Rio Lençóis de Ponta a Ponta, da serra dos Agudos ao vale do Tietê

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SIDNEY AGUIAR R � L� P� � PD ��� A� T2014

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Versão e-book do livro que narra os aspectos técnicos, históricos, políticos e econômicos do sistema hidrográfico do rio Lençóis, localizado no interior do Estado de São Paulo.Por se tratar de um conjunto de dados , no caso do uso e citações em pesquisas, recomenda-se a citação do título em referências bibliográficas, como exige as normas técnicas

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SIDNEY AGUIAR

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2014

Neste livro, você conhecerá as histórias de uma das mais importantes bacias hidrográ�icas do interior do Es-tado de São Paulo, informando-se sobre seus aspectos técnicos, históricos, culturais e econômicos do rio que empresta seu nome à cidade de Lençóis Paulista.

Agudos, Borebi, Lençóis Paulista, Macatuba, Areió-polis, São Manuel e Igaraçu do Tietê têm suas histórias ligadas ao rio e seus a�luentes.

Casos sobrenaturais, famílias, con�litos políticos, empreendedorismo, conservação ambiental e inspira-ções, que atravessaram gerações e �icaram registrados na memória de muitos moradores antigos, autoridades e técnicos.

Os problemas ambientais enfrentados ao longo de mais de um século e meio de degradação, as melhorias ambientais nas últimas décadas e as grandes catástrofes naturais registradas ao longo dos tempos.

Boa Leitura!

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Parceiros:

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I

SIDNEY AGUIAR

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P L2014

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II

PESQUISA, EDIÇÃO E REVISÃO TÉCNICA

Sidney Aguiar

APOIO TÉCNICOInstituto Ambiental Nossa Terra

FOTO DA CAPACaptação de água do SAAE

L P

REVISÃO TEXTUALSonia Sinokawa

DIREÇÃO DO PROJETO Dr. Odiel Yud

REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL

Yara C. Monteiro

EDITORAÇÃO, IMPRESSÃO E ACABAMENTO

P L L

e-mail: paginaseletras@

AGUIAR, Sidney

L P P dos Agudos ao vale do Tietê.

P

Rio Lençóis ISBN: 978-85-917955-0-5

Propriedades Textuais:

-

É proibida a reprodução total ou par-

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III

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Ambiental Nossa Terra, à empresa Lwarcel Celulose, Prefeitura Municipal de Agudos e à Prefeitura Municipal de Len-çóis Paulista SAAE e da Diretoria Municipal de Cultura, pelo apoio ao projeto.

João Ranzani

Evandro Alberto Dalben

Paulo Fernando Batista

L P José Alexandre Moreno,

Januário Diomedes

L P Ezio Paccola

Maria Helena Cardia

Silvia Amália Canova Cardoso

Nereide Daniel Masson

À Eliane Oliveira da Silva -

Adaldima Arlete Andreotti Peixoto

Luiz Alberto Cabreira Sarria

Ao amigo Glauco Tonello

Ao Dr. Odiel Malachi Yud -

Ao amigo Rodolpho Guther Guedin

Ao jornalista Wagner José Gonçalves

Billy MAO

Ao Jornal da Cidade, de Bauru

Ao Jornal Sabadão L P

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IV

AVEFAUNA DO RIO LENÇÓIS

ome Cientí�ico Donacobius atricapilla.

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características: passeriformes. Vivem nas margens de rios e

ra não perteçam à família dos sabiás.Foto: acervo de Glauco Tonello

C - (T����� M����)

Foto: acervo de Glauco Tonello

ome Cientí�ico Tersina viridis.

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características: forme da família Thamnophilidae. O

loração uniformemente marrom nas partes superiores. Ambos os sexos

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V

DEDICATÓRIAS

Supremo Criador do Universo (YHWH), pela

Maria Dora

Ao meu papai Pedro Aguiar in memoriam

Ligia Martins

Aos meus mestres: Arlete Lima Silvana Casali - Isabel Cristina Campanari Lo-

renzetti Sonia Maria Sinokawa L P - Maria Nilza Brollo Nege Guerino Telli Junior

Amauri Aparecido Montanhero P Elaine Andreotti Peixoto Luís

Fernando Godinho Brígido Luiz Daniel Bernas-coni Alberti João Carlos Angélico

Maria Helena Cardia -

José Alves Corsino Filho L L P

Armando Orsi L P

Benedito Luiz Martins

José Antônio Marise - L P

Luiz Carlos Trecenti L P - -

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VI

MAMÍFEROS DO RIO LENÇÓIS

-

ome Cientí�ico Euphractus sexcenctus.

corr ncia na bacia hidrográ�ica em toda

Características:

S -

ome Cientí�ico Puma concolor.

corr ncia na bacia hidrográ�ica em toda

Características:

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VII

CRONOLOGIA

1867 – 2000 águas dos Lençóes “pestivas” e

2004 L

2005 L P

2006

2007 -

2010 L

-setorial.

2012 L P

L P

2013 L - L P

L

2014 L

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VIII

ROEDORES DO RIO LENÇÓIS

- -

ome Cientí�ico Myocastor coypus.

corr ncia na bacia hidrográ�ica em toda

Características: Dorme durante o dia. Ali-

C C

ome Cientí�ico Hydrochoerus hydrochaeris.

corr ncia na bacia hidrográ�ica em toda

Características: É o maior roedor do mundo,

aparente.

Foto: acervo de Glauco Tonello

Foto: acervo de Glauco Tonello

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IX

PREFÁCIO

-

L -

-

Lençóes1”!

L - -

-

-

- -

A

1 L

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X

L -

-

L

L

- L -

-

- L P

Villa de Lençóes2 pelo L L

-

2 L P

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XI

L

-

- -

P -

L -

L -

-

P L

rio, à Villa de Lençóes. A transposição do rio era feita por

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XII

- -

L - -

mediaria do vale do Tietê.

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XIII

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................... III

DEDICATÓRIA ...................................................................................................... V

L ....................................................................................................... VII

P .............................................................................................................. IX

P L L ......... 1

L .....................................................................................................

L ............................................................. 5

L .............................. 6

L .............................................. 12

P L P ............ 15

Agudos ............................................................................................................ 15

Borebi ............................................................................................................... 17

L P ........................................................................................... 18

...................................................................................................... 19

........................................................................................................ 20

Igaraçu do Tietê .......................................................................................... 22

São Manuel .....................................................................................................

P L P P L .. 25

................................................................................... 25

.................................................................................. 26

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XIV

......................................................................................... 29

P .......................................................................................

P P .....................

....................................................................................

Arroio do Marimbondo .............................................................................

........................................................................ 41

..............................

P ........................................................................................ 45

L P ............................................................................................... 47

L P ............................................................. 51

L P ............................................................ 56

........................................................................ 56

Ribeirão da Barra Grande ....................................................................... 57

................................................................................... 59

........................................................................ 61

...................................................................................... 62

P ........................................................................................... 62

P L L DA HISTÓRIA ....................................................................... 65

L P ............................................. 66

L P ............................................. 67

L P ............................................. 68

L P ............................................. 71

L P ............................................. 79

....................................................... 82

L P ......................... 84

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XV

P L P L L ........... 87

P L P L P L ............ 95

P ....................................................................... 97

P ....................................................................................... 101

P L P ....

L P ........... 107

L .................................................................. 111

L ..................................... 115

L ............................................... 121

L ...................................................................................... 122

................................................................................

P ........................................................................................ 125

IMAGENS HISTÓRICAS .................................................................................... 127

L ................................................................. 127

P ........... 128

L ................................................... 129

..........................................

............................................................................

....................................................................................

L ...............................................................

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XVI

AVEFAUNA DO RIO LENÇÓIS

ome Cientí�ico Penelope Obscura.

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características:

se alimenta de insetos, grãos e frutas. Está

Foto: acervo de Glauco Tonello

- S -

Foto: acervo de Glauco Tonello

ome Cientí�ico Ardea cocoa.

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características: Com aproximadamente 125 P

ome Cientí�ico

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características:

se alimenta de insetos, grãos e frutas. Está

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1

CAPÍTULO IO SISTEMA HIDROGRÁFICO

DO RIO LENÇÓIS

O L L P

P P

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UGHIs do Estado de São PauloMapa: SIGRHI2

L P

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2

Zonas de influência e limites do sistema hidrográfico do rio LençóisMapa: SIGRHI3

P4 P P

P L 4

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3

L

L

L P

5

Municípios cortados ou limítrofes do rio Lençóis Mapa: SIGRHI6

5 P P

6 P

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4

Estação de tratamento de água de Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

L P L

7

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5

L

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8

Grota da nascente do rio Lençóis na chácara PrimaveraFoto: acervo do autor

8 P P

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6

Foz do rio Lençóis no rio TietêFoto: acervo de Glauco Tonello

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L

Disputa política

água dos Lençóes,

L

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7

Mirante da serra

P L P

Jacutinga

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8

Fazenda São João no município de AgudosFoto: acervo da família Cardia

Ecoturismo no município de Agudos

P

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9

Fazenda São Benedito no município de AgudosFoto: acervo de José Maurício Garijo

O “Paradão” em Lençóis Paulista

P L L P

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10

Carta de Onélia C. Cardoso a Adolpho BiralFonte: acervo da Biblioteca Municipal Orígenes Lessa

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9 P L P

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11

Carta de Onélia C. Cardoso a Adolpho BiralFonte: acervo da Biblioteca Municipal Orígenes Lessa

Afogamento no Paradão

L

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12

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L

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13

P L

Junção criptorreica da nasceste do rio LençóisFonte: acervo do autor

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IC T IOFAUNA DO RIO LENÇÓIS

ome Cientí�ico Salminus brasiliensis.

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características

C C ome Cientí�ico Prochilodus spp.

corr ncia na bacia hidrográ�ica L

Características

P

L ome Cientí�ico Astyanax.

corr ncia na bacia hidrográ�ica em toda a

Características

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15

CAPÍTULO IIOS MUNICÍPIOS DA

BACIA HIDROGRÁFICA

C om o nome de “São Paulo dos Agudos”, por São Paulo ser o padroeiro da cidade e situar-se na serra dos Agudos. Até meados do século XIX selvagens dominavam comple-tamente o oeste paulista (tribo dos caingangues).

1 Câmara Municipal de Agudos: A História de Agudos (2013).

A

A partir daí, paulistas e mineiros começaram a aparecer na região, os primeiros exploradores da terra para cul-tura. Entre eles, destacam-se três nomes de grande im-portância para a história de Agudos: Faustino Ribeiro da

-nedicto Ottoni de Almeida Cardia.

parte de sua vida com trabalho incansável para que Agu-

(sic1 Presidente do Estado para que Agudos conquistasse a Co-marca, quando foi promulgada a Lei 635, de 22 de julho de 1899, que transfere para a vila de “São Paulo dos Agu-dos” a sede da Comarca de Lençóis (sic)1.

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Seminário Santo Antônio10– Agudos – SPFonte: acervo do Seminário Santo Antônio

Cidade das águas

Agudos é a cidade das águas, devido à grande ativi-dade hidrológica nas suas terras. No município, localizam-

L

L P P

o município de Pederneiras e ribeirão dos Patos que cruza para o município de Macatuba.

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17

B

Em 08 de agosto de 1898 nasceu o patrimônio de “Santa

italianos, espanhóis, portugueses e sírios. As fazendas de -

de. Os colonos tinham direito de plantar cereais entre as ruas de café e assim produzir milho para criar galinhas e porcos. Além do café, havia a pecuária de leite e de corte (sic)2.

P

Anta”. No ano de 1990 no dia 09 de janeiro foi aprovada a Lei número 6.645, na Assembleia Legislativa do Estado

P -tão era distrito do município de Lençóis Paulista. Com o

(sic)3.

