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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, TRIIODOTIRONINA (T3) E TIROXINA (T4) COMO INDICADORES DE ESTRESSE NO PERIPARTO DE ÉGUAS DA RAÇA QUARTO DE MILHA Autor: Pedrinho Paes Teixeira Orientador (a): Profa. Dra. Maria Lúcia Gambarini Meirinhos GOIÂNIA 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA

COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, TRIIODOTIRONINA (T3) E TIROXINA (T4) COMO INDICADORES DE ESTRESSE NO PERIPARTO DE ÉGUAS DA RAÇA QUARTO DE MILHA

Autor: Pedrinho Paes Teixeira

Orientador (a): Profa. Dra. Maria Lúcia Gambarini Meirinhos

GOIÂNIA

2005

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PEDRINHO PAES TEIXEIRA

RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, TRIIODOTIRONINA (T3) E TIROXINA (T4) COMO INDICADORES DE ESTRESSE NO PERIPARTO DE ÉGUAS DA RAÇA QUARTO DE MILHA

Tese apresentada para obtenção do

grau de Doutor em Ciência Animal

junto à Escola de Veterinária da

Universidade Federal de Goiás

Área de Concentração:

Produção Animal

Orientador (a): Profa. Dra. Maria Lúcia Gambarini Meirinhos

Comitê de Orientação: Prof. Dr. João Teodoro Pádua Prof. Dr. Dirson Vieira

GOIÂNIA

2005

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PEDRINHO PAES TEIXEIRA

Tese defendida e aprovada em pela Banca Examinadora

constituída pelos professores:

Profa. Dra. Maria Lúcia G. Meirinhos (Orientadora)

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Dedico:

Aos meus pais, responsáveis por

minha existência e cúmplices na

realização de um sonho

acalentado.

À minha esposa, Ângela, e aos meus

filhos, Artur e Hígor, com carinho.

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“A sabedoria que vem da

experiência real é como a gota

de chuva, quando comparada

com a água do mar.”

Sri Sathya Sai Baba

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AGRADECIMENTOS A DEUS, que sempre iluminou os caminhos da minha vida, dando-me

confiança para atingir meus objetivos. À professora doutora Maria Lúcia Gambarini Meirinhos pelos

ensinamentos, dedicação, paciência, boa vontade e privilégio de estar sob sua

orientação.

Aos professores doutores João Teodoro Pádua e Dirson Vieira, pela

participação no comitê de orientação e a pela grande contribuição.

Ao professor Paulo Roberto Figueiredo pela ajuda na realização dos

hemogramas.

Aos professores do Departamento de Produção Animal da Escola de

Veterinária da UFG, pelo carinho e compreensão.

Aos professores do Curso de Pós-Graduação, pelos ensinamentos

recebidos.

Aos colegas do Curso de Pós-Graduação, pela amizade e

companherismo.

À COMIGO (Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste

Goiano Ltda), pela valiosa colaboração no fornecimento da ração balanceada ao

animais durante todo o experimento.

À INTEGRAL (Nutrição Animal), pela valiosa colaboração no

fornecimento de suplemento mineral ao animais durante todo o experimento.

Ao médico veterinário Edson Crispim da Silva, pela ajuda na realização

deste experimento.

Aos proprietários e funcionários do Rodoharas, pelo carinho e amizade.

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SUMÁRIO página

LISTA DE TABELAS............................................................................................... x

LISTA DE FIGURAS............................................................................................... xii

LISTA DE QUADROS............................................................................................. xv

CAPÍTULO 1 - Considerações Gerais.................................................................. 01

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 01

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 04

2.1 Cortisol............................................................................................................. 04

2.2 Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4)............................................................... 05

2.3 Ritmo circadiano do cortisol, T3 e T4............................................................... 06

2.4 Estresse........................................................................................................... 09

2.5 Parâmetros sangüíneos.................................................................................... 12

2.6 Parâmetros fisiológicos.................................................................................... 14

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 16

CAPÍTULO 2 - Variações cíclicas do cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) no periparto de éguas da raça quarto de milha..........................................

21

RESUMO................................................................................................................ 21

ABSTRACT............................................................................................................. 22

2 INTRODUÇÃO................................................................................................ 23

3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 26

3.1 Local................................................................................................................ 26

3.2 Animais e grupos experimentais...................................................................... 27

3.3 Colheita de material......................................................................................... 28

3.4 Análises laboratoriais....................................................................................... 28

3.4.1 Determinação dos valores séricos hormonais.............................................. 28

3.4.2 Expressão dos resultados............................................................................. 29

3.5 Análise estatística............................................................................................ 29

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 31

4.1 Variações cíclicas do cortisol........................................................................... 31

4.2 Variações cíclicas da triiodotironina (T3) e tiroxina (T4).................................. 34

4.3 Parâmetros hormonais..................................................................................... 42

5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 48

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 49

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CAPÍTULO 3 - Interrelações entre cortisol, triiodotironina (T3), tiroxina (T4) e funções fisiológicas como indicadores de estresse no periparto de éguas da raça quarto de milha............................................................................

52

RESUMO................................................................................................................ 52

ABSTRACT............................................................................................................. 53

3 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 54

3.1 Cortisol.............................................................................................................. 54

3.2 Triiodotironina (T3) e tiroxina (T4)..................................................................... 55

3.3 Parâmetros sangüíneos.................................................................................... 56

3.4 Parâmetros fisiológicos..................................................................................... 57

4 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 58

4.1 Local.................................................................................................................. 58

4.2 Animais e grupos experimentais....................................................................... 58

4.3 Colheita de material.......................................................................................... 59

4.4 Características fisiológicas................................................................................ 59

4.5 Fatores ambientais............................................................................................ 59

4.6 Análises laboratoriais........................................................................................ 61

4.6.1 Determinação do leucograma........................................................................ 61

4.6.2 Determinação dos valores séricos hormonais............................................... 61

4.6.3 Expressão dos resultados.............................................................................. 62

4.7 Análise estatística............................................................................................. 62

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 64

5.1 Parâmetros hormonais...................................................................................... 64

5.2 Parâmetros leucocitários................................................................................... 70

5.3 Parâmetros fisiológicos..................................................................................... 73

5.4 Variáveis ambientais......................................................................................... 78

5.5 Avaliação dos valores aplicando Correlação de Pearson................................. 81

5.6 Equações de regressão.................................................................................... 84

5.7 Variação do cortisol e ITU (THI)........................................................................ 85

6 CONCLUSÕES.................................................................................................... 87

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 88

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1 página

Tabela 1 Parâmetros de normalidade da série leucocitária dos eqüinos adultos...13

CAPÍTULO 2

Tabela 1 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis hormonais, Cs, T3 e T4 em três estágios reprodutivos vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) e quatro períodos de avaliação nas éguas quarto de milha...................................................

43

Tabela 2 Médias pelo método dos quadrados mínimos das variáveis dependentes Cs, T3 e T4 relacionados com períodos de avaliação e estágio reprodutivo: vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) nas éguas quarto de milha..........................................................................

44

Tabela 3 Médias, desvios-padrão das variáveis hormonais triiodotironina ( T3) e tiroxina (T4) relacionados com período de avaliação e estágio reprodutivo: vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) nas éguas quarto de milha.....................................................................................

45

CAPÍTULO 3

Tabela 1 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das

variáveis hormonais, Cs, T3 e T4 em três estágios reprodutivos e quatro períodos de avaliação nas éguas quarto de milha....................

64

Tabela 2 Médias pelo método dos quadrados mínimos de Cs, T3 e T4 referente ao estágio reprodutivo e períodos de colheita de sangue e observações nas éguas quarto de milha..............................................

65

Tabela 3 Médias, desvios-padrão das variáveis hormonais triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) relacionados com estágio reprodutivo e períodos de avaliação nas éguas quarto de milha..................................................

67

Tabela 4 Coeficientes de correlação de Pearson entre os valores do cortisol e o leucograma no estágio reprodutivos das éguas quarto de milha......

70

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Tabela 5 Valores médios do leucograma das éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento...........................

72

Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr) e temperatura retal (Tr) em três estágios reprodutivos e quatro períodos de avaliação em éguas quarto de milha................................

73

Tabela 7 Médias estimadas pelo método dos quadrados mínimos das variáveis dependentes freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratoria (Fr) e temperatura retal (Tr) referentes ao estágio reprodutivo e períodos de avaliação em éguas quarto de milha..........

74

Tabela 8 Médias, desvios-padrão e coeficientes de variação das variáveis fisiológicas, Fc, Fr e Tr relacionados ao estágio reprodutivo em éguas quarto de milha..........................................................................

75

Tabela 9 Médias e desvios-padrão obtidos pelo método dos quadrados mínimos dos valores de THI (ITU) de acordo com o estágio reprodutivo e períodos de observações em éguas quarto de milha....

80

Tabela 10 Coeficientes de correlação de Pearson entre os valores hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais relacionados aos períodos de avaliação em éguas quarto de milha vazias (TE).................................

81

Tabela 11 Coeficientes de correlação de Pearson entre os valores hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais relacionados aos períodos de avaliação em éguas quarto de milha Gestantes (GE)..........................

81

Tabela 12 Coeficientes de correlação de Pearson entre os valores hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais relacionados aos períodos de avaliação em éguas quarto de milha Paridas (PA)...............................

82

Tabela 13 Equações de regressão dos períodos: manhã, tarde, noite e madrugada (P) e índice de temperatura e umidade THI (ITU), sobre as variáveis: cortisol, T3, T4, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e temperatura retal nas éguas quarto de milha.................

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LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 2

Página

Figura 1 Gráficos climatológicos da cidade de Santo Antônio, GO em 2002....... 26

Figura 2 Lote de éguas quarto de milha utilizadas no experimento desenvolvido

no Rodoharas.......................................................................................... 27

Figura 3 Punção da veia jugular para colheita de sangue em égua quarto de milha do experimento desenvolvido no Rodoharas................................

28

Figura 4 Menor variação do cortisol de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha vazia (TE2)........................................

31

Figura 5 Maior variação do cortisol de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha vazia (TE1)........................................

31

Figura 6 Menor variação do cortisol de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha gestante (GE5)..................................

32

Figura 7 Maior variação do cortisol de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha gestante (GE6)..................................

32

Figura 8 Menor variação do cortisol de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha parida (PA1)......................................

33

Figura 9 Maior variação do cortisol de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha parida (PA3)......................................

33

Figura 10 Variação cíclica do Cs de acordo com horários de colheitas de sangue em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA).

33

Figura 11 Menor variação do T3 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha vazia (TE2).......................................

35

Figura 12 Maior variação do T3 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha vazia (TE4)........................................

35

Figura 13 Menor variação do T3 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha gestante (GE3)..................................

36

Figura 14 Maior variação do T3 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha gestante (GE5)..................................

36

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Figura 15 Menor variação do T3 de acordo com os horários de colheitas de

sangue em égua quarto de milha parida (PA4)...................................... 37

Figura 16 Maior variação do T3 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha parida (PA1)......................................

37

Figura 17 Variação média do T3 de acordo com horários de colheitas de sangue em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA).

37

Figura 18 Menor variação do T4 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha vazia (TE4)........................................

38

Figura 19 Maior variação do T4 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha vazia (TE6)........................................

38

Figura 20 Menor variação do T4 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha gestante (GE3)..................................

39

Figura 21 Maior variação do T4 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha gestante (GE6)..................................

39

Figura 22 Menor variação do T4 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha parida (PA5)......................................

40

Figura 23

Maior variação do T4 de acordo com os horários de colheitas de sangue em égua quarto de milha parida (PA1)......................................

40

Figura 24 Variação média do T4 de acordo com horários de colheitas sangue em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA).........................................................................................................

41

CAPÍTULO 3 Figura 1 Avaliação da freqüência cardiorespiratória em égua quarto de milha do

experimento desenvolvido no Rodoharas.................................................

60

Figura 2 Aferição da temperatura retal em égua quarto de milha utilizada no experimento desenvolvido no Rodoharas...............................................

60

Figura 3 Psicrômetro, utilizado para mensuração da temperatura ambiente e umidade relativa do ar...............................................................................

61

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xiv

Figura 4 Variação média de Cs de acordo com horários de colheitas de sangue

em éguas quarto de milha vazias(TE), gestantes(GE) e paridas(PA)......

66

Figura 5 Variação média da tiroxina (T4) de acordo com os horários de colheitas de sangue em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA)..............................................................................................

69

Figura 6 Variação média da triiodotironina (T3) de acordo com os horários de colheitas de sangue em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA)...................................................................................

69

Figura 7 Variação média do número de leucócitos, linfócitos, eosinófilos e cortisol em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA)..............................................................................................

71

Figura 8 .

Variação média da Fc, Fr, Tr e temperatura ambiente relacionadas com as éguas quarto de milha vazias (TE) ......................................................

76

Figura 9 .

Variação média da Fc, Fr, Tr e temperatura ambiente relacionadas com as éguas quarto de milha gestantes (GE) ........................................

77

Figura 10 Variação média da Fc, Fr, Tr e temperatura ambiente relacionadas com as éguas quarto de milha paridas (PA).....................................................

77

Figura 11 Variação média da temperatura ambiente, umidade do ar, temperatura retal e freqüência respiratória relacionadas com os períodos de avaliação em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA)..............................................................................................

79

Figura 12 Variação média do THI (ITU) e cortisol de acordo com os horários de observações em éguas quarto de milha vazias (TE)................................

86

Figura 13 Variação média do THI (ITU) e cortisol de acordo com os horários de observações em éguas gestantes (GE)....................................................

86

Figura 14 Variação média do THI (ITU) e cortisol de acordo com os horários de observações em éguas quarto de milha paridas (PA)..............................

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xv

LISTAS DE QUADROS

CAPÍTULO 3

Quadro 1 Médias das variáveis ambientais (temperatura ambiente e umidade relativa do ar), relacionadas com os tratamentos e períodos de observações em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA)..............................................................................................

78

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CAPÍTULO 2 - VARIAÇÕES CÍCLICAS DO CORTISOL, TRIIODOTIRONINA (T3) E TIROXINA (T4) NO PERIPARTO DE ÉGUAS DA RAÇA QUARTO DE MILHA

RESUMO

Este experimento foi realizado com o objetivo de estudar as alterações nas concentrações plasmáticas e o ritmo circadiano do cortisol (Cs), triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) no periparto de éguas da raça quarto de milha. Foram utilizadas 18 éguas clinicamente sadias, com idade entre 60 e 96 meses e peso vivo (PV) entre 350 e 420 Kg, divididas em três grupos (n=6), de acordo com o estágio reprodutivo, ou seja, Vazias (TE), Gestantes (GE) e Paridas (PA).As amostras de sangue foram colhidas por 24 horas em intervalos de duas horas, caracterizando-se quatro períodos (manhã, tarde, noite e madrugada). Para o cortisol não houve diferença entre os estágios reprodutivos e os períodos avaliados. Verificou-se a ocorrência de ritmo circadiano para este hormônio, com oscilação acentuada em GE, e menor em TE e PA. Para T3 e T4 houve diferença entre o estágio reprodutivo (P<0,05 e P<0,01), respectivamente, assim como para os períodos observados (P<0,01 e P<0,05), respectivamente. Foi possível caracterizar o ritmo circadiano para os dois hormônios tireoideanos, verificando-se maiores oscilações para T3 em PA no início da manhã. Com base nestes achados foi possível concluir que a fase final da gestação altera os padrões de secreção do cortisol, de T3 e T4, mantendo-se, porém, o ritmo, sugerindo adaptação do organismo ao longo do período periparto.

