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Roberto Tavares
Auditoria de Enfermagem e a Redução dos Custos Hospitalares: uma revisão sistemática
Londrina 2011
Roberto Tavares
Auditoria de Enfermagem e a Redução dos Custos Hospitalares: uma revisão sistemática
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Auditoria em Saúde, do Centro Universitário Filadélfia – Unifil, para obtenção do título de especialista.
Orientadora: Prof.ª Dra Damares Tomasin Biazin
Londrina 2011
Roberto Tavares
Auditoria de Enfermagem e a Redução dos Custos Hospitalares: uma revisão sistemática
Monografia apresentada ao Curso Especialização em Auditoria em Saúde em Banca examinadora do Centro Universitário Filadélfia – Unifil para obtenção do título de Especialista.
Aprovada em: ______ / ______ / ______
_________________________________________________ Profª Drª Damares Tomasin Biazin
Orientadora
_________________________________________________ Profª Ms. Maria Lucia da S. Lopes Membro da Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
- Primeiro agradeço a Deus por sua infinita bondade e misericórdia dispensadas a meu favor ao longo da minha vida. Por manter viva em meu coração uma fé maravilhosa que me deixa mais forte em cada amanhecer. - A minha família, Diana, Gabriel e Isadora, por terem compreendido minha ausência e me apoiarem nas decisões.
O que mais surpreende é o homem, pois perde a saúde para juntar dinheiro, depois perde o dinheiro para recuperar a saúde. Vive pensando ansiosamente no futuro, de tal forma que acaba por não viver nem o presente, nem o futuro. Vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido.
Dalai Lama
TAVARES, Roberto. Auditoria de Enfermagem e a Redução dos Custos Hospitalares: uma revisão sistemática. 2011. 47 fls. Monografia (Especialização Auditoria em Saúde) Centro Universitário Filadélfia – UniFil, Londrina, Pr., 2011.
RESUMO
A auditoria teve início nas empresas com a revolução industrial, objetivando a avaliação de seus desempenhos para permitir sua continuidade ou não. Com os investimentos das empresas no ramo de saúde e ainda com o crescente aumento dos custos em saúde na rede pública e privada, esta prática chegou aos hospitais, operadoras, saúde pública e demais prestadores de serviços de saúde, com o objetivo de manter-se no mercado altamente competitivo, melhorando seu desempenho tanto na qualidade dos serviços prestados, nos resultados financeiros obtidos, além de garantir uma melhor assistência à saúde prestada ao usuário. O presente trabalho é uma revisão sistemática que objetivou encontrar artigos, estudos publicados à respeito da Auditoria de Enfermagem na contribuição da redução dos custos hospitalares, conhecendo o papel do Enfermeiro Auditor, bem como o que se tem feito para otimização dos custos de materiais e medicamentos sem prejudicar a assistência prestada, garantido um serviço de qualidade com resultados. Pesquisa realizada na Base de Dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizando-se os seguintes descritores: Redução de Custos Hospitalares; Auditoria em Saúde; Auditoria Administrativa; Auditoria de enfermagem; Gastos Hospitalares; Materiais e Medicamentos. Após a análise foram utilizados nove artigos que apresentavam textos completos em português, verificou-se que a auditoria é instrumento fundamental para nortear as ações de enfermagem, sendo o enfermeiro auditor de contas hospitalares de grande relevância, auxiliando na educação permanente, na elaboração de protocolos, normas e rotinas, podendo elevar o nível de atendimento e os resultados positivos atingidos, sendo de cunho financeiro bem como na qualidade da assistência prestada. Descritores: Auditoria em saúde; Auditoria em enfermagem; Redução de custos hospitalares; Autoria Administrativa; Gastos hospitalares; Materiais e medicamentos.
ABSTRACT
The audit started in undertakings with the industrial revolution, aiming at the evaluation of their performances to allow its continuity or not. With the companies' investments in the branch of health and with the increase in health costs in public and private network, this practice has arrived in the hospitals, operators, public health and other providers of health services, in order to remain in the highly competitive, Improving its performance both in the quality of services, as in financial results, and ensure better health care provided to the user. This work is a systematic review aimed to find articles, studies published regarding the Nursing Audit's contribution to the reduction of hospital costs, knowing the Nurse's role Auditor, As well as what has been done for optimization of the costs of materials and medicines without prejudice to the assistance, guaranteed a quality service with results. Research carried out in the database of Virtual Health Library (BVS), using-if the following descriptors: Reduce Hospital Costs; Audit in Health; Audit Administrative; Audit of nursing; Hospital Costs; materials and medicines. After the analysis were used nine articles that presented complete texts in Portuguese, found-that the audit is fundamental instrument to guide nursing actions, being the nurse auditor hospital of great importance, assisting in continuing education, development of protocols, rules and routines, possibly raising the level of care and the positive results achieved, and die financial as well as the quality of assistance. Descriptors: Health Audit, Auditing, nursing; reduction in hospital costs, administrative authority; Hospital costs, materials and medicines
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 09
2 METODOLOGIA................................................................................................. 14
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 45
1 INTRODUÇÃO
A prática de auditoria teve início no século XII, na Inglaterra, pela
implantação dessa atividade nas empresas. Essa técnica se fixou no século XVII,
pela Revolução Industrial, nas grandes empresas, tendo continuidade até os dias
atuais (MOTTA, 2010).
Para Attie (1998 apud SOUZA; FONSECA, 2005) o surgimento da
auditoria está ancorado na necessidade de confirmação por parte dos investidores e
proprietários quanto à realidade econômica e financeira espelhada no patrimônio
das empresas investidas e, principalmente em virtude do aparecimento de grandes
empresas muiltigeograficamente distribuídas e simultâneo ao desenvolvimento
econômico que propiciou participação na formação do capital de muitas empresas.
Na área hospitalar, um dos meios utilizados na auditoria é a avaliação da
qualidade da assistência prestada através da análise dos registros nos prontuários.
Para Francisco (1993 apud BUZATTI; CHIANCA, 2005) essa prática foi
introduzida nos Estados Unidos , em 1918, por George Gray Word, médico
ginecologista do “Woman’s Hospital” de Nova Iorque. Esse mesmo autor afirma que
os primeiros trabalhos de auditoria em enfermagem foram publicados em 1995, nos
Estados Unidos. No Brasil, a referida prática data de aproximadamente, 40 décadas
atrás.
Já para Almeida (1984 apud GALVÃO, 2002) a crescente elevação dos
custos da assistência à saúde vem constituindo um grande desafio aos governantes;
os modelos de prestação de serviços focam a doença e, consequentemente,
incentivam o tratamento curativo, tendo o hospital como principal cenário das ações.
Segundo Attie (1998 apud SOUZA; FONSECA, 2005) a evolução da
auditoria no Brasil está primariamente relacionada com a instalação de empresas
internacionais, pois uma vez implantadas esta empresas tiveram suas
demonstrações financeiras auditadas.
Para Bud (2000 apud SOUZA; FONSECA, 2005) na atualidade, para
manterem-se no mercado competitivo, as instituições têm que aprender a associar
baixos custos, e excelência de qualidade para os seus clientes. Consequentemente,
as instituições de cuidados de saúde têm sido compelidas a se organizarem como
empresas, desenvolvendo visão de negócio para sobreviverem a estas mudanças de
mercado. Esta tendência mundial tem exigido dos profissionais envolvidos,
habilidade na análise de custos para a prestação de serviços de saúde.
A auditoria de enfermagem vem tomando novas dimensões ao longo dos
anos e mostrando sua importância dentro das instituições hospitalares e operadoras
de planos de saúde (MOTTA 2010).
Segundo Caleman, Moreira e Sanchez (1998) os principais tipos de
auditoria são:
- Auditoria Operativa
A auditoria operacional é baseada na observação direta dos fatos,
procede à verificação “in loco”, quanto à propriedade das informações obtidas para
análise dos documentos e situações, objetiva a avaliação do atendimento às normas
e diretrizes, através de verificação técnico-científica e contábil da documentação
médica, estrutura física e tecnológica, bem como, se necessário, ao exame do
paciente. Concentrando-se nas condições da rede física, nos mecanismos de
regulação e de desenvolvimento das ações de saúde.
Para Motta (2010) auditoria operativa é o serviço realizado por um
profissional dentro das instalações dos prestadores de serviço.
- Auditoria Analítica
A auditoria analítica é baseada na análise dos documentos, relatórios e
processos, e objetiva a identificação de situações consideradas incomuns e
passíveis de avaliação, bem como conferência quantitativa e qualitativa da conta
hospitalar. Subsidia o trabalho operativo e delineia o perfil da assistência e os seus
controles.
Para Motta (2010) a auditoria analítica é o serviço realizado por um
profissional responsável pela análise das contas médicas, e consiste na análise
pericial dos procedimentos médicos e de enfermagem realizados, verificando a
compatibilidade entre o prontuário e a cobrança efetuada.
Ainda para Motta (2010) a auditoria analítica pode ser subdivida em:
- Pré-auditoria ou auditoria prospectiva: trata-se da avaliação dos
procedimentos médicos antes de sua realização. Exemplo: emissão de um parecer,
pelo médico auditor da operadora de plano de saúde, sobre um determinado
tratamento ou procedimento, e cabe a ele por meio de conhecimento dos contratos e
legislação, mais perícia, recomendar ou não os procedimentos;
- auditoria concorrente ou proativa ou supervisão: é a análise pericial
ligada ao evento no qual o cliente está envolvido. Exemplo: acompanhar o processo
de atendimento ao cliente ainda internado; e,
- auditoria de contas hospitalares ou retrospectiva ou revisão de
contas: consiste na análise pericial dos procedimentos médicos realizados, com ou
sem a análise do prontuário médico. Exemplo: análise de contas interna ou
externamente após seu fechamento, ou seja, alta do paciente.
