Revista Tela Viva - 234 - Jan/Fev de 2013

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televisão, cinema e mídias eletrônicas ano 22_#234_jan/fev2013 PROGRAMAÇÃO Canal pago da Band estreia com boa base de assinantes e grade voltada às artes TV POR ASSINATURA Mercado cresce em 2012, mas em ritmo menor e com mais concentração Provedores digitais produzem conteúdo original e buscam o mercado publicitário. Será o começo da “cabolização” do online? INTERNET: A NOVA TV

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Revista Tela Viva - 234 - Jan/Fev de 2013

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televisão, cinema e mídias eletrônicas ano 22_#234_jan/fev2013

PROGRAMAÇÃOCanal pago da Band estreia com boa base de assinantes e grade voltada às artes

TV POR ASSINATURAMercado cresce em 2012,

mas em ritmo menor e com mais concentração

Provedores digitais produzem conteúdo original e buscam o mercado

publicitário. Será o começo da “cabolização” do online?

INTERNET: A NOVA TV

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O Brasil tem um forte aliado na luta contra a dengue: a informação.

Melhorar sua vida, nosso compromisso.

Fique atento aos locais que podem acumular água:

MANTENHA A CAIXAD’ÁGUA FECHADA

MANTENHA A LIXEIRA FECHADA

NÃO DEIXE ÁGUA ACUMULADA SOBRE A LAJE

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E não se esqueça: febre com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas pode ser dengue. Procure uma unidade de saúde.

Todos precisam ser lembrados de como é importante se prevenir da dengue, assim vamos conseguir diminuir cada vez mais o número de vítimas. É por isso que os veículos de comunicação têm tanta importância nesse combate. Faça a sua parte. Divulgue essa informação, assim a dengue não se espalhará em nosso país.

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(editorial)

Rubens GlasbergAndré MermelsteinClaudiney Santos Samuel Possebon (Brasília)Manoel FernandezOtavio Jardanovski

André Mermelstein

Fernando Lauterjung

Ana Carolina BarbosaBruno Borin Samuel PossebonLizandra de Almeida (colaboradora) Leandro Sanfelice (vídeo repórter)

Letícia Cordeiro

Edmur Cason (Direção de Arte)Alexandre Barros (Designer Gráfico)Geral do José Noguei ra (Designer Gráfico)Rubens Jar dim (Pro du ção Grá fi ca)Bárbara Cason (Web Designer)Debora Harue Torigoe (Web Designer)Lúcio Pinotti (Tráfego/Web)

Bruna Zuolo (Gerente de Negócios) André Ciccala (Gerente de Negócios)Patricia Linger (Gerente de Negócios)Iva ne ti Longo (Assis ten te)

Gislaine Gaspar (Gerente)

Patricia Brandão (Gerente)

Harumi Ishihara (Diretora)Gisella Gimenez (Gerente)

Vilma Pereira (Gerente)

Marcelo Pressi (Gerente)

0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

[email protected]

(11) [email protected]

(11) [email protected]

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Olhos sim, bolsos não

Um dado de mercado passou quase despercebido neste início de 2013: no ano passado, nos EUA, pela primeira vez o consumo de vídeo online pago e legal superou o de mídias físicas (DVD e Blu-

ray). É a confirmação de algo que já se sabe faz algum tempo, que os serviços de vídeo devem seguir caminhos parecidos aos de outros conteúdos, como música e livros.

Um levantamento da IHS Screen Digest mostra que o consumo de vídeos online cresceu 135%, chegando a 3,4 bilhões de filmes vistos. Isso representa, segundo o estudo, 57% do consumo de vídeos no país.

Mas aí entra o nó da questão: esse consumo de vídeo online representa uma receita de US$ 1,72 bilhão, contra US$ 11,1 bilhões de faturamento da indústria de DVDs. Ou seja, as pessoas estão consumindo mais e pagando menos.

Como em diversos outros setores da economia, o aumento do alcance da Internet e a melhoria nas velocidades de acesso têm um efeito revolucionário no consumo de mídias audiovisuais. E esse movimento muitas vezes destrói valor, cortando elos na cadeia de remuneração. É evidente que ao tirar do caminho que vai do estúdio ao lar uma série de “intermediários”, como fabricantes de discos físicos, transporte, impostos etc, consegue-se não só uma redução no preço, mas um aumento gigante da oferta de títulos, novos e antigos, de forma quase ilimitada.

Mas a cadeia atual, de alguma forma, é a que consegue manter a roda girando, bancando a produção de conteúdo de alto nível, sua distribuição, seus custos de lançamento e promoção.

O início de 2013 ficou marcado também pelo lançamento de “House of Cards”, série dramática bancada integralmente pela plataforma de VOD over-the-top (OTT) Netflix. Não é a primeira produção original da empresa, mas a mais ambiciosa, com participação de uma estrela do cinema (Kevin Spacey) e um orçamento de US$ 100 milhões.

A iniciativa faz mais sentido do ponto de vista de posicionamento estratégico do que econômico. Afinal, hoje o mercado do OTT é disputado por gigantes da Internet, como Google, Amazon e Apple, e seus correspondentes no mundo da mídia tradicional, como HBO (com a plataforma HBO Go), Sony (com o Crackle) e Hulu (consórcio entre redes de TV americanas). No Brasil a situação é similar, com a Globosat também apostando em sua própria plataforma digital.

Diferenciar-se com uma produção original de respeito é importante para a Netflix. A interrogação é quanto à capacidade destes novos modelos de distribuição e consumo serem capazes de manter vivo o negócio da produção de alto padrão (leia-se de grandes orçamentos) e que impacto terão nos mercados tradicionais.

Duas matérias nesta edição dão conta da aproximação entre os detentores de conteúdo e os provedores de serviços online. Estivemos na Natpe, em Miami, evento da indústria de conteúdos para TV, e na CES, em Las Vegas, a meca da indústria de eletrônicos de consumo. Nas duas, o debate girou em torno desta questão. A resposta ninguém sabe ainda, mas a constatação é de que o digital já é parte da equação, e todos terão que lidar com isso.

André Mermelsteina n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903.

Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DFJornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965)

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista,

sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

capa: EDITOrIA DE ArTE CONVErGE / VISArO / VAjU ArIEL /SHUTTErSTOCK.COM

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telavivanewswww.telaviva.com.br

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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Natpe 12Evento levanta as semelhanças entre as plataformas de cabo e digital

Scanner 6Figuras 11TV por assinatura 16Serviço cresce em menor velocidade e sem abrir espaço para novos players

Programação 18Arte1 estreia beneficiado pela Lei 12.485/11

Mercado 22Combate muda grade, passa a comercializar publicidade e prepara novidades fora da TV

Audiência 24Evento 26Detentores de conteúdo audiovisual buscam fórmulas para o digital

Making of 28Formação 30São Paulo ganha centro de treinamento e capacitação de profissionais para produção

Entrevista 32Robert Mckee elogia a novela e critica os roteiros atuais do cinema nacional

Case 34Animação adulta da Buriti e Gullane ganha parceria da HBO e garantia de exibição na TV

Upgrade 36Agenda 38

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Brinde à históriaA produtora paulistana Tortuga Studios produziu

uma série de seis pílulas de dois minutos para o on air do History Channel. Em “History Drink”, personagens importantes da história se encontram em um pub diri-gido por um atrapalhado barman. Os episódios mos-tram encontros inusitados entre personalidades como jesus Cristo e Freud, Napoleão Bonaparte e Cleópatra, Darwin e joana D’Arc, entre outros. Uma nova tempo-rada com a mesma proposta será produzida este ano.

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A Tortuga Studios criou pílulas para o on air do History Channel em que personagens da história, como Jesus e Freud, encontram-se para um drink.

Alerta socialA Maria Farinha Filmes, produtora com

foco em projetos de impacto social, disponibilizou o documentário “Muito Além do Peso”, que abor-da a obesidade infantil, na Internet (www.muitoalemdopeso.com.br). O site também oferece cenas extras, entrevistas na íntegra, sinopse do filme, além de material gráfico para estimular as pessoas a organizarem suas próprias exibições. Com direção de Estela renner e produ-ção de Marcos Nisti, o filme traz histórias e per-sonagens reais de várias regiões do Brasil. São histórias de crianças, pais, professores e médicos que alertam para o problema.

A Maria Farinha Filmes colocou na Internet o documentário “Muito Além do Peso”.

Nordeste em altaApós adquirir os direitos dos

jogos da Copa do Nordeste pelos próximos dez anos, o Esporte Internativo lançou o canal Esporte Interativo Nordeste, com o propósito de transmitir todas as partidas da competição durante o período. A iniciativa acompanha a decisão do canal de investir no futebol nordestino, buscando equipará-lo ao do Sul e do Sudeste. Esta é a primeira vez que o Esporte Interativo abre um canal extra para exibir todos os jogos de uma competição, assim como reprises, resenhas e repor-tagens especiais no pré e no pós jogo. As transmissões acontecem até 17 de março, quando o canal deixa de existir. Segundo o presi-dente do canal, Edgard Diniz, existe um projeto para que o Esporte Interativo Nordeste volte em algum momento com progra-mação o ano inteiro. O canal fechou acordo com a Claro TV, TCM e Cabo Telecom, cujos assi-

nantes tiveram acesso sem nenhum custo extra à programa-ção. Além da criação do canal extra, o Esporte Interativo anun-ciou investimentos de r$ 100 milhões nos clubes nordestinos para ajudá-los a equilibrar forças com as equipes do Sul e do Sudeste.

O canal ainda trouxe duas novidades no começo do ano: a primeira é a aquisição dos direi-tos de transmissão da TV real Madrid por três anos. A segunda é a coprodução de documentários com a TV Zero. Financiado com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), “Fanáticos” terá 16 episódios de cinco minu-tos que serão exibidos durante a programação do canal no segundo semestre de 2013. Cada programete será dedicado a uma torcida e terá a presença de um ou mais persona-gens que simbolizem o estilo daquele grupo.

Investimento estávelDados do Monitor Evolution, serviço do Ibope Media que

monitora os investimentos em mídia no País, apontaram um crescimento de 7% em 2012 em relação 2011. Pelo levantamen-to do Ibope, que considera os valores de tabela praticados pelos veículos, e não o valor real praticado, os investimentos publicitá-rios atingiram a marca de r$ 94,9 bilhões.

O meio que respondeu pelo maior volume de publicidade no ano foi, mais uma vez, a TV aberta - com crescimento de 11% e total de r$ 51,2 bilhões, frente aos r$ 46,3 bi de 2011. Apesar disso, sua participação permaneceu praticamente a mesma, pas-sando de 53% para 54%. Com 21% de crescimento, a Internet também aumentou sua participação em um ponto percentual, passando de r$ 5,3 bi para r$ 6,5 bi. O segmento de TV por assinatura contou com um investimento de r$ 500 mi a mais, passando de r$ 7,4 bilhões para r$ 7,9 bi, porém m com r$ 26,5 bilhões, seguido do mercado de assinatura nacional (que abrange TV por assinatura, revista e Internet), com r$ 20,8 bi. Dentre os setores, a lide-rança também continuou com os de comércio e varejo, represen-tando 21% do total investido.

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Jornal18%

TV Assinatura

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Revista8%

Internet7% Cinema

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Rádio4%

Mobiliário Urbano

1%

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Share do investimento em mídia

Fonte: Ibope Media

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Waguinho LaBella, ex-TV Cultura, comanda o núcleo de conteúdo da Cia. de Cinema.

Completando três décadas em 2013, a produtora 5.6 anuncia algumas novidades para o mercado neste ano, a começar pela chegada das sócias e produtoras execu-tivas Viviane de castro e Gabriela Nogueira. Com anos de experiência no exterior, as profissionais montaram uma equipe de talentos internacionais composta pelos diretores Niklas Hansen, jesse rosten, Lieven Van Baelen (representado por ridley Scott nos Estados Unidos), Alexandre Montenegro e Augusto Fraga, além de Yves Callewart (fotógrafo) e joana Faria (ilustradora). A ideia, além da internacionalização da produtora, é utilizar equipes enxutas em que produtor executivo e

produtor de campo lidam diretamente com o cliente, como já acontece na Europa.

Além das novidades na equipe, as produtoras executivas também fizeram parcerias de produção em Estocolmo, Miami e Espanha, além de contar com parceiros de pós--produção em Londres e na Polônia. Embora a publicidade continue sendo o foco da produtora, a produção de conteú-do também está nos planos das profissionais, que acredi-tam que ela deve acontecer de forma natural. Um departa-mento de production service já está criado, pensando na demanda que deve vir com os grandes eventos que aconte-cem no Brasil nos próximos anos.

