Rinascita formação e história dos instrumentos

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Rinascita Breve histórico instrumental. FLAUTA DOCE Sopranino, Soprano, Contralto, Tenor e Baixo A flauta é, provavelmente, um dos instrumentos mais antigos que se conhece. A asa de um abutre e presas de mamute serviu de matéria-prima para produzir os mais antigos instrumentos musicais do mundo, afirma um estudo da revista científica "Nature". São flautas encontradas em cavernas do sudoeste da Alemanha. As flautas de osso (a mais completa e bem preservada) e de marfim foram encontradas e analisadas e datam cerca de 35 mil anos. Os nomes padrões do século XX para flauta doce incluem: flûte a bec ou flûte douce (francês), blockflöte (alemão), flauto dolce, flauto a becco ou flauto diritto (italiano), flauta de pico (espanhol), flauta dulce (espanhol latino-americano). FLAUTAS MEDIEVAIS O instrumento mais antigo e completo conhecido é a chamada flauta doce de Dordrecht, pois foi encontrada próximo à Dordrecht e provavelmente data da época de ocupação do castelo (1335-1418). Esta "flauta doce medieval" é caracterizada pelo seu corpo estreito e cilíndrico. A segunda flauta doce medieval, mais ou menos completa, datada do século XIV foi reportado de Göttingen (norte da Alemanha) onde foi achada em uma latrina na Weender Straßer número 26 em 1987. É feita em duas partes e tem aberturas para sete dedos e o buraco do polegar, os buracos mais baixos são dobrados. É feita de madeira de frutas e seu bico está estragado, o que provavelmente explica por que estava descartada.

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Rinascita

Breve histórico instrumental.

FLAUTA DOCE

Sopranino, Soprano, Contralto, Tenor e Baixo

A flauta é, provavelmente, um dos instrumentos mais antigos que se

conhece. A asa de um abutre e presas de mamute serviu de matéria-prima

para produzir os mais antigos instrumentos musicais do mundo, afirma um

estudo da revista científica "Nature". São flautas encontradas em cavernas

do sudoeste da Alemanha. As flautas de osso (a mais completa e bem

preservada) e de marfim foram encontradas e analisadas e datam cerca

de 35 mil anos.

Os nomes padrões do século XX para flauta doce incluem: flûte a bec ou

flûte douce (francês), blockflöte (alemão), flauto dolce, flauto a becco ou

flauto diritto (italiano), flauta de pico (espanhol), flauta dulce (espanhol

latino-americano).

FLAUTAS MEDIEVAIS

O instrumento mais antigo e completo conhecido é a chamada flauta doce

de Dordrecht, pois foi encontrada próximo à Dordrecht e provavelmente

data da época de ocupação do castelo (1335-1418). Esta "flauta doce

medieval" é caracterizada pelo seu corpo estreito e cilíndrico.

A segunda flauta doce medieval, mais ou menos completa, datada do século

XIV foi reportado de Göttingen (norte da Alemanha) onde foi achada em

uma latrina na Weender Straßer número 26 em 1987. É feita em duas

partes e tem aberturas para sete dedos e o buraco do polegar, os buracos

mais baixos são dobrados. É feita de madeira de frutas e seu bico está

estragado, o que provavelmente explica por que estava descartada.

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FLAUTAS DA RENASCENÇA

A flauta doce como instrumento artístico

teve, provavelmente, origem na Itália do séc. XIV.

Durante o século XV fabricantes de instrumentos

começaram a produzir conjuntos de instrumentos

em diferentes tamanhos conhecidos como consort.

O primeiro método completo sobre o instrumento

foi A Fontegara publicado em Veneza em 1535. No

século XVII Praetorius descreveu a flauta em oito

tamanhos diferentes e o inventário do rei

Henrique VIII menciona 76 flautas doces em jogos

de 4 a 9 instrumentos, sem dúvida feitos e

afinados conjuntamente para música de consort.

As flautas doces desenvolvidas neste período

alcançaram seu apogeu em meados do século XVI

e ficaram conhecidas devido ao grande número de exemplos sobreviventes.

A Flauta Doce de Dordrecht A Flauta Doce de Göttingen

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FLAUTA BARROCA

Enquanto a música renascentista tinha uma forte tradição

vocal, a barroca dirigia-se a um estilo verdadeiramente

instrumental. Com isso, a flauta doce precisou de uma série de

modificações na construção para aumentar sua extensão e modificar seu

timbre.

No interior da França, na segunda metade do século XVII, a família

Hotetterre (família de músicos e construtores de instrumentos,

especialmente os de sopro) foi responsável pela divisão da flauta em 3

partes (cabeça, corpo e pé). Uma furação mais precisa possibilitou uma

escala cromática de duas oitavas e, finalmente, se alcançava as duas

oitavas e uma terça.

O período em que a flauta doce barroca atinge o seu apogeu compreende o

final do séc. XVII e o começo do séc. XVIII. Muitos compositores escreviam

para o instrumento e muitos construtores se especializavam na sua

fabricação. Nesta época temos também o surgimento de outras flautas

doces como, por exemplo, a flauta de voz ou flûte de voix.

O DECLÍNIO E O RENASCER DA FLAUTA DOCE

Com o nascimento da orquestra clássica, os compositores procuravam

instrumentos com maiores recursos dinâmicos. A flauta doce, que já por

volta de 1750 desaparecia do repertório de qualquer compositor, foi

substituída em popularidade pela flauta transversa.

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Durante um século e meio a flauta doce constou somente na história dos

instrumentos musicais. Por volta do final do século XIX alguns músicos,

através de suas pesquisas em música antiga e graças ao interesse desses

intérpretes em utilizar os instrumentos originais daquela época, voltaram a

ter contato com a família das flautas doces. Um dos principais iniciadores de

seu uso foi Arnold Dolmetsch (1858-1940) no Reino Unido, que junto a

outros estudiosos e intérpretes na Alemanha ajudaram a difundir o

instrumento. Como resultado de muita pesquisa, Dolmetsch conseguiu

construir um quarteto de flautas doces e tocá-las com sua família num

concerto histórico no Festival Haslemere em 1926. Essas flautas foram

copiadas e produzidas em série na Alemanha e algumas modificações foram

feitas surgindo, então, o chamado dedilhado germânico. Em 1935 Edgar

Hunt introduzia o ensino de flauta doce nas escolas primárias inglesas.

Com o aumento do número de grandes intérpretes a flauta doce tornou-se

um instrumento de pesquisa. Sua técnica contemporânea utiliza diversos

recursos como, por exemplo, glissandos, dedilhados alternativos, vibratos,

multifônicos, harmônicos, frulatos, além de vários outros efeitos

possibilitando, assim, aos compositores contemporâneos escreverem

também para esse instrumento.

Referência Bibliográfica

PENA, Joaquín; ANGLÉS, Higinio. Diccionario de la música labor. Barcelona:

Editorial Labor, 1954, Tomo I, p.927-929.

SADIE, Stanley. Dicionário Grove de Música – edição concisa. Rio de

Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p.332.

SADIE, Stanley. The New Grove Dictionary of Music and Musicians. 2. ed.

New York: Oxford University Press, 2001, Vol. 21. p.37-53.

Texto de: Nathália Domingos