Rio de Janeiro, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189 BOLETIM · 2020. 3. 4. · Rio de Janeiro, ano...

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Rio de Janeiro, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189 Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – Estadual Rio de Janeiro (SOBED-RJ) Rua da Lapa, n° 120, salas 309 a 311, Lapa, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20021-180 Telefones: (21) 2507-1243 | Fax: (21) 3852-7711 | www.sobedrj.com.br | [email protected] ÓRGÃO INFORMATIVO SOBED-RJ Edição mensal BOLETIM informativo A diretoria da SOBED-RJ comunica a seus associados que as reuniões científicas da entidade em 2015 serão realizadas na Casa de Saúde São José, no Humaitá. A primeira sessão do ano será no dia 2 de março, segunda-feira, a partir das 19h, que contará com apresentação de casos clínicos pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ) e palestra sobre Lesões Serrilhadas do Cólon, com a Dra. Maria Aparecida Ferreira, médica endoscopista do HCI/INCA e especialista em Endoscopia Digestiva pela SOBED, e com o Dr. Heinrich Bender Kohnert Seidler, médico patologista 1ª reunião científica de 2015 da SOBED-RJ será no dia 2, na Casa de Saúde São José gastrointestinal, com formação em Patologia pela Tokyo Medical and Dental University, professor de Patologia da Universidade Católica de Brasília e Universidade de Brasília e diretor do Laboratório Brasiliense. A moderação ficará a cargo do presidente da SOBED-RJ, Dr. Ronaldo Taam. A Casa de Saúde São José fica na Rua Macedo Sobrinho, 21, no Humaitá. CLASSIFICAÇÃO DO MÊS Tipo Hiperplásico Adenoma tubular Carcinoma com invasão intramucosa até submucosa superficial Carcinoma com invasão submucosa profunda A 80% 20% B 79,7% 20,3% C1 46,7% 42,2% 11,1% C2 45,5% 54,5% C3 100% Relação entre os achados na magnificação de imagem com NBI e histológicos (Kanao et al. (2009) Bibliografia: TAMAKI, Toru; et al. Computer-aided colorectal tumor classification in NBI endoscopy using local features. Medical Images Analysis, n.17, p.78- 100,2013. Traduzido do original em inglês por Dra. Yolanda Tolentino, Dra. Priscila Pollo, Dr. Rodrigo Dias e Dra. Viviane Fittipaldi.

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Rio de Janeiro, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – Estadual Rio de Janeiro (SOBED-RJ)Rua da Lapa, n° 120, salas 309 a 311, Lapa, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20021-180

Telefones: (21) 2507-1243 | Fax: (21) 3852-7711 | www.sobedrj.com.br | [email protected]ÓRGÃO INFORMATIVO SOBED-RJ Edição mensal

BO LET IMinformativo

A diretoria da SOBED-RJ comunica a seus associados que

as reuniões científicas da entidade em 2015 serão realizadas na

Casa de Saúde São José, no Humaitá.

A primeira sessão do ano será no dia 2 de março,

segunda-feira, a partir das 19h, que contará com apresentação

de casos clínicos pelo Hospital Universitário Clementino Fraga

Filho (UFRJ) e palestra sobre Lesões Serrilhadas do Cólon, com a

Dra. Maria Aparecida Ferreira, médica endoscopista do

HCI/INCA e especialista em Endoscopia Digestiva pela SOBED, e

com o Dr. Heinrich Bender Kohnert Seidler, médico patologista

1ª reunião científica de 2015 da SOBED-RJ será no dia 2, na Casa de Saúde São José

gastrointestinal, com formação em Patologia pela Tokyo Medical and Dental University, professor de Patologia da

Universidade Católica de Brasília e Universidade de Brasília e diretor do Laboratório Brasiliense. A moderação ficará a cargo

do presidente da SOBED-RJ, Dr. Ronaldo Taam. A Casa de Saúde São José fica na Rua Macedo Sobrinho, 21, no Humaitá.

CLASSIFICAÇÃO DO MÊS

Tipo Hiperplásico Adenoma

tubular

Carcinoma com invasão intramucosa até submucosa

superficial

Carcinoma com invasão submucosa

profunda

A 80% 20%

B 79,7% 20,3%

C1 46,7% 42,2% 11,1%

C2 45,5% 54,5%

C3 100%

Relação entre os achados na magnificação de imagem com NBI e histológicos (Kanao et al. (2009)

Bibliografia: TAMAKI, Toru; et al. Computer-aided colorectal tumor classification in NBI endoscopy using local features. Medical Images Analysis, n.17, p.78-100,2013.