Sem fronteiras

Clipe interativoA banda capital Inicial completou 30 anos e

lançou o clipe “O Lado Escuro da Lua”, com dire-ção de Del, da conspiração. O filme foi produzido pela Concept, núcleo de produção audiovisual para Internet e novas mídias da produtora, e tem como destaque o modo de gravação, todo feito em 360º. Além da versão para TV, que estreou no quadro “Canal F”, do “Fantástico”, foi feita uma versão interativa para a web. Nela o usuário pode escolher no decorrer da música o enquadramento em que quer ver a obra. Toda a captação das imagens foi feita com uma câmera Ladybugs. As filmagens foram feitas no deserto do Atacama, no Chile.

Conspiração gravou em 360o o clipe interativo do Capital Inicial.

ConteúdoA cia. de cinema lançou um

núcleo de conteúdo e anunciou a con-tratação de Waguinho LaBella (ex-TV Cultura) para comandá-lo. Focado na produção de séries para TV (tanto de ficção quanto documental), cinema, branded content e webséries, o novo núcleo já está operando.

Rede em festaA folia do Carnaval 2013 ganhou extensão na Internet. O Terra cobriu as fes-

tas em Salvador, rio de janeiro, recife e São Paulo. No total foram 150 profissio-nais trabalhando na cobertura. Patrocinado pela Skol, Fiat e 51 Ice, o Terra tam-bém realizou pelo segundo ano consecutivo o especial Operação Folia, com cober-turas in loco de festas tradicionais em seis cidades brasileiras (Ouro Preto, Florianópolis, São Luiz do Paraitinga, Olinda, recife e Salvador).

O Google também fez a cobertura do Carnaval em um canal especial no YouTube. Os internautas puderam acompa-nhar as festas em Salvador, rio de janeiro, Olinda, São Luís, Ouro Preto e Pirenópolis. O serviço ofereceu 150 horas de transmissão ao vivo para acompanhar do computador, tablet ou celular. Uma extensão do Google Chrome permitia que os internautas escolhessem seus eventos favoritos e fossem avisados quando os artistas estivessem ao vivo. Esta foi a primeira vez que a cidade do rio de janeiro participou do projeto de carnaval do YouTube.

Além da cobertura feita em parceria com afi-liadas da TV Globo, o G1 transmitiu ao vivo os desfiles das escolas de samba do grupo especial do rio de janeiro e de São Paulo, os principais blocos de rua cariocas e a festa do Galo da Madrugada, em recife.

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Parque exibidor

Produção originalA Netflix disponibilizou os episódios de sua primeira produ-

ção original, a série “House of cards”, gratuitamente para todos seus usuários do Brasil e da América Latina. Dirigida por David Fincher e estrelada por Kevin Spacey, a série conta com 13 episódios em sua primeira temporada, e acompanha um político americano ambicioso (Spacey) que planeja interromper a administração de um presidente que ele ajudou a eleger.

“House of Cards”, produção original da Netflix, está disponível gratuitamente para os usuários do Brasil e da América Latina.

Carlos Magno do Nascimento, diretor da TV Climatempo.

TempestadeA TV climatempo, no ar desde 1999, é provavel-

mente, até aqui, a maior prejudicada pelos efeitos da Lei 12.485/11 desde a entrada em vigor das cotas de empacotamento. A não-qualificação do canal como CaBEQ (canal brasileiro de espaço qualificado) pela Ancine fez com que fosse substituído por outros canais nacionais no line-up da Sky, maior operadora a distri-buir o canal. Assim, a TV Climatempo foi de quase 5

milhões para apenas 35 mil assinantes, conta o diretor carlos Magno do Nascimento. Hoje está nas operações de cabo de Vila Velha (ES) e Angra dos reis (rj). Com isso, a empresa teve que demitir 25 dos seus cem funcionários, essencial-mente os que trabalhavam na operação da TV (a empre-sa ainda presta serviços meteorológicos para outros veículos e para o segmento corporativo).

Nascimento conta que tinha contratos em andamento com a maioria das operadoras, mas brecou na questão da qualifica-ção, embora afirme que vem cumprindo com todas as exigências da Ancine.

“Preparamos o canal por três anos, adaptando-o às exigências da lei”, diz. Ele conta que no seu modelo anterior, um produtor trazia o programa já pronto, com seus próprios patrocinadores, e chegava a pagar para o canal exibi-lo. O modelo não foi aceito pela agência, pois não estaria fomentando a produção inde-pendente, e Nascimento garante que mudou os contra-tos com estes produtores, passando a atuar como coprodutor. “Fizemos acordos com 41 produtores independentes”, conta.

Sobre TVO editor chefe da revista norte-americana

Videoage, Dom Serafini, lançou o livro “My 2¢ of Television Biz Wisdom”. Na obra, ele aborda entrete-

nimento, regulamentações políti-cas, finanças, economia, publici-dade, crítica, executivos, produ-ção, distribuição, trade shows, novas e velhas tecnologias, reli-gião, criatividade, notícias e senso comum. O livro está dispo-nível na Amazon e custa US$ 4,99.

O editor chefe da VideoAge compartilhou seus conhecimentos sobre os negócios da televisão no livro “My 2¢ of Television Biz Wisdom”.

O Ministério da cultura, a ancine e o BNDES anuncia-ram no fim de janeiro a cria-ção de uma linha do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) no valor de r$ 140 milhões voltada para a digitalização de salas de cinema administradas por empresas brasileiras. O BNDES será o agente financei-ro responsável pelo enquadra-mento, análise e aprovação das propostas. Além da linha de crédito, também foi anunciada outra ação: um apoio não--reembolsável de até r$ 6 milhões destinado à digitaliza-ção das salas de pequenos gru-

pos exibidores. Destacando que o processo de digitalização das salas de cinema já está adian-tado no mundo inteiro, a Ancine afirmou que na América Latina ainda há uma defasagem, principalmente no Brasil, onde 30% das salas estão digitalizadas. Os recursos da linha de crédito ficarão dis-poníveis por 24 meses ou até o esgotamento dos mesmos e serão destinados à compra e instalação de projetores digi-tais, equipamentos e acessó-rios. A meta é digitalizar 1,4 mil salas em até 18 meses.

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Da TV para a webA Band estreou em janeiro uma versão do reality show “Mulheres Ricas” produzi-

da especialmente para a web. Exibida no portal da emissora, “Mulheres Ricas 3.0” traz as participantes do reality para ocupar um palanque virtual e rebater ataques das colegas, além de esclarecer declarações, comentar a repercussão nas redes sociais e responder perguntas dos internautas. A iniciativa foi orientada pela grande repercus-são do reality show nas redes sociais, o que pode ser acompanhado pelo “ricômetro”, aplicativo instalado no site do programa.

HQ no YouTubeO curta-metragem “Mesa para Dois”, adaptação de uma

renomada obra da dupla de quadrinhistas Fábio Moon e Gabriel Bá, foi parar no YouTube. O filme, dirigido por Amilcar Oliveira, da Delibistrot Films, do Grupo Delicatessen, foi lançado no ano passado na Cinemateca Brasileira. Com duração de 24 minutos, o curtae conta a história da garçonete julia, que sem muito agito na vida aceita uma oferta de trabalho de um escritor em crise que precisa de uma assistente para conversar. A partir dessas conversas, ele começa a perceber que o amor pode estar onde menos esperamos. Entre as curiosidades do curta estão a parti-cipação do escritor Lourenço Mutarelli, no papel do autor.

Baseado na história em quadrinhos homônima, o curta-metragem “Mesa Para Dois” está na plataforma online.

Reality show da Band ganhou versão na Internet,

o “Mulheres Ricas 3.0”.

ErrataDevido a um erro na edição

do anuário de Mídias Digitais pay-TV 2013, os canais SescTV, do Serviço Social do Comércio – SESC, TV justiça, do Supremo Tribunal Federal, e Shoptime deixaram de ser incluídos na lista de canais stan-dard definition da publicação. As páginas em PDF com informações dos três canais podem ser encontra-das no site da Tela Viva, no link http://bit.ly/anuario2013_errata.

Operação latinaA chellomedia lançou sua operação

latino-americana:a chello Latin américa. O portfólio de TV por assina-tura da programadora é formado por canais de filmes (MGM, MGM HD, Film & Arts, Europa Europa e Canal (a)), canais femininos e de estilo de vida (El Gourmet, Cosmopolitan TV, Casa Club TV e Ella) e canais masculinos (reality TV e AM Sport). juntos, eles chegam a aproximadamente 124 milhões de lares na região.

Alejandro Harrison foi nomeado CEO da Chello Latin America e se reportará a Niall Curran, presidente da Chellomedia. Alejandro foi CEO da

Pramer SCA, que junto com a MGM Latin America LLC e Canal Cosmopolitan Latino America LLC for-mam a Chello Latin America.

Com base em Miami e escritório em Buenos Aires, a Chello Latin America será responsável pelo gerenciamento e distribuição dos canais pagos do grupo e também pelo desenvolvimento de negócios, parcerias estratégicas e investimentos. A Chello Latin America faz parte da Liberty Global, assim como o Chello Multicanal (que atua na Espanha e em Portugal), Chello Central Europe, Chello Benelux e Chello Zone (reino Unido e Internacional).

O GNT lançou a websérie “Meu Jeito de Morar”, que mostra como pessoas transformaram suas casas sem ajuda de profissionais.

Decoração na redeO GNT lançou em seu site uma

nova websérie: “Meu Jeito de Morar”, que mostra pessoas comuns que transformaram suas casas sem a ajuda de decoradores ou arquitetos. No total serão 12 vídeos (um por mês) com soluções de decorações criativas e referên-cias possíveis para criar ambientes com personalidade.

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DiretoresO publicitário Sergio Valente (ex-DM9DDB) é o novo diretor da Central Globo de Comunicação, assumindo o cargo deixado por Luis Erlanger, que passa a ocupar a Central Globo de Análise e Controle de Qualidade. Além deles, trocam de posição o diretor de Projetos Especiais, Amauri Soares, que passa a assumir a Central Globo de Programação, e Renato Ribeiro,

que deixa a direção executiva da Central Globo de Jornalismo para responder pela Central Globo de Esportes. Deixaram a emissora Durval Honório (Central Globo de Qualidade), Roberto Buzzoni (Central Globo de Programação) e Luiz Fernando Lima (Central Globo de Jornalismo e Esporte).

ProgramaçãoA NBCUniversal Networks International Brasil contratou Milton Xavier para o cargo de gerente de programação. O executivo será responsável pela estratégia de programação dos canais Universal Channel, Syfy e Studio Universal. Xavier se reportará ao CEO da NBCUniversal Networks International Brasil, Paulo Barata. O profissional atua há mais de 15 anos na indústria de televisão por

assinatura: foi coordenador de programação da HBO Latin America e gerente de programação de Filmes & Séries Brasil da Turner Broadcasting.

Amauri Soares

AtendimentoA Dínamo Filmes trouxe de volta ao comando de sua área de atendimento a profissional Dimitria Cardoso, cerca de seis meses depois de ela ter deixado a produtora. Em sua nova fase na Dínamo, Dimitria tem como principais desafios agregar os diretores internacionais parceiros da Dínamo ao mercado brasileiro e fortalecer os diretores nacionais.

Milton Xavier

Dimitria Cardoso

Divisão corporativaA Conspiração anunciou dois novos profissionais para seu núcleo de produções corporativas, a Corp: Renata Brandão e Marcelo Machado. Machado, que tem experiência em empresas como a TVE, Midiacom e Entrelinhas Comunicação e Publicidade, integra o time de São Paulo da produtora como novo coordenador executivo. Já Renata

assume a diretoria executiva do núcleo, que conta com uma equipe de 80 pessoas nas unidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A profissional já estava desde 2006 na casa, onde produziu projetos para clientes como Vale, EBX, Natura, GM, Fiat e Petrobras.

Renata Brandão

Cesar Herszkowicz, Mariana Sá e Manir Fadel.

CriaçãoO comando da Criação da Lew’Lara\TBWA tem novidades após Manir Fadel assumir como CCO (chief creative officer) e novo sócio da agência. Com a mudança, Mariana Sá se torna diretora executiva de Criação e fará dupla com Cesar Herszkowicz, promovido a diretor de criação. Ambos chegaram à agência no início de 2011. Mariana veio da DM9DDB. Herszkowicz integrou a equipe de criação da Leo Burnett e AlmapBBDO. Outros dois diretores de criação chegaram para reforçar a equipe: Claudio Leite (ex-Propeg) e Pedro Henrique Garcia (ex-Fields Comunicação).