Motta (2010) afirma também que a auditoria de enfermagem está presente
no hospital como auditoria interna do faturamento através da análise de contas, e
auditoria interna de educação permanente, onde esta última pode ir além do
faturamento, custo, chegando à qualidade dos serviços prestados, orientando e
participando do processo de treinamento, objetivando melhores desempenhos
quanto a tempo de atendimento, redução de infecção hospitalar, índice de satisfação
do cliente, entre outros.
Ainda segundo Motta (2010) a auditoria nas operadoras de planos de
saúde podem ser:
- Auditoria externa in loco: serviço realizado por profissional dentro das
unidades do hospital em que estão internados os pacientes, pela análise do
prontuário e visita ao paciente; e,
- auditoria interna: realizada dentro da operadora, pela análise das
contas hospitalares, clínicas e laboratórios. Podendo ser ainda por amostragem,
onde o método escolhido para definir a amostra, depende de estudos estatísticos
disponíveis. É feita uma seleção de acordo com a realidade apresentada.
Espera-se com esta pesquisa disponibilizar material a respeito da
Auditoria de Enfermagem com intuito de contribuir na redução dos custos
hospitalares, conhecendo o papel do Enfermeiro Auditor, bem como o que se tem
feito para otimização dos custos de materiais e medicamentos sem prejudicar a
assistência prestada, garantido um serviço de qualidade com resultados.
Diante do exposto, é objetivo desta pesquisa realizar uma revisão
sistemática sobre auditoria de enfermagem e a sua contribuição na redução dos
custos hospitalares, e ainda quais os mecanismos utilizados para alcançar a
otimização dos custos em serviços de saúde.
2 METODOLOGIA
Neste estudo foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre
auditoria de enfermagem e a sua relação com a redução dos custos hospitalares:
desta forma, pretendeu-se analisar e sintetizar os dados de pesquisas sobre o tema
com o intuito de contribuir na avaliação e controle da assistência à saúde.
A revisão sistemática consiste no levantamento e na análise crítica dos
principais trabalhos publicados sobre determinado assunto, permitindo ao leitor tirar
conclusões sobre o conhecimento pré-existente sobre o tema pesquisado. A revisão
sistemática é um recurso importante, onde os resultados de pesquisa são coletados,
categorizados, avaliados e sintetizados (BIAZIN, 2010)
Para realizar uma análise criteriosa em artigos sobre auditoria e custos
hospitalares, este estudo estabeleceu os seguintes critérios de inclusão das
publicações encontradas:
- somente artigos obtidos na integra;
- publicações nacionais, na língua portuguesa; e,
- publicações “on line” indexadas na Base de Dados da Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS), sem determinação de data.
- tratar especificamente sobre o assunto
Para a busca foram utilizados os seguintes descritores: Redução de
Custos Hospitalares; Auditoria em Saúde; Auditoria Administrativa; Auditoria de
Enfermagem; Gastos Hospitalares; Materiais e Medicamentos.
Na revisão realizada na BVS utilizando os descritores acima foram
encontrados:
- redução de custos hospitalares – 1.632 artigos, destes, 50 na língua
portuguesa e utilizados apenas 2, por atenderem os critérios estabelecidos;
- auditoria em saúde – 338 artigos, 101 em português e utilizados 3
artigos;
- auditoria administrativa – 141 artigos, 48 em português e não utilizado
nenhum artigo;
- auditoria em enfermagem – 3.564 artigos, 72 em português e utilizados 3
artigos;
- gastos hospitalares – 1.426 artigos, 69 em português e utilizados
somente 1 artigo;
- materiais e medicamentos – 3.676 artigos, 80 em português e não
utilizado nenhum artigo.
No levantamento realizado foram encontrados 420 artigos publicados na
língua portuguesa, mas atendendo aos critérios de inclusão, no final da revisão,
ficaram 9 artigos, os quais foram cuidadosamente analisados utilizando como
parâmetro o estudo realizado por Motta (2010), pois aborda conceitos, condutas
gerais para análise das contas, apresentação das cobranças hospitalares, auditoria
atual, normas e o perfil da enfermeira auditora.
O resultado está apresentado no capítulo de resultados e discussão.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resumo da análise realizada dos artigos que compõe a amostra deste
estudo está apresentado no quadro I, a seguir:
Ano Autor(es) Título do artigo Periódico(v e n) Tipo de estudo Objetivo observação
2002 GALVÃO, Claudia Raffa Estudo do Papel da auditoria de
Enfermagem para Redução dos
Desperdícios em Materiais e
Medicamentos
Revista o Mundo da
Saúde. v.26, n.2,
p.7.
Pesquisa de Campo em
duas Instituições de Saúde
– análise de Prontuário
Estudar o papel da auditoria de
enfermagem para redução dos
desperdícios de materiais e
medicamentos.
Falha nas anotações de enfermagem,
necessário treinamento da equipe
2004 PEIXOTO, Sergio Viana
et al.
Custos das Internações Hospitalares
entre idoso Brasileiros no Âmbito do SUS
Epidemiologia e
Serviços de Saúde.
v.13, n.4, p.8.
Pesquisa bibliografica –
Base de Dados do Sistema
de Informações
Hospitalares (SIH) do SUS
Avaliar o custo de internações
hospitalares entre idosos à cima de 60
anos brasileiros em 2001.
O Idoso contribui significativamente para
os gastos com internações do SUS
2004 RODRIGUES, Vanessa
A; PERROCA, Márcia
G; JERICO, Marli
Glosas Hospitalares: importância das
anotações de enfermagem.
Arquivo Ciência e
Saúde v.11, n.4,
p.5.
Estudo retrospectivo de
natureza exploratória
descritiva
Investigar os fatores intervenientes nas
glosas ocorridas em um hospital de
ensino.
Com as anotações de enfermagem foram
recuperadas 87,7% do custo total glosado
por planos de saúde.
2005 SCARPARO, Ariane
Fazzolo
Auditoria em Enfermagem: revisão da
literatura
Revista Nursing
v80, n.8, p.6.
Pesquisa Bibliográfica Verificar a importância da auditoria
como instrumento de trabalho do
enfermeiro e referencia à analise de
glosas,
Análise de glosas: 20% usam a auditoria
para controle contábil, 40% reconhecem
sua importância, 50% consideraram
positivos após sua utilização como
instrumento de trabalho.
2005 SOUZA, Diva A;
FONSECA, Ariadne S.
Auditoria em Enfermagem: visão das
Enfermeiras do Município de SP
Revista Nursing
v84, n.8, p.5.
Estudo quantitativo com
abordagem descritiva
Verificar a visão dos enermeiros sobre
auditoria.
Autor aplicou questionário na equipe de
enfermagem para avaliar sua visão sobre
auditoria
2005 FONSECA, Ariadne da
Silva et al.
Auditoria e o Uso de Indicadores
Assistenciais: uma relação mais que
necessária para a gestão assistencial na
atividade hospitalar.
Revista O Mundo da
Saúde v.29, n.2.
p.9.
Estudo quantitativo com
abordagem descritiva
Relatar a importância da atuação da
auditoira de enfermagem e o uso de
indicadores assistenciais como método
de avaliação da qualidade da
assistência prestada.
O resultado do trabalho promoveu uma
maior participação das equipes e das
lideranças no planejamento e adoção de
medidas corretivas e preventivas.
2005 BUZATTI, Claudia V.;
CHIANCA, Tânia C.
Auditoria em Enfermagem: erros e custos
envolvidos nas anotações
Revista Nursing
v.90, n.8, p.5.
Pesquisa de campo com
implementação de ações
para promover uma reação
seguida de avaliação.
Relatar a importância da normatização
e padronização das anotações de
enfermagem
Falha nas anotações que levam as
glosas. Implantado plano de padronização
de ações, treinamento, educação
continuada acredita-se que possa
melhorar a assistência prestada.
2006 LOURENÇO, Karina G.;
CASTILHO, Valéria
Classificação ABC dos Materiais; uma
ferramenta gerencia dos custos de
enfermagem
Revista Brasileira de
Enfermagem
REBEN v.59, n.1,
p.4.
Estudo exploratório
descritivo com analise
quantitativa dos dados
Conhecer o perfil dos gastos com
material de consumo do hospital
Universitário da Universidade de São
Paulo.
A-20% dos itens = 50% dos custos
B-30% dos itens = 30% dos custos
C-50% dos itens = 20% dos custos
2010 SCARPARO, Ariane F.
et al.
Tendências da Função do Enfermeiro
Auditor no Mercado em Saúde
Texto Contexto em
Enfermagem v.19,
n.1, p.8.
Estudo exploratório de
natureza quantitativa.
Identificar as tendências autais e
futuras da função do enfermeiro auditor
no mercado de trabalho.
Identificou tendências atuais e futuras. Na
atualidade auditoria é contábil. E para o
futuro tendência para qualidade.
Quadro1 – Distribuição dos artigos obtidos na revisão, segundo ano, autor(es), título, periódico, tipo de estudo, objetivo e observação. Londrina, 2011.
3.1 Revisões dos artigos
3.1.1 – Estudo do Papel da Auditoria de Enfermagem para a Redução dos
Desperdícios em Materiais e Medicamentos. Trabalho de pesquisa bibliográfica, com
pesquisa de campo em duas instituições de saúde por meio de analise posterior ao
atendimento dos prontuários de pacientes, onde foram detectadas falhas nas
anotações de enfermagem, assim concluiu o autor que a auditoria de enfermagem
não faz um trabalho proativo para a redução dos desperdícios de materiais e
medicamentos, sendo necessário treinamento da equipe com revisão das rotinas
para otimizar os custos.
3.1.2 – Custos das Internações Hospitalares entre idosos Brasileiros no Âmbito do
Sistema Único de Saúde. O autor pesquisador utilizou a base de dados do Sistema
de Informações Hospitalares (SIH – SUS) para conhecer os custos de internações
hospitalares entre idosos (pessoas com 60 anos ou mais) onde o autor teve de
descartar as internações que utilizam AIH tipo 5 porque a mesma não contem
informações como idade, sexo, internações estas que se referem ao internamento
de longa data, ou seja aquela que o tempo de internação ultrapassa o previsto na
liberação da AIH tipo 1, e que por sua vez gera mais gastos. O autor concluiu que a
população idosa contribui significativamente para os gastos com hospitalização no
âmbito do SUS.
