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57 A presente comunicação, além de apresentar os dados obtidos pela campanha inicial de campo, busca delinear a bibliografia disponível para a área e inserir hipoteticamente a região do alto Tapajós no quadro geral da arqueologia amazônica e brasileira. Em março de 2010, realizamos um levantamento não-interventivo nas localidades de Montanha e Mangabal, no município de Itaituba, distante 120 km ao sul da cidade de Itaituba na margem esquerda do rio Tapajós (Rocha e Honorato 2011) (Fig. 1). Foram identificados vinte e quatro sítios arqueológicos durante essa primeira etapa de pesquisa (Fig. 2). Certa homogeneidade foi observada na amostra cerâmica, composta por cacos sem decoração plástica e sem tratamento de superfície; o tempero mais utilizado, visível a olho nu, é a areia, seguido de caraipé (Rocha e Honorato 2011: 47) (Fig. 3). Além de vestígios cerâmicos, foram identificados sítios com terra preta de índio, o que sugere ocupações intensivas e possivelmente longas (Petersen et alii 2001: 88). A presença de fragmentos de assador e machados polidos são indícios de populações que dominavam O rio Tapajós é o primeiro afluente do rio Amazonas oriundo do Planalto Central Brasileiro, portanto é geologicamente antigo, com águas cristalinas e solos arenosos criados por processos erosivos. Sua coloração esverdeada deve-se à alta quantidade de plâncton presente na água (Morais 2008: 60). Contrastando com o baixo Tapajós, cujas cerâmicas tapajônicas primeiramente divulgadas por Curt Nimuendajú (2004) são encontradas em museus no Brasil e no exterior e que posteriormente foram estudadas por diversos autores (ver Gomes 2001), o alto Tapajós e boa parte do município de Itaituba são pouco conhecidos em termos arqueológicos, embora seja esta uma área-chave para a melhor compreensão do passado do sul amazônico. Arqueologia regional do alto Tapajós Bruna Cigaran da Rocha* Vinicius Honorato** ROCHA, B.C.; HONORATO, V. Arqueologia regional do alto Tapajós. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 11: 57-62, 2011. Resumo: Embora seja uma área-chave para uma melhor compreensão do passado do sul amazônico, a região do alto Tapajós e a maior parte do municí- pio de Itaituba são pouco conhecidas em termos arqueológicos. Apresentamos os dados obtidos durante a primeira etapa de campo na região das localidades de Montanha e Mangabal, alto Tapajós. Buscamos, ainda, delinear a bibliogra- fia disponível para a área e inserir hipoteticamente a região do alto Tapajós no quadro geral da arqueologia amazônica. Palavras-chave: Amazônia – Arqueologia amazônica – Alto Tapajós. (*) Mestranda em arqueologia pelo Institute of Archaeology, University College London (UCL). <[email protected]> (**) Graduado em História com formação complementar em Arqueologia pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). <[email protected]> 06761-36247001Miolo.indd 57 26/1/2012 16:07:35

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Embora seja uma área-chave para uma melhor compreensão dopassado do sul amazônico, a região do alto Tapajós e a maior parte do municí-pio de Itaituba são pouco conhecidas em termos arqueológicos. Apresentamosos dados obtidos durante a primeira etapa de campo na região das localidadesde Montanha e Mangabal, alto Tapajós. Buscamos, ainda, delinear a bibliografia disponível para a área e inserir hipoteticamente a região do alto Tapajós noquadro geral da arqueologia amazônica.

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A presente comunicação, além de apresentar os dados obtidos pela campanha inicial de campo, busca delinear a bibliografia disponível para a área e inserir hipoteticamente a região do alto Tapajós no quadro geral da arqueologia amazônica e brasileira.

Em março de 2010, realizamos um levantamento não-interventivo nas localidades de Montanha e Mangabal, no município de Itaituba, distante 120 km ao sul da cidade de Itaituba na margem esquerda do rio Tapajós (Rocha e Honorato 2011) (Fig. 1). Foram identificados vinte e quatro sítios arqueológicos durante essa primeira etapa de pesquisa (Fig. 2). Certa homogeneidade foi observada na amostra cerâmica, composta por cacos sem decoração plástica e sem tratamento de superfície; o tempero mais utilizado, visível a olho nu, é a areia, seguido de caraipé (Rocha e Honorato 2011: 47) (Fig. 3). Além de vestígios cerâmicos, foram identificados sítios com terra preta de índio, o que sugere ocupações intensivas e possivelmente longas (Petersen et alii 2001: 88). A presença de fragmentos de assador e machados polidos são indícios de populações que dominavam