Traduzido do original em inglês por Dra. Yolanda Tolentino,

Dra. Priscila Pollo, Dr. Rodrigo Dias e Dra. Viviane Fittipaldi.

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ÍNDICE

2

PALAVRAS DA PRESIDÊNCIA

Dr. Ronaldo Taam

parceiras de longas jornadas, como a Boston Scientific e E.Tamussino (Wilson Cook), já sinalizaram que

continuarão a prestigiar a nossa sociedade. O Sicredi, antiga Unicredi, também continuará o seu patrocínio e

estuda uma maior participação.

Em relação à árdua batalha sobre honorários médicos e valores para os procedimentos da especialidade, o

avanço conseguido foi uma proposta do grupo das UNIDAS. Os valores foram levados para a Câmara Técnica em

Endoscopia e deveremos fazer uma contraproposta. Estamos tentando agendar uma reunião com a UNIMED e

aguardamos as respostas dos colegas da Amil.

A prova prática para o Título de Especialista foi realizada no início de fevereiro e transcorreu de modo

exemplar. Constatamos um baixo índice de filiação dos candidatos à SOBED, o que acreditamos que ocorra pelo

objetivo de associação como titular após os resultados das provas. Vale ressaltar que a sociedade será mais forte e

terá maior poder de negociação quanto maior e mais efetiva for a participação de seus associados.

página 1 REUNIÃO CIENTÍFICA DE MARÇO | CLASSIFICAÇÃO DO MÊS

página 2 PALAVRAS DA PRESIDÊNCIA

página 3 PÓLIPOS SERRILHADOS: O ELO PERDIDO

página 9 RESIDÊNCIA MÉDICA EM ENDOSCOPIA

GESTÃO 2014 - 2016

presidente RONALDO TAAM

vice-presidente LUIZ ARMANDO RODRIGUES VELLOSO

1ª secretária LILIAN MACHADO SILVA

2ª secretária PAULA PERUZZI ELIA

1º tesoureiro FLAVIO ABBY

2º tesoureiro JOÃO CARLOS DE ALMEIDA SOARES

página 8 PRÓXIMOS EVENTOS

O início do ano está marcado por mudanças que se fizeram necessárias em função

do cenário econômico de incertezas.

As nossas reuniões científicas foram transferidas do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

para a Casa de Saúde São José. Elas representam um ponto de honra nas atividades da

SOBED RJ e seriam mantidas a qualquer custo. Contamos com a colaboração da direção da

Casa de Saúde São José, a quem de público agradecemos, para que elas fossem realizadas

nos moldes habituais.

As negociações com os patrocinadores estão sendo feitas e algumas empresas

página 7 CASO CLÍNICO DO MÊS

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www.sobedrj.com.br

INTRODUÇÃO

Os pólipos serrilhados representam mais de

um terço dos pólipos colorretais. Até 1996, os pólipos

hiperplásicos (PH) eram os únicos pertencentes a

esta categoria. O potencial neoplásico das lesões de

m o r f o l o g i a s i m i l a r e d i t a s m i s t a s e r a b e m

estabelecido desde o começo dos anos 90[1]. Os

mecanismos moleculares de carcinogênese dos

a d e n o m a s s e r r i l h a d o s s ã o d i f e r e n t e s . D e

diagnóstico difícil, eles necessitam de atenção

p a r t i c u l a r p e l o s e n d o s c o p i s t a s e

anatomopatologistas, visto que a subestimação de

sua frequência e de seu potencial evolutivo poderia

explicar o aparecimento de alguns casos de câncer de

intervalo.

DEFINIÇÃO E FREQUÊNCIA

Os pólipos serrilhados pertencem a um grupo

heterogêneo de lesões epiteliais cuja definição é

morfológica. Eles se caracterizam por uma aparência

serrilhada ou fenestrada ou dentada das criptas

epiteliais[2]. Esses aspectos não pré-determinam

sua natureza hiperplásica ou adenomatosa nem a

presença de displasias. A última classificação da OMS

publicada em 2010 distingue três tipos de pólipos

serrilhados:

Ÿ Os PH que nunca desenvolvem displasias;

Ÿ Os pólipos/ adenomas serrilhados sésseis (P/AFS) ;

Ÿ Os adenomas serrilhados tradicionais (AFT), em

geral pediculados, que são os mais raros [3].