Pós-produçãoA Prodigo Films anunciou reestruturação do departamento de pós-produção. A produtora contratou Ricardo Carelli, diretor com perfil voltado para trabalhos que misturam live action com animação e efeitos especiais. Para coordenar o departamento, a Prodigo chamou Tutu Mesquita (ex-Conspiração e Dínamo). Além deles, reforçam o time Leandro Beltran e Luiz Alberto Ferreira. Beltran já trabalhou em projetos da Prodigo e tem passagens pela Sumatra VFZ e pela Ioiô Filmes. Ferreira é diretor de arte e trabalhou na Dínamo nos últimos dez anos. Além das contratações, a Prodigo investiu cerca de R$ 450 mil em aquisição de novos equipamentos e softwares. A nova equipe já está trabalhando na comunicação visual da nova série do GNT, a “Copa Hotel”.

Ricardo Carelli, Tutu Mesquita, Leandro Beltran e Luiz Alberto Ferreira.

InternacionalA Globo apontou a nova formação do time comercial internacional. Oito executivos de negócios ficam sob o comando de Raphael Corrêa Netto, diretor executivo de negócios internacionais, e do gerente comercial Daniel Djahjah. Três executivos atendem as Américas: Angela Colla, com a América do Norte; Gabriel Rohonyi, América do Sul; e Pablo Ghiglione, América Central. João Paulo Fonseca fica responsável pela Ásia; Bruno Assumpção atenderá a Europa Central; Rodrigo Vilela responderá pelo Oriente Médio, África e França; Marcelo Mattar, atenderá a Europa Ocidental; e Pedro Dombrasas, atenderá a Península Ibérica e a Turquia.

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A sequência das telas Tradicional mercado de televisão, a Natpe rende-se às discussões sobre o digital. Palestrantes questionam quem é a primeira e a segunda tela e apostam que o próximo grande hit de ficção virá das novas plataformas.

rod Perth, presidente e CEO da Natpe, mercado de televisão cuja 50ª edição aconteceu em Miami

de 28 a 30 de janeiro, participou de um almoço com a imprensa no último dia de evento. Perth estava impressionado com a internacionalização da Natpe, que em 2013 recebeu mais de mil compradores de diferentes países. O executivo, no entanto, chamava a atenção para o fato de 41% dos palestrantes do evento serem representantes de empresas digitais. “Isso mostra o quanto o mercado está mudando”, destacou ele.

Os palestrantes fizeram questão de reforçar a tese de mudanças em suas apresentações. Howard Stein, head de estratégia de entretenimento do Facebook, participou de um painel sobre social TV e lançou uma provocação para a plateia, composta majoritariamente por criativos e executivos de televisão: “E se a televisão virasse a segunda tela das redes sociais?”, questionou. O executivo lembrou que o grupo etário de maior engajamento é o de 18 a 44 anos e que boa parte das pessoas tem acesso a quatro telas. Dessa forma, é essencial que os produtores pensem no aspecto de mobilidade e

de engajamento. “Os canais de televisão conseguem níveis de engajamento maiores do que as marcas porque são os maiores produtores de conteúdo do mundo”, destacou Stein.

Os executivos de televisão parecem não ter dúvidas de que investir em redes sociais e desdobramentos digitais de seus conteúdos é inevitável. No entanto, o caminho ainda não está tão claro, como observa Hardie Tankersley, vice-presidente de plataformas digitais da Fox. Segundo o executivo, a Fox tem nos Estados

Ana Carolina Barbosa, de Miamia n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

planejem a criação dos conteúdos para as redes sociais já na concepção das atrações de televisão.

Ele destacou o case da série “Dallas”, que começou o trabalho nas redes sociais cinco meses antes da estreia nos Estados Unidos e conseguiu bons resultados

Enrique Martinez, da Discovery, disse que na transição para as plataformas digitais é preciso fazer algo que seja atraente tanto para os espectadores quanto para os anunciantes.

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Unidos aplicativos de segunda tela para cinco de suas atrações e, embora a audiência e o dinheiro ainda não sejam satisfatórios, ele acredita que eles estão por vir. O executivo baseou-se em dados como a pesquisa do Google e do Ipsos que indica que 77% das vezes que o consumidor assiste televisão é com outro device nas mãos, sendo 49% com smartphones e 34% com PCs ou laptops.

“Precisamos criar branded experience. Estamos tentando criar plataformas que sejam um pacote de interatividade, com formatos de anúncios e merchandising”, explica o executivo, lembrando que o conteúdo precisa ser atraente para o espectador e também para o anunciante.

Para Tankersley esse é o momento de experimentar e coletar o máximo de informações possível. Ele observa que para formatos não-roteirizados e com o pressuposto de interatividade, como “Ídolos”, a criação de conteúdo de segunda tela é mais fácil. já as atrações roteirizadas são mais difíceis.

Investimento desproporcionalO momento é de

experimentação e amadurecimento também para o mercado anunciante. Executivos

os nossos espectadores quanto para os nossos clientes”, afirma o executivo, ressaltando que também é preciso fazer um bom trabalho em mídias sociais para promover este conteúdo. Antonio Barreto, CEO da DLA, observa que a transição leva algum tempo para

acontecer. Para ele, os grupos tradicionais de mídia devem abrir caminhos. “Quando você produz muito, isso abre as portas para produzir mais”, explica.

Enquanto o cabo ensaia suas aproximações com o mundo digital, o digital já está bem parecido com o cabo. É o que pensam os executivos das empresas que nasceram neste ambiente. Larry Tanz, CEO do Vuguru, estúdio voltado para o desenvolvimento e produção de conteúdo para plataformas digitais, fez uma apresentação na qual dividiu a história da televisão em três grandes momentos: o primeiro com os broadcasters, o segundo com o cabo e o terceiro com o digital. “O digital está se desenvolvendo pelo mesmo caminho que o cabo, porém mais rápido”, observou o executivo. Ele apresentou dados de uma pesquisa recente do Ipsos que

que debateram a transição dos conteúdos para as plataformas não-lineares concordaram que a publicidade ainda não responde satisfatoriamente ao ritmo do digital. “O grande desafio é a monetização. Ainda tem muito para acontecer”, destacou Victor Kong, chief digital officer do grupo venezuelano Cisneros. Ele conta que o grupo Cisneros tem seus conteúdos em canais no YouTube e que, na web, os maiores acessos vêm do México e dos Estados Unidos. “O modelo de negócio do linear não funciona no não-linear. Precisamos complementar com estratégias

específicas. A publicidade digital é pequena na América Latina, mas vai começar a deslanchar”, observa o executivo.

Enrique Martinez, presidente e gerente geral da Discovery Networks América Latina, acredita que a chave do sucesso é a integração. “É preciso fazer algo que tenha valor tanto para

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Um grupo de players do mercado de televisão por assinatura na América Latina lançou a Alianza Contra la Pirateria de Televisión Paga durante a Natpe. A associação, que surgiu a partir da colaboração entre a DirecTV e a Nagra, foi apresentada por Michael Hartman, vice-presidente e conselheiro geral da DirecTV América Latina, e Pascal Métral, head de antipirataria e inteligência de operações da Nagra. Os objetivos da Alianza são monitorar e investigar a pirataria de FTA (free-to-air) na região, divulgar a problemática e capacitar entidades regulatórias e demais autoridades, apoiar as ações administrativas e judiciais contra os piratas e colaborar e apoiar as iniciativas antipirataria das associações da indústria e da região. Além das duas empresas, entre os apoiadores da iniciativa estão a DirecTV Panamericana, Telefónica, Sky Brasil, VTR, Claro Peru, Claro Equador, Claro Colômbia, Claro Chile, Discovery, ESPN, Fox International Channels Latin America, Globosat, HBO Latin America Group, Telecine, Televisa, Turner Broadcasting System Latin America, Win Sports, ABTA e Media Networks Latin America.

COMBATE à PIRATARIA

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mostrava a força da Internet entre os americanos. Quando questionados sobre do que poderiam abrir mão em suas vidas, 49% responderam que poderiam desistir da TV por assinatura, 37% do celular, 8% de comida e apenas 6% poderiam viver sem a Internet.

Tanz destaca que os canais do YouTube estão majoritariamente focados em conteúdos não-roteirizados, enquanto plataformas como Hulu, Netflix, Amazon e Yahoo! devem dominar o campo dos formatos roteirizados. “O digital começa a assumir riscos criativos e buscar suporte dos anunciantes assim como a TV”, observa o executivo. Na apresentação, ele mostrou trechos do drama “The Boot at the End”, lançado pelo Hulu, e da comédia “Little Woman Big Cars”, para o portal AOL. “Acho que o próximo grande hit de ficção pode vir do digital”, apostou.

Efeito “cabolização”Produtores e distribuidores

que passaram pela Natpe destacaram que, ao ganhar escala, segmentar seus canais e oferecer conteúdo profissional, o YouTube é a plataforma que mais se assemelha à TV por assinatura. “Esse processo do YouTube é o início da ‘cabolizacão’ da Internet”, destaca rob Barnett, fundador e CEO do My Damn Channel, canal

funcionaria há dois anos, decidiram investir em vários perfis e perceberam que as pessoas não só têm acessado estes canais como têm voltado para eles.

Segundo Byrne, o próximo passo é aprimorar ferramentas para o acesso via mobile, o que já corresponde a 25% do total. “Éramos um site que podia ser acessado via mobile, agora estamos começando a pensar em uma experiência cross plataforma”, observa o executivo. Para Barnett, pensar no consumo mobile é muito importante. Seu canal tem 33% dos acessos vindos de devices móveis. Para Chris Williams, chefe de desenvolvimento da produtora Maker Studios, o mobile pode ser interessante do ponto de vista da monetizacão. “Pode ser mais atrativo para o anunciante”, destaca.

online voltado para comédias. O diretor de estratégia de conteúdo do YouTube, jamie Byrne, conta que a plataforma passou por mudanças nos

últimos dois anos, quando passou a usar a concepção de canais e apostar no conteúdo profissional. “Estamos investindo em aproximadamente cem canais nos Estados Unidos e outros 60 pelo mundo. Eles fazem mais de um milhão de views por semana. Alguns têm 50 mil assinantes. Estamos bem com esse direcionamento”, diz o executivo. Ele explica que como a equipe do YouTube não sabia o que

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Produtores e distribuidores debateram a programação para as plataformas digitais e chegaram à conclusão de que o YouTube está promovendo a cabolização da Internet.

VERSõES MOBIlE DAS PlATAFORMAS DIgITAIS PODEM DEIxAR O CONTEúDO MAIS ATRAENTE PARA O ANuNCIANTE.

No seu tradicional café da manha na Natpe, a Globo Internacional comemorou os 40 anos de operações. Raphael Corrêa Netto, diretor executivo de negócios internacionais, acredita que 2013 será um ano mais feliz para os negócios, com a estabilização econômica em alguns países onde a Globo Internacional tem clientes importantes - como Portugal, Espanha e outros países europeus - e que isso ajudará a emissora brasileira a negociar com mais facilidade os produtos levados ao mercado internacional,

seja na venda de conteúdo pronto, seja nas coproduções.

Um dos grandes destaques da apresentação da Globo foi a novela “Avenida Brasil”. A Globo também levou a mininovela “Gabriela” e programas de comédia como “Louco por Elas” e “Tapas e Beijos”. “Estes produtos fazem parte da programação da Globo, e há clientes que estão interessados em produtos variados”, explica o executivo.

OTIMISMO

Raphael Corrêa Netto

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(tv por assinatura)

Sinal de atençãoMercado mantém crescimento em 2012 na casa dos 27%, mas começa a dar sinais de que o fôlego pode estar acabando. Aposta é no crescimento da Net e de provedores de Internet.

O ano de 2012 está longe de poder ser considerado um ano ruim para o mercado de TV por assinatura.

Na verdade, foi um ano ótimo, com um crescimento de 27% e uma marca de mais de 16 milhões de assinantes. Mas há alguns sinais de atenção: nos últimos meses do ano algumas operadoras desaceleraram sensivelmente, especialmente a GVT e a Net. Outro problema é que o mercado está concentrado na disputa entre os grupos Net/Embratel, Sky e Oi, com a GVT correndo por fora. Outras operadoras estão perdendo base (caso da Vivo TV) ou ficando com o total estagnado. E existe uma concentração cada vez maior do mercado em torno das cinco maiores operadoras.

Como ano, contudo, a TV por assinatura no Brasil só tem a comemorar. Entre janeiro e dezembro o mercado cresceu nada menos do que 3,4 milhões de clientes, ou 27%. Fechou o ano com quase 16,2 milhões de assinantes. É um pouco menos do que o mercado vinha crescendo em números relativos nos anos anteriores (em 2011 passou de 30%), mas ainda assim é um número espantoso dentro do universo das telecomunicações.

Uma das grandes expectativas do ano de 2013 é em relação aos efeitos da expansão da área de cobertura da Net Serviços, que em dezembro de 2012 ampliou de cem para cerca de 145 cidades atendidas e promete chegar a dezembro de 2013 com 200 cidades. São localidades

assinatura. A explicação para esse fenômeno é o fato de que em algumas cidades a empresa já comercializava o serviço de Internet sem ainda poder oferecer vídeo e o sucesso de sua estratégia junto ao mercado de pequenas e médias empresas, onde já abocanhou nada menos do que 230 mil clientes.

