Revista vol.1 n. 1 jan.-jun.2012 [com ficha catalográfica].pdf
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Revista Fasem Cincias Vol. 1, n. 1, jan.-jun./2012
Ficha Catalogrfica
Biblioteca Dom Jos Chaves - Fasem
Revista Fasem Cincias: Revista Eletrnica de Cincias Humanas, Sade e Tecnologia da Faculdade Serra da Mesa. - v. 1, n. 1, jan.-jun./2012 - . - Uruau: FASEM, 2012.
Semestral ISSN 2238-9547 1. Cincias humanas - Peridico 2. Sade - Peridico 3. Tecnologia - Peridico 4. Administrao Peridico 5. Direito Peridico 6. Filosofia - Peridico 7. Educao Faculdades. I. Faculdade Serra da Mesa.
CDU: 101(05) 34(05)
658(05) 004(05)
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Revista Fasem Cincias Vol. 1, n. 1, jan.-jun./2012
By Faculdade Serra da Mesa FASEM
Av. Juscelino Kubitschek, Quadra U5, Setor Sul II, CEP: 76.400-000 Uruau
(GO), Brasil. Fone: (62) 3357-7272. Site: www.fasem.edu.br
Email: [email protected]
A Revista Fasem Cincias uma revista cientfica eletrnica de carter
multidisciplinar cuja finalidade a insero da Instituio no conjunto de
faculdades, centros universitrios e universidades que promovem a produo do
conhecimento cientfico e sua publicao como forma de democratizao do
saber.
permitida a cpia, reproduo e citao dos artigos e materiais contidos nesta
revista desde que seja citada a fonte.
Editor Gerente
Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim
Projeto grfico, capa e diagramao
Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim
Divulgao
Diretoria de Imagem e Comunicao DIC
Conselho Editorial
Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim
Prof. Dsc. Marcelo Lisboa Rocha
Prof. Ms. Jess Silva de Arajo
Prof. Ms. Jorge Gabriel Moiss
Prof. Ms. Rodrigo Gabriel Moiss
Prof. Ms. Roldo Oliveira de Carvalho Filho
Prof. Ms. Rudlei Silva Almeida
Prof. Ms. Dalva Aparecida Marques da Costa
Prof. Ms. Geovana Mendes Baa Moiss
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APRESENTAO
O conhecimento construdo no mbito das instituies de ensino
superior no pode ficar restrito a um pblico seleto de intelectuais,
professores e estudantes universitrios. preciso divulgar o resultado das
pesquisas acadmicas apresentadas em forma de trabalhos cientficos de
forma a democratizar o conhecimento e permitir que o acesso s
informaes colabore com o desenvolvimento de novas pesquisas e
conhecimentos. Somente assim, nossa sociedade poder caminhar rumo a
um desenvolvimento concreto e sustentvel.
O advento das tecnologias da informao e comunicao,
especialmente, da internet e os diversos softwares que surgem cada dia,
possibilitaram a criao de ferramentas teis para publicao das
informaes. A esto os sites, os fruns, os stios especializados dentre
outros que publicam instantaneamente notcias, informaes e
conhecimentos. Um destes recursos mais recentes o Open Journal
System (OJS) que foi traduzido para o portugus pelo Instituto Brasileiro
em Informao, Cincia e Tecnologia (IBICT). Trata-se de um sistema
eletrnico de editorao de revistas cientficas (SEER), que permite que as
instituies de ensino e pesquisa publiquem seus peridicos na rede
mundial de computadores.
A Faculdade Serra da Mesa tem, desta forma, a alegria de
apresentar ao seu pblico interno e ciberntico sua primeira edio da
Revista Fasem Cincias, desenvolvida exclusivamente para utilizar o
SEER/OJS.
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Nosso objetivo que atravs deste sistema tenhamos no apenas
um meio mais democrtico e fcil de publicar nossos conhecimentos como
tambm maior motivao para escrever e dissertar sobre as indagaes
prprias de cada campo do saber no contexto do ensino superior e da
pesquisa cientfica, produzindo conhecimentos tericos e prticos que de
alguma forma contribuam para o enriquecimento cultural, social, cientfico
e tecnolgico de nossa sociedade.
Inicialmente, nossa revista ter um carter multidisciplinar e uma
periodicidade semestral. Pretendemos incentivar o corpo docente a utilizar
este recurso como meio de fortalecimento de sua produo intelectual,
bem como oportunizar aos alunos a chance de publicarem seus trabalhos
de concluso de curso, cuja relevncia e percia terico-metodolgica
revelem o mrito de publicar os novos conhecimentos.
Nesta edio inaugural, contamos com artigos de nosso corpo
docente, e de alunos do programa de ps-graduao. Os artigos so
frutos de pesquisas bibliogrficas, estudos de caso e pesquisas
experimentais, que apontam para a importncia do ato de pesquisar.
Convidamos, assim, todos nossos leitores a se deleitarem nesta
leitura.
Prof. Rodrigo de Freitas Amorim
Editor Gerente
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SUMRIO
1 PLANEJAMENTO ESTRATGICO: INSTRUMENTO DA GESTO EMPRESARIAL PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAES EM UM MERCADO COMPETITIVO
Rodrigo de Freitas Amorim 07
2 OS IMPACTOS DO FATOR TECNOLGICO NO GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAES
Layla Pereira de Oliveira Corsi & Rodrigo da Silva Corsi 23
3 OTIMIZAO DE TRFEGO EM REDES IP UTILIZANDO MPLS
Huds Sousa Costa & Marcelo Lisboa Rocha 29
4 CONTAMINAO DE JALECOS USADOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Mariele Pletsch Fenalte & Luciane Cristina Gelatti 44
5 TIRAR A VIDA: ABORTO DO ANENCEFLICO
Geovana Mendes Baa Moiss 50
6 CANA DE ACAR: UM ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS ECONMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DA INDSTRIA CANAVIEIRA NO ESTADO DE GOIS
Izar Maria de Oliveira 63
7 OS PARADOXOS DA INCLUSO E A IGUALDADE DE DIREITO EDUCAO
Sheila Santos Carvalho Ribeiro 73 8 GESTO DEMOCRTICA NO ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO SOBRE O CONCEITO
DE DEMOCRACIA, SUA LEGALIDADE E EFICCIA, COMO REQUISITOS BSICOS PARA A GESTO DE QUALIDADE
Eder Carlos da Silva 82
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PLANEJAMENTO ESTRATGICO: INSTRUMENTO DA GESTO EMPRESARIAL PARA O SUCESSO DAS
ORGANIZAES EM UM MERCADO COMPETITIVO
Rodrigo de Freitas Amorim1
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo apresentar o planejamento estratgico como instrumento eficaz da gesto empresarial para o sucesso das organizaes em mercados altamente competitivos, a partir da contextualizao do cenrio mundial para a economia marcada pela globalizao e suas subseqentes transformaes. Trata-se de uma reviso da literatura mediante o uso da pesquisa bibliogrfica em autores de reconhecido renome profissional. apresentada uma conceituao sobre o planejamento estratgico, sua importncia para o sucesso das organizaes, e uma descrio panormica das metodologias mais correntes para a elaborao, implementao e controle do planejamento estratgico. Fica evidenciado que o planejamento estratgico desempenha papel fundamental para a sustentabilidade das organizaes em mercados altamente competitivos, permitindo a identificao de fatores de risco e oportunidade de novos negcios. Palavras-chave: Planejamento estratgico. Mercado competitivo. Empresas. Organizaes. Sucesso.
ABSTRACT: This article aims to provide strategic planning as an effective instrument of business management for the success of organizations in highly competitive instrument of the context of the scenario for the world economy marked by globalization and its subsequent transformations. This is a review of the literature through the use of literature by authors of recognized professional reputation. It presents a conceptualization of strategic planning, its importance to the success of organizations, and a description overview of current methodologies for the design, implementation and control of strategic planning. It is evident that strategic planning plays a key role for the sustainability of organizations in highly competitive markets, allowing the identification of risk factors and opportunities for new business. Keywords: Strategic planning. Market competitive. Business. Organizations. Success.
1 INTRODUO
O fenmeno da globalizao provocou vrias mudanas na forma de
organizao das instituies sociais existentes no mundo. Mudanas de ordem
social, cultural, religiosa, polticas e, especialmente, econmicas com a abertura de
1 Graduado em Teologia e Pedagogia. Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Gesto
Empresarial e EAD e Novas Tecnologias. Professor da rede pblica municipal de Uruau (GO). Professor de Metodologia da Pesquisa Cientfica, Elaborao e Gerenciamento de Projetos e administrador da plataforma Moodle da Faculdade Serra da Mesa. Email: [email protected].
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novos mercados em mbito internacional e novas maneiras de estruturar,
desenvolver e organizar as empresas. A globalizao fez nascer um mercado
altamente competitivo exigindo de seus atores maior capacidade de gesto e certa
dose de criatividade. O advento da Internet vem redimensionando os mercados,
afetando bruscamente as economias e a forma de organizao das empresas. As
novas tecnologias de informao e comunicao transformam no s os hbitos
pessoais dos indivduos e as agendas sociais como imprimem s empresas uma
necessidade vital de adequao ao novo ambiente a fim de continuarem vivas em
um mercado altamente competitivo.
Esse cenrio requer novos modelos de gesto empresarial adequados s
exigncias de um mercado altamente competitivo. Modelos que reformulem
postulados tradicionais de gesto voltados para economias estveis, de poucas
mudanas e transformaes, em que se podiam prever com certa facilidade as
tendncias para os cenrios futuros. Da decorre os questionamentos: como
sobreviver em mercados altamente competitivos? Quais as responsabilidades dos
gestores das organizaes para a adequao de suas empresas s atuais
mudanas econmicas? O que os tericos das cincias administrativas propem
como caminho vivel para as empresas?