Hoje em dia o município tem como base econômica o agronegócio canavieiro, com forte expansão da silvicul-tura comercial.

2 P 3 Idem.

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18

L P

Terra de nascimento do velocista Claudinei Quirino da Silva, do ator Guilherme Leme, do historiador Alexandre

L mais conceituados, que ensinou aos seus conterrâneos a importância da leitura, o que levou a uma denominação incomum e inédita de “Cidade do Livro”, por ter à dis-posição do público um número de obras maior que o de habitantes (sic)4.

A povoação teve início em meados do século XIX, quando -

dência no local. Outra versão atribui a fundação a Fran-cisco Alves Pereira, que se desligando de uma caravana destinada a Goiás, explorou o rio mais tarde chamado “Lençóis”, porque suas espumas brancas eram semelhan-tes a lençóis (sic)5.

O patrimônio do bairro de Lençóes, -tucatu, teve início com a construção da capela em louvor à Padroeira Nossa Senhora da Piedade, sendo elevado à Freguesia Distrito em 1858. Poucos anos depois, em

P localidade chamada Lençóis, mais antiga, sua denomina-ção foi alterada em 1944 para Ubirama, escolhida em vir-tude de a cana-de-açúcar ser cultivada em grande escala

4 L L 5 Idem.

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19

no Município. O primitivo nome foi novamente adotado em 1948, acrescentando-lhe “Paulista” para diferenciar da cidade baiana (sic)6.

O município de Lençóis Paulista apresenta economia forte pautada na indústria, destacando-se as indústrias de papel e celulose, alimentícia, metalúrgica, química e su-croenergética, além de apresentar um comércio pujante.

P -

lista.

A

O povoado de Areiópolis surgiu de um aglomerado (Vila -

colas que exploravam a cultura do café, na região com-preendida entre os municípios de Lençóis Paulista, São Manuel e Igaraçu do Tietê (sic)7.

Em 1893, começou a formação da Villa com a doação à capela de Santa Cruz, de onze alqueires de

por Joaquim Ignácio de Oliveira Gois e seu cunhado An-

para loteamento, por vias de aforamento, à denominada

6 Câmara Municipal de Lençóis Paulista: A História de Lençóis Paulista (2013).7

(2013).

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20

Fábrica de Santa Cruz. Por volta de 1906, a então Villa de -

8.

Atualmente, o município tem sua base econômica no agronegócio canavieiro e nas indústrias das cidades vizi-

L P

M

O município de Macatuba é originado do povoado de “Santo Antônio do Tanquinho”, fundado por José Jacinto

-

Joaquim Antônio Azevedo, José Antônio de Moura, Luiz Antônio de Godoy, Francisco Fantini e Alexandre de Góes.

-xaram suas residências umas próximas às outras. O nome do povoado é uma homenagem ao santo de maior devo-ção dos primeiros habitantes e faz alusão aos vários tan-ques que existiam no povoado (sic)9.

povoado para as corridas de cavalos e, nas proximidades,

8 (2013).

9

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21

surgiram pequenos prédios comerciais. A pista de corrida localizava-se próxima da atual Rua São Paulo (sic)9.

-quele povoado, em 1912 foi elevado à condição Distrito de Paz – pertencente à (Lençóis), através da Lei Estadual nº 1.337, de sete de dezembro daquele ano, recebendo o

9.

A Lei Estadual nº 1.975, de 1º de outubro de 1924 elevou o então distrito a município, com o desmembramento de terras de Ubirama, atual Lençóis Paulista, com a denomi-

-mente em 1º de fevereiro de 1925, sendo esta a data de sua emancipação política (sic)9.

A denominação Macatuba, de origem indígena, foi institu-ída anos mais tarde pelo Decreto-Lei Estadual nº 14.334, de 30 de novembro de 1944. Em tupi-guarani, Macatuba

nativa da região (sic)9.

A colonização da margem direita do rio Tietê, em meados

-

do rio retardou igual desenvolvimento na margem oposta,

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22

somente iniciado por volta de 1900, quando um grupo de pioneiros promoveu a formação do núcleo urbano (sic)10.

O Coronel Joaquim Ribeiro, grande proprietário local, lo-teou parte de suas terras, determinando a construção de uma capela, concluída em 1926, sob a invocação de São Joaquim (sic)10.

P -

são ao antigo porto instalado no loca para comunicação 10.

S M

Através de uma escritura pública de 19 de abril de 1870,

Antônio Joaquim Mendes e dona Senhorinha Rosa da Con- -

cal denominado Água Clara, para o patrimônio da Capela de São Manuel. A doação se fez com a condição de que os bens reverteriam aos doadores, caso não progredisse o povoado e não se realizasse a intenção dos mesmos. Go-mes de Faria doou também na ocasião um paramento, um

P 11.

10 (2013).

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23

Em dois de fevereiro de 1871, aquele terreno foi permu- -

tantes, de um lado, Manoel José Pereira, procurador e ze-lador da capela e, de outro, Joaquim Antônio Pereira Pires e sua mulher Francisca Maria de Paula.

A permuta foi autorizada pelo Juiz Dr. Amaral Gurgel, -

do Augusto Rodrigues da Silva (sic)11.

P L

abril de 1880, nove anos depois da fundação do povoado, -

L P 11.

O povoamento do atual território de São Manuel deu-se antes de 1850, e suas terras eram, em geral, provenientes de posses registradas de acordo com a lei de 1850, haven-do também algumas sesmarias. A data de sua fundação é registrada como a mais próxima doação de terras, ou seja, 17 de junho de 1870 (sic)11.

Associando-se a Manoel Gomes de Faria e a Antônio Joa-quim Mendes, Manoel Vieira Paraízo doou mais uma área adjacente ao patrimônio e, pela coincidência do primeiro

11 Câmara Municipal de São Manuel: A História de São Manuel (2013).

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ser possuidor das terras da Água Clara do Paraízo e este último chamar-se também Manoel, resolveram dar ao lo-cal a denominação de São Manoel do Paraízo12 (sic)11.

12 Primeira denominação do município paulista de São Manuel.

Fazenda Santa Maria do Paraízo no município de São ManuelFoto: acervo de Suelito de Campos Moraes

A fazenda Santa Maria do Paraízo é umas das várias propriedades rurais antigas existentes no município de São Manuel com características arquitetônicas do começo da década de 1900.

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CAPÍTULO IIIOS PRINCIPAIS AFLUENTES

E SUAS HISTÓRIAS

T ambém conhecido como “água dos Padres”, em re-ferência aos antigos religiosos do seminário Santo Antônio é um curso d’água formado pelo arroio que

C

P oito quilômetros de extensão, localizado no município de Agudos.

Origem do nome

Seu nome originou-se em referência a uma velha ta-pera de madeira, antigamente localizada nas proximida-des do atual seminário franciscano. O curso d’água que deveria ser chamado de rio Lençóis desde sua nascente,

comarca entre Agudos e Lençóis com ameaça dos políticos agudenses desviarem o curso do rio Lençóis.

No entanto, como o desvio era geologicamente im-possível devido às diferenças de terreno na região da divi-sa de municípios, os políticos agudenses, da época, decidi-ram mudar o nome do rio, que deveria se chamar Lençóis desde sua nascente, para “água do Taperão”.

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26

C S

Localizado entre os municípios de Agudos e Borebi, o L

pela margem direita com seis quilômetros de extensão.

Origem do nome

O nome do córrego faz referência à fazenda Serrinha, que está localizada na parte mais baixa da serra dos Agu-dos. O pequeno rio possui duas nascentes, uma está pro-jetada no município de Borebi, e a outra, no município de Agudos.

Disputa política

Antigamente, aquela região era considerada uma área tensa por ser uma região de divisa entre Lençóis e Agudos em decorrência aos constantes impasses políticos vividos entre os dois municípios no passado.

Na época da disputa política pela sede de comarca L L

L da Serrinha.

Contam alguns moradores mais antigos da região, que na época que houve o embate político entre Agudos e Lençóis pela disputa da comarca, alguns coronéis man-datários das duas cidades ameaçavam ir a confronto pelo suposto desvio do rio.

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27

1 Antônio José Leite nasceu em Limeira (SP), em 1865, estabelecendo-se em Agudos em 1905, aos 40 anos; tornou-se forte agricultor local, construindo, por sua conta, uma pequena estrada de ferro em sua propriedade, que leva-va a produção de café para a estação de Borebi. Foi vereador e presidente da Câmara de Agudos, faleceu em São Paulo em 7 de janeiro de 1943.

dito pelos agudenses foi muito debatido pelo então inten-dente de Lençóis, pois se isto realmente ocorresse os limi-

Outro receio dos lençoenses era de que a região, por estar mais próxima de Agudos e tomada por matas fecha-das, fazia da região uma área de tensão política. Algumas caravanas de lençoenses iam frequentemente àquela re-

Maria de Borebi, agora município de Borebi, com o objeti-vo de estabelecer uma proximidade com Agudos e obser-var a movimentação dos agudenses na região.

A audácia em trazer para Agudos a sede de comarca era tão grande que o movimento dos agudenses, comanda-

força com o apoio do coronel Leite1.

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28

Sede da antiga fazenda do coronel Leite no município de Borebi Foto: acervo de Adriano Martins

Atualmente denominada Noiva da Colina, dantes a propriedade era conhecida como a fazenda do coronel Lei-te, mas o nome dado pelo coronel seria fazenda São José da Colina, em alusão ao pequeno morro existente nas ime-diações.

Alguns relatos dão conta que a verdadeira intenção do embate político entre agudenses e lençoenses não era apenas pela disputa de comarca, mas também pela pos-sibilidade de o patrimônio de Santa Maria de Borebi ser agregado a um destes municípios.

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29

L agudense e, supostamente, teria sido o primeiro fazendei-ro a adquirir terras nas proximidades de Santa Maria de Borebi, para tentar estabelecer um possível domínio agu-dense sobre o pequeno patrimônio, que de forma conjec-turada estaria em disputa.

Estaria bem evidente, que se o patrimônio de Santa Maria de Borebi fosse agregado a um dos municípios, as

comarca seriam maiores.

Em tese, Agudos teria uma ligeira vantagem devido à -

nel Leite1 exercia no patrimônio. O coronel teria sido um dos negociadores para deixar o patrimônio de Santa Maria de Borebi como território de Lençóis, em troca do patri-mônio de Domélia ser integrado a Agudos.

L muito de caçar antas nas proximidades de sua fazenda no município de Borebi, relatam antigos moradores da cidade.

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Lençóis pela margem direita, localizado no município de Borebi, formado pela junção do arroio do coronel Leite e

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arroio São José. O nome teria originado da vasta incidên-cia de antas às margens do manancial, que originalmente

cidade paulista de Borebi.

Córrego da Anta no município de BorebiFoto: acervo de Gustavo Asciutti

O córrego tem uma de suas nascentes nas proxi-midades da fazenda Noiva da Colina, antiga propriedade do coronel Leite, onde o curso d’água recebe o nome do antigo proprietário das terras. Essa região já foi coberta por soberbas matas que favoreciam a grande diversidade

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de animais silvestres. O córrego da Anta possui doze qui-lômetros de extensão, com a bacia circunscrita em trinta quilômetros.

O lobisomem de Borebi

Um dos “causos” mais contados, segundo alguns mo-radores mais antigos da localidade, era o de um senhor muito simpático considerado um bom caçador, mas que na noite do sexto dia da semana se transformava em lobi-somem na beira do córrego.

A noiva da colina

Outra história contada entre algumas pessoas é aquela da presença de um fantasma em forma de noiva, que esporadicamente aparece em uma estrada bem próxi-mo ao arroio do coronel Leite, fazendo o trajeto até a por-teira de entrada da fazenda Noiva da Colina, que recebeu este nome em decorrência desta história.