Palavras-chave: Eqüinos, estágio reprodutivo, hormônios, ritmo circadiano.

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CYCLIC VARIATIONS OF CORTISOL, TRIIODOTYRONINE (T3) AND TYROXINE (T4) ON BEFORE AND AFTER PARTURITION OF QUARTER HORSE MARES

ABSTRACT

This study was designed to evaluate changes in plasma concentrations of cortisol (Cs), triiodothyronine (T3) and thyroxine (T4), as well as their circadian rhythm during peripartal period of Quarter Horse mares. Eighteen clinically healthy mares, with age between 60 and 96 months and alive weight (AW) between 350 and 420 Kg were divided in three groups (n=6) according the reproductive status, that means, Empty (GE), Pregnant (GP) and after parturition (AP).The blood samples were taken during 24 hours in intervals of two hours, characterizing four periods (morning, afternoon, night and early morning).There was no differences between cortisol levels regarding the reproductive status and periods of blood samples collections. This hormone showed a circadian rhythm, with accentuated oscillation in GP, but small for GE and AP. For T3 and T4 there was difference between reproductive status (P<0,05 and P<0,01), respectively, as well as for the periods (P<0,01 and P<0,05), respectively. It was possible to characterize the circadian rhythm for both hormones, verifying great oscillation for T3 in PA in the morning. It was possible to conclude that the final phase of pregnancy alter cortisol , T3 and T4 secretion standards, keeping, however, the rhythm, suggesting an organism adaptation along the peripartal period. Key Words: Equine, reproductive status, hormones, circadian rhythm

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2 INTRODUÇÃO

A fêmea eqüina apresenta estro fértil em período muito próximo após o

parto, proporcionando um intervalo de 12 meses na produção de uma nova

geração (KURTZ et al., 1998). Entretanto, trata-se de espécie que apresenta um

dos índices de fertilidade mais baixos entre os animais domésticos, em

decorrência da seleção zootécnica durante a qual não foram considerados

critérios de fertilidade (MOURA & MERKT, 2002). Os eqüinos estão predispostos

a uma série de alterações físicas e metabólicas que podem interferir no seu

desempenho. O conhecimento dos motivos que levam às mudanças de

comportamento e desempenho das fêmeas nos vários estágios reprodutivos

podem induzir alterações de manejo nos criatórios, proporcionando melhores

condições para a reprodução.

Como as informações sobre comportamento e desempenho das

fêmeas no período peri-parto são escassas, realizou-se um experimento com o

objetivo de estudar as alterações nas concentrações plasmáticas e o ritmo

circadiano do cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) durante 24 horas no

periparto de éguas da raça quarto de milha.

2.1 Cortisol

O cortisol é o principal e mais potente glicocorticóide envolvido na

regulação do metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Ele circula na

corrente sangüínea ligado a uma alfaglobulina denominada transcortina ou CBG

(cortisol binding globulin). Apenas uma fração circula livre e é biologicamente

ativa, sendo metabolizado principalmente no fígado e excretado junto com a urina

como 17-hidroxicorticosteróide (MATHEWS, 2000). O cortisol possui um padrão

rítmico de liberação, com níveis elevados pela manhã, decrescendo até o final do

dia. Ele tem efeito retroalimentador negativo sobre o hipotálamo, diminuindo a

secreção do hormônio liberador de corticotrofina (CRH), e também sobre a

adenohipófise, reduzindo a secreção do hormônio adrenocórtico-trópico (ACTH).

Esta forma de ação auxilia no controle e na regulação de sua concentração

circulante (MATTERI et al., 2000).

Para RUSHEN (1986), a interpretação dos resultados relativos às

dosagens de cortisol deve ser cuidadosa, uma vez que a produção deste

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hormônio é influenciada por um número grande de fatores. Segundo TREJO

(2003), o metabolismo do cortisol é significativamente alterado durante a

gestação, acarretando a elevação progressiva das concentrações séricas

maternas. RUCKEBUSCH et al. (1991) afirmaram que, embora haja alguma

incerteza quanto à importância da variação diurna do cortisol em animais

domésticos, elevações de até cinco vezes na concentração deste hormônio têm

sido registradas nas amostras obtidas nas primeiras horas da manhã em relação

àquelas colhidas no período da tarde.

Segundo LEFCOURT et al. (1993), o cortisol apresenta ritmo

circadiano em período de 60 a 150 minutos em várias espécies de mamíferos.

Entretanto, em algumas delas as evidências desse ritmo são controversas, já que

a elevação das concentrações circulantes de cortisol em curto espaço de tempo é

periódico. Logo, trata-se de episódio freqüentemente de pouca utilidade para

determinar o ritmo circadiano, porque este mecanismo baseia-se em

acontecimentos setoriais para determinar a sua periodicidade. Os glicocorticóides

são importantes componentes de várias funções fisiológicas tais como estresse,

metabolismo geral e reações imunes, e as interações complexas entre estes

fatores, os animais e o meio ambiente podem resultar na flutuação da

concentração de cortisol, inibindo ou seu ritmo.

Para IRVINE & ALEXANDER (1994), independentemente de qualquer

agente externo imposto pelo homem, o ritmo circadiano do cortisol em eqüinos

apresenta pico pela manhã e queda no período tarde/noite. No entanto, este ritmo

pode ser interrompido pela perturbação secundária, que consiste em deslocar o

cavalo de seu ambiente natural para outro, resultando na elevação do nível de

cortisol durante o momento no qual esta concentração estaria passando por uma

depressão normal, conseqüentemente inibindo o ritmo circadiano diário do

cortisol. Estas observações podem explicar os relatos contraditórios da existência

de um ritmo circadiano do cortisol em eqüinos.

TEIXEIRA & PÁDUA (2002), avaliando os parâmetros hormonais de

eqüinos em repouso, obtiveram valores médios de cortisol iguais a 50,0 ng/mL.

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2.2 Triiodotironina (T3 ) e Tiroxina (T4 )

Triiodotironina e tiroxina são os principais hormônios produzidos na

tireóide, a única glândula inteiramente endócrina, ou seja, que produz somente

hormônios, os quais contribuem para a regulação da taxa metabólica dos tecidos

e o metabolismo cálcio/fósforo. Das duas tironinas iodadas, a tiroxina é o

hormônio predominante, sendo que aproximadamente 33% do iodo total presente

na tireóide se encontra na forma de T4 e, em geral, menos de 10% como T3, mas

a potência de T3 in vivo é cerca de três vezes maior do que a de T4 (DICKSON,

1996).

BREUHAUS (2002) relata que os hormônios da tireoide são essenciais

para o crescimento e metabolismo dos eqüinos e que as concentrações de T3 e

T4 circulantes elevam-se como conseqüência da estimulação da adenohipófise

pelo hormônio estimulador da tireóide (TSH), originário do hipotálamo. SILVA

(2000) afirma que o papel exato dos hormônios da tireóide é difícil de ser

interpretado, pois eles afetam profundamente a ação de outros hormônios

importantes, como as catecolaminas, além de atenuarem a atividade do sistema

nervoso simpático. Esta afirmação é reforçada por BREUHAUS (2002), para

quem a avaliação isolada de T4 eT3 é de difícil interpretação, uma vez que o

metabolismo hormonal ou transporte pode ser afetado por uma variedade de

substâncias e estados fisiológicos ou patológicos.

BREUHAUS (2002), estudando as variações nas concentrações

sangüíneas de T4 e T3 determinou, para eqüinos sadios, valores de 12,9 ± 5,6

nmol/L e 12,2 ± 3,5 nmol/L (T4 total e livre) e 0,99 ± 0,51 nmol/L e 2,07 ± 1,14

nmol/L (T3 total e livre).

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26

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local

O experimento foi desenvolvido no período de julho a dezembro de

2002, nas instalações do Rodoharas localizado no município de Santo Antônio de

Goiás, distante 18 km de Goiânia (GO), Este município situa-se na na

microrregião do Mato Grosso de Goiás, a uma latitude de 16º28’00” sul, longitude

de 49º17’00” a oeste de Greenwich e altitude média de 823 m (MINISTÉRIO DA

AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA (MARA,1992). Os parâmetros

climatológicos registrados durante o ano de 2002, no município, foram:

temperatura média de 23,7 ºC (máxima de 33,7 ºC, e mínima de 15,2 ºC);

umidade relativa do ar média de 65,7%; precipitação pluviométrica de 1.259,3

mm3 e insolação total de 2.582,6 horas (SILVA et al., 2003), como mostra a

Figura 1.

Fonte: Adaptado de SILVA et al. (2003)

FIGURA 1 - Gráficos climatológicos na região de Santo Antônio de Goiás, 2002

Gráficos Climatológicos

10

15

20

25

30

35

40

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Tem

pera

tura

( ºC

)

40

50

60

70

80

90

100U

mid

ade

( %

)

Temp. Máxima ( º C ) Sto. Antônio - GO no período 2002 Temp. Mínima ( º C ) Sto. Antônio - GO no período 2002 - Temp. Média ( º C ) Sto. Antônio - GO no período 2002 Umidade ( % ) Sto. Antônio - GO no período 2002

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27

3.2 Animais e grupos experimentais

Os animais estudados foram 18 fêmeas da raça quarto de milha com

idade entre 60 a 96 meses e peso vivo entre 350 e 420 kg, hígidas. As fêmeas

foram submetidas ao manejo profilático normal do haras: desverminadas vinte

dias antes da cobertura, com repetições a cada 90 dias. Aplicaram-se vacinas

AEV (Aborto Eqüinos a Vírus) no terceiro e sexto mês de gestação, Leptospira

Pomona no quarto e oitavo mês, Salmonela no quinto e nono mês de prenhês.

Foram alimentadas com 3,0 kg de ração balanceada animal/dia com 17% proteína

bruta e 50 g de suplemento mineral por animal diariamente, em pastagem de

grama Tifton 85 (Cynodon spp) e Coast-Cross (Cynodon dactylon) fornecidas à

vontade e feno de grama Estrela africana (Cynodon plectostachyus). O sistema

de cobertura realizado foi monta natural controlada.

FIGURA 2 - Lote de éguas quarto de milha utilizadas no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002.

De acordo com os dados obtidos nas fichas de acompanhamento das

fêmeas durante o mês de julho/2002 e observando a data do último parto, da

monta controlada, e data provável de parto, foram formados três grupos

experimentais, da seguinte forma:

Vazias (TE): n = 6, fêmeas hígidas não gestantes;

Gestantes (GE): n = 6, fêmeas hígidas e com idade gestacional de 320 dias;

Paridas (PA): n = 6, fêmeas hígidas no quinto dia após o parto.

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28

3.3 Colheita de material

De cada animal do experimento do grupo TE, GE e PA foram tomadas

amostras de sangue diretamente da veia jugular, de duas em duas horas durante

24 horas, sempre em grupo de três fêmeas e em dias diferentes. As colheitas de

sangue foram realizadas utilizando sistema vacutainer num volume total de 10 mL

sem anti-coagulante, foram processadas no laboratório de Reprodução Animal

DPA/EV/UFG e acondicionadas em frascos próprios e congeladas em freezer a

-20 ºC.

FIGURA 3 - Punção da veia jugular para colheita de sangue em égua quarto de milha do grupo de fêmeas vazias do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

3.4 Análises laboratoriais 3.4.1 Determinação dos valores séricos hormonais

Para a execução das análises hormonais as amostras de soro eram

descongeladas e mantidas a temperatura ambiente (28ºC) do laboratório do

Centro de Pesquisas em Alimentos da Escola de Veterinária / UFG. As

concentrações séricas totais de cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) foram

determinadas utilizando-se o método imunoensaio enzimático e kits comerciais

específicos para cada hormônio (Direct ELISA Kit Cortisol, HIK-T3 EIA e DSL-

10.3200 ACTIVE Thyroxine EIA). A leitura foi efetuada no contador Elisa,

seguindo as recomendações do fabricante.

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29

Para a análise sérica do cortisol, triodotironina e tiroxina seguiram-se

as técnicas propostas pelos fabricantes (Diagnostics Biochen Canadá inc.,

Monobind, Inc., Diagnostics Systems), respectivamente. 3.4.2 Expressão dos resultados

As concentrações séricas do cortisol e T3 foram expressas em

nanogramas/mililitros (ng/mL) e de T4 em microgramas/decilitros (µg/dL).

Transformaram-se os dados fornecidos pelo contador Elisa em

nanômetros e transportaram-se os resultados das absorbâncias das amostras

testadas para a curva padrão. A partir daí obtiveram-se os valores das

absorbâncias conseguidos dos soros padrões com concentrações fixas dos

hormônios testados, para conversão em percentagem de ligação, mediante a

seguinte fórmula: A – Ac x 100

Ao – Ac

em que: A =absorbânciados padrões, Ac =absorbância do corante (cromogênio)

e Ao = absorbância zero. Todos os valores obtidos para as amostras testadas eram então

convertidos em porcentagem e sobrepostos na curva padrão, obtendo-se assim a

leitura das concentrações hormonais na unidade de referência.

3.5 Análise estatística

Para verificação da significância estatística dos dados coletados,

utilizou-se o pacote computacional SAS (1996). Para as variáveis dependentes

cortisol, T3, T4. realizou-se análise de variância em parcelas subdivididas,

segundo o procedimento GLM, com o seguinte modelo matemático.

Yijk = µ + Ei + Pj + EPij + eijk, em que:

Yij = variáveis dependentes cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina(T4);

µ = média geral;

Ei = efeito do i-ésimo estágio reprodutivo (i = 1, 2, 3);

Pj = efeito do j-esímo período de avaliação (1, 2, 3, 4);

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30

EPij = efeito da interação entre estágio reprodutivo e período de avaliação;

eijk = erro aleatório contendo os efeito não controlados.

Os coeficientes de correlação simples entre as variáveis (correlação de

Pearson) foram estimados, e as médias das variáveis obtidas foram comparadas

pelo teste de Tukey (5%).

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31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Variações cíclicas do cortisol

As Figuras 4 e 5 mostram os dados referentes às fêmeas do grupo

vazias (TE) que sofreram menor (TE2) e maior (TE1) variação nas concentrações

circulantes de cortisol, valores estes baseados no coeficiente de variação. Na

Figura 4, observa-se que o maior nível no período da manhã ocorreu entre 10:00

e 14:00 horas, seguido de oscilações discretas até as 24:00 horas, estabelecendo

um rítmo circadiano diferente daquele verificado para TE1 (Figura 5). O pico

ocorreu entre 8:00 e 12:00 horas, com queda entre 12:00 e 2:00 horas,

caracterizando, assim, comportamento diferente entre os animais. Trata-se de

resultados que também foram observados por MINOMO (1994), em que ritmos

circadianos são observados de forma generalizada, podendo ser ajustado em

resposta às alterações na relação temporal.

