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FACULDADE REDENTOR - INSTITUTO ITESA RIVONEIDE DE SOUZA OLIVEIRA RISCOS BIOLÓGICOS: FRENTE AOS PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 2012

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FACULDADE REDENTOR - INSTITUTO ITESA

RIVONEIDE DE SOUZA OLIVEIRA

RISCOS BIOLÓGICOS: FRENTE AOS PROCEDIMENTOS DE

ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

2012

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RIVONEIDE DE SOUZA OLIVEIRA

RISCOS BIOLÓGICOS: FRENTE AOS PROCEDIMENTOS DE

ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do Título de Especialista em Atendimento Pré Hospitalar.

Orientador: Prof. Patricia Aparecida Mendonça

2012

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Dedico esta monografia a meu marido Claúdio que

sempre me apoiou e participou de meus sonhos e

objetivos tornando-os possíveis, a meus familiares,

aos colegas de curso, aos professores e a todos

aqueles que direta e indiretamente contribuíram par a

esta conquista.

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RESUMO

Os Equipamentos de Proteção Individual permitem aos profissionais da equipe de

enfermagem exercer os cuidados aos pacientes de forma segura, não colocando em

risco a saúde do paciente e zelando pela integridade física dos mesmos.

O estudo evidencia que os profissionais da área de saúde, no exercício de suas

funções, estão sujeitos a riscos, tendo necessidade de utilizar os EPIs para prevenir o

aparecimento de doenças e a ocorrência de acidentes de trabalho, isto se deve ao fato

dos profissionais de saúde do APH(Atendimento Pré Hospitalar), prestarem assistência

direta a pacientes e realizarem o primeiro atendimento no local da cena, uma vez que o

APH visa a manutenção da vida e a minimização de seqüelas em situações de urgência

e emergência antes da chegada a uma Instituição para o atendimento especializado.

O presente trabalho teve como objetivo verificar os tipos de riscos a que estão sujeitos

os profissionais no Atendimento Pré Hospitalar, aumentando assim o conhecimento

relacionado aos Riscos Ocupacionais do tipo Biológicos, demonstrando ainda a

importância de realizar a adoção de medidas preventivas, através do simples uso dos

Equipamentos de Proteção Individual, durante o atendimento.

Palavras Chaves: Atendimento Pré-Hospitalar, Acidente Biológicos e Profissionais.

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ABSTRACT

The Personal Protective Equipment to allow professional nursing staff to exercise

the care patients safely, not endangering the health of patient and ensuring the physical

integrityof same.

The study shows that health professionals in exercise of their functions, are subject

to risks, taking need to use to prevent the onset PPE disease and the occurrence of

occupational accidents, this is due to the fact that health professionals APH (Pre Service

Hospital), provide direct care to patients and perform the first onsite scene once

APH that is intended to sustain life and minimize sequelae in situations of emergency

and urgency before arrival at an institution for specialized care.

This study aimed to determine the types of risks they are subject professionals in

Customer Service Pre Hospital, thus increasing the knowledge related

Occupational Risks to Biological type, demonstrating yet the importance of making the

adoption of preventive measures, through the simple use of Protective Equipment

individual during the service.

Keywords: Pre-hospital Care, Accident Biological and Professionals.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................07

1.1OBJETIVOS ...............................................................................................................08

1.1.1Objetivo geral..........................................................................................................08

1.1.2 Objetivo Especifico................................................................................................08

1.1.3 Justificativa.............................................................................................................09

2.REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................10

3 MÉTODOS...................................................................................................................10

3.1.1Tipo de Estudo........................................................................................................10

3.1.2 Pesquisa Bibliográfica............................................................................................10

3.1 Histórico do Serviço de APH no Brasil......................................................................11

3.2 Bases Legais e Orientações Gerais para o APH no Brasi........................................12

3.3 Atuação da Equipe de Enfermagem do Atendimento Pré Hospitalar......................13

3.4 Atribuiçõres dos Profissionais da equipe de APH..................................................14

3.5 Equipe de Profissionais não oriundos da saúde perfil e respectivas

competências .................................................................................................................16

3.6 Conceito sobre Risco Ocupacional...........................................................................20

3.7 Equipe de Enfermagem frente aos Riscos Biológicos..............................................21

3.8 O controle das Infecções na Prestação de Cuidados de Saúde:

Precauções Padrão........................................................................................................22

3.9 Uso de Equipamentos de Proteção individual (EPIs) na prestação de cuidados

de Saúde.........................................................................................................................26

4. Procedimentos relacionados à Enfermagem e métodos Preventivos.........................28

RESULTADOS ...............................................................................................................30

CONCLUSÃO..................................................................................................................33

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ....................................................................................34

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1. Introdução

No Brasil o APH (Atendimento Pré-hospitalar), teve o inicio através de um acordo

bilateral assinado entre o Brasil e a França, através de uma solicitação ao Ministério da

Saúde, o qual optou pelo modelo Francês de Atendimento, em que as viaturas de

Suporte Avançado possuíssem obrigatoriamente a presença de um médico,

diferentemente dos Bombeiros. Neste período foi dimensionado a real função do SAMU

(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), frente a população local, e as autoridades

competentes, vinculando de forma definitiva o atendimento médico emergencial ao

paciente critico, agora em ambiente pré hospitalar (LOPES-1999).

As equipes de atendimento de emergência, entre elas os profissionais de APH

(Atendimento Pré-Hospitalar), enfrentam situações muito específicas e são

particularmente muito vulneráveis, a riscos Ocupacionais do tipo Biológicos devido ao

contato direto e constante com o paciente em inúmeras situações adversas.

Segundo Soerensen (2009), os Riscos Biológicos podem ocorrer por contato

direto com sangue, secreções, excreções, fluidos corpóreos com lesões infectadas; ou

por contato indireto através de respingos de sangue, secreções, excreções, fluidos

corpóreos dos clientes, na pele ou mucosa, por transferência de patógenos através de

materiais e equipamentos contaminados, aerossóis e fomites. Acredita-se que estes

profissionais conheçam os fatores de risco a que se expõe, e principalmente as medidas

protetoras para evitar acidentes ou enfermidades, através da adoção por parte deles de

medidas de precaução padrão. Precaução Pradrão inclue a utilização de barreira para

proteção, como por exemplo, o uso de EPI’s. “EPI’s (Equipamentos de Proteção

Individual), são todos os dispositivos de uso individual, destinados a proteger a saúde e

a integridade física do trabalhador que tem o seu uso regulamentado pelo Ministério do

Trabalho e Emprego em sua norma regulamentadora NR nº 6” (FANTAZZINI, 1981).

Baseado na lei 2048 , o uso de EPI’s preconizados no serviço de APH são: luvas

de procedimento, óculos de proteção e máscara tipo cirúrgica, que são usados sempre

que houver contato direto com o paciente. O macacão e a bota são de uso obrigatório

neste serviço. Percebe-se que os equipamentos de proteção individual, em conjunto,

formam um recurso primordial para prevenir a exposição a riscos biológicos.

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Dentre os perigos biológicos, é comum a exposição a doenças infecciosas, como

Hepatite B e AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, transmitida pelo vírus HIV).