3.1.4 – Auditoria em Enfermagem: revisão de literatura. Pesquisa bibliográfica sobre
o papel do Enfermeiro Auditor na alise de glosas onde o autor afirma que poucos
trabalhos utilizaram a auditoria para controle contábil 20%, enquanto que 40%
relatam sua importância, e 50% consideram positivo os trabalhos após a utilização; o
autor analisou 10 artigos distribuídos em questões: a) definição de auditoria em
enfermagem/auditoria em saúde. b) tipos/métodos de auditoria. c) instrumentos
utilizados. d) finalidade utilizada. d) referencia e analise de glosas ou perdas. e)
importância da auditoria como instrumento de trabalho nos estudos realizados.
3.1.5 – Auditoria em Enfermagem: visão das Enfermeiras do Município de São
Paulo. Estudo quantitativo com abordagem descritiva, objetivando verificar a visão
dos enfermeiros sobre auditoria. O Autor fez um questionário para avaliar o que o
enfermeiro compreende sobre auditoria: a) a opinião das enfermeiras sobre o
significado da auditoria. b) papel do enfermeiro auditor segundo as enfermeiras. c)
perspectiva do enfermeiro auditor no mercado de trabalho segundo as enfermeiras.
d) locais de atuação do enfermeiro auditor segundo as enfermeiras. e) motivos que
levam as enfermeiras a acreditar que o enfermeiro auditor encontra mercado de
trabalho. f) mudanças que as enfermeiras acreditam que irão acontecer na
enfermagem em decorrência da auditoria.
3.1.3 – Glosas Hospitalares: importância das anotações de enfermagem. Estudo
retrospectivo de natureza exploratória descritiva tem como objetivo investigar os
fatores intervenientes nas glosas. Neste estudo concluiu-se que a pratica de
anotação de enfermagem é de extrema importância para as instituições de saúde,
uma vez que a partir dela é possível reaver cerca de 87,7% do custo total glosado
de planos de saúde.
3.1.7 – Auditoria de Enfermagem: erros e custos envolvidos nas anotações. Trata de
uma pesquisa de campo com implementação de ações para promover uma reação,
seguida de uma avaliação. Observou-se que a realidade do hospital trabalhado é
semelhante a dos hospitais brasileiros, quanto a falhas no sistema de anotação de
enfermagem, o que acarreta em glosas pelos planos de saúde. Sendo implanto uma
plano de padronização das ações, como kits para curativos e outros procedimentos
médicos bem como das anotações, após treinamentos e implantação de educação
continuada, o que resultou na diminuição das glosas, na redução do retrabalho, bem
como no aumento do faturamento.
3.1.6 – Auditoria e o Uso de Indicadores Assistências: uma relação mais que
necessária para a gestão assistencial na atividade hospitalar. Estudo quantitativo
com abordagem descritiva, objetivando relatar a importância da atuação da
enfermagem (auditoria de enfermagem) identificar os indicadores assistenciais como
um dos métodos de avaliação da qualidade; o autor realizou uma pesquisa de
campo com metodologia quantitativa num hospital privado do município de São
Paulo, utilizando uma planilha para levantamento diário das necessidades de
implementações dos relatórios de enfermagem in loco (tempo real) o que permite um
melhor resultado da anotação, bem como da assistência prestada. Conclui-se que o
resultado do trabalho promoveu um melhor envolvimento da equipe até mesmo
como a participação das lideranças de enfermagem no planejamento e na adoção
de medidas corretivas e preventivas, e que a implementação da auditoria de
enfermagem traz como resultado não só no que se refere a qualidade, mas também
aos aspectos operacionais e financeiros da instituição.
3.1.8 – Classificação ABC dos Materiais: uma ferramenta gerencial de custos em
enfermagem. Estudo exploratório-descritivo com analise quantitativa dos dados.
Onde o autor em pesquisa de campo classificou 1938 tipos de materiais, sendo:
Classe A tem 20% de itens que correspondem a 50% dos custos, Classe B tem 30%
dos itens que correspondem a 30% dos custos, enquanto que a Classe C representa
50% dos itens e 20% dos custos. Concluindo que a Curva ABC deve ser avaliada a
cada ano devido à variação dos custos em aquisição, e que a equipe de
enfermagem tenha ciência dos custos, pois acredita que seja uma das maneiras de
despertar o interesse pelo assunto e pelo uso adequado.
3.1.9 – Tendências da Função do Enfermeiro Auditor no Mercado em Saúde. O autor
buscou identificar tendências atuais e futuras do enfermeiro auditor utilizando
metodologia de investigação nas instituições de ensino brasileiras tendo como
resultado na atualidade, que está focada na dimensão burocrática, de cunho contábil
e financeiro, contemplando exigências das instituições de saúde. E para o futuro
observa-se uma projeção de mudança incorporando a avaliação da qualidade da
assistência.
3.2 - Conceito de Auditoria de Enfermagem
Outro aspecto analisado foi o conceito de auditoria em enfermagem
apresentado por cada autor analisado. O resultado encontra-se no Quadro 2.
Galvão Não faz menção.
Peixoto et AL Não faz menção.
Rodrigues; Perroca; Jericó
Mensuração da qualidade e dos custos, avaliação sistemática e formal.
Scarparo Exame oficial dos registros de enfermagem como o objetivo de avaliar, verificar e melhorar a assistência podendo concentrar-se nos registros e anotações de enfermagem
Souza; Fonseca Avaliação sistemática da assistência de enfermagem verificada nas anotações de enfermagem no prontuário do paciente e ou das próprias condições destes.
Fonseca et AL Avaliação sistemática da qualidade de assistência de enfermagem, verificando a compatibilidade do procedimento realizado e os itens cobrados.
Buzatti; Chianca Função avaliadora, como objetivos bem claros que favorece a identificação dos pontos fracos do serviço e visa correção.
Lourenço; Castiho Não faz menção.
Scarparo et AL Não define.
Quadro 2 – Conceito de Auditoria em Enfermagem segundo autores pesquisados. Londrina, Pr., 2011. 3.2.1 – Galvão (2002) não faz menção ao conceito de auditoria de enfermagem, mas
coloca que o volume de perdas em medicamentos e materiais, principais fontes de
lucratividade dos hospitais é crescente e pouco controlada e como a auditoria de
enfermagem pode realizar um trabalho proativo nas instituições de saúde.
3.2.2 – Peixoto et al. (2005) não fazem menção ao conceito de auditoria de
enfermagem.
3.2.3 – Rodrigues, Perroca e Jericó (2004) acreditam que a auditoria tem surgido
como uma ferramenta importante para mensuração da qualidade (auditoria da
qualidade) e dos custos (auditoria de custos) das instituições de saúde. O processo
de auditoria é conceituado como uma avaliação sistemática e formal de uma
atividade realizada por pessoas não envolvidas diretamente em sua execução a fim
de se determinar se a atividade está de acordo como os objetivos propostos. Desta
forma, é possível evidenciar deficiências nas atividades desenvolvidas e apontar
alternativas preventivas e corretivas para as mesmas.
3.2.4 – Para Scarparo (2005) auditoria em enfermagem é o exame oficial dos
registros de enfermagem com o objetivo de avaliar, verificar e melhorar a
assistência, podendo concentrar-se nos registros e anotações de enfermagem.
3.2.5 – Souza e Fonseca (2005) afirmam que a auditoria em enfermagem também
pode se entendida como uma avaliação sistemática da assistência de enfermagem,
verificada através das anotações de enfermagem no prontuário do paciente e ou das
próprias condições destes.
3.2.6 – Para Fonseca et al. (2005) a auditoria de enfermagem é a avaliação
sistemática da qualidade de assistência de enfermagem prestada ao cliente pela
análise dos prontuários e pela verificação da compatibilidade entre o procedimento
realizado e os itens que compõem a conta hospitalar cobrada, garantindo um
pagamento justo, mediante a cobrança adequada.
3.2.7 – Buzatt e Chianca (2005) defendem a auditoria interna como uma função
independente para avaliação, criada dentro de empresas para examinar e avaliar
suas atividades, fornecendo subsídios para análise, recomendações, assessoria e
informações relativas às atividades examinadas, descrevem o método de auditoria
em enfermagem como sendo um guia com objetivos bem claros que favorece a
identificação dos pontos fracos do serviço e visa correção.
3.2.8 – Lourenço e Castilho (2006) não fazem menção ao conceito de auditoria de
enfermagem.
3.2.9 – Scarparo et al. (2010) não definem Auditoria de Enfermagem; mas propõe
que: a tendência da função do enfermeiro auditor em torno de uma concepção
mesclada de controle de custos e de melhoria da qualidade pode resultar de um
panorama de reestruturação da produção em saúde, demarcada por uma nova
lógica de gestão das organizações denominada atenção gerenciada.
Para Motta (2010) Auditoria em Enfermagem trata-se da avaliação
sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente pela
análise dos prontuários, acompanhamento do cliente “in loco” e verificação da
compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens que compõem a conta
hospitalar, garantindo um pagamento justo mediante a cobrança adequada.
O conceito de auditoria (audit) foi proposto por Lambeck em 1956 e tem como premissa a “avaliação da qualidade da atenção direta, registro e história clínica do cliente”. As atividades da auditoria concentram-se nos processos e resultados da prestação de serviços e pressupõem o desenvolvimento de um modelo de atenção adequado em relação às normas de acesso, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Consistem em controlar e avaliar o grau de atenção efetivamente prestado pelo sistema, comparando-o a um modelo definido (CALERMAN; MOREIRA; SANCEHZ, 1998, p. 4).
Analisando todas as afirmações (Quadro 2) pode-se resumir que Auditoria
de Enfermagem conceitua-se pela avaliação sistemática dos serviços prestados,
através da mensuração dos resultados, sejam eles da qualidade da assistência
prestada, bem como dos custos e resultados financeiros obtidos, seguindo
protocolos que podem ser melhorados ao longo do tempo através da própria ação
da auditoria que também tem como objetivo avaliar os pontos fracos que visam
correção.