FIGURA 4 - Menor oscilação circadiana do cortisol na égua quarto de milha vazia (TE2) de acordo com os horários de colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 5 - Maior oscilação circadiana do cortisol na égua quarto de milha vazia (TE1) de acordo com os horários de colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

C V =1 8 . 4 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

H o r á r i o

T E 2

C V =5 4 . 6 6

3 05 07 09 0

1 1 01 3 01 5 01 7 01 9 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6Ho r á r i o

T E 1

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32

Dentre os animais do grupo GE observou-se que, para o animal que

apresentou menor oscilação GE5 (Figura 6), dois picos estiveram presentes, o

primeiro às 8:00 horas e o segundo entre 18:00 e 22:00 horas. Entretanto, as

maiores oscilações, verificadas na fêmea GE6 (Figura 7), ocorreram às 14:00,

18:00 e 20:00 horas,(230 ng/mL) e a menor às 10:00 horas (30 ng/mL).

FIGURA 6 - Menor oscilação circadiana do cortisol na égua quarto de milha gestante (GE5) de acordo com os horários das colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 7 - Maior oscilação circadiana do cortisol ocorrido na égua quarto de milha gestante

(GE6) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Para as fêmeas no quinto dia após o parto PA, verificou-se que na

égua PA1 as maiores variações ocorreram pela manhã e as menores no período

noturno. No entanto, no animal (PA3), durante o dia e a noite, ocorreram

pequenas oscilações com pico às 2:00 horas da madrugada.

C V = 1 7 , 5 9

4 5

6 0

7 5

9 0

1 0 5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i o

G E 5

C V = 5 1 , 3 6

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6Ho r á r i o

G E 6

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33

FIGURA 8 - Menor oscilação circadiana do cortisol ocorrido na égua quarto de milha parida (PA1) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 9 - Maior oscilação circadiana do cortisol ocorrido na égua quarto de milha parida (PA3) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 10 - Variação média das concentrações séricas do cortisol nas éguas quarto de milha

vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) de acordo com os horários de colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Os gráficos apresentados na Figura 10 permitem a comparação entre

as médias obtidas para cortisol durante 24 horas, nos três grupos de animais. As

fêmeas gestantes (GE) foram aquelas que sofreram maiores variações em um

C V = 1 7 , 1 6

4 0

4 5

5 0

5 5

6 0

6 5

7 0

7 5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i oP A 1

C V = 6 6 , 9 2

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i o

P A 3

4 0

6 0

8 0

1 0 0

1 2 0

1 4 0

1 6 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r io

G E P A T E

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34

ciclo completo, ou seja, em um ciclo circadiano, e estas diferenças foram

evidenciadas no período da tarde e noite, com concentrações elevadas das 14:00

18:00 horas com pico ás 24:00 horas e reduzidas às 10:00 (145 ng/mL e 65

ng/mL, respectivamente). Estes valores foram diferentes dos encontrados por

HOFFSIS et al. (1970), que obtiveram concentrações médias de 5,51µg/100mL

para éguas gestantes, e BOTTONS et al. (1972), de 1,37µg/100mL, para éguas

vazias.

Neste contexto podem-se discutir também os achados de FLISINSKA-

BOJANOWSKA et al. (1991), que verificaram o padrão cíclico diurno tanto para

éguas vazias quanto gestantes, sendo que, em concordância com os dados aqui

expostos, as éguas gestantes foram aquelas nas quais maior variação ocorreu,

sempre por volta das 14:00 horas.

Pesquisadores têm demonstrado, no hemisfério norte, que, em um

ciclo completo de 24 horas, os eqüinos alcançam o pico de concentração de

cortisol entre 6:00 e 9:00 horas e queda entre 19:00 e 23:00 horas. IRVINE &

ALEXANDER (1994) afirmaram que independentemente de qualquer agente

externo imposto pelo homem, o ritmo circadiano do cortisol apresenta um pico

que ocorre de manhã com queda no período tarde/noite. Já LEFCOURT et al.

(1993) demonstraram que o ritmo circadiano do cortisol em eqüinos sofre

variações apenas ocasionais. No presente trabalho, verificou-se que o ritmo

circadiano do cortisol sofreu variação acentuada nas fêmeas gestantes (GE),

enquanto que nos demais estágios reprodutivos (TE e PA) foram observadas

pequenas oscilações, em concordância com as afirmações de FLISINSKA-

BOJANOWSKA et al. (1989); FLISINSKA-BOJANOWSKA et al. (1991);

FLISINSKA-BOJANOWSKA et al. (1992) e TREJO (2003), de que o metabolismo

do cortisol se altera durante a gestação, aumentando progressivamente seu nível

no plasma sangüíneo materno, persistindo, porém, o ritmo circadiano de secreção

do cortisol.

4.2 Variações cíclicas da triiodotironina (T3) e tiroxina (T4)

As Figuras 11 e 12 mostram as curvas obtidas em 24 horas relativas à

fêmea que mostrou menor (fêmea TE2) e maior (fêmea TE4) variação nas

concentrações de T3 entre os momentos de colheita de sangue. O ritmo

circadiano pode ser demonstrado, sendo que ambas tiveram uma elevação

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35

abrupta no primeiro intervalo de colheitas, ou seja, entre 8:00 e 12:00 horas (TE2)

e entre 10:00 e 14:00 horas (TE4). TE2 sofreu elevação e redução nas

concentrações circulantes de T3 ao longo do período, com intervalos regulares

entre os momentos referidos, mas isto não foi verificado para a fêmea TE4, a

qual, após o primeiro pico, manteve as concentrações circulantes de T3 em níveis

constantes.

FIGURA 11 - Menor oscilação circadiana da triiodotironina (T3) ocorrido na égua quarto de milha

vazia (TE2) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 12 - Maior oscilação circadiana da triiodotironina (T3) ocorrido na égua quarto de milha

vazia (TE4) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Para o grupo de éguas gestantes, GE3 foi aquela na qual se verificou a

ocorrência de menores variações nas concentrações de T3 entre os períodos de

colheita, com pico de manhã aumentando no período da tarde (Figura 13), com

declínio para a noite e elevação nas amostras obtidas de madrugada. Na égua

GE5 (Figura 14), observou-se a maior ocorrência de variações entre os momentos

de colheita, com pico às 14:00 horas e a menor oscilação às 22:00 horas.

C V = 8 ,3 3

0 ,5

0 ,6

0 ,7

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho rár io

T E2

C V = 5 2 ,4 5

0

0 ,5

1

1 ,5

2

2 ,5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6Ho rár io

T E4

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36

Com relação às variações cíclicas verificadas nos animais do grupo de

éguas paridas, PA4 (Figura 15) mostrou menor oscilação cíclica de T3, com

tendência a maior estabilidade no período da madrugada. Já para a fêmea PA1

houve manutenção de concentrações de T3 elevadas pela manhã, com declínio

durante o período da tarde e pequena elevação posterior, no período da

madrugada (Figura 16).

FIGURA 13 - Menor oscilação circadiana da triiodotironina (T3) ocorrido na égua quarto de milha gestante (GE3) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 14 - Maior oscilação circadiana da triiodotironina (T3) ocorrido na égua quarto de milha gestante (GE5) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

C V = 1 9 ,6 6

2

2 ,2

2 ,4

2 ,6

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r ár ioG E3

C V = 3 8 , 4 6

0 , 5

1

1 , 5

2

2 , 5

3

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i oG E 5

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37

FIGURA 15 - Menor oscilação circadiana da triiodotironina (T3) ocorrido na égua quarto de milha parida (PA4) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 16 - Maior oscilação circadiana da triiodotironina (T3) ocorrido na égua quarto de milha parida (PA1) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 17 - Variação média das concentrações séricas de triiodotironina (T3) nas éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

C V = 1 2 , 2 6

1 , 5

2

2 , 5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i oP A 4

C V = 3 1 , 3 6

2

4

6

8

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i oP A 1

0 ,5

1

1 ,5

2

2 ,5

3

3 ,5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r ár ioT E G E P A

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38

A sobreposição das curvas obtidas a partir das concentrações médias

de T3 em cada grupo (TE, GE e PA) está exposta na Figura 17, na qual é

possível visualizar o efeito da gestação e da parição sobre este parâmetro.

Na Figura 18 observa-se que a maior variação de T4 na égua (TE4)

ocorreu no horário das 10:00 às 14:00 horas, oscilando para menos dentro dos

vários períodos. No animal TE6 da Figura 19, o maior pico (3,7 µg/dl) ocorreu às

18:00 horas e se manteve baixo (1,9 µg/dl) e constante no período noturno e de

madrugada. Isto sugere que as fêmeas vazias (TE) apresentaram menor

metabolismo no decorrer dos períodos.

FIGURA 18 - Menor oscilação circadiana da tiroxina (T4) ocorrido na égua quarto de milha vazia (TE4) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 19 - Maior oscilação circadiana da tiroxina (T4) ocorrido na égua quarto de milha vazia (TE6) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Explorando a Figura 20, percebe-se que na fêmea gestante (GE3), na

primeira hora de colheita de sangue, a concentração de tiroxina está elevada, e o

maior pico (4,5 µg/dL) ocorreu às 18:00 e 22:00 horas e o menor às 10:00 e 2:00

horas. No entanto, na égua (GE6), de acordo com o que se observa na Figura

C V = 9 , 0 7

1 , 4

1 , 6

1 , 8

2

2 , 2

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6Ho r á r i o

T E 4

C V = 4 0 , 7 8

1 , 5

2

2 , 5

3

3 , 5

4

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

H o r á r i o

T E 6

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39

21, a concentração estava alta (3,5 µg/dL) ás 8:00 horas, mantendo-se elevada

das 12:00 às 16:00 horas e das 20:00 às 4:00 horas, com pico (5,0 µg/dL) às 6:00

horas. Tais alterações cíclicas sugerem modificações no metabolismo dos

animais gestantes.

FIGURA 20 - Menor oscilação circadiana da tiroxina (T4) ocorrido na égua quarto de milha

gestante (GE3) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 21 - Maior oscilação circadiana da tiroxina (T4) na égua quarto de milha gestante (GE6)

de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

C V = 1 2 , 3 0

3

3 , 5

4

4 , 5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i o

G E 3

C V = 2 1 ,9 1

1 ,5

2

2 ,5

3

3 ,5

4

4 ,5

5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r ár io

G E 6

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40

A Figura 22 mostra que, na égua (PA5), as concentrações se

mantiveram ligeiramente altas (3,5 µg/dL) durante todo o dia e declinando a partir

das 20:00 horas, atingindo o menor pico (1,5 µg/dL) às 2:00 horas. Percebe-se na

Figura 23 que as variações cíclicas das concentrações na fêmea (PA1)

apresentaram-se baixas na primeira colheita de sangue e foram aumentando no

decorrer dos períodos, até atingir o pico máximo (3,5 µg/dL) às 2:00 horas e o

mínimo (0,5 µg/dL) às 6:00 horas.

FIGURA 22 - Menor oscilação circadiana da tiroxina (T4) na égua quarto de milha parida (PA5) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 23 - Maior oscilação circadiana da tiroxina (T4) na égua quarto de milha parida (PA1) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

C V = 2 1 , 0 7

1

1 , 5

2

2 , 5

3

3 , 5

4

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i o

P A 5

C V = 4 5 , 7 7

0

0 , 5

1

1 , 5

2

2 , 5

3

3 , 5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r i o

P A 1

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41

FIGURA 24 - Variação média das concentrações séricas de tiroxina (T4) nas éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) de acordo com os horários de colheitas de sangue no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Em comparação aos resultados da Figura 17, observa-se que as

fêmeas paridas (PA) tiveram maiores variações circadianas, e estas variações

ocorreram no início da manhã, com alta concentração de T3 (3,1 ng/mL) às 10:00

horas e declínio nos demais períodos, até atingir concentração baixa de 2,1

ng/mL às 2:00 horas. Entretanto, para as fêmeas gestantes (GE), a maior

variação se deu no período da manhã, atingindo o pico (2,3 ng/mL) às 14:00

horas, declinando nos períodos tarde e noite, alcançando a menor variação (1,4

ng/mL) às 4:00 horas. No grupo éguas vazias (TE) houve uma discreta variação

pela manhã, estabilizando-se em baixas oscilações nos demais períodos.

Explorando a Figura 24 e comparando-a com a Figura 17, observa-se que as

variações cíclicas da tiroxina foram maiores nas fêmeas gestantes. As paridas

(PA) sofreram maior variação no período da tarde e menor na madrugada, ou

seja, houve maior metabolismo das 12:00 às 16:00 horas e menor das 24:00 às

6:00 horas. No grupo vazias (TE), as variações cíclicas foram menores, com

pequenas oscilações constantes, o que era de se esperar, uma vez que seu

estado fisiológico exigia baixas reações metabólicas, sugerindo uma menor

conversão de T4 em T3 e maior metabolismo nas gestantes. GENUTH (1996)

relatou que o aumento da concentração de T4 leva à diminuição de sua

conversão a T3. Dessa maneira, os efeitos biológicos do excesso ou da

deficiência de T4 são automaticamente diminuídos, em pequena extensão pela

1 ,5

2

2 ,5

3

3 ,5

4

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho rár io

GE PA T E

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42

inativação metabólica acelerada ou retardada, respectivamente. Outros estados e

fatores estão associados à conversão reduzida de T4 em T3 e estes incluem,

dentre outros, os estados estressantes pelos quais passa o indivíduo. A atividade

geradora de T3 é mediada pela enzima 5´monodesiodase, cuja redução na

atividade acarretará uma diminuição na produção de T3 a partir da T4 , reduzindo,

assim, o nível do T3 plasmático. Estes valores são diferentes dos relatados por

BOTTONS et al. (1972) e HOFFSIS et al.(1970). WINFREE (1991), em avaliação

do ritmo circadiano dos hormônios da tireóide (T3 e T4) em eqüinos, concluiu que

estes apresentaram os menores níveis plasmáticos ao início das coletas,

aumentando gradativamente na noite e atingindo os valores máximos no período

da manhã. BREUHAUS (2002) afirma que as variações de T3 e T4 são difíceis

de interpretar, especialmente porque o metabolismo dos hormônios da tireóide,

bem como o transporte destes podem ser afetados por drogas, estados

fisiológicos, patológicos, condições físicas e climáticas.

Com base nos dados aqui demonstrados e avaliados, pode-se sugerir

que o ritmo circadiano do T3 e T4 prevaleceu diferentemente para cada estágio

reprodutivo.

4.3 Parâmetros hormonais

Os valores médios dos parâmetros hormonais aqui apresentados foram

obtidos das colheitas de sangue realizadas às 8:00, 10:00, 12:00, 14:00, 16:00,

18:00, 20:00, 22:00, 24:00, 2:00, 4:00, 6:00 horas. Para efeito de análise dos

dados, estes períodos foram reunidos em: manhã (6:01 – 12:00 horas), tarde

(12:01 – 18:00 horas), noite (18:01 – 24:00 horas) e madrugada (24:01 – 6:00

horas).

O resumo da análise de variância dos hormônios estudados cortisol

(Cs), triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) encontra-se na Tabela 1. Observa-se que

tanto estágio reprodutivo (ER) como o período de avaliação (PER) não

influenciaram os níveis de Cs. Não ocorreu interação ER * PER para nenhum dos

hormônios (Cs, T3 e T4)

Os níveis de T3 foram influenciados por ER (P<0,05) e por PER

(P<0,01), enquanto que a tiroxina sofreu a mesma influência, porém com níveis

de significância diferentes, sendo (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente para ER e

PER.