“Os vírus da hepatite B e HIV(Virus da Imunodeficiência Humana) são transmitidos

parenteralmente, por exposição percutânea ou por mucosa, através do sangue ou de

outros fluidos orgânicos.” (Teixeira, 1998).

Todo o cuidado se faz necessário para evitar assim os riscos potenciais em que

se encontra inserido o profissional, a fim de garantir sua segurança e de toda a equipe

durante o atendimento.

1.1 Objetivos

1.1.1. Objetivo geral

Diante da existência dos riscos ocupacionais Biológicos relacionados a Equipe de

Enfermagem do Atendimento Pré Hospitalar, decidiu-se realizar o presente estudo com

o objetivo de aumentar o conhecimento relacionado aos Riscos Ocupacionais Biológicos

e demonstrar a importância da adoção de medidas preventivas através do simples uso

de Equipamento de Proteção Individual (EPI) afim de minimizar acidentes e

contaminação.

1.1.2 Objetivo específico

• Discorrer riscos Ocupacionais Biológicos.

• Descrever os tipos de Equipamentos de Proteção Individuais utilizados pela

equipe de Atendimento Pré Hospitalar.

• Compreender a importância do uso dos Equipamentos de Proteção Individual

para prevenção dos riscos ocupacionais Biológicos.

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1.1.3 Justificativa

Justifica-se a realização do estudo para servir de alerta os profissionais de

Enfermagem que fazem parte da equipe de Atendimento Pré Hospitalar, sobre os

fatores de riscos Ocupacionais do tipo Biológico e sobre as medidas preventivas

realizadas através do simples uso dos Equipamentos de Proteção Individuais.

Destacamos os profissionais do APH, pelo risco aumentado de sofrerem acidentes

durante as atividades ocupacionais. Este maior risco se deve ao fato desses

profissionais prestarem assistência direta ao paciente fora do âmbito hospitalar uma vez

que o APH visa a manutenção da vida e a minimização das seqüelas em situações de

urgência e emergência antes da chegada a uma Instituição para o atendimento

Especializado.

Consideramos ainda, que através da obtenção do conhecimento dos Riscos

Ocupacionais Biológicos e das medidas Preventivas conseguiremos sensibilizar e

motivar os profissionais de Enfermagem a desenvolver práticas seguras durante o

atendimento as vitima visando assim a sua própria segurança.

2. Revisão de Literatura

Segundo Lopes & Fernandes (1999), o SAMU (Serviço de Atendimento móvel de

Urgência), teve início no Brasil após um acordo bilateral, assinado entre o Brasil e a

França, através de uma solicitação do Ministério da Saúde, o qual optou pelo modelo

francês de atendimento, em que as viaturas de suporte avançado possuem

obrigatoriamente a presença do médico, e Enfermeiros diferente do modelo americano

em que as atividades de resgate são exercidas primariamente por profissionais

paramédicos (profissional este não existente no Brasil).

O tipo de trabalho desenvolvido pela equipe enfermagem no Atendimento Pré-

Hospitalar é uma prática nova para os padrões da enfermagem tradicional, no Brasil a

atividade do enfermeiro no pré-hospitalar, na assistência direta, vem desenvolvendo-se

a partir da década de 90, com o início das unidades de suporte avançado, a partir de

então o enfermeiro é participante ativo da equipe de atendimento pré-hospitalar e

assumem em conjunto com a equipe a responsabilidade pela assistência prestada as

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vítimas (THOMAZ-2000).

Os equipamentos que fazem parte da prática profissional de enfermagem podem

ser assim descritos: máscaras para proteção respiratória; óculos para amparar os olhos

contra impactos, radiações e substâncias; luvas para proteger contra riscos biológicos e

físicos; avental ou capote descartável e gorro ou boné para evitar aspersão de

partículas dos cabelos e do couro cabeludo no campo de atendimento. Todos esses

EPIs são utilizados para a prevenção de adquirir doenças em virtude do contato

profissional – paciente e contra riscos de acidentes de trabalho visando à conservação

da sua própria saúde (ALMEIDA-MURADIAN, 2002).

Algumas características do serviço de APH móvel podem gerar situações

favoráveis também à exposição do profissional aos acidentes biológicos devidos

relacionados às peculiaridades da ambulância (espaço limitado, fechado, pouca

ventilação, recirculação de ar, dinâmica dos movimentos do tráfego trepidações como

solavancos, propulsão do corpo pelas energias cinéticas decorrentes das acelerações

ou desacelerações dos veículos, curvas acentuadas em alta velocidade, entre outras) e

ao tipo de atendimento (que envolve estresse decorrente da própria situação de

emergência do quadro, necessidade de processos invasivos para manutenção da vida,

entre outros). Diante disto, todo procedimento nessa área deve ser executado com

cautela e Segurança deve haver uma concentração de esforços e recursos para

reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho, treinamento e conscientização de

práticas seguras e fornecimento de forma contínua e uniforme dos dispositivos de

segurança aos trabalhadores da área da saúde.

3. Métodos

3.1.1 Tipo de estudo

O estudo proposto é uma pesquisa qualitativa de levantamento bibliográfico.

3.1.2 Pesquisa Bibliográfica

Para a realização deste estudo, optou-se pela pesquisa bibliográfica em livros,

dissertações de mestrados e artigos científicos obtidos em revistas e periódicos tais

como, Lilacs, Bireme, Medline, Scielo, dentre outros. Feitas estas considerações iniciais,

o presente estudo analisou o risco Biológico relacionando com a atuação dos

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profissionais de Enfermagem no atendimento Pré-Hospitalar. Pesquisaram-se as

bibliografia e as fontes. As fontes referem-se a textos originais relacionados a um

determinado assunto.

A bibliografia diz respeito aos esclarecimentos referentes às fontes; é toda a

literatura originária de determinada fonte ou de determinado assunto. A leitura

exploratória e interpretativa favoreceu a construção dos argumentos por progressão ou

por oposição.

3.1 Histórico do Serviço de APH no Brasil

Por volta de 1899, no Rio de Janeiro, capital do país foi implantado, no serviço do

corpo de bombeiros, a primeira ambulância de tração animal destinada à atuação no

APH. Desde então o Corpo de bombeiros realiza serviços em situações de emergência,

embora, por longo período foi realizado por profissionais pouco qualificados, viaturas

inadequadas e com recursos insuficientes. Dessa forma, a partir da década de 80 o

Atendimento Pré-Hospitalar passou a ser sistematizado de modo a estruturar então este

serviço. Cada estado formulou sua organização conforme suas características e

necessidades (MARTINS, 2004).

A estruturação em nível nacional, somente ocorreu a partir de 1990 com a criação

do Programa de Enfrentamento às Emergências e Trauma (PEET) pelo MS (Ministério

da Saúde), cujo objetivo principal era a diminuição dos índices de morbi-mortalidade por

causas externas por meio de intervenções nos níveis de prevenção, APH, assistência

hospitalar e reabilitação (MARTINS 2004).