3.3 - Função / Papel do Enfermeiro Auditor
A função ou papel do Enfermeiro Auditor foi analisada e está apresentada
no Quadro 3 a seguir.
Galvão Não faz menção.
Peixoto et al.
Não fazem menção.
Rodrigues; Perroca; Jericó
Auditoria de cuidados é uma avaliação sistemática da qualidade de assistência de enfermagem, verificando prontuário e paciente. Auditoria de custos confere e controla o faturamento; investiga a propriedade dos gastos e processos de pagamentos, analisa as estatísticas, indicadores específicos da organização, conferem os sistemas de faturamento das contas medicas e ainda elaborar processos de glosas contratuais e administrativos.
Scarparo Auditoria hospitalar, organizar, coordenar, avaliar, prestar consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de auditoria de enfermagem.
Souza; Fonseca
Consultoria, auditoria e emissão de parecer. Analise de contas verificando a compatibilidade entre o prontuário e a cobrança. Orientação a educação continuada.
Fonseca et al.
Auditoria externa faz análise de contas após a alta do paciente, verificando a compatibilidade entre o prontuário e a cobrança. A auditoria orienta toda a equipe interdisciplinar que tem acesso ao prontuário para que se conscientize da importância legal de seu preenchimento esclarecendo dúvidas.
Buzatti; Chianca
Treinamento e preparação de pessoal médico e de enfermagem para a padronização e normatização das ações.
Lourenço; Castilho
Não fazem menção
Scarparo et al.
Coleta de dados dos prontuários e das contas, registros de enfermagem, manuais de enfermagem, procedimentos e rotinas e análise dos pagamentos das contas hospitalares, impor glosas ou diminuí-las. A finalidade da auditoria de enfermagem esta restrita à comprovação de pagamento de contas relativa à assistência de enfermagem questionando e revendo glosas apontadas, realizando negociações entre os representantes do hospital e do convenio.
Quadro 3 – Função do Enfermeiro Auditor segundo os autores pesquisados. Londrina, Pr., 2011.
3.3.1 – Galvão (2002) não faz menção da função/papel do enfermeiro auditor.
3.3.2 – Peixoto et al. (2004) não fazem menção da função/papel do enfermeiro
auditor.
3.3.3 – Rodrigues, Perroca e Jericó (2004) enfatizam que a auditoria de cuidados é
uma avaliação sistemática da qualidade de assistência de enfermagem, verificada
através das anotações de enfermagem no prontuário do paciente e ou das próprias
condições deste. A auditoria de custos tem como finalidade conferir e controlar o
faturamento enviado para os planos de saúde, verificar exames e procedimentos
realizados; efetuar visitas de rotina a pacientes internados cruzando as informações
recebidas com as que constam no prontuário do paciente. Visa também investigar a
propriedade dos gastos e processos de pagamentos, analisar as estatísticas,
indicadores hospitalares específicos da organização, conferir os sistemas de
faturamento das contas médicas e ainda elaborar processos de glosas contratuais e
administrativos.
3.3.4 – Para Scarparo (2005) houve uma redefinição dos papeis dos agentes
envolvidos na assistência do paciente, e neste contexto o enfermeiro é o profissional
habilitado para atuar na auditoria hospitalar, cabendo privativamente a ele organizar,
dirigir, coordenar, avaliar prestar consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre
os serviços de auditoria de enfermagem.
3.3.5 – Souza e Fonseca (2005) descrevem que cabe ao enfermeiro privativamente
a consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem. A
auditoria externa se dará pela análise de contas hospitalares após a alta do paciente
verificando a compatibilidade entre o prontuário e a cobrança. A auditoria interna
poderá se efetuada pela enfermeira responsável pela educação continuada que irá
orientar toda a equipe interdisciplinar que tem acesso ao prontuário.
3.3.6 – Fonseca et al. (2005) informam que a auditoria de enfermagem pode ser
realizada em hospitais, clínicas, ambulatórios, home-care e operadoras de planos de
saúde. Nos hospitais, clínicas e ambulatórios, a auditoria externa se fará pela análise
de contas hospitalares após a alta do paciente, verificando a compatibilidade entre o
prontuário e a cobrança. A auditoria interna poderá ser efetuada pela enfermeira
responsável pela educação continuada que irá orientar toda a equipe interdisciplinar
que tem acesso ao prontuário para que se conscientize da importância legal de seu
preenchimento esclarecendo dúvidas.
3.3.7 – Buzatti e Chianca (2005) relatam que as estratégias utilizadas para implantar
um serviço de auditoria incluem o treinamento e preparação de pessoal médico e de
enfermagem para a padronização e normatização das ações.
3.3.8 – Lourenço e Castilho (2006) não fazem menção da função/papel do
enfermeiro auditor.
3.3.9 – Scarporo et al. (2010) defendem a idéia que contemplando as etapas de
coleta de dados e de análise dos pagamentos das contas hospitalares, relativos a
subárea de enfermagem, conseguem impor glosas ou diminuí-las. Os dados podem
ser coletados dos prontuários dos pacientes, registros de enfermagem, manuais de
enfermagem, manuais de procedimentos e rotinas e manuais de padrões da
assistência ou coletando os dados também do prontuário do paciente e documentos
relativos à conta hospitalar. Assim a finalidade da auditoria de enfermagem está
restrita à comprovação de pagamento de contas hospitalares relativa à assistência
de enfermagem, questionando e revendo glosas apontadas, realizando negociações
entre os representantes do hospital e do convênio.
Para Motta (2010) as principais responsabilidades da enfermeira auditora,
no serviço privado são:
agir dentro de princípios éticos e legais;
conhecer e dominar o contrato firmado entre o hospital e a
operadora de planos de saúde;
conhecer os aditivos contratuais;
atualizar seus conhecimentos de temas médicos, que sofrem
mudanças constantes devido ao desenvolvimento tecnológico;
aprimorar conceitos dos novos produtos lançados no mercado,
materiais ou medicamentos;
ter embasamento e conhecimento para conversas e negociar;
fundamentar seus conceitos com conteúdo baseado em evidências
antes de expô-los;
conhecer todos os documentos que compõem a prontuário do
paciente, começando pela familiarização com as guias de
procedimentos médicos e demais formulários e impressos; e,
ser clara e transparente no momento da análise das contas
hospitalares.
Conforme a RESOLUÇÃO COFEN-266/2001 (BRASIL, 2001) é
competência do Enfermeiro Auditor:
organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria,
auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de Auditoria de
Enfermagem;
atuar no planejamento, execução e avaliação da programação de
saúde e assistências de saúde;
atuar na elaboração de medidas de prevenção e controle
sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes
durante a assistência de enfermagem;
atuar na construção de programas e atividades que visem a
assistência integral à saúde individual e de grupos específicos,
particularmente daqueles prioritários e de alto risco;
atuar na elaboração de programas e atividades da educação
sanitária, visando a melhoria da saúde do indivíduo, da família e da
população em geral;
atuar na elaboração de Contratos e Adendos que dizem respeito à
assistência de Enfermagem e de competência do mesmo;
o Enfermeiro Auditor, no cumprimento de sua função, tem o direito
de visitar/entrevistar o paciente, com o objetivo de constatar a
satisfação do mesmo com o serviço de Enfermagem prestado, bem
como a qualidade. Se necessário acompanhar os procedimentos
prestados no sentido de dirimir quaisquer dúvidas que possam
interferir no seu relatório;
o Enfermeiro Auditor, quando no exercício de suas funções, deve
ter visão holística, como qualidade de gestão, qualidade de
assistência e quântico-econômica-financeiro, tendo sempre em
vista o bem estar do ser humano enquanto paciente/cliente; e,
a competência do Enfermeiro Auditor abrange todos os níveis onde
há a presença da atuação de Profissionais de Enfermagem.
Assim, pode-se observar que a função do Enfermeiro Auditor apresentada
pelos autores é: o Enfermeiro Auditor é o profissional habilitado para avaliar os
serviços de assistência à saúde em qualquer nível onde há a presença de
profissionais de enfermagem, participando efetivamente da elaboração de manuais,
normas, rotinas, contratos de prestação de serviços, bem como da avaliação e
reformulação destes. Orientando a necessidade da educação permanente e
participando desta. O enfermeiro auditor tem como função visitar as unidades de
assistência à saúde bem como o próprio paciente/cliente, como o objetivo de avaliar
as instalações, equipamentos e ainda a qualidade da assistência prestada,
analisando os prontuários e registros de Enfermagem durante e após o atendimento,
verificando a compatibilidade do procedimento realizado e o que está sendo
cobrado, emitindo parecer, objetivando um pagamento justo, para que o
serviço/instituição garantindo sua funcionalidade, tendo um bom ambiente de
trabalho, garantindo uma assistência de qualidade.
3.4 - Perspectivas futuras para a função do Enfermeiro Auditor.
Foi analisado o que cada autor menciona a respeito das perspectivas
futuras para a função do Enfermeiro Auditor, apresentada no Quadro 4.
Galvão Não faz menção.
Peixoto et al
Não fazem menção.
Rodrigues; Perroca; Jericó
Não fazem menção.
Scarparo Não faz menção.
Souza; Fonseca
Em crescimento para profissionais com experiência, existindo profissionais com falta de experiência o que dificulta a presença no mercado, apresenta crescente inserção no mercado de trabalho tanto nas atividade de auditoria contábil como voltada à qualidade.
Fonseca et al
Não fazem menção.
Buzatti Não faz menção.
Lourenço; Castilho
Não fazem menção.
Scarparo ET al
Incorporará a avaliação da qualidade da assistência prestada ao paciente.
Quadro 4 – Perspectivas futuras para a função do enfermeiro auditor segundo os autores pesquisados. Londrina, Pr., 2011.