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43

TABELA 1 - Resumo da análise de variância e coeficiente de variação (Cv) de: cortisol (Cs), triodotironina (T3) e tiroxina (T4) em três estágios reprodutivos e quatro períodos de avaliação em éguas quarto de milha do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio - GO (2002)

Graus de Causas de variação liberdade

Pr > F Cs T3 T4

Estágio reprodutivo (ER) 2 0,6481 0,013* 0 0024**

Período de avaliação (PER) 3 0,3947 0,0035** 0,0140*

ER * PER 6 0,1569 0,2516 0,7135

CV ( ER ) 62,47 91,28 44,78

CV ( PER ) 30,91 22,92 13,30 * (P<0,05) ** (P<0,01)

A Tabela 2 mostra que o maior valor médio de cortisol (Cs =105,84

ng/mL) foi encontrado nas fêmeas gestantes, o mesmo não diferiu (P>0,05) dos

níveis encontrados nas fêmeas vazias e paridas (74,57 ng/mL e 77,30 ng/mL

respectivamente). O elevado coeficiente de variação (CV = 62,47) pode explicar

por que não ocorreu diferença significativa entre os valores de Cs dentro de ER.

No entanto, os valores altos de cortisol encontrados nas fêmeas gestantes (GE),

estão de acordo com as afirmativas de TREJO (2003), que registrou alteração do

metabolismo do cortisol durante a gestação, com aumento progressivo de seu

nível no plasma sangüíneo materno. Vários autores, trabalhando com eqüinos

livres de agentes estressores, relataram níveis de cortisol sérico menores que os

aqui encontrados JOHNS (1979), 27 ng/mL; KANEKO (1979), 13,7 ng/mL;

CUNNINGHAM (1993), 48,8 ng/mL; MESSER et al. (1995), 53,3 ng/mL;

TEIXEIRA & PÁDUA (2002), 50,0 ng/mL. Já LINDEN et al. (1990) relataram valor

mais elevado de cortisol plasmático (79,0ng/mL). HOFFSIS et al. (1970)

determinaram concentração média do cortisol no plasma de cavalos adultos

sadios de 5,12 µg/100 mL, nas fêmeas adultas não gestantes de 6,43 µg /100 mL

e nas fêmeas gestantes de 5,51 µg/100 mL. BOTTONS et al. (1972), avaliando a

variação do cortisol em éguas, observaram que a concentração média no plasma

foi de 1,37 ± 0,40 µg/100 mL.

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44

Os níveis de cortisol não foram diferentes (P>0,05) quanto aos

períodos avaliados (Tabela 2), apesar de os valores encontrados na madrugada

(94,51 ng/mL) serem superiores aos níveis de Cs nos demais períodos.

ZOLOVICK et al. (1966) trabalhando com eqüinos para avaliar os

horários da variação dos níveis de glicocorticóides, verificaram que o nível mais

alto de cortisol foi 2,6 µg /mL às 10:00 horas e após 22:00 horas o valor foi 1,69

µg/mL, declinando até às 02:00 horas da madrugada e a taxa média plasmática

durante 24 horas foi 0,16 µg/mL. Os níveis de cortisol no plasma as 10:00 da

manhã foi 53% maior do que os verificados as 22:00 horas.

TABELA 2-Médias estimadas pelo método dos quadrados mínimos das variáveis dependentes cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) em éguas quarto de milha referentes ao estágio reprodutivo e períodos de colheitas de sangue e observações no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Cortisol T3 T4 (ng/ml (ng/ml) ( µg/dl)

Estágio reprodutivo

Vazias (TE) 74,57a 0,94b 1,91b

Gestantes (GE) 105,84a 1,77ab 3,41a

Paridas (PA) 77,30a 2,49a 2,76ab

Período de avaliação Manhã 83,29a 1,99a 2,56b

Tarde 83,27a 1,81ab 3,01a

Noite 82,44a 1,56b 2,63ab

Madrugada 94,51a 1,56b 2,57b As médias na coluna seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente entre si ( P>0,05)

Os níveis de T3 e T4 foram influenciados pelo estágio reprodutivo

(P<0,05) e (P<0,01), respectivamente, bem como pelo período de avaliação

(P<0,01) e (P<0,05) respectivamente. Na Tabela 3, verifica-se que a maior média

da concentração sérica de tiroxina total (3,41 µg/dL) foi encontrado nas éguas

gestantes (GE) e (3,78 µg/dL), no período da tarde. Isto demonstra que se trata

de valores significativamente altos em relação aos encontrados por THOMAS &

ADAMS (1978) (1,47µg/dL); KANEKO (1979) (1,9 µg/dL); CHEN (1981) (1,76

µg/dL); DUCKETT et al. (1989) (1,5 µg/dL); CUNNINGHAM (1993) (1,63 µg/dL);

ANDERSON et al. (1998) (1,5 µg/dL). Para a triiodotironina (T3), obteve-se a

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média de 2,49 ng/mL, nas fêmeas paridas (PA) e 3,02 ng/mL no período da

manhã, valores estes superiores aos encontrados por LOTHROP (1986) (0,44

ng/m); CUNNIGHAM (1993) (0,77 ng/mL); SOJKA et al. (1993) (0,21 ng/mL);

IRVINE & ALEXANDRE (1994) (1,2 ng/mL); ANDERSON et al. (1998) (0,677

ng/mL). Após a secreção dos hormônios da tireóide, a tiroxina e a triiodotironina

circulam na corrente sangüínea quase que totalmente ligadas às proteínas, e uma

quantidade muito pequena permanece livre no plasma, para interagir com os

receptores nas células dos tecidos (GENUTH, 1996). A triiodotironina possui

vida de um dia e a tiroxina de seis a sete dias, sendo essa longa duração devido à

alta porcentagem de tironinas circulantes ligadas às proteínas plasmáticas, o que

as protege da degradação (STABENFELDT, 1993). A maior parte da

triiodotironina circulante é derivada da desiodinação periférica da tiroxina pela

enzima 5-desiodinase (DICKSON,1996). O aumento observado na concentração

dos hormônios tiroideanos durante o estresse calórico inicial pode ser explicado

pela redução na utilização dos hormônios, e um período de latência na diminuição

de secreção da glândula tireóide (STERLING, 1977).

Na Tabela 3 são apresentados os valores médios e desvios padrão das

concentrações da triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) por período de avaliação e

estágio reprodutivo.

TABELA 3 - Médias e desvios-padrão estimados pelo método dos quadrados mínimos das variáveis hormonais triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) em éguas vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Período de avaliação Estágio reprodutivo Média

Manhã Tarde Noite Madrugada

Vazias (TE) 1,09 ± 0,61 0,91 ± 0,49 0,83 ± 0,34 0,92 ± 0,60 0,93 ± 0,51

Gestantes (GE) 1,88 ± 0,45 2,04 ± 0,65 1,58 ± 0,65 1,57 ± 0,70 1,77± 0,61

T3

Paridas (PA) 3,02 ± 2,00 2,49 ± 1,08 2,25 ± 0,84 2,20 ± 0,61 2,49 ±1,13

Vazias (TE) 1,87 ± 0,31 2,07 ± 0,53 1,85 ± 0,18 1,86 ± 0,27 1,91 ± 0,32

Gestantes (GE) 3,09 ± 0,50 3,78 ± 0,79 3,46 ± 0,70 3,31 ± 0,77 3,41 ± 0,69

T4

Paridas (PA) 2,72 ± 1,30 3,20 ± 1,04 2,60 ± 0,81 2,53 ± 0,69 2,76 ± 0,96

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Vários autores, trabalhando com eqüinos livres de agentes estressores,

relataram níveis de T3 e T4 menores que aqueles encontrados no presente

trabalho. Valores relatados na literatura foram bastante inferiores para T3:

LOTHROP & NOLAN (1986) 0,44 ng/mL e SOJKA et al. ( 1993) 0,21 ng/mL. Por

outro lado, ANDERSON et al. (1998), TEIXEIRA & PÁDUA (2002) encontraram

0,677 ng/mL e 2,1 ng/mL, respectivamente. Os valores médios verificados para

T4 nas fêmeas vazias (TE) estão próximos aos divulgados por CHEN (1981), de

1,76 µg/dL em animais adultos. Trabalhando com eqüinos adultos sadios e

castrados DUCKETT et al. (1989) divulgaram valores médios de T4 (2,43 µg/dL)

próximos aos encontrados nas éguas paridas (PA) e inferiores ao verificados nas

gestantes (GE). No entanto, TEIXEIRA & PÁDUA (2002) relataram valores de T4

em animais adultos de 4,0 µg/dL, superiores aos aqui apresentados. Os menores

valores encontrados de T3 nas fêmeas dos três grupos ocorreram no período

noite/madrugada, e os maiores valores de T4 no período da tarde, sugerindo

aumento do metabolismo a tarde e uma menor conversão de T4 em T3 no

período noturno, concordando com GENUT (1996).

As variações dos níveis de T3 e T4 de acordo com os horários de

colheitas de sangue podem ser melhor visualizadas pela observação das Figuras

17 e 24. A triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) nas fêmeas vazias (TE)

mantiveram-se baixas e constantes sugerindo menor metabolismo e estado

fisiológico equilibrado. Nas éguas gestantes (GE) houve um aumento de T3 das

8:00 até as 14:00 horas, declinando às 4:00 horas da manhã. Já, o T4 manteve-

se sempre alto, acompanhando as variações do T3, o que sugere um estado

metabólico muito ativo. Para as fêmeas paridas (PA), o T3 e o T4 mantiveram-se

altos com ligeira queda durante os períodos avaliados, sugerindo um metabolismo

acentuado, porém menor que nas gestantes, e grande conversão de T4 em T3.

Comparando as variações médias das concentrações dos hormônios da tireóide,

pode-se observar na Tabela 2 que os níveis de T4 foram maiores que os de T3

no que se refere ao estágio reprodutivo, sendo que nas éguas gestantes tais

diferenças foram significativas (P<0,05) em relação às fêmeas vazias. Isto leva a

concluir que houve maior atividade da glândula, secretando mais tiroxina e

conseqüentemente uma menor conversão de T4 em T3. Segundo STABENFELD

(1993), a maior concentração de T4 é conseqüência do fato de o hormônio

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apresentar maior meia-vida, de seis a sete dias, em relação ao T3, que é apenas

de 24 horas. Com relação aos períodos avaliados, o maior valor de T4 foi

verificado no período da tarde, enquanto a maior variação de T3 ocorreu de

manhã.

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48

5 CONCLUSÕES

Nas condições experimentais deste trabalho foi possível concluir que:

- Fêmeas gestantes apresentaram valores elevados dos níveis de cortisol e

variação acentuada no ritmo circadiano, enquanto que fêmeas vazias e paridas

mostraram pequenas oscilações.

- Tanto triiodotironina (T3) quanto tiroxina (T4) mostraram ritmo circadiano de

forma diferente em relação ao estágio reprodutivo.

- A fase final de gestação altera os padrões de secreção do cortisol, da

triiodotironina (T3) e da tiroxina (T4), no entanto, o padrão rítmico destes

hormônios é mantido durante todo período, independente do estágio

reprodutivo.

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TREJO, C. H. La importância clínica del cortisol. Disponível em http:// www.monografias.com/trabajos11/impcort/impcort.shtml. Acesso em 26 abril 2003.

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CAPÍTULO 3 - INTERRELAÇÕES ENTRE CORTISOL, TRIIODOTIRONINA (T3), TIROXINA (T4) E FUNÇÕES FISIOLÓGICAS COMO INDICADORES DE ESTRESSE NO PERIPARTO DE ÉGUAS DA RAÇA QUARTO DE MILHA

RESUMO

Este experimento foi realizado com o objetivo de estudar as inter-

relações entre as concentrações plasmáticas de cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) e as funções fisiológicas (temperatura retal, freqüência cardíaca e freqüência respiratória) no periparto de éguas da raça quarto de milha, assim como relacionar estas possíveis alterações com os índices de temperatura ambiente e umidade relativa do ar (ITU). Foram utilizadas 18 éguas clinicamente sadias, com idade entre 60 e 96 meses e peso vivo (PV) entre 350 e 420 Kg, divididas em três grupos (n=6), de acordo com o estágio reprodutivo, ou seja, Vazias (TE), Gestantes (GE) e Paridas (PA). As amostras de sangue foram colhidas por 24 horas em intervalos de duas horas, caracterizando-se quatro períodos (manhã, tarde, noite e madrugada). A freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR) e temperatura retal (TR) foram avaliadas imediatamente antes das colheitas de sangue, e as variáveis ambientais foram medidas nos momentos das colheitas. Em GE houve correlação alta e positiva do cortisol com os leucócitos (r=0,62) e negativa com linfócitos (r=-0,60); houve correlação baixa e positiva de cortisol com T4 (r=0,34), com FR (r=0,33) e TR (r=0,33). T3 correlacionou-se com FC (r=0,36) e FR (0,62). T4 correlacionou-se significativamente com FR, TR e ITU. Para FC houve diferença tanto para o estágio reprodutivo (P<0,01) como período observado (P<0,05). FR e TR mostraram diferença (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente, para os períodos observados. Os resultados obtidos mostram que éguas no periparto estão mais susceptíveis às alterações orgânicas e metabólicas que denotam estresse. Palavras-chave: Eqüinos, estresse, estágio reprodutivo, hormônios.

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INTERRELATIONS BETWEEN CORTISOL, TRIIODOTYRONINE (T3), TYROXINE (T4) AND PHYSIOLOGICAL FUNCTIONS AS STRESS INDICATIVES ON BEFORE AND AFTER PARTURITION PERIOD IN QUARTER HORSE MARES

ABSTRACT

The aim of this experiment was to study the interrelations between plasma concentrations of cortisol, triiodothyronine (T3) and thyroxine (T3) and the physiologic functions (rectal temperature, cardiac frequency and respiratory frequency), as well as to correlate this founds with the temperature humidity index (THI) during peripartal period of Quarter Horse mares. Eighteen clinically healthy mares, with age between 60 and 96 months and alive weight (AW) between 350 and 420 Kg were divided in three groups (n=6) according the reproductive status, that means, Empty (GE), Pregnant (GP) and after parturition (AP).The blood samples were taken during 24 hours in intervals of two hours, characterizing four periods (morning, afternoon, night and early morning). Cardiac frequency (CF), respiratory frequency (RF) and rectal temperature (RT) were verified immediately before blood collections, and the environmental variables were measured at the moment of samples. Cortisol levels were positively correlated with total leukocytes number (r=0,62), T4 levels (r=0,34) and RF (r=0,33), but negatively correlated with lymphocytes number (r=-0,60). T3 levels were positively correlated with CF (r=0,36) and RF (0,62). T4 levels were correlated significantly with RF, RT and THI. For CF there was difference between reproductive status (P<0,01) and period (P.<0,05). RF and RT showed difference (P<0,01) and (P<0,05), respectively, for periods. These results show that mares are more susceptive to the alterations that denote stress during the peripartal time. Key Words: Equine, stress, reproductive status, hormones

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3 INTRODUÇÃO

Os eqüinos, apesar de sua rusticidade, estão predispostos a uma série

de alterações físicas e metabólicas que podem interferir no seu desempenho.