Segundo contam os moradores mais antigos da re-gião, essa moça teria sido assassinada nas proximidades do córrego, e o assassinato teria sido motivado por ciúmes do noivo e assim, de tempos em tempos, ela aparece no local à procura de seu assassino. O fato é descrito por di-versos caminhoneiros e pessoas que passam sempre pela região à noite e juram que já viram essa noiva.

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O arroio do Pilintra é um pequeno curso d’água com quatro quilômetros de extensão, formado por duas nascen-

L -da, localizado no município de Agudos. Sua microbacia está circunscrita em onze quilômetros – é uma das menores mi-

L

Origem do nome

O nome teria se originado do suposto aparecimento de uma entidade ectoplásmica afro-brasileira que sempre era vista nas imediações do pequeno rio pelos fazendeiros dos arredores, e que segundo relatos, era um homem de pele escura vestido de roupa branca.

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O começo da década de 1950 foi marcado pela descoberta da melhor água para fabricar cerveja no estilo europeu no Brasil, a partir da instalação da Companhia Paulista de Cervejas Vienense1 (sic)2.

Entre 1951 e 1953, empresários austríacos buscavam terras brasileiras que tivessem mananciais de águas com características que permitissem a fabricação de uma cer-veja idêntica à que faziam na Áustria (sic)2.

1 Fundada no início da década de 1950 no município de Agudos-SP, pela Brauerei Schwechat Aktienges Ellschaft.

2 FOGAGNOLI, Roberto: A História da Cerveja em Agudos (2013).

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Para encontrar esse local, os austríacos enviaram para São Paulo um dos seus principais técnicos, o renomado mestre cervejeiro austríaco Dr. Fritz Weber3, que realizou os le-vantamentos percorrendo várias regiões do Estado de São Paulo, o que o conduziu à região de Agudos (sic)4.

A região de Agudos sempre é uma localidade de clima agra-dável e de grande atividade hídrica, entretanto, os austríacos realizaram muitas pesquisas para escolher o manancial. No

outros mananciais, em vários municípios da região (sic)4.

3 Mestre cervejeiro austríaco que implantou a cervejaria Vienense, no municí-pio de Agudos –SP, na década de 1950.

4 FOGAGNOLI, Roberto: A História da Cerveja em Agudos (2013).

Rótulo da antiga cerveja produzida em Agudos – SP Foto: acervo de Paulo Antunes Junior

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O técnico austríaco visitou o município de Lençóis Paulista, constatando que este município estava apto a re-ceber a unidade industrial por ter mananciais em condi-ções favoráveis como: córrego do Corvo Branco, ribeirão da Prata, ribeirão da Barra Grande e córrego da Lontra, todos de fáceis acessibilidades, boa qualidade das águas e con-dições de logística. Os austríacos chegaram a iniciar as ne-gociações para a instalação da cervejaria no município de Lençóis, antes de receber a doação das terras em Agudos.

As áreas foram então adquiridas, com a intermediação do então prefeito de Agudos, Padre Aquino e do Sr. Celso Mo-rato presidente da Câmara de Vereadores do município, viabilizando a implantação do projeto. O empreendimen-to progrediu continuamente e depois de mais de cinquen-ta anos tem a expressiva imponência da maior fábrica de bebidas do Brasil (sic)5. Dessa forma, as águas do Pilintra cujas nascentes e a

-se período, foi instalada a Companhia Paulista de Cerveja Vienense6. Atualmente, a cervejaria de Agudos faz parte da maior holding de bebidas das Américas. O nome da cerveja Vienense foi devidamente intencional referindo-se a Viena, capital Austríaca onde, na época, produzia-se uma das me-lhores cervejas do mundo.5 FOGAGNOLI, Roberto: A História da Cerveja em Agudos (2013).6 Fundada no início da década de 1950 no município de Agudos-SP, pela

Brauerei Schwechat Aktienges Ellschaft.

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Características do arroio do Pilintra

As águas do Pilintra possuem temperatura mais bai-xa em relação às demais; segundo a teoria, quanto mais baixa for a temperatura mais pura é a água. Estudos atuais de qualidade apontam para um diferencial das águas des-sa região da bacia do rio Lençóis, com características mui-

totalmente conservado.

O arroio do Pilintra na atualidade

A região do arroio do Pilintra é uma área extrema-mente protegida por vegetações nativas e por grandes

uma localizada no município de Lençóis Paulista, produto-ra de celulose, e a outra no município de Agudos, produto-ra de chapas de madeira.

Nessa região está localizada uma grande área de

região. Em uma área de mais de 900 hectares, encontra--se regulamentada por decreto público uma das principais Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) com uma importante zona de transição de Cerrado, Cerradão e Mata Atlântica com estudos avançados de bioecologia7.

8 Ramo da ecologia que trata da inter-relação de plantas e animais com seu ambiente natural.

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Além disso, as duas grandes empresas que manejam -

mento da área com a apicultura, em parceria com peque-nos produtores rurais da região.

Arroio do Pilintra em AgudosFoto: acervo de Henrique Rodrigues de Uzêda

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Lençóis pela margem direita, formado pela junção de qua-tro águas: córrego da Graminha; Caraguatá; Posses; Limei-ra e Serrinha. A projeção geológica da bacia é de caracte-rística expandida, localizando-se entre o divisor Oeste e Sul da bacia do rio Lençóis no município de Lençóis Pau-lista, circunscrita em quarenta e três quilômetros.

A microbacia do ribeirão do Faxinal é a maior em volume hídrico entre todas as microbacias do sistema hi-

L volume hídrico ascendente para o rio Lençóis, isto é, de todo o volume hídrico que passa pela cidade de Lençóis P

Origem do nome

Moradores mais antigos de Lençóis Paulista dizem que o nome do ribeirão teria se originado a partir das ca-racterísticas antigas das terras. Faxinao -de quantidade de terras que não era habitada e ainda sem proprietários, que fora conquistada por desbravadores.

terra, mas sem dividir a propriedade com cercas, onde to-dos criavam seus animais soltos nas terras uns dos outros,

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Ribeirão do Faxinal em Lençóis PaulistaFoto acervo do autor

O Capitão Manoel de Oliveira Lima teria sido o pri-meiro grande proprietário da região que mais tarde divi-diu suas terras com cercas para delimitar a propriedade das demais famílias da localidade. As águas do Faxinal abasteciam vários engenhos de aguardente instalados na região do ribeirão; existia também no local uma roda d’água, que movimentava um gerador de energia elétrica, utilizadas nas instalações da família proprietária de um dos engenhos e pelos colonos do entorno.

Tradicionais famílias lençoenses ainda habitam a re-gião, como a família Casali, a família Momo, a família Ruiz e a família Fortes.

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Lençóis pela margem direita, que nasce entre as microbacias do ribeirão do Faxinal e da Prata, localizado no município de Lençóis Paulista com quatro quilômetros de extensão.

Por muitos anos, serviu como manancial de abasteci-mento público de água, até a construção da Estação de Trata-mento de Água (ETA) de Lençóis Paulista, na década de 1950.

águas do arroio do Marimbondo, por gravidade, até duas cai-

Antiga adutora superficial de abastecimento de águaFoto: Livro “Lençóis Paulista, Boca do Sertão” – Alexandre Chitto

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Origem do nome

O nome do curso d’água teve origem, pelo grande número de caixas de vespas que costumavam habitar o local das nascentes, devido à grande quantidade de ma-deira apodrecida que havia no local. Na época em que o manancial era utilizado para abastecimento público aque-la região não era urbanizada.

nauguração do antigo reservatório de água do MarimbondoFoto: Livro “Lençóis Paulista, Boca do Sertão” – Alexandre Chitto

xas de distribuição, que se localizavam no terreno onde atu-almente está instalado um clube esportivo da cidade.

As caixas construídas nas nascentes para captar as águas do arroio permanecem no local até os dias de hoje.

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Os primeiros habitantes da região teriam sido a fa-mília Pinheiro Machado, que trabalhava com a criação de gado. Depois disso, a região começou a ser divida entre ou-tras famílias.

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L esquerda, antigamente era conhecido como “água do Cor-vo Branco”, localizado no município de Lençóis Paulista, com oito quilômetros de extensão.

Capela de Santo Antônio na região do Corvo BrancoFoto: acervo de Nelson Faillace

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Origem do nome

O nome do curso d’água teria sua origem na grande

brancas e, que segundo alguns moradores antigos, eram vistos com muita frequência nas imediações do córrego.

A região do Corvo Branco pertencia à família do Ca-pitão Batista de Carvalho antes de ser desmembrada e vendida para várias famílias tradicionais de Lençóis Pau-lista.

As águas do Corvo Branco e a construção civil

Nos tempos em que a construção civil era à base de saibro8 no assentamento de tijolos, os construtores lenço-enses retiravam de uma grande jazida da região do Corvo Branco o material que por muitos anos serviu aos constru-tores da cidade.

“Quantas vezes buscava viagens e mais viagens de saibro no Corvo Branco para assentar tijolos na Cidade... A maioria das casas antigas de Lençóis ainda tem saibro que era retirado do Corvo Branco”, recorda o mais antigo construtor de Lençóis Paulista, senhor João Ranzani.

8 Composição mineral de argila, muito utilizada antigamente na construção de casas, no assentamento de tijolos.

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A primeira indústria a se instalar na região do Cor-vo Branco foi uma serraria de propriedade da tradicional família Moretto, na década de 1960, que tinha como ativi-dade principal a extração de madeiras para a fabricação de móveis.

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P Lençóis pela margem direita, localizado no município de Lençóis Paulista, com vinte quilômetros de extensão. O ri-beirão corta a região sudeste no contorno urbano da cida-

ueda d água no ribeirão da PrataFoto: acervo de Frederico Chilio

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de Lençóis, tendo suas principais nascentes localizadas na fazenda Boqueirão ao Sul do município.

Origem do nome

Antigamente era chamado de “água da Prata”, nome que segundo moradores mais antigos, foi originado quan-do alguns engenheiros, que faziam medições de terras nos arredores do curso d’água, encontraram vários sedimen-tos de solo semelhantes à prata, que brilhavam com a ex-posição ao sol.

Cachoeiras

O ribeirão da Prata possui cinco quedas d’água que formam belíssimas paisagens, onde várias pessoas vão vi-sitar e aproveitar como lazer.

A microbacia do ribeirão da Prata está circunscrita

estão localizados na zona rural do município e o restante na área urbana.

A base geológica da microbacia é muito semelhante à dos ribeirões do Faxinal e do Barra Grande, com dimen-sões de área bem parecidas.

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Localizado na área urbana do município de Lençóis Paulista entre o Parque do Povo e o Recinto de Exposições.

de levar para à população uma alternativa de recreação, durante o mandato do ex-prefeito Rubens Pietraróia9.

Aproveitando as águas do ribeirão da Prata, o lago foi construído em uma época em que a zona sul de Lençóis Paulista era despovoada, com o objetivo de desenvolver

rio Lençóis os lençoenses não dispunham mais do Paradão para a prática de natação livre.

Dimensões

O lago da Prata foi construído em uma circunscrição de 2.333,5 metros numa área de 10.500,75 metros qua-drados, com capacidade média de reservação de água de aproximadamente 340.000 metros cúbicos. Possivelmen-te, será uma alternativa de abastecimento público de água para a cidade de Lençóis Paulista nas próximas décadas.

9 Prefeito de Lençóis Paulista no período de 1973 a 1976.

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nstalação da válvula no vertedouro lago da Prata em Foto: acervo da família do senhor Januário Diomedes10

10 Chefe-geral de obras da Prefeitura de Lençóis Paulista nos governos de Ru-bens Pietraróia e Ezio Paccola.

Inicialmente, o lago havia sido construído apenas com um vertedouro subaquático com uma comporta in-terna, que regulava o nível do ribeirão a jusante do lago, sob uma pequena ponte de tijolos.