O rio Tapajós é o primeiro afluente do rio Amazonas oriundo do Planalto Central

Brasileiro, portanto é geologicamente antigo, com águas cristalinas e solos arenosos criados por processos erosivos. Sua coloração esverdeada deve-se à alta quantidade de plâncton presente na água (Morais 2008: 60). Contrastando com o baixo Tapajós, cujas cerâmicas tapajônicas primeiramente divulgadas por Curt Nimuendajú (2004) são encontradas em museus no Brasil e no exterior e que posteriormente foram estudadas por diversos autores (ver Gomes 2001), o alto Tapajós e boa parte do município de Itaituba são pouco conhecidos em termos arqueológicos, embora seja esta uma área-chave para a melhor compreensão do passado do sul amazônico.

Arqueologia regional do alto Tapajós

Bruna Cigaran da Rocha*Vinicius Honorato**

ROCHA, B.C.; HONORATO, V. Arqueologia regional do alto Tapajós. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 11: 57-62, 2011.

Resumo: Embora seja uma área-chave para uma melhor compreensão do passado do sul amazônico, a região do alto Tapajós e a maior parte do municí-pio de Itaituba são pouco conhecidas em termos arqueológicos. Apresentamos os dados obtidos durante a primeira etapa de campo na região das localidades de Montanha e Mangabal, alto Tapajós. Buscamos, ainda, delinear a bibliogra-fia disponível para a área e inserir hipoteticamente a região do alto Tapajós no quadro geral da arqueologia amazônica.

Palavras-chave: Amazônia – Arqueologia amazônica – Alto Tapajós.

(*) Mestranda em arqueologia pelo Institute of Archaeology, University College London (UCL). <[email protected]>

(**) Graduado em História com formação complementar em Arqueologia pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). <[email protected]>

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Escrevi o seguinte:‘Correndo os rochedos que aqui

e alli entre a arêa formam immensas chapadas, encontrei sobre alguns diversos e differentes sulcos, uns já gastos, outros ainda perfeitamente visíveis, que mostravam ter sido feitos pela mão do homem.

Examinando com attenção as suas fórmas, comparando uns com outros, medindo as suas profundidades, cheguei a convencer-me de que ahi é que eram aperfeiçoados os machados de pedra que se encontram nas margens do Tapajós’” (Barbosa Rodrigues 1876: 111-112).

Ele ainda encontrou uma ponta de flecha de ágata lascada na praia de Itaituba, além de diversos machados que ele desenha e descreve ao longo do rio. Em 1976, Mario Simões escreveu sobre duas pontas de projétil líticas encontradas no médio curso do rio. Anna Roosevelt descreveu-as vinte anos mais tarde:

técnicas de processamento de mandioca brava (Manihot esculenta). Na campinarana que integra o sítio Terra Preta do Mangabal, lascas de quartzo e argilito, que podem ter sido produzidas por grupos pré-cerâmicos, foram encontradas. Em diversos locais foram avistadas palmeiras tucumã (Astrocaryum aculeatum), inajá (Maximiliana maripa) e babaçu (Attalea speciosa), possíveis indicadoras da presença humana passada e de seu manejo de espécies (Balée 1989: 7). Cabe ressaltar que, devido à natureza não interventiva (e sem coleta de material), essas informações são ainda preliminares.

No final do século XIX, Barbosa Rodrigues (1876) notou a presença de feições de polimento nos pedrais das cachoeiras do rio Tapajós. Sobre isso, o botânico escreveu:

“Passando a cachoeira do Boburé, saltei em terra e ahi encontrei, perpetuada nas rochas, uma lição, para os que hoje ignoram, como eram feitos os machados de pedra.

Fig. 1. Mapa: localização de Montanha e Mangabal em relação às cidades de Itaituba e Jacareacanga. Crédito: Vinicius Honorato.

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“A forma e a técnica das [...] pontas relacionavam-nas com as pontas triangulares do final do Pleistoceno provenientes da América do Sul ocidental [pois elas] diferiam morfológica e tecnicamente das pontas arcaicas documentadas para as terras baixas da América do Sul, que são espessas e lascadas pela percussão, não possuindo a continuada retocagem por pressão, os pedúnculos bem articulados e as aletas viradas para baixo” (Roosevelt et alii 1996: 375; tradução nossa).1

A pesquisa realizada por Rossetti (Rossetti et alii 2004) no município de Itaituba nos permite ter uma idéia do ambiente da região a partir dos últimos 15.000 anos. Ossadas de megafauna (Eremotherium laurillardi e Haplomastodon waringi) encontradas em caverna indicam que, em torno de 15.000 anos atrás, a vegetação era de savanas arbóreas, tendendo para a aridez (Rossetti et alii 2004: 298). Há 11.340 AP, a paisagem mudou ligeiramente, o clima ficou mais

(1) Ambas fazem parte do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi (números de catálogo: 1491 e 1273).