Cada uma dessas lesões está associada a uma

localização preferencial, em mais de 80% dos casos:

distal para PH e AFT, proximal (colon direito) para os

P/AFS [2]. Globalmente, a diferença entre estes três

subt ipos cons i ste na loca l i zação da zona de

proliferação no centro das criptas fenestradas [4]. No

caso dos PH, esta zona de proliferação se situa na

base das criptas de maneira idêntica à mucosa

normal. Ela é deslocada para a lateral das criptas nos

P/AFS, resultando na dilatação das suas bases. No

caso dos AFT, a zona de proliferação é representada

por múltiplas pequenas ectopias crípticas nos

b o r d o s l a t e r a i s d a s c r i p t a s o r i g i n a i s . E s s a

classificação deveria substituir os termos mais

antigos como «adenoma denteado » ou « pólipo

misto ». Do mesmo jeito, o termo polipose serrilhada

subst itui na c lass i f icação da OMS, aquele de

polipose hiperplásica. Esta entidade é definida pela

presença de pelo menos um dos três seguintes

critérios:

Ÿ No mínimo cinco pólipos serrilhados proximais (a

montante do sigmoide) dos quais dois ou mais

medindo mais que 10 mm de diâmetro;

Ÿ Pólipo serrilhado proximal em pacientes com

antecedentes fami l iares de pr imeiro grau de

polipose serrilhada;

Ÿ Acima de 20 pólipos serrilhados, independente do

tamanho ou localização[3].

Não se dispõe de seguimento prospectivo

sobre evolução desses pacientes. A frequência da

polipose serrilhada poderia ser da ordem 1/150 em

p a c i e n t e s q u e r e a l i z a m a c o l o n o s c o p i a d e

rastreamento [5]. Em estudo retrospectivo, o risco

de câncer colorretal foi estimado em 7% em cinco

anos após o diagnóstico de polipose serrilhada[6].

Em séries de casos de autópsia, a avaliação da

prevalência de pólipos serrilhados na população

geral situa-se entre 13 e 40%, correspondendo, na

grande maioria dos casos, à PH [7,8]. A terminologia

e classificação dessas lesões foram amplamente

modificadas ao longo dos últimos anos e é difícil

obter uma ideia precisa da epidemiologia dos

d i ferentes subt ipos baseando-se em estudos

antigos. Os AFT representam menos de 1% de todos

os pólipos colônicos acometendo tanto as mulheres

como homens [9]. Eles são amplamente ligados ao

tabagismo. Os P/AFS são mais frequentes, estimados

entre 1 e 9% de todos os pólipos, e presentes em

cerca de 0,6% e das colonoscopias de rastreamento

em pacientes com risco intermediário[10]. Seus

principais fatores de risco são a idade, sexo feminino,

tabagismo e obesidade.

O TA B A G I S M O E A O B E S I D A D E : V I A S D E

CARCINOGÊNESE DO CÓLON

As três principais vias de carcinogênese que

f o r a m d e s c r i t a s n a s l e s õ e s c o l o r r e t a i s

compreendem: as instabilidades cromossômicas,

PÓLIPOS SERRILHADOS: O ELO PERDIDO

P. BULOIS; Serrated Polyps: the Missing Link.Acta Endosc. (2014) 44:410-413. DOI 10.1007/s10190-014-0405-x.

BOLETIM SOBED-RJ, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189

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a q u e l a s d o s m i c r o s a t é l i t e s ( M S I ) e a d e

hipermetilação das i lhotas CpG do DNA(CIMP)