Mas se a Net mostrou vigor em sua disposição de expandir as áreas de cobertura, o mesmo não se viu das empresas de telecomunicações, que durante a tramitação da Lei do SeAC (Lei 12.485/2011) argumentavam como essencial a flexibilização das regras para que também elas pudessem ter ofertas combinadas de serviços de vídeo, Internet e voz. Até o final do ano, a Anatel havia recebido 75 pedidos de novas outorgas de SeAC, das quais, até o dia 13 de dezembro, apenas 17 haviam sido autorizadas. Todas empresas de

importantes, onde a empresa ainda não oferecia seus serviços, entre elas as cidades de Niterói (rj), Salvador (BA) e Osasco (SP), entre outras. A Net já vinha, nessas cidades, comercializando o serviço de banda larga, mas finalmente conseguiu o sinal verde para entrar também com a oferta de serviços de vídeo por meio da autorização de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que a empresa apenas em novembro logrou obter junto à Anatel.

Um detalhe importante do ano passado em relação à Net é o fato dela ter se tornado a maior operadora de banda larga do Brasil, com mais de 5,4 milhões de assinantes, número superior, inclusive, ao total de clientes de TV por

Samuel Possebons a m u c a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

ATé O FIM DE 2012 APENAS 17 OuTORgAS FORAM EMITIDAS, QuASE TODAS PARA EMPRESAS PEQuENAS.

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pequeno porte, em geral provedores de acesso e pequenos grupos locais. Das outorgas de cabo e MMDS que já existiam antes da Lei do SeAC, 165 já estavam adaptadas ao novo serviço.

Mas o fato de as empresas de telecomunicações ainda não terem dado as caras em termos de expansão das suas áreas de cobertura dos serviços (porque todas elas têm licenças nacionais, decorrentes das outorgas de DTH), não quer dizer que elas não tenham se mexido no mercado de TV por assinatura. Ao contrário, operadoras como Oi e GVT foram fundamentais para puxar o crescimento da indústria em 2012. A Oi tornou-se a terceira maior operadora do Brasil, atrás apenas do grupo Net/Embratel (que inclui a Claro TV) e a Sky. A Oi chegou ao final do ano com 748 mil assinantes, um crescimento de 113% no ano. É também, ao lado da Sky e do grupo Net/Claro TV, a operadora que mais cresce em números absolutos de clientes mês a mês.

A GVT também teve crescimento vertiginoso ao longo do ano e bateu a casa dos 425,6 mil assinantes em dezembro. Mas desacelerou no último mês do ano, possivelmente em razão das indefinições sobre a troca de controle da empresa, já que a Vivendi está tentando vender a subsidiária brasileira. O DTH, como já se esperava, foi a tecnologia que reinou em 2012 e deve continuar preponderante em 2013.

A disputa de mercado em 2012 foi mais acirrada entre a Claro TV e Sky, e daí saiu o principal combustível do mercado em 2012. A Sky, em números absolutos, vinha levando a melhor até outubro. Cresceu 32%, ou 1,24 milhão de clientes no ano, e bateu a barreira 5,04 milhões, aproximando-se da Net, que fechou o ano com 5,37 milhões de clientes. A Sky pode assumir a liderança do

mercado de TV paga ainda no primeiro semestre de 2013, caso ela e a Net mantenham o mesmo ritmo de crescimento de 2012, mas a Net promete uma forte aceleração com o início das vendas das novas cidades. Em 2012 a Sky cresceu nada menos do que 1,24 milhão de assinantes, contra 658 mil da Net.

Uma das grandes armas da Sky na briga pelo mercado foi a criação do serviço Sky Livre. Trata-se, na verdade, de um serviço de parabólica aberta, em que a Sky vende ao usuário um kit de recepção de banda Ku e o cliente, através do satélite da Sky, recebe a

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maior parte dos canais abertos disponíveis na banda C gratuitamente, mas com melhor qualidade e com a possibilidade de migrar para a TV por assinatura a hora que quiser. O Sky Livre já tinha mais de um milhão de clientes no final do ano, número

que não é computado como assinante de TV paga pela Anatel.

A Claro TV cresceu percentualmente mais que a Sky em 2012

(37%, contra 34% da principal concorrente), mas

conseguiu conquistar um número total menor de clientes: (839 mil). Chegou a dezembro com 3,118 milhões de assinantes. É a operadora que mais rápido chegou a essa marca na história da TV paga no Brasil.

A Telefônica/Vivo foi a operadora que mais perdeu base em 2012. Foram 112 mil clientes a menos. Na verdade, a tele passou boa parte do ano na expectativa de uma negociação com a operadora norte-americana Dish, que tem planos concretos de entrar no Brasil e, inclusive, fez o pedido de autorização do SeAC para a Anatel, mas a análise da outorga ainda estava em processamento no final do ano. Segundo fontes próximas, as negociações com a Dish vinham bem até setembro, quando sofreram uma forte reversão e o acordo, que parecia iminente, retrocedeu. Agora, há inclusive dúvidas sobre a intenção da Dish de entrar no curto prazo no mercado brasileiro.

Para encerrar essa análise da evolução da base de clientes e seus desdobramentos, é necessário fazer uma observação importante: os 16,188 milhões de assinantes de TV paga registrados em dezembro de 2012 (os números oficiais saem em fevereiro) representam aquilo que no planejamento do governo à época da privatização da Telebras se projetava ter em 2005.

MARkET SHARE DAS OPERADORAS

Fonte: Anatel - base dez/2012.

O MERCADO EM 2012

Adições Crescimento

Claro TV 839.084 36,8%Net 658.533 14,0%Sky 1.242.249 32,7%Telefônica/Vivo

-112.487 -15,9%

Oi 397.575 113,2%Viacabo 10.270 10,6%Algar 19.000 20,2%GVT 393.499 1.224,5%Outros -2.791 -0,4%TOTAl 3.444.932 27,0%

Fonte: Anatel - base dez/2012.

Telefônica / Vivo4%

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Claro TV19%

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(programação)

Arte para as basesNovo canal da Band estreia sua grade em março buscando levar o mundo cultural para todas as faixas de assinantes. Programação terá documentários, filmes, séries e jornalismo.

O Arte1 não nasceu por causa da Lei 12.485 e das cotas de conteúdo nacional. Mas a forma como o

canal foi trabalhado e seu timing de lançamento foram determinados principalmente pela nova regulamentação do mercado de TV paga.

“Esse é um projeto que a gente vem gestando há dois anos, talvez um pouco mais”, conta o diretor do canal, rogério Gallo. “A gente tinha o objetivo de fazer um canal de arte, nunca pensou em fazer um canal ‘enlatado’, não é a minha vocação, nem a do grupo. Somos produtores, sempre quis fazer produção nacional, mas tinha um escalonamento diferente. Eu imaginava que por questões de estruturação e viabilidade econômica o canal fosse começar com 70% a 80% de programação importada e de 20% a 30% de produção nacional, e cresceria gradativamente até virar majoritariamente nacional, isso mesmo antes de se falar em obrigações”, conta.

Mas quando começaram a surgir as conversas sobre a nova lei, que demorou pra sair, gerou-se uma insegurança no grupo, segundo Gallo: “era difícil decolar um projeto desse porte sem saber qual era o marco legal”.

Ele conta que não existia uma viabilidade garantida para o canal. Houve, diz, uma aceitação muito boa, mas as operadoras diziam que não tinham espaço, que não tinha lugar no satélite... “Não sabiam ainda como ficaria o line-up, como ficariam os pacotes”.

O grupo percebeu que com o

nos sonhos mais otimistas”, diz Gallo.

Hoje o canal está disponível atualmente na Sky, Claro, GVT, SimTV e em algumas operações ligadas à NeoTV.

A lei ajudou muito, conta o diretor, porque fez com que a coisa acelerasse. “É nítido que era necessária uma medida desse porte”, afirma. “O mercado se

auto-regular não funciona. Vários países mais desenvolvidos adotaram medidas assim. Se a coisa se resolveria espontaneamente, por que não se resolveu antes? Não aconteceria se não viesse formatado como uma obrigação. Cada vez que eu leio a lei eu acho ela muito bem feita, bem pensada, abrangente. Não foi feita por quem não entende. Tem furos? Tem. Coisas que poderiam mudar? Sem dúvida. Mas ela acerta muito mais do que erra”, conclui.

Sobre a qualidade desta produção que vem surgindo a partir da entrada em vigor das cotas, o diretor do Arte1 é otimista. “Vai gerar também um monte de porcaria, mas é da quantidade que vai sair a qualidade. Hoje perguntamos ‘Por que a Argentina é mais desenvolvida que a gente, tem mais expertise, roteiros melhores, sendo que a escala aqui é maior?’ É porque eles produzem mais. Tem muita coisa ruim, claro, mas isso nem chega aqui. O que passa por esse filtro acaba tendo mais qualidade. O que chega aqui é o que deu certo, e o mesmo vale para os EUA, França, Inglaterra”, conta. “É uma revolução”.

novo cenário a oportunidade seria ser um CaBEQ (canal brasileiro de espaço qualificado), então refizeram todo o business plan para que o canal já saísse adequado à nova lei.

Com isso, o tamanho da operação mudou completamente. Gallo diz que para atender à questão do conteúdo nacional, teve que redimensionar a equipe e os valores de compra de conteúdo. “A situação do mercado também mudou, a demanda gerou um aumento no preço dos conteúdos. Coisas que eu tinha negociado antes por um determinado valor eu fui encontrar depois com o preço dobrado. Coisas que só um ‘doido’ de um canal de arte iria comprar, agora tinha dois ou três caras querendo comprar também”, relata.

Se encareceu muito a operação, a nova situação também aumentou seu potencial enormemente. “No cenário mais otimista achávamos que o canal chegaria no primeiro ano a algo entre um milhão e 2 milhões de assinantes. já estamos com entre 6 milhões e 7 milhões, e se tudo der certo até março teremos 10 milhões de assinantes, algo que eu não imaginei nem

André Mermelstein e Fernando Lauterjunga n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

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“No cenário otimista achávamos que o canal teria um milhão de assinantes no primeiro ano. Já estamos com seis milhões”Rogério Gallo, do Arte1

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programaçãoA grade do Arte1 está calcada em

filmes (ficção e documentários), séries e jornalismo cultural, sempre com uma “pegada” artística.

O conteúdo inédito aparece no horário nobre, das 18h às 24h, com repetições ao longo do dia.

Uma das principais apostas é na exibição de cinema clássico, com filmes de diretores como Fellini, Truffaut, rené Clair, Bergman, Visconti, Kurosawa, e também diretores nacionais, como Glauber rocha e rogério Sganzerla. Também serão programados filmes contemporâneos de arte, premiados.

Na área de documentários, o canal também abrangerá de clássicos, como “O Homem de Aran”, aos contemporâneos, como “Nelson Freire”. “Comprei praticamente todo o acervo da Videofilmes, tem Eduardo Coutinho, o do Paulinho da Viola, dos Dzi Croquetes”, conta o diretor. Também serão trazidos filmes estrangeiros, como os do Arte (canal franco-alemão). A temática dos documentários não se restringirá à arte, mas seguirá a linha de filmes autorais.

A música também terá bastante espaço, desde música clássica mais “antiga”, como concertos de Karajan e Bernstein, até música com regentes contemporâneos, como Gustavo Dudamel ou Claudio Abado. “Temos parcerias em andamento também para captar as orquestras brasileiras e estrangeiras que tocam aqui”, revela rogério Gallo.

A música brasileira aparece principalmente em shows, sempre na linha da MPB “de qualidade”, com artistas como Paulinho da Viola e Marisa Monte, bem como a música instrumental brasileira.

O canal também terá séries, documentais ou ficcionais, como uma sobre os pintores impressionistas, ou uma, já comprada da rAI, sobre o

pintor Caravaggio, em forma de ficção, com direção de arte de Vittorio Storaro (“Apocalypse Now”).

O Arte1 trará também uma série de programas jornalísticos, alguns produzidos internamente, outros feitos por independentes. Gallo conta que não há praticamente interação com o jornalismo da Band, exceto pelo uso dos acordos com agências internacionais. “Podemos usar eventualmente a estrutura da Band para uma cobertura como a do Oscar, mas é a exceção”, diz Gallo.

Para dirigir o jornalismo, o canal trouxe a editora-chefe da revista Bravo, Giselle Kato.

Na grade que estreia em março, os programas de linha são “Arte1 em Movimento”, revista cultural, com

cobertura do que está acontecendo nas artes no Brasil; “Estilo Arte1”, com matérias sobre design, gastronomia, arquitetura, etc; “Arte1 no Cinema”, revista focada na produção cinematográfica, feita pela produtora Flint; “Arte1 in Concert” e “Conexão Arte1”.