3.4.1 – Souza e Fonseca (2005) observam que a perspectiva do profissional para a
área de auditoria de enfermagem está em crescimento para profissionais com
experiência, existindo profissionais com falta de experiência o que dificulta a
presença no mercado, sendo uma área com muitas ramificações e autonomia
embasadas na lei 266. A auditoria de enfermagem apresenta crescente inserção no
mercado de trabalho, tanto nas atividades de auditoria contábil como voltada à
qualidade.
3.4.9 – Scarparo et al (2010) evidenciam que a perspectiva futura de mudança na
configuração atual da auditoria de enfermagem se deve, principalmente, às
exigências do mercado em saúde que busca desenvolver um lógica de gestão de
qualidade. Para que a auditoria de enfermagem possa cumprir sua função é de
suma importância a utilização de métodos e, estes não devem se distanciar do fio
condutor da profissão que é o cuidado de enfermagem prestado ao paciente.
Quando a tendência é reportada para o futuro, observa-se uma projeção de
mudança conceitual sendo que os enfermeiros consideram que a auditoria de
enfermagem incorporará a avaliação da qualidade da assistência prestada ao
paciente.
A enfermeira auditora é um importante auxiliar na administração das instituições hospitalares e operadoras de planos de saúde, pois pode identificar as possíveis irregularidades, prevenindo e corrigindo problemas,
resultando em economia e qualidade no atendimento prestado (MOTTA, 2010, p. 70).
Para Motta (2010) a Auditoria de Enfermagem deve trabalhar em sintonia
com a Administração Hospitalar, bem como com a Auditoria Médica; onde
detectando erros que não são de sua competência, deve encaminhá-los aos setores
responsáveis, como forma de auxiliar no crescimento e consolidação de um trabalho
de equipe, e o contrário também pode ocorrer sem problemas.
Os autores estudados apontam para que as perspectivas futuras da
função do Enfermeiro Auditor vão além da contabilidade, passando pela avaliação
da qualidade, onde na detecção de falhas participará efetivamente na construção da
mudança da assistência; bem como do que ela necessita para acontecer, onde a
auditoria de enfermagem participará da administração dos serviços, encontrando
assim um mercado amplo de trabalho.
3.5 - Contribuição da Auditoria de Enfermagem na redução dos custos.
Os autores estudados afirmam que a Auditoria de Enfermagem traz
benefícios a redução dos custos hospitalares apresentado no Quadro 5 a seguir.
Galvão A auditoria de enfermagem pode realizar um trabalho proativo nas instituições de saúde, no controle de perdas de materiais e medicamentos.
Peixoto et al
Não faz menção.
Rodrigues; Perroca; Jericó
As anotações de enfermagem são importantes para os recursos de glosas hospitalares.
Scarparo; fonseca
Controle econômico que possibilita a instrumentalização da gerencia na tomada de decisão, coordenação e condução da produção com vista nas finalidades institucionais.
Souza; Fonseca
Identificar possíveis irregularidades prevenindo e corrigindo problemas, resultando em economias e qualidade no atendimento prestado.
Fonseca et al
Melhores resultados na qualidade da assistência e nos aspectos operacionais e financeiros.
Buzatti; Chianca
O estudo mostrou que a auditoria e a implantação de um controle das anotações de enfermagem no prontuário do hospital em estudo contribuíram para a diminuição das glosas e aumentou o faturamento hospitalar.
Lourenço; Castilho
A implementação de sistemas de gerenciamento de custos é importante, quando se visa à contenção de gastos sem a perda da qualidade do serviço. Sendo necessário o envolvimento da área administrativa, gerentes das diferentes unidades, contribuindo com seu conhecimento específico, na criação, implementação e controle desse sistema.
Scarparo et al
Quando a assistência ao paciente é de má qualidade, os custos da internação aumentam, portanto, cria-se a necessidade de habilitação do enfermeiro auditor para realizar a auditoria agregando a vertente contábil e de qualidade.
Quadro 5 – Contribuição da auditoria de enfermagem na redução dos custos segundo os autores pesquisados. Londrina, Pr., 2011.
3.5.1 – Para Galvão (2002) existe um crescente volume de perdas em
medicamentos e materiais, principais fontes de lucratividade dos hospitais, e pouco
controlada, onde a auditoria de enfermagem pode realizar um trabalho proativo nas
instituições de saúde.
3.5.2 – Peixoto et al. (2004) não fazem menção no tocante a contribuição da
auditoria de enfermagem na redução dos custos.
3.5.3 – Para Rodrigues, Perroca e Jericó (2004) a questão de custos na área de
saúde tem exigido que os enfermeiros analisem suas funções administrativas e
cooperem no resultado econômico das instituições de saúde, sabendo que as
anotações de enfermagem são importantes para os recursos de glosas hospitalares.
3.5.4 – Scarparo (2005) acredita que a sobrevivência econômica de uma
organização de saúde é determinada por diversas condições, dentre as quais a
combinação econômica dos recursos colocados à disposição, e nesta o processo de
controle econômico é relevante pois possibilita a instrumentalização da gerência na
tomada de decisão, coordenação e condução da produção com vista nas finalidades
institucionais.
3.5.5 – Souza e Fonseca (2005) afirmam que a enfermeira auditora é um importante
auxiliar na administração das instituições hospitalares e operadoras de planos de
saúde, pois pode identificar possíveis irregularidades, prevenindo e corrigindo
problemas, resultando em economias e qualidade no atendimento prestado.
3.5.6 – Fonseca et al. (2005) informam que o surgimento da auditoria está ancorado
na necessidade de confirmação, por parte dos investidores e proprietários, da
realidade econômica e financeira espelhada no patrimônio das empresas em que
investem e, principalmente, ocorreu em virtude do aparecimento de grandes
empresas multigeograficamente distribuídas e simultâneo ao desenvolvimento
econômico que propiciou a participação na formação do capital de muitas empresas.
Para esses autores a auditoria significa o exame e a revisão metódica da situação
contábil e financeira de uma empresa, comparada a planos preestabelecidos, que
tem como conclusão um relatório completo. A auditoria é um exame sistemático e
oficial ou uma contabilidade para avaliação de desempenho. O estudo desenvolvido
pelos autores mostrou melhores resultados no que se refere não só à qualidade da
assistência prestada, mas também aos aspectos operacionais e financeiros.
3.5.7 – Para Buzzati e Chianca (2005) todos os procedimentos e ações da equipe de
enfermagem e médica geram um custo e o principal meio de assegurar o
recebimento do valor gasto da assistência de enfermagem prestada evitando glosas
é a realização de anotações de enfermagem precisas, claras, objetivas, completas e
abrangentes, sendo estas imprescindíveis e de grande valor para o hospital. O
estudo mostrou que a auditoria e a implantação de um controle das anotações de
enfermagem no prontuário no hospital em estudo contribuíram para a diminuição das
glosas e aumentou o faturamento hospitalar.
3.5.8 – Lourenço e Castilho (2006) afirmam que a implementação de sistemas de
gerenciamento de custos é importante para a área da saúde, quando se visa a
contenção de gastos sem a perda da qualidade do serviço a que se propõe prestar.
Para isso, é necessário o envolvimento não só da área administrativa, mas também
dos gerentes das diferentes unidades que compõem uma organização hospitalar,
pois cada integrante deve contribuir, com seu conhecimento específico, na criação,
implementação e controle desse sistema.
3.5.9 – Scarparo et al. (2010) alertam que quando a assistência ao paciente é de má
qualidade, os custos da internação aumentam, portanto, cria-se a necessidade de
habilitação do enfermeiro auditor para realizar a auditoria agregando a vertente
contábil e de qualidade. Essa é uma forte tendência a ser implementada nos
próximos anos, uma vez que as instituições de saúde com custos otimizados,
passam a ter subsídios financeiros para investimentos em sua estrutura (recursos
humanos, tecnológicos e físicos), oferecendo, assim, suporte para as ações de
melhoria da qualidade.
Os artigos analisados mostram que a Auditoria de Enfermagem contribui
na redução dos custos uma vez que participa da elaboração de normas e rotinas,
kits de procedimentos, tendo estes quantidades pré - estabelecidas, bem como o
que se usar nos serviços e ainda como fazer, supervisionando e contribuindo para a
melhoria da anotação de enfermagem, que é de suma importância para o bom
desenvolvimento da assistência, fundamental na parte legal, bem como para
recursos de glosas. Ações estas da Auditoria de Enfermagem que vão ao encontro
da otimização dos recursos, garantindo uma assistência de mais qualidade com
menores custos para a instituição.
3.6 - % de redução / recuperação de valores / custos.
Foi estudado o percentual de redução ou recuperação de valores
apresentado pelos autores, como mostra o Quadro 6.
Galvão Classificação geral dos medicamentos por categorias ABC Instituição A: (A) 12,73%; (B) 15,00% e (C) 72,27%.
Instituição B: (A) 10,10%; (B) 19,00% e (C) 70,90%. Classificação geral dos materiais por categorias ABC Instituição A: (A) 00,00%, (B) 16,82% e (C) 83,18%. Instituição B: (A) 00,00%, (B) 12,33% e (C) 87,67%.
Peixoto et al.
Não fazem menção.
Rodrigues; Perroca; Jericó
Os recursos de glosas aplicados totalizaram R$ 31.856,52 materiais R$ 17.512,37 (55,0%) medicamentos R$ 10.099,42 (31,7%) exames R$ 2.135,78 (06,7%) diárias e taxas R$ 2.108,95 (06,6%) A investigação aponta 7% em perdas econômicas sobre o valor da conta, sendo 10% o índice adotado na empresa como aceitável.
Scarparo Não faz menção
Souza; Fonseca
Não fazem menção.
Fonseca et al.
da amostra de 100% dos itens analisados, temos como principais não conformidades: falta de prescrição de enfermagem (26,34%); falta de checagem na prescrição médica (20,43%); falta de checagem da prescrição da enfermeira (18,77%); falta de registro na realização do curativo (10,62%).