Diante desta realidade atual os estudiosos tm apontado para o
planejamento estratgico como uma das principais ferramentas de gesto
empresarial para o sucesso das empresas e organizaes em mercados altamente
competitivos. A necessidade de um planejamento estratgico estruturado e formal
vem se tornando condio primaz para a sustentabilidade e rentabilidade das
empresas contemporneas. Segundo Kaplan e Norton (2002) a era da informao
requer ferramentas que trabalhem os ativos intangveis (relacionamento com os
clientes, habilidades e conhecimentos dos empregados, marca, tecnologias da
informao, cultura organizacional, dentre outros), diferentemente da era industrial
que criava valor simplesmente transformando a matria prima em produto acabado
para um mercado consumidor definido. Hoje, os ativos intangveis so
imprescindveis para a competitividade das empresas. preciso uma ferramenta
eficiente e eficaz para relacionar os ativos tangveis e intangveis numa posio de
competitividade para as empresas. Esta ferramenta o planejamento estratgico e
esse o objetivo deste trabalho, apontar como o planejamento estratgico pode ser
um diferencial para o sucesso das empresas em mercados altamente competitivos.
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2 CONCEITUAO DE PLANEJAMENTO ESTRATGICO
Para compreendermos o planejamento estratgico interessante entender a
etimologia da palavra estratgia, que vem do grego stratos, que significa exrcito,
mais ago, que quer dizer liderana ou comando, se referindo inicialmente a arte
do general" de comandar o seu exrcito contra os seus adversrios (LOBATO,
2009).2 A metfora do general explicita a necessidade de liderana e comando para
o sucesso das empresas no desenvolvimento e implementao de suas estratgias,
alm de enfatizar o contexto de competio com os concorrentes que lutam por
fatias cada vez menores do mercado consumidor. Por conseguinte, o planejamento
estratgico implica a necessidade do desenvolvimento de competncias de liderana
e comando dos colaboradores e das situaes que cerceiam as empresas. Segundo
Peter Wright,
[...] estratgia refere-se aos planos da alta administrao para alcanar resultados consistentes com a misso e os objetivos gerais da organizao. Pode-se encarar estratgia de trs pontos de vantagem: (1) a formulao da estratgia (desenvolvimento da estratgia); (2) implementao da estratgia (colocar a estratgia em ao); e (3) controle estratgico (modificar ou a estratgia, ou sua implementao, para assegurar que os resultados desejados sejam alcanados) (2000, p. 24).
Para Michael Porter, idealizador da escola do posicionamento estratgico,3
a estratgia no nem a busca da melhor maneira absoluta de competir nem a
tentativa de ser tudo para o cliente. (...) a estratgia define uma forma de competio
que oferece valor singular em determinado conjunto de usos ou para determinado
conjunto de clientes. (2002, p. 44).
Uma vez compreendido o conceito de estratgia podemos conceituar o
planejamento estratgico. Pensemos nas organizaes a partir da imagem de uma
pirmide, em que a base seja a parte operacional, o meio seja a parte ttica e o topo
seja a parte estratgica. Para cada parte da pirmide requer-se uma forma de
planejamento de maneira integrada e articulada com as demais partes a fim de que
2 Veja o livro de Sun Tsun, A Arte da Guerra.
3 A escola do posicionamento tornou-se uma das escolas de planejamento mais influentes do
mundo, dominando a cena a partir de 1980, quanto Porter publicou Competitive Strategy. (...) A premissa central da escola do posicionamento a escolha de uma posio no mercado. (...) A organizao deve escolher uma estratgia genrica de competio diferenciao em produto, liderana em custos ou enfoque e defender sua posio no mercado contra suas concorrentes. (LOBATO, 2009, p. 32)
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a organizao alcance os resultados almejados. Contudo, a parte estratgica, o topo
da pirmide que tem a responsabilidade de nortear os rumos das demais partes
cabendo ao planejamento estratgico ditar todas as nuances necessrias ao
direcionamento da empresa para o cumprimento de sua viso, misso e valores.
Conforme Fischmann e Almeida (2009) definem, planejamento estratgico
uma tcnica administrativa que, atravs da anlise do ambiente de uma
organizao, cria a conscincia das suas oportunidades e ameaas dos seus pontos
fortes e fracos para o cumprimento da sua misso e, atravs desta conscincia,
estabelece o propsito de direo que a organizao dever seguir para aproveitar
as oportunidades e evitar riscos. (p. 25)
Oliveira constri um conceito em que a dimenso do futuro visualizada
como varivel relacionada s aes do presente, apesar de no poder ser dominada
com exatido. Ele afirma que,
[...] o planejamento estratgico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providncias a serem tomadas pelo executivo para a situao em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condies e meios de agir sobre as variveis e fatores, de modo que possa exercer alguma influncia; o planejamento , ainda, um processo contnuo, um exerccio mental que executado pela empresa, independentemente, de vontade especfica de seus executivos. (...) o exrcito sistemtico do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisrio e, consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidos para a empresa (2008, p. 4,5).
Para Lobato (2009) o pensamento sobre o planejamento estratgico sofre
uma crise de paradigmas tendo em vista o novo cenrio mundial de mudanas
imprevisveis nos setores sociais, polticos e econmicos. Deste modo, as diversas
escolas de pensamento sobre o planejamento estratgico estariam imersas nessa
crise. Ele prope, ento, uma gesto estratgica competitiva caracterizada pelo
aprendizado advindo das outras escolas e uma busca constante de adequao ao
cenrio atual. A gesto estratgica competitiva seria uma abordagem
proeminentemente voltada para a realidade globalizada atual. A atuao global das
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organizaes contemporneas uma caracterstica chave da escola da gesto
estratgica competitiva para o novo ambiente mundial de negcios. (p. 49)4
Independentemente, das diferentes escolas de pensamento sobre o
planejamento estratgico e das diversas denominaes que lhe so conferidas, o
conceito de planejamento estratgico implica em uma ferramenta da gesto
empresarial cujos objetivos esto relacionados ao conhecimento de suas foras e
fraquezas no contexto do ambiente interno e, de oportunidades e ameaas
relacionadas ao ambiente externo, exigindo dos executivos, administrados, gerentes
e diretores das empresas, rduo trabalho de compreenso desses diversos fatores
para o estabelecimento de uma filosofia empresarial personificada destinada ao
alcance de resultados que promovam o sucesso da empresa. Trata-se de um
esforo reflexivo intenso para promoo da sustentabilidade e rentabilidade dos
ativos das organizaes. de fato uma questo de sobrevivncia em meio
acirrada competio dos mercados da nova economia. como afirma Lobato, para
planejar e pensar estrategicamente necessrio um trabalho que harmonize:
persistncia, tempo para desenvolvimento do seu estilo estratgico e capacidade
inspiradora. (p. 17)
3 IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO
No podemos fugir da globalizao e de suas conseqncias para as
sociedades e suas economias. Os mercados se entrelaam e interdependem uns
dos outros numa incansvel evoluo de novas tecnologias e produtos e servios
que so criados a cada dia. Para que as empresas sobrevivam e obtenham xito
neste cenrio importante a elaborao, implementao e o controle do
planejamento estratgico por parte dos gestores empresariais. Segundo Oliveira
(2008), muitas empresas afirmam que tem planejamento estratgico quando, na
realidade, no o tm, e nem sabem avaliar esta situao. (p.18) Se tratando em
especial de micro e pequenas empresas, muitas no possuem uma definio clara
de seus nveis estratgicos, tticos e operacionais, os quais se misturam de acordo
com o escopo de negcios, ficando aos proprietrios ou gerentes a funo de
4 No livro Estratgia de Empresas, organizado por Lobato, define-se nove caractersticas da escola de
gesto estratgica competitiva, quais sejam: atuao global, proatividade e foco participativo, incentivo criatividade, controle pelo BSC, organizao em UEN, nfase em alianas, sustentabilidade e aprendizagem contnua. Vide figura 2 (LOBATO, 2009, p. 49).
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estratgica e ttica e aos empregados o operacional. Em algumas microempresas
no existem nveis e tudo desempenhado pelo dono que possuiu um ou outro
colaborador. Essa realidade, contudo, no exime o empresrio da importncia do
planejamento estratgico e de obter melhores resultados com sua elaborao,
implementao e controle. Isso posto, observa-se que o planejamento estratgico
auxilia a empresa no alcance de seus objetivos, melhorando sua influncia e
abrangncia de atuao, por meio de maiores eficincia, eficcia e efetividade.5
A teoria de Carlos Matus (1991), em seu texto O Plano como Aposta
exemplifica e fundamenta bem a importncia do planejamento estratgico para as
organizaes. Matus afirma que a governabilidade do homem e o seu sucesso em
alcanar os resultados almejados esto na aposta que faz atravs do seu plano que
pode variar entre o controle e sucesso das variaes relacionadas ao seu ambiente
de atuao ou ao descontrole e insucesso em decorrncia do no reconhecimento
ou domnio de tais variveis. Seu pensamento parece contraditrio quando afirma
que o plano uma aposta, porm seu raciocnio lgico e fidedigno, uma vez que
por mais que se use de instrumentos cientficos, lgicos e mensurveis, no se
podem dominar todas as variveis que dominam o ambiente das organizaes,
especialmente, as variveis referentes ao ambiente externo, que implicam na
participao de outros atores, consequentemente, no se pode dominar os
resultados, o que leva explicao o uso do termo aposta pelo autor. Matus (1991)
afirma que o plano o produto momentneo do processo pelo qual um ator
seleciona uma cadeia de aes para alcanar seus objetivos. Em seu significado
mais genrico, podemos fala de plano de ao como algo inevitvel na prtica
humana, cuja nica alternativa o domnio da improvisao. (p. 29). Matus nos faz
pensar na limitao do homem no sentido de obter-se resultados. Isso nos ensina a
combater a prepotncia de que esquemas engenhosamente pensados e montados
possam simplesmente trazer os resultados almejados. necessrio compreender
que no dominamos tudo, o que no significa que o plano seja ineficaz ou deva ser
desprezado como ferramenta fundamental pela busca de excelncia organizacional.
