Revolucao Chinesa
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7/17/2019 Revolucao Chinesa
http://slidepdf.com/reader/full/revolucao-chinesa-568c20289c22c 1/3
A revolução agrária desenvolvida na China é singular, não sendo previsto em nenhum
outro modelo ocidental, e isso se traduz, entre outras coisas, pela força que as massas
camponesas adquirem, pelas táticas de guerra e pelo modelo social proposto. No entanto,
pensar as especificidades dessa Revolução eige que, num primeiro momento, discutam!se as
raz"es do #ovimento que se encontram fundadas nas condiç"es pol$ticas e sociais
vivenciadas pela população chinesa desde o século %&%.
Correndo o risco de fazer uma análise simplista daquela estrutura social poder!se!ia
dizer que o 'stado chin(s constitu$a uma grande pir)mide cu*a +ase de sustentação era
composta pelo campesinato e em cu*o vértice estava o &mperador, so+ o qual se desdo+rava
um grande aparelho +urocrático, representado a n$vel local pelos mandarins, que assegurava o
controle e a manutenção do sistema.
A Revolução Chinesa resultou assim de dois movimentos a luta dos camponeses pela
terra e a luta do povo chin(s contra a presença estrangeira que impedia a construção de uma
unidade nacional. - primeiro estava relacionado com a eploração dos camponeses pelos
mandarins e os senhores de terra. or outro lado, no esforço de frear o avanço imperialista na
China surgem duas vertentes a primeira delas +aseou!se nas elites dominantes com o o+*etivo
de modernizar e reformar a sociedade e o 'stado/ a segunda +aseou!se nas massas
camponesas com o o+*etivo de derru+ar a dinastia dos 0ing, sendo que algumas assumiramum caráter anti!imperialista. 1ão eemplos dessa 2ltima vertente a 3uerra dos 4aiping e a
Revolta dos 5oers.
6e modo geral, essas forças não o+tiveram grande (ito, se*a porque mão
questionavam as principais contradiç"es da sociedade chinesa, se*a porque não foram capazes
de apresentar um pro*eto alternativo 7 situação pol$tica e social eistente. #esmo com a
implantação da Rep2+lica em 8988, não se resolve o pro+lema da unificação pol$tica na
China, de maneira que várias prov$ncias reivindicaram autonomia e passaram para o controlede grupos de pressão locais. 6epois de 8989, o movimento chin(s, conduzindo por forças
ur+anas, caracterizou!se pela formação da :rente ;nica, nas qual diferentes forças sociais
convergem a partir da definição de inimigos comuns os senhores de guerra e as pot(ncias
imperialistas.
Nesse cenário pol$tico, aparecem dois partidos o 3uomindang, formado por setores da
+urguesia e da <nova= classe média ur+ana, +uscou inspiração nos moldes democrático!
+urgueses da 'uropa ocidental e dos 'stados >nidos/ numa outra perspectiva, o artido
Comunista Chin(s ?CC@ procurou transplantar para a China a realidade dos sovietes de
etrogrado, cu*o <modelo= de revolução foi essencialmente ur+ano.
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Com a ruptura da :rente ;nica em 89B, em 1hangai, quando o 3uomindang,
temendo a radicalização das lutas sociais, alia!se 7s forças imperialistas e aos senhores de
guerra e ordena o massacre das lideranças sindicais e pol$ticas do CC, o movimento desloca
seu eio das cidades para o campo. 'stavam dados os primeiros passos para que a China
constru$sse seu prprio <caminho= de Revolução.
Num primeiro momento, seguindo as diretivas da &&& &nternacional, o CC aprovou
uma linha ofensiva +aseada na aliança operário!camponesa, porém, na prática, ao
campesinato é legado uma posição secundária. A situação era contraditria uma <área
li+ertada= essencialmente camponesa dirigida por quadros revolucionários fascinadas pelo
<modelo etrogrado= de revolução.
- insucesso do 'ército Dermelho diante da insist(ncia das lideranças do CC emmanter as táticas de guerrilha ur+ana os faz mudar suas orientaç"es. Na Confer(ncia de EunFi
em 89GH fica decidida a organização de uma marcha de ziguezagues, privilegiando a guerra
de movimento I A Jonga #archa. A mudança de tática não s contraria as diretivas da
&nternacional Comunista como tam+ém inaugura uma estratégia de com+ate prpria da China.
1o+ a liderança de #ao 4sé!tung e de seu grupo, os revolucionários finalmente começam a
trilhar um <caminho= de acordo com a situação concreta da China, predominando as
orientaç"es ela+oradas nas <+ases vermelhas=.0uando a Jonga #archa chega ao fim , o 'stado!#aior do 'ército Dermelho
empreende uma campanha de unificação da China contra o imperialismo *apon(s, defendendo
a reconstrução da :rente ;nica, o que ocorreu em 89GB, diante de concess"es I meramente
formais I dos dois partidos. 6essa vez, cada partido conservou completa independ(ncia
pol$tica e org)nica. No entanto, a aus(ncia de com+atividade dos <generais= do 3uomindang
em face da ofensiva *aponesa faz com que a população, pouco a pouco, se organizasse em
torno dos comunistas, que alargaram consideravelmente sua influ(ncia através das conquistacada vez maior de áreas li+ertadas.
A pequena cidade de Kanan , +ase central a partir da qual nasceram da demais +ases,
foi o s$m+olo maior do <caminho= chin(s de revolução. 'm Kanan, os comunistas lançaram as
+ases de uma nova sociedade, fundamentada numa Reforma Agrária fle$vel, numa pol$tica
democrática de alianças de classes I a Nova 6emocracia, formulada p #ao em 89LM,
defendia a eist(ncia de um poder nacional representativo dos interesses dos camponeses, dos
operários, da pequena +urguesia ur+ana e da +urguesia nacional I, e num sistema de vida em
que predominam os valores comunitários e o igualitarismo. Kanan representava a s$ntese das
eperi(ncias revolucionárias acumuladas, um verdadeira modelo social, pol$tico e ideolgico
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que, definitivamente, rompia com a <importação= de modelos revolucionários estranhos 7s
especificidades da China.
Na prática, a relação entre CC e 3uomindang s demonstrou que as conversaç"es e
os acordos que procuraram esta+elecer nunca passaram de formalismos, ou para atender 7s
diretivas da &nternacional Comunista ?no caso do CC@, ou para atender ao *ogo pol$tico da
3uerra :ria. 'm 89L, os comunistas romperam seus laços de compromisso com o
3uomindang e suas forças rece+eram a denominação de 'ército opular de Ji+ertação
?'J@, iniciando no ano seguinte uma ofensiva contra o regime do 3uomindang. Contando
com forte apoio popular, as forças do 'ército sa$ram vitoriosas, sendo em 89L9 proclamada a
Rep2+lica opular da China.
- 'ército opular correspondia ao perfil prprio traçado pela Revolução Chinesa,não apenas pelas táticas ofensivas I guerra de longa duração, cerco das cidades pelo campo,
progressão lenta do poder local ao poder central I , mas, so+retudo, pelo papel fundamental
que as forças camponesas adquire. Além das fileiras tradicionais, o 'ército contava com o
apio de outras organizaç"es pol$ticas formadas por *ovens e mulheres, além de sindicatos
profissionais e organizaç"es estudantis. A revolução agrária da China, +aseada no
campesitado e que tinha como principal instrumento o 'J, provava, portanto, na prática, a
via+ilidade de as massas se organizarem e terem suas reivindicaç"es atendidas, despertando aadmiração e