Para este, o canal fez uma parceria com o Itaú Cultural, e exibirá a série “rumos”, de artistas brasileiros fora do mainstream, em uma faixa diária.

Além dos programas de reportagem, o “Arte1 Entrevista” trará sempre um personagem do mundo das artes. “Temos também uma série de produção própria sobre artistas brasileiros. Fizemos por exemplo um programa com a Tomie Ohtake, com quatro horas de depoimento dela”, conta Gallo.

A produção independente estará presente em todas as faixas da programação, garante. Nas faixas de filmes e documentários ela entra principalmente como aquisição. “Tenho que por um canal de 24 horas no ar, é impossível produzir tudo”, conta o diretor do canal. “Mas já estamos alavancando

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produções novas”, conta.Segundo ele, o canal está com

duas produções no FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). Uma é uma série produzida por Nelson Hoineff, sobre roubos de obras de arte. Serão seis episódios de uma hora, que entram na faixa de documentários. A outra chama-se “Arte Ativa”, sobre arte de rua, grafiteiros e intervenções urbanas. É produzida pela Auê Produções.

publicidadeEmbora conte com uma base

considerável de assinantes, que pode crescer muito caso fecha a distribuição com a Net, em negociação, o canal não se paga só com a receita de assinatura, segundo Gallo. O modelo, explica, é baseado na exploração de publicidade. “A base atual possibilita que a gente ofereça o canal para os anunciantes com uma massa crítica muito maior do que o plano inicial”. Para isso se concretizar, ele diz que vai buscar a audiência não só dos assinantes “iniciados”, que já conhecem o mundo das artes. “Nossa missão é oferecer conteúdos de arte a uma população que não teve a oportunidade de ir a um museu, viajar. Não é um canal para iniciados. Também queremos que eles venham, mas nossa obrigação é fazer um canal que traga um público que não conhece e não tem acesso, e se sinta instigado a conhecer”, conta.

Giselle Kato veio da revista Bravo para dirigir o jornalismo

cultural do canal.

A PRODuçãO INDEPENDENTE

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Dia 4CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

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Page 21: Revista Tela Viva -  234 - Jan/Fev de 2013

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Dias 04 e 05CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

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Dias 24 e 25AMCHAM, SÃO PAULO, SP

Dias 21 e 22UNIQUE PALACE, BRASÍLIA, DF

Dia 4CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

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Page 22: Revista Tela Viva -  234 - Jan/Fev de 2013

(mercado)

Ano de lutaCom crescimento da base de assinantes, canal Combate muda grade de programação, passa a comercializar publicidade e prepara novidades fora da tela da TV.

Nascido em 2002 com transmissões de lutas de boxe e de artes marciais mistas (MMA) de campeonatos

internacionais como o Pride e o Ultimate Fighting Championship (UFC), o canal Combate teve um ano campeão. O canal à la carte da Globosat tem conseguido praticamente dobrar sua base de assinantes a cada ano nos últimos dois anos e agora passa por um momento de transformação, com mais transmissões ao vivo de eventos nacionais e internacionais, produção própria de programas de linha e a recente demanda de anunciantes por espaços publicitários.

O maior interesse do público, especialmente pelo MMA, coincidiu com o início das transmissões em TV aberta de alguns eventos do UFC em 2011, não necessariamente ao vivo. “Desde que entrou no ar, o Combate jamais registrou, de um ano para o outro, declínio em sua base de assinantes. Mas o grande salto ocorreu em 2011, quando o canal registrou crescimento de praticamente 100%”, reconhece o diretor do Combate, Pedro Garcia. Em 2012 não foi diferente. Até novembro do ano passado os cálculos de Garcia estimavam em 85% o crescimento da base de assinantes em relação ao ano anterior.

E acompanhando a febre pelo MMA no Brasil, o Combate registrou nos últimos dois anos dois recordes de vendas em um mesmo evento. Em 2011, a luta entre dois brasileiros, Anderson Silva, então campeão dos pesos médios e que até hoje mantém o título, e Vitor Belfort, rendeu ao canal nada menos do que 105 mil

diversidade do público. “Não é mais apenas aquele público mais hard, formado por praticantes de luta e fãs antigos, que assiste ao canal. Hoje o MMA é discutido nas mesas de bar, na praia, no trabalho. As pessoas querem saber mais sobre este esporte e seus personagens, na mesma medida que passam a entender mais sobre o assunto”, pondera. Assim, além de garantir até 2022 o direito de transmissão ao vivo das lutas do UFC em novo contrato, prorrogável até 2027, o Combate aposta em uma grade renovada em 2013.

O número de horas de programação inédita por semana passou de duas horas de lutas (nas origens do canal) para seis horas de conteúdos inéditos este ano, e incluem além de lutas ao vivo do UFC os maiores eventos de luta nacionais, como jungle Fight, Shooto, Bitetti Combat e WOCS, transmitidos in loco

novas vendas, entre assinaturas fixas e vendas avulsas. O maior volume de vendas em um único evento, entretanto, aconteceu no final do ano passado, na segunda luta entre o campeão Anderson Silva e o desafiante norte-americano Chael Sonnen: mais de 150 mil novas vendas entre assinaturas fixas e eventos avulsos.

programaçãoA transmissão do UFC é o carro-chefe

da programação do canal, mas como bem lembra Garcia, à medida que a base cresce, aumentam a exigência e a

Letícia Cordeirol e t i c i a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

luTA ENTRE ANDERSON SIlVA E CHAEl SONNEN NO FINAl DE 2012 FOI RECORDE DE VENDAS: RENDEu 150 MIl ASSINATuRAS E PPV AVulSOS.

O narrador Rhoodes Lima, antes do início das transmissões do UFC 156, no Mandalay Bay Center, em Las Vegas, EUA.

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em horário nobre, e programas de linha exclusivos.

Em 2013, serão transmitidos ao vivo pelo menos 40 eventos nacionais, e os programas de linha nacionais “Ponto Final”, “revista Combate” e “Passando a Guarda” ganharão a companhia de novos formatos produzidos nacionalmente: o “Zona de Ataque”, com bastidores e melhores momentos de eventos nacionais não transmitidos ao vivo, e o “Entrevista Combate”, que a cada semana traz alguma personalidade do mundo das lutas. Outra novidade da grade é o “Sessão Combate”, uma faixa destinada a filmes e documentários sobre lutas. Atualmente cerca de 60% da grade de programação do canal é de produção nacional. “Viemos sempre buscando melhorar, seja na infraestrutura de transmissão ou na tecnologia dos nossos equipamentos. No UFC São Paulo, em janeiro deste ano, foram mais de 40 profissionais trabalhando na transmissão in loco e, além das câmeras do UFC, o canal ofereceu mais seis câmeras exclusivas”, conta o executivo. O Combate aproveitou o evento em São Paulo para estrear sua nova unidade móvel digital, a UM6, que permite captação em HD e, segundo Garcia, é a mais moderna da Globosat.

publicidadeO crescimento da base de

assinantes também veio acompanhado pela procura de anunciantes por espaços no canal. “Nossa principal meta sempre foi aumentar a base de assinantes, mas o sucesso do MMA e do canal despertaram o interesse dos anunciantes, mesmo não sendo um canal que mede audiência”, diz Garcia. Os primeiros pacotes comerciais do Combate começaram a ser oferecidos no ano passado e incluíam eventos nacionais e o UFC. “Em 2012, cinco cotas de patrocínio foram disponibilizadas ao mercado publicitário e todas foram vendidas. Por isso, abrimos uma cota de top de

cinco, que também foi vendida rapidamente. Neste ano, ampliamos a opção de entrega, oferecendo além dos eventos de UFC e MMA, alternativas mais diversificadas com programas especiais e formatos diferenciados. São cinco cotas de patrocínio para o UFC e cinco para o plano MMA”, comemora Garcia.

O interesse dos anunciantes se justifica: além de ser o único canal do mundo com 24 horas de programação diária dedicada a lutas, o Combate já transmite ao vivo e em alta definição 100% dos eventos UFC, e que somam, apenas em 2013, 42 edições programadas. O acordo com o UFC dá exclusividade também ao canal na distribuição desses conteúdos em todas as plataformas, incluindo VOD e Internet.

MultiplataformaAlém de estudar a possibilidade de

lançar um canal totalmente em alta definição (atualmente apenas os eventos ao vivo do UFC são transmitidos em HD), o Combate prepara novidades na exibição do conteúdo em multiplataformas. O canal HD ainda não tem previsão de lançamento, mas até o final de março o canal passará a oferecer, sem custo adicional para o assinante, um acervo com mais de 800 lutas nas plataformas de vídeo on-demand

“Nossa principal meta sempre foi aumentar a base de

assinantes, mas o sucesso do MMA e do canal despertaram

o interesse dos anunciantes, mesmo não sendo um canal

que mede audiência.”Pedro Garcia, do Combate

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Equipe de comentaristas, apresentadores e

repórteres do canal Combate.

das operadoras de TV paga que carregam o canal. “São confrontos desde a primeira edição do UFC, lutas do evento japonês Pride e combates históricos de ídolos como royce Gracie, o primeiro campeão do UFC”, detalha Garcia. Hoje, é possível encontrar algumas lutas do UFC e episódios dos

programas “Ponto Final”, “Passando a Guarda” e “Fight Surf” nas plataformas on-demand de operadoras e também no Muu, plataforma de TV everywhere da Globosat. Mas o que Garcia revela é um projeto bem mais ambicioso para TV everywhere, ainda em desenvolvimento: além desse novo acervo, está prevista a possibilidade de o assinante do canal assistir também aos eventos ao vivo pela Internet usando computadores, tablets e smartphones. “Os assinantes terão acesso ao canal em qualquer hora e lugar, basta ter uma conexão com Internet. Poderão assistir ao vivo não apenas as transmissões do UFC, mas também aos eventos nacionais. Todo o conteúdo também será disponível sem acréscimo para os assinantes do canal”, explica o diretor. Outra novidade é que agora o Combate tem direito também a exibição dos eventos ao vivo em salas de cinema, uma experiência que deve ser testada em breve.

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(audiência - TV paga)

O final de 2012 trouxe algumas novidades em termos de audiência na TV por assinatura: pela

primeira vez em muitos meses, o SporTV não ficou em primeiro lugar. Quem assumiu a posição foi a TNT, que pulou da segunda posição para a liderança, abocanhando 9,43% do share em novembro – em comparação com os 9,24% do mês de outubro. O canal também registrou um aumento no tempo médio assistido, com 32 minutos e 54 segundos em novembro. Em outubro a média foi de 31 minutos e 28 segundos.

Segundo Anthony Doyle, vice-presidente regional e diretor executivo local da Turner Internacional do Brasil – programadora do canal –, este crescimento no alcance e tempo médio se deu principalmente devido a eventos transmitidos pelo canal no

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total TV Paga 45,33 5.797,84 02:28:45 TNT 9,43 1.206,06 00:32:54 Fox 9,01 1.152,68 00:35:48 Megapix 8,98 1.149,14 00:32:57 Sportv 8,90 1.138,01 00:37:36 Multishow 8,32 1.064,47 00:17:56 globo News 7,05 902,08 00:27:56 Viva 6,87 879,15 00:24:40 Discovery kids 6,17 789,01 01:02:55 universal Channel 6,12 783,37 00:25:21 Cartoon Network 6,12 783,34 00:44:18 Space 6,04 772,92 00:26:34 Sportv 2 5,94 759,19 00:20:07 Fx 5,59 714,75 00:28:15 gNT 5,25 671,53 00:16:30 National geographic 5,20 665,07 00:24:29 Discovery Channel 4,95 633,54 00:24:19 Warner Channel 4,94 631,94 00:27:43 Disney Channel 4,87 623,47 00:38:13 Telecine Pipoca 4,68 598,60 00:36:01 Telecine Action 4,58 585,56 00:29:57

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Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total TV Paga 47,91 1.625,49 02:51:41 Cartoon Network 15,72 533,39 01:13:52 Disney Channel 14,10 478,27 01:00:01 Discovery kids 12,58 426,94 01:01:25 Nickelodeon 11,41 387,03 00:49:15 Fox 10,97 372,07 00:42:38 TNT 7,87 266,89 00:29:27 Megapix 7,60 257,70 00:33:24 Multishow 7,51 254,77 00:20:10 Disney xD 6,94 235,38 00:52:26 Sportv 5,43 184,28 00:26:00 Telecine Pipoca 4,84 164,28 00:36:43 Space 4,68 158,60 00:23:10 universal Channel 4,57 154,98 00:23:13 Fx 4,57 154,89 00:29:57 Viva 4,48 151,91 00:22:15 Telecine Premium 4,05 137,42 00:24:36 Telecine Action 4,04 137,25 00:27:17 Discovery Channel 3,84 130,22 00:18:38 Sportv 2 3,62 122,92 00:13:27 Warner Channel 3,45 117,12 00:25:50

Novidades nas férias

período. “A TNT busca apresentar sempre os maiores e mais conhecidos filmes, além de shows com ícones da música e eventos exclusivos. E, sem dúvida, novembro e dezembro foram meses com muitos atrativos nesse sentido”, afirma.