Somente no estado do Rio de Janeiro o corpo de bombeiros, executava os

serviços de APH públicos em âmbito nacional pelos seus profissionais, dispondo de

profissionais médicos, enfermeiros e soldados que eram auxiliares /técnicos de

Enfermagem. Nos demais estados os bombeiros foram treinados em cursos básicos de

socorristas (MARTINS, 2004).

Segundo Lopes & Fernandes (1999), o SAMU teve início no Brasil após um

acordo bilateral, assinado entre o Brasil e a França, através de uma solicitação do

Ministério da Saúde, o qual optou pelo modelo francês de atendimento, em que as

viaturas de suporte avançado possuem obrigatoriamente a presença do médico, e

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Enfermeiros diferente do modelo americano em que as atividades de resgate são

exercidas primariamente por profissionais paramédicos (profissional este não existente

no Brasil). Em algumas cidades como São Paulo, a preocupação com a melhoria do

atendimento pré-hospitalar teve início na década de 80, sendo que, em 1988, foi criado,

após longo período de estudos e pesquisas, o Projeto SAMU, chefiado por um capitão

médico, baseado no modelo francês, mas com influências do sistema americano,

particularmente no que diz respeito à formação dos profissionais, e adaptado à

realidade local (LOPES & FERNANDES, 1999).

Inicialmente este sistema foi implantado, vinculado ao Corpo de Bombeiros,

ficando, no quartel, um médico da Secretaria da Saúde do Estado, que regulava as

solicitações de atendimento a vítimas de acidentes em vias públicas, solicitações estas

feitas através da linha 193, a qual possuía uma interligação com o sistema 192 da

Secretaria da Saúde (Central de Solicitações de Ambulâncias).

Nos últimos dez anos, vem surgindo uma necessidade de melhoria e expansão

do sistema de atendimento pré-hospitalar, realidade esta percebida pelos gestores da

política de Saúde Pública dos estados (LOPES & FERNANDES, 1999).

3.2 Bases legais e orientações gerais para o Atendi mento Pré-Hospitalar no Brasil

O Atendimento Pré-Hospitalar foi regulamentado pelo Ministério da Saúde,

(Portaria nº 2048 de 5 de Novembro de 2002), que dispõe sobre a Regulamentação do

Atendimento de Urgência e Emergência e determina todas as condições em que poderá

ser oferecido este tipo de serviço.

O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar na área de urgência-

emergência aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos

após ter ocorrido o agravo à sua saúde que possa levar à deficiência física ou mesmo à

morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e transporte a um

hospital devidamente hierarquizado e integrado (Brasil, 2004).

O Ministério da Saúde, através da mencionada Portaria 2048, regulamentou o

APH no Brasil, reconhecendo o Médico, o Enfermeiro, o Técnico e o Auxiliar de

Enfermagem como aqueles que têm efetiva competência para intervir na área;

regulamentando o papel do Bombeiro Militar; dos demais profissionais da área de

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segurança (militares rodoviários); eliminando o chamado Socorrista e Técnico de

Emergências Médicas enquanto leigos. Está assegurada a obrigatoriedade do

Enfermeiro, Técnico de Enfermagem e do Auxiliar de Enfermagem em todo o serviço de

APH. Destacando o profissional enfermeiro, pode-se verificar desta Portaria 2048, que é

de competência do mesmo, além das ações assistenciais, prestarem serviços

administrativos e operacionais tais como:

“Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no

Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; executar prescrições médicas por

telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade

técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam

conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões

imediatas; prestar a assistência de enfermagem à gestante, a parturiente

e ao recém-nato; realizar partos sem distocia; participar nos programas de

treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências,

particularmente nos programas de educação continuada; fazer controle de

qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; subsidiar os

responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as

necessidades de educação continuada da equipe; obedecer à Lei do

Exercício Profissional e o Código de Ética de Enfermagem; conhecer

equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas”,

(BRASIL, 2002, p.25).

3.3 Atuação da equipe de Enfermagem do Atendimento Pré-Hospitalar

O tipo de trabalho desenvolvido pela equipe enfermagem no Atendimento Pré-

Hospitalar é uma prática nova para os padrões da enfermagem tradicional, no Brasil a

atividade do enfermeiro no pré-hospitalar, na assistência direta, vem desenvolvendo-se

a partir da década de 90, com o início das unidades de suporte avançado, a partir de

então o enfermeiro é participante ativo da equipe de atendimento pré-hospitalar e

assumem em conjunto com a equipe a responsabilidade pela assistência prestada as

vítimas. (THOMAZ-2000).

Atualmente, no Brasil, o atendimento pré-hospitalar está estruturado em duas

modalidades: o Suporte Básico à Vida (SBV) e o Suporte Avançado à Vida (SAV). O

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SBV consiste na preservação da vida, sem manobras invasivas, em que o atendimento

é realizado por pessoas treinadas em primeiros socorros e atuam sob supervisão

médica. Já o SAV, tem como características manobras invasivas, de maior

complexidade e, por este motivo, esse atendimento é realizado exclusivamente por

médico e enfermeira (o). Assim, a atuação da enfermagem está justamente relacionada

à assistência direta ao paciente grave sob risco de morte. (RAMOS-2005).

Os serviços APH contam com equipe de profissionais de diversas áreas que

devem ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências que têm como

principal objetivo promover processo de capacitação e educação permanente dos

trabalhadores para o adequado atendimento às urgências, em todos os níveis de

atenção do sistema.

A qualificação das equipes e a experiência prévia na área de

urgência/emergência são fatores primordiais que estão diretamente relacionados ao

sucesso do atendimento, enfatizando a importância de cursos específicos para as

equipes de resgate pré-hospitalar.

3.4 Atribuições dos Profissionais da equipe de APH

O APH está alicerçado no trabalho em equipe, no qual todos devem estar

habilitados e preparados para executarem um conjunto de ações necessárias para o

atendimento de suporte básico às vítimas de acidente de trânsito. A qualidade do

atendimento está muito relacionada ao funcionamento da equipe. A sintonia e a

integração no momento do atendimento, muitas vezes fluem tão bem que colocam a

comunicação verbal em segundo plano.

Muitas vezes, os procedimentos são realizados concomitantemente, e cada um

executa uma tarefa, tornando o atendimento ágil e rápido. Esse tipo de integração tem

sido descrito nas situações de emergência em que é necessário realizar ações de forma

articulada, em que os profissionais agem de forma cooperativa, sintonizada e precisa,

sob a coordenação do médico. Essas intervenções configuram um trabalho coletivo no

qual, dada à gravidade da situação, está presente a cooperação, a cumplicidade e a

solidariedade entre os profissionais envolvidos (LOPES 1999).

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A equipe de profissionais da saúde deve ser composta por: Coordenador do

serviço, Responsável Técnico, Responsável de Enfermagem, Médicos Reguladores,

Médicos Intervencionistas, Enfermeiros Assistenciais, Auxiliares e Técnicos de

Enfermagem.

Enfermeiro : Profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro,

devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição,

habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, conforme

os termos deste Regulamento, devendo além das ações assistenciais, prestar serviços

administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pré-hospitalar.