Buzatti; Chianca
Foram apontados as seguintes deficiências das anotações de enfermagem: rasuras nas checagens (33%) rasuras nos horários dos medicamentos (20%) falta de checagem de medicamentos (27%) falta de checagem de procedimentos. (28%)
Lourenço; Castilho
Na classificação ABC para materiais tem: Classe A: 20% do total dos itens correspondem 50% do custo Classe B: 30% do total dos itens correspondem 30% do custo Classe C: 50% do total dos itens correspondem 20% do custo
Scarparo et al.
Não fazem menção
Quadro 6 – Porcentagem de redução / recuperação de valores / custos, segundo os
autores estudados. Londrina, Pr., 2011.
3.6.1 – Galvão (2002) considera que quando a curva ABC de custos para as
instituições, não foram checados nos prontuários, sendo passíveis de recuperação
pela auditoria interna: na classificação geral dos medicamentos por categorias ABC
instituição A foram apontados (A) 12,73%; (B) (15,00%) e (C) (72,27%). Na
instituição B foram apontados: (A) 10,10%; (B) (19,00%) e (C) (70,90%0. Na
classificação geral dos materiais por categorias ABC instituição A foram apontados;
(A) 00,00%, (B) 16,82% e (C) 83,18%. Na instituição B foram apontados: (A)00,00%,
(B) 12,33% e (C) 87,67%.
3.6.2 – Peixoto et al. (2004) não fazem menção.
3.6.3 – Rodrigues, Perroca e Jericó (2004) relatam que em seu estudo os recursos
de glosas aplicados totalizaram R$ 31.856,52. Esse valor é aproximado uma vez que
não é realizado, na instituição pesquisada, recurso de glosa para perdas
relacionadas aos componentes medicamentos e materiais que apresentam valor
muito reduzido devido ao alto custo do retrabalho. Quando se analisou o recurso de
glosa na perspectiva de custos, notou-se que os dos componentes que tiveram o
maior número de recursos aplicados também representavam os maiores valores
financeiros: materiais R$ 17.512,37 (55%) e medicamentos R$ 10.099,42 (31,7%).
Os exames representaram apenas R$ 2.135,78 (6,7%) do total e as diárias e taxas
R$ 2.108,95 (6,6%) A investigação aponta 7% em perdas econômicas sobre o valor
da conta, sendo 10% o índice adotado na empresa como aceitável, essa margem de
erro foi definida junto a gerencia administrativo-financeira da instituição estudada.
3.6.4 – Scarparo (2005) não faz menção ao percentual, no entanto diz: Souza et al.
(2002) identificaram falhas na anotação de enfermagem que causaram prejuízo
financeiro por não obtenção de dados. Lopes (1998) et al. quantificaram valor de
glosas do período estudado, devido a não comprovação dos procedimentos
realizados.
3.6.5 – Souza e Fonseca (2005) não fazem menção.
3.6.6 – No estudo de Fonseca et al. (2005), da amostra de 100% dos itens
analisados, obtiveram como principais não conformidades: falta de prescrição de
enfermagem 26(34%); falta de checagem na prescrição médica (20,43%); falta de
checagem da prescrição da enfermeira (18,77%); e falta de registro na realização do
curativo (10,62%).
3.6.7 – Buzatti e Chianca (2005) demonstram que a experiência com a implantação
de um processo de auditoria nas anotações em prontuários em um hospital geral, de
médio porte na cidade de Belo Horizonte, mostrou que a situação era semelhante a
dos hospitais em geral no que se referem aos erros, métodos e necessidades de
controle, pois não havia como viabilizar a cobrança devido às glosas constantes dos
planos de saúde, e estas eram principalmente à falta de registros corretos de
materiais e medicamentos usados pelos membros das equipes de enfermagem e
médica. Estas falhas nas anotações representavam um grande problema financeiro
para a instituição. Foram apontadas as seguintes deficiências das anotações de
enfermagem nos prontuários estudados: 33% rasuras nas checagens; 20% rasuras
nos horários dos medicamentos; 27% apresentaram falta de checagem de
medicamentos e 25% falta de checagem de procedimentos.
3.6.8 – Lourenço e Castilho (2006) utilizaram na sua pesquisa na classificação ABC
de acordo com a literatura, onde os itens são divididos em classes baseados na
percentagem do número de itens acumulados, demonstrando que aproximadamente
20% do total dos itens correspondem quase 50% do custo, determinando a Classe
A. A Classe C, que representa cerca de 20% do custo, corresponde a 50% do total
de itens. O restante dos itens (20 a 30%) pertencem à classe B. Porém os materiais
podem ser classificados de acordo com o interesse das instituições visto que essa
classificação não segue rigorosamente as regras. A equipe de enfermagem do
hospital deve ter ciência do custo dos materiais, uma vez que os materiais
assistenciais representam em torno de 30% dos itens da Classe A, pois se acredita
que esta seja uma das maneiras de despertar nos profissionais o interesse pelo
assunto e pelo uso adequado dos materiais.
3.6.9 – Scarparo et al. (2010) não fazem menção de redução e recuperação de
custos.
Analisando o quadro 6: % de redução / recuperação de valores / custos,
percebe-se que ao comparar os três trabalhos: Galvão (2002) com Rodrigues,
Perroca e Jericó (2004) e Lourenço e Castilho (2006) mostram que classificando os
materiais e medicamentos em ABC existe realmente uma preocupação/controle nos
itens A diminuindo nos de classificação B e caindo muito nos itens da classificação
C, e conforme Rodrigues; Perroca; Jericó a preocupação / controle ainda é maior
com os medicamentos do que os materiais. Percebendo que este ocupa o primeiro
lugar na lista de falhas percebe-se ainda que os últimos autores citados colocam um
percentual de 7% de perda nas contas hospitalares, sendo aceito pela empresa até
10%, no entanto percentual este considerável, uma vez que estes valores, se
recuperados ou devidamente recebido em tempo normal seria melhor aplicado pela
empresa. Comparando ainda Fonseca et al. (2005) com Buzatti e Chianca (2005)
percebe-se que apesar da falha médica aparecer em segundo lugar na lista de não
conformidades, as falhas de enfermagem representam três itens em uma lista de
quatro itens. Sendo a equipe de Enfermagem aquela que mais tempo, permanece
com o prontuário do paciente em seu poder durante a assistência, verifica-se que
existe a necessidade de um trabalho proativo da Auditoria de Enfermagem
juntamente com as chefias de Enfermagem para a redução ou ainda eliminação dos
itens apontados pelos autores, Fonseca et al. (2005) e Buzatti e Chianca (2005).
3.7 – Critérios / medidas para redução dos custos com a contribuição da auditoria de
enfermagem.
O Quadro 7 mostra o que cada autor estudado apresenta como proposta
para redução nos custos hospitalares com a contribuição da Auditoria de
Enfermagem.
Galvão Estabelecer um serviço de auditoria de enfermagem, podendo reformular suas rotinas a fim de agilizar o processo, recebendo as contas hospitalares do setor de faturamento, verificando todas as possíveis falhas, sejam elas glosas técnicas ou administrativas, também ter programas específicos de educação continuada para o pessoal de enfermagem , para que todos fossem informados dos recursos econômico-financeiros do hospital, motivando e capacitando para implantar novos métodos de cuidados com o paciente, relacionando-o com seu custo. Ha uma grande necessidade de os administradores hospitalares reconhecerem a participação do enfermeiro no processo de controle de custos.
Peixoto et al.
Não fazem menção.
Rodrigues; Perroca; Jericó
A auditoria de enfermagem pode realizar um trabalho proativo em relação a este aspecto
Scarparo A aplicação dos métodos de auditoria devem estar de acordo com os objetivos e as metas organizacionais, podendo ser realizados de formas conjugadas ou complementares.
Souza; Fonseca
Monitorar a prática da enfermagem, através da identificação de problemas e implementação de ações corretivas que causem o maior impacto sobre o atendimento ao paciente.
Fonseca 1 – reunião com departamento de auditoria e todas as chefias da área assistencial para divulgação do quadro. 2 – enfoque em treinamento com parceria do setor de educação continuada e o departamento de auditoria. 3 – identificação nominal do responsável pela não-conformidade, a fim de que a orientação seja mais focada e direcionada. 4 – ações de melhoria por parte da liderança visando orientar os colaboradores sobre a não reincidência dos problemas encontrados na auditoria in loco. 5 – ações conjuntas de comprometimento da equipe com a melhora do quadro. 6 – ações proativas da direção na vigência da terceira reincidência do dado. 7 – demonstrar aos departamentos e setores a evolução nos resultados de melhoria, visando um clima mais favorável à manutenção do mesmo. Vale ressaltar que uma das primeiras ações adotadas pela instituição foi o incentivo da profissionalização dos auxiliares de enfermagem.
Buzatti; Chianca
Treinamento para a equipe de enfermagem sobre as anotações de enfermagem no prontuário do paciente Foram implantados pela coordenadora de enfermagem, Kits de procedimentos médicos e de enfermagem
Lourenço; Castilho
a equipe de enfermagem do hospital deve ter ciência do custo dos materiais, uma vez que os materiais assistenciais representam em torno de 30% dos itens da Classe A, pois se acredita que esta seja uma das maneiras de despertar nos profissionais o interesse pelo assunto e pelo uso adequado dos materiais.
Scarparo et al.
A utilização dos prontuários na realização da auditoria possibilita identificar problemas e orientar equipe e a instituição quanto ao registro apropriado das ações, bem como o respaldo ético e legal, permite ainda apontar desvios, propiciar propostas e estratégias para melhoria da qualidade da assistência e conseqüentemente redução dos custos.
