviomtrico atpico no ms de maio, reflexo das variaes no comportamento das frentes polares e dos ventos tropicais.

    Atravs dos dados que podem ser extrados do mapa de

    isoietas (Fig. 7), e da observao superficial dos dados plu-

    viomtricos, no espao de 1 ano, colhidos na rea conclu-se

    ser o clima super-mido com ndices pluviomtricos entre 1.30Qnn

    a 1.400mm/ano.

    Com respeito ao regime trmico da rea, percebe-se

    com base nas Cartas de Temperaturas Mdias Anuais, Cartas de

    Mnimas Absolutas e Mximas Absolutas do I AP AR1'2 ( 19 7 8 ) , enqua-

    drar-se em clima sub-tropical mesotrmico sem seca.

    Contudo, essas caractersticas climticas variaram no

    passado, pois segunfo BIGARELLA12(1954) e. BIGARELLA1"et alii

    (1965) durante o Pleistoceno extensas reas do Estado do Para

    n foram sujeitas a clima rido a semi-rido,

  • mm

    280

    260

    24Q

    220

    200

    180

    160

    140

    120

    100

    ao

    60

    40

    20

    o

    53,0 54,0

    34,8

    18,0

    JUN JUL AGO SET

    1985

    Figura 06: PLUVIOGRAMA POSTO FAZENDA REDOMONA Dados fornecidos pela SUREHMA (1986l. Municpio: ARAPOTI' PR Latitude: 2433' Longitude: 5003' Altitude: 950m

    162,2

    152,0 151,0

    55,0

    OUT NOV DEZ JAN

    216,3

    92,0

    FEV MAR 1986

    77,0

    ABR

    264 o

    MAl

    N (Xl

  • FIGURA 07: Isoietas anuais do Estado do Paran. Fonte: Modificado de IAPAR (1978).

    N

    o 50km ~ i

    N 1.0

    I

  • 30

    3.1.1.3 Geologia e Petrografia As rochas existentes no stio estudado, constituem

    duas unidades litoestratigrficas distintas : Grupo Itarar e

    Formao Serra Geral.

    - Grupo Itarar

    O Grupo Itarar compreende rochas sedimentares clas_

    ticas e pequena porcentagem de rochas sedimentares qumicas

    de idade permo-carbonfera.

    No local estudado, apresenta-se constituido por

    diamictitos,arenitos e argilitos laminados amarelados.

    Neste trabalho no houve a preocupao em fazer a correspondncia das litologias,acima citadas, com as divi -ses em formaes do Grupo Itarar. Tal fato deve-se a imen sa problemtica na diviso dessas formaes, visto apresen-tarem diversas associaes litolgicas, representando ambi entes deposicionais interrelacionados.

    Optou-se ento, pela representao contida no Mapa

    geolgico do Estado do Paran em escala 1:500.000, confec -

    cionado pela Mineropar - Minerais do Paran S.A., em 1983.

    Neste mapa as rochas do Grupo Itarar esto indicadas como

    litologias indiscriminadas das formaes Campo do Tenente,

    Mafra e Rio do Sul.

    - Formao Serra Geral A Formao Serra Geral, de idade juro-cretcea,

    constituda por derrames de lavas baslticas com intercala-es de camadas arenosas e, por diques e sills, intermedi-

  • 31

    rios e bsicos.

    No local pesquisado, a formao e representada por

    dois sills de diabsio, tendo como encaixantes as rochas do

    Grupo Itarar.

    3.1.1.4 Hidrografia A rede hidrogrfica da rea em apreo segundo

    MAACK 56 (1981), se relaciona bacia do Rio Paran, confi-

    gurando a sub-bacia dos rios das Cinzas e Laranjinha.

    Localmente, os rios principais percorrem o sentido

    SE-NW,. NE-SW e SW-NE, formando vales abertos onde ai drena -

    gem menos densa, e vales fechados onde esta se intensifi

    ca. Esses rios, segundo MAACK56(1981), configuram-se como -

    tributrios de uma sub-bacia de rios antecedentes, por se -

    rem mais antigos que os planaltos e escarpas que atravessam.

    Relacionados inclinao das camadas, os rios que percorran

    o sentido SE-NW so classificados como subseqentes, os que ::

    percorrem o sentido NE-SW so obsequentes e aqueles cujo

    sentido SW-NE so consequentes.

    A rede de drenagem apresentasse., em geral, sub-para leia, indicando um controle estrutural, e distribui-se a par tir da parte central da rea, onde ocorre sua poro mais elevada. Essa distribuio da rede de drenagem demonstra a participao efetiva dos rios na. evoluo do reley local,

    3.1.1.5 Relevo 0 relevo do Segundo Planalto, segundo MAACK5 6 (1981).,

    uma uniforme paisagem suave ondulada. Esta uniformidade,se

  • 32

    gundo mesmo autor, alterada por extensos espiges forma-

    dos por diques e, por mesestas geradas por sills mesozicos.

    As altitudes mdias do Segundo Planalto esto entre

    700 - 800 metros, indo at 1.100 - 1.200 metros nos relevos

    mais elevados (MOREIRA 6" et alii. 1977).

    Essas caractersticas, so resultado da dissecao

    quase homognea das rochas paleozicas, intrudidas por gneas

    mesozicas, segundo os autores supracitados.

    A delimitao dessa extensa regio suave ondulada ,

    que configura o Segundo Planalto Paranaense, segundo MAACK56,

    (1981), feita a leste pela escarpa devoniana e a oeste pela

    Serra da Boa Esperana.

    Na rea em estudo, em sua parte central, ocorre uma

    elevao abrupta formada por um sill de diabsio, que resis -

    tiu mais aos processos intempricos em relao as rochas sedi

    mentares que o cercam. Distribuidas lateralmente s encostas

    dessa elevao, observam-ee ombreiras, que perfazem as formas

    topogrficas mais abundantes da rea.

    Verificam-se tambm, cuestas, que originam cornijas

    bem evidenciadas devido a alternncia, de camadas litolgicas

    sedimentares com caractersticas, diversas.