Requisitos Gerais: disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e

autocontrole; capacidade física e mental para a atividade; disposição para cumprir ações

orientadas; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento

de urgências e emergências; iniciativa e facilidade de comunicação; condicionamento

físico para trabalhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe;

disponibilidade para a capacitação.

Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da

equipe no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; executar prescrições médicas por

telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a

pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados

e capacidade de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de enfermagem à

gestante, a parturiente e ao recém nato; realizar partos sem distócia; participar nos

programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências,

particularmente nos programas de educação continuada; fazer controle de qualidade do

serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo

desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educação continuada

da equipe; obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética de

Enfermagem; conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de

vítimas.

Técnico de Enfermagem : Profissional com Ensino Médio completo e curso

regular de Técnico de Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de

Enfermagem, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua

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jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, sendo habilitado para o

atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os termos deste

Regulamento. Além da intervenção conservadora no atendimento do paciente, é

habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional

Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional.

Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;

capacidade física e mental para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole;

disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-certificação periódica;

experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento de

urgências e emergências; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a

capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.

Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no planejamento, programação,

orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem; prestar cuidados

diretos de enfermagem a pacientes em estado grave, sob supervisão direta ou à

distância do profissional enfermeiro; participar de programas de treinamento e

aprimoramento profissional especialmente em urgências/emergências; realizar

manobras de extração manual de vítimas.

3.5. Equipe de profissionais não oriundos da saúde: perfis e respectivas

competências

A equipe de profissionais não oriundos da área da saúde deve ser composta por

Técnicos /Auxiliar de regulação, com os seguintes perfis e competências/atribuições:

Técnico – Auxiliar de Regulação: Profissional telefonista ou profissional de

enfermagem, habilitado a prestar atendimento telefônico às solicitações de auxílio

provenientes da população, nas centrais de regulação médica, devendo anotar dados

básicos sobre o chamado (localização, identificação do solicitante, natureza da

ocorrência) e prestar informações gerais. Sua atuação é supervisionada diretamente e

permanentemente pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação seguem os

padrões previstos neste Regulamento.

Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;

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equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;

capacidade de manter sigilo profissional; capacidade de trabalhar em equipe;

disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-

certificação periódica.

Competências/Atribuições: atender solicitações telefônicas da população; anotar

informações colhidas do solicitante, segundo questionário próprio; prestar informações

gerais ao solicitante; estabelecer contato radiofônico com ambulâncias e/ou veículos de

atendimento pré-hospitalar; estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de

referência a fim de colher dados e trocar informações; anotar dados e preencher

planilhas e formulários específicos do serviço; obedecer aos protocolos de serviço;

atender às determinações do médico regulador.

Rádio-Operador / Controlador de Frota: Profissional de nível básico habilitado

a operar sistemas de radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota

de veículos de emergência, obedecendo aos padrões de capacitação previstos neste

Regulamento.

Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;

equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;

disponibilidade para recertificação periódica; capacidade de trabalhar em equipe;

disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-

certificação periódica.

Competências/Atribuições: operar o sistema de radiocomunicação e telefonia nas

Centrais de Regulação; exercer o controle operacional da frota de veículos do sistema

de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a equipe de regulação atualizada a

respeito da situação operacional de cada veículo da frota; conhecer a malha viária e as

principais vias de acesso de todo o território abrangido pelo serviço de atendimento pré-

hospitalar móvel.

Condutor de Veículos de Urgência – Motorista-Socor rista : Veículos

Terrestres: Profissional de nível médio, habilitado a conduzir veículos de urgência

padronizados pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como veículos

terrestres, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste

Regulamento.

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Requisitos Gerais: maior de vinte e um anos; disposição pessoal para a atividade;

equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;

habilitação profissional como motorista de veículos de transporte de pacientes, de

acordo com a legislação em vigor (Código Nacional de Trânsito); capacidade de

trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação, bem como para a re-

certificação periódica.

Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre de urgência destinado ao

atendimento e transporte de pacientes; conhecer integralmente o veículo e realizar

manutenção básica do mesmo; estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a

central de regulação médica e seguir suas orientações; conhecer a malha viária local;

conhecer a localização de todos os estabelecimentos de saúde integrados ao sistema

assistencial local, auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte à vida;

auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de vítimas; realizar medidas reanimação

cardio-respiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nos veículos

de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.

Veículos Aéreos : Profissional habilitado à operação de aeronaves, segundo as

normas e regulamentos vigentes do Comando da Aeronáutica/Código Brasileiro de

Aeronáutica/ Departamento de Aviação Civil, para atuação em ações de atendimento

pré-hospitalar móvel e transporte inter-hospitalar sob a orientação do médico da

aeronave, respeitando as prerrogativas legais de segurança de vôo, obedecendo aos

padrões de capacitação e atuação previstos neste Regulamento.

Requisitos Gerais: de acordo com a legislação vigente no país (Lei nº. 7.183, de 5

de abril de 1984; Lei nº. 7.565, de 19 de dezembro de 1986; e Portaria nº. 3.016, de 5

de fevereiro de 1988 – do Comando da Aeronáutica), além de disposição pessoal para a

atividade, equilíbrio emocional e autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas,

capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para a capacitação discriminada

no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.

Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas operacionais vigentes no

serviço a que está vinculado, bem como a legislação específica em vigor; conduzir

veículo aéreo destinado ao atendimento de urgência e transporte de pacientes; acatar

as orientações do médico da aeronave; estabelecer contato radiofônico (ou telefônico)

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com a central de regulação médica e seguir suas orientações; conhecer a localização

dos estabelecimentos de saúde integrados ao sistema assistencial que podem receber

aeronaves; auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a

equipe nas imobilizações e transporte de vítimas; realizar medidas reanimação

cardiorrespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas

aeronaves de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.

Veículos Aquáticos: Profissional habilitado à operação de embarcações,

segundo as normas e regulamentos vigentes no país, para atuação em ações de

atendimento pré-hospitalar móvel e transporte inter-hospitalar sob a orientação do

médico da embarcação, respeitando as prerrogativas legais de segurança de

navegação.

Requisitos Gerais: Os já determinados pela legislação específica para condutores

de embarcações, além de disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e

autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas, capacidade de trabalhar em

equipe e disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como

para a re-certificação periódica.

Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas operacionais vigentes no

serviço a que está vinculado, bem como a legislação específica em vigor; conduzir

veículo aquático destinado ao atendimento de urgência e transporte de pacientes;

acatar as orientações do médico da embarcação; estabelecer contato radiofônico (ou

telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas orientações; auxiliar a

equipe de saúde nos gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas

imobilizações e transporte de vítimas; realizar medidas reanimação cardiorrespiratória

básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas embarcações de socorro e

sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.

O trabalho em equipe integração decorre da prática comunicativa em que todos

os agentes estão em sintonia com o plano de ação, sendo que as intervenções técnicas

do conjunto dos profissionais precisam estar articuladas, para que o projeto possa

efetivamente ser implementado. O que contribui para essa integração, no APH, é a

vivência, o cotidiano do trabalho (PEDUZZI 1998).