Quadro 7 – Critérios / medidas para redução dos custos com a contribuição da
auditoria de enfermagem, segundo os autores estudados. Londrina, Pr., 2011. 3.7.1 – Galvão (2002) informa que as duas instituições pesquisadas já detectaram a
necessidade de se estabelecer um serviço de auditoria de enfermagem, podendo
reformular suas rotinas a fim de agilizar o processo, recebendo as contas
hospitalares do setor de faturamento, verificando todas as possíveis falhas, sejam
elas glosas técnicas ou administrativas, uma vez que o volume de materiais e
medicamentos não pagos pelos convênios são significativos, elevando os custos
para a instituição. Essas falhas, em sua grande maioria, são causadas por erros de
checagem da equipe de enfermagem. É muito importante que se entenda que uma
das formas de se criar uma mentalidade de custos seria não somente o
desenvolvimento proativo de um setor de auditoria, mas também ter programas
específicos de educação continuada para o pessoal de enfermagem para que todos
fossem informados dos recursos econômico-financeiros do hospital, ao tempo que o
pessoal ficaria mais motivado e capacitado para implantar novos métodos de
cuidados com o paciente, relacionando-o com seu custo. Há uma grande
necessidade de os administradores hospitalares reconhecerem a participação do
enfermeiro no processo de controle de custos.
3.7.2 – Peixoto et al. (2004) não fazem menção de critérios / medidas para redução
dos custos com a contribuição da auditoria de enfermagem.
3.7.3 – Rodrigues, Perroca e Jericó (2004) entendem que a questão custos na área
de saúde tem exigido que os enfermeiros analisem suas funções administrativas e
cooperem no resultado econômico das instituições de saúde. O volume de perdas
em medicamentos e matérias, principais fontes de lucratividade dos hospitais, é
crescente e pouco controlado e a auditoria de enfermagem pode realizar um
trabalho proativo em relação a este aspecto.
3.7.4 – Para Scarparo (2005) a aplicação dos métodos de auditoria devem estar de
acordo com os objetivos e as metas organizacionais, podendo ser realizados de
formas conjugadas ou complementares.
3.7.5 – Souza e Fonseca (2005) confirmam que as enfermeiras como prestadoras
diretas de cuidados estão em uma posição excelente para monitorar a prática da
enfermagem, através da identificação de problemas e implementação de ações
corretivas que causem o maior impacto sobre o atendimento ao paciente.
3.7.6 – Fonseca et al. (2005) enfatizam que o estudo apresentou uma amostra que
revela a predição de um espectro fotográfico, que não é de interesse da equipe
assistencial que se confirme. Portanto, o planejamento conjunto das ações da
direção de enfermagem, a fim de melhorar a performance, foram as seguintes: 1 –
reunião com departamento de auditoria e todas as chefias da área assistencial para
divulgação do quadro; 2 – enfoque em treinamento com parceria do setor de
educação continuada e o departamento de auditoria; 3 – identificação nominal do
responsável pela não-conformidade, a fim de que a orientação seja mais focada e
direcionada; 4 – ações de melhoria por parte da liderança visando orientar os
colaboradores sobre a não reincidência dos problemas encontrados na auditoria in
loco; 5 – ações conjuntas de comprometimento da equipe com a melhora do quadro;
6 – ações proativas da direção na vigência da terceira reincidência do dado; 7 –
demonstrar aos departamentos e setores a evolução nos resultados de melhoria,
visando um clima mais favorável à manutenção do mesmo. Vale ressaltar que uma
das primeiras ações adotadas pela instituição foi o incentivo da profissionalização
dos auxiliares de enfermagem.
3.7.7 – O estudo de Buzatti e Chianca ( 2005) mostrou que um plano de mudança
foi estabelecido para efetivar maior controle das anotações, sendo preparado e
ministrado um treinamento para a equipe de enfermagem sobre as anotações de
enfermagem no prontuário do paciente e foram implantados pela coordenadora de
enfermagem Kits de procedimentos médicos e de enfermagem . kit é um conjunto de
materiais e medicamentos necessários para realização de um procedimento. Os kits
somente passaram a ser liberados pela farmácia mediante apresentação da
prescrição médica, onde contava a solicitação da intervenção e após a implantação
deste processo houve diminuição significativa das perdas de materiais e
medicamentos.
3.7.8 – Lourenço e Castilho (2006) reforçam que a equipe de enfermagem do
hospital deve ter ciência do custo dos materiais, uma vez que os materiais
assistenciais representam em torno de 30% dos itens da Classe A, pois se acredita
que esta seja uma das maneiras de despertar nos profissionais o interesse pelo
assunto e pelo uso adequado dos materiais.
3.7.9 – Para Scarparo et al. (2010) a utilização dos prontuários na realização da
auditoria possibilita identificar problemas e orientar a equipe e a instituição quanto ao
registro apropriado das ações, bem como o respaldo ético e legal. Permite ainda
apontar desvios, propiciar propostas e estratégias para melhoria da qualidade da
assistência.
O quadro 7 mostra que quase todos os autores apresentaram estratégias
para a Auditoria de Enfermagem contribuir com a redução dos custos hospitalares,
sendo melhor detalhada por Fonseca e Yamanaka (2205) de uma maneira geral se
faz necessário instituir uma Equipe de Auditoria de Enfermagem que esteja em
sintonia com a Administração Hospitalar, bem como com as demais chefias e
departamentos do hospital, como exemplo a Farmácia; partindo para reuniões com
levantamento de problemas e sugestões, montagem de Kits de procedimentos,
educação permanente, elaboração de normas e rotinas, seguida de treinamentos
destas com retificações, supervisão direta, identificação ou classificação ABC dos
itens por custo, onde estes devem ser melhor monitorados, enfim percebe-se que
nos trabalhos que apontam mudanças nas rotinas e serviços dos hospitais,
ocorreram melhor desempenho tanto na qualidade quanto no financeiro.
A auditoria hospitalar deve ser preventiva. Desenvolver um trabalho de uniformização de condutas e educação continuada é um modo de proatividade, assegurando qualidade no atendimento, economia e redução de custos (MOTTA, 2010, p. 83).
Ainda para Motta (2010) faz-se necessário seguir algumas normas para o
trabalho da auditoria de enfermagem, sendo:
- conhecer as leis do exercício profissional de enfermagem para atuar em
conformismo com elas;
- conhecer todos os contratos entre a instituição hospitalar e operadora de
planos de saúde;
- acompanhar todos os procedimentos médicos realizados dentro da
instituição;
- conhecer as rotinas da equipe médica e seus protocolos para realização
dos procedimentos;
- conhecer os estudos atuais e experiências anteriores de outros serviços
com uma prática baseada em evidencias, fundamentando seu trabalho;
- estar integrada com todas as equipes de trabalho do hospital: nutrição,
assistente social, dentistas e principalmente enfermagem;
- desenvolver um trabalho de educação continuada no dia a dia de todos
os profissionais envolvidos com o atendimento ao paciente, que tem acesso ao
prontuário do paciente;
- identificar as situações diárias que possam ser utilizadas na melhoria e
complementação dos acordos contratuais;
- fazer uma análise do prontuário do paciente ao recebê-lo: verificando o
diagnóstico, período de internação, tratamento e exames realizados, autorizações
para procedimentos e materiais específico;
- organizar o prontuário do paciente verificando se a documentação está
completa;
- verificar se a quantidade de materiais e os medicamentos digitados são
compatíveis com os dias de internação, diagnóstico do paciente e procedimentos
realizados;
-verificar os valores praticados na cobrança dos materiais e
medicamentos em relação aos preços acordados mediante acertos contratuais e
tabelas com as operadoras de planos de saúde;
- saber interagir com as operadoras de planos de saúde fazendo
parcerias;
- ter em mãos todos os protocolos de serviços médicos e de enfermagem
utilizados pela instituição, como Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH), protocolos cirúrgicos, protocolos de procedimentos de enfermagem, e
outros;
- receber o prontuário médico do paciente após alta hospitalar ou óbito
que é um tipo de alta;
- analisar a composição do prontuário, autorização de internação, guias
autorizadas de procedimentos médicos, prorrogações, diárias, acomodações,
procedimentos de enfermagem realizados, anotações de enfermagem, histórico,
diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem realizados pela enfermeira,
evoluções médica, preenchimento de folhas de débito, prescrições médica em ficha
de anestesia e demais, descrições cirúrgicas, uso de materiais especiais;
- analisar o prontuário de forma geral. Embora a enfermeira auditora seja
responsável pelo que compete à enfermagem, é importante que conheça, entenda
todo o conteúdo do prontuário, para que possa interagir com toda equipe no trabalho
de orientação;
- considerando que o prontuário médico é um documento, ele deve estar
devidamente preenchido. Falhas no preenchimento, nas anotações, evoluções,
checagens devem ser detectadas para posterior orientação;
- verificar se as folhas de débito para cobrança dos materiais estão de
acordo com os procedimentos realizados;
- encaminhar prontuário médico para o serviço de digitação para que a
conta hospitalar seja digitada;
- verificar se a digitação dos materiais e dos medicamentos está correta e
de acordo com os procedimentos médicos realizados; e,
- receber a enfermeira auditora da operadora de planos de saúde.
Kits ou Pacotes
Adotar os kits para realização dos procedimentos, significa padronizar os
serviços, garantido qualidade, agilidade, organização, otimização dos custos, isto
para a parte operacional, quando se trata do financeiro os “pacotes” também trazem
resultados, no entanto devem-se ter alguns cuidados, conforme quadro abaixo, onde
se apresentam as vantagens e desvantagens dos pacotes, segundo Motta (2010).
Para a Operadora de Planos de Saúde, os Kits:
Vantagens Desvantagens
Facilita o entendimento pelo serviço de
autorização para liberação da guia.
Falha contratual pode gerar impedimentos
para a realização do custo do pacote.
Diminui a mão de obra (analistas de contas,
enfermeiros, médicos) na análise das contas
hospitalares.
Os custos, se não elaborados por estudos,
podem não estar adequados à realidade do
mercado.
Economia de tempo na análise das contas
hospitalares.
Os custos podem estar mais altos do que os
realmente praticados pela rede credenciada.
Usar o tempo que era gasto na análise das
contas hospitalares para analisar outros
indicadores de qualidade, como internações
em UTI, índice de infecção hospitalares e
outros.
*
Mais tempo para diagnosticar e dar soluções
à situação de cada prestador de serviço da
rede credenciada.
*
Diminuição de eventuais “conflitos” entre
operadora e hospital.