    Essas formas de relevo expressam o resultado do tra~ balho da eroso diferencial e, dos efeitos intempricos rela-cionados as mudanas climticas ocorridas durante o Pleistoce no. Essas mudanas climticas, segundo BIGARELLA 12 (1954) e GIGARELLA 14 et alii (1985) , foram de clima rido a semi-ri do para clima mido e resultaram em intensa morfognese me

  • 33

    canica durante os perodos ridos a semi-ridos e dissecao

    com sedimentao mais efetivas durante os perodos midos

    A vertentes em sua grande maioria so suaves, h

    contudo, locais com vertentes mais inclinadas, principalmen-

    te na parte central da rea.

    Os vales apresentam-se abertos e profundos onde os

    cursos de gua j atingiram seu nvel de base, e fechados com

    pouca profundidade onde a drenagem jovem e intensa.

    Ao longo das cornijas das cuestas observam-se as fren tes das cuestas e depresses subsequentes.

    3.1.1.6 Solos Em levantamento de reconhecimento dos solos do Esta

    do do Paran, realizado pela EMBRAPA 3 2 (1981), foram reco -

    nhecidas na rea, os seguintes tipos de solos: Latossolo Ver

    melho-Escuro lico A proeminente textura argilosa fase campo

    subtropical relevo suave ondulado, Associao Podzlico Ver-

    melho-Amarelo lico Tb textura mdia / argilosa com cascalho

    relevo forte ondulado + -Podzlico Vermelho-marelo lico la

    tosslico textura argilosa com cascalho rlevo ondulado am -

    bos A moderado fase floresta subtropical peraniflia e solos

    Litlicos Distrficos A moderado textura siltosa fase flores

    ta subtropical subpereniflia relevo forte ondulado substra-

    to siltitos e arenitos finos.

    Esses solos so originados a pa,rtir da decomposio

    de rochas sedimentares do Grupo Itarar,

    0 Latossolo Vermelho-Escuro apresenta variaes e

  • 34

    incluses. As variaes da unidade so: Solos' com horizonte

    A mais desenvolvidos; Solos com horizonte A menos desenvol-

    vidos; Solos de textura mais leve; Solos intermedirios pa-

    ra Cambissolo; e Solos superficialmente erodidos.

    As incluses que constituem a unidade so: Solos

    com horizonte A hmico; Solos com horizonte A moderado; e

    Cambissolos.

    A Associao Podzlico Vermelho-Amarelo lico Tb e

    Podzlico Vermelho-Amarelo lico latosslico, dispe-se no

    terreno ocupando o primeiro componente as parte baixas, pr

    ximas aos canais de drenagem natural e, o segundo as partes

    mais altas do relevo.

    As incluses da Associao so: Cambissolo; Latos-

    solo Vermelho-Amarelo; e Solos Aluviais.

    Os Solos Litlicos possuem como variaes, solos

    intermedirios para Cambissolo Distrfico textura argilosa

    ou siltosa. Constituem incluses nesta unidade: Cambissolo

    Distrfico textura argila ou siltosa; e afloramentos de ro-

    cha.

    Em estudos mais recentes, SOUZA88 et alii (19.83) mapearam os solos da rea em apreo e de suas pores adja-centes. Neste mapeamento determinaram os seguintes tipos de solo Latossol Vermelho Escuro lico A moderado textura argi losa, Latossolo Vermelho Escuro Distrfico A moderado textu ra mdia; Terra Roxa Estruturada Eutrfi.ca Cambica A modera do textura argilosa; Podzlico Vermelho Amarelo lico A mo-derado textura mdia; Podzlico Vermelho-Amarelo lico A proeminente textura mdia; Podzlico Vermelho-Amarelo lico

  • 35

    A moderado textura argilosa; Cambisol Distrfico A moderado

    textura mdia, Complexo Cambisol Distrfico A moderado tex-

    tura mdia e Solos Litlicos Eutrficos A moderado textura

    arenosa, substrato arenito; Cambisol lico A moderado textu

    ra argila; Complexo Cambisol lico A moderado textura argi

    la e Solos Litlicos licos A moderado, textura argila,subs

    trato folhelho.

    Esses solos so originados a partir das rochas sedi

    mentares do Grupo Itarar, excetuando-se a Terra Roxa Estru

    turada que provm da alterao de diabsio da Formao Serra

    Geral..

    3.1.1.7 Vegetao No levantamento do revestimento floristico que cons

    ta no mapa fitogeogrfico do Estado do Paran .MAACK56(1981) /

    rea em estudo foi apresentada cano revestida por "Mato secundario",pre

    dominante nas zonas de araucrias, ccm samambaias.Regio de colonizao,

    que possibilitou a destruio da mata original,com terras usadas pe

    riodicamente em roas.

    Segundo a EMBRAPA 3 3 (1984) , encontram-se na. rea ,

    restos de revestimento por floresta subtropical pereniflia

    e floresta subtropical subpereniflia, e ainda, regio de

    campo.

    Localmente, os exemplares restantes da floresta sub tropical pereniflia encontram-se nas pores nordeste, noro este e sudoeste da rea, em pequenas manchas, nas pendentes suaves e alongadas. Na regio central, onde esto as maiores declividades da rea, ocorrem os. exemplares da floresta sub-tropical subpereniflia.

  • 36

    O campo, tipo subtropical secundario (EMBRAPA3 3,

    1984), corresponde rea usada para atividade pecuria

    plantado com capim-colonio abrangendo locais com relevo

    suave ondulado.

    Nota-se , tambm pequenas extenses de cultura

    que ocupam algumas pendentes suaves onduladas.

    3.2 Mtodos

    3.2.1 Mtodos de campo

    Esta fase do trabalho dividiu-se em trs etapas: mapeamento geolgico e coleta de amostras de solo e mapea-mento geomorfolgico.