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3.6. Conceito sobre Risco Ocupacional

Os riscos ocupacionais a que a equipe de enfermagem se expõe relacionam-se,

em maior número, ao cuidado direto aos pacientes (presença de sangue, secreções,

fluidos corporais por incisões, sondagens e cateteres), à dependência de cuidados por

parte dos pacientes, ao elevado número de procedimentos e de intervenções

terapêuticas que necessitam de uso de materiais perfuro-cortantes e de equipamentos,

aumentando possibilidade do profissional adquirir infecções e doenças não confirmadas.

(NISHIDE 2004).

Daí a importância da orientação e educação dos profissionais de enfermagem em

controlar os agentes de risco, utilizar os EPI´s e participar dos controles administrativos,

programas de exames médicos e sempre adotar medidas de segurança.

De acordo com a Norma Regulamentadora – NR 6, “[...] considera-se

Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto, de uso individual

utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a

segurança e a saúde no trabalho”. Este equipamento deve ser aprovado por órgão

competente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e é de fornecimento gratuito e

obrigatório aos empregados que dele necessitarem. Fabricante e importador,

empregado e empregador têm obrigações com relação a seu uso (BRASIL, 2004).

Os equipamentos que fazem parte da prática profissional de enfermagem podem

ser assim descritos: máscaras para proteção respiratória; óculos para amparar os olhos

contra impactos, radiações e substâncias; luvas para proteger contra riscos biológicos e

físicos; avental ou capote descartável e gorro ou boné para evitar aspersão de

partículas dos cabelos e do couro cabeludo no campo de atendimento. Todos esses

EPI´s são utilizados para a prevenção de adquirir doenças em virtude do contato

profissional – paciente e contra riscos de acidentes de trabalho visando à conservação

da sua própria saúde (TAVARES 2007).

A adesão ao uso dos EPI`s traz consigo benefícios à saúde do trabalhador e aos

empregadores sendo eles: maior produtividade, diminuição do número de licenças –

saúde e redução dos gastos hospitalares com equipamentos e materiais, além da

conscientização dos trabalhadores em relação à adesão aos EPI´s, os profissionais

contam com programas focados na prevenção primária dos acidentes de trabalho,

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realizado por meio das análises da prática profissional, identificação dos riscos

ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores e os métodos utilizados para evitar

os acidentes (BARBOZA, 2004).

3.7 Equipe de Enfermagem frente aos Riscos Biologic os

Entende-se por agentes biológicos, os que resultam da ação de agentes como

vírus, bacilos, fungos e bactérias (Ribeiro, 1997), ou, como descreve Rodrigues et al.

(2003), microrganismos (bactérias, vírus, fungos), incluindo os geneticamente

modificados, as culturas de células e os endoparasitas humanos e outros susceptíveis

de provocar infecções, alergias ou intoxicações. As exposições aos riscos biológicos

tornam-se aumentadas no Atendimento Pré Hospitalar Móvel devido às características

da assistência prestada; as situações extremamente complexas, como a cena do

acidente, os locais de difícil acesso; o estresse no manejo rápido durante o atendimento,

entre outros (MAIA 2005).

As principais fontes deste risco são o contacto pessoal com os doentes e o

manuseamento de produtos biológicos: sangue e seus componentes, fezes, exsudados,

secreções e vômitos, bem como os materiais contaminados por estes. Em ambiente

extra-hospitalar, os principais agentes infecciosos com os quais os profissionais de

enfermagem podem se contaminar é o vírus da hepatite (A, B e C), o vírus Epstein-Barr,

o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o citomegalovírus, espiroquetas e parasitas

(Carvalho, 1998).

As formas de transmissão a nível hospitalar são idênticas às formas de

transmissão de outras infecções, assim a exposição a agentes biológicos pode

acontecer por várias formas, nomeadamente, transmissão aérea, contacto cutâneo,

contacto com sangue ou outros fluidos orgânicos e por via percutânea (Veiga, 2003).

A transmissão aérea, ou seja, a exposição por inalação, coloca-se tanto para os

vírus como para as bactérias. Em relação aos vírus, é relevante a transmissão por esta

via em doenças como a rubéola, sarampo, infecções por adenovírus, por vírus influenza

e por vírus sincicial respiratório. No caso das bactérias destaca-se a transmissão por via

aérea da tuberculose pulmonar e da doença do legionário (provocada pela legionella

pneumophila).

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Na transmissão por contacto com sangue ou outros fluidos orgânicos e por via

percutânea, porventura a mais preocupante para os profissionais de enfermagem, e

passível de ocorrer quando se efetuam, entre outras, tarefas de recolha de amostras de

produtos biológicos, sua análise laboratorial, obtenção de acessos vasculares, no

tratamento de lesões e nos cuidados de higiene prestados aos doentes, as principais

doenças adquiridas por esta via são: hepatite B e C, infecção por HIV (Carvalho, 1998).

Relativamente à transmissão do HIV entre os profissionais de saúde, a maior

preocupação reside no fato de a forma mais freqüentes de transmissão do vírus ocorrer

devido a exposições cutâneas, resultantes de acidentes com materiais perfurantes e

cortantes, e as recomendações atuais para esse fim, ainda não serem capazes de

prevenir tais acidentes (Lacerda, 2003).

3.8 O controle das infecções na prestação de cuidad os de saúde: precauções

padrão

A enfermagem, à semelhança de outras profissões do campo da saúde, está

sujeita a riscos, denominados de riscos ocupacionais. Para que seja possível a equipe

de enfermagem defenderem-se desses riscos é imprescindível conhecê-los e tomar

consciência dos seus perigos, na medida em que a sua perigosidade parece ser

proporcional ao seu desconhecimento ou invisibilidade e, ainda mais, quando os seus

efeitos não são imediatos.

A atividade de enfermagem pressupõe um contacto freqüente, contínuo e

permanente com doentes, em situação de risco. Mais do que o contacto com a pessoa,

os enfermeiros contactam com os seus fluidos corporais, veículo de transporte de

potenciais microrganismos patogênicos. O risco de contágio está quase sempre

presente, daí a necessidade de se criar medidas simples que devem pautar a prática

cotidiana e não apenas aquelas situações que se pensa constituírem risco.

Segundo Wilson (2003), no passado, as medidas de controle de infecção tendiam

a centrar-se em medidas específicas para prevenir a transmissão a partir dos doentes

que se sabia serem portadores de doenças contagiosas, sendo o conceito de aplicação

de medidas de controle de infecção por rotina, nos cuidados a todos os doentes,

independentemente de se saber ou não se tinham infecções.

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Esta abordagem, a que se deu o nome de “medidas universais”, desenvolveu-se

em resposta à epidemia emergente do HIV, que colocou em evidência os problemas

relativos à identificação dos doentes infectados. As medidas universais foram

inicialmente aplicadas a todos os fluidos orgânicos, mas quando foi evidenciado que os

vírus do sangue não se transmitiam através de todos os fluidos (por exemplo, fezes,

urina, expectoração), passou a ser recomendada a exclusão desses fluidos das medidas

universais, exceto quando continham sangue visível (Wilson, 2003).