Pelo contrrio, ele defende o plano estratgico e sua implementao, porm, critica
o determinismo comum em muitas metodologias estratgicas. Afirma que, devemos
substituir o clculo determinstico pelo clculo interativo e a fundamentao de
5 Para uma maior compreenso dos termos de eficincia, eficcia e efetividade (vide OLIVEIRA,
2008, p. 7,8).
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apostas em contextos explcitos. Estes contextos explcitos so cenrios possveis
do plano. O delineamento do plano converte-se, portanto, numa srie de cadeias de
apostas bem ou mal sustentadas em cadeias de argumentos, clculos parciais e
pressupostos. (p. 36). Em suma, h uma necessidade de clculo estratgico,
especialmente no que diz respeito ao planejamento estratgico, pois
[...] o clculo estratgico refere-se a pensar estratgias para tornar o plano vivel. Ou seja, articular o deve ser com o pode ser. No basta dispor de um bom delineamento normativo e prescritivo do plano. preciso, alm disso, uma boa estratgia para lidar com os outros jogadores e com as circunstncias que arcam o jogo social. este, exatamente, o problema de saber jogar. Um jogador pode dispor de boas cartas num jogo de baralho, mas, se no souber jog-las, perde para outro que tem cartas inferiores. (p. 37)
Em Matus observamos a importncia e necessidade do planejamento
estratgico de forma realstica. Ele deve ser elaborado, implementado e avaliado
constantemente, ainda que no se possam determinar com exatido os resultados
almejados pelos objetivos e misso da empresa, pode-se com certeza ter um
controle maior das probabilidades que cerceiam o processo decisrio e de atuao
das empresas no mundo dos negcios globalizados. Enfim, conviver com esta
dualidade uma exigncia do planejamento estratgico, ao mesmo tempo em que
evit-lo ou ignor-lo significa tambm deixar-se deriva das variveis imprevisveis
do jogo dos negcios.
Michael Porter (2002) demonstra a importncia do planejamento estratgico
atravs de seus seis princpios do posicionamento estratgico que: (1) direciona a
empresa para o objetivo certo, uma vez que, cria-se valor econmico quando o
preo que os clientes esto dispostos a pagar por um produto ou servio superior
ao custo de produo. Quando se definem objetivos em termos de volume de
vendas ou de liderana na fatia de mercado, supondo que o lucro ser conseqncia
imediata, os resultados so ms estratgias. (p. 44) (2) constri proposio de valor
e conjunto de benefcios para os clientes diferente do oferecido pelos concorrentes;
(3) estabelece uma cadeia de valor especfica: para desenvolver vantagem
competitiva sustentvel, a empresa precisa executar atividades diferentes das dos
rivais ou executar de maneira diferente as mesmas atividades dos rivais (p. 44); (4)
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trade-offs,6 que so os fatores que tornam a empresa nica e singular; (5) definio
do modo como a empresa encaixa os elementos de sua atividade, reforando todas
as atividades da empresa mutuamente dentre de sua cadeia de valor; e (6)
continuidade de direo, uma vez que a constante reinveno da empresa , assim,
forte indcio de pensamento estratgico precrio e rumo certo para a mediocridade.
(p. 45)
Podemos destacar ainda a importncia do planejamento estratgico com
base na divulgao e disseminao de sua ampla eficcia no s para as empresas
privadas, como tambm para as organizaes pblicas e no governamentais. o
que defende Carvalho (2000) em seu artigo, Administrao Estratgica como
Norteadora de Excelncia Organizacional Pblica, publicado pelo V Congreso
Internacional del CLAD sobre La Reforma del Estado y de La Administracin Pblica,
em que demonstra como a estratgia da administrao privada pode ser aplicada e
adequada s organizaes pblicas para promover excelncia organizacional. Ele
defende no uma reforma do Estado, mas uma readequao do mesmo com vistas
busca de resultados, no contexto de um mundo globalizado cada vez mais
multifacetado. O processo de mudanas determina uma valorizao cada vez
maior, pela eficincia e pela eficcia no sentido do aumento da capacidade gerencial
para se antecipar as exigncias de um ambiente complexo e em transformao e
a construo de novos modelos de gesto que estejam orientados para um
raciocnio que conduza a uma postura organizacional estratgica. (p. 2)
Para o autor citado o planejamento estratgico de suma importncia para o
Estado, que apesar das dificuldades de implementao dos conceitos privados no
setor pblico, pode melhorar o Estado com o uso adequado destas ferramentas ao
seu ambiente, definindo misso e objetivos voltados para resultados.
4 METODOLOGIA DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO
Quando se fala em como fazer o planejamento estratgico da empresa as
metodologias variam entre a simples regra de adequar-se s inovaes do mercado
at rgidos esquemas de formulrios para serem preenchidos. No existe
6 Do ingls, trade (negcio, comrcio) + offs (para fora de, distante de), significando uma atividade
comercial que se distancia das demais, neste caso pela proposio de valor obtida pela empresa para o seu produto ou servio. Um exemplo seria a marca coca-cola que extrapola a simples bebida para ser um estilo de vida.
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exatamente uma nica metodologia e necessariamente no h uma que seja a
correta. As empresas variam de tamanho, escopo de negcio, diversificao de
atividades e de contextos sociais e culturais, o que exige dos estrategistas percia e
flexibilidade adequando as metodologias existentes s reais necessidades da
empresa. O que se requer de fato que uma dada metodologia proporcione a
estruturao do negcio colocando-o no caminho do sucesso.
Por exemplo, Eisenhardt e Sull (2002), em seu artigo Estratgia como Regra
Simples, publicado pela Harvard Business Review, defendem a tese de que em
mercados altamente competitivos e de grandes e rpidas mutaes o planejamento
estratgico deve aderir a uma perspectiva de estratgia como regra simples ao invs
de se prender lgica dos planejamentos estratgicos tradicionais complexos mais
aplicveis a mercados menos instveis do que aos da nova economia.
Gordon Shan, Robert Brown e Philip Bromiley (2002), por sua vez, em seu
artigo, Histrias Estratgicas, defendem o modelo da 3M das narrativas estratgias.
Trata-se de uma metodologia que transforma em narrativa todo o resultado gerado
pelo processo do planejamento estratgico. A narrativa deve preparar o cenrio,
descrevendo o momento vigente de forma imaginosa e criativa, introduzir o conflito
dramtico, narrando os desafios e obstculos ao sucesso e, por fim, chegar a uma
concluso, indicando como a empresa vai superar tais obstculos e alcanar seus
objetivos. Para os autores,
Uma estratgia bem redigida, sob a forma de narrativa, que exponha uma situao difcil e uma soluo inovadora, redundando em aumento da participao no mercado, pode ser empolgante e decerto mais arrebatadora do que a simples incumbncia, sob a forma de tpicos com marcadores, de aumentar a fatia de mercado em 5%. Quando os indivduos se colocam como personagens da histria, seu senso de comprometimento e envolvimento muito maior. Ao transmitir uma imagem vvida da trajetria para o sucesso, os planos narrativos so ferramentas poderosas para motivar e mobilizar toda a organizao. (p. 68)
Apesar das variaes apresentadas acima, basicamente, o planejamento
estratgico segue uma metodologia cujos princpios e aspectos so bastante
similares. De forma bastante simplificada as metodologias seguem em geral trs
etapas: da elaborao, da implementao e do controle e avaliao.
Oliveira (2008) prope uma metodologia para a elaborao do planejamento
estratgico em quatro fases. Na primeira elabora-se o diagnstico estratgico
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contendo a identificao da viso, valores, anlise externa, interna e dos
concorrentes. Na segunda determina-se a misso da empresa, o estabelecimento de
propsitos atuais e potenciais, estruturao e debate de cenrios, estabelecimento
da postura estratgica e das macroestratgias e macropolticas. A terceira fase
refere-se aos instrumentos prescritivos e quantitativos. Os prescritivos tratam dos
objetivos, desafios, metas, estratgias, polticas, projetos e planos de ao. Os
quantitativos tratam das projees econmicas financeiras do planejamento
oramentrio, dos recursos necessrios e taxas de retorno, do fluxo de caixa
projetado e do balano de caixa projetado. Na quarta e ltima fase faz-se o controle
e avaliao que, na verdade, devem acontecer concomitantemente s demais fases
do planejamento. Com afirma Oliveira, sempre necessrio que seja analisada a
realidade de cada empresa, do seu modelo de gesto, dos seus negcios, produtos
e servios, bem como dos fatores do seu ambiente, para que a deciso a respeito da
melhor metodologia de planejamento estratgico seja realmente a mais acertada.
(p. 56).
A gesto estratgica competitiva, um dos modelos mais utilizados
atualmente, apresenta a seguinte metodologia conforme a figura 1:
Figura 1 - Metodologia Base da Gesto Estratgica Competitiva
Fonte: (LOBATO, 2009: 59)
1. Definio do negcio
2. Declarao de viso, misso e valores
3. Anlise do ambiente externo: tendncias, cenrios, oportunidades e ameaas
Anlise das cinco foras competitivas
4. Anlise do ambiente interno
Elaborao da matriz Swot
5. Formulao da estratgia competitiva e definio da
cadeia de valor
6. Implantao e controle: balanced scorecard e planos de ao
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A definio do negcio diz respeito s necessidades dos clientes e aos
benefcios que eles esperam encontrar na empresa proporcionando satisfao de
seus desejos e necessidades. Deste modo, definir o negcio no simplesmente
descrever a rea de atuao da empresa, como por exemplo, mercado varejista,
instituio financeira, logstica, dentre outros, mas pensar como a rea de atuao
da empresa pode atingir os desejos do cliente. Lobato (2009) oferece o exemplo da
Nokia, que ao invs de se definir como uma empresa de celulares define seu
negcio como conectar pessoas.