Além de seus tradicionais filmes, no mês de novembro o canal contou também

com a transmissão de alguns eventos exclusivos. No campo musical, a 13ª edição do Latin Grammy Awards 2012 (principal prêmio da música latina, exibido no dia 15) e a 40ª edição do American Music Awards 2012 (uma das maiores premiações da música norte-americana, transmitido no dia 18) ajudaram a alavancar a audiência. Além disso, o canal exibiu exclusivamente também o Victoria’s Secret Fashion Show – desfile de moda promovido pela grife – no começo do mês. “O desfile contou com campanhas específicas de marketing e promoção para o mercado brasileiro. Isto sem dúvida ampliou a repercussão”, afirma Doyle.

E, se a estratégia deu certo no penúltimo mês do ano, continuou assim no último: o canal manteve-se como líder de audiência em dezembro, com 9,03% do share.

O Victoria’s Secret Fashion Show 2012 foi um dos eventos transmitidos exclusivamente pela TNT em novembro de 2012.

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da Nick, como “Bob Esponja”, “Os Padrinhos Mágicos” e “Tartarugas Ninja”) e “Especial 12 de Natal” (doze noites com episódios especiais natalinos de seriados como “Kung Fu Panda”, “Power rangers”, “Brilhante Victória” e mais). Completa a lista de atrações o “Nick X-mas Special”, exibido no dia 24 de dezembro, com várias histórias de Papai Noel, tradições e celebrações durante todo o dia.

Mas, além dos pais que assistem aos programas com suas famílias, Leroy afirma que a programação especial do canal também atrai jovens adultos que não têm filhos. “A Nickelodeon está no Brasil há quinze anos. São pessoas que cresceram assistindo ao canal e, neste período do ano, têm mais oportunidades de rever seus personagens favoritos e conferir novas histórias e especiais”, finaliza o executivo.

O levantamento do Ibope Mídia considera as praças da Grande São Paulo, Grande rio de janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas.

BRuNO BORIN

presidente de criação da Nickelodeon América Latina e Brasil, a boa performance do canal entre o público adulto durante o mês de dezembro se deve a dois fatores: investimentos em uma forte programação natalina e maior disponibilidade de tempos dos adultos para assitir ao canal. “Neste período do ano, é comum que os pais passem mais tempo com os filhos por estarem de folga ou em férias”, explica, chamando a atenção para atrações como maratonas com episódios dos principais personagens da Nick.

Entre as atrações, o executivo destaca alguns especiais exibidos no último mês do ano: “O Natal do Bob Esponja” (episódio exibido em 20 de dezembro e reprisado nos dias 21, 22, 24 e 25), “Nick Premiere Week” (uma semana com cinco novos episódios dos principais shows do canal, como Bucket e Skinner e iCarly), “Fim de Semana Dezembríssimo” (uma tarde de sábado com episódios dos principais programas

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo MédioTotal canais pagos 42,98 5.501,93 02:30:03TNT 9,03 1.155,39 00:31:52Fox 8,64 1.105,80 00:38:01Megapix 8,58 1.098,12 00:35:56Sportv 8,05 1.030,88 00:33:44Multishow 7,95 1.017,34 00:18:27globo News 6,50 832,68 00:24:39Viva 6,25 800,66 00:24:57Cartoon Network 5,82 744,63 00:41:35Space 5,71 731,24 00:27:00universal Channel 5,65 722,90 00:27:02Discovery kids 5,55 710,53 01:03:50Sportv 2 5,30 678,39 00:17:09National geographic 5,09 652,22 00:25:00Fx 5,01 641,46 00:28:20Disney Channel 4,94 632,37 00:41:16Warner Channel 4,93 631,17 00:33:34Discovery Channel 4,88 625,13 00:21:53gNT 4,50 576,13 00:14:46Telecine Action 4,06 520,21 00:33:21Nickelodeon 3,66 468,97 00:27:47

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Acima de 18 anos** (Das 6h às 5h59)

De 4 a 17 anos** (Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo MédioTotal canais pagos 44,26 1.496,26 02:53:08Cartoon Network 14,25 481,69 01:09:29Disney Channel 13,62 460,58 01:04:56Discovery kids 11,19 378,25 01:08:11Nickelodeon 10,88 367,67 00:46:31Fox 10,04 339,30 00:43:19Megapix 7,39 249,87 00:32:21TNT 7,03 237,46 00:31:55Disney xD 6,62 223,76 00:51:50Multishow 6,54 221,02 00:19:51Sportv 4,76 160,99 00:24:40Space 4,48 151,41 00:24:14Fx 3,99 134,70 00:28:37universal Channel 3,94 133,08 00:25:15Viva 3,69 124,77 00:22:30Telecine Pipoca 3,51 118,71 00:35:30Warner Channel 3,43 115,83 00:34:06Discovery Channel 3,33 112,70 00:22:24Sportv 2 3,27 110,46 00:13:41Telecine Action 3,21 108,58 00:37:44Telecine Premium 3,00 101,54 00:26:25

AlCANCE* E TEMPO MéDIO DIáRIO – DEzEMBRO/2012

Apesar da queda nos números (o tempo médio foi de 31 minutos e 52 segundos) devido ao período de férias, a TNT ainda esteve acima do segundo lugar (a Fox, com 8,64% do share). Para Doyle, esta liderança vem no encalce do mês de novembro, com eventos exclusivos como o Miss Universo, transmitido no dia 19. “Além disso, também foi exibida uma maratona especial de shows no fim do ano, com os principais nomes da música atual, como justin Bieber, Lady Gaga, Lily Allen e Mika”, explica.

Estranho no ninhoEnquanto não houve grandes

novidades na parte de cima de tabela, além da troca de posições de alguns canais, a parte de baixo contou com uma surpresa: o canal infantil Nickelodeon apareceu entre os mais vistos do público adulto. Com alcance de 3,66% do share e tempo médio de 27 minutos e 47 segundos, o canal – sempre presente nos primeiros lugares entre o público infantil – apareceu entre os mais vistos pelo público maior de 18 anos pela primeira vez no segundo semestre.

Segundo jimmy Leroy, vice-

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(evento)

Antigos vilões, novos amigos No principal evento de eletrônica de consumo, o CES, detentores de conteúdo audiovisual mostram que venceram o medo inicial e buscam formas de trabalhar com as plataformas digitais.

O bicho-papão que vivia debaixo da cama dos detentores de conteúdo audiovisual se revelou e, para surpresa dos mais

reativos, se mostrou amigável. O desafio agora é encontrar uma forma de se relacionar com o novo aliado. No Consumer Electronic Show, que aconteceu no início do ano em Las Vegas, ficou claro que os grandes estúdios já não temem os serviços over-the-top e os dispositivos conectados, mas que ainda não encontraram a fórmula de explorar ao máximo as novas formas de acesso ao consumidor. Para alguns, nem encontrarão, pois a nova realidade não permitirá que fórmulas sejam desenvolvidas, e os donos dos conteúdos terão que ser mais flexíveis e criativos.

Os principais executivos de distribuição de três dos maiores estúdios norte-americanos apontaram que não há mais dúvidas de que o digital não está chegando para canibalizar a indústria, ou mesmo apenas a distribuição de conteúdo através de mídia física. David Bishop, presidente da Sony Pictures Home Entertainment, diz que os tablets são hoje uma das maiores apostas das distribuidoras. No entanto, “nós precisamos saber mudar nossa estratégia para nos adaptarmos à nova realidade”. Segundo ele, hoje há uma estratégia para cada lançamento. “Alguns filmes são feitos para o mercado de locação, enquanto certo tipo de filme pode performar bem em determinado tipo de distribuição. É preciso ser um pouco mais flexível na estratégia de

fundamental - se não para ampliar receitas, para estancar a sangria de assinantes, sobretudo no complicado mercado estadunidense, estagnado há anos. O desafio para este elo do setor é ainda maior. Segundo Steve Harris, vice-presidente de novas mídias da operadora Scripps Network Interactive, há alguns anos o OTT significava uma forma de distribuição concorrente à TV por assinatura, mas hoje isto já é parte do serviço. A dificuldade atual dos operadores é oferecer o conteúdo em múltiplas plataformas, o que passa não apenas por uma questão tecnológica, mas por muita negociação com os detentores de conteúdo.

Chris Wagner, vice-presidente executivo da neuLion – que fornece tecnologia para distribuição de conteúdo por demanda e ao vivo online por múltiplas plataformas –, lembra que hoje a estratégia de TV everywhere das operadoras se resume a “qualquer lugar da casa do assinante”. Isto porque as operadoras ainda não conseguiram

distribuição do que costumávamos ser no passado”, diz o executivo.

Mike Dunn, president da Twentieth Century Fox Home Entertainment, concorda que o digital traz novas possibilidades. “Os dispositivos portáteis que temos hoje ajudam muito. Se eu costumava comprar 30 livros ao ano, agora compro 60, porque tenho meu iPad sempre comigo. Se alguém comenta sobre um livro comigo, eu passo a ter este livro em dois segundos”, diz. “É duro fazer esta comparação, mas eu quero que os filmes sejam os livros digitais”, brinca.

Para Thomas Gewecke, presidente da Warner Bros. Digital Distribution, uma das vantagens da distribuição digital sobre a física é que o consumidor tem o ponto de venda sempre à mão, através do iTunes, da Amazon ou de outra loja de conteúdo online. “O desafio é ajudar o consumidor a encontrar o que procura. Para isso, há as ferramentas de sugestão”, diz.

E a TV paga?Mesmo para a TV por assinatura, a

mais reativa quando surgiram os serviços over-the-top, o digital se tornou

Fernando Lauterjung, de Las Vegasf e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

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Evento em Las Vegas recebeu 150 mil visitantes.

COBERTuRA

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negociar os direitos para levar o conteúdo para fora das casas, e é aí que está o maior desafio.

Marty roberts, vice-presidente de vendas e marketing da empresa de publicação e gerenciamento de vídeo online thePlatform, diz que a questão é uma conversa em andamento entre operadores e os donos dos conteúdos. “Operadoras e programadoras já estão negociando”, garante. No entanto, há entre as partes uma “batalha”, diz jeffrey Binder, da Genovation Capital. Segundo eles, a tendência entre os donos do conteúdo é permitir que o conteúdo seja oferecido efetivamente em qualquer lugar pelas operadoras, mas em seus termos, que ainda não estão claros.

David Del Beccaro, presidente da rede multiplataforma Music Choice, expôs os termos. Ele diz que os operadores precisam estar preparados para levar à negociação a oferta de dados sobre o consumo do conteúdo. “Nós precisamos saber o que está sendo assistido e onde, para podermos explorar a publicidade”, destaca, embora afirme que a possibilidade de gerar receita significativa com publicidade na distribuição multiplataforma não deve acontecer em um curto prazo. “Acredito que em um ano, a negociação entre prestadores de serviço e donos de conteúdo estará resolvida. Mas as receitas com publicidade estão em um horizonte mais distante. Talvez quatro anos”, arrisca.

Beccaro minimizou a possibilidade de os serviços OTT não vinculados ao serviço de TV paga canibalizarem este serviço. “Está cada vez mais difícil convencer o consumidor a assinar um conteúdo. Acho que o serviço multicanal sempre será a principal fonte de conteúdo”, diz.

Para o advogado jeffrey Liebenson, especializado em conteúdo digital, há uma pressão das operadoras de TV por assinatura para que seus fornecedores de

Além disso, a aliança adiantou que deve lançar um novo SDK (software development kit) em 2013. A nova versão promete trazer upgrades às especificações de HTML5, CSS3 e javaScript; além de suporte a vídeo 3D e à especificação MPEG-DASH, bem como mais opções de digital rights management (DrM). Também será apresentado um novo emulador comum, que permite testar os aplicativos garantindo a compatibilidade com todos os equipamentos dos fabricantes membros da associação.

Desta vez, chamaram a atenção lançamentos à moda antiga: hardware esperando que os produtores de conteúdo respondam à demanda gerada pela nova tecnologia. Os principais fabricantes de televisores apresentaram suas versões de equipamentos baseados em OLED. A tecnologia se destaca por sua qualidade de imagem, com taxas de contraste muito superiores, uma vez que cada pixel é uma fonte de luz independente.

Além disso, o 4K, ou ultra definition (UDTV) também reinou no evento. Segundo a Consumer Electronics Association, que promove o evento, aproximadamente 50 modelos de televisores 4K foram apresentados durante a feira. A associação prevê que o preço médio deste equipamentos deve cair de US$ 7 mil, em 2013, para US$ 2,8 mil no próximo ano.