    3.2.1.1 Mapeamento geolgico Tendo como base fotografias areas na escala

    1:25.000 previamente interpretadas, de vo realizado pela Aerodata em 1980 para o Instituto de Terras e Cartografia do Paran, palmilhou-se a rea. Durante o caminhamento fo ram locados nas fotografias areas, pontos com afloramen-tos de rocha e outras feies geolgicas.

    Esses afloramentos de rocha foram descritos e,

    quando no intemperizados, amostrados.

    Os pontos locados em fotografias areas foram

  • 37

    posteriormente transpostos em mapa planialtimtrico com esca

    la de 1:10.000, confeccionado a partir das fotografias j

    mencionadas. Aps a correlao desses pontos e a delimitao

    das reas de afloramentos, elaborou-se o mapa geolgico da

    rea.

    Das amostras de rochas sedimentares coletadas, sele cionou-se uma representante de cada tipo, para confeco da lmina delgada, tendo em vista a homogeneidade de cada gru-po .

    Da rocha bsica intrusiva, selecionaram-se duas

    amostras para confeco de lminas face variao local de

    textura observada macroscopicamente no campo.

    3.2.1.2 -j Descrio dos Perfis e Coleta de Amostras de Solo

    A metodologia de coleta de amostras de solo foi ba-

    seada na proposio deste trabalho que verificar as rela -

    es entre geologia, superfcies desgastadas e solos, dndo-

    se nfase distribuio espacial dos solos na superfcie do

    terreno.

    Alm desses aspectos, levou-se em considerao o

    conhecimento prvio dos solos da rea em prospeces expio -

    ratrias e, as informaes contidas no mapa de solos elabo-

    rado por SOUZA 8 8 et alii (1983) para a regio.

    Considerandos esses pontos, elaborou-se um roteiro para a coleta de amostras, que procurou cobrir o maior nme-ro de unidades de solo, desde as posicionadas no topo da

  • 38

    maior elevao at as contidas nas partes mais baixas

    da rea.

    Em cada ponto de amostragem foi aberto uma trin -

    cheira. Para os solos com horizonte B latosslico e B

    textural, as trincheiras foram abertas com 60 x lOOcm por

    120cm de profundidade, e com 60 x 60 de largura por

    80cm de profundidade para os outros solos. Isso pos-

    sibilitou uma observao melhor das caractersticas morfo

    lgicas dos solos, e tambm dos epidns e diagnsticos

    de subsuperficie.

    Na coleta de material considerou-se, tambm a

    metodologia empregada por OLIVEIRA67 (1972) , na qual

    foram coletadas amostras de superfcie para caracterizar

    os epipedons e de subsuperficies para os diagnsticos

    subsuperficiais.

    Assim, a coleta de material foi efetuada nas ca-

    madas situadas s profundidades de 0 - 20cm e 80 - 120cm ,

    que foram denominadas, respectivamente, camada a e ca-

    mada d.

    Em alguns pontos selecionados coletou-se materi-

    al intermedirio entre essas camadas, que- foi denomina

    do de camada c.

    Para os solos com horizonte B latosslico e B

    textural coletou-se quando possvel por tradagem, material

    situado profundidade de 200 - 2 20.cm, denominado de ca

    mada e.

  • 39

    A camada a, que configura o material de superfcie

    foi coletada com p ao longo de uma das faces de ca-

    da trincheira.

    A camada intermediria c e a camada subsuperfi-

    cial d foram coletadas nas paredes das trincheiras com mar-

    telo de pedlogo, sendo a camada subsuperficial e cole-

    tada mediante tradagem, efetuada na base das trincheiras

    com trado tipo holands.

    Para a descrio dos perfis tpicos de cada classe

    de solo, foi utilizado o Manual de Descrio de Co

    leta de Solo no Campo (LEMOS & SANTOS481984).

    - Mapeamento geomorfolgico

    Conhecida a geologia e os solos do local ,

    observaram-se as caractersticas fisiogrficas das ver

    tentes, tendo em vista a diviso da rea em unidades

    geomorfolgicas.

    Para essa diviso tomou-se. como base os traba-

    lhos de MACGGE5 7 (1897 ) e BIGARELLA14et alii' (1965)

  • 40

    3.2.2 Mtodos de laboratrio Em laboratrio foram feitas anlises qumicas e granulome

    tricas das amostras de solos, analises petrogrficas, anlise

    qumica total de rochas e anlise, dos minerais componentes da

    frao areia.

    Para se proceder s anlises fsicas e qumicas, nas

    amostras de solo, essas foram secas ao ar, destorroadas e pa

    sadas em peneira de 2mm de malha (TFSA).

    3.2.2.1 Anlise^granulomtrica

    Essa anlise foi efetuada utilizando 50 gramas

    de terra fina seca ao ar, empregando-se soluo de hidrxido

    de sdio 0,1 N como agente dispersante, segundo procedimento

    adotado por VETTORI9 4 (1969). .A argila foi determinada pelo

    hidrmetro, a areia por peneiramento e pesagem e o silte por

    diferena.

    3.2.2.2 Anlise qumica dos solos

    As anlises qumicas efetuadas conforme procedimento 9 it

    indicado por VETTORI (1969), foram as seguin.tes:

    a) Teor do carbono orgnico (%): obtido por via mi-

    da, atravs da oxidao da matria orgnica com

    bicromato de potssio 0,4 N, segundo mtodo de

    Tiurin. Para calcular a matria orgnica, multi -

    plicou-se o teor carbono pelo fator 1,724;

  • 41

    b) pH (H20): determinado potenciometricamente, na re

    lao solo: gua de 1: 2,5, usando-se eletrodo de

    vidro;

    c) Clcio + Magnsio trocveis :

    extrado por soluo IN de KCl na proporo de

    10ml de solo para 100ml de extrator, agitando du-

    rante 5 minutos e deixando em repouso 12 horas.