Dentro da declarao da viso, misso e valores da empresa, procura-se
elaborar um esquema norteador e direcionador da empresa em longo prazo. Trata-
se do que a empresa quer alcanar nos prximos cinco anos. A viso a
explicao do que se idealiza para a organizao. (...) expressa a maneira pela qual
a organizao deseja ser reconhecida no futuro, uma espcie de sonho que deve ser
vivel na implementao e ter um contedo altamente inspirador e positivo, que
motive toda a organizao em torno da construo do futuro almejado (p. 66). A
misso a expresso da razo de existncia da organizao, a funo que ela
desempenha no mercado, de modo a tornar til sua ao, justificar seus lucros do
ponto de vista dos acionistas e da sociedade em que atua. Ele uma declarao de
propsitos ampla e duradoura que individualiza e distingue a organizao em
relao a outras no mesmo ramo de negcio (p. 66). E os valores so as crenas
bsicas que determinam a postura e a tomada de deciso da empresa. So
princpios de orientao perenes e essenciais (p. 71). Como exemplo observe o
quadro abaixo que uma sintetizao dos vrios exemplos relacionados por Lobato
(p. 68-73):
Quadro 1 - Declarao da Viso, Misso e Valores
Empresa Viso Misso Valores
Vale
Ser a maior empresa de minerao do mundo e superar os padres consagrados de excelncia em pesquisa, desenvolvimento, implantao de projetos e operao de seus negcios.
Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentvel.
tica e transparncia;
Excelncia de desempenho;
Esprito desenvolvimentista;
Responsabilidade econmica, social e ambiental;
Respeito vida; Respeito
diversidade; Orgulho de ser Vale.
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Petrobrs
Viso 2020: seremos uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida pelos nossos pblicos de interesse.
Atuar de forma segura e rentvel, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e servios adequados s necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos pases onde atua.
Sadia
Ser a empresa de alimentos mais competitiva do setor no mundo em solues de agregao de valor.
Alimentar consumidores e clientes com solues diferenciadas.
Fonte: (prprio autor)
A anlise do ambiente externo tem como objetivo compreender os cenrios
alternativos que rodeiam a empresa e desafiam-na a ir alm das simples projees
de acontecimentos futuros baseados nos fatos presentes. Trata-se de um exerccio
contnuo de percepo das oportunidades e ameaas que afetam a organizao. Tal
anlise deve iniciar-se pela percepo do ambiente geral que constitudo dos
elementos que formam a prpria vida da sociedade, como aspectos demogrficos,
econmicos, sociopolticos, tecnolgicos, religiosos, etc. Depois, passa-se para o
desenvolvimento de cenrios, que so construes de elos coerentes de
hipteses. O objetivo no acertar exatamente o que vai acontecer, at porque isso
seria impossvel, mas sim identificar as possveis diferentes situaes que podem
ocorrer de tal forma que a organizao possa estar preparada para elas. (p. 78) O
prximo passo a identificao de oportunidades e ameaas. As oportunidades
so situaes ou acontecimentos externos organizao, que podem contribuir
positivamente para o exerccio da sua misso e o alcance de sua viso. As ameaas
so situaes ou acontecimentos externos organizao, que podem prejudicar o
exerccio de sua misso e o alcance de sua viso. (p. 83) Compreendido o
ambiente geral passa-se para o ambiente setorial, que o ambiente de atuao
relacionado rea de negcio da empresa. Lobato sugere a utilizao do modelo de
Porter conhecido como as cinco foras competitivas 7 para compreenso adequada
do ambiente setorial.
7 As cinco foras competitivas delineadas por Porter possuem dois aspectos diferentes: trs so
explicitamente competitivas, quais sejam: o grau de rivalidade entre as empresas, a ameaa de novos entrantes potenciais e as ameaas dos produtos substitutos, e, duas so cooperativas e competitivas ao mesmo tempo, dependendo da forma que a empresa se posiciona diante delas, quais sejam: o
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Passa-se, agora, a anlise do ambiente interno, cujo objetivo diagnosticar
a situao vigente da organizao em relao s suas foras e fraquezas, suas
capacitaes, competncias e questes crticas para o cumprimento de sua misso
e seus objetivos com vistas ao sucesso. A anlise deve comear pelo levantamento
de todos os recursos disponveis da organizao, sejam eles tangveis ou
intangveis, pois a estrutura bsica de funcionamento de uma organizao est
baseada nos recursos existentes (p. 95). Ento, devem-se avaliar as capacidades
de gerenciamento destes recursos, que est relacionado diretamente ao capital
humano utilizado pela empresa. Os recursos no geram a vantagem competitiva por
si (...) tudo isso no to relevante se voc no souber utiliz-los bem. (...) A
habilidade em gerenciar esses recursos num ambiente complexo e imprevisvel
denominada capacidade. (p. 95) [grifos do autor]. Avaliados os recursos e a
capacidade de gerenci-los chega-se compreenso das competncias
essenciais, que no apenas uma capacidade bem desenvolvida, mas sim uma
verdadeira vantagem competitiva sustentvel desenvolvida pela organizao que se
distingue dos seus concorrentes e que os mesmos tm dificuldades de imitar devido
sua excelncia. Por conseguinte, passa-se ao diagnstico das foras e fraquezas
da organizao. A fora, ou ponto forte, uma caracterstica interna da organizao
que facilita o exerccio de sua misso e o alcance de seus objetivos. A fraqueza, ou
ponto fraco, uma deficincia interna, capaz de prejudicar o exerccio da misso e o
alcance dos objetivos da organizao. (p. 100) As foras e fraquezas vo identificar
os fatores crticos de sucesso (FCSs) para a empresa. A ferramenta FCS tem por
objetivo priorizar as atividades-chave do negcio que precisam ser muito bem feitas
para que a organizao atinja seus objetivos. (p.103) Finalmente, a matriz Swot
uma das principais ferramentas para o diagnstico estratgico da empresa,
auxiliando no conhecimento e relao das foras e fraquezas s oportunidades e
ameaas do ambiente externo.
Desta feita, passa-se a formulao da estratgia competitiva que melhor se
adqua realidade vigente da organizao com vistas ao cumprimento de sua
misso e alcance do sucesso desejado. Neste item, vrias so as propostas tericas
para a formulao da estratgia. Cabe ressaltar que independentemente de qual
poder de barganha dos compradores e o poder de barganha dos fornecedores. (Vide LOBATO, 2009, p. 85)
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seja a teoria adotada a estratgia visa assegurar vantagens competitivas no
mercado onde a organizao atua e assim construir o seu futuro.8
Finalmente, passa-se implementao do planejamento estratgico e seu
controle e avaliao. A implementao constitui-se do alistamento dos objetivos
centrais da empresa e seus subseqentes planos de ao discriminando-se as
metas a serem alcanadas. O controle e avaliao devero ser realizados
concomitantemente s outras etapas de elaborao e implementao do
planejamento estratgico. A gesto estratgica competitiva sugere a criao de
mapas estratgicos por meio da ferramenta do Balanced Scorecard (BSC) para o
exerccio de controle e avaliao.9 Com posse dos objetivos deve-se construir o
plano de ao, em que se discriminar exatamente o qu, quem, quando, onde, por
qu, como e quanto custar a implementao do planejamento estratgico para a
empresa. Nas palavras de Lobato, um plano de ao auxilia na demarcao de
perodos para observao e acompanhamento das atividades e dos resultados
requeridos, para atingir o objetivo planejado, bem como na implementao de uma
soluo para eventuais problemas. (p. 194)
5 CONCLUSO
O presente trabalho teve como objetivo apresentar o planejamento
estratgico como um instrumento administrativo fundamental para o sucesso das
organizaes em mercados altamente competitivos. As evolues tecnolgicas e a
velocidade com as economias globais se mesclam e se articulam requerem da
gesto empresarial um incessante trabalho de reflexo sobre as prticas das
empresas. Prticas tradicionais e conservadoras, preocupadas apenas com a
manuteno do negcio em determinado nicho do mercado esto se tornando cada
vez mais insustentveis por causa das constantes surpresas e incertezas que a
globalizao trs consigo. O planejamento estratgico no uma ferramenta que
garantir a infalibilidade das empresas no futuro. Esse raciocnio advm de uma
concepo filosfica determinista da sociedade. O planejamento estratgico um
8 Para o aprofundamento deste assunto, vide o captulo 6, A formulao da estratgia competitiva,
do livro, Estratgia de Empresas, organizado por Lobato pela FVG. 9 Para um aprofundamento sobre o Balanced Scorecard (BSC), sugerimos a leitura do artigo de
Robert S. Kaplan e David P. Norton, Enfrentando Problemas com a Estratgia? Mapeie-a, idealizadores do BSC, em Planejamento Estratgico. Harvard Business Review. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. (p.73-94)
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processo decisrio e reflexivo que proporciona as organizaes um maior
conhecimento de si prprias e do ambiente em que est inserida, com o uso de
variadas ferramentas que podem reduzir as incertezas e preparar melhor as
empresas para as surpresas comuns nova economia. O planejamento estratgico
em si um grande desafio para a gesto empresarial que pode conduzir ao sucesso
organizacional. Fica evidenciado atravs desta pesquisa bibliogrfica que qualquer
indiferena a este instrumento administrativo deixa a empresa vulnervel s
correntes externas e aos problemas internos comuns s organizaes.
Vulnerabilidade tal que poder levar ao fracasso da empresa. Portanto, a suma :
em mercados altamente competitivos como os atuais mercados da nova economia
globalizada o planejamento estratgico se coloca como condio imperativa para
que as organizaes galguem os caminhos da sustentabilidade, rentabilidade e do
sucesso.