Tanto a Panasonic quanto a Sony juntaram as duas tecnologias mais promissoras para o mercado de televisão em um único produto. A primeira apresentou um televisor OLED de 4K com 56 polegadas. O modelo deve chegar ao mercado no segundo semestre deste ano, com a expectativa de ser o primeiro modelo comercial a unir as duas tecnologias.

já a Sony apresentou no evento um protótipo de TV 4K OLED. O modelo também tem 56 polegadas e traz, além da maior definição, o alto contraste e maior brilho, características da tecnologia OLED.

conteúdo não negociem com plataformas over-the-top (OTT) ou mesmo para que não levem seus conteúdos diretamente para as smart TVs em modelos por assinatura ou transacional. Com isso, disse o advogado, o que “sobra” para as plataformas de smart TV é muito pouco. Quando operadoras ou programadoras levam às smart TVs seus conteúdos exclusivamente às suas bases de assinantes, as plataformas assumem um papel de “meros autenticadores”. “É isso que estas plataformas querem ser?”, questiona o advogado.

LançamentosHá alguns anos, causaria

estranhamento o fato de os debates acima terem acontecido no maior evento de eletrônica de consumo do mundo. Hoje, no entanto, os fabricantes não entregam mais apenas o hardware. Se no passado

os maiores fabricantes dos dispositivos de recepção e execução de conteúdo não exerciam papel algum na cadeia de produção e distribuição de conteúdo, hoje representam a ponta final. São eles que têm o acesso final ao consumidor. E o papel do hardware e do software cada vez mais se confunde.

Nos anos recentes, os principais lançamentos dos fabricantes de televisores foram os equipamentos conectados, as smart TVs. Agora, foram apresentadas apenas algumas evoluções menores na tecnologia. Um dos mais importantes anúncios neste sentido foi ampliação da Smart TV Alliance, que anunciou cinco novos membros. Trata-se de uma importante novidade para desenvolvedores de aplicativos para TV. juntaram-se aos membros fundadores da Smart TV Alliance - LG Electronics, TP Vision (Philips) e Toshiba - os fabricantes Panasonic, ABOX42 e TechniSat; e os provedores de soluções IBM e Specific Media.

PROVEDORES DE CONTEúDO ESTãO MAIS DISPOSTOS A NEgOCIAR SE TIVEREM DADOS SOBRE O CONSuMO.

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(making of )

Em uma loja de antiguidades na Nova York do ano de 2065, o músico Will.i.am, da

banda Black Eyed Peas, recebe a visita de um jovem interessado em raridades musicais. Aos 95 anos, ele se põe a lembrar momentos importantes de sua carreira e os grandes sucessos que viveu em décadas anteriores. Entre eles, shows no rio de janeiro, em Tóquio e até em Marte.

O filme foi criado pela África para a Budweiser e teve a direção da dupla Tomat, formada pelos diretores Tomás Salles e Mateus Araujo. Ambos estudaram nos Estados Unidos e trabalharam por lá um tempo, especialmente na área de composição e efeitos especiais. “Viemos da área de pós-produção e temos muita experiência com planejamento de filmes de efeitos, o que foi importante nesse filme. Na nossa proposta, já apresentamos algumas adaptações para conseguir viabilizar o filme no prazo”, explica Tomás.

Um dos principais desafios foi o processo de envelhecimento de Will.i.am, que teria de ficar cerca de 60 anos mais velho. Para isso, foi contratada a maquiadora neozelandesa Dominie Till, que trabalhou em filmes como “King Kong” e a trilogia “O Senhor dos Anéis”. “Ela criou máscaras com uma textura tão fina que o Will.i.am podia mexer o rosto à vontade. O fotógrafo que trabalhou conosco disse que nunca tinha visto um trabalho tão perfeito”, continua Tomás.

A parte ao vivo do filme, com a presença do músico, foi rodada em duas diárias. Na primeira, ele estava maquiado, depois de um trabalho que durou quatro horas.

Lizandra de Almeidac a r t a s . t e l a v i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Em um futuro nem tão distante

No filme, o músico Will.i.am, com 95 anos, relembra momentos importantes de sua carreira.

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çãO janeiro”, afirma o diretor.

As cenas que se passam em Tóquio, porém, foram construídas a partir de bancos de imagem, assim como o show em Marte. “Usamos 90 mil ‘agentes digitais’, ou seja, pessoas criadas em computação. Fizemos uma pesquisa técnica e descobrimos um software especial para isso, então fomos adiantando toda essa parte de 3D antes de começar a filmar as cenas ao vivo, para não acumular toda a computação gráfica no final”, diz Mateus.

Os diretores concordam que foi muito fácil trabalhar com Will.i.am. “Quando há uma celebridade, a produção gira em torno dele. Todo o cronograma foi feito de acordo com a disponibilidade de datas dele. Mas ele é ótimo ator e com um bate papo rápido fez o que tinha de ser feito.” No final, Will.i.am gostou tanto do resultado que resolveu participar também. Depois de ver o filme montado, criou uma nova trilha.

Na segunda ele atuou sem maquiagem. Mais uma diária foi necessária para complementar as filmagens.

A locação foi construída em um depósito de ferro velho no rio de janeiro, que também trabalha com a venda de peças antigas. “Íamos escolher as melhores peças e levar para um estúdio, mas vimos que se filmássemos no próprio galpão teríamos muito mais opções e uma textura muito melhor. Eles tinham até peças de submarinos no depósito”, conta.

A cena que mostra o rio de janeiro foi filmada na favela do Vidigal, em uma locação que nunca tinha sido usada antes. “A favela acabou de ser pacificada e daquele ângulo é possível ver a própria favela e a cidade, uma imagem muito menos clichê do rio de

FICHA TéCNICA

Cliente Cia. de Bebidas das Américas - AmBevProduto BudweiserAgência Africa São Paulo PublicidadeCriação Rodrigo Saavedra, Vico Benevides, Estefanio Holtz, Daniel Del Toro, Miriam Malta, Raphael FiuzaDiret. de criação Rodrigo Saavedra, Vico BenevidesDir. geral de criação Sergio GordilhoProdutora ZoharDireção TomatProd. executiva Fernanda Rossi, Fernando Souza, Isabelle Tanugi e Carlos PaivaFotografia Marcelo DurstMontagem Marcelo Moraes Pós-prod. e final. FullFrameTrilha Raw Audio (Hilton Raw, Fernando Forni e Philip Braunstein, com a participação de Will.i.am)

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A rede de escolas de inglês CCAA vem investindo em uma campanha bem humorada, sempre

protagonizada por astros internacionais, com criação da agência carioca NBS. Bruce Willis, Megan Fox e Mike Tyson já encabeçaram o elenco dos filmes, e agora o astro é Samuel L. jackson. Ele aparece depois que dois jovens brasileiros tentam comprar um cachorro quente num trailer nos Estados Unidos, e não conseguem entender uma palavra do que diz o vendedor. jackson surge em um palco na calçada, como se fosse apresentador de um programa de auditório, auxiliado por duas assistentes de palco. Ao rodar a roleta do que seria o programa “Talk or face the consequences”, ele decide o destino dos pobres brazucas, com resultados terríveis.

No filme principal, um deles é engolido por um tubarão. Mas a campanha vai além da telinha: na internet, é possível rodar a roleta e dar outros destinos igualmente medonhos aos personagens. Eles são atacados por zumbis, por um enxame de abelhas ou esmagados por lutadores de sumô, sempre sob o olhar sarcástico do ator. Ao entrar no site, o internauta é desafiado a responder algumas perguntas que fazem parte do teste de nivelamento da escola. Depois de cadastrados, eles recebem o link para conhecer as outras ameaças de Samuel L. jackson.

A campanha foi produzida nos Estados Unidos pela Killers, com o apoio local da produtora norte-americana In & Out Productions Services. As filmagens aconteceram em locação, na cidade de Los Angeles. “Encontramos um lugar que parecia Nova York, com um prédio antigo muito parecido. Mas fizemos em LA por uma questão de logística, por causa do ator”, explica a produtora

executiva julia Tavares. Trabalhar com um super astro como

jackson não é difícil, segundo julia. “Quanto mais famoso o ator, mais profissional. O Samuel L. jackson foi super colaborativo e descontraído, entrou na brincadeira.” Todas as etapas precisam ser aprovadas por ele, desde o roteiro até o shooting board e também a montagem final.

“Apesar da rigidez das regras, especialmente as trabalhistas, as cidades dos Estados Unidos estão preparadas para esse tipo de trabalho e são muito ágeis em atender nossas solicitações. Nesse caso, filmamos na rua, com uma cenografia grande, num domingo. Pedimos para eles mudarem um ponto de ônibus de lugar e eles mudaram”, conta julia. Uma exigência da cidade foi que eles utilizassem papel biodegradável na cena em que os protagonistas recebem uma chuva de papel picado. Naquele mesmo domingo, cerca de 300 produções estavam sendo rodadas na cidade, entre comerciais, curtas e longas.

Toda a pós-produção, incluindo os efeitos 3D, foi feita no Brasil pela equipe da Casablanca. Mas, para dar uma cara mais assustadora aos zumbis, a produtora contratou o maquiador e caracterizador jim Ojala, especialista em monstros e criaturas. A produtora captou todas as cenas filmadas e finalizou uma peça para TV. As demais, incluindo os vários finais, foram utilizadas no material online.

André Lima, diretor de criação da NBS,

Tudo por um cachorro quente

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FICHA TéCNICACliente CCAAProduto InstitucionalAgência NBSDir. de criação André Lima, Pedro Feyer, Marcello Noronha, Moacyr NettoCriação André Lima, Renato Jardim, André Havt, Ricardo Weitsman, André Jardim, Diogo Pereira e Luiz LondresProdutora killers e In & Out Production ServicesDir. do filme Claudio BorrelliProd. executiva Julia TavaresDir. de fotografia Andres SanchezDir. de arte Marines MencioProd. de figurino kátia Gimenez e Petra FlanneryMontagem Claudio Borrelli e Marcelo CavallieriTrilha A9 AudioPós-produção CasablancaProd. digital Luego, Cabana de Criação e Casa de Desenho

explica que a agência procurou explorar as inúmeras possibilidades do digital. “Desde finais alternativos que as pessoas pudessem escolher para assistir até vídeos específicos para quem vai fazer o teste de nivelamento ou pra quem ainda não fez a matrícula, por exemplo. São muitas possibilidades de interação e de riso, para garantir um envolvimento bem rico das pessoas com a campanha.”

O ator Samuel L. Jackson apresenta o programa “Talk or face the consequences” para decidir o destino dos personagens no comercial.

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(formação)

Mãos à obra São Paulo ganha centro privado de treinamento e capacitação de profissionais para a produção de cinema, TV e publicidade.

São Paulo terá a partir de março um novo centro de treinamento para profissionais do setor audiovisual, sobretudo

nas áreas técnicas.O FocoBr é uma iniciativa de

Edina Fujii e LM Stein. Edina apoiou diversas iniciativas de capacitação durante o período em que foi gerente geral da Quanta, uma das principais empresas nacionais de infraestrutura de produção, onde ficou de 1982 a 2007. Stein por sua vez promove há 17 anos workshops em todas as áreas da produção, além de ser ele mesmo produtor e agitador de eventos como cursos e festivais.

A eles juntaram-se os sócios Flávio Costa e Souza jr, vindo da área de TI, que cuidará dos aspectos gerenciais e financeiros do centro, e o investidor rodolfo Henrique Fischer, que fez carreira no mercado financeiro.

O FocoBr não se define como uma escola de cinema, mas sim como um centro de treinamento. A sede, na Zona Leste paulistana, está em fase final de reforma para receber os primeiros cursos. “Levamos dez meses para achar o imóvel certo, próximo ao Metrô, com espaço para todas as atividades. Depois ainda foram sete meses de reforma”, conta Stein.

O investimento consumirá r$ 3 milhões na primeira etapa, e r$ 6 milhões no total. Segundo Edina, o grupo procurou o BNDES para financiar a obra, mas o processo se mostrou muito demorado. “Estamos em processo, mas o banco não tem histórico nesse tipo de infraestrutura”, conta.

TécnicosO FocoBr terá foco na formação

de técnicos para a produção. “Podemos ter cursos também voltados à criação, como roteiro e direção, mas não é o forte. O principal aqui serão os cursos de iluminação, fotografia, assistência de direção, continuidade etc.”, diz Stein.

A duração dos cursos não será definida por períodos, mas sim por carga horária. Podem ser cursos de 20, 30, 60 horas de duração, ou outros formatos, e poderão ser mais ou menos intensivos, dependendo da demanda. “Um curso pode durar uma semana ou quatro meses, dependendo da intensidade. Temos muita procura de fora. Nos meus workshops, 70% do público vem de fora do Estado, então às vezes temos que fazer cursos mais intensivos”, explica.