    Uma alquota de 25ml retirada, determinando-se

    em conjunto por titulao complexomtrica, utili-

    zando-se EDTA 0,025N e o Negro de Eriocromo t como

    indicador;

    d) Alumnio trocvel da mesma extrao

    feita para... . o Ca + Mg retira-se uma alquo-

    ta de 25ml e titula-se com soluo 0,025N de

    NaOH, empregando-se como indicador o Azul de Bro-

    motimol;

    e) Hidrognio trocvel determinado

    usando-se como extrator acetato de clcio (pH 7),

    agitando-se e deixando em repouso. A titulaofi

    realizada utilizando como indicador a fenolftale

    na 6%;

    f) Potssio trocvel extrado por soluo sul foclordrica (H2SC>4 0,025N + HCl 0,05N), na pro -poro de 10ml de solo para 100ml de extrator, agitou-se durante 5 minutos e deixou-se em repou-so 24 horas . Pipetaram-se mais ou menos 25ml da soluo, fazendo-se a determinao por fotometria de chama;

  • 42

    g) anlise qumica total: foi realizada para obten-

    o de Fe, Al e Mn totais.

    As amostras de terra fina seca ao ar foram modas ,

    passadas por peneiras com abertura de 0,2mm de dimetro, e

    submetidas digesto total com cido fluordrico e cido

    perclrico, segundo JACKSON43 (1958). A determinao desses

    elementos foi feita por espectrofotogrametria de absoro a-

    tmica, com aparelho da Perkin-Elmer-AAS modelo 403.

    Com os resultados das anlise fsicas e qumicas ,

    calculou-se:

    a) Valor S (soma de bases trocveis): 2+ 2+ obtidos pela somatoria dos valores Ca , Mg e +

    K trocveis;

    b) valor T (capacidade de troca de ctions): + 3+

    obtido pela soma dos valores de S, H e Al ex-

    traveis;

    c) valor V (saturao de bases):

    obtido pela frmula:

    S X 100 T

    d) valor m (saturao com alumnio trocvel):

    obtido pela frmula:

    100 x Al 3 + 3+ Al + S

    e) CTC em 100g de argila: obtida pela frmula: 100 x T

    % argila

  • 43.

    f) S/A: relao entre porcentagem de silte e argila;

    g) R.C (reteno de cations): obtidos pela formula:

    S + A 3 + X 1 0 0 ; % argila

    h) Fe (total) X 1,430 = Fe203 Al (total) X 1,8895 = Al2C>3 Mn (total) X 1,291 = Mn 0%

    3.2.2.3 Anlise dos minerais componentes da frao areia Aps a separao da frao areia, usando-se lupa bi-

    nocular, procedeu-se a identificao dos seus componentes mine-

    rais, bem como, com auxilio de im caracterizou-se a presena

    de magnetita , segundo MLLER (1967). A representao semi-quan

    titativa desses minerais est contida no quadro 1. A simbolo -

    gia usada na representao ea seguinte:

    a) 0% - 10% - b) 10% - 20% -

    c) 20% - 30% + d)30% - 40%....++

    e)40% - 50%....+++ f)> 50%.... ++++

    3.2.2.4 Analises petrogrficas

    Das litologias amostradas, efetuara^ n-se lminas delga -das dos arenitos e do diabsio. Os argilitos e arenitos finos por serem muito friveis, e os diamictitos por apresentarem seixos, no foram passveis de laminao.

    As amostras a serem laminadas foram cortadas em serra

    de diamante. As pastilhas resultantes foram coladas com Blsa-

    mo do Canad em lminas de vidro, rebaixadas at a espessura de

  • 44

    0,02 - 0,03mm e cobertas por lamnulas de vidro fixas com o

    mesmo blsamo.

    As pastilhas das rochas sedimentares foram impregna-

    das , gradativamente durante o rebaixamento, por Blsamo do Ca

    nad, para evitar possveis quebras.

    Aps confeccionadas, as lminas foram analisadas em

    microscpio de luz polarizada por mtodos petrogrficos nor

    mais. Para a classificao das rochas sedimentares foi utili

    zado o diagrama ternrio de PETTIJOHN71(1975) e, para as ro -~ 9 8

    chas gneas, foram consideradas as observaoes de WILLIAMS

    et alii (1970).

    3.2.2.5 Anlise qumica total das rochas Para a determinao do Fe. e Mn. totais, das amos

    tras de rocha, seguiu-se a mesma metodologia empregada para os solos, aps as rochas serem modas e passadas em peneira de 0,2mm de malha.

    3.2.3 Cartografia

    Em laboratrio de cartografia, foram feitas interpre

    taes em fotografias areas e restituio estereofotogram-

    tricas em aparelho avigrafo Wild B-8-S.

    A restituio estereofotogramtrica resultou em um

    mapa planialtimtrico, que foi utilizado como base para con-

    feco de mapa de pontos amostrados, mapa geolgico, mapa de

    solos, mapa de superfcies geomrficas e mapa de declividade

    da rea. Estes mapas configuram os anexo 1, 2, 3, 4 e 5, res

    pectivmente.

  • 45;

    O mapa de solos encontra-se embasado em SOUZA88 et alii (1983). Para a confeco do mapa de superfcies geomr ficas, levou-se em considerao os trabalhos de MAGGEE5 7

    (1897) e BIGARELLA1" et alii (1965). No mapa de declividade, adotaram-se as classes de declividades segundo LEPSCH50 et alii (1983).

    Os mapas confecionados em escala 1:10.000 foram redu

    zidos para escala 1:20.000, com a finalidade de facilitar

    suas encadernaes.

    No laboratrio de cartografia, confeccionaram-se tam

    bem, o tabelamento dos dados qumicos e fsicos, os grfi -

    cos relativos a esses dados e os perfis indicados no mapa

    geolgico e no mapa das superfcies desgastadas.

    3.2.4 Classificao dos solos

    Considerando as caractersticas morfolgicas, qumi-

    cas e granulcmtricas dos solos da rea ' foram classificados

    segundo as normas do Servio Nacional de Levantamento e Con-

    servao de Solos (EMBRAPA3 3 1984). Para o Podzlico Verme -

    lho-Escuro, observou-se os comentrios contidos na REUNIO DE

    CLASSIFICAO, CORRELAO DE SOLOS E INTERPRETAO DE APTIDO

    AGRCOLA 76 (1983).