Vários fatores estão relacionados com o comportamento deses animais, em que

se destacam a relação entre homem x animal, interação animal e temperatura

ambiente, umidade relativa, altitude, radiação solar, poluição sonora, sistema de

manejo, estado físico e outros. Todos esses agentes podem interferir na

performance reprodutiva da fêmea, por serem, muitas vezes, agressores, e por

isso promovem no organismo reações não específicas de adaptação e

conseqüentemente alteração da secreção hormonal e das características

fisiológicas, requerendo, portanto, cuidados especiais (MANERA,1988; MOTA,

2002; MOURA & MERKT, 2002). Sabendo-se que as fêmeas eqüinas apresentam

comportamentos diferentes nos vários estágios reprodutivos e que estas

diferenças surgem em decorrência de fatores individuais, ambientais e de manejo,

este experimento foi realizado com o objetivo de estudar as inter-relações entre

os hormônios tireoidianos, cortisol e os parâmetros fisiológicos como indicadores

de estresse no periparto das éguas quarto de milha

3.1 Cortisol

O cortisol é o principal e mais potente glicocorticóide envolvido na

regulação do metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Ele circula na

corrente sangüínea ligado a uma alfaglobulina denominada transcortina ou CBG

(cortisol binding globulin). Apenas uma fração circula livre e é biologicamente

ativa, sendo metabolizado principalmente no fígado e excretado junto com a urina

como 17-hidroxicorticosteróide (MATHEWS, 2000). Possui um padrão rítmico de

liberação, com níveis elevados pela manhã, decrescendo até o final do dia. O

cortisol tem efeito retroalimentador negativo sobre o hipotálamo, diminuindo a

secreção do hormônio liberador de corticotrofina (CRH), e também sobre a

adenohipófise, reduzindo a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH).

Esta forma de ação auxilia no controle e na regulação de sua concentração

circulante (MATTERI et al., 2000).

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Para RUSHEN (1986), a interpretação dos resultados relativos às

dosagens de cortisol deve ser cuidadosa, uma vez que a produção deste

hormônio é influenciada por um número grande de fatores e, segundo TREJO

(2003), o metabolismo do cortisol é significativamente alterado durante a

gestação, acarretando a elevação progressiva das concentrações séricas

maternas. RUCKEBUSCH et al. (1991) afirmaram que, embora haja alguma

incerteza quanto à importância da variação diurna do cortisol em animais

domésticos, elevações de até cinco vezes na concentração deste hormônio têm

sido registradas nas amostras obtidas nas primeiras horas da manhã em relação

àquelas colhidas no período da tarde.

TEIXEIRA & PÁDUA (2002), avaliando os parâmetros hormonais de

eqüinos em repouso, obtiveram valores médios de cortisol iguais a 50,0 ng/mL.

3.2 Triiodotironina (T3 ) e Tiroxina (T4 )

Os hormônios tireoidianos regulam o metabolismo da maior parte dos

tecidos dos indivíduos adultos, tais como, musculatura esquelética, coração,

fígado, rins. Em concentrações consideradas fisiológicas, têm efeito depressor

sobre a hipófise, mas, nos tecidos afetados, T3 e T4 não apresentam diferença

qualitativa fundamental em sua atuação, embora os efeitos do T3 tenham latência

e duração mais curtas, por ser mais fracamente ligado às proteínas séricas,

sendo, portanto, liberado mais rapidamente nos tecidos, enquanto que o T4 tem

duração de seis dias na corrente sangüínea. A taxa de secreção da tireóide é

inversamente proporcional à temperatura ambiente, e o efeito calorigênico dos

hormônios tireoidianos é uma contribuição substancial para a manutenção da

temperatura somática dos homeotérmicos em ambientes frios. Embora

quimicamente distintos, os hormônios da tireóide induzem numerosos efeitos que

podem ser iniciados por mecanismos análogos aos dos glicocorticóides (FRIDEN

& LIPNER, 1975; GUYTON, 1976).

ANDERSON et al. (1998), avaliaram os níveis médios de hormônios

tireoidianos, obtiveram concentrações de 1,5 µg/dL para T4 total, assim como de

0,677 ng/mL para T3 total. TEIXEIRA & PÁDUA (2002), em análise dos

parâmetros hormonais de eqüinos em repouso, obtiveram os seguintes valores

médios: tiroxina 4,0 µg/dL e triiodotironina 2,10 ng/mL.

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Vários fatores estão relacionados com a etiologia do estresse: a

interação entre os animais, denominada ambiente social; as interações entre

homem e animais; as situações de manejo constante, consideradas não

agradáveis aos animais; as interações animal e ambiente, derivadas de fatores

climáticos tais como radiação solar, altitude, temperatura do ar e umidade relativa;

e ainda, condições nutricionais; tipo de manejo; higiene das instalações e poluição

sonora. Todos esses fatores desviam a energia que seria destinada aos

processos produtivos para a homeostasia, como a termorregulação e adaptação

(DANTZER & MORMEDE, 1984).

LINDEN et al. (1990), em trabalho com sete eqüinos de esporte com a

finalidade de comparar o estresse fisiológico e farmacológico, pela avaliação dos

níveis de glicocorticosteroides no plasma, mediram a concentração de cortisol

antes e após cada tipo de estresse. Tais autores concluíram que o cortisol no

plasma aumentou de 79 ng/mL para 160 ng/mL, considerando normal para

cavalos atletas. Para tanto, usou-se a padronização do estresse fisiológico, a fim

de se prever a resposta ao estresse causado por exercício.

3.3 Parâmetros sangüíneos

De acordo com HEUWIESER et al. (1987), dentre os hormônios

esteróides que estão relacionados à gestação e ao parto, os glicocorticóides são

aqueles cuja associação com o leucograma está mais esclarecida, uma vez que

sua elevação está diretamente relacionada com o estresse do parto.

VAZ et al. (2000), em estudo dos parâmetros do leucograma em grupo

de éguas gestantes com mais de 210 dias de gestação, obtiveram os seguintes

resultados: leucócitos = 9,592 (103 /mm3); neutrófilos segmentados = 4,133 (103

/mm3); monócitos = 0,25 (103 /mm3); linfócitos 4,967 (103 /mm3), eosinófilos =

0,25 (103 /mm3).

BARRETO et al.(2002) em trabalho realizado com 133 éguas de várias

idades, gestantes e vazias, com o objetivo de valorizar os indicadores

hematológicos, obtiveram os seguintes resultados para os leucócitos totais:

éguas vazias = 12,36 ± 2,02 (x103); éguas gestantes = 10,70 ± 2,33 (x103). Os

autores afirmaram ainda que não foi possível chegar a uma conclusão definitiva

quanto a causa das flutuações observadas em alguns indicadores estudados, e

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por isso não se pode afirmar que não existe uma relação direta entre o estado

hematológico das fêmeas e seu estado reprodutivo.

3.4 Parâmetros fisiológicos

McNABB (1995) em estudo dos efeitos dos hormônios da tireóide, no

mecanismo de ajustes fisiológicos, afirmou que as alterações destes ajustes

ocorrem principalmente devido à atuação da glândula tireóide, cujos hormônios

são importantes para o controle do desenvolvimento e são controladores chaves

da termogênese obrigatória nos vertebrados homeotérmicos. Os hormônios da

tireóide também têm papel permissivo na produção de calor adaptativo, como,

por exemplo, o calor adicional requerido para se manter a homeotermia em

ambientes fora da zona de termoneutralidade.

TEIXEIRA & PÁDUA (2002) em avaliação dos parâmetros fisiológicos

de eqüinos em repouso, obtiveram os seguintes valores médios: freqüência

cardíaca = 35,0 (bpm); freqüência respiratória = 24,0 (mrm); e temperatura retal

= 38,0 ºC.

LACERDA & MARQUES (1999) utilizando parâmetros clínicos e

bioquímicos na avaliação de eqüinos submetidos a exercício de baixa intensidade

e média duração, concluíram que alguns parâmetros analisados antes e 30

minutos após o exercício não apresentaram alterações significativas. As

freqüências cardíacas médias registradas antes e 30 minutos após o exercício

foram de 38 e 50 batimentos por minuto (bpm), respectivamente.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Local

Trata-se de experimento desenvolvido no período de julho a dezembro

de 2002, nas instalações do Rodoharas, localizado no município de Santo Antônio

de Goiás, distante 18 km de Goiânia (GO). Este município situa-se na

microrregião do Mato Grosso de Goiás, a uma latitude de 16º28’00” sul, longitude

de 49º17’00” a oeste de Greenwich e altitude média de 823 m ( MINISTÉRIO DA

AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA – MARA, 1992). Os parâmetros

climatológicos registrados durante o ano de 2002, no município, foram:

temperatura média de 23,7 ºC (máxima de 33,7 ºC, e mínima de 15,2 ºC);

umidade relativa do ar média de 65,7%; precipitação pluviométrica de 1.259,3

mm3; e insolação total de 2.582,6 horas (SILVA et al., 2003).

4.2 Animais e grupos experimentais

Foram estudadas 18 fêmeas da raça quarto de milha, com idades

entre 60 a 96 meses e peso vivo entre 350 e 420 kg, hígidas. As fêmeas foram

submetidas ao manejo profilático normal do haras: foram desverminadas 20 dias

antes da cobertura, com repetições a cada 90 dias. As vacinas utilizadas foram

AEV (Aborto Eqüinos a Vírus) no terceiro e sexto mês de gestação, Leptospira

Pomona, no quarto e oitavo mês, e Salmonela, no quinto e nono mês de prenhês.

Foram alimentadas com 3,0 kg de ração balanceada animal/dia com 17% proteína

bruta e 50 g de suplemento mineral por animal diariamente, em pastagem de

grama Tifton 85 (Cynodon spp) e Coast-Cross (Cynodon dactylon) fornecidas à

vontade e feno de grama Estrela africana (Cynodon plectostachyus). O sistema

de cobertura realizado foi monta natural controlada.

De acordo com os dados obtidos nas fichas de acompanhamento das

fêmeas durante o mês de julho/2002 e observando-se a data do último parto, da

monta controlada, e data provável de parto, foram formados três grupos

experimentais, da seguinte forma:

Vazias (TE): n = 6, fêmeas hígidas não gestantes; Gestantes ( GE): n = 6, fêmeas hígidas e com idade gestacional de 320 dias; Paridas (PA): n = 6, fêmeas hígidas no quinto dia após o parto.

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4.3 Colheita de material

De cada animal do experimento do grupo TE, GE e PA foram tomadas

amostras de sangue diretamente da veia jugular, de duas em duas horas durante

24 horas, sempre em grupo de três fêmeas e em dias diferentes. As colheitas de

sangue para dosagem dos hormônios foram realizadas utilizando-se sistema

vacuotainer num volume total de 10 mL. As amostras foram acondicionadas em

frascos próprios e processadas no laboratório de Reprodução Animal DPA/

EV/UFG e congeladas em freezer a -20ºC. Para o leucograma, foram colhidos

de cada animal, sempre no primeiro horário, 5 mL de sangue com anticoagulante

“etilenodiaminotetracetato de sódio (EDTA) a 10% em solução aquosa, que foram

acondicionados em frasco próprio e processados no laboratório Veterinário Centro

Oeste, Goiânia.

4.4 Características fisiológicas

A freqüência cardíaca em batimentos por minuto (bpm) era tomada por

auscultação, utilizando-se um estetoscópio, com auxílio de um cronômetro. A

freqüência respiratória em movimentos respiratórios por minuto (mrm) foi medida

por meio da contagem dos movimentos respiratórios, observando os movimentos

costo-abdominais dos animais e com auxílio de um cronômetro. A temperatura

retal foi verificada com termômetro clínico de bulbo seco, em graus Celsius ( ºC ).

Tais procedimentos foram realizados de duas em duas horas e imediatamente

antes das colheitas de sangue nos animais do grupo TE, GE e PA

simultaneamente.

4.5 Fatores ambientais

A temperatura ambiente e umidade relativa do ar eram avaliadas nos

momentos das observações das características fisiológicas e das colheitas de

sangue medidas por meio de psicrômetro (Figura 3), composto por dois

termômetros iguais, um deles tendo o bulbo envolto por uma luva de algodão,

mantida úmida por meio de uma mecha mergulhada em um frasco contendo água

destilada. Este termômetro apresenta a temperatura de bulbo úmido e o outro

fornece a temperatura de bulbo seco (SILVA, 2000), ambos instalados no campo

experimental e na sombra, durante 24 horas. O campo experimental era situado

no núcleo central do haras e formado pelas cocheiras, instalações de apoio, seis

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piquetes com área total aproximada de 24.000 m2, nos quais os animais

permaneciam separados por categoria. Todas as avaliações fisiológicas e

colheitas de sangue eram realizadas no local onde as fêmeas se encontravam,

proporcionando aos animais o mínimo de exercícios físicos.

FIGURA 1 - Avaliação da freqüência cárdiorespiratória em égua quarto de milha no quinto dia

após o parto no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

FIGURA 2 - Aferição da temperatura retal em égua quarto de milha no décimo dia antes do parto no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

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FIGURA 3 -“Psicrômetro.” utilizado para mensuraçaõ da temperatura ambiente e umidade relativa do ar no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

4.6 Análises laboratoriais

4.6.1 Determinação do leucograma

O leucograma foi realizado no Laboratório Veterinário Centro Oeste,

segundo metodologia estabelecida por FERREIRA NETO et al. (1981).

4.6.2 Determinação dos valores séricos hormonais

Os valores médios dos parâmetros hormonais, aqui apresentados,

foram obtidos das colheitas de sangue realizadas às 8:00, 10:00, 12:00, 14:00,

16:00, 18:00, 20:00, 22:00, 24:00, 2:00, 4:00, 6:00 horas. Para efeito de

análise dos dados, estes períodos foram definidos em: manhã (6:01 – 12:00

horas), tarde (12:01 – 18:00 horas), noite (18:01 – 24:00 horas) e madrugada

(24:01 – 6:00 horas).

Para a execução das análises hormonais, as amostras de soro eram

descongeladas e mantidas a temperatura ambiente (28ºC) do laboratório do

Centro de Pesquisas em Alimentos da Escola de Veterinária/UFG. As

concentrações séricas totais de cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) foram

determinadas utilizando-se o método de imunoensaio enzimático e kits comerciais

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específicos para cada hormônio (Direct ELISA Kit Cortisol, HIK-T3 EIA e DSL-

10.3200 ACTIVE Thyroxine EIA). A leitura foi efetuada no contador Elisa,

seguindo as recomendações do fabricante.

O procedimento técnico para análise sérica do cortisol, triodotironina

(T3) e tiroxina (T4) segue as técnicas propostas pelos fabricantes (Diagnostics

Biochen Canadá inc., Monobind, Inc., Diagnostics Systems, respectivamente).

4.6.3 Expressão dos resultados

As concentrações séricas do cortisol e T3 foram expressas em

nanogramas/mililitros (ng/mL) e de T4 em microgramas/decilitros (µg/dL).

