Revolução Tecnológica e o espaços periféricos

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Aluno: Vitor Menegasse Câmara Professora Orientadora: Julia Almeida Disciplina: Língua Portuguesa Curso: Geografia

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Aluno: Vitor Menegasse Câmara

Professora Orientadora: Julia Almeida

Disciplina: Língua Portuguesa

Curso: Geografia

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a problemática da ocupação desordenada das regiões periféricas nos grandes centros urbanos brasileiros constitui um assunto de grande polêmica devido à sua ligação com os diversos aspectos negativos das metrópoles nacionais.

Tais características são conseqüências diretas ou indiretas dos processos de evolução dos meios de produção e da tecnologia ligada aos setores industriais e agropecuários iniciados a partir da década de 1950 durante a denominada Terceira Fase da Revolução Industrial ou Revolução Tecnológica. Os avanços tecnológicos verificados durante as décadas seguintes permitiram a ampliação da produção industrial em escala planetária.

Contudo, essa evolução na tecnologia de produção contribuiu para processos como a mecanização da agricultura e para a elevação da automação nos setores industriais. Esses eventos estão ligados direta ou indiretamente com a massificação do êxodo rural, a partir da década de 1960, e para a diminuição do efetivo humano dentro das grandes indústrias.

Esta constitui a temática central deste trabalho, que procurará estabelecer a conexão entre a Revolução Tecnológica e a formação/reprodução dos espaços periféricos nas grandes cidades brasileiras.

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OBJETIVOS GERAISOBJETIVOS GERAIS

Procurar estabelecer a relação entre a evolução tecnológica da sociedade de mercado com os processos de ocupação, formação e reprodução das periferias e suas problemáticas relacionadas nas grandes metrópoles do Brasil.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOSOBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levantar todos os aspectos, características e peculiaridades dos espaços periféricos, estudando detalhadamente os seus processos de formação sob a ótica das condições atribuídas à

revolução tecnológica.

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METODOLOGIA

O presente trabalho foi elaborado com base em uma pesquisa feita a partir do texto “a Revolução Tecnológica e os espaços da exclusão social” do filósofo e jornalista austro-francês André Gorz.

Após a realização da pesquisa e elaboração do corpo central do trabalho, utilizou-se a ferramenta do Microsoft Office Power Point para a construção de uma apresentação de slides cujo objetivo foi demonstrar para os colegas de turma o assunto específico escolhido. A parte final ficou por conta da elaboração de um pôster eletrônico, para a apresentação do trabalho finalizado.

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De acordo com o filósofo e jornalista austro-francês André Gorz, ao observar todo o dinamismo econômico, revoluções e evoluções técnico-científicas e as relações de trabalho do mundo moderno, é impossível não observar também a produção e reprodução da miséria, da pobreza e do subdesenvolvimento de muitas nações do atual momento da

economia de mercado.

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Na compreensão de Gorz, o trabalho está inserido num sistema mais amplo, mais abrangente, a partir do qual se deve entender suas “metamorfoses”. O trabalho, tal como o entendemos hoje, deve sua natureza, suas funções e seus modos de organização, ao capitalismo. Não é possível pensar as transformações pelas quais está passando o trabalho, sem ter presente as dinâmicas do capitalismo e as características que este assume para manter, em tempos de mundialização, o controle sobre os trabalhadores.

Durante o processo de evolução tecnológica dos denominados “países desenvolvidos”, a corrida pelo acúmulo de capital (premissa maior da ideologia capitalista) fez com que os padrões técnicos e científicos da robótica, informática, mecânica, elétrica, microeletrônica, biotecnologia, mecatrônica, e dentre outros, atingissem patamares cada vez mais elevados.

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Todo esse desenvolvimento contribuiu, com o passar das décadas, para a modernização da sociedade e para o surgimento de várias características antagônicas do mundo moderno, devido principalmente à “economia do trabalho vivo”.

Esta “racionalidade econômica” acabou por instaurar uma crise da sociedade do trabalho onde a redução do efetivo humano e o emprego cada vez maior da automatização resultou em cortes de custos cada vez maiores (fatores estes ligados ao aumento do desemprego, favelização e crescimento da pobreza em países subdesenvolvidos) e consequentemente em elevação da lucratividade dos países capitalistas

centrais.

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Durante a segunda metade do século XX, o mundo foi testemunha de um amplo processo de automação ocorrido nas fábricas. A automação vem a ser algo qualitativamente diferente da simples mecanização.

Por mecanizaçãomecanização entende-se o trabalho físico realizado pelo homem por meio de uma máquina. Já a automaçãoautomação ocorre “quando a máquina realiza o trabalho humano, controlando as suas próprias operações e corrigindo os seus próprios erros”. Ou seja, a automação consiste “na substituição dos órgãos humanos de esforço, de memória e de decisão por órgãos tecnológicos”. A revolução tecnológica, na perspectiva de Gorz, é fundamental para que hoje possamos falar em mundialização.

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O conjunto de evoluções tecnológicas ligado à terceira revolução industrial acabou atingir a produção agrária em escala global. A incorporação da mecanização nas relações de trabalho no campo teve como principal propósito a elevação da produção de alimentos para atender à crescente demanda por comida em função de uma população humana cada vez mais crescente.

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Contudo Gorz enfatiza que a aplicação de tecnologias ligadas à produção agrária ficou muito centrada no desenvolvimento de atividades ligadas à monocultura de exportação, sobretudo de matérias e gêneros agrícolas necessárias ao sustento das indústrias de base (siderurgia, metalurgia, petroquímica) automobilística, farmacológica, de produção tecnológica, bélica, aeronáutica, e alimentícia das nações desenvolvidas.

Nos países subdesenvolvidos foi mantida, e inclusive incentivada pelos governos federais, uma estrutura fundiária baseada no latifúndio monocultor agro-exportador.

As grandes massas de camponeses que ficaram à margem da modernização do campo, que perderam seus empregos devido à crescente mecanização da agricultura ou que foram forçados a vender suas propriedades (devido à pesada e desleal concorrência com os grandes latifundiários que dispunham de capital e créditos frente ao governo federal) acabaram por migrar para os grandes centros em busca de novas perspectivas de trabalho.

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Esses processos ligados ao Êxodo Rural, verificados a partir das décadas de 1960 e 1970, contribuíram para o acelerado e desordenado crescimento dos centros urbanos em muitos países subdesenvolvidos.

A falta de preparação dos governos federais desses países aliada aos elevados preços dos terrenos situados próximos às sedes das grandes cidades, fez com que essas levas migratórias se

apropriassem de localidades nas periferias.

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A ocupação territorial desordenada e o crescimento das atividades informais e muitas vezes ligadas à criminalidade contribuiu para o surgimento das denominadas favelas ou bolsões de pobreza, onde segundo Gorz: “produzem-se, reproduzem-se e perpetuam-se as desigualdades sociais, fruto direto ou indireto da Revolução Tecnológica”.