REFERNCIAS
CARVALHO, Marco Antnio de Brito. Administrao Estratgica Como Norteadora de Excelncia Organizacional Pblica. V Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administracin Pblica, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 24 - 27 Oct. 2000. Disponvel em: Acesso em: 19 jul. 2010 EISENHARDT, Kathleen M. & SULL, Donald N. Estratgia como Regras Simples. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. FISCHMANN, Adalberto A. & ALMEIDA, Martinho I. R. de. Planejamento Estratgico na Prtica. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2009. KAPLAN, Robert S. & NORTON, David P. Enfrentando Problemas com a Estratgia? Mapeie-a. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. LOBATO, David Menezes (org.). Estratgia de empresas. Srie Gesto Empresarial. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. MATUS, Carlos. O Plano como Aposta. So Paulo em Perspectiva, 5(4). Outubro/Dezembro, 1991. Disponvel em: http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v05n04/v05n04_07.pdf> Acesso em: 18 jul. 2010
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MICHAEL, Porter. Estratgia e Internet. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouas. Planejamento Estratgico. Conceitos, Metodologia e Prticas. 25. ed. So Paulo: Atlas, 2008. SHAN, Gordon e OUTROS. Histrias Estratgicas. Como a 3M Est Reescrevendo o Seu Planejamento de Negcios. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. WRIGHT, Peter e OUTROS. Administrao Estratgica. Conceitos. Trad. Celso A. Rimoli e Lenita R. Esteves. So Paulo: Atlas, 2000.
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OS IMPACTOS DO FATOR TECNOLGICO NO GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAES
Layla Pereira de Oliveira Corsi1 Rodrigo da Silva Corsi2
RESUMO: Os avanos trazidos pela constante evoluo do fator tecnolgico no campo empresarial, bem mais que meras sofisticaes operacionais, permitiram que no s evolussem os modelos gerenciais, mas influenciaram o trabalho dos profissionais. O fator tecnolgico aliado e gerenciamento das organizaes permitiram a criao de novas ferramentas de gesto, mais dinmicas e sofisticadas. Acompanhando o novo ritmo dos negcios, cobrado do gestor organizacional, cada vez mais que este procure capacitar-se. Com isso, houve a necessidade de transformao dos profissionais atuantes nas organizaes perante o processo decisrio, atuando agora como o gerenciador de informaes organizacionais. Este artigo tem como objetivo analisar os impactos do fator tecnolgico no gerenciamento das organizaes no contexto atual, principalmente no que se refere a mudanas ocasionadas na execuo das atividades e no perfil do gestor. Palavras-Chaves: Avanos. Evoluo. Fator tecnolgico. Profissional. Organizao. ABSTRACT: Advances brought by the constant evolution of technological factor in business field, well more than mere sofistication operational, allowed not only to develop managerial models, but influenced the work of professionals. The Allied technological factor when managing organizations allowed the creation of new management tools, most dynamic and sophisticated. Accompanying the new pace of business, is charged of organizational Manager, increasingly that this search empower refers this, there was the need for transformation of professionals engaged in organizations in decision-making, acting now as organizational information manager. This article analyzes the impacts of technological factor in managing organizations in the current context, especially with regard to changes arising in the execution of activities and in the Connection Manager profile. Keywords: Advancements. Developments. Technological factor. Professional organization.
1 INTRODUO
Os processos administrativos esto em constante melhoria e aprimoramento
durante sculos. Houve mudanas significativas tanto nas normas e padres que
norteiam as organizaes. Com a informatizao e o advento da Internet, as velhas
rotinas operacionais cedem espao para a modernizao sistemtica dentro das
1 Graduada em Administrao pelo Centro Universitrio de Gois-UniAnhanguera. Ps-graduada em
MBA em Recursos Humanos pelo Centro Universitrio de Gois-UniAnhanguera. Mestranda em Administrao com linha de pesquisa em gesto de sistemas educacionais. Email: [email protected] 2 Graduado em Administrao pela PUC Pontifcia Universidade Catlica de Gois. Mestrando em
Administrao com linha de pesquisa em gesto de sistemas educacionais. Email: [email protected]
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organizaes, livros, registros, fichrios, formulrios contnuos cedem espao a
disquetes, amplos arquivos engavetados so armazenados em arquivos nos
microcomputadores e viram planilhas de informaes com acesso livre a diversos
usurios.
Para Beal (2004), as novas tecnologias causaram mudanas no desenho
organizacional em decorrncia das inovaes h grandes impactos no
gerenciamento organizacional em relao a procedimentos, estrutura, processos,
fluxo de informaes, mudanas em produtos e servios. Desta forma o principal
objetivo no gerenciamento das organizaes o aumento da competitividade e a
administrao das mudanas.
2 PROBLEMTICA
Observam-se os constantes impactos tecnolgicos existentes no
gerenciamento das organizaes. A tecnologia mudou a vida das pessoas e tambm
das empresas. Em decorrncia disso o modelo de direo deve se ajustar a esse
processo.
O fato que as alteraes tecnolgicas esto cada vez mais rpidas e
complexas. Tal ritmo e tamanha complexidade transformam a tecnologia num fator
bsico e essencial para desenvolver competitividade no mercado global.
Alis, a evoluo das tecnologias nada mais que a evoluo do pensar
humano, num esforo para criar formas de vencer obstculos, sendo o tempo e o
espao as dificuldades mais prementes de serem vencidas.
3 FUNDAMENTAO TERICA
Desde a Segunda Guerra Mundial, os cientistas tm considerado a
tecnologia como um dilema moral e que seu uso pode causar conseqncias
profundas na humanidade e no planeta. Os socilogos vem o problema atravs do
aumento da complexidade e da velocidade das mudanas que a tecnologia est
trazendo para a sociedade. Segundo eles, as mudanas tecnolgicas ultrapassam a
habilidade das pessoas e das diversas sociedades para adaptar-se a elas. Para
outras, ainda, a tecnologia vista como uma fora dominante na sociedade,
colocando obstculos para a liberdade humana.
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Segundo S (1999, p. 17):
Antes que o homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou ele a mais primitiva forma de inscrio que foi a artstica, da qual se valeu para tambm evidenciar seus feitos e o que havia conquistado para seu uso.
As novas tecnologias causam grandes impactos operacionais no trabalho.
Gonalves (1993) cita alguns:
- mudanas no contedo e natureza das tarefas;
- habilidades requeridas;
- presses no ritmo de trabalho;
- interao de operrios;
- quantidade de operrios;
- distribuio e localizao dos operrios;
- horrios e durao das jornadas.
Um dos aspectos importantes do desenvolvimento tecnolgico foi o
desenvolvimento da Tecnologia da Informao (TI). Segundo Rodrigues (1988):
Tecnologia da informao o processamento da informao e comunicao
integrada atravs de equipamentos eletrnicos. A tecnologia da informao faz com
que as empresas tenham uma comunicao interna e externa mais eficaz.
O aparecimento de uma nova tecnologia provoca numa sociedade
mudanas profundas em todas as esferas psquica, fsica e scio-econmica. Esse
fenmeno pode ser observado ao longo de toda a histria da humanidade, desde o
Homo erectus ao Homo sapiens. Foi assim com as civilizaes orais, e
posteriormente as escritas, com os telgrafos visuais, a inveno da imprensa, a
difuso do livro e o surgimento dos jornais, a eletricidade trazendo evolues como o
telgrafo, o telefone, o rdio, a televiso, os satlites, computadores e novas mdias,
como a Internet, revelando a evoluo do pensamento humano.
No entendimento de McLuhan freqentemente nas circunstncias em que
novas mdias so colocadas em funcionamento na sociedade, elas se espalham
como vrus e provocam danos irrestritos, porque permanecem invisveis.
(MCLUHAN; ERIC, 1995).
Seguidor das idias de Innis, McLuhan discorda com o comentrio de alguns
estudiosos que dizem que tecnologias so por si prprias neutras e que o uso que
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se faz delas que o ponto importante para discusso. Ele sustenta que as
mquinas alteram fundamentalmente as relaes pessoais e interpessoais, no
importando o uso que se faz delas. O efeito das mquinas tecnolgicas foi
reestruturar o trabalho humano e associao pela tcnica da fragmentao.
McLuhan chama de sonmbulos os que dizem que o uso que se faz das
tecnologias que determina o seu valor. Para ele, o poder transformador da mdia a
prpria mdia. A mensagem de qualquer meio ou tecnologia a mudana de escala,
ritmo ou padro que introduz na vida humana (MCLUHAN, 1965).
A mdia afeta a maneira como os indivduos agem e interagem na recepo
de suas mensagens, modificando a organizao social da vida diria. Segundo o
autor canadense, o homem constantemente modificado pelas suas prprias
invenes, mesmo que tais modificaes sejam invisveis. O que verdadeiramente
interessa no o que a rdio ou televiso dizem, mas sim o fato de existirem,
trazendo transformaes sociedade. Portanto, para McLuhan, o meio a
mensagem. Postman (1993) insiste que o uso que se faz da tecnologia
grandemente determinado pela estrutura da prpria tecnologia.
As ferramentas que se usam determinam a viso de mundo. Para um
homem com um lpis, tudo parece uma lista. Para um homem com uma cmera,
tudo parece uma imagem. Para um homem com um computador, tudo parecem
dados. (POSTMAN; NEIL, 1993)
Isaac e Asimov sugeriram que,
Toda tendncia da tecnologia tem sido inventar mquinas que esto cada vez menos sob controle direto e cada vez mais parecem ter vontade prpria. clara a progresso do controle direto e imediato pelos meios humanos, at mesmo em tempos primitivos, para o escorrego frente at extrapolar e criar invenes ainda menos controlveis, at mais independentes que qualquer coisa de que eles tinham experimentado diretamente. (ASIMOV; ISAAC, 1981)
Ellul declarou que no pode haver autonomia humana em face da
autonomia tecnolgica. (ELLUL; JACQUES, 1964) Ele insistia que a autonomia
tecnolgica reduz a existncia humana a uma lesma dentro de uma fenda (p. 135).