Transformaram-se os dados fornecidos pelo contador Elisa em

nanômetros e transportaram-se os resultados das absorbâncias das amostras

testadas para a curva padrão elaborada a com os valores das absorbâncias

obtidos dos soros padrões com concentrações fixas dos hormônios testados. Os

dados foram convertidos em percentagem de ligação, pela utilização da fórmula A – Ac x 100

Ao – Ac

em que A = absorbância dos padrões; Ac =absorbância do corante cromogênio);

e Ao = absorbância zero. Todos os valores obtidos para as amostras testadas eram então

convertidos em porcentagem e sobrepostos na curva padrão, obtendo-se, assim,

a leitura das concentrações hormonais na unidade de referência.

4.7 Análise estatística

Para verificação da significância estatística dos dados coletados,

utilizou-se o pacote computacional SAS (1996). Para as variáveis dependentes

cortisol, T3, T4, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e temperatura retal,

realizou-se análise de variância pelo método dos quadrados mínimos, segundo o

procedimento GLM, com o seguinte modelo matemático.

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Yijk = µ + Ei + Pj + EPij + β1t1+ β2P2 + eijk, em que:

Yij = variáveis dependentes :cortisol, triiodotironina (T3), tiroxina (T4), freqüência

cardíaca, freqüência respiratória e temperatura retal;

µ = média geral;

Ei = efeito do i-ésimo estágio reprodutivo (i = 1, 2, 3);

Pj = efeito do j-esímo período de avaliação (1, 2, 3, 4);

EPij = efeito da interação entre estágio reprodutivo e período de avaliação

β1t1 = regressão sobre o índice de temperatura e umidade ( t)

β2p2 = regressão sobre o período de colheita (p);

eijk = erro aleatório contendo os efeito não controlados.

Os coeficientes de correlação simples entre as variáveis fisiológicas e

ambientais obtidas durante a fase experimental (correlação de Pearson) foram

estimados, e as médias das variáveis obtidas comparadas pelo teste de Tukey

(5%).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Parâmetros hormonais

O resumo da análise de variância dos hormônios estudados cortisol,

triiodotironina e tiroxina encontra-se na Tabela 1. Observa-se que tanto o estágio

reprodutivo ER como período de avaliação PER não influenciaram os níveis de

cortisol. Não ocorreu interação ER * PER para nenhum dos hormônios (Cs, T3 e

T4).

Os níveis de T3 foram influenciados por ER (P<0,05) e por PER

(P<0,01), enquanto que a tiroxina sofreu a mesma influência porém com níveis de

significância diferentes (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente, para ER e PER.

TABELA 1 - Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das

variáveis hormonais cortisol (Cs), triodotironina (T3) e tiroxina (T4) em três estágios reprodutivos e quatro períodos de avaliação em éguas quarto de milha do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Graus de Causas de variação liberdade

Pr > F

Cs T3 T4 Estágio reprodutivo (ER) 2 0,6481 0,013* 0 0024**

Período de avaliação (PER) 3 0,3947 0,0035** 0,0140*

(ER * PER ) 6 0,1569 0,2516 0,7135

CV ( ER ) 62,47 91,28 44,78

CV ( PER ) 30,91 22,92 13,30 * (P< 0,05) ** (P < 0,01)

A Tabela 2, mostra o maior valor médio de cortisol (Cs =105,84

ng/mL) encontrado nas fêmeas gestantes, o mesmo não diferiu (P>0,05) dos

níveis encontrados nas fêmeas vazias e paridas (74,57 ng/mL e 77,30 ng/mL

respectivamente). O elevado coeficiente de variação (Cv = 62,47) pode explicar

por que não ocorreu diferença significativa entre os valores de Cs dentro de ER.

Vários autores, trabalhando com eqüinos livres de agentes estressores, relataram

níveis de cortisol sérico menores que os aqui encontrados: JOHNS (1979), 27

ng/mL; KANEKO (1979), 13,7 ng/mL; CUNNINGHAM (1993), 48,8 ng/mL;

MESSER et al. (1995), 53,3 ng/mL; TEIXEIRA & PÁDUA (2002), 50,0 ng/mL. Já

LINDEN et al. (1990) divulgaram valor mais elevado de cortisol plasmático, 79,0

Page 60: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

65

ng/mL. HOFFSIS et al. (1970) encontraram concentração média do cortisol no

plasma de cavalos adultos sadios de 5,12 µg/100 mL, nas fêmeas adultas não

gestantes, 6,43 µg /100 mL e nas fêmeas gestantes, 5,51 µg/100 mL. BOTTONS

et al. (1972) avaliando a variação do cortisol em éguas, observaram que a

concentração média no plasma foi de 1,37 ± 0,40 µg/100 mL. Os níveis de

cortisol não foram diferentes (P>0,05) quanto aos períodos avaliados (Tabela 2),

apesar de os valores encontrados na madrugada (94,51 ng/mL) terem sido

superiores aos níveis de Cs nos demais períodos. No entanto, os valores altos de

cortisol encontrados nas fêmeas gestantes(GE), estão de acordo com as

afirmativas de TREJO (2003), que registrou alteração do metabolismo do cortisol

durante a gestação, com aumento progressivo de seu nível no plasma sangüíneo

materno.

ZOLOVICK et al. (1966) trabalhando com eqüinos para avaliar os

horários da variação dos níveis de glicocorticóides, verificaram que o nível mais

alto de cortisol foi 2,6 µg /mL às 10:00 horas e após 22:00 horas o valor foi 1,69

µg/mL, declinando até às 02:00 horas da madrugada e a taxa média plasmática

durante 24 horas foi 0,16 µg/mL. Os níveis de cortisol no plasma as 10:00 horas

da manhã foi 53% maior do que os verificados as 22:00 horas.

TABELA 2 - Médias estimadas pelo método dos quadrados mínimos das variáveis

dependentes cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) referentes ao estágio reprodutivo e períodos de colheitas de sangue e observações no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Cortisol T3 T4 (ng/ml (ng/ml) ( µg/dl)

Estágio reprodutivo

Vazias (TE) 74,57a 0,94b 1,91b

Gestantes (GE) 105,84a 1,77ab 3,41a

Paridas (PA) 77,30a 2,49a 2,76ab

Período de avaliação

Manhã 83,29a 1,99a 2,56b

Tarde 83,27a 1,81ab 3,01a

Noite 82,44a 1,56b 2,63ab

Madrugada 94,51a 1,56b 2,57b

As médias na mesma coluna seguidas de letras iguais, não diferem estatisticamente entre si ( P>0,05).

Page 61: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

66

As variações dos níveis de cortisol de acordo com os horários de

colheitas de sangue e estágio reprodutivo podem ser melhor visualizadas pela

observação da Figura 4.

4 05 06 07 08 09 0

1 0 01 1 01 2 01 3 01 4 01 5 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r á r io

G E P A T E

FIGURA 4 - Variação média da concentração sérica do cortisol nas éguas quarto de milha vazias

(TE), gestantes (GE) e paridas (PA) de acordo com os horários de colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Os níveis de (T3) e (T4) foram influenciados pelo estágio reprodutivo

(P<0,05) e (P<0,01) respectivamente, bem como pelo período de avaliação

(P<0,01) e (P<0,05) respectivamente. Na Tabela 3, verifica-se que a maior média

da concentração sérica de tiroxina total (3,41 µg/dL) foi encontrada nas éguas

gestantes (GE) e (3,78 µg/dL) no período da tarde. Isto demonstra que se trata

de valore significativamente altos, em relação aos obtidos por THOMAS &

ADAMS (1978),1,47 µg/dL; KANEKO (1979),1,9 µg/dL; CHEN (1981),1,76 µg/dL;

DUCKETT et al. (1989),1,5 µg/dL; CUNNINGHAM (1993),1,63 µg/dL;

ANDERSON et al. (1998),1,5 µg/dL. Para a triiodotironina, obteve-se a média de

(2,49 ng/mL) relacionada com as fêmeas paridas (PA) e 3,02 ng/mL no período da

manhã. Esses valores são superiores aos encontrados por LOTHROP (1986),

0,44 ng/mL; CUNNIGHAM (1993), 0,77 ng/mL; SOJKA et al. ( 1993), 0,21 ng/mL;

IRVINE & ALEXANDRE (1994), 1,2 ng/mL; ANDERSON et al. (1998) 0,677

ng/mL. Após a secreção dos hormônios da tireóide, a tiroxina e a triiodotironina

circulam na corrente sangüínea quase que totalmente ligadas às proteínas, sendo

que uma quantidade muito pequena permanece livre no plasma, para interagir

com os receptores nas células dos tecidos (GENUTH, 1996). A triiodotironina

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67

possui vida de um dia e a tiroxina de seis a sete dias. Essa longa duração é

devido, à alta porcentagem de tironinas circulantes ligadas às proteínas

plasmáticas, o que as protege da degradação (STABENFELDT, 1993). A maior

parte da triiodotironina circulante é derivada da desiodinação periférica da tiroxina

pela enzima 5-desiodinase (DICKSON,1996). O aumento observado na

concentração dos hormônios tiroideanos durante o estresse calórico inicial pode

ser explicado pela redução na utilização dos hormônios e por um período de

latência na diminuição de secreção da glândula tireóide (STERLING, 1977).

Na Tabela 3, são apresentados os valores médios e desvios padrão

das concentrações da triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) por período de avaliação

e estágio reprodutivo.

TABELA 3 – Médias e desvios-padrão estimados pelo método dos quadrados mínimos das variáveis hormonais triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Período de avaliação Estágio reprodutivo Média

Manhã Tarde Noite Madrugada

Vazia (TE) 1,09 ± 0,61 0,91 ± 0,49 0,83 ± 0,34 0,92 ± 0,60 0,93 ± 0,51

Gestante (GE) 1,88 ± 0,45 2,04 ± 0,65 1,58 ± 0,65 1,57 ± 0,70 1,77± 0,61

T3

Parida (PA) 3,02 ± 2,00 2,49 ± 1,08 2,25 ± 0,84 2,20 ± 0,61 2,49 ±1,13

Vazia (TE) 1,87 ± 0,31 2,07 ± 0,53 1,85 ± 0,18 1,86 ± 0,27 1,91 ± 0,32

Gestante (GE) 3,09 ± 0,50 3,78 ± 0,79 3,46 ± 0,70 3,31 ± 0,77 3,41 ± 0,69

T4

Parida (PA) 2,72 ± 1,30 3,20 ± 1,04 2,60 ± 0,81 2,53 ± 0,69 2,76 ± 0,96

Vários autores, trabalhando com eqüinos livres de agentes estressores,

relataram níveis de T3 e T4 menores aos verificados neste trabalho. Valores

encontrados na literatura foram bastante inferiores para T3 (LOTHROP & NOLAN

(1986) 0,44 ng/mL e SOJKA et al. (1993) 0,21 ng/mL). Por outro lado,

ANDERSON et al. (1998) e TEIXEIRA & PÁDUA (2002) encontraram 0,677 ng/mL

e 2,1 ng/mL, respectivamente. Os valores médios obtidos para T4 nas fêmeas

vazias (TE) estão próximos aos divulgados por CHEN (1981) 1,76 µg/dL em

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68

animais adultos). Trabalhando com eqüinos adultos sadios e castrados,

DUCKETT et al. (1989) divulgaram valores médios de T4 (2,43 µg/dl), próximos

aos encontrados nas éguas paridas e inferiores aos verificados nas gestantes. No

entanto, TEIXEIRA & PÁDUA (2002) registraram valores de T4 em animais

adultos de 4,0 µg/dl, superiores aos aqui relatados. Os menores valores

encontrados de T3 nas fêmeas dos três grupos ocorreram no período da

noite/madrugada, e os maiores valores de T4 no período da tarde, sugerindo

aumento do metabolismo à tarde e uma menor conversão de T4 em T3 no

período noturno, concordando com GENUT (1996).

As variações dos níveis de T3 e T4 de acordo como os horários de

colheitas de sangue podem ser melhor visualizadas nas Figuras 5 e 6. A

triodotironina e a tiroxina nas fêmeas vazias (TE) mantiveram-se baixas e

constantes sugerindo menor metabolismo e estado fisiológico equilibrado. Nas

éguas gestantes (GE), houve um aumento de T3 das 8:00 horas até as 14:00

horas, declinando às 4:00 horas da manhã. Já o T4 manteve-se sempre alto,

acompanhando as variações do T3, o que sugere um estado metabólico muito

ativo. Para as fêmeas paridas (PA), o T3 e o T4 mantiveram-se altos com ligeira

queda durante os períodos avaliados. Isso sugere um metabolismo acentuado,

porém menor que nas gestantes, e grande conversão de T4 em T3. Comparando-

se as variações médias das concentrações dos hormônios da tireóide, pode-se

observar na Tabela 2, que os níveis de T4 foram maiores que os de T3, no que se

refere ao estágio reprodutivo, sendo que nas éguas gestantes estas diferenças

foram significativas (P<0,05), em relação às fêmeas vazias. Isto leva a concluir

que houve maior atividade da glândula, secretando mais tiroxina e

conseqüentemente uma menor conversão de T4 em T3. Segundo STABENFELD

(1993), a maior concentração de T4 é conseqüência do fato de o hormônio

apresentar maior meia-vida de seis a sete dias em relação ao T3, que é apenas

de 24 horas. Com relação aos períodos avaliados, o maior valor de T4 se deu no

período da tarde, enquanto a maior variação de T3 ocorreu pela manhã.

Page 64: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

69

1 ,5

2

2 ,5

3

3 ,5

4

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r ár io

T E G E P A

FIGURA 5 - Variação média das concentrações séricas da tiroxina(T4) nas éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) de acordo com os horários de colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

0

0 ,5

1

1 ,5

2

2 ,5

3

3 ,5

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Horário

T E GE PA

FIGURA 6 - Variação média das concentrações séricas da triiodotironina (T3) nas éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) de acordo com os horários de colheitas de sangue realizadas no experimento desenvolvido no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

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70

5.2 Parâmetros leucocitários

TABELA 4 - Coeficientes de correlação de Pearson estabelecidos entre os valores da variável sérica hormonal cortisol (Cs) e o leucograma nas éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Cortisol Leucócitos Linfócitos Eosinófilos

Vazias (TE)

Cortisol - 0,47 (0,3479) 0,03 (0,9576) - 0,15 (0,7727) Leucócitos - - 0,78 (0,0649) 0,03 (0,9468) Linfócitos - - - - 0,15 (0,7705) Eosinófilos - - - - Gestantes (GE)

Cortisol - 0,62 (0,5916) - 0,60 (0,2107) 0,06 (0,9118) Leucócitos - - 0,89 (0,0158) - 0,08 (0,8798) Linfócitos - - - - 0,11(0,8303) Eosinófilos - - - - Paridas (PA )

Cortisol - - 0,52 (0,2923) - 0,90 (0,0155) 0,25 (0,6342) Leucócitos - - 0,70 (0,1229) 0,42 (0,4064) Linfócitos - - - 0,46 (0,3619) Eosinófilos - - - -

Explorando a Tabela 4, observa-se que houve correlação do cortisol

com os leucócitos, linfócitos e eosinófilos nas fêmeas gestantes. Os leucócitos

totais apresentaram valores médios de 8.100 ± 1.408 cel/mm3, 10.350 ± 2.243

cel/mm3 e 8.950 ± 1.674 cel/mm3 respectivamente, (Tabela 5). Porém, estão

dentro dos valores considerados normais, segundo SCHALM (1965), FERREIRA

NETO et al. (1981), JAIN (1993) e THOMASSIAN (1984). Entretanto, observa-se

maior elevação dos leucócitos totais e menores variações dos linfócitos (3.105 ±

703 cel/mm3) e eosinófilos (321 ± 167 cel/mm3) nas fêmeas gestantes,

concomitantemente com maior variação do cortisol (105,84 ± 66,37 ng/ml) (Figura

7). No período peri-parto, ocorrem mudanças hormonais nas éguas, e estas

alterações podem influenciar na variação leucocitária. TREJO (2003) afirma que

os glicocorticóides apresentam elevação neste período. O cortisol reduz a

atividade migratória dos leucócitos em direção aos tecidos. Segundo RIFNBERK

& MOL (1989), a redução do número de eosinófilo e linfócitos, o aumento do

número de neutrófilos e do número total de leucócitos podem ser atribuídos à

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71

ação dos glicocorticóides. A discreta elevação dos leucócitos totais possivelmente

pode ter sido influenciada pelo aumento nos níveis de cortisol. BARRETO et al.