Fig. 3. Vaso cerâmico aflorando no sítio arqueológico Maloquinha, defronte à casa de Dona Francisca e Seu Naturial. Montanha, março de 2010. Crédito: Bruna Rocha.

Fig. 2. Vista do sítio arqueológico Ponta do Jatobá para o rio Tapajós, Mangabal, março de 2010. Crédito: Vinicius Honorato.

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Pesquisas realizadas por Celso Perota no âmbito do Pronapaba (em 1979 e 1982) resultaram na localização de 29 sítios arqueológicos cerâmicos próximos aos perímetros urbanos das cidades de Itaituba e Jacareacanga. Além de cerâmica, alguns dos sítios continham terra preta e, em casos separados, sepultamentos e vestígios líticos. (Simões 1983). Perota comenta sobre a decoração cerâmica (policrômica, pintada e incisa, plástica e incisa-excisa) em relação aos sítios líticos nas proximidades de Itaituba. Em anos recentes, o Núcleo de Arqueologia da Universidade Federal do Pará tem trabalhado no município de Itaituba (Martins et alii 2010) e em municípios adjacentes, pesquisando sítios arqueológicos de ocupação Tapajó e estilos relacionados à Tradição Inciso Ponteada. Em dois sítios escavados no município de Itaituba (Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Serraria Trombetas), sepultamentos secundários em urnas foram encontrados em contexto doméstico. Sobre o primeiro, “as urnas [...] em geral não possuem decoração e são de vários tamanhos, dispostas de forma agrupada em várias partes do terreno” (Martins et alii 2010: 139). Também há presença de material lítico no sítio Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: machados polidos e lascas de sílex “de uma indústria expediente” (Martins et alii 2010: 139).

A relevância dos estudos

A pesquisa que buscamos empreender se justifica por almejar inserir o alto Tapajós no contexto amazônico e regional mais amplo.

Existe uma série de cachoeiras no rio Tapajós, nos municípios de Itaituba e Trairão, sendo São Luiz do Tapajós a primeira a montante. Acreditamos que as cachoeiras do rio possam representar uma barreira geográfica entre grupos indígenas pré-coloniais distintos, conforme já proposto por Meggers (Meggers et alii 1988: 288). Diferenças entre a cerâmica idenitificada por Perota (Simões 1983: 57-60) e Martins et alii (2010: 138) e o material observado por nós no alto Tapajós parecem corroborar essa proposição.

O baixo Tapajós possui algumas das datas mais recuadas para produção cerâmica na Amazônia, de 3.800 AP (Gomes 2008: 173). Portanto é importante compreender a correlação

úmido, o que nos leva a pensar que os primeiros grupos humanos na região (cerca de mil anos depois, há registro de ocupação humana no baixo Amazonas [Roosevelt et alii 1996: 376) estariam vivendo em um ambiente mais próximo ao do cerrado atual. Há cerca de 4.600 AP, a umidade já era maior e a vegetação muito mais parecida com o que encontramos na região nos dias atuais (Rossetti et alii 2004: 298). Na margem direita do alto Tapajós, “enterramento[s] improvisado[s]” em urnas funerárias de enterramento secundário “imediatamente abaixo da superfície numa camada de terra prêta, de cerca de 50 cm de profundidade, que por sua vez se estende sôbre um barro amarelo” foram encontradas pelo Frei Protásio Frikel, da Missão Franciscana São Francisco do Cururú, no final da década de 1950. A disposição das urnas “parece ter sido arbitrária sem obedecer a um padrão” (Hilbert 1957: 3). Frikel também identificou pratos cerâmicos, “cuscuzeiros”. Segundo Hilbert (1957: 4), “mais de 95% dos cacos são lisos; os cacos decorados mostram traços de côr vermelha-púrpura”, e o Frei teria mencionado “pintura de amostras simples, executadas em branco ou vermelho sôbre fundo branco” (Hilbert 1957: 4).