Crticos desta definio de autonomia tecnolgica argumentam que a tecnologia
moldada pela sociedade e sujeita ao controle humano.
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Jacques Ellul tambm insiste que a tecnologia carrega consigo seus prprios
efeitos, independentemente de como usada. Para Ellul, as tecnologias carregam
consigo um nmero de conseqncias positivas e negativas, no importando como e
para que so utilizadas. No apenas uma questo de intenes. Para Ribeiro
(1999), O desenvolvimento tecnolgico no bom ou mal ou neutro. As pessoas
tornam-se condicionadas por seus sistemas tecnolgicos. Independente de se
acreditar que as tecnologias so boas ou ms, elas continuaro seu curso fazendo o
que sempre fazem: subjugando a humanidade. A substantive theory, seguida por
Ellul, argumenta que as tecnologias constituem um novo tipo de sistema cultural que
reestrutura inteiramente o mundo social como um objeto de controle.
Qualquer mudana tecnolgica produz alguma transformao social. E
algumas dessas transformaes so muito difundidas. At mesmo fortes crticos do
Determinismo Tecnolgico, como a sociloga Ruth Finnegan, so capazes de
aceitar que uma tecnologia pode ser vista como causadora de grandes
conseqncias na sociedade.Tecnologia um dos numerosos fatores das
mudanas sociais e do comportamento humano.
Logicamente, numa sociedade onde o grau de interao com outros fatores
est evidentemente presente, difcil justificar uma insistncia na tecnologia ou
mdia como o fator fundamental das transformaes sociais. Talvez os socilogos
de quem era esperado que estudassem sobre comunicao tenderam, no
passado, a adotar uma linha anti-tecnolgica; eles preferiram seguir Durkheim, um
dos fundadores da disciplina da sociologia que enfatiza o social como algo
autnomo e originalmente independente de todos os fatores mecnicos como a
tecnologia. Nesta atmosfera, estimulante ter uma contra-viso eficaz.
4 METODOLOGIA
O presente artigo teve sua pesquisa delimitada atravs da literatura
especializada existente sobre o referido tema, adotando a pesquisa bibliogrfica
desenvolvida por intermdio de material j elaborado em relao ao tema do estudo.
4.1 Anlises de dados e resultados
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Percebe-se a necessidade de ser modificar as bases da administrao
moderna, mediante a criao de um novo paradigma de gerenciamento compatvel
com a velocidade das inovaes. Com isso, analisar os principais fatores
econmicos, polticos e sociais que compe a empresa, para alguns autores
designado como administrao da Tecnologia. Devido ao fluxo intenso de
informaes.
5 CONSIDERAES FINAIS
As tecnologias so sempre substitudas, pois o homem est em permanente
busca de novos meios de produzir, e a evoluo continua. Isso nos remete a uma
eterna busca por novas melhorias tecnolgicas e a tentativa de ganhar vantagem
competitiva com elas.
Qualquer mudana tecnolgica produz alguma transformao social. E
algumas dessas transformaes so muito difundidas. At mesmo fortes crticos do
Determinismo Tecnolgico, como a sociloga Ruth Finnegan, so capazes de
aceitar que uma tecnologia pode ser vista como causadora de grandes
conseqncias na sociedade.
REFERNCIAS
BEAL, A. Gesto Estratgica de Informao: como transformar a informao e a tecnologia da informao em fatores de crescimento e de alto desempenho nas organizaes. So Paulo: Atlas, 2004. ELLUL, Jacques. The Technological Society. 1964. FINNEGAN, Ruth. Communication and Technology. 1975. GONALVES, Geraldo J. Sistemas de Informaes Automatizados: uma anlise crtica sobre sua eficcia. 1996. Dissertao (Mestrado em Administrao) - Departamento de Administrao, Pontifcia Universidade Catlica, Rio de Janeiro, 1996. RIBEIRO NETO, L.G. Os Impactos da Tecnologia nas Organizaes: uma viso poltica. Revista Universidade de Alfenas. Alfenas: Universidade de Alfenas, v.5, n.1, jan/jun, p.95-101, 1999. S, Antnio Lopes de . Teoria da Contabilidade. 2. ed. So Paulo: Atlas, 1999.
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OTIMIZAO DE TRFEGO EM REDES IP UTILIZANDO MPLS
Huds Sousa Costa1 Marcelo Lisboa Rocha2
RESUMO: Neste trabalho apresentada uma tcnica de otimizao para o roteamento de trfego em redes IP sobre MPLS. Aqui, a tarefa de roteamento de trfego foi modelada como um problema de programao matemtica e foi proposta uma heurstica de colnia de formigas para resolver aproximadamente este difcil problema computacional. Os resultados experimentais demonstram que o algoritmo de roteamento baseado na heurstica de colnia de formigas proposta apresenta melhor desempenho que os algoritmos padres, com respeito qualidade das solues encontradas e a otimizao de trfego em redes IP utilizando MPLS. Palavras-Chaves: Otimizao. Roteamento em redes IP. MPLS. ABSTRACT: In this work is presented an optimization technique to traffic routing on IP networks over MPLS. Here, the traffic routing task was modeled as a mathematical programming problem and was proposed an ant colony heuristic to obtain near-optimal solutions to this computational hard problem. Experimental results show that the routing algorithm base on the proposed ant colony heuristic presents better performance than the standard algorithms, with respect to the quality of solutions found and IP networks over MPLS. Key-Words: Optimization. Routing in IP networks. MPLS.
1 INTRODUO
A importncia das redes de computadores em vrias reas vem aumentando
progressivamente com o passar dos anos, tanto em nmero de usurios como na
quantidade de aplicaes e tipos diferentes de servios que as utilizam. Grande
parte destes servios so baseados no protocolo IP. Para suprir estas necessidades
foi desenvolvida uma aplicao que suporta mltiplos protocolos. O MPLS
(Multiprotocol Label Switching Comutao de Rtulos Multiprotocolo) uma
tecnologia capaz de viabilizar mltiplos servios de rede sobre uma infraestrutura
compartilhada, permitindo o aprovisionamento rpido de servios e tornando-se um
ponto de concentrao para servios novos e antigos (OSBORNE; SIMHA, 2002).
1 Graduado em Cincias da Computao (UNIRG). Professor assistente e analista de sistemas da
Faculdade Serra da Mesa. Email: [email protected]. 2 Graduado em Cincias da Computao (UCP). Mestrado em Computao (UFF/RJ). Mestrado em
Engenharia Eltrica (UFRJ). Doutorado em Engenharia Eltrica (UFRJ). Professor titular da Faculdade Serra da Mesa dentre outras. Email: [email protected]
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Embora somente nesta dcada o MPLS comea a ser implantado nas redes
de computadores para a criao de novos servios, esta tecnologia no recente.
Iniciativas anteriores de protocolos baseados em mtodos de engenharia de trfego
j utilizam essa tecnologia desde meados dos anos de 1990 (METRORED, 2007). A
IETF (Internet Engineering Task Force) define-o como uma tecnologia de
chaveamento de pacotes que proporciona o encaminhamento e a comutao
eficiente de fluxos de trfego atravs da rede, apresentando-se como uma soluo
para diminuir o processamento nos equipamentos de rede e interligar com maior
eficincia redes de tecnologias distintas.
O termo Multiprotocol significa que esta tecnologia pode ser usada sob
qualquer protocolo de rede (OSBORNE; SIMHA, 2002). Considerando a Internet e a
importncia de seus protocolos nas vrias WANs pblicas e privadas, tem-se
aplicado o estudo e a implementao do MPLS basicamente para redes IP. O
protocolo MPLS abre um campo promissor para o roteamento baseado em QoS
(WANG, 1999), onde a seleo dos caminhos/fluxos pode estar sujeita a restries
de QoS, expressas em termos de mtricas como: largura de banda mnima, atraso e
variao de atraso mximos e taxa de perda mxima de pacotes.
Sob a tica da otimizao, o problema de encontrar rotas que satisfaam a
esses requisitos pertence categoria NP-difcil, o que significa que possui ordem de
complexidade combinatria. Em outras palavras, o esforo computacional para a sua
resoluo cresce exponencialmente com o tamanho do problema, dado pelo nmero
de ns.
Na prtica, para problemas deste tipo raramente os resultados timos so
encontrados, existem vrios problemas classificados nesta classe NP-difcil, tais
como: caixeiro viajando, roteamento de veculos, alocao, onde mtodos de
soluo aplicados a instncias reais so, em geral, heursticos, isto , tais mtodos
no asseguram que a soluo final obtida seja a melhor existente. Dentre esses
mtodos heursticos destacam-se as metaheursticas, as quais, ao contrrio das
heursticas convencionais, so providas de mecanismos para escapar de timos
locais, alm de serem de fcil implementao e permitirem incluir, com facilidade,
mltiplas restries no roteamento. (FREDERICO; JAMILSON, 2004).
A metaheurstica baseada em otimizao de colnia de formigas (ACO-Ant
Colony Optimization) ser utilizada para otimizar o trfego em rede IP sobre MPLS.
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A escolha do mtodo se d pela importncia que este vem tendo nos problemas de
otimizao, pela sua capacidade adaptativa e pela necessidade de se ter um mtodo
que resolva o problema de forma eficiente.
Este artigo apresenta a soluo de um problema de otimizao de trfego
em uma topologia de rede similar quelas encontradas em backbones de
provedores de servios de acesso Internet. A soluo consiste em minimizar o
atraso fim-a-fim de todos os fluxos de dados que atravessam os enlaces da rede,
restritos pelas larguras de banda respectivas. Como resultado, o congestionamento
de forma global na rede reduzido. As solues do problema de otimizao
tendero a oferecer os caminhos com menores atrasos de transmisso.