(2002) obtiveram os seguintes resultados para os leucócitos totais: éguas vazias,

12.360 ± 2.020 cel/mm3, éguas gestantes, 10.700 ± 2.330 cel/mm3. Os autores

afirmaram ainda que não foi possível chegar a uma conclusão definitiva quanto a

causa das flutuações observadas em alguns indicadores estudados, e por isso

não se pode afirmar que não existe uma relação direta entre o estado

hematológico das fêmeas e seu estado reprodutivo.

0

2

4

6

8

1 0

1 2

T E GE PA

Leucó cit o s Linf ó cit o s Eo sinóf ilos C o rt iso l

FIGURA 7 - Variação média da concentração dos leucócitos, linfócitos, eosinófilos e cortisol nas éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA), no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

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72

TABELA 5 - Valores médios do Leucograma das éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Leucograma

Números absolutos ( células/mm3 )

Números relativos (%)

Leucócitos 8.100 - Mielócitos 00 0,0 Metamielocitos 00 0,0 Bastonetes 105 1,3 Segmentados 4.698 58,0 Vazias (TE) Hipersegmentados 00 0,0 Linfócitos 2.754 34,0 Eosinófilos 284 3,5 Monócitos 178 2,2 Basófilos 40 0,5

Leucócitos 10.350 - Mielócitos 00 0,0 Metamielocitos 00 0,0 Bastonetes 259 2,5 Segmentados 6.417 62,0 Gestantes (GE)Hipersegmentados 00 0,0 Linfócitos 3.105 30,0 Eosinófilos 321 3,1 Monócitos 124 1,2 Basófilos 51 0,5

Leucócitos 8.950 - Mielócitos 00 0,0 Metamielocitos 00 0,0 Bastonetes 72 0,8 Segmentados 4.565 51,0 Paridas (PA) Hipersegmentados 00 0,0 Linfócitos 3.670 41,0 Eosinófilos 474 5,3 Monócitos 116 1,3 Basófilos 90 1.0

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73

5.3 Parâmetros fisiológicos

TABELA 6 - Resumo da análise de variância e coeficiente de variação dos parâmetros fisiológicas freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr) e temperatura retal (Tr) em três estágios reprodutivos e quatro períodos de avaliação em éguas quarto de milha do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Graus de

Causas de variação liberdade

Pr > F

FC FR TR

Estágio reprodutivo (ER) 2 < 0,0001** 0,1230 0,3674

Período de avaliação (PER) 3 < 0,0001** < 0,0001** 0,011*

ER * PER 6 0,04550* 0,2719 0,0969

CV ( ER ) 19,81 21,61 0,92

CV (PER ) 7,01 14,95 0,78 * (P < 0,05) ** (P< 0,01)

Conforme demonstra a Tabela 6, a freqüência cardíaca foi influenciada

pelo estágio reprodutivo e período de avaliação (P<0,01); freqüência respiratória

e temperatura retal foram influenciadas pelos períodos, ou seja, pelos horários de

observações (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente. Houve interação ER*PE para

freqüência cardíaca (P<0,05). O estresse calórico exerce pronunciados efeitos

sobre características cardiorespiratórias nos animais. As glândulas adrenal e

tireóide respondem às variações das condições ambientais, determinando os

ajustes fisiológicos necessários (McDONALD, 1980). Nesse sentido, DANTZER &

MORMED (1984) concluíram que o organismo reage ao estímulo de um agente

estressor, alterando a freqüência respiratória, tornando-a mais profunda e rápida

e, como conseqüência, elevando a freqüência cardíaca.

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74

TABELA 7 - Médias estimadas pelo método dos quadrados mínimos das variáveis dependentes freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr) e temperatura retal (Tr) em éguas quarto de milha referentes ao estágio reprodutivo e períodos de colheitas de sangue e observações no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Fc Fr Tr (bpm) (mrp) (ºC) Estágio reprodutivo

Vazias (TE) 40,49c 13,92a 37,85a

Gestantes (GE) 61,61a 16,80a 38,00a

Paridas (PA) 50,86b 15,39a 37,89a

Período de avaliação Manhã 51,96a 17,81a 37,83b

Tarde 53,79a 18,36a 38,12a

Noite 51,37a 13,81b 37,98ab

Madrugada 46,81b 11,48c 37,72b

As médias na mesma coluna seguidas de letras iguais, não diferem estatisticamente entre si ( P>0,05)

Com respeito à Tabela 7, observa-se que houve diferença significativa

(P<0,05), com relação à freqüência cardíaca, no estágio reprodutivo, sendo o

grupo de gestantes (GE) que atingiu maiores valores. Com relação aos períodos

observados, as médias de freqüência cardíaca foram estatisticamente iguais para

manhã, tarde e noite, diferindo da observada na madrugada. A freqüência

respiratória observada entre os períodos foi maior durante a manhã e tarde,

diferindo da obtida dos períodos noite e madrugada. Quanto a temperatura retal ,

o maior valor foi observado no período da tarde, que não diferiu da obtida a noite.

O menor valor foi observado na madrugada que não difere dos valores

observados na manhã e na noite.

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75

TABELA 8 - Médias e desvios-padrão estimados pelo método dos quadrados mínimos da freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr) e temperatura retal (Tr) em éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Período de avaliação Estágio reprodutivo Média

Manhã Tarde Noite Madrugada Vazia (TE) 43,00±3,04 44,00±3,48 40,00±3,43 36,00±3,09 41,00±3,26a

Gestante (GE) 60,00±7,71 63,00±7,43 64,00±7,09 59,00±7,00 62,00±7,30b

FC

Parida (PA) 54,00±6,63 54,00±4,36 50,00±7,00 46,00±7,79 50,00±6,30c

Vazia 17,00±1,76 17,00±1,86 12,00±1,36 10,00±1,44 14,00±1,60a

Gestante 18,00±5,18 21,00±4,91 16,00±2,48 14,00±1,77 17,00±3,58b

FR

Parida 19,00±4,62 17,00±2,18 14,00±3,09 12,00±1,82 16,00±2,90a

Fêmea Vazia 37,70±0,20 38,20±0,07 38,00±0,24 37,70±0,16 37,80±0,17a

Fêmea Gestante 37,80±0,30 38,20±0,19 38,20±0,10 37,90±0,09 38,00±0,17a

TR

Fêmea Parida 38,00±0,27 38,20±0,20 38,00±0,67 37,60±0,57 37,80±0,43a

As médias na mesma coluna seguidas de letras iguais não diferem significativamente entre si (P> 0,05)

Analisando-se a Tabela 8, com referência à freqüência cardíaca,

observa-se que a média aqui demonstrada para as fêmeas gestantes (GE) (62

bpm) e paridas (PA) (50 bpm) são superiores aos valores encontrados na

literatura consultada 28 a 40 bpm (THOMASSIAM, 1984); 32 a 44 bpm (TORRES

& JARDIM, 1984); 38 a 45 bpm (REECE, 1996). Tais resultados eram esperados,

visto que as médias aqui observadas foram obtidas em fêmeas na fase final de

gestação e no pós parto, enquanto que os valores relatados na literatura referem-

se a animais em estado fisiológico normal. Na Tabela 8, observa-se a maior

freqüência respiratória média (17 mrm) nas gestantes ligeiramente superior aos

relatados por (MAREK & MOCSY, 1979), 10 a 16 mrm; (THOMASSIAM, 1984) 8 a

16 mrm; (TORRES & JARDIM, 1984) 8 a 16 mrm; (REECE, 1996) 10 a 14 mrm.

Isto demonstra que um ligeiro aumento da freqüência respiratória sugere que os

animais responderam prontamente às variações da temperatura ambiente e

umidade relativa, Quadro 1, para atender à homeotermia. Segundo MAREK &

MOCSY (1979), o aumento da freqüência respiratória guarda relação estreita com

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76

a duração da atividade muscular, com a energia do corpo, com a temperatura

ambiente e umidade relativa do ar. Se a temperatura ambiente é muito quente,

há uma respiração superficial e mais rápida. Na Tabela 8, com referência à

temperatura retal média observada, não houve diferença significativa nos estágios

reprodutivos (37,8ºC e 38ºC), o que está de acordo com os valores encontrados

na literatura 37ºC a 38ºC (MAREK & MOCSY, 1979); 37ºC a 38ºC

(THOMASSIAM, 1984); 37ºC a 38ºC (TORRES & JARDIM, 1984); 37,2ºC a

38,5ºC (REECE, 1996). Estes valores estão dentro dos limites considerados

fisiológicos para eqüinos adultos, embora os resultados apontem um discreto

aumento na variação da temperatura retal ocorrida no período da tarde. Segundo

KOLB (1979), durante o trabalho muscular desenvolvido pelos animais, pode

ocorrer um aumento da temperatura interna de até 1ºC.

A análise das Figuras 8, 9 e 10 sugere que as alterações na freqüência

cardíaca e freqüência respiratória acompanharam a variação da temperatura

ambiental. A temperatura retal se manteve mais independente, praticamente

permanecendo constante, o que demonstra a eficiência com relação às trocas

térmicas pelos mecanismos passivos: convecção, condução, radiação e ativos:

evaporação, demonstrando que a temperatura ambiente está dentro da zona de

termoneutralidade, portanto na faixa considerada normal.

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6H o r á r i o

F r e q . C a r d . F r e q . R e s p .T e mp . R e t . T e mp . A mb .

FIGURA 8 - Variação média dos parâmetros fisiológicos (freqüência cardíaca, freqüência

respiratória, temperatura retal) e ambientais (temperatura ambiente) relacionadas com as éguas quarto de milha pertencentes ao grupo de éguas vazias (TE), segundo os horários de observações no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002.

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77

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6Ho rár io

F r q . C ard . F req . R esp .T emp R et . T emp . A mb .

FIGURA 9 - Variação média dos parâmetros fisiológicos (freqüência cardíaca, freqüência

respiratória, temperatura retal) e ambientais (temperatura ambiente) relacionadas com as éguas quarto de milha pertencentes ao grupo de éguas gestantes (GE), segundo os horários de observações no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002.

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r ár ioF r eq . C ar d F r eq . R espT emp . R et . T emp . A mb .

FIGURA 10 - Variação média dos parâmetros fisiológicos (freqüência cardíaca, freqüência

respiratória, temperatura retal) e ambientais (temperatura ambiente) relacionadas com as éguas quarto de milha pertencentes ao grupo de éguas paridas (PA), segundo os horários de observações no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002.

Page 73: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

78

5.4 Variáveis ambientais

Os valores das variáveis ambientais temperatura ambiente (TA) e

umidade relativa (UR), bem como as médias segundo o estágio reprodutivo e os

momentos das observações são apresentadas no Quadro 1.

QUADRO 1 - Médias das variáveis ambientais (Temperatura ambiente e umidade relativa do ar) tomadas de acordo com os tratamentos e períodos de observações nas éguas quarto de millha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Temperatura ambiente ( ºC ) ( P )

Umidade relativa ( % ) ( P )

Tratamentos

(ER) Manhã Tarde Noite Madru gada

MÉDIA

Manhã Tarde Noite

Madrugada

MÉDIA

Vazias (TE)

25 28 21 18 23 62 50 76 84 68

Gestantes (GE)

25 26 20 18 22 68 55 79 85 65

Paridas (PA)

27 30 22 19 24 53 44 67 73 59

Horário: Manhã = 6 : 01 – 12:00. Tarde = 12:01 – 18:00. Noite = 18:01 – 24:00. Madrugada = 24:01 – 6:00

Explorando o Quadro 1, observa-se que os valores médios das

variáveis ambientais, temperatura ambiente e umidade relativa a 23 ºC e 68%

relacionados com as éguas vazias, 22ºC e 65% com as gestantes e 24ºC e 59%

com as paridas, respectivamente, sugerem ambiente com ausência de grandes

variações climáticas. O processo de perda de calor via sudorese é importante

para o conforto térmico dos eqüinos. Assim, temperaturas ambientais e umidades

relativas muito elevadas ou reduzidas, podem se constituir em um fator de

estresse para os eqüinos (SILVA, 2000). Se a temperatura ambiente for muito

elevada, tanto o excesso como a carência de umidade serão prejudiciais. Em um

ambiente quente e muito seco a evaporação é rápida, podendo causar irritação

cutânea e desidratação geral. Em um ambiente quente e demasiadamente úmido,

a evaporação torna-se muito lenta ou nula, reduzindo a termólise e aumentando o

estresse calórico, principalmente porque, em condições de alta temperatura, a

termólise por convecção é prejudicada (SILVA, 2000). A temperatura corporal e a

Page 74: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

79

freqüência respiratória são alteradas de acordo com as variáveis ambientais,

principalmente a temperatura ambiente e a umidade, nos animais que têm na

evaporação um mecanismo importante na eliminação do excesso de calor interno.

Conforme ficou demonstrado, a umidade relativa e a temperatura do ambiente

sofrem uma variação em função das horas do dia, explicando as oscilações nas

características fisiológicas (HARDY, 1981). Com o auxílio da Figura 11, pode-se

observar melhor tais afirmativas.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

M anhã Tarde N o it e M adrugada

T emp.A mb. Umidade T emp.retal F . R esp.

FIGURA 11 - Variação média da temperatura ambiente, umidade relativa do ar, temperatura retal

e freqüência respiratória, relacionadas com as éguas quarto de milha vazias (TE), gestantes (GE) e paridas (PA) segundo os períodos de observações e colheitas das amostras no experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002.

Com o objetivo de reunir em uma única variável a temperatura

ambiente e a umidade relativa do ar, foi elaborado um índice denominado índice

de temperatura e umidade, dado pela fórmula: ITU = 0,72 (Tbs + Tbu) + 40,6

( MAcDOWELL & JHONSTON, 1971), em que Tbs = temperatura do bulbo seco,

e Tbu = temperatura do bulbo úmido. Os valores de Tbs e Tbu foram obtidos com

auxílio de um psicrômetro.

As médias de ITU de acordo com o estágio reprodutivo (ER) e o

período de avaliação (P) estão na Tabela 9.