Hilbert acrescenta que “o tratamento da superfície é bastante descuidado e irregular. A ligação entre as roscas é sempre mal-executada e desfaz-se com facilidade. As vasilhas são sempre assimétricas, as bordas de altura e perfil irregular [...] verifica-se [...] a ocorrência da mesma boca larga com pescoço curto, de ombros moderadamente acentuados como também a base redonda ou redonda apontada” (Hilbert 1957: 10).

Este material não foi atribuído aos então ocupantes da área, os Munduruku, pois além de não praticarem o enterramento secundário entre eles, “os próprios Mundurucú chamam a essas urnas pariwat tï a – panela (urna) de gente (índios) alheia ou de índios forasteiros. Afirmam serem estas urnas de origem não Mundurucú e pré-Mundurucú” (Hilbert 1957: 11). Com base em informações obtidas por Curt Nimuendajú (1948), é postulado que índios Kawahib (chamados de Parintintin pelos Munduruku, seus inimigos, que os expulsaram e causaram sua divisão em grupos separados entre o rio Madeira e o rio Machado) poderiam ter fabricado a cerâmica.

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Ao mesmo tempo, o material arqueológico (em particular, a cerâmica) encontrado será eventualmente comparado ao material dos altos rios Madeira, Xingú e Tocantins para que os atributos identificados possam ser relacionados entre si e a hipótese sobre a expansão Tupi oriunda da Amazônia ocidental em direção leste possa ser testada. O linguista Greg Urban escreveu:

“A área geral de dispersão dos povos Macro-Tupi que teria ocorrido entre 3 e 5 mil anos atrás, situa-se provavelmente entre o Madeira e o Xingu, ao que tudo indica mais próxima das áreas de cabeceira do que das várzeas dos grandes rios. Se assim for, os falantes de Macro-Tupi teriam tido originariamente um padrão de adaptação ecológica semalhante aos de Macro-Jê numa data análoga. Teriam estado nas terras mais altas, os Jê a leste e ao sul, os Tupi mais ao oeste e ao norte. Isso situaria os Jê nas cabeceiras dos rios São Francisco, Araguaia-Tocantins e Paraguai, e os Tupi nas redondezas dos tributários orientais do Madeira, nas cabeceiras do Tapajós e do Xingu” (Urban 1992: 92).

Consequentemente, pesquisas arqueológicas serão importantes para a melhor compreensão dessas ocupações passadas, suas temporalidades, e de processos de movimentação populacional.

temporal das ocupações no atual município de Itaituba e no alto Tapajós.

Gomes (2008: 220) levanta duas possibilidades: [1] grupos agricultores poderiam ter subido o rio Tapajós devido a pressões políticas exercidas pelo caçicado de Santarém; ou [2] houve “alianças multiétnicas e integração inter-regional de distintos grupos” (2008: 220) que levaram às semelhanças entre os sítios arqueológicos por ela pesquisados em Parauá (na margem esquerda do baixo Tapajós) com os do Brasil Central. A autora inferiu uma semelhança entre o padrão de assentamento de distribuição circular encontrado em Parauá e o das aldeias circulares no Brasil Central (2008: 220). Ademais, a produção cerâmica tardia em Parauá, de 1.320 a 910 AP, remete à tradição Uru do Brasil Central em suas características formais – “jarros com gargalo, vasilhas rasas com base plana e bordas extrovertidas, vasilhas globulares, assadores etc.” – e decorativas – “incisões transversais nos lábios ou bordas, ponteado e engobo vermelho” (Gomes 2008: 220).

Um levantamento interventivo na área de cachoeiras do alto Tapajós contribuirá para esclarecer tais questões, pois esta seria uma zona intermediária, cujos vestígios arqueológicos e respectivas datas poderão iluminar melhor questões acerca da origem das populações que por lá passaram ou se instalaram.

ROCHA, B.C.; HONORATO, V. Regional archaeology of the upper Tapajós river. Revis-ta do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 11: 57-62, 2011.

Abstract: In spite of it being a key area for a better understanding of the past of southern Amazonia, the upper Tapajós region and most of the muni-cipality of Itaituba are as yet little known in archaeological terms. We present the data collected during the first field trip to the localities of Montanha and Mangabal, on the upper Tapajós river. Further, we endeavour to outline the existing bibliography for the area, as well as to insert the upper Tapajós region in the general frame of Amazonian archaeology.

Keywords: Amazonia – Amazonian archaeology – Upper Tapajós river.

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ROCHA, B.C.; HONORATO, V. Arqueologia regional do alto Tapajós. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 11: 57-62, 2011.

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