    As classes de solos e respectivas unidades de mapea-

    mento encontram-se descritas no Anexo 3, acompanhando o mapa

    de solos.

  • 46

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 Geologia e petrografia

    Durante o mapeamento geolgico, foram evidenciadas

    na rea, rochas sedimentares do Grupo Itarar e rochas in -

    trusivas bsicas da Formao Serra Geral. (Anexo 2).

    Essas unidades litoestratigrficas foram amostra -

    das, e suas litologias passveis de laminao, analisadas

    petrogrficamente em microscpio de luz polarizada.

    A anlise petrogrfica das rochas sedimentares ,

    cujos pontos de coleta esto indicados no anexo 1 fornece -

    ram os seguintes resultados:

    a) Amostra do ponto P-4 4 - lmina El. (Figura 8)- ..

    Possue como principais elementos detrti

    cos, quartzo e feldspato, cimentados por argi -

    la. Apresenta 80% de quartzo, 5% de feldspato e

    15% de matriz. Os cristais de quartzo so ini -

    quigranulares, angulosos e subarredondados, al-

    guns so policristalinos xenomrficos. Os

    feldspatos esto muito intemperizados,porm suas

    bordas esto alteradas para argila, fator que

    possibilita sua determinao. Como acessrios

    ocorrem serecita, associada ao quartzo, traos

    de zirco e opacos. O tamanho dessas granulome-

    trias, angulosas a subangulosas, est entre 1,5

    -2,0 milimitros. A matriz da rocha argilo fer

    ruginosa rica em opacos. Essas caractersticas,

  • 60

    permitem classificar a amostra, segundo PEITIJOHN7

    (1975), como um arenito subarcosiano vermelho

    grosseiro, mal selecionado.

    b) Amostra do ponto P-4 3 - lmina E2. (Figura 9) . Possue como principais elementos detrticos quartzo e feldspato, cimentados por argila. Apresenta 90% de quartzo, 3% de feldspatos e 8% de matriz. Os cristais de quartzo so iniquigra nulares, subarrendondados, alguns so policrista linos xenomrficos. Os feldspatos encontram-se extremamente argilizados, o que impede:. sua de -terminao. No foram visualizados acessrios. O tamanho dessas granulmetrias subarredondadas de 1,5 milmetros. A matriz argilosa apresenta diminuta quantidade. Esse conjunto de caracters ticas, permite classificar a amostra segundo PETTIJOHN71 (1975) , como um arenito subarcosiano esbranquiado mdio, regularmente selecionado

    As rcchas do Gr.upo Itarar encontram-se dispostas sub-horizontalmente apresentando vrias feies de estrati -ficao. Os arenitos so ricos em estratificaes cruzadas e plano-paralelas e, os argilitos so laminados.

    As estratificaes mencionadas, refletem as caracte rsticas do agente depositante e do ambiente deposicional , porm, no se cogitar minncias sobre estes aspectos, tendo em vista a dificuldade no esclarecimento das associaes li-tolgicas do Grupo Itarar, conforme se pode observar nos tra balhos de SCHNEIDER85 et alii (1974) e PETRI & FUIFARO70 (1983).

  • FIGURA 8 - Fotomicrografia do Arenito subarcosiano Vermelho grosseiro mal selecionado.

    1,Omm '-----I

    Fotomicrografia n9 1 - Os elementos detrticos pre-

    dominantes de colorao variada, so grnulos de q~ tzo, as reas mosqueadas so restos de matiz. No

    possvel a visualizao dos feldspatos e acessrios.

    As cores variadas do quartzo devem-se a problemas de

    construo da lmina.

    Observa-se a m seleo granulomtrica da rocha

    sua textura grosseira e a matiz argilo-ferruginosa.

    Identifica-se, tambm, a forma angulosa a subarredon

    dada e o tamanho varivel de 1,5 - 2,Omm, dos grnu-

    los de quartzo.

    48,

  • 49

    FIGURA 9 - Fotomicrografia do Arenito subarcosiano esbranquiado md io, regularmente sele-c;l.Qnado.

    1,Omm

    Fotomicrografia n9 2 - Grnulos de quartzo de colora-

    o variada so os elementos detrticos predominantes.

    No possvel a visualizao dos feldspatose da ma-

    triz.

    As cores variadas do quartzo deve-se a problemas

    de confeco da lmina.

    A matriz e os feldspatos, em diminuta quantida-

    de na rocha foram em grande parte perdidos durante a

    construo da lmina.

    Observa-se a forma subarredondadas dos grnulos

    de quartzo e seus tamanhos mdios de l,Smm.

  • 50.

    Contudo,tomando como base SOARES87 et alii(1977), e

    como criterio a granulometria e o empilhamento dos sedimentos mapea

    dos,sugere-se em linhas gerais,a partir dos estratos da cota

    700m, para toda a rea,a seguinte sucesso de ambientes:

    19) Deposio continental periglacial, produto do retrabalhamento de till, originando os diamicti tos.

    29) Lavagem dos diamictitos, por correntes enrgi -

    cas, gerando arenitos grosseiros, mal seleciona

    dos, com estratificao cruzada, cujos clstos

    sofreram curto transporte e rpida deposio

    (Lmina El).

    39) Retrabalhamento dos arenitos grosseiros, por correntes de energia mdia, produzindo a deposi^

    de arenitos mdios, selecionados regular -

    mente, com algumas estratificaes cruzadas,cu-

    jos clstos sofreram maior transporte e deposi-

    o mais demorada. (Lmina E2).

    49) Lavagem dos.arenitos mdios, por correntes de energia reduzida meandrante, possibilitando a deposio de arenitos finos, bem selecionados , com estratificao plano-paralelas, cujos cls-tos sofreram transporte por grande distncias e conseqentemente um arredondamento maior.

    59) Deposio dos argilitos laminados, durante inun

    daes de plancies aluviais.

  • 51.