Estas medidas postulavam que existem práticas simples que ao serem utilizadas

nos cuidados a todos os doentes, contribuíam para a redução do risco de transmissão

dos vírus do sangue aos profissionais de saúde.

Este conceito de utilização de medidas universais foi de início controverso, no

entanto ao longo dos tempos, percebeu-se que estas medidas se tornaram realmente

eficazes para prevenir infecções cruzadas entre os doentes, e também para proteger os

profissionais dos vírus do sangue, daí se ter incrementado a importância de trocar de

equipamentos protetores após cada técnica e/ou contato com cada doente. Surgiu

alguma preocupação com os custos destas medidas, pondo-se em questão se era

possível ou não mantê-las por rotina, contudo, numerosos estudos demonstraram que

se obtinha redução dos níveis de infecção com o uso das luvas e outros equipamentos

protetores por rotina (WILSON, 2003).

Nas mais recentes orientações, o princípio das medidas universais e o do

isolamento das substâncias orgânicas foram aglutinados a uns planos de “medidas

padrão”, recomendados para os cuidados a todos os doentes (LÓPEZ, 2006).

Para Tavares et al. (2003), no que concerne às medidas de controle dos surtos

de colonização e de infecção, existem dois níveis de precauções, atribuindo maior

importância a um primeiro nível, que inclui as precauções destinadas a todos os doentes

internados nos hospitais, seja qual for o diagnóstico ou suspeita de diagnóstico,

designando-se por precauções padrão, e que constituem estratégia primária para o

controle com sucesso das infecções. Num segundo nível, na opinião do mesmo autor,

estão as precauções destinadas a doentes específicos, designando-as por precauções

baseadas na transmissão e, aplicam-se aos doentes em que se sabe ou se suspeita

existir infecção ou colonização com microrganismos epidemiologicamentes importantes

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e, que podem ser transmitidos por um dos três modos: por via aérea (ou partícula), por

gotícula, e por contacto com a pele ou superfícies contaminadas.

Para Pinho (1997) os princípios básicos preconizados pelas precauções

universais e/ou padrão são, que estas devem ser usadas em todos os doentes

independentemente da sua presumível exposição à infecção, desde que se manuseie

com sangue e/ou fluidos corporais. Conforme refere o autor, agindo deste modo,

protegem-se os profissionais de saúde e os doentes de possíveis infecções,

contribuindo para a quebra da cadeia de transmissão da infecção, ou seja, partindo para

a prevenção. O autor é também da opinião de que, dado ser impossível ter a certeza de

quem a qualquer momento está ou não infectado, se deve agir considerando todos os

doentes potencialmente infectados por agentes transmitidos pelo sangue e líquidos

corporais.

Para Corte et al. (2005), estas são medidas que devem ser tomadas pelos

profissionais de saúde no manuseamento e tratamento de sangue e líquidos corporais e

não dizem respeito apenas ao risco de contrair o HIV, mas sim qualquer tipo de doença

transmissível pelo sangue e restantes fluidos corporais. À semelhança da literatura mais

comum, este autor considera como fluidos corporais potencialmente mais

contaminantes, para além do sangue, o líquido cefalorraquidiano, pleural, sinovial,

pericárdico, peritoneal, amniótico, o sêmen e as secreções vaginais. Relativamente às

secreções nasais, expectoração, suor, lágrimas, leite materno, saliva, vômitos, urina e

fezes, desde que não contenham sangue, o risco de transmissão considera-se baixo, o

que não invalida, porém, a adoção de medidas de proteção.

As precauções universais, na opinião de Pereira (1997) dividem-se em quatro

categorias: “Precauções de barreira, usadas para prevenir a exposição da pele e

membranas mucosas quando em contato com sangue ou qualquer líquido corporal,

englobando assim o uso de luvas, máscaras e óculos, bata ou avental plastificado e

lavagem das mãos”; Proteção contra penetração, que inclui todas as medidas a tomar

para prevenir lesões causadas por agulhas, bisturis e outros instrumentos cortantes

utilizados durante qualquer procedimento e/ou ainda quando se procede à sua limpeza,

durante o ato de eliminação ou quando se manuseiam estes instrumentos após a sua

utilização; Boa higiene, que engloba além da higiene pessoal, o uso pelo profissional de

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vestuário e calçado próprio durante as suas atividades, o qual não deve ser

transportado para fora da área de prestação de cuidados devido ao risco de se

disseminar microrganismos; Bom controle da higiene ambiental, que preconiza a

existência em todos os serviços, de procedimentos escritos quanto à limpeza e

desinfecção dos equipamentos e superfícies, em relação à triagem dos respectivos

resíduos (doméstico ou contaminado) bem como em relação à iluminação, temperatura

e ventilação ”.

Tal como já foi referido, também para Tavares et al. (2003), as precauções

padrão resultaram da reunião dos aspectos fundamentais das precauções universais

com os das precauções de isolamento das substâncias corporais. As precauções

universais aplicavam-se ao sangue e aos fluidos corporais por ele contaminados, ou

capazes de transmitirem as infecções por agentes transportados pelo sangue, o sêmen

e secreções vaginais, e ainda a fluidos relativamente aos quais se desconhecia o risco

de transmissão (líquidos amnióticos, cefalorraquidianos, pericárdicos, pleurais,

peritoneal e sinovial). Existem, no entanto fluidos, secreções e excreções não incluídas

nestas precauções e que constituem fonte potencial de infecção, os quais estão

contemplados nas referidas Precauções de isolamento de substâncias corporais.

Assim, a precaução padrão são medidas utilizadas para se proteger de todos os

fluidos corporais, excreções e secreções, independentemente de estes fluidos conterem

ou não sangue visível. Para o autor supracitado, além dos EPIs deve-se ter os seguintes

cuidados: lavagem das mãos; uso de luvas, máscara e protetores dos olhos e face,

avental; cuidados a ter com o equipamento utilizado nos cuidados prestados aos

doentes; controle ambiental; manuseamento dos resíduos hospitalares; saúde

ocupacional e microrganismos de disseminação hematogénea e até mesmo o cuidado

ao transportar o doente.

Segundo Ducel et al. (2002), estas precauções devem ser aplicadas em todos os

doentes e incluem a limitação do contato do profissional de saúde com as secreções,

líquidos biológicos, lesões cutâneas, membranas, mucosas, sangue ou líquidos

orgânicos.

Os profissionais de saúde devem por isso utilizar luvas, para cada contato

contaminante, aventais, máscara e proteção ocular, quando se prevê a contaminação

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da roupa ou da face e no que concerne às precauções básicas para todos os doentes,

devem: “Lavar as mãos logo após o contato com material infeccioso; Utilizar técnica sem

tocar diretamente no doente, sempre que possível; Utilizar luvas para contatos com

sangue, líquidos orgânicos, secreções, excreções, membranas mucosas e objetos

contaminados; Lavar as mãos imediatamente após a remoção das luvas; Manusear os

corto-perfurantes com extremo cuidado; Remover os derrames infecciosos na primeira

oportunidade; Assegurar que todo o equipamento, materiais e roupa contaminada sejam

eliminados ou descontaminados após cada utilização” (Ducel, 2002).