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Logo após o aterro do lago ter sido concluído no ano de 1975, devido às fortes chuvas que caíram sobre Len-çóis Paulista, no mês de Dezembro desse ano, houve o rompimento do aterro e uma enorme cratera formou-se na estrada de terra que deu lugar à atual Avenida Lázaro Brígido Dutra.

Funcionários da Prefeitura de Lençóis Paulista no localFoto: acervo da família do senhor Januário Diomedes10

10 Chefe-geral de obras da Prefeitura de Lençóis Paulista nos governos de Ru-bens Pietraróia e Ezio Paccola.

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Cratera no aterro do lago após a enchente de Foto: acervo da família do senhor Januário Diomedes10

10 Chefe-geral de obras da Prefeitura de Lençóis Paulista nos governos de Ru-bens Pietraróia e Ezio Paccola.

O rompimento do lago da Prata, em 1975, causou a maior perda estrutural urbana em enchentes já registrada no município em toda sua história, pois naquela época o poder público municipal não dispunha de recursos para resolver o problema de forma imediata.

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A única iniciativa de imediato foi aterrar a passagem da ponte que fora arrastada, para que o tráfego de veículos fosse liberado. Naquele tempo, a antiga estrada de terra era utilizada para dar acesso à recém-inaugurada indús-tria têxtil, localizada há um quilômetro do local.

ista invertida da cratera aberta pelo rompimento em Foto: acervo da família do senhor Januário Diomedes10

10 Chefe-geral de obras da Prefeitura de Lençóis Paulista nos governos de Ru-bens Pietraróia e Ezio Paccola.

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ista lateral após o rompimento do lago em Foto: acervo do Espaço Cultural de Lençóis Paulista

Era imprevisível que ocorresse uma precipitação dessa magnitude, com isto, o aterro não suportou a forte pressão hídrica, que induziu ao rompimento e ao arraste de toneladas de terra. Ainda hoje é possível visualizar pe-daços da antiga ponte de tijolos espalhadas pelo leito do ribeirão da Prata.

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Por mais de um ano o lago da Prata permaneceu va-zio, apenas com o leito normal do rio, sendo escoado pelo vertedouro subaquático que sobrou do rompimento de dezembro de 1975.

ista da localização da primeira ponte em Foto: acervo do Espaço Cultural de Lençóis Paulista

Em 1976, o então vice-prefeito Ezio Paccola inspe-cionou o sistema de drenagem subaquático do lago antes

-

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Projeção de escoamento do lago da PrataFoto: acervo da família do senhor Januário Diomedes12

Lago da Prata em Foto: acervo do Espaço Cultural de Lençóis Paulista

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11 Prefeito de Lençóis Paulista por duas gestões (1977 a 1982 e 1989 a 1992) e vice-prefeito por uma gestão.

No início da gestão do prefeito Ezio Paccola11, em 1977, iniciou-se a reconstrução do lago e a construção das pontes com base de concreto armado, que haviam sido carregadas na enchente de 1975.

O canal de escoamento foi construído com uma estru-tura mais resistente e a ponte, anteriormente construída

-da mais abaixo e alinhada ao canal de escoamento também de concreto armado, dando maior segurança ao lago.

O antigo vertedouro subaquático ainda permanece no local com uma passagem mínima de água para a jusan-

contribuiu para a diminuição da pressão hídrica do lago e uma vazão constante a jusante.

Lago da Prata em Foto: acervo do autor

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Prática de vela no lago da PrataFoto: acervo do autor

Totalmente remodelado, o local deu lugar ao Parque do Povo, mais conhecido como “Guarujá” de Lençóis Pau-lista em menção à praia paulista frequentada por muitos Lençoenses, sendo o mais belo cartão postal da cidade. A área é um espaço para a prática de esportes náuticos como canoagem e vela.

No local, é comum também a prática de pesca arte-sanal e esportiva, com algumas variedades de espécies de peixes nativas e exóticas.

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Lago da Prata em Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

Da construção de 1975, sobrou intacta, além do ver-tedouro subaquático, uma das bases da antiga ponte de tijolos, encravada no aterro da Avenida Lázaro Brígido Dutra, e um mourão que alinhava o vertedouro ao curso original do ribeirão da Prata.

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ertedouro suba uático e o marco de alinhamentoFoto: acervo do autor

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A transposição das águas do ribeirão da Prata foi im-provisada para levar parte de suas águas para o ribeirão da Barra Grande, entre as décadas de 1970 e 1980. Durante as cheias do ribeirão da Prata, o canal paralelo era constante-mente cheio de terra, fato que levou à sua inutilização.

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L direita localizado no município de Lençóis Paulista, entre

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as microbacias do ribeirão da Prata e da Barra Grande, com sete quilômetros de extensão. A microbacia do córrego da Cachoeirinha está circunscrita em dezoito quilômetros.

Origem do nome

A “água da Cachoeirinha” recebeu este nome por ter existido, no passado, uma pequena queda d’água que for-mava uma cachoeira antes do represamento dos rios na foz com o rio Lençóis.

Disputa de terras

Na região da Cachoeirinha havia uma pequena dis-puta entre duas tradicionais famílias italianas por cau-sa de uma divisa de terras. As duas famílias falavam mal uma da outra, foi quando começaram a chamar o pequeno rio de “água da bestemmia” grosserias, insultos...

Diziam os antigos moradores de Lençóis Paulista que as duas famílias italianas predominantes do local não gostavam que se chamasse o pequeno rio de“bestemmia”.

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do rio Lençóis pela margem direita na tomada da angula-ção do rio para nordeste, com vinte quilômetros de exten-

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são – com a microbacia circunscrita em quarenta e cinco quilômetros.

Origem do nome

Uma das origens do nome do ribeirão teria surgido da formação geológica da região, pelas terras estarem po-sicionadas próximas ao rio que corta a região formando grandes barras de terras nas partes mais baixas.

A área mais baixa da região é formada por um vale sinuoso que favorece o acúmulo de sedimentos vindo das partes mais altas.

Desse modo, os antigos moradores da região teriam começado a chamar o local de “água das Barras Grandes” referindo-se às barras de sedimentos de solo que se for-mavam nessas regiões. Anteriormente à década de 1940, as famílias predominantes que habitavam a região eram as famílias Gomes, Blanco, Castelhano e Machado.

Produção de cachaça

Na região da Barra Grande havia sido instalado o maior engenho de cachaça da época, pertencente ao liba-nês Benjamim Fayad, conhecido como “engenho do Fayad”, localizava-se em uma depressão no meio de um vale, co-nhecido como o “vale das Barras Grandes”.

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Ribeirão da Barra GrandeFoto: acervo de Daniel dos Santos Lima

Lençóis pela margem direita, sendo a última projeção hi-

L município de Lençóis Paulista.

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Origem do nome

A região da Fartura foi uma importante colônia agrí-cola produtora de arroz, feijão, e principalmente café. O nome da região teria sido dado pelos antigos produtores rurais da região, em referência à farta produção agrícola e à boa qualidade do solo com características de terra roxa. Dessa maneira, o rio que corta a região era conhecido como “água da Fartura” em referência à colônia agrícola.

Produção de Cachaça

Na região da Fartura fora instalado o segundo maior engenho de cachaça da época, da tradicional família lenço-

Igreja Santa Cruz da FarturinhaFoto: acervo de Paulo José de Oliveira (Legra)

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ense Brígido Dutra. As principais famílias que habitavam a região eram: família Brígido Dutra; família do senhor José Salustiano de Oliveira, ex-prefeito de Lençóis Paulista; fa-mília do senhor Bernardo Alves, família Angélico e família Andreotti.

O ribeirão da Fartura possui dezesseis quilômetros de extensão, desde sua nascente até a foz no rio Lençóis. A microbacia está circunscrita em quarenta quilômetros no formato intermediário de paralela para radial.

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O ribeirão da Areia Branca é um tributário primário do rio Lençóis pela margem direita, localizado no municí-pio de Areiópolis, servindo como divisa territorial entre os municípios de Lençóis Paulista e Areiópolis. Suas princi-pais nascentes estão localizadas no município de São Ma-nuel, percorrendo por todo o município de Areiópolis e de-saguando no rio Lençóis nas proximidades do distrito de Alfredo Guedes, totalizando trinta quilômetros de exten-são. A bacia do ribeirão da Areia Branca está circunscrita em cinquenta e seis quilômetros.

Origem do nome

O nome teve origem na referência ao tipo de solo pre-dominante na região, que é o arenoso de cor branca.

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Lençóis pela margem esquerda, localizado no município paulista de Macatuba, com sete quilômetros de extensão. Sua microbacia está circunscrita em dezoito quilômetros.

Origem do nome

O nome teria se originado como referência à fazen-da da Jurema; o nome “Jurema” supostamente teria sido o nome de uma mulher que vivera na localidade.

P

P L -çóis pela margem direita, localizado em sua maior parte no município paulista de São Manuel.

O ribeirão possui quarenta e quatro quilômetros de extensão entre suas nascentes, no município de São Ma-nuel, e sua foz, no rio Lençóis entre os municípios de Areió-polis e Igaraçu do Tietê. Sua microbacia está projetada em setenta e três quilômetros, sendo a maior do sistema hidro-

do Faxinal em volume de água.

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Origem do nome

O ribeirão inicialmente chamado de “água do Para-ízo” teria sido uma homenagem a Manoel Vieira Paraízo, um dos pioneiros na fundação de São Manoel do Paraízo12.

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22°45’ a 22°47’ de latitude (S) e 48°33’24” a 48°35’34” de longitude (W), em uma altitude média de 770 metros, ori-ginada por três braços d’água localizados no município de São Manuel – SP (sic)13.

Na época, o abastecimento público de água em Sã

12 Primeira denominação do município paulista de São Manuel.13 FERREIRA, Z. Mateus: Morfometria da microbacia do ribeirão Paraiso, 2013.

Antigo reservatório de água de São Manuel, no início de Foto: acervo de Eduardo Delamonica

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São Manuel tinha como fonte principal as águas do límpido ribeirão Paraíso. Assim, na maioria das cidades, naquele tempo, as águas para consumo eram captadas di-reto das nascentes ou em pontos estratégicos, sem contato com fontes poluidoras e direcionadas para reservatórios abertos.

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CAPÍTULO IVAS GRANDES CATÁSTROFES

CLIMÁTICAS DA HISTÓRIA

As cheias dos rios sempre foram motivos de muitas preocupações entre as autoridades da região, po-pulações que residem às margens dos mananciais

e comerciantes que possuem seus estabelecimentos co-merciais em suas imediações.

Ao longo da história, as alterações climáticas e fatores antrópicos como as ocupações irregulares das Áreas de Pre-servação Permanente (APPs), aumento das áreas imperme-áveis e o excesso de lixo nas ruas estão contribuindo para que essas calamidades ocorram com mais frequência.

A bacia do rio Lençóis possui alguns fatores agravan-tes nesses estágios de cheias, alguns deles são: a projeção da bacia estar em maior parte na área rural e com acentu-ados declives, grandes extensões de cultivo agrícola sem contenção de solo e o estreitamento da calha.

O rio Lençóis também sofreu com a pior estiagem do Sudeste brasileiro dos últimos 70 anos. O rico interior paulista foi castigado pela seca, que também assolou a re-gião centro-oeste paulista, com impactos na redução do volume das águas do rio Lençóis.

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Cheia do rio Lençóis em 1975Foto: acervo do Espaço Cultural de Lençóis Paulista

Em dezembro desse ano, ocorreu aquela que viria a ser a segunda pior enchente da história do município, des-truindo várias pontes nas áreas rurais e causando o rom-pimento do lago da Prata.