    Os contatos entre esses pacotes litolgicos so brus

    cos, evidenciando no terreno, quebras de relevo bem marcadas.,

    A forma dos pacotes litolgicos dos arenitos tabular,os ar-

    gilitos apresentam-se em lentes e, o diamictito encontram-se

    expostos em uma camada nica, contnua e extensa, ocupando a

    poro E-NE da rea. Essa forma de ocorrncia tambm foi veri

    ficada por vrios autores entre eles, LOCZY5 3 (L964) SALAMUNI82et

    alii (1966) e SOARES 87et alii (1977).

    0 diamictito possue matriz areno-siltosa, cor amarelada e, sua granulometria principal compe-se preponderantemente de seixos de quartzo. 0 cimento, devido suas caractersticas de cor e agregao, foi classificado como xido de ferro.

    A matriz dos arenitos finos, dificilmente visuali-

    zada, devido sua boa seleo. Porm, utilizando-se de lupa.

    evidenciou-se diminuta porcentagem de matriz argilosa, que

    fornece a esses arenitos cores claras. 0 cimento, incipien-

    te e fraco, sugerindo ser argiloso.

    Os argilitos aprese.ntam cores avermelhadas a amarela

    das, so friveis e laminados, caractersticas que so comuns

    a todas as lentes.

    Essas seqncias sedimentares, ocupam aproximadamen-

    te 85% da rea mapeada.

    A Formao Serra Geral de idade Juro-cretcea, no

    local, representada por dois sills de diabsio que configu-

    ram 15% da rea mapeada.

    Os. sills, intruses de forma tabular, concordantes

    com as litologias do grupo Itarar, encontram-se erodidos e

    intemperizados.

  • 52.

    O maior deles est exposto na poro norte, centrale, sal da

    rea, configurando suas partes mais elevadas. Este corpo intru

    sivo, possue uma espessura mxima de 156m e mnima de 17m apre

    sentando-se disposto sub-horizontalmente com pequena inclina -

    o para NNE.

    0 contato superior em grande parte inexiste, e onde

    ocorre, semelhana do contato inferior, est encoberto, im -

    possibilitando coleta de informaes mais precisas sobre o cor

    po.

    0 corpo intrusivo menor expe-se no extremo nordeste

    da rea, possue espessura mdia de 5m e apresenta as mesmas ca

    ractersticas litolgias, de contato, de disposio e inclina

    o da intruso maior.

    Assim, devido a essas semelhanas e levando em consi-

    derao a melhor exposio do corpo intrusivo maior, foram co-

    letadas neste, amostras para anlise petrogrfica em lmina

    delgada.

    As amostras coletadas nos pontos P-39 e P-40 , loca -

    dos no anexo 1, representando a base e a parte mediana do sill,

    respectivamente, forneceram os seguintes resultados:

    a) Amostra P-39 - lmina E 3. .(Figura 10). Possue na mineralogia essencial, plagioclsios,au gita, diopsdio e opacos. Os plagioclsios apresen tam composio entre a andesina e labodorita e com pe 40% da rocha. Apresentam-se com cristas hipMio mrficos, alguns zonados, com incipiente grau de

  • 53"

    alterao. s cristais de augita e diopsdio,so

    subdricos compem 50% da rocha e esto uraliti-

    zados. Os opacos so magnetitas e perfazem 10% da

    rocha. A textura sub-oftica de granulometria

    fina. Estas caractersticas, classificam a rocha

    como gnea bsica, de granulometria fina,segun-

    do WILLIANS^et alii (1970).

    b) Amostra P-40 - lmina E4- (Figura 11).

    Na mineralogia essencial apresenta, plagiocl .sios, augita, pigeonita e opacos. Os plagiocl-sios possuem composio entre a andesina e a la-bradorita, so hipidiomrficos e compem 4 0% da rocha. A augita e a pigeonita, apresentam cris -tais subdricos, alguns uralitizados e outros bastante alterados, perfazendo 50% da rocha. Os opacos so magnetitas e apresentam-se constitun do 10% da rocha. A textura sub-oftica de granulometria mdia. Esses dados, classificam a rocha como uma gnea bsica, de granulometria m dia, segundo WILLIAMS^et alii (1970).

    Atravs dessas informaes, evidencia-se que a ro -cha situada prxima ao contato, possue textura mais fina que a rocha da parte mediana do corpo intrusivo.. Essa evidncia era esperada, devido ao resfriamento mais rpido do magma, nas partes externas das intruses, tal observao concorda com os aspectos texturais encontrados no sill de Cerquilhos (S.P.) por.VASQUES9 3 (1979).

    Verticalmente no foram encontradas outras variaes, que indicassem diferenciaes magmticas, e horizontalmente os corpos so homogneos em toda a extenso aflorante.

  • 54

    FIGURA 10 - Fotomicrografia do diabsio de textura sub-ofItica f1na

    Fotomicrografia n9 3

    1,Omm L--....J

    Os minerais hipidiomrficos

    de cor cinza sio feldspatos plagioclsios (andesina-labradorita), os minerais de coloraio esverdeada e amarelada sio augitas e diopsdios, e os escuros sio

    magnetitas.

    Observa-se alteraio dos feldspatos e a textura

    sub-oftica de granulometria fina.

  • FIGURA 11 - Fotomicrografia do diabsio de textura mdia.

    Fotomicrografia n9 4 - Os minerais hipidiomrficos

    de cor cinza so feldspatos (andesina-labradorita), os minerais de colorao esverdeada, amarelada e

    avermelhada sao augitas e pigeonitas, e os escuros

    sao magnetitas.

    Visualiza-se a alterao dos feldspatos e a

    textura sub-oftica de granulometria mdia.

    55

  • .56

    A ao de metamorfismo de contato no foi observa-da, devendo-se tal fato, da possvel conjugao de varios fa tores, como: pequeno volume de gases durante a intruso, pe-quena profundidade de intruso, temperatura baixa do magma e a natureza refrataria da encaixante, efeitos estes .anali -zado .por diversos autores entre eles LEINZ46 (1949)e VASQUES93 (1979).