3.9 Uso de equipamentos de proteção individual(EPI) na prestação de cuidados

de saúde

“Entende-se por equipamento de proteção individual (EPI) todo o equipamento,

bem como qualquer complemento ou acessório, destinado a ser utilizado pelo

trabalhador para se proteger dos riscos, para a sua segurança e para a sua saúde”

(Decreto-Lei nº 348/93, de 1 de Outubro, art. 3º).

O DL nº 348/93 transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva nº 89/656/CE,

do Conselho, de 30 de Novembro, relativa às prescrições mínimas de segurança e

saúde dos trabalhadores na utilização de equipamento de proteção individual. A

descrição técnica deste equipamento, assim como das atividades e setores de atividade

para os quais aquele pode ser necessário, é objeto da Portaria nº 988/93, de 6 de

Outubro.

Por outro lado, o DL nº 441/91, de 14 de Novembro, que transpõe para o

ordenamento jurídico interno a Diretivo Quadro, indica claramente a prioridade da

proteção coletiva sobre a proteção individual. Assim, estipulou-se a seguinte ordem de

prioridade das medidas de prevenção: medidas de caráter construtivo ou de engenharia

que visam eliminar o risco na origem/fonte e envolver o risco ou promover o seu

isolamento, medidas de caráter organizativo, que visam afastar o homem da exposição

ao risco, medidas de proteção individual, cujo objetivo é envolver/proteger o Homem

(Miguel, 2007).

Partindo do princípio de que os riscos não podem ser eliminados completamente

e que persiste sempre uma possibilidade, mesmo que ínfima, de um acontecimento

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negativo ocorrer, o que se pretende é reduzir essa possibilidade/probabilidade a um

nível mínimo.

Relativamente a este aspecto também o DL nº 441/91 faz referência à utilização

de EPI sempre que se constate que quaisquer outras medidas de caráter técnico ou

organizativo não são suficientes para a redução ou eliminação do risco.

A utilização do EPI é uma proteção ativa e, contrariamente à proteção passiva,

exige uma modificação duradoura do comportamento individual, sendo por isso,

considerada a estratégia de prevenção com menos sucesso até ao presente. Enquanto

que a proteção passiva (proteção coletiva) assegura uma proteção relativamente

automática, a proteção ativa necessita de uma ação individual, repetitiva e constante

(Smith, 2000).

Conceitualmente os EPI destinam-se, apenas e tão só, a proteger os

trabalhadores dos fatores de risco presentes no seu local de trabalho. Luvas, máscaras,

aventais, entre outros, em nada alteram, de fato, os fatores de risco presentes, nem tão

pouco impedem a realização de ações perigosas. Eles apenas minimizam os efeitos ou

as conseqüências de um eventual acidente de trabalho ou evitam o aparecimento de

doenças relacionadas com o mesmo (Arteau, 1992).

Segundo Pina (2007) o equipamento de proteção individual tem vindo a ganhar

importância devido à necessidade de garantir a segurança de doentes e profissionais,

essencialmente desde os anos oitenta, em que surgiu o conceito das precauções

universais, no qual era dada ênfase ao fato de não ser possível identificar com

segurança quais os doentes que constituíam risco, pelo que se tornava necessário

avaliar o risco em função dos procedimentos e o seu potencial para exposição a sangue

e fluidos orgânicos contendo sangue. O uso de equipamento de proteção faz parte

integrante desse conceito assim como do mais recente conceito de precauções básicas

(padrão) que estabelece que determinados tipos de cuidados devem ser adotados em

qualquer doente, independentemente da sua patologia ou do seu status infeccioso.

Também para Martins (2001), o uso de EPI, constitui-se uma das precauções

padrão indicada para reduzir o risco de transmissão de microrganismos de fontes de

infecção, conhecidas ou não, devendo ser adotado na assistência a todo e qualquer

doente e/ou na manipulação de objetos contaminados ou sob suspeita de

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contaminação. Para o autor, compreendem o uso de luvas, máscara, avental e óculos

protetores.

Pinho (1997) considera barreira física a utilização de uniforme prático, luvas,

máscara, óculos, avental de plástico, se for provável a ocorrência de derrame de sangue

e/ou fluidos corporais, protegendo o enfermeiro do contato destes através da pele e

membranas mucosas.

Para Wilson (2003), as excreções e secreções orgânicas são a fonte mais

importante de microrganismos patogênicos que provocam as infecções contraídas em

meio hospitalar, daí que se devam usar equipamentos de proteção para qualquer

contato direto com estes fluidos, a fim de proteger a pele e mucosas dos profissionais de

contaminação pelos mesmos e por microrganismos, com o objetivo de reduzir o risco de

transmissão entre doentes e profissionais. Para o autor, o equipamento de proteção a

selecionar depende do risco de exposição aos fluidos orgânicos que se antevê no

decurso de cada atividade, sendo que a avaliação deste risco deve considerar tanto o

risco para o doente, como para o profissional de saúde.

No contexto da prestação de cuidados de saúde, segundo Pina (2007), o uso de

equipamento de proteção individual obedece aos princípios que se enunciam: os EPI

reduzem, mas não eliminam o risco de transmissão; os EPI só são efetivos se usados

corretamente e em cada contato; o uso de EPI não substitui as medidas básicas de

higiene nomeadamente a lavagem/desinfecção das mãos; deve ser evitado todo o

contato do EPI com superfícies, roupas ou pessoas; os critérios de utilização devem ser

determinados caso a caso e dependem de vários fatores, como: a gravidade do risco, o

tempo ou freqüência de exposição, as condições do posto de trabalho, as prestações do

equipamento, e os riscos adicionais inerentes à própria utilização.

4. Procedimentos relacionados à Enfermagem e Métod os Preventivos.

Segundo Oliveira (2009), a realização de procedimentos de alta complexidade e

invasibilidade durante o Atendimento Pré hospitalar tem sido cada vez mais frequente.

Estes compreendem entubação, aspiração de conteúdo traqueal, ráfia de vasos por

amputações traumáticas, contenção de hemorragias, acesso central e periférico e

massagem cardiaca a céu aberto, dentre outros.Tais procedimentos tornam o

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profissional tão susceptível a acidentes de trabalho quanto qualquer outro que preste

assistência à saúde.

Algumas características do serviço de APH móvel podem gerar situações

favoráveis também à exposição do profissional aos acidentes biológico devido

relacionado às peculiaridades da ambulância (espaço limitado, fechado, pouca

ventilação, recirculação de ar, dinâmica dos movimentos do tráfego trepidações como

solavancos, propulsão do corpo pelas energias cinéticas decorrentes das acelerações

ou desacelerações dos veículos, curvas acentuadas em alta velocidade, entre outras) e

ao tipo de atendimento (que envolve estresse decorrente da própria situação de

emergência do quadro, necessidade de processos invasivos para manutenção da vida,

entre outros).

A equipe de enfermagem é muito sujeita a exposição por material biológico. Este

número elevado de exposições relaciona-se ao fato de os trabalhadores da saúde ter

contato direto na assistência aos pacientes e também ao tipo e à freqüência de

procedimentos realizados.