[11,12]. Mesmo que essas anomalias possam estar

presentes simultaneamente, em graus diversos, no

mesmo tumor, esta classificação molecular permite

d i s t i n g u i r c a ra c t e r í s t i c a s c l í n i c a s p ró p r i a s :

e p i d e m i o l o g i a , d i s t r i b u i ç ã o t o p o g r á f i c a ,

prognóstico e resposta a tratamento. Ela se aplica

igualmente nas lesões clínicas pré neoplásicas. A

c a r c i n o g ê n e s e r e l a c i o n a d a a o s a d e n o m a s

serrilhados difere da via clássica própria aos outros

tipos de lesões adenomatosas [12]. Para os cânceres

resultantes de adenomas clássicos, as anomalias

moleculares mais frequentes são relacionadas às

mutações que ativam o gene APC, que inativam K-ras

e à s i n s t a b i l i d a d e s g e n é t i c a s a o n í v e l d o s

c r o m o s s o m o s ( f e n ó t i p o L O H , p e r d a d e

heterozigose) com fenótipo tumoral apresentando

e s t a b i l i d a d e d e m i c r o s s a t é l i t e s . A v i a d e

carcinogênese dos pólipos serrilhados está mais

associada à mutações que ativam o B-raf, CIMP e

instabilidade genética nos nucleotídeos (MSI). Os

adenocarcinomas resultantes desta via expressam

mais frequentemente o fenótipo MSI-H(tabela 1). Os

mecanismos moleculares são similares àqueles

encontrados no curso do câncer que se desenvolve

no contexto do HNPCC.

IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO DOS CÂNCERES

DE INTERVALO

O papel protetor da colonoscopia em relação

ao câncer colorretal está bem estabelecido para as

lesões distais, e menos para as neoplasias proximais

[13]. Aproximadamente dois terços dos cânceres de

intervalo estão situados no colon proximal[14]. As

anomalias moleculares do tipo MSI e CIMP são mais

encontradas entre as neoplasias de intervalo, suas

frequências foram multiplicadas por três nesta

s i tuação [14,15]. Esses argumentos indiretos

4

sugerem o papel dos pó l ipos serr i lhados no

a p a re c i m e n t o d e s s a s l e s õ e s . O d i a g n ó st i c o

endoscópico dos P/AFS é difícil. Eles representam

igual d i f iculdade para anatomopatologistas :

m o d i f i c a ç õ e s r e c e n t e s d a c l a s s i f i c a ç ã o ,

multiplicidade de critérios diagnósticos e vieses

ligados à orientação das amostras de fragmentos

enquanto apenas biópsias simples são realizadas

[11]. Um trabalho prospectivo recente estudou

e s p e c i f i c a m e n t e o s p ó l i p o s s e r r i l h a d o s n a

população de risco intermediário submetida à

colonoscopia de rastreamento: 7 192 pacientes com

4 335 pólipos, dos quais 46 P/AFS [16].

A taxa de detecção de P/AFS diagnosticados

para 100 pacientes teve grande variabilidade tanto

entre diferentes endoscopistas (de 0 à 2,2 ; p = 0,02)

como entre os anatomopatologistas (de 0 à 4 ; p <

0,001). Essas variabilidades ilustram as dificuldades

do diagnóst ico destas lesões e sugerem uma

subestimação de sua frequência real. A cronologia

da carcinogênese dos P/AFS é provavelmente

diferente daquela das outras lesões pré neoplásicas

do colon e reto [17]. Os pólipos serrilhados poderiam

permanecer muito tempo benignos, durante 10 a 15

anos, antes de acumularem mutações genéticas e

epigenéticas suficientes para se transformar em

adenocarcinomas. Uma vez esse processo sendo

deflagrado, a evolução poderia ser acelerada,

sobretudo dev ido à f requênc ia de mutações

indutoras do fenótipo MSI.

DETECÇÃO, TRATAMENTO E SEGUIMENTO

Os pól ipos serr i lhados são def in idos e

considerados nas recomendações da HAS que foram

recentemente publicadas sobre o seguimento

colonoscópico após polipectomia [18].

Detecção :

As características dos pólipos serrilhados

BOLETIM SOBED-RJ, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189

12TABELA 1 Carcinogênese serrilhada e carcinogênese clássica ( Buecher et al, )

Via dos pólipos serrilhados Via dos adenomas clássicos

Lesões iniciais Adenomas serrilhados clássicos

Adenomas serrilhados tradicionais

Pólipos adenomatosos planos, sésseis ou

pediculados

Anomalias moleculares Mutações ativadoras de B-raf

CIMP

Fenótipo MSI

Mutações inativadoras do gene APC

Mutações ativadoras do K-ras

Fenótipo LOH

Fenótipo tumoral Adenocarcinomas proximais de fenótipo Adenocarcinomas de fenótipo MSS