    0 tipo do magma bsico, formador dos sills, foi ca racterizado como toletico, atravs da comparao dos teores de ferro das amostras P-39 e P-40, indicados no quadro 3,com teores de ferro de diabsios toleticos apresentados por VASQUES93 (1979).

    Estruturalmente, as rochas do Grupo Itarar e os

    sills diabsio, apresentam apenas, algumas diclases e uma

    falha provavelmente transcorrente cortando a rea com direo NE.

    As diclases da seqncia sedimentar Palozica, es

    to dispostas com direes NE e NW. Destas uma situada na

    parte NE da rea, foi configurada e medida, demonstrando a

    seguinte atitude: N5E e 45NW. As outras diclases, encon -

    tram-se encobertas, o que impossibilita suas medidas, porm

    foram inferidas em fotografias area .

    A diclase configurada e medida., apreserita-se em parte argilizada, devido a infiltrao de argila, proveniente da alterao de feldspatos dos arenitos subarcosianos.

    A falha transcorrente encontra-se encoberta, porm devido as variaes das caractersticas dos materiais de cobertura foi inferida. No foi possvel, portanto, dimen -sionar a amplitude da transcorrncia entre os blocos no

  • 57.

    campo. Contudo, atravs de foto area se pode estimar em

    poucos metros esta movimentao.

    Essas estruturas foram geradas por influncia das rea

    tivaes de falhas e diclases do embasamento da Bacia do Pa

    ran, ocorridas durante o mesozico devido a mudana de com-

    portamento tectnico da mesma, (ALMEIDA03 1981).

    Nos sills mesozicos, ocorrem fraturas pequenas, sub-

    horizontais,.com atitudes de N 15W 3NE, N 20W 5NE- gera-

    das por contrao durante o resfriamento do magma.

    A disposio das litologias do Grupo Itarar, os sills

    da Formao Serra Geral e, as estruturas existentes na rea

    estudada, esto representadas em mapa geolgico. O mapa a

    folha parcial da Fazenda So Nicolau e possue a indicao de

    perfis geolgicos. (Anexo 2).

    Nas figuras n?s 12, 13 e 14, os perfis demonstram c empilhamento sub-horizontal das rochas sedimentares, a incli-nao NNE dos sills de diabsio e suas espessuras.

    4.2 Geomorfologia

    A interpretao de fotografias areas em escala de 1.25.000 que propiciou a visualizao do relevo e drenagem , as observaes exploratrias de campo, o conhecimento ante:;-rior da rea e referncias relativas a geomorfologia e geolo gia regional, possibilitou a identificao das unidades geo-mrficas componentes da rea estudada.

  • NW 1050

    1000

    950

    900

    850

    800

    750

    700 .

    FIGURA 12: Perfil demonstrando o empilhamento subhorizontal das rochas sedimentares, a espessura e a inclinao do sill maior em sua parte central.

    j"v v v v v I Sill de diabsia. ! I Argilito lominado. I.::: :.:: .... , Arenito fino cl~ro .. : .. '. bem seleclOnaoo.

    r:.

  • r I FIGURA 13: Perfil demonstrando o empilhamento subhorizontal das rochas sedimentares e a menor espessura do sill maior.

    NW 1050

    1000

    950

    900

    850

    800

    750

    700

    I v v v v v I Sill de diabsio. r==l E..3 Argilito laminado.

    r.:::l Arenito subarcosiano ~ esbranquiado mdio.

    r:::::J Arenito subarcosiono ~ vermelho grosseiro.

    SE [ 1050

    I ~1~1000

    /. V .. \ C50 // V V.

    ;-. V V V V V t 900 V V V V \. 850

    v v

    800

    750

    700

    650+-----------------------------------------------------------------------------------------------+ 650

    G

    E.V.: 1/5000 E. H.: .1/10000

    o

    .- _._-_._-----------------------------'

  • FIGURA 14: Perfil demonstrando o empilhamento subhorizontal das rochas sedimentares, a espessura e a inclinao do sill menor.

    SW 1050

    1000 V

    950 V

    900

    850

    eoo

    750

    700

    650

    O

    V

    V V

    E.V.: 1/5.000 E. H.: 1/10.000

    I v v v} v I Sill de diabsio. r:::-::l ~ Arenito fino cloro bem selecionado. 1:::.;.:':::-:1 Arenito suborcosi9n.o ..... '. esbranquiado mE:dlo.

    ~""Q" ' ..... :::. Oiamictito. 'O'c:::l' - - Fratura inferido.

    N~ 1050

    1000

    9~0

    900

    liSO

    800

    750

    700

    650

    E

    iJ, ... ~.-. ______ , ___________ ~ ____ ~ ___________________ ~ ________ ....,, ___________________ _

  • 61.

    A disposio do sill de diabsio maior, com altitu-

    de mxima de 1003 metros, e a distribuio das rochas sedi -

    mentares lateralmente a este, atingindo cotas de 720 metros,

    so elementos importantes a serem considerados no entendimen

    to das caractersticas e evoluo das unidades geomrficas da

    rea.

    Essa disposio, leva a supor ser o sill de diabsio

    maior o responsvel pela configurao local da paisagem,pois

    verifica-se a partir deste um abaixamento progressivo de to

    pografia do terreno. A visualizao desta caracterstica lo-

    cal evidenciada em todos os perfis indicados no Anexo 4, e

    representados nas figuras 15 e 19.

    Nas locais onde existem partes do sill maior separa

    das por eroso da massa principal do corpo intrusivo, repete

    se a mesma configurao topogrfica. (Fig. 18, perfil O-G) .

    Tal fato deve-se aos efeitos do intemperismo dife -

    rencial, que degradou menos o sill de diabsio maior e des -

    gastou mais as rochas sedimentares, devido as diferenas de

    resistncia ao intemperismo dessas rochas. Desta maneira,as

    rochas sedimentares mais prximas ao sill maior foram res -

    guardadas mais tempo dos efeitos intempricos, pois estiveram

    mais tempo cobertas pelo sill e, configuram locais mais ele-

    vados que as rochas mais afastadas deste.