A enchente desse ano arrastou nove pontes de aces-sos ao município, fazendo com que fosse decretado estado de calamidade pública.

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A partir de 1977, quando o senhor Ezio Paccola1 se tornou prefeito de Lençóis, teve inicio o maior programa de infraestrutura urbana e rural para conter essas calami-dades decorrentes de enchentes.

O jornal Tribuna Lençoense, na edição do dia 7 de dezembro de 1975, trazia como título de capa a seguinte chamada: “EM TODA SUA HISTÓRIA, A MAIOR DAS INUN-DAÇÕES”.

Capa do Jornal Tribuna Lençoense sobre a enchente de 1975Fonte: acervo do Espaço cultural de Lençóis Paulista

E L P

Em dezembro de 1997, uma chuva torrencial de duas L -

çóis e alagar toda a região do centro comercial da cidade.

A intensidade das chuvas fez com que as águas su-bissem até a entrada da antiga concessionária de veículos Salca, que se localizava entre a Avenida Vinte e Cinco de

1 Prefeito de Lençóis Paulista por duas gestões (1977 a 1982 e 1989 a 1992) e vice-prefeito por uma gestão.

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Janeiro e a Rua Ignácio Anselmo. A entrada da loja antiga

daquela enchente.

A enchente de 1997 não causou prejuízos materiais de nenhuma espécie na cidade.

E L P

Após trinta e um anos da pior enchente já registra-da (1975), a de 2006 deixou a cidade em alerta; represas construídas incorretamente a montante da cidade de Len-çóis Paulista estouraram em sequência, causando uma so-brecarga na calha do rio Lençóis e, consequentemente, o transbordo do rio.

A maioria dessas represas se localizava no municí-pio de Borebi, região onde a atividade hídrica sempre foi intensa e, geralmente, onde são registrados os maiores vo-lumes de pluviosidade em épocas de chuvas.

A notícia publicada no jornal O ESTADO DE SÃO PAU-LO do dia 14 de fevereiro de 2006, descreve a situação em

L P

“Em Lençóis Paulista, a enchente causada pelo rompi-mento de represas em Borebi, as bombas de captação no

L -ram sem fornecimento de água.”

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Córrego da Anta em Borebi após a enchente de 2006 Foto: acervo de Evandro Dalben e José Lenci Neto

Represa estourada no município de Borebi – SP Foto: acervo de Evandro Dalben e José Lenci Neto

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“Em Borebi, o prefeito Luiz Antônio Daniel disse que o rompimento de quatro represas o levou a decretar estado de emergência. Outros dois açudes, disse, estão sob risco de se romper. O acesso a Borebi pela cidade de Agudos

sobre o córrego das Antas. Agora só é possível chegar à cidade pela rodovia SP-300”.

“O abastecimento deve ser normalizado na sexta-feira. Caminhões-pipa da Sabesp ajudaram no abastecimento de emergência feito pela Prefeitura de Lençóis. Cerca de 50 casas foram inundadas na noite de segunda. Hoje os moradores voltavam para casa.”

Rodovia que liga os municípios de Borebi e Agudos Foto: acervo de Evandro Dalben e José Lenci Neto

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E L P

Tida como a pior enchente de todos os tempos, supe-rando a de 1975, levando em consideração a quantidade de chuva por tempo decorrido, causou grande preocupa-ção entre as autoridades locais e a população em geral.

Notícia sobre a enchente de 2011 em Lençóis Paulista Fonte: Jornal da Cidade, de Bauru – 18 de Fevereiro de 2011

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Transbordo do rio Lençóis no centro de Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

Na madrugada de domingo para segunda-feira, 16 e 17 de janeiro de 2011, uma intensidade pluviométrica média de 120 milímetros, calculada em um range de 114 a 180 milímetros, foi responsável pela maior cheia do rio em sessenta anos.

Essa intensidade pluviométrica localizou principal-mente, ao Sul e Oeste do município, entre as microbacias do ribeirão da Barra Grande e córrego da Anta, onde está localizada a maior parte da área de recarga do rio Lençóis a montante de Lençóis Paulista.

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Cheia do rio Lençóis a montante de Lençóis PaulistaFoto: acervo de Evandro Dalben e José Lenci Neto

A intensidade pluviométrica concentrada entre os municípios de Lençóis Paulista e Borebi fez com que o rio Lençóis que corta o centro de Lençóis Paulista, subisse em média cinco metros, o ribeirão da Prata, que corta a região Sudeste da cidade, três metros. Duas represas localizadas no ribeirão da Barra Grande precisaram ser aliviadas para não haver o rompimento.

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Projeção da área de precipitaçãoFonte: Jornal da Cidade, de Bauru – 19 de Fevereiro de 2011

Ponte sobre o rio Lençóis no centro de Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

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A ponte sobre o rio Lençóis, localizada na Avenida L P -

mersa, era o sinal mais evidente das dimensões da cheia do rio em 2011.

As cenas dessa enchente foram registradas sob todos os ângulos e em todas as formas, muitas pessoas que não

L -nadas com a força das águas.

No ribeirão da Prata, dentro do contorno urbano, fo-ram registrados apenas estragos ambientais, arrastando

Ribeirão da Prata – zona Sul de Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

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muitas vegetações ciliares e algumas pontes e passarelas

O lago da Prata, que serve como regulador de vazão do ribeirão no contorno urbano, reteve boa parte da en-chente e impediu que a força das águas causasse mais es-tragos.

No manancial não houve registros de estouro de re-presas rurais e tão pouco danos urbanos, como alagamen-tos em residências, por sua Área de Preservação Perma-nente (APP) estar desocupada.

Transbordo do lago da PrataFoto: acervo do autor

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Canal de saída do lago da PrataFoto: acervo do autor

Uma das imagens mais marcantes dessa enchente foi registrada na vazante do canal de escoamento do lago da Prata. A pressão hídrica foi tão intensa, que se o lago não tivesse uma estrutura resistente de concreto certamente teria rompido mais uma vez.

Solidariedade e ação �irme

Ao tomarem conhecimento do fato, o poder público municipal, a defesa civil e as empresas da cidade disponi-bilizaram homens e equipamentos para socorrer as famí-lias que estavam nas áreas de risco das imediações do rio Lençóis.

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Resgate aos desabrigados na vila Contente em Lençóis PaulistaFoto: acervo de Billy MAO

Centro comercial de Lençóis Paulista alagadoFoto: acervo de Wagner José Gonçalves

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A pior catástrofe da história uniu o setor público, se-tor privado e dezenas de voluntários para tentar amenizar essa tragédia natural que causou a perda de bens mate-riais a muitas famílias.

No entanto, nessa cheia do rio Lençóis foram regis-trados apenas danos materiais, como: alagamento de resi-dências e estabelecimentos comerciais próximo ao centro comercial da cidade e nas regiões baixas próximo ao leito do rio.

Moradores de bairros das imediações do leito do rio Lençóis tiveram de deixar suas casas às pressas, devido à rápida elevação do nível das águas do rio.

E L P

Às vésperas de completar dois anos da pior enchen-te em Lençóis Paulista (2011), as fortes chuvas nos dias

que o rio Lençóis, que corta o contorno urbano da cidade, entrasse rapidamente em estágio de transbordo.

O estágio de transbordo é quando a lâmina d’água atinge a borda da calha, colocando em risco o derrame das águas para fora do canal. Tecnicamente, o rio Lençóis en-tra muito rápido no estágio de transbordo devido à sua to-

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variáveis hidrológicas, como estágio de saturação hídrica do solo, quantidade e tempo de precipitação.

Algumas projeções de fundo de rio apontavam, em 2011, que a uma quantidade de escoamento próximo a 100 milímetros, em condições de solo saturado, o rio Len-çóis entrava em estágio de transbordo. As condições de sa-turação hídrica do solo, na época, contribuíram em muito

Cheia do rio Lençóis no Parque do Paradão em Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

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Efeito reverso

O efeito reverso é um fenômeno causado pelo estran-

baixas para as mais altas dos rios. No caso do rio Lençóis, o fenômeno ocorreu a montante da junção com o ribei-rão Paraíso, transbordando primeiramente no distrito de Alfredo Guedes.

-gado, devido ao efeito reverso das águas do rio Lençóis, as águas do rio começaram a transbordar na cidade de Len-çóis. Somente as regiões próximo do SAAE e Parque do Pa-

de ser retiradas pela defesa civil do município.

Projeções indicaram uma elevação de quase um me-tro das águas do rio lençóis (limite máximo para a região) na parte mais baixa da borda do rio, nas proximidades do SAAE e Parque do Paradão.

Políticas de prevenção

Para evitar novas enchentes na vila Contente, região mais crítica da cidade de Lençóis, a Prefeitura instalou um

das áreas alagadas e armazena em um reservatório para aos poucos serem liberadas ao rio. Durante a cheia de 2013, o sistema evitou o caos na parte mais crítica da cidade.

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O sistema de drenagem forçada simula os “piscinões” em forma reduzida, que são usados nas grandes metrópo-les em situações de inundações das áreas urbanas.

E S M

No ano de 2013, o ribeirão Paraíso sofreu uma das maiores cheias da história. A força das águas foi tão vio-lenta que toda região próximo ao ribeirão, na cidade e no distrito de Aparecidinha de São Manuel registraram alaga-mentos.

Desde o início da década de 1990, o município não tinha registros de enchentes dessa magnitude. A enchente pegou as autoridades e toda a população da cidade de sur-

Notícia sobre a enchente do ribeirão Paraíso em São ManuelFonte: Jornal da Cidade, de Bauru

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presa, deixando um passivo estrutural muito grande para o município resolver. Pontes foram levadas, a calha sofreu um alargamento em 70% e muita vegetação foi arrastada pela força das águas. Muitos moradores tiveram suas casas in-vadidas pelas águas do ribeirão Paraíso que corta a cidade.

Transbordo do ribeirão Paraiso na cidade de São ManuelFoto: acervo da Rádio Integração de São Manuel

A última grande enchente no município havia ocor-rido no ano de 1992, quando foram registrados danos ma-teriais e estruturais. A enchente registrada em 2013, no município de São Manuel, foi a segunda pior catástrofe na-tural da história, deixando rastro de destruição por toda a microbacia do ribeirão Paraíso.

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Casas alagadas na cidade de São ManuelFoto: acervo da Rádio Integração de São Manuel

inundação e foram removidas pela defesa civil do municí-pio e conduzidas para a casa de parentes.

E L P

Na região de Lençóis Paulista, várias represas seca-ram e vários tributários do rio Lençóis perderam vazão com esse fenômeno climático sem precedentes que casti-gou todo o Estado de São Paulo. Diversas cidades da re-gião, como Bauru, Jaú e Marília sofreram com essa crise

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hídrica, que resultou no corte do abastecimento de água para consumo público.

Contudo, Lençóis Paulista se manteve longe dos problemas de racionamento de água, graças à importante contribuição do ribeirão do Faxinal.

No rio Lençóis, a redução da vazão foi de aproxima-damente 20%, fato quase imperceptível, e mesmo com esta

para o abastecimento público do município. Alguns fatores foram determinantes para tal proeza, um deles é o posicio-namento estratégico da captação de água estar abaixo da contribuição do ribeirão do Faxinal, maior microbacia em

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Reportagem do Jornal Sabadão, de Lençóis Paulista, sobre a estiagem na região

Fonte: Jornal Sabadão, de Lençóis Paulista, em novembro de 2014

A contribuição em cerca de 75% do ribeirão Faxinal em volume de água ascendente para o rio Lençóis fez a di-ferença para que o rio não sofresse muito com o impacto

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da estiagem e, consequentemente, não prejudicasse o pro-vimento de água para abastecer a cidade. A estratégia ado-tada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Lençóis P contribuiu para manter uniforme o abastecimento de água durante essa crise climática que atingiu, além de todo o Su-deste brasileiro, quase a metade dos municípios paulistas.