Os riscos ocupacionais identificados pelos trabalhadores de enfermagem

aparecem em maior número quando relacionados ao cuidado direto aos pacientes tais

como: presença de sangue, secreções, fluidos corpóreos por incisões, sondagens,

cateteres, expondo os trabalhadores a esse contato.

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Resultados

No presente estudo, no que diz respeito aos Riscos biológicos e a atuação da

enfermagem diante de procedimentos, foi realizado uma pesquisa bibliográfica

utilizando 15 artigos dentre os quais todos destacam a importância do uso dos

equipamentos de proteção individual (EPIs), para evitar contaminações no momento da

realização de procedimentos invasivos.

Entende-se que risco é expressar uma possibilidade de possíveis danos dentro

de um período de tempo ou número de ciclos operacionais, sendo risco biológico uma

possibilidade de evento danoso e inerente ao processo de viver (Nascimento, 2007).

Estudos demonstram que os riscos relacionados aos acidentes ocupacionais com

material biológico são bastante diversificados. Evidencia-se pelas falas os riscos a que

se expõe a equipe de enfermagem do APH durante o desempenho de suas funções.

Trabalhadores da equipe do APH móvel vivenciam situações emergenciais, que

envolve o manuseio de fluídos corpóreos, como: sangue em grande quantidade

associado ao estresse da situação de emergência; da condição da vítima; do local do

acidente; da dificuldade de acesso à vítima e da própria assistência a ser realizada.

Segundo Rocha A.et al (2004), algumas características do serviço de APH móvel

podem gerar situações favoráveis à exposição do profissional aos acidentes biológicos

devido às peculiaridades da ambulância (espaço limitado, fechado, pouca ventilação,

recirculação de ar, dinâmica dos movimentos do tráfego trepidações como solavancos,

propulsão do corpo pelas energias cinéticas decorrentes das acelerações ou

desacelerações dos veículos, curvas acentuadas em alta velocidade, entre outras) e ao

tipo de atendimento (que envolve estresse decorrente da própria situação de

emergência do quadro, necessidade de processos invasivos para manutenção da vida,

entre outros).

Em geral os acidentes por Materiais Biológicos podem ser por contato direto com

sangue, secreções, excreções, outros fluidos corpóreos e com lesões infectadas; ou por

contacto indireto através de respingos de sangue, secreções, excreções, outros fluidos

corpóreos dos clientes, na pele e/ ou mucosa; por transferência de patógenos através

de materiais e equipamentos contaminados, aerossóis e fomites, BALSAMO (2006).

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Por outro lado para Zapparoli Marziale, (2006), o trabalho em situações de

emergência, principalmente em unidades móveis, possui particularidades devido às

características deste ambiente laboral.

Dentre os riscos biológicos, vírus, fungos e bactérias podem ser transmitidos

pelas mãos ou pela utilização de materiais não limpos, não desinfetados ou

esterilizados e pelo contágio indireto, por objetos contaminados do paciente ou por

intermédio do ar. Daí a importância da orientação e educação dos profissionais de

enfermagem em controlar os agentes de risco, utilizar os EPI´s e participar dos

controles administrativos, programas de exames médicos e sempre adotar medidas de

segurança (BENATTI, 2004).

De acordo com a Norma Regulamentadora – NR 6, considera-se “Equipamento

de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a

saúde no trabalho”. Este equipamento deve ser aprovado por órgão competente do

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e é de fornecimento gratuito e obrigatório aos

empregados que dele necessitarem. Fabricante e importador, empregado e

empregador têm obrigações com relação a seu uso.

Para Almeida (2002), os equipamentos que fazem parte da prática profissional

de enfermagem podem ser assim descritos: máscaras para proteção respiratória;

óculos para amparar os olhos contra impactos, radiações e substâncias; luvas para

proteger contra riscos biológicos e físicos; avental ou capote descartável e gorro para

evitar aspersão de partículas dos cabelos e do couro cabeludo no campo de

atendimento. Todos esses EPI´s são utilizados para prevenir o usuário de adquirir

doenças em virtude do contato do profissional - paciente e contra riscos de acidentes

de trabalho visando à conservação da sua própria saúde.

Ainda a este respeito Tavares (2007), ressalta que a adesão ao uso dos EPI`s

traz consigo benefícios à saúde do trabalhador e aos empregadores sendo eles: maior

produtividade, diminuição do número de licenças – saúde e redução dos gastos

hospitalares com equipamentos e materiais. Lembrando que o uso dos EPI´s deve ser

adequado às necessidades do procedimento avaliando o conforto, o tamanho do

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equipamento e o tipo de risco envolvido para não resultar em despesas para a

instituição e comprometer a execução do procedimento.

Em contra partida para Sales (2007), a não adesão aos equipamentos, quando

necessário, pode resultar em prejuízos afetando as relações psicossociais, familiares e

de trabalho, contribuindo para que os acidentes de trabalho continuem ocorrendo.

Em geral devem ser realizadas orientações periódicas sobre biossegurança e

conscientização do trabalhador a fim de se obter uma melhor adesão desses

profissionais para o uso de EPIs, bem como a disponibilidade desses equipamentos

para o trabalhador de enfermagem. Todas as medidas possíveis de serem adotadas

para minimizar os riscos de acidentes do profissional de saúde devem ser

consideradas.

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Conclusão

No presente estudo, verificou-se que o trabalho desenvolvido pela equipe de

enfermagem no atendimento pré-hospitalar expõe os profissionais a uma série de

fatores que podem levar à ocorrência de exposição ocupacional por agentes biológicos

durante a prestação da assistência, devido à complexidade do serviço.

Por serem prestadores de assistência ininterrupta, 24 horas por dia, os

trabalhadores de enfermagem são os que mais permanecem em contato físico com os

doentes. Conseqüentemente, estão mais sujeitos ao risco de infecção, pois os riscos de

acidentes mais evidenciados relacionam-se diretamente à assistência ao paciente,

identificou-se como principais riscos biológicos a exposição a sangue,

excretas/secreções e/ou fluidos corpóreos.

Diante disto, todo procedimento nessa área deve ser executado com cautela e

segurança deve haver uma concentração de esforços e recursos para reconhecimento

dos riscos no ambiente de trabalho, treinamento e conscientização de práticas seguras

e fornecimento de forma contínua e uniforme dos dispositivos de segurança aos

trabalhadores da área da saúde.

Todo paciente desconhecido do ponto de vista sorológico deve ser atendido por

profissional protegido por óculos, máscara de proteção biológica, luvas e avental de

mangas longas. Devem ser realizadas orientações periódicas sobre biossegurança e

conscientização do trabalhador a fim de se obter uma melhor adesão desses

profissionais para o uso de EPIs, bem como a disponibilidade desses equipamentos

para o trabalhador de enfermagem. Sugere-se a necessidade de maior conscientização

dos profissionais de enfermagem a respeito da necessidade do uso dos Equipamentos

de Proteção Individual, a fim de que a resistência a esse uso seja superada e os

Profissionais possam exercer suas funções tornando-os isentos de riscos à própria

saúde.

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