*
Quadro 8: Vantagens e desvantagens dos pacotes para operadoras de planos de saúde, segundo Motta (2010). Londrina, Pr., 2011.
Para o Hospital, os Kits:
Vantagens Desvantagens
Diminui a mão de obra (analista de
contas, enfermeiros, médicos) na análise
das contas hospitalares.
Se o hospital não tiver controle de
reajustes do mercado, pode perder a
noção sobre o custo real do
procedimento.
Facilidade em controlar os valores a
serem recebidos pelo hospital.
Se não for bem negociado, pode haver
perdas nos casos de pacientes som
complicações e procedimentos de alto
custo.
Diminuição de eventuais conflitos entre
operadora e hospital.
*
Não há glosas, nem, portanto, recursos
de glosas.
*
Se bem estabelecidos contratualmente,
reavaliação periódica do pacote.
Quadro 9: Vantagens e desvantagens dos pacotes para hospitais, segundo Motta
(2010). Londrina, Pr., 2011.
Percebe-se que os kits ou pacotes, apresentam mais vantagens do que
desvantagens, em se tratando de auditoria de custos, no entanto devem ser sempre
monitorados para que possam trazer o resultado financeiro esperado. Por parte da
equipe de enfermagem, esta sim, deve conhecer bem o que está realmente
pactuado com as operadoras e ainda com o particular, de forma que todos utilizem
realmente o que fora acordado, ou se caso haja necessidade de alteração dos itens
em caso específico, deve ser comunicado, ou se a necessidade seja geral, deve-se
renegociar e reajustar os pacotes. Observa-se ainda a necessidade de educação
permanente bem como preparação dos novos colaboradores para conhecimentos
dos kits. No que se refere a auditoria de qualidade a adoção dos pacotes pode não
trazer os menos benefícios, uma vez que os prontuários ainda deverão ser auditados
em busca da verificação de anotações de enfermagem relacionada a qualidade da
assistência prestada ao usuário.
Exemplos de Kits (MOTTA, 2010)
Descrição Quantidade
Soro fisiológico 0,9% 250 ml 01
Gaze IV (pacote com 10) 04
Luvas de procedimento 01
Micropore 50cm
Quadro 10: Pacote de curativo grande, segundo Motta (2010). Londrina, Pr., 2010.
Descrição Quantidade
Soro fisiológico 0,9% 125 ml 01
Gaze IV (pacote com 10) 03
Luvas de procedimento 01
Micropore 30cm
Quadro 11: Pacote de curativo médio, segundo Motta (2010). Londrina, Pr., 2010.
Descrição Quantidade
Soro fisiológico 0,9% 50 ml 01
Gaze IV (pacote com 10) 02
Luvas de procedimento 01
Micropore 20cm Quadro 12: Pacote de curativo pequeno, segundo Motta (2010). Londrina, Pr., 2010.
Descrição Quantidade
Seringa desc. s/ag 05ml 01
Micropore 12x10 – cada 10cm 02
Luvas de procedimento P/M/G não estéreis 02
Agulhas 13X4,5 01
Agulhas 40x12 01
Compressa de gaze 7,5x7,5 20
Fio mononailon 1350-T 5-0 01
Luva cirúrgica estéril 01
Lidocaína 2% s/a 20ml 05
Soro fisiológico 0,9% 250ml – frs 01
PVPI 50ml
Quadro 13: Pacote de sutura de pequenos ferimentos, segundo Motta (2010). Londrina, Pr., 2010.
Descrição Quantidade
Seringa desc. s/ag 05ml 01
Micropore 12x10 – cada 10cm 02
Luvas de procedimento P/M/G não estéreis 02
Agulhas 13X4,5 01
Agulhas 40x12 01
Compressa de gaze 7,5x7,5 30
Fio mononailon 1350-T 5-0 01
Luva cirúrgica estéril 01
Lidocaína 2% s/a 20ml 05
Soro fisiológico 0,9% 250ml – frs 01
PVPI 50ml Quadro 14: Pacote de excisão e sutura de lábio ou relha em cunha, segundo Motta
(2010). Londrina, Pr., 2010.
Exemplo de Kits (BUZATTI; CHIANCA, 2005)
Procedimento: sondagem naso/orogastrica/adulto kit para sondagem gástrica
Código da farmácia Materiais e Medicamentos Quantidades
421 Sonda gástrica nº 16 01 unid
483 Luva de procedimento 01 par
399 Seringa 20ml 01 unid
9085 Xilocaína gel 10 gramas
9021 Esparadrapo 20 cm
799 Gazinha 01 pacote
Quadro 15: Pacote de sondagem naso/orogastrica, segundo Buzatti e Chianca (2005), Londrina, Pr., 2010.
Os kits ou pacotes podem apresentar alguma variação de acordo com a
realidade de cada estabelecimento de saúde, preferência do médico, ou da
enfermeira responsável, mas mantendo de uma forma geral quase os mesmos itens,
devendo ser claramente descrito nos protocolos, seguidos da forma correta de
utilização, bem como dos instrumentais ou acessórios que farão parte do
procedimento, mas aqui não citados por não serem descartáveis nem passiveis de
cobrança, mas devem ser descritos nos protocolos para que se garantam a correta
execução dos procedimentos, garantido assim a agilidade e qualidade na prestação
dos serviços.
Classificação ABC
Segundo Lourenço e Castilho (2006) os recursos que mais elevam os
custos hospitalares após o quadro de pessoal são os custos com medicamentos,
materiais e equipamentos chegando a 25% do total das despesas das instituições de
saúde. Os motivos mais apontados, entre outros, que levam a dificuldade de
controle, são a grande diversidade de materiais e a falta de informatização do setor.
A presença de grandes estoques de alguns materiais e a escassez de outros, dentro
de um hospital, é talvez um dos pontos que mais afligem os profissionais envolvidos
com o processo gerencial. A escassez implica muitas vezes na interrupção da
assistência, levando a vivencia de situações danosas e estressantes para o cliente,
família e profissionais. A presença de grandes estoques de outros, ocasiona, além
da perda de capital decorrente dos problemas que surgem devido a falta de controle
de estoque, a falta deste mesmo capital para a compra dos demais materiais em
falta.
Ainda segundo Lourenço e Castilho (2006) alguns autores tem
apresentado o método de classificação de materiais segundo a curva ABC como
uma das estratégias para o controle de gastos com estoque. Administrativamente,
os materiais da Classe A são importantes, pois representam o “grosso” do
investimento, numericamente acima de 50%. Por isso, merecem um tratamento
específico com controle minucioso e frequente. Pertencem a Classe B os itens em
número e valor intermediário que devem receber um tratamento menos rigoroso que
os da Classe A, posto que geralmente sua significação financeira oscila entre 20 a
30% do total de investimento. A vigilância sobre a Classe C de materiais pode ser
mais moderada, uma vez que o investimento representa aproximadamente 20% do
custo total. Seu controle deve ser simples e econômico, já que o capital empatado
nesta classe de materiais é pequeno em comparação com as outras. Um exemplo
de material da Classe A é a Luva de procedimentos não estéril, classificada como o
sétimo item de maior consumo na curva ABC, porém é o primeiro material de
enfermagem, o que o faz representar um dos dez maiores custos acumulados e a
quantidade por ano e não seu custo unitário.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que o objetivo deste trabalho é reconhecer a função do
enfermeiro auditor e sua participação na redução de custos hospitalares, verificou-se
que para uma instituição manter um bom trabalho de auditoria em saúde, faz-se
necessário a contratação de profissionais qualificados, devidamente preparados com
cursos de especialização na área em questão, pois os serviços de saúde a nível
público necessitam cumprir seu papel, garantindo um serviço de qualidade e
resolutibilidade para o cidadão, e a rede privada encontra-se num mercado que esta
se profissionalizando e se tornando altamente competitivo. Onde a auditoria deixou
de lado o caráter fiscalizador punitivo para o de parceria e crescimento profissional.
Se analisarmos o aspecto histórico dos serviços de auditoria, detectamos que a auditoria carrega consigo o preconceito de ser uma atividade de fiscalização. Esse conceito, ao longo dos anos, vem mudando, e a postura do auditor “fiscal”, ou seja, o profissional que fiscaliza, aponta erros e pune, vem sendo substituída por atitudes ponderadas, na tentativa de fazer parcerias (MOTTA, 2010, p. 92).
Sendo a equipe de auditoria bem preparada o próximo passo é fazer
equipe com as demais equipes de trabalho da instituição, ou seja, trabalhar em
proatividade com os demais setores do hospital, farmácia, nutrição, corpo clínico,
fisioterapia, radiologia, lavanderia, serviços gerais, secretariado, e principalmente
Administração Geral do Hospital. Assim, será possível diagnosticar constantemente
as falhas e ou fragilidades da empresa com o objetivo de criar estratégias de
funcionamento que tragam resultados, como exemplo a criação de Kit’s para
procedimentos médicos e de enfermagem, classificação dos itens que merecem
mais supervisão, gastando menos tempo nos que tem pouca representatividade,
com o objetivo de redução de custos e padronização de serviços, melhorando o
desempenho financeiro da instituição bem como a qualidade da assistência
prestada.
Desta forma, observa-se que a equipe de auditoria está diretamente
relacionada com a montagem protocolos e ainda a instituição destes através da
educação permanente, não se afastando nunca do próprio conhecimento, ou seja,
trabalhar sempre atualizada com as novidades de mercado para medicamentos,
tratamentos, trabalhando sempre com ética e conhecimento da lei.
Após a revisão realizada, concluí-se que a Auditoria de Enfermagem
contribui diretamente para a redução dos custos hospitalares, no entanto não
consegue fazê-lo sem um trabalho em parceria com toda a equipe multiprofissional
que atende o cliente, nem tão pouco sem esbarrar na qualidade, pois uma vez
preocupada em redução de custos, acaba criando protocolos, normas e rotinas,
educando e qualificando, o que resulta em uma assistência de melhor qualidade
tanto em instituições públicas quanto nas privadas.
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