Page 75: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

80

TABELA 9 - Médias e desvios-padrão obtidos pelo método dos quadrados mínimos dos valores dos índices de temperatura e umidade THI (ITU) de acordo com o estágio reprodutivo (ER) e os períodos de observações em éguas quarto de milha do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Índice de temperatura e umidade

(ITU)

Estágio reprodutivo Período de observação

Manhã Tarde Noite Madrugada Média

Vazias (TE) 73,24 ± 1,28 75,44 ± 1,80 68,36 ± 1,46 66,36 ± 1,46 70,85 ± 1,50

Gestantes (GE) 72,49 ± 1,76 73,16 ± 1,08 66,72 ± 1,53 64,92 ± 2,26 69,33 ± 1,65

Paridas (PA) 74,76 ± 3,45 78,32 ± 2,68 69,64 ± 4,02 66,60 ± 4,38 72,33 ± 3,63

Não obstante a escassez, na literatura, de estudo sobre os valores

correspondentes à zona de conforto térmico para os eqüinos, TEIXEIRA &

PÁDUA (2002) encontraram em cavalos puro sangue inglês valores médios de

temperatura ambiente TA (30ºC ) e ITU médio (75 amp) em que os animais se

comportavam normalmente. Tais valores sugerem que os animais estavam em

um ambiente de conforto térmico, em comparação com os valores médios

relatados no Quadro 1 e na Tabela 9 (ITU) para as fêmeas vazias, gestantes e

paridas, respectivamente, em que se verificou que os valores médios de TA nos

períodos observados estão abaixo da temperatura crítica superior. Segundo

BACCARI & HAHN (1998), para os bovinos que fazem bastante uso da

evaporação como mecanismo de eliminação de calor corporal, tal qual os

eqüinos, um ITU igual ou superior a 70, expressa uma condição normal; um valor

entre 71 e 78 é crítico; entre 79 e 83, a situação é de perigo; e acima de 83, uma

situação de emergência. Entretanto, ROSENBERG et al. (1983) classificaram o

ITU nas seguintes amplitudes: entre 75 e 78 significa alerta para os produtores e

providências são necessárias; o ITU na amplitude 79 - 83 significa perigo,

principalmente para animais confinados; um ITU maior ou igual a 84 significa

emergência e necessidade de providências urgentes.

Page 76: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

81

5.5 Avaliação dos valores pela correlação de Pearson

Os valores de correlação estabelecidos entre os valores séricos

hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais, avaliados nos períodos da

manhã, tarde, noite e madrugada nas fêmeas quarto de milha, estão demostrados

nas Tabelas 10,11 e 12.

TABELA 10 - Coeficientes de correlação de Pearson estabelecidos entre os

valores das variáveis séricas hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais nos períodos manhã, tarde, noite e madrugada em éguas quarto de milha vazias (TE) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Cs T3 T4 F. Card. F. Resp. T. Retal ITU

Cs - 0,34 (0,1016) 0,38 (0,069) 0,05 (0,804) - 0,09 (0,679) - 0,18 (0,411) - 0,14 (0,498)

T3 - - 0,21 (0,313) - 0,11 (0,622) 0,03 (0,904) 0,14 (0,500) - 0,07 (0,749)

T4 - - - 0,10 (0,627) 0,23 (0,274) 0,25 (0,230) 0,03 (0,889)

F. Card. - - - - 0,59 (0,002)** 0,33 (0,119) 0,63 (0,001)**

F. Resp. - - - - - 0,13 (0,549) 0,79 0,0001**

T. Retal - - - - - - 0,19 (0,372)

ITU - - - - - - -

** (P<0,01) Tabela 11 - Coeficientes de correlação de Pearson estabelecidos entre os

valores das variáveis séricas hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais nos períodos manhã, tarde, noite e madrugada em éguas quarto de milha gestantes (GE) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Cs T3 T4 F. Card. F. Resp. T. Retal ITU

Cs - 0,124 (0,256) 0,34 (0,105) - 0,001(0,896) 0,33 (0,110) 0,33 (0,116) 0,05 (0,801)

T3 - - 0,14 (0,513) 0,36 (0,087) 0,62 (0,003)** 0,31 (0,145) 0,17 (0,428)

T4 - - - 0,05 (0,798) 0,33 (0,118) 0,42 0,020)* 0,26 (0,226)*

F. Card. - - - - 0,43 (0,034)* 0,32 (0,131) - 0 04 (0,851)

F. Resp. - - - - - 0,48(0,001)* 0,63 (0,0009)*

T. Retal - - - - - - - 0,003(0,987)

ITU - - - - - - -

*(P<0,05) **(P<0,01)

Page 77: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

82

TABELA 12 - Coeficientes de correlação de Pearson estabelecidos entre os valores das variáveis séricas hormonais, parâmetros fisiológicos e ambientais nos períodos manhã, tarde, noite e madrugada em éguas quarto de milha paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Cs T3 T4 F. Card. F. Resp. T. Retal ITU

Cs - - 0,16 (0,462) 0,40 (0,050)* - 0,46 0,024)* - 0,46 0,023)* - 0,29 (0,175) - 0,11 (0,594)

T3 - - - 0,46 0,025)* 0,27 (0,202) 0,10 (0,630) 0,11 (0,604) - 0,16 (0,451)

T4 - - - - 0,02 (0,923) - 0,12 (0,565) 0,19 (0,363) 0,54 (0,011)*

F. Card. - - - - 0,59 (0,002)* - 0,003(0,999) 0,51(0,011)*

F. Resp. - - - - - 0,32 (0,126) 0,52 (0,008)*

T. Retal - - - - - - 0,35 (0,095)

ITU - - - - - - -

*(P<0,05)

Na Tabela 10, pode-se observar que o cortisol apresentou baixa

correlação com o T4. O valor da correlação mostra que os hormônios variaram

no mesmo sentido, apesar do baixo valor observado (r=38). Com relação à

freqüência cardíaca (Fc), esta se correlacionou com a freqüência respiratória (Fr),

temperatura retal (Tr) e ITU, apresentando respectivamente os valores r=0,59,

r=0,33 e r=0,63, o que demonstra variação alta e no mesmo sentido entre estas

variáveis. Comportamento semelhante foi observado com a freqüência

respiratória (Fr), que se correlacionou com o ITU (r=0,79). Temperatura ambiente

e umidade relativa do ar correlacionaram-se significativamente com a freqüência

cardíaca, freqüência respiratória e temperatura retal, entretanto não houve

correlação significativa com o T3 (r= -0,07) e T4 (r= 0,03). Isto revela uma elevada

influência das características ambientais (temperatura ambiente e umidade

relativa do ar), aqui representadas pelo índice ITU, sobre as características

fisiológicas. Como resposta ao aumento tanto da temperatura ambiente como da

umidade relativa, os animais tiveram as suas freqüências cardíacas, respiratórias

e temperaturas retais alteradas no mesmo sentido. Este comportamento explica a

influência do ambiente sobre a termorregulação e conseqüentemente sobre a

manutenção das condições homeotérmicas, concordando com as afirmativas de

DANTZER & MORMEDE (1984).

Page 78: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

83

Explorando a Tabela 11, observa-se que os níveis de cortisol estão

correlacionados, baixa e positivamente, com o T4, freqüência respiratória (Fr) e

temperatura retal (Tr), apresentando, respectivamente, os valores de r=0,34,

r=0,33 e r=0,33. Isso demostra uma variação mediana e no mesmo sentido entre

estas variáveis. Verificando-se a Tabela 2, constata-se que a variação do cortisol

foi elevada. Segundo TREJO (2003), o metabolismo do cortisol se altera durante

a gestação, aumentando progressivamente seu nível no plasma sangüíneo

materno. Entretanto, DICKSON (1996) afirma que os níveis altos de cortisol

liberados na corrente sangüínea são uma indicação de uma condição de estresse.

Com relação ao T3, este correlacionou-se, alto/positivo e médio/positivo,

respectivamente, com a Fr (r=0,62), Fc (r=0,36) e Tr (r=0,31). Comportamento

idêntico foi observado com o T4, que se correlacionou com a Tr (r=0,42), Fr

(r=0,33) e ITU (r=0,26). À medida que houve aumento dos valores da Fc, Fr e Tr,

denotando um estado metabólico muito ativo ou de estresse, elevou-se a

utilização do T3 e do T4, embora em níveis diferentes entre estes hormônios. Na

Figura 6, observa-se que os valores da Fc mantiveram-se sempre altos, com

pequeno declínio, enquanto que a variação da Fr acompanhou no mesmo sentido,

e a Tr manteve-se constante e ligeiramente alta nas fêmeas gestantes.

Houve correlação elevada e positiva entre as característica fisiológicas:

Fc com Fr (r=0,43) e Tr (r=0,32), alta e positiva da Fr com Tr (r=0,48) e ITU

(r=0,63). Denota-se, daí, que a freqüência respiratória é um mecanismo auxiliar

importante contra o aumento da temperatura corporal, aqui representada pela

temperatura retal. Nos eqüinos, a perda de calor por evaporação a partir das vias

respiratórias aumenta durante qualquer alteração física (ROBINSON,1982). Os

processos importantes segundo GENUTH (1996), na manutenção dos niveis

aceitáveis da temperatura corporal, são a sudorese e a ventilação, mecanismos

estes responsáveis pela eliminação de calor via evaporação. Considera-se ainda

que o aumento do ITU induz uma sensível elevação da freqüência respiratória.

Os valores das correlações dos níveis de cortisol com o T4 e

características fisiológicas demonstram uma estreita relação entre estas variáveis,

caracterizando uma reação do organismo animal à presença de possíveis agentes

estressores.

Page 79: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

84

Com relação a Tabela 12, pode-se observar que o cortisol

correlacionou-se com o T4 (r=0,40), Fc (r= -0,46), Fr (r=-0,46) e Tr (r=-29). Os

valores negativos das correlações mostram que o cortisol, a Fc, Fr e Tr variaram

em sentido contrário. Isto sugere que as variações do hormônio não alteraram as

características fisiológicas dos animais. O T3 correlacionou-se negativamente com

o T4 (r= -46), o que denota uma grande convesão de T4 em T3, para atender a um

ativo metabolismo, desenvolvido nas fêmeas em lactação, concordando com

DICKSON (1996), de que a maior parte da triiodotironina circulante é derivada da

desiodinação periférica da tiroxina pela enzima 5-desiodinase. Com relação às

outras variáveis T4, Fc, Fr e Tr estas carrelacionaram-se com o ITU, apresentando

os respectivos valores de r=0,54, r=0,51, r=0,52 e r=0,35. Isto revela uma elevada

influência das características ambientais (temperatura ambiente e umidade relativa

do ar), aqui representadas pelo índice ITU, sobre as características fisiológicas.

Como resposta ao aumento tanto da temperatura ambiente como da umidade

relativa, os animais tiveram as suas freqüências cardíacas, respiratórias e

temperaturas retais alteradas no mesmo sentido. Este comportamento explica a

influência do ambiente sobre a termorregulação e consequentemente sobre a

manutenção das condições homeotérmicas, concordando com as afirmativas de

DANTZER & MORMEDE (1984). Comportamento semelhante foi observado com

a Fc, que se correlacionou com Fr (r=0,59), resultado que está de acordo com o

que foi observado por ROBINSON (1982), de que a freqüência respiratória é um

mecanismo auxiliar importante contra o aumento da temperatura corporal, aqui

representada pela temperatura retal. Nos eqüinos, a perda de calor por

evaporação a partir das vias respiratórias aumenta durante alteração fisiológica.

5.6 Equações de regressão

O resultado da análise de regressão possibilitou a obtenção das

equações de regressão, demonstrando a variação das características estudadas

segundo os períodos (P) de observações e colheitas das amostras e o índice de

temperatura e umidade ITU. As equações são apresentadas na Tabela 13.

Page 80: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

85

TABELA 13 - Equações de regressão dos períodos manhã, tarde, noite e madrugada (P) e índice de temperatura e umidade (ITU), sobre as variáveis avaliadas cortisol (Cs), triodotironina (T3), tiroxina (T4), freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr) e temperatura retal (Tr) nas éguas quarto de milha vazias(TE), gestantes (GE) e paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Períodos de colheitas ( P ) Índice de temperatura e umidade (ITU)

Cs = 64,42 + 3,69 P Cs = - 953,91 + 29,72 ITU – 0,21ITU2

T3 = 2,12 – 0,17 P T3 = 45,92 – 1,26 ITU + 0,009 ITU2

T4 = 1,77 + 0,8 P – 0,16 P2 T4 = - 282,05 + 12,15 ITU – 0,17 ITU2 + 0,0008 ITU 3

Fc = 55,32 – 1,86 P Fc = 31,16 + 0,27 ITU

Fr = 21,14 – 2,36 P Fr = - 20,48 + 0,5 ITU

Tr = 37,35 + 0,62 P – 0,13 P2 Tr = 53,56 – 0,46 ITU + 0,0033ITU2

5.7 Variação do cortisol e ITU (TH I)

Explorando-se as Figuras 12, 13 e 14, verifica-se uma variação

acentuada no comportamento do cortisol, embora os valores do ITU não

acompanharam o mesmo grau de oscilações tanto no estágio reprodutivo como

nos horários de observações e colheitas das amostras. Isto demonstra que outros

fatores, além da temperatura e umidade relativa, podem influenciar a variação do

cortisol. Segundo LEFCOURT et al. (1993), os glicocorticóides são importantes

componentes de várias funções fisiológicas, tais como estresse, metabolismo e

imunidade, além de complexas interações que envolvem estes fatores aos

animais e estes ao meio ambiente e podem resultar na flutuação da concentração

de cortisol.

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86

4 0

6 0

8 0

1 0 0

1 2 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Horário

THI Cort isol

FIGURA 12 - Variação média do THI (ITU) e cortisol de acordo com os horários de observações e colheitas das amostras nas éguas quarto de milha vazias (TE) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Ântonio, GO 2002

4 0

6 0

8 0

1 0 0

1 2 0

1 4 0

1 6 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

Ho r ár ioT HI C o r t iso l

FIGURA 13 - Variação média do THI (ITU) e cortisol de acordo com os horários de observações e colheitas das amostras nas éguas quarto de milha gestantes (GE) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

1 0 0

8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2 2 4 2 4 6

HorárioTHI C ort iso l

FIGURA 14 - Variação média do THI (ITU) e cortisol de acordo com os horários de observações e colheitas das amostras nas éguas quarto de milha paridas (PA) do experimento realizado no Rodoharas, Santo Antônio, GO 2002

Page 82: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

87

6 CONCLUSÕES Nas condições em que este trabalho foi desenvolvido pôde-se concluir que:

- A fase final de gestação, em éguas quarto de milha é marcada por alterações

nas concentrações de cortisol, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), indicando

metabolismo mais elevado.

- Em éguas no período peri-parto, tanto os parâmetros fisiológicos, (freqüência

cardíaca, freqüência respiratória e temperatura retal), como leucocitários

sofrem alterações, em comparação com éguas vazias.

- Éguas gestantes em comparação com éguas vazias e paridas mostram maior

susceptibilidade ao estresse ambiental.

.

Page 83: RITMO CIRCADIANO DO CORTISOL, …...Tabela 6 Resumo da análise de variância e coeficiente de variação das variáveis freqüência cardíaca (Fc), freqüência respiratória (Fr)

88

REFERÊNCIAS

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