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CAPÍTULO VPOTENCIAL ENERGÉTICO

DO RIO LENÇÓIS

E m seu leito foi construída uma das primeiras usinas hidrelétricas do Brasil, no começo do século XX, pela extinta Empresa Força e Luz de São Manoel,

que entrou em operação no dia 6 de agosto de 1917, com o objetivo de enviar seu fator elétrico às cidades de São Manoel do Paraízo e posteriormente a Bauru. A constru-ção supostamente teria se desdobrado entre 1910 e 1917, portanto, as instalações datam de cem anos.

A usina hidrelétrica Lençóis teria sido construída para expandir a geração de energia elétrica pela extinta Empresa Força e Luz de São Manoel1. A barragem deveria ter sido erguida na parte mais baixa do ribeirão Paraíso, onde já havia outra usina hidrelétrica em operação, e não no rio Lençóis.

Nessa época, a extinta empresa de energia elétrica de São Manoel já possuía outra usina hidrelétrica no mu-nicípio de São Manoel do Paraízo2 com capacidade inferior a da usina hidrelétrica Lençóis.

1 Autarquia pública municipal de São Manuel, já extinta, responsável pela gera-ção e distribuição de energia elétrica nas primeiras décadas de 1900.

2 Primeira denominação do município paulista de São Manuel

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Fachada da usina hidrelétrica LençóisFoto: acervo do autor

A usina foi construída dois quilômetros abaixo da foz do ribeirão Paraíso com o rio Lençóis devido ao pouco aproveitamento hídrico que, segundo os estudos da época, não comportaria outra barragem, no entanto, o local esco-lhido para a construção foi nas proximidades da fazenda Porto Lençóis, aproveitando as águas do rio Lençóis, onde

A mudança do nome da usina hidrelétrica Lençóis foi cogitada por políticos de Macatuba para “usina hidrelétri-ca Macatuba”, por estar dentro do município, porém não

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houve êxito na proposta porque o nome da usina está di-retamente relacionado ao rio Lençóis.

Em 1917, a Usina Guaianás, inaugurada em 1912, foi destruída por uma enchente. A empresa bauruense pas-sou então a comprar energia da Empresa Força e Luz de São Manoel, que gerava eletricidade na nova usina do rio Lençóis.

Ruínas da antiga usina Guaianás, no rio BauruFoto: acervo da CPFL – Energia

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Com essa energia, a Empresa de Eletricidade de Bauru, fundada em 1911, passou a abastecer também outros municípios da região, como Pirajuí, Presidente Alves e Lins (sic)3.

Conforme diz umas das cláusulas de uso em nome da Empresa Força e Luz de São Manoel, publicada no

-presa teria um contrato de vinte anos com o município de São Manoel do Paraízo para fornecimento de energia elétrica.

“Usina hidrelétrica no rio Lençóis: duas turbinas (uma de 400 cavalos e a outra de 200 cavalos), dois geradores (um de 320 kW e outro de 225 kW) e um gerador de 240 kW com duas casas de residência para os empregados” (sic)4.

A usina hidrelétrica Lençóis é considerada moderna, com equipamentos de última geração, operada via satélite através de uma central de operações na cidade de Campi-nas–SP. Atualmente, mantém as duas turbinas, mas com capacidade maior de geração, podendo abastecer uma ci-dade de vinte mil habitantes.

3 MEMÓRIA VIVA – CPFL: A Empresa de Eletricidade de Bauru (2013).4

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Casa de força da usina hidrelétrica LençóisFoto: acervo do autor

Com as novas regras do setor energético brasileiro

suas potencias instaladas. A usina hidrelétrica Lençóis P -

P P L -vada até 1986, em 1987 depois de restaurada, entrou no-vamente em operação.

P -siderada de baixa produção e antiga, ela é importante sob

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os pontos de vista histórico - cultural e econômico. Seus

na relação operacional.

Sistema de controle on line do canal de alimentaçãoFoto: acervo do autor

Ruína da antiga barragem a jusante da PCH LençóisFoto: acervo de Glauco Tonello

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No começo da construção da usina Lençóis, os enge-nheiros da época tiveram a ideia de construir uma barra-gem a jusante da casa de força com o objetivo de transferir parte da água do reservatório para a montante da casa de força.

A quinhentos metros abaixo da vertente das turbinas, existem submersas as ruínas das antigas bases de susten-

de transposição da água armazenada. Essas ruínas estão localizadas na zona de estrangulamento do rio Lençóis, onde em épocas de vazante se torna possível visualizar a base horizontal submersa da antiga barragem.

Vista frontal das ruínas da antiga barragem da PCH LençóisFoto: acervo de Glauco Tonello

A data dessas ruínas é estimada em mais de noventa anos, considerando-se o tempo de construção da pequena central hidrelétrica do rio Lençóis.

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Vista das bases das ruínas da antiga barragem no rio LençóisFoto: acervo de Glauco Tonello

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CAPÍTULO VIPROBLEMÁTICAS E

POLÍTICAS SETORIAIS

Ao longo de toda a história da povoação das cidades, vários segmentos da sociedade tiveram a preocu-pação de preservação e conservação do rio Lençóis,

mas muito pouco se fez para suprir estas necessidades.

Várias situações marcaram negativamente a forma de como eram tratadas as relações ambientais com o rio que ajudou a desenvolver as cidades que compõem o sis-

Autoridades, personalidades, cidadãos comuns e al-

na forma de conservação do rio que empresta seu nome à cidade de Lençóis Paulista.

Para delinear as problemáticas ambientais e as po-líticas públicas setoriais ao longo dos tempos, precisamos viajar ao passado e mergulhar na história, analisando de

conhecimento de nossa gente.

Existem duas épocas distintas em relação à con-servação dos recursos naturais, uma foi a época dos desmatamentos irresponsáveis e da falta de cultura con-

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servacionista. A outra, mais atual, é a cultura do manejo responsável e da forma consciente de gerar riquezas de maneira sustentável.

Durante todo o tempo, tivemos sempre personali-dades e instituições bem-intencionadas, mas pouco or-ganizadas em agregar valores em projetos que unissem os setores e colhessem resultados satisfatórios. Discor-do totalmente quando dizem que a manutenção do am-biente é apenas de responsabilidade do poder público, enquanto os demais entes da sociedade ignoram suas responsabilidades.

Infelizmente, eram essas as culturas globais e locais, -

nhamos organizações empresariais que literalmente ado-tavam posturas preconceituosas em relação à conservação dos recursos naturais. Também tínhamos aqueles ambien-talistas egocêntricos, que só pensavam nos seus próprios interesses e comodidade.

As discussões sobre a recuperação do rio Lençóis eram apenas levantadas em debates e, em alguns casos, nem saiam do papel.

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P 1867

Em 1867, os poderes públicos ainda se empenhavam para que a Villa não se desenvolvesse em sentido ao rio Lençóis, por ser considerado pestivo. Naquela época, há poucos metros da Rua 15 de Novembro, margeavam su-cessivas Lagoas provocadas pelas enchentes. As águas, nas vazantes, deixavam resíduos de tôda sorte. No dia 10 de Janeiro de 1867, a Prefeitura proíbia a concessão

-

quem incorporadas à povoação e formoseada obstando

CHITTO, 1972)

Percebe-se que, já naqueles tempos, as autoridades municipais tinham a consciência dos riscos que a falta de saneamento e a ocupação irregular das áreas do rio Len-çóis poderiam trazer infortúnios para a cidade e para a população, uma vez que as enchentes sempre foram fre-

A forma de ocupação das imediações do rio Lençóis ao longo das décadas, sem a intervenção das autoridades, foi o principal fator que contribuiu para que o rio fosse aos

-

de grande cheia.

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Desde 1867, as autoridades tinham percepção da geo logia do rio estar encravada no meio de um vale acen-tuado e que poderiam ter problemas futuros.

Década de 1950

Na primeira metade do século XX, as políticas am-bientais em prol do rio Lençóis simplesmente não existiam e a falta de iniciativas, somada à expansão da agricultura extensiva, iniciou a degradação do rio.

Estação de Tratamento de Água (ETA) de Lençóis Pau-lista, o rio sofreu alterações desnecessárias no seu leito, que contribuíram para a quebra da linearidade do curso d’água no contorno urbano. A quebra de linearidade de cursos d’água favorece alguns fenômenos hidrológicos

Década de 1960

Nesse período, a cidade de Lençóis Paulista se ex-pandiu no entorno do rio, com o início do crescimento co-mercial e da ordenação da região central da cidade, com destaque para a Rua XV de Novembro.

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Década de 1970

No começo da década de 1970, casas eram constru-ídas nas margens do rio sem a distância mínima de segu-rança sob vigência da Lei nº 4771/65, que regulamentava as distâncias mínimas nas margens dos rios.

As matas que protegiam as nascentes do rio Lençóis, no município de Agudos, começaram dar lugar às pasta-gens, originando um processo de degradação seriíssimo, que desencadearia a quase extinção do arroio que forma o córrego do Taperão. Nesse período, o pequeno rio começa-va a agonizar, com poucas perspectivas futuras.

Década de 1980

A sinuosidade do rio é transformada, suas belas co-berturas verdes-escuras deram lugar a um verde-claro uniforme – as falhas na cobertura ciliar de suas margens eram nítidas diante de sua degradação.

A falta de políticas de conservação fez com que o rio Lençóis fosse tomado pela agricultura extensiva até suas margens, sem nenhum limite de proteção ciliar.

As águas do rio Lençóis, que sempre despertaram histórias, nesse período pareciam mais um canal de esgo-to, recebendo dejetos orgânicos de parte de Agudos, Bore-bi, Lençóis Paulista, Areiópolis e São Manuel; era o auge da degradação ambiental.

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Perímetro urbano do rio Lençóis em Lençóis PaulistaFoto: acervo do autor

O rio estava no nível máximo de saturação de po-luentes, a oxigenação era próxima a zero e não havia vida alguma em suas águas. Além do despejo doméstico, o rio

-mento – o rio Lençóis estava morto!

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dejetos orgânicos em suas águas – a situação era crítica e totalmente desfavorável à vida.

As águas do rio não apresentavam mais condições -

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tica. Estavam extintas várias espécies de peixes que eram frequentemente pescadas em suas águas.

As nascentes localizadas no município de Agudos es-tavam completamente deterioradas e o arroio que forma o córrego do Taperão havia perdido grande quantidade de massa hídrica. As matas ciliares deram lugar às pastagens e o assoreamento era desolador, em estágio avançado.

O arroio São Pedro, que juntamente com o arroio que nasce na chácara Primavera, que juntos formavam o cór-rego do Taperão, foi extinto completamente, dando lugar a um grande canal de areia e pastagens.

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Década de 1990

No início da década de 1990, ocorreram os primeiros debates para a promoção da conservação do rio Lençóis. Nesse período, surgiram também os primeiros movimen-tos ambientalistas na região de Bauru e Lençóis Paulista para promover debates de conservação dos rios.

Pela primeira vez a sociedade civil começou a parti-cipar ativamente de movimentos integrados com os pode-res públicos para viabilizar planos de contenção das pro-blemáticas e iniciar projetos conservacionistas.

A terrível situação de conservação que passava o rio Lençóis, no início da década de 1990, fez com que o poder

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público municipal de Lençóis Paulista começasse a dis-cutir políticas em prol da recuperação do rio em parceria com a sociedade civil.

As organizações não governamentais (ONGs) am-bientalistas iniciaram as discussões em torno da recupera-ção, começando a chamar atenção das pautas jornalísticas na região.