    0 sill de diabsio menor, situado em altitude mxi-ma de 850 metros,coordena localmente o relevo onde se encon-tra, devido as mesmas razes apontadas para o sill maior.

  • 2

    (Fig. 17, perfil 0-E).

    Os processos erosivos que determinaram o desgaste

    dos sills de diabsio e, o rebaixamento das rochas sedimen-

    tares nas quais esto encaixados, provavelmente devem-se as

    oscilaes climticas havidas durante o Pleistoceno,que se-

    gundo BIGARELLA^et alii '(1965), ocorreram no sul do Brasil.

    De acordo com as caractersticas locais anterior-

    mente apresentadas, foram distinguidas seis superfcies

    geomrficas na rea pesquisada, que esto relacionadas com

    o material geolgico, a saber: superfcie do sill de diab-

    sio, pediplano alto, pedimento alto, pedimento baixo, rampa

    suave e rampa inclinada. Essas feies encontram-se repre -

    sentadas no Anexo 4.

    A superfcie do sill de diabsio compreende cotas

    entre 825 - 1003 metros e constituda por diabsio do

    sill maior. Apresenta-se irregularmente desgastada no con-

    figurando uma rea plana, com lentes de argilito na borda SE.

    Em sua poro oeste e sudoeste predominam declivi_

    dades de 5% a 15%, a leste ocorrem inclinaes de 2% a 5% e,na

    parte central situam-se extenses com os dois padres de de

    clividade. (Anexo 5).

    Nos locais de maior declividade foram observados

    blocos de diabsio rolados cobrindo as rochas sedimentares

    sotopostas ao sill. Essa evidncia pode ser visualizada nos

    perfis das figuras 15 , ]_6 e 19 .

    Ocupa essa superfcie geomrfica a parte central da

  • 76.

    rea estudada, configurando uma elevao de forma cnica com

    eixo norte-sul alongado. No perfil geolgico apresentado na

    figura 8, observa-se a topografia dessa superfcie em sec-

    o efetuada ao longo de seu eixo menor, transversalmente .

    Nesta superfcie ocorrem Solo Litlico (P-14 e

    p-15), Cambissolo' (P-35) e Terra Roxa Estruturada (P-16

    e P-24). Os Solo Litlico e o Cambissolo posicionam-se

    nos locais mais desgastados e, a Trra Roxa Estruturada

    ocupa pores onde o intemperismo "in situ" maior.

    0 pediplano alto abrange duas reas separadas,dis-

    postas ao norte e ao sul da superfcie do sill de diabsio ,

    configurando o pediplano alto 1 e 2, respectivamente. Essas

    reas apresentam cotas altimtricas entre 850 - 875 metrose

    foram aplainadas por intenso rebaixamento. Possuem declivi-

    dades predominantes de 0% a 5%, pores com inclinaes de

    5% - 10% e pequenas estenses com mais de 10%.

    Nesses pediplanos foram observadas agradaes de

    sedimentos arenosos misturados com diabsio alterado, bem

    como,reas degradadas indicativas de um possvel reafeioa-

    mento das superfcies aplainadas.

    No pedimento alto 1, nota-se a passagem de uma rea degradada para uma rea de agradao. (Fig; 17, perfil O-F). O retrabalhamento de pediplanos, segundo BIGARELLA 14

    et alii (1965) , deve-se a curtas flutuaes climticas em direo ao mido, o que provocaria ligeiro abaixamento do nvel de base de eroso local, nas proximidades da rea fon te.

  • FIGURA 15: Perfis topogrficos das seces A O e 8 '0, indicadas no mapa de superfcies geomrficas e pontos de amostragem.

    I li li li li 111 Sill de diabsio. I I Argilito laminado. I .. .: ... . '.: :1 Arendo fino claro bem ' ....... : selecIOnado.

    [J]::.: ...... ': 0"0 :". ~ ~

    Arenito subarcosiano ~sbranquiado mdio.

    Arenito subarcosiano vermelho grosseiro.

    sw

    B

    sw

    CO P30

    !

    Re P'29

    t

    Re Co P'27

    NE

    1000

    950

    900

    850

    eoo

    750

    ............................. . . vvvvvv ~:_:_:~:~:~:~:~:_:~:_:_:_:_:~:_:~:~:~:_._':~:~'_.~: ._._:_ .. ~.~.~~~.:.:~::~::~.~~~~.;.~~~~:~~:~~ .. ~~:_:.~::~::~.~~::~~~::~,~~.::~:;~!~?~;:~~~:~~:~~.~~:~~.~~:~;~::~::~::~~:~:~~v~v~v~v~v~ 700 A

    LEd P03 Co

    PVe

    E. V.: 1/5.000 E. H.: 1/10.000

    PVe P'33

    PVe P'34

    o

    li li li V li li li li li li li li li li ............................ , ....... ; '. , li li li li li v li li V li li li li li .... ~-: ... ; .:::.'. :. .. ::.:: ...... ::.: ... : ...... ::: .... :.:.: :".

    EfTffi Superfcie de IIIJ sill de diabsio.

    ~ Pedimento alto.

    F---J Rampo suave. O R'Jmpo inclinada.

  • 65.

    As areas rejuvenescidas apresentam Cambissolo (P-22

    e P-23)e as de agradao Podzlico Vermelho-Escuro (P-19). 0

    Cambissolo possue substrato arenito e o Podzlico Vermelho-

    Escuro deriva da mistura de diabsio e arenitos alterados.

    No pediplano alto 2 ocorre solo Podzlico Vermelho-

    Amarelo (P-10 e P-ll). Entre esses dois pontos observaram -

    se diferenas na declividade (Fig. 16, perfil 0-C), levando

    a crer estar o P-ll na poro mais estvel do pediplano,ten-

    do em vista a possvel degradao lateral dessa superfcie .

    As formas topogrficas desses pediplanos so eleva-

    es alongadas, que obedecem a disposio das curvas de n-

    vel.

    0 pedimento alto corresp