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estão resumidas na tabela 2 [19,20]. O aspecto típico

de PH é aquele de uma lesão de pequeno tamanho,

retos igmoidiana, p lana ou séss i l . Os AFT são

geralmente mais volumosos, às vezes pediculados,

endoscopicamente s imi lares aos pól ipos não

serrilhados. O rastreamento e a caracterização dos

P/AFS são mais difíceis. Frequentemente planos e da

m e s m a c o l o r a ç ã o q u e a m u c o s a n o r m a l

c i rcunjacente, e les são na maior ia dos casos

recobertos por uma camada de muco que os torna de

coloração ferrugem ou amarelada na iluminação

branca e vermelha na coloração eletrônica [21]. A

lavagem desta camada de muco não deve ser

realizada antes de precisar a topografia dessas lesões

visto que podem ser particularmente difíceis de

localizar. Em estudo prospectivo consagrado sobre

os aspectos endoscópicos dos P/AFS e sobre 158

l e s õ e s , Ta d e p a l l i e a l [ 2 2 ] i d e n t i f i c a ra m a s

características seguintes: camada de muco (64 % dos

casos), bordas marcadas por resíduos ou bolhas

(52%), alterações dos contornos e bordas (37 %) e

desaparecimento de marcas vasculares subjacentes

(32 %).

Na medida em que sua diferença arquitetural

se situa na parte profunda das criptas, é difícil

distinguir endoscopicamente os PH dos P/AFS pela

análise de sua superfície. Em trabalho recente, os

autores sugerem a introdução da classificação de

padrão de pits de Kudo, um subtipo II-O que se

c a ra c t e r i z a r i a p e l a s c r i p t a s m a i s a b e r t a s e

arredondadas que o tipo II clássico [23]. Esse aspecto

seria pouco sensível, mas específico para os P/AFS e

correlacionados com a presença de mutações B-raf e

de CIMP. Na prát ica , todo pól ipo de aspecto

serrilhado com mais de 10 mm e/ou situado à

montante do colon sigmoide deve ser ressecado e

a n a l i s a d o , m e s m o q u e s u a s c a ra c t e r í s t i c a s

morfológicas sugiram PH. Nenhuma técnica de

imagem endoscópica (cromoendoscopia, coloração

eletrônica ou autofluorescência) acrescentou

eficácia na otimização da detecção de pólipos

serri lhados [21]. No entanto, o interesse pela

c romoendoscop ia merece ser reava l iado em

paralelo ao desenvolvimento dos endoscópios de

alta definição conforme sugerido pelo trabalho de

Pohl e al [24].

TRATAMENTO

O tratamento endoscópico dos pól ipos

serrilhados não apresenta nenhuma especificidade,

além das dificuldades de delimitar as margens das

lesões mais planas. Isto pode ser facilitado pela

cromoendoscopia, coloração eletrônica ou injeção

submucosa de contraste. A ressecção por alça fria, a

mucosectomia e a dissecção submucosa permitem

recuperar material anatômico possibilitando análise

anatomopatológica completa. Elas devem ser

preferidas em relação a ressecção com pinça ou

através de técnicas de destruição. A escolha da

modalidade de tratamento depende da localização,

da forma e do tamanho do pólipo. Em caso de

impossibilidade ou de insucesso no tratamento

endoscópico, a conduta cirúrgica deve ser discutida.

SEGUIMENTO

Segundo as recomendações recentes da HAS,

o seguimento dos pólipos adenomatosos serrilhados

após ressecção completa segue a mesma regra dos

adenomas clássicos com dois níveis de r isco:

controle em cinco anos na ausência de displasia e

controle em três anos em caso de d isp las ia ,

independente do grau, considerando o pólipo como

de alto rico. Nos PH, o controle de 5 anos só é

recomendado em pólipos de 10 mm ou localizados

acima do sigmoide. É aconselhável sensibilizar os

anatomopatologistas para confirmação da natureza

hiperplásica e não ignorar adenomas serrilhados.

Enfim, os PH inferiores a 10 mm e localizados

distalmente no retosigmóide não são objetos de

controle sistemático.