As demais sees do artigo so apresentadas a seguir. A seo 2 apresenta
o problema de roteamento em questo e sua formulao matemtica. A seo 3
descreve a abordagem de soluo para o problema utilizando a heurstica ACO.
Resultados computacionais so apresentados e discutidos na seo 4, enquanto a
ltima seo conclui o trabalho.
2 DESCRIO DO PROBLEMA
A topologia fsica da rede pode ser modelada como um grafo conexo G = (V,
E) direcionado, V o conjunto de vrtices do grafo, que em uma rede podem ser
hubs, switches, roteadores, satlites, rdios-bases, entre outros; e E o conjunto de
arestas do grafo, que representam as possveis conexes (links) entre os ns da
rede. Ressalta-se que cada aresta ligando os vrtices i e j possui dois valores
associados: Aij que o atraso e Cij que a capacidade/banda da respectiva aresta.
O objetivo encontrar rotas otimizadas com o menor atraso possvel dentre
as vrias existentes de forma a contornar as falhas existentes.
A Figura 1 apresenta um modelo de Grafo conexo proposto para o problema,
onde este denota uma estrutura de redes de computadores aqui identificada como
inst1. Esta possui 10 vrtices e 20 arestas com capacidade mxima OC48, que a
banda passante para cada link, e um atraso (rtulo da aresta).
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Como neste problema existem vrias fontes e seus respectivos destinos com
fluxos a serem roteados (cada qual com uma necessidade mnima de banda), o
mesmo pode ser visto como um problema de multifluxos.
Figura 1: Instncia Inst1 de referncia.
Fonte: Prprio autor
Ressalta-se que o problema de multifluxos, quando h a restrio de
integralidade dos fluxos, se torna NP-difcil (EVENT et al., 1976) mostra que o
problema de deciso com apenas 2 fluxos NP-completo). Assim sendo, o
problema pode ser modelado como o problema de programao matemtica
descrito a seguir.
Problema: otimizao do trfego em rede IP sobre MPLS (G, c, r): Dados um Grafo
orientado G = (V, E), atraso e banda disponvel nas arestas REc : , encontrar
fluxos/rotas otimizadas com menor atraso satisfazendo o limite mnimo de banda
passante.
Onde:
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k = n de fluxos e n = n de vrtices.
jV = Conjunto de vrtices vizinhos/adjacentes ao vrtice j.
iB = banda necessria para rotear o fluxo i.
jz = Atraso da aresta j-z.
jziy = indica se a aresta j-z est sendo (1) ou no (0) utilizada no fluxo i.
zjix = Quantidade de fluxo que passa pelo link/atesta z-j no fluxo i.
zjC = Capacidade do link/aresta z-j.
= Valor numrico grande.
Na seqncia se tem a explicao de cada item da formulao matemtica do
respectivo problema, onde:
(1) Minimizar a soma dos atrasos das aresta/links utilizados em todos os fluxos
(2) Restrio de equilbrio de fluxo, onde:
O fluxo resultante deve ser igual a zero (0) nos ns de passagem.
O fluxo resultante deve ser igual a Bi nos ns de destino i.
O fluxo resultante deve ser igual a Bi nos ns de origem i.
(3) Restrio de capacidade da aresta/link: a soma de todos os fluxos que passam
pela aresta/link z-i deve ser menor ou igual a capacidade zi
C da respectiva aresta.
(4) Restrio de utilizao: indica que se passou algum fluxo pela aresta z-j no
caminho i a aresta j-z est sendo utilizada no fluxo i (jzi
y ).
3 A HEURSTICA ACO PROPOSTA
Este trabalho aplica a metaheurstica da colnia de formigas proposta por
Dorigo e Caro (1999) para a soluo de problemas de otimizao combinatria,
como o problema do caixeiro viajante.
A metaheurstica da colnia de formigas foi inspirada na observao das
colnias de formigas reais, em particular em como elas encontram o menor caminho
entre a fonte de alimentos e o formigueiro.
Para a obteno do alimento para o formigueiro, a colnia resolve um
interessante problema de otimizao. Inicialmente, as formigas percorrem de modo
aleatrio a regio prxima ao formigueiro em busca do alimento. Cada formiga,
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enquanto percorre o seu caminho, deposita sobre o solo uma substncia chamada
feromnio, formando um caminho ou rastro de feromnio. As formigas subseqentes
detectam o a presena desta substncia e tendem a escolher o caminho marcado
com a maior concentrao de feromnio. O feromnio, portanto, alm de possibilitar
a formao de um caminho de volta para a formiga, tambm tem a funo de
informar as outras formigas sobre quais os melhores caminhos at o alimento.
Depois de algum tempo, os caminhos mais eficientes ou de menor distncia
percorrida at o alimento acumulam uma quantidade maior de feromnio.
Inversamente, os caminhos menos eficientes ou de maior distncia percorrida at
o alimento apresentam uma pequena concentrao de feromnio, devido ao
menor nmero de formigas que passaram por ele e ao processo de evaporao
natural do feromnio. No problema de otimizao que o formigueiro se defronta,
cada formiga capaz de construir uma soluo completa do problema; contudo, a
melhor soluo s obtida mediante cruzamento das diversas solues
encontradas.
O Sistema de Formigas, primeira metaheurstica de otimizao de colnia de
formigas proposta por Dorigo (1992), quando aplicado ao problema do caixeiro
viajante, inicia-se com cada formiga construindo uma soluo a partir de um dos ns
da rede do problema. Cada formiga k constri o seu caminho movendo-se atravs
de uma seqncia de locais vizinhos, onde os movimentos so selecionados
segundo uma distribuio de probabilidades dada por:
(5)
Na equao (5) )(tP kij a probabilidade da formiga k, que se encontra em i,
escolher o n j como prximo n a ser visitado no tempo (iterao) t, os valores dos
parmetros e so ajustados heuristicamente. A varivel a ponderao do
feromnio (01) e a ponderao da informao heurstica (01), n ij=1/dij
a visibilidade entre a varivel j a varivel i e vice-versa; dij a distncia Euclidiana
entre i e j; ij a intensidade da trilha no caminho (i,j) no tempo t (quando t=0 a
casos outros ,0
.)(
.)(
)(
ikik
ijij
k
ij nt
nt
tP
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intensidade da trilha gerada aleatoriamente, geralmente com distribuio
uniforme). Ao longo da trilha de i at j a formiga deposita na trilha uma substncia
(feromnio) definida por:
(6)
k
ij possui este valor se (i, j) pertence a rota construda pela melhor formiga
da k-sima iterao e 0 caso contrrio (usar Q = 1) e Lk o comprimento da tour da
k-sima formiga. Aps um certo nmero m de formigas terem finalizado suas rotas, a
quantidade de feromnio atualizada em cada arco de modo a reforar o caminho
obtido pela melhor formiga. Assim, para cada arco (i,j) da rede, adiciona-se uma
quantidade de feromnio proporcional ao tamanho da rota obtida:
(7)
O primeiro termo da equao (7) responsvel pela evaporao do
feromnio, onde um parmetro que determina a velocidade da evaporao. O
segundo termo responsvel por aumentar a concentrao de feromnio apenas
nos arcos visitados pela melhor formiga.
A estratgia de soluo proposta neste trabalho para o problema de
otimizao de trfego em redes IP sobe MPLS ligeiramente diferente da descrita
anteriormente para o problema do caixeiro viajante. No caso do problema tratado
neste trabalho, para obteno de solues aproximadas eficientes, a ordem de
alocao dos fluxos influencia no resultado final. De modo a este problema poder ser
resolvido de forma semelhante ao problema do caixeiro viajante, foi atribudo um
nmero a cada fluxo (cidade) e o que equivaleria a distncia entre as cidades o
valor do atraso calculado entre a alocao de um fluxo e outro dependendo da
ordem. Assim sendo, a nica diferena bsica a no necessidade de calcular a
distncia (atraso) da ltima cidade (fluxo) para a primeira.
4 RESULTADOS COMPUTACIONAIS
Sero abordados nesta seo, os testes e resultados computacionais
realizados sobre o problema proposto. A seguir, sero apresentadas as instncias
k
k
ijL
Q
k
ij
k
ij
k
ij tt .)1().1()(
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utilizadas para testes e o desempenho do algoritmo ACO tanto sobre a qualidade
das solues obtidas como o tempo de execuo, ser realizado anlises e
comparaes destes como os mtodos de soluo B&B (Branch-and-Bound) e
Caminho Mnimo (CM).
4.1 Gerao das Instncias
Houve a necessidade de desenvolver um programa com o propsito de
gerar as instncias utilizadas para coletar os resultados computacionais onde estas
representam grafos conexos, simulando uma estrutura de redes de computadores.
Cada instncia gerada um grafo que representa enlaces bidirecionais e as arestas
tm capacidade de 622 (OC12) ou 2488 (OC48) unidades de banda, atribudas
aleatoriamente, com a mesma probabilidade, como tambm um atraso gerado
aleatoriamente entre 0.01 e 2.0.
A Tabela 1 apresenta as instncias utilizadas para os testes computacionais
geradas. Estas possuem quantidades de vrtices que variam de 10 a 63, e arestas
que variam de 28 a 978. Na Tabela 1 tambm so especificados os nmeros de
caminhos para cada instncia.
Tabela 1: Instncias utilizadas.
Instncias N de
Vrtices
N de
Arestas
N de
Caminhos
inst1 10 20 3
inst2 15 45 2
inst3 20 89 4
inst4 26 153 5
inst5 30 209 3
inst6 35 286 3
inst7 40 372 2
inst8 45 490 4
inst9 47 540 3
inst10 49 587 2
inst11 53 698 5
inst12 56 779 4
inst13 63 978 3
Fonte: Prprio autor
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Na Tabela 1 esto todas as instncias utilizadas para os testes
computacionais, os vrtices referente a cada uma, as arestas e os caminhos
percorrido em cada instncia.