Sociedade Civil Organizada

A ONG Ecologia e Meio Ambiente de Lençóis Paulis-ta (EMALP), que tempos depois se tornou Ecologia e Meio Ambiente de São Paulo (EMASP1), liderada pelo ambienta-lista Celso Eduardo Jacon, foi a primeira voz popular nos tempos modernos a defender ações de conservação para o rio Lençóis.

O trabalho liderado por Jacon teve como foco o plan-tio de mudas no rio Lençóis, no entorno da cidade de Len-çóis Paulista. Essa iniciativa chamou atenção do poder público municipal da época para desenvolver medidas de conservação e logo depois, empresas estavam se conscien-tizando sobre a necessidade de preservar o manancial.

A EMASP promovia encontros reunindo os setores -

1 Organização Não Governamental ambientalista de Lençóis Paulista, fundada no início da década de 1990.

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fóruns de debates em que o centro das discussões foi o rio Lençóis e suas problemáticas.

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Alguns políticos começaram a se interessar pela re-cuperação do rio Lençóis e propuseram o tratamento do esgoto doméstico gerado em Lençóis Paulista. Os ex-vere-adores Dr. Antonio Dias de Oliveira2 e Soely Paccola3 vi-sitaram uma estação de tratamento de esgoto na cidade paulista de Piracicaba, trazendo a ideia para ser debatida e implantada em Lençóis Paulista pelos políticos da época.

ex-prefeito José Prado de Lima4, teve começo o projeto

L seiscentos metros de interceptores de esgoto no segmento do ribeirão da Prata, compreendido entre a ponte da Ave-nida Lázaro Brígido Dutra e a ponte da Rua Olavo Bilac, no bairro Cachoeirinha em Lençóis Paulista.

2 Advogado e exerceu o cargo de vereador de Lençóis Paulista por quatro le-gislaturas.

3 Bióloga, pedagoga e exerceu por duas legislaturas o mandato de vereadora em Lençóis Paulista.

4 Conhecido como Pradinho, exerceu um mandato de vereador, um mandato de vice-prefeito e um mandato de prefeito em Lençóis Paulista.

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P L

a retomada da implantação pela administração seguinte.

Início da Década de 2000

A partir da mudança da administração pública, com a eleição de José Antônio Marise5, a questão do tratamento de esgoto da cidade de Lençóis teve de ser revista, pois

complexidade do projeto.

Em 2001, foi necessário um replanejamento para que fosse possível dar continuidade ao difuso e intenso trabalho de readequação de um projeto audacioso e que exigiria muita estratégia técnica e política.

Estratégias de implantação

O projeto foi dividido em duas fases distintas de im- -

sos. A primeira fase foi estrategicamente elaborada para a retirada do esgoto da parte urbana da cidade com a im-plantação dos interceptores. Após a retirada do esgoto, a segunda fase seria a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), desse modo, seria obtida melhor gestão do tempo e dos recursos.

5 Ex-bancário e político lençoense, exerceu por duas legislaturas o cargo de ve-reador, dois mandatos de prefeito, atualmente exerce mandato de vice-pre-feito e diretor do SAAE de Lençóis Paulista.

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Segundo o engenheiro Evandro Dalben6, responsável pela direção do projeto, já na fase de replanejamento as di-

grandes dimensões à realidade de um rio completamente urbanizado e sem espaço para intervenções.

P 7, responsável de campo pela

foram na área urbana da cidade de Lençóis Paulista, pois a urbanização desordenada deixou o rio sem espaços laterais.

6 Diretor do SAAE de Lençóis Paulista entre os anos de 2001 e 2005.7 Topógrafo industrial; foi o responsável direto pela implantação de campo da

rede de interceptores de esgoto.

Intervenção no rio Lençóis no centro de Lençóis PaulistaFoto: acervo de Evandro Dalben

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zona rural, onde não havia ocupação irregular das Áreas de Preservação Permanente (APPs) conforme enfatiza Batista.

A necessidade de transpor os obstáculos para insta-lar os interceptores na parte urbanizada do rio, fez com que cenas audaciosas fossem registradas, como, entrar com uma máquina retroescavadeira dentro do leito do rio para instalar a rede de interceptores.

Em alguns pontos ao longo do rio Lençóis, no perí-metro urbano, a rede de interceptores de esgoto foi ins-talada entre as casas construídas às margens do rio. No período de 2001 a 2005, foram implantados vinte e dois

Intervenção no rio Lençóis no centro de Lençóis PaulistaFoto: acervo de Evandro Dalben

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quilômetros lineares de interceptores de esgoto no rio Lençóis, ribeirão da Prata, córrego do Corvo Branco e cór-rego da Cachoeirinha.

Na implantação dos interceptores, foi necessária a readequação dos terminais de rede de esgoto antigos da cidade para a adaptação aos interceptores; muitos deles se encontravam desnivelados com a rede de interceptação de esgoto.

A E L P

Construída entre 2006 e 2012, foi orçada em R$ 14,8 milhões, sendo, R$ 10 milhões com recursos do município,

(sic8), mais R$ 1,6 milhões repassados pelo governo de São Paulo.

O complexo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) é composto por duas lagoas de estabilização, que incluiu uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE), localizada nas proximidades da fazenda Lageado, próxima à Rodovia Marechal Rondon.

A construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Lençóis Paulista superou a construção da Estação

8 TOBIAS, Pedro: Inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto de Lençóis Paulista, (2010).

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-

estrutura da Estação Elevatória de Esgoto (EEE), onde foi necessário intervir de forma abrupta para explodir uma formação rochosa que impedia a construção.

O distrito de Alfredo Guedes, que pertence a Lençóis Paulista, possui uma estação de tratamento independente, localizada nas proximidades do vilarejo, com sistema de

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Lençóis Paulista é a maior obra de saneamento ambiental já pro-movida para o rio Lençóis na história, uma obra que pre-

Lagoa de tratamento de esgoto de Lençóis Paulista Foto: acervo de Billy MAO

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E�ici ncia de tratamento

O modelo construído em Lençóis Paulista é um dos mais usados para tratamento de resíduos com carga or-

-

resíduos urbanos de uma população de cento e vinte mil -

porcional, podendo chegar ao range de 89 a 95%, de alta para média carga de trabalho.

Construída para atender uma população de cento e vinte mil habitantes – o sistema de tratamento trabalha com uma escala aliviada – dentro do range de trabalho.

Tabela técnica das lagoas de tratamento Fonte: José Alexandre Moreno9

cisou de agilidade política e muita competência adminis-trativa para gerir o mais arrojado projeto de saneamento ambiental desde a década de 1950.

9 Mestre em engenharia de produção, foi diretor do SAAE de Lençóis Paulista entre 2005 e 2008.

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M L

Promovido entre os anos de 2005 e 2006 pelo Ins-tituto Ambiental Nossa Terra10, constituiu-se em um tra-balho de campo com o objetivo de conhecer e relatar as principais problemáticas do rio e propor soluções técnicas na manutenção da qualidade ambiental do manancial.

O trabalho permitiu reportar os aspectos de conser-vação e propor algumas soluções para complementar a re-cuperação do rio Lençóis.

Nesse período, o projeto percorreu toda a bacia, lo-calizada nos sete municípios que formam o sistema hidro-

-lizadas na época.

nascentes localizadas na chácara Primavera, no município de Agudos, estavam bastante deterioradas e precisavam

-drica do local.

Descobriu-se também nesse período, que o rio Len-çóis tinha oitenta quilômetros e não setenta e oito qui-

10 Organização Não Governamental Ambientalista, fundada em 2004, na cida-de de Lençóis Paulista.

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lômetros, pois existe uma projeção de um quilômetro de serpenteamento retroagido na divisa dos municípios de Lençóis Paulista, Areiópolis e Macatuba devido à uma fa-lha geológica da bacia, somada com mais um quilômetro de drenagem criptorreica na região das nascentes, no mu-nicípio de Agudos.

como: ribeirões, córregos e arroios, nos sete municípios

Município de Agudos 1. Córrego do Taperão; 2. Córrego da Serrinha (Agudos e Borebi);3. Arroio do Pilintra.

Município de Borebi4. Córrego da Anta; 5. Arroio São José;6. Arroio do Coronel Leite;7. Córrego São Mateus;8. Arroio do Jacu;9. Arroio Vinte-e-Oito;10. Arroio do Matão;11. Arroio dos Cochos.

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Município de Lençóis Paulista12. Córrego da Estiva (Borebi e Lençóis Paulista); 13. Ribeirão do Faxinal;14. Córrego da Graminha;15. Córrego das Posses;16. Córrego Caraguatá;17. Córrego da Limeira.18. Arroio Água do Sossego; 19. Arroio do Marimbondo; 20. Córrego do Corvo Branco; 21. Ribeirão da Prata; 22. Córrego do Boqueirão;23. Córrego do Passinho;24. Arroio São José;25. Arroio do Caetê;26. Arroio da Liberata;27. Arroio da Santa Maria;28. Córrego da Cachoeirinha;29. Arroio Água do Caju;30. Ribeirão da Barra Grande;31. Córrego da Pirapitinga;32. Arroio do Macedo;33. Arroio da Januária;34. Arroio do Chico Dutra;35. Arroio do Brandão;

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37. Arroio do Tangerino;38. Arroio da Marrequinha;39. Ribeirão da Fartura;40. Córrego da Bocaina;41. Arroio da Preguiça;42. Arroio do Corguinho; 43. Arroio Água da Coruja; 44. Córrego Água da Lontra; 45. Arroio do Cateto; 46. Córrego da Boa Vista / Violeta;

Município de Macatuba 47. Córrego da Jurema.

Município de Areiópolis48. Ribeirão da Areia Branca (Areiópolis e Lençóis

Paulista);49. Córrego Barra Mansa;50. Arroio da Aguinha;

Município de São Manuel52. Ribeirão Paraíso (São Manuel, Areiópolis e

Igaraçu do Tietê); 53. Córrego Santo Antônio;54. Arroio Santa Valeriana;55. Arroio Santo Antônio (São Manuel e Igaraçu do

Tietê).

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Fator de contribuição hídrica por municípioFonte: Estudos do autor

O município de Lençóis Paulista concorre com 58% de todo o fator de contribuição hídrica ao rio Lençóis. Os municípios de Agudos, Borebi, Areiópolis, Macatuba, São Manuel e Igaraçu do Tietê respondem pelos 42% restan-tes. O município de Igaraçu do Tietê é um contribuinte do fator apenas de forma compartilhada.

Circunscrição da bacia do rio Lençóis por município

Agudos – 40 quilômetros de perímetro; Borebi – 41 quilômetros de perímetro; Lençóis Paulista – 107 quilô-metros de perímetro; Macatuba – aproximadamente 25 quilômetros de perímetro; São Manuel – 89 quilômetros de perímetro; garaçu do iet – 15 quilômetros de perí-metro e Areiópolis – o único município do sistema hidro-

L uma área total de 85 quilômetros quadrados.

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Microbacias hidrográficas por municípioFonte: Estudos do autor

Agudos

rio Lençóis

rio Batalha

rio Turvo

ribeirão Pederneiras

ribeirão dos Patos

Borebi

rio Lençóis

rio Claro

Lençóis Paulista

rio Lençóis

rio Claro

ribeirão dos Patos

Macatuba

rio Lençóis

rio Tietê

ribeirão dos Patos

Areiópolis

rio Lençóis

São Manuel

rio Lençóis

rio Araquá

rio Tietê

rio Claro

Igaraçu do Tietê

rio Lençóis

rio Tietê

L

As primeiras negociações para recuperar as nascen-tes partiram da Prefeitura de Lençóis Paulista através do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), em 2006, po-rém a primeira tentativa foi malsucedida, devido ao pro-blema de jurisdição do poder público de Lençóis Paulista, pois o município não tinha legalidade de intervenção em outro município para executar o projeto.