CONCLUSÃO

Os pólipos serrilhados representam mais de

um terço dos pólipos colorretais.As modificações

recentes da nomenclatura conduzem atualmente ao

abandono dos termos antigos de pólipos mistos ou

de adenomas serrilhados em preferência aos termos

de PH, AFT e P/AFS. Excetuando-se os PH, eles têm

potencial neoplásico bem documentado e através de

mecanismos moleculares diferentes daqueles

implicados nos adenomas tradicionais, podendo

explicar seu papel no surgimento do câncer de

i n t e r v a l o . A d e t e c ç ã o d e p ó l i p o s /a d e n o m a s

s e r r i l h a d o s é a l g u m a s veze s , d i f í c i l p a ra o s

endoscopistas e para os anatomopatologistas, que

devem se apropriar de critérios histológicos para

conduzir a um diagnóstico comfiável e reprodutível.

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BOLETIM SOBED-RJ, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189

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www.sobedrj.com.br BOLETIM SOBED-RJ, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189

Após ressecção endoscópica de P/AFS e AFT, as regras

de seguimento pela colonoscopia foram objeto de

recente atualização com controle em três anos ou

cinco anos de acordo com a presença ou não de

displasia.

CINCO PONTOS PRINCIPAIS

Ÿ Os pólipos serrilhados (segundo classificação da

OMS 2010) constituem três tipos de lesões: os

pól ipos hiperplás icos que jamais apresentam

displasia, os adenomas/pólipos serrilhados sésseis

f re q u e nte s n o co l o n d i re i to e o s a d e n o m a s

serrilhados tradicionais, em geral pediculados, os

quais são os mais raros;

Ÿ O mecanismo de carcinogênese dos adenomas

serrilhados é diferente daquele da via clássica

adenoma/adenocarcinoma. Assim, um adenoma

serrilhado, independente do grau de displasia, é

atualmente considerado como pólipo de alto risco

necessitando de seguimento em três anos (HAS

2013);

Ÿ A s u a d e t e c ç ã o é , p o r v e ze s , d i f í c i l p e l o s

endoscopistas e pelos anatomopatologistas que

devem conhecer os critérios histológicos destas

l e s õ e s a f i m d e u m d i a g n ó s t i c o c o n f i áv e l e

reprodutível ;

Ÿ Todos os pólipos de aspecto serrilhado de mais de

10 mm e/ou situados acima do retosigmóide devem

s e r r e s s e c a d o s d e m a n e i ra à o b t e r a n á l i s e

anatomopatológica completa;

Ÿ As novas recomendações (HAS 2013) estão

disponíveis no intuito de otimizar o seguimento após

re s s e c ç ã o d e sta s l e s õ e s q u e p o d e r i a m s e r

responsáveis por uma fração importante dos

cânceres de intervalo.

REFERÊNCIAS:1 Longacre TA, Fenoglio-Preiser CM. Mixed hyperplasticadenomatouspolyps/serrated

adenomas: a distinct form of colorectal neoplasia. Am J Surg Pathol 1990;14:524–37. 2.

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Traduzido do original em francês, por Dra.

Yolanda Tolentino, Dr. Rodrigo Dias,

Dra. Viviane Fittipaldi e Dra. Priscila Pollo.

Tabela 2TABELA 2 Características endoscópicas dos pólipos serrilhados

Pólipo hiperplásico Adenoma serrilhado tradicional Pólipo/adenoma serrilhado séssil

Localização preferencial Distal Distal Proximal

Características endoscópicas Plano ou séssil Séssil ou pediculado Plano ou séssil

Tamanho médio(mm) <5 >5 >5

Padrão de pit Tipo I ou II Tipo II ou III Tipo II ou II-O

Potencial de degeneração Ausente Presente Presente

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BSA, 20 anos, é encaminhada ao serviço de endoscopia para investigação de anemia e queda de vitamina

B12. Clinicamente, assintomática.

Associando as imagens endoscópica e tomográfica, fez-se o diagnóstico de Pâncreas Anular, uma

anomalia congênita de ocorrência rara, que consiste em uma porção de tecido pancreático circundando o

duodeno. A maioria dos pacientes permanece assintomática, como a do caso exposto. Nos casos sintomáticos,

pode haver síndrome de obstrução duodenal (distensão abdominal, vômitos), pancreatite, hemorragia

digestiva.

CASO CLÍNICO DO MÊSDra. Fabiana Sartore, Dra. Viviane Fittipaldi

Imagem 3 imagem tomográfica evidenciando pâncreas anômalo, envolvendo, em parte, o duodeno

Imagem 2 EDA 3 meses depois

Imagem 1 primeira EDA - nota-se abaulamento na segunda porção duodenal e pseudodivertículo bulbar

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