4.2 Ambiente Computacional Utilizado
Os testes computacionais foram realizados em um micro-computador com a
configurao especificada a seguir, para todas as instncias sobre os algoritmos
analisados: Processador Pentium 4 de 2.8 GHz com e 1.00 GB de memria RAM. O
sistema operacional utilizado foi o Windows XP, e todos os programas foram
codificados na linguagem C.
Na seo a seguir sero apresentados, os resultados das solues (soma
dos atrasos dos caminhos) das instncias analisadas bem como os tempos
computacionais (em Segundos de CPU) apresentados pelos algoritmos CM, B&B e
ACO sobre estas.
4.3 Testes Computacionais
Nesta Subseo, sero feitas as anlises e comparaes dos resultados do
mtodo proposto com outros mtodos clssicos, tais como CM e B&B.
4.3.1 Anlises dos Resultados
Para a execuo desta anlise, foi considerada a utilizao de 3 (trs)
caminhos ou rotas. Cada um dos 3 caminhos possui a seguinte configurao: o
primeiro caminho tendo origem 9 e destino 10, o segundo possuindo origem 1 e
destino 4, j o terceiro tem origem 6 e destino 8, sendo todos com necessidade de
banda passante de 1680 Mbit/s.
A Figura 2 apresenta a topologia de rede gerada aps a execuo do
Algoritmo Caminho Mnimo. Para completar, as trs rotas utilizam a seguinte
seqncia de vrtices intermedirios:
Caminho1: 9310 trajeto de cor rosa.
Caminho2: 184 trajeto de cor vermelha.
Caminho3: 638 trajeto de cor azul.
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A soma do atraso dos caminhos percorrido pelos trs rotas resulta em 4.32
Figura 2: Soluo do CM na instncia Inst1.
Fonte: Prprio autor
Aplicando agora o mtodo B&B instncia Inst1 para os 3 caminhos j
citados, tem-se a soluo ilustrada na Figura 3. A seguir, so apresentados todos os
vrtices e arestas pertencentes aos 3 caminhos.
Caminho1: 9310 trajeto de cor rosa.
Caminho2: 184 trajeto de cor vermelha.
Caminho3: 6548 trajeto de cor azul.
A soma do atraso dos caminhos percorrido pelos trs rotas resulta em 3.81.
Figura 3: Soluo do B&B na instncia Inst1.
Fonte: Prprio autor
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Agora ser apresentada a soluo do ACO, na Figura 4, para a instncia
Inst1 com 3 caminhos j especificados. A seguir, so apresentados os vrtices e as
respectivas arestas de cada um dos caminhos encontrados:
Caminho1: 9310 trajeto de cor rosa.
Caminho2: 184 trajeto de cor vermelha.
Caminho3: 6548 trajeto de cor azul.
A soma do atraso dos caminhos percorrido pelas trs rotas resulta em 3.81.
Figura 4: Soluo do ACO na instncia Inst1.
Fonte: Prprio autor
4.3.2 Comparao dos Resultados
Nesta subseo, sero apresentados e comparados os resultados
computacionais das 3 tcnicas aqui implementadas.
Na Tabela 2 esto as solues (soma dos respectivos atrasos de todos os
caminhos a serem roteados) dos mtodos CM / B&B / ACO e o tempos
computacionais em segundos de CPU. Deve-se citar que neste trabalho, devido ao
alto tempo de execuo do mtodo B&B para o problema em questo, o tempo
mximo de execuo do mesmo foi limitado ou ao tempo de execuo do ACO para
a respectiva instncia ou at a obteno da primeira soluo vlida. Vale ressaltar
que os tempos computacionais so diretamente proporcionais ao tamanho das
instncias o que influncia diretamente nos resultados, como descrito na prxima
subseo.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 2, pode-se observar:
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mtodo do caminho mnimo (CM) o mais rpido, possuindo baixssimo
tempo computacional. Por outro lado, o que apresenta as solues de
pior qualidade. Isto pois, do ponto de vista de QoS, nem sempre o
caminho mais curto o caminho que apresenta o melhor conjunto de
recursos necessrios a uma aplicao.
mtodo branch-and-bound (B&B) apresentou solues de boa qualidade.
Contudo, a um custo computacional (tempo de execuo) geralmente
bem mais alto que os mtodos do CM e ACO. Isto se deve a alta
complexidade do problema em questo.
mtodo de colnia de formigas (ACO), comparado aos outros dois (CM e
B&B) o que apresenta a melhor relao custo-benefcio. Isto se deve ao
fato de apresentar as melhores solues com custo computacional (tempo
de execuo) razovel, mesmo para as instncias de maiores dimenses.
Tabela 2: Solues e tempo de execuo dos mtodos CM / B&B / ACO.
Instncia Sol.
CM
Sol.
B&B
Sol.
ACO
Tempo
CM
Tempo
B&B
Tempo
ACO
inst1 4.32 3.81 3.81 0.01 10.20 10.12
inst2 2.41 2.06 1.23 0.01 19.03 19.05
inst3 3.38 4.41 2.54 0.01 19.10 19.01
inst4 4.19 4.40 4.06 0.01 21.50 20.81
inst5 1.19 1.19 1.13 0.01 30.96 30.27
inst6 1.62 1.61 1.33 0.14 50.12 45.31
inst7 0.80 0.59 0.59 0.14 52.32 50.16
inst8 2.52 3.51 1.68 0.15 59.11 54.90
inst9 1.51 1.25 1.00 0.16 60.01 59.09
inst10 0.91 0.91 0.91 0.18 63.45 41.59
inst11 1.75 2.13 1.87 0.21 65.78 50.10
inst12 1.65 1.41 1.05 0.25 69.09 52.01
inst13 1.06 4.70 0.89 0.27 71.01 55.72
Fonte: Prprio autor
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5 CONCLUSES E RECOMENDAES
Neste trabalho foi estudado o problema de otimizao de roteamento em
redes IP sobre MPLS, como contribuio deste trabalho, desenvolveu-se um
algoritmo utilizando a meta-heurstica colnia de formigas para o problema em
questo. Embora simples de descrever e entender, o problema de otimizao de
roteamento em redes IP de difcil resoluo. Como visto anteriormente, este
problema est classificado como um problema NP-difcil o que limita o uso de
tcnicas exatas para encontrar a soluo para instncias grandes.
O algoritmo proposto foi testado em 13 instncias geradas aleatoriamente de
tamanho compatvel com os existentes nos backbones das redes ticas das
empresas de telecomunicaes. O ACO proposto obteve um bom desempenho em
termos de qualidade das solues geradas, principalmente em instncias de maiores
dimenses. Outro aspecto relevante foram os tempos computacionais satisfatrios.
O objetivo deste trabalho encontrar boas solues num tempo
computacional razovel. O objetivo foi plenamente alcanado com a aplicao da
metaheurstica ACO, portanto, conclui se que os resultados obtidos so animadores,
boas solues em uma quantidade de tempo computacional razovel.
Este problema foi projetado para operar de forma esttica e em instncias
prximas a saturao do enlaces, tendo aplicao direta em planejamento de
capacidade de backbones de operadoras de telecomunicaes. No foram
definidas garantias rgidas de qualidade de servios a serem oferecidas s
aplicaes. A garantia de que a capacidade de largura de banda dos enlaces no
seja violada, entretanto, melhora de forma global a QoS da rede.
Apesar dos bons resultados obtidos pelo mtodo de colnia de formigas
(ACO) aqui implementado para o problema em questo, ainda existem atividades a
serem realizadas que possibilitam a obteno de resultados ainda melhores, tanto
no tocante ao tempo computacional quanto qualidade da soluo. Assim, tem-se
as seguintes recomendaes:
Para melhorar o desempenho do ACO, desenvolver verses paralelas do
cdigo desenvolvido, tanto para mquinas de memria compartilhada
(vrios ncleos) quanto para mquinas de memria distribuda (clusters
ou grids).
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Utilizar outros mtodos exatos, tais como branch-and-cut e branch-and-
price, de modo a verificar a possibilidade de obteno de tempos
computacionais menores para as mesmas instncias ou outras ainda
maiores para comparao com o ACO.
REFERNCIAS
DORIGO, M.; CARO, G. DI. The Ant Colony Optimization Meta-Heuristic. In: New Ideas in Optimization, McGraw-Hill, 1999. DORIGO, M. Optimization, Learning and Natural Algorithms. Ph.D.Thesis, Politecnico di Milano, Italy, 1992. EVEN, S.; ITAI, A.; SHAMIR, A. On the complexity of timetable and multicommodity flow problems. SIAM Journal on Computing, 5(4):691703, Dezembro 1976. FREDERICO, C. M.; JAMILSON, M. F. S; SUMIKA, H. S. Uma metodologia Heurstica baseada em GRASP, VND e VNS Para a resoluo do Problema de Dimensionamento de Redes IP. XXXVI SBPO, 2004. METRORED. Disponvel em: http://www.metrored.com.br/artigos/artigo_mpls_em_redes.php Acessado em: 22/03/2007 OSBORNE, E.; SIMHA, A. Engenharia de trfego com MPLS. Ed. Campus, 2002.
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CONTAMINAO DE JALECOS USADOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Mariele Pletsch Fenalte1 Luciane Cristina Gelatti2
RESUMO: Staphylococcus aureus um dos principais patgenos associados com infeces adquiridas na comunidade e no ambiente hospitalar. A colonizao por este microrganismo apresenta-se de forma assintomtica, mas de grande importncia clnica e epidemiolgica quando indivduos colonizados so o veculo de transporte desta bactria no ambiente hospitalar. Os profissionais da sade tm sido apontados, como