Considerando-se o valor histórico e cultural das nascentes, uma vez que a contribuição hídrica da região

-to da cidade de Lençóis, buscou-se desenvolver um pro-jeto que fosse capaz de interagir com todos os setores da sociedade.

A situação da área era crítica e precisava urgente-mente de uma intervenção na tentativa de solucionar ou amenizar o problema de assoreamento e extinção das nascentes.

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Concepção do projeto

concebido no início de 2007 com o objetivo de recuperar a área das nascentes do rio localizadas na chácara Primave-ra, no município de Agudos.

As primeiras negociações para iniciar a contextuali-zação do projeto partiram do consenso entre a Prefeitura de Lençóis Paulista e o Instituto Ambiental Nossa Terra.

Parceria

Várias empresas que possuem políticas de sustenta-bilidade nos seus negócios foram convidas para compor a parceria multissetorial, que envolveu todos os setores da sociedade e foi determinante para o sucesso do projeto.

O projeto iniciado em 2007 foi administrado pelo Instituto Ambiental Nossa Terra em parceria com orga-nizações públicas e privada, como: Duratex S/A, Grupo Lwart, Monsanto do Brasil, Unibrás Agro Química e Prefei-tura de Lençóis Paulista.

Planejamento

O planejamento foi um instrumento muito valioso e -

ração e implantação do projeto, diminuindo, assim, as pos-síveis falhas e aumentando os resultados positivos.

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Anúncio da recuperação das nascentes do rio Lençóis Fonte: Jornal da Cidade, de Bauru em Setembro de 2007

O risco avaliado de o projeto ter resultados frustra-dos era considerado altíssimo na época da implantação, devido principalmente à concessão da anuência do pro-prietário da chácara Primavera.

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O projeto-piloto teve de ser muito bem elaborado, pois outras tentativas de implantação já haviam sido feitas por parte do poder público e de instituições ambientalis-tas, com resultados frustrantes na tentativa de iniciar a re-cuperação das nascentes.

Os custos e a viabilidade de implantação eram consi-derados relativamente altos e politicamente impossíveis, pois as nascentes pertencem a um rio que é usado pela, cidade de Lençóis Paulista, embora estejam localizadas em um município (Agudos) que não utiliza suas águas.

Área das nascentes antes da implantação do ProjetoFoto: acervo do autor

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Esses resultados frustrantes anteriores para recuperar as nascentes do rio Lençóis ocorreram principalmente pela falta de adoção de políticas multissetoriais convergindo os poderes públicos, a iniciativa privada e instituições ambien-talistas para agregar valores socioambientais aos projetos.

As probabilidades de o projeto nem sair do papel eram de 90%; com a concessão da anuência do proprietário da chá-cara Primavera, no município de Agudos, o risco do projeto ainda era considerado alto, estimado em 80% de não ter sucesso de implantação devido à logística, aos tratos silvi-culturais e às manutenções periódicas da área. (sic)11.

Execução do projeto

No mês de setembro de 2007, representantes dos setores públicos de Lençóis Paulista e de Agudos, das em-

L P o primeiro plantio na chácara Primavera, em Agudos, de duas mil mudas de árvores nativas.

Durante três anos foi realizada a manutenção necessária do pós-plantio e os resultados foram altamente satisfa-tórios, atualmente os olhos d’água que formam o arroio que dá origem ao rio Lençóis estão completamente pro-tegidos, bem como, seu volume hídrico aumentou em dez vezes (sic)12.

11 AGUIAR, Sidney: Práticas de Políticas Socioambientais em Recuperação de Áreas Degradadas (2011).

12 Idem.

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Com a implantação do projeto, iniciou-se uma nova

da sociedade através da participação multissetorial.

Área das nascentes após a Implantação do ProjetoFoto: acervo do autor

Resultados

O processo de lixiviação e erosão do solo foi contido em 95% da área, com um aumento em cinco vezes do vigor hídrico. A vazão média de 0,600 mililitros por segundos

nascentes, em Agudos, tem contribuído para o isolamen-to e a proteção das Áreas de Preservação Permanentes

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121

(APPs), favorecendo o microclima local, a conservação do solo e de toda a biota da região.

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de Estadual Paulista (UNESP) de Botucatu. Tal projeto foi administrado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Lençóis Paulista (SAAE), promovendo um diagnóstico ambiental sobre o uso e ocupação do solo, na bacia do rio Lençóis no município de Lençóis Paulista, entre os anos de 2012 e 2013.

O diagnóstico ambiental apresenta uma situação atualizada do uso e ocupação do solo e suas variantes hi-drogeológicas,

A análise é precisa em relatar que dois terços das Áreas de Preservação Permanente (APPs) do rio Lençóis, correspondentes a 65,67%, encontram-se vegetadas ade-quadamente e apenas um terço, equivalente a 34,34%, en-contra-se em situação de degradação. Segundo o estudo, na maior área da bacia predomina a cultura de cana-de--açúcar, seguida por pastagens e silvicultura. Além disso, os dados mostram que o rio perdeu capacidade de drena-gem ao longo do tempo, sendo um dos fatores que o levam a transbordar em épocas de chuvas intensas.

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Comemorado no dia vinte três de novembro, a data foi criada em 2009, através da Lei municipal número 3976. A ocasião estimula a prática da conscientização de preser-vação e conservação do manancial, como forma de home-nagear o rio que empresta seu nome à cidade de Lençóis Paulista.

O projeto foi de autoria da Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista, na gestão da prefeita Isabel Cristina Cam-panari Lorenzetti13, através da iniciativa do professor Aíl-ton Jesus Dinardi14, que recolheu mais de duas mil e qui-nhentas assinaturas para formalizar a indicação através

15.

13 Pedagoga, regente de coral, exerceu o cargo de Diretora Municipal de Edu-cação e Cultura; é a primeira mulher eleita e reeleita prefeita de Lençóis Paulista.

14 P 15 Professor, historiador e escritor Lençoense, que exerceu um mandato de

vereador entre 2005 e 2008.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

B

Nos últimos anos o rio Lençóis tem obtido os maio-res índices de balneabilidade em todos os tempos, isto só é possível devido ao comprometimento de organizações

recursos hídricos, ao empenho governamental em adotar medidas de tratamento de esgoto aliadas a algumas inicia-

-

L -

no município de Agudos, o aumento das áreas de culti-

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pletamente substituído pelo multilateralismo, os resultados

- -

-

As populações urbanas devem conscientizar-se so-

bre suas responsabilidades em conservar os recursos hí-

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-branças, nossos momentos e as nossas contribuições, para

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CITAÇÕES POÉTICAS

“Rio dos Lençóis de neblina;Lembranças da minha saudade;

(Onélia Cardoso Canova, escritora lençoense, década de 1950)

L P rio limpo, como aquele que lhe inspirou o nome no

(Evandro Alberto Dalben, engenheiro, 2005)

Oh! Rio de Lençóis de águas caudalosas;P Recanto de tropeiro;História de um povo;L

(Sidney Aguiar, autor, 2009)

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Vislumbrando por entre as pedras, as águas sempre rolantes;

(Nelson Faillace, escritor lençoense, 2012)

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IMAGENS HISTÓRICAS

Antigo cais do porto Lençóis no início do século XXFoto: acervo público

O porto Lençóis localizava-se antigamente às mar-

P área se encontra submersa devido ao represamento do rio

-cilitar o desembarque de escravos e a logística da antiga

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Fazenda Porto Santa Amélia no município de MacatubaFoto: acervo público

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dos Lençóes L L

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Usina hidrelétrica Lençóis –1912Foto: acervo da CPFL – Energia

Vista inversa da usina hidrelétrica Lençóis antes de

dos geradores de energia elétrica, que seriam desembar- L

O nome da usina batizada como Lençóis, teria sido L

L

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Antiga usina hidrelétrica de São ManuelFoto: acervo da CPFL – Energia

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FICHA TÉCNICA DA OBRA

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aspectos culturais, sociais e econômicos do sistema hidro- L

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-

autor técnico e cronista técnico de jornal sobre sustentabi-

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132

o projeto na Alemanha como iniciativa de convergência

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DICIONÁRIO TÉCNICO

A�luente – mesmo que tributário – é o nome dado aos rios e cursos de

rea de Preservação Permanente APP – limites legais cobertos

Arenito -

Arroio -

Antrópico

Avefauna -

Bacia hidrográ�ica -

Balneabilidade – capacidade que um local tem em possibilitar o ba-nho e as atividades esportivas em suas águas, ou seja, é a qualidade

Barra -

Brauerei Schwechat Aktienges Ellschaf – antiga cervejaria europeia,

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Biota -

Calha

Circunscrição perímetro – medida do contorno de um objeto bidi-

Colina

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Córrego e a um rio em volume, medindo entre cinco e quinze quilômetros de

Curva de ível - -

ivisores de bacia – projeções geológicas que dividem as bacias hi-

renagem Criptorreica

renagem Super�icial

Erosão

Espigão

o

r s

rota

olding -

idrobiológicas

ctiofauna

ngreme

acutinga -

usante -

Lacustre, Lago ou epresa

Limnometria –

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Li iviação

Microbacia

Microclima -

Mililitro

Montante – em hidráulica, é o lado da nascente de um rio, lado oposto

ascente ou lhos d gua

Pressão ídrica

Pluvial

Range – palavra derivada do inglês Long Range -

ibeirão ibeiro -

io

Serra -cados a escarpas assimétricas, possuindo uma vertente e outra menos

Sinuosidade – qualidade ou estado do que é sinuoso; tortuosidade,

Silvicultura – ciência dedicada ao estudo dos métodos naturais e arti-

Sistema idrográ�ico – subconjunto de rios pertencente a uma bacia

apera

ransposição

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ransbordo

urbilhonamento

ale

ertedouro

ona de A�loramento -

ona de Estrangulamento

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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L L P P L P L L P L L -

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139

REP T EIS DO RIO LENÇÓIS

ome Cientí�ico Constrictor amarali.

corr ncia na bacia hidrográ�ica

Características é uma serpente mui-

segue comer animais de grande porte,

C

ome Cientí�ico Mauremys caspica.

corr ncia na bacia hidrográ�ica toda

Características

Algumas vezes, o pescoço do cágado che-ga a ter o mesmo comprimento que sua

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Serra dos Agudos no município paulista de Marília

SERRA DOS AGUDOS

vinte metros d P - L

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No município de Agudos, era conhecida como serra da Jacutinga, no município de Marília é chamada de serra

P -

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Rio Lençóis, sob a “ponte velha” de Igaraçu do Tietê e Macatuba Foto: Glauco Tonello

O VALE DO TIETÊ

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EDITORA E GRÁFICA LTDA.Rua Júlio de Castilhos, 1.138CEP 03059-005 - São Paulo - SPTels. 11 3628-2144 - 2618-2461e-mail: [email protected]

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SIDNEY AGUIAR

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2014

Neste livro, você conhecerá as histórias de uma das mais importantes bacias hidrográ�icas do interior do Es-tado de São Paulo, informando-se sobre seus aspectos técnicos, históricos, culturais e econômicos do rio que empresta seu nome à cidade de Lençóis Paulista.

Agudos, Borebi, Lençóis Paulista, Macatuba, Areió-polis, São Manuel e Igaraçu do Tietê têm suas histórias ligadas ao rio e seus a�luentes.

Casos sobrenaturais, famílias, con�litos políticos, empreendedorismo, conservação ambiental e inspira-ções, que atravessaram gerações e �icaram registrados na memória de muitos moradores antigos, autoridades e técnicos.

Os problemas ambientais enfrentados ao longo de mais de um século e meio de degradação, as melhorias ambientais nas últimas décadas e as grandes catástrofes naturais registradas ao longo dos tempos.

Boa Leitura!

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