“A ideia é ser um centro de treinamento para preparar jovens que saem das universidades e escolas técnicas para o mercado audiovisual”, conta Edina. “A pessoa por exemplo faz um curso de elétrica no Senai, mas não conhece as especificidades do setor de produção. Aqui ele se especializa. O centro não será só para iniciantes, mas também para reciclagem, aprender novas tecnologias”, conta Edina. “Os professores não serão acadêmicos, mas pessoas ativas no mercado, que conhecem o uso prático das ferramentas”, completa.

A atualização tecnológica será possível, explica a diretora, graças às parcerias que estão sendo fechadas com os fornecedores. Eles proverão os equipamentos para os laboratórios e também

já o Fundo Setorial do Audiovisual não pode ser usado porque não contempla esse tipo de empreendimento. “Esperamos agora ter algum apoio das autoridades estaduais e municipais, já que sempre houve um discurso de falta de mão de obra”, diz Edina.

O fato do centro estrear no momento em que há um aquecimento da produção, em consequência da Lei do SeAC, é uma coincidência feliz, diz Stein. “A carência (de mão de obra) no mercado não é de agora, sempre existiu. Agora, com a lei, só vai aumentar”, conta.

ESPAçO OFERECERá CuRSOS TéCNICOS TANTO PARA INICIANTES QuANTO PARA PROFISSIONAIS DA áREA.

Edina Fujii e LM Stein: investimento de R$ 6 milhões para montar o FocoBr.

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promoverão cursos sobre as novas versões e lançamentos.

TerceirizadoO FocoBr não deve ocupar

inteiramente o imóvel que está sendo reformado. A ideia é sublocar uma área, com acesso independente, para uma produtora. Além de ajudar a bancar os custos do projeto, a medida teria outro efeito: ter uma empresa funcionando no mesmo local, que pudesse abrigar os próprios alunos como estagiários ou executando funções nas produções.

Uma parte do imóvel será reformada apenas na segunda fase do projeto. Esta ala inclui um auditório de 70 lugares para a apresentação de trabalhos, exibição de filmes e seminários em geral.

A infraestrutura preparada na primeira etapa para receber os

com um estúdio de 400 m², que também poderá ser locado para produções externas, equipado com camarim e uma área de marcenaria para cenários.

aNDRé MERMELSTEIN

alunos inclui salas de aula, estúdio de som, ilhas de edição, laboratório de finalização, tratamento de cor, , biblioteca e videoteca. “A ideia é que os alunos aprendam fazendo, operando os equipamentos, produzindo realmente”, conta Edina. O espaço conta também

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Galpão em reforma: espaço abrigará uma produtora, estúdio, auditório e os espaços para cursos técnicos.

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Qual a semelhança entre filmes como “O Silêncio dos Inocentes”, “Procurando Nemo”, “O Senhor dos Anéis” e

séries de TV como “Sex and the City” e “Betty, a feia”? Todos tiveram como roteiristas ex-alunos de robert McKee, um dos mais lendários professores de roteiro da indústria cinematográfica. Pelas suas salas de aula passaram estudantes que acumulam 49 estatuetas do Oscar e 170 prêmios Emmy. McKee esteve no rio de janeiro no começo do ano para ministrar um curso promovido pela Globosat, e concedeu esta entrevista para TELA VIVA.

TELa VIVa – Os princípios para se contar uma boa estória são universais ou mudam de acordo com a época e a cultura em que vivemos?

ROBERT McKEE – No nível mais profundo é universal. A cultura representa uma parcela ínfima, enquanto a natureza humana tem uma importância muito maior. A natureza humana, debaixo dessa fina camada de cultura, é extremamente profunda. A superfície cultural pode influenciar, sim, dependendo da época e de onde se está. Em sociedades materialistas as pessoas vivem conflitos internos, porque, embora tenham sucesso profissional, suas vidas parecem vazias e desprovidas de sentido. Enquanto isso, no Oriente Médio, as pessoas estão tentando sobreviver. Ou seja, lá o conflito está entre a vida e a morte. Em Paris, talvez seja um conflito existencial. Mas a forma

delirante e romântica de pensar. Muitas pessoas que dizem escrever por inspiração estão enganadas quanto ao próprio talento. Mas, presumindo que se tenha talento, é preciso tratá-lo como um músculo. É um poder que você tem no cérebro para pegar as coisas da vida, descobrir conexões que estão escondidas na sua cabeça e colocá-las para fora de uma forma como ninguém fez antes. Quem tem talento nasceu com isso, mas precisa trabalhar. E, por tudo que sei de escritores, as melhores experiências vêm quando eles não estão a fim de escrever. Porque não se tem acesso direto ao seu talento. Essa é a ilusão da inspiração: a de ter acesso direto ao talento quando estiver com vontade, ou relaxado.

é a mesma: a procura por desejos, encontrar antagonismos, tomar ações que transformam a vida de positiva a negativa ou de negativa a positiva. Os valores e os conflitos mudam, mas a forma é universal. Estórias são metáforas para a vida. E a essência da vida humana não muda há dezenas de milhares de anos.

alguns autores são metódicos e gostam de definir metas, como escrever uma página por dia, como fazia José Saramago. Outros preferem ser conduzidos por uma força obscura que chamam de “inspiração”. Qual a sua opinião sobre essas duas abordagens?

As pessoas que esperam por inspiração nunca criam nada que preste. Isso não é profissional. É uma forma

Fernando Paiva, do Rio de Janeirof e r n a n d o . p a i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

O fio da meadaGuru dos roteiristas, Robert Mckee elogia a novela brasileira e critica os roteiros atuais do cinema nacional.

(entrevista)

Marcel Leonardi

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Isso é “nonsense”. Talento é um poder subconsciente no seu cérebro e é como um gato que só vem até você quando está a fim. Não é um cachorro.

Acho que uma página por dia é até pouco. Eu trabalharia com mil palavras por dia, o que dá provavelmente quatro páginas. Você pode jogá-las fora no dia seguinte, não tem problema. Porque quando você está concentrado descrevendo personagens ou o que vê fora da janela, mesmo que seus dedos estejam paralisados sobre as teclas, só de estar lá, de repente, do nada, seu talento joga algo na sua cabeça, quando quer, e não sob o seu comando. É preciso disciplina: sentar e escrever. Pode escrever besteira, mas escreva. Faça isso seis ou sete dias por semana, por uma certa quantidade de horas por dia, ou uma certa quantidade de palavras. Mas é importante ter consciência de que 90% do que você produz não é grande coisa. Suas chances de criar algo excepcional são de 10% na melhor das hipóteses. Eu diria que é menos que isso, em torno de 2%. Se formos otimistas e trabalharmos com 10%, para escrever algo que seja 100% excepcional você precisaria escrever dez vezes mais páginas e jogar fora 90% de banalidade, mantendo apenas os 10% excepcionais. As pessoas que acreditam em inspiração pensam que tudo que escrevem é bom.

antes de começar a escrever uma estória é necessário saber o seu final?

Não. Basicamente acho que os grandes escritores são pessoas curiosas. Alguma coisa aflora neles a curiosidade de “o que aconteceria se...”. E aí começam a explorar esse mundo e esses personagens, e encontram desejos neles, e descobrem desejos superficiais que são máscaras para desejos mais profundos, e resolvem ver até onde

“O Homem do Ano”. E posso dizer que são bons, mas não têm a mesma qualidade do cinema brasileiro de antigamente.

por quê?Os roteiros são mais fracos.

Fracos em que sentido?Em “O Palhaço”, por exemplo,

os personagens são passivos. O protagonista está apenas tentando decidir se segue no circo ou se busca uma vida mais “normal”. É um filme sobre alguém que tem uma preocupação: isso é o melhor que eu posso tirar da vida? E

depois de um tempo ele percebe que sim. Em “O Homem do Ano” é diferente: é hiperativo. O sujeito mata um cara e as coisas vão ficando cada vez piores... Ele pinta o cabelo de preto e desaparece. Ele mergulha nisso, as coisas fogem de controle e ele vai embora. É como em “O Palhaço”: ele tem uma preocupação e

depois não tem mais. Só que um é passivo e outro hiperativo. Mas no meio está sendo ignorada a complexidade dos seres humanos e das relações entre eles. A vida não é uma questão de fazer ou não fazer. Pinto o cabelo de loiro ou de preto? Fico no circo ou deixo o circo? A vida é um dilema com duas opções e as duas são terríveis, mas você precisa escolher uma. Trazer personagens para dilemas profundos requer experiência de vida. Em “O Beijo da Mulher-Aranha” o personagem vive um profundo dilema. E em “Dona Flor e seus Dois Maridos” a protagonista tem um fantástico dilema e escolhe os dois! Isso é uma grande história. Essas histórias vivem com você para sempre. Eu nunca vou esquecer desses filmes. Eu já esqueci “O Palhaço”. E amanhã “O Homem do Ano” será “O Homem do Ano Passado”.

isso vai, até encontrarem um final. Mas pode acontecer de a primeira coisa que lhes vem à cabeça ser o final. Neste caso, você tem quer ir para trás, não tem problema, desde que você esteja aberto a eventualmente mudar o final. De história para história você nunca sabe se começará pelo começo, pelo meio, pelo final ou por alguma parte que mais tarde você nem usará. O processo é sempre um mistério.

O senhor já viu alguma novela brasileira?

Claro! Vi recentemente “Avenida Brasil”. O andamento da trama, realmente, é maravilhoso. Os criadores

dessa novela devem ter lido o meu livro. Toda cena continha uma reviravolta em certo grau. Fantástico! E são trabalhos enormes... E o espírito era de comédia… Claro que tinha assassinatos e coisas horríveis, mas o espírito era de sátira e de comédia, com certo exagero na atuação e uso de estereótipos, que é o que fazemos em comédias. Em comédia pegamos as coisas e as deixamos um pouco maiores do que o necessário com o objetivo de gerar um olhar crítico, para você não se emocionar. O espírito era cômico e muito bem feito.

O senhor está familiarizado com o cinema brasileiro? Teria alguns filmes brasileiros prediletos para comentar?

Conheço os clássicos, como “O Beijo da Mulher-Aranha”, “Dona Flor e seus Dois Maridos”, “Central do Brasil”...

“cidade de Deus”?Sim, “Cidade de Deus”, “Cidade dos

Homens”. Dentre os mais recentes vi alguns bons filmes, como “O Palhaço” e

“é uMA FORMA DElIRANTE E ROMâNTICA DE PENSAR. MuITAS

PESSOAS QuE DIzEM ESCREVER POR INSPIRAçãO ESTãO ENgANADAS

QuANTO AO PRóPRIO TAlENTO. MAS, PRESuMINDO QuE SE TENHA TAlENTO,

é PRECISO TRATá-lO COMO uM MúSCulO”

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uma História de Amor e FúriaCoprodução da Buriti Filmes e da Gullane Entretenimento mistura estética do quadrinho com história do Brasil e mitologia tupi.

Uma animação nacional para adultos estreia no circuito nacional em março. “Uma História de Amor e Fúria”, uma

produção da Buriti Filmes e da Gullane Entretenimento, levou seis anos para ficar pronta, ganhou a dedicação de uma equipe de talentos interessados em ter o nome associado a um projeto ousado e autoral, fechou o orçamento em r$ 5 milhões e tem exibição garantida na televisão na América Latina devido à parceria da HBO.

O filme retrata o amor entre um herói imortal e janaína, mulher por quem ele é apaixonado há 600 anos. Tendo o romance como pano de fundo, o longa ressalta quatro etapas da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o regime militar e o futuro, em 2096, com o mundo em guerra pela água.

O diretor e roteirista Luiz Bolognesi conta que a ideia do filme surgiu a partir de duas de suas paixões: a história em quadrinhos e a história do Brasil. Além disso, Bolognesi buscou referências na mitologia tupi-guarani para enriquecer a narrativa. “Os autores de Hollywood usam muito a mitologia grega porque ela funciona. A mitologia tupi-guarani também é muito rica e desconhecida”, destaca o diretor. Dessa forma, o protagonista, que tem o dom da imortalidade e o poder de voar concedido por um deus indígena, atravessa os séculos alternando a forma de pássaro e de homem para encontrar a mulher amada em diversas fases da história do Brasil, sempre em situações que exigem o máximo de coragem.

Força do timePara Bolognesi, o grande diferencial de

produção do filme foi reunir uma equipe de talentos que acreditou no potencial do projeto e contribuiu para que o longa-metragem pudesse ser feito em um orçamento de r$ 5 milhões (o diretor estima que filmes com o mesmo perfil custem aproximadamente US$ 20 milhões se produzidos nos Estados Unidos ou na Europa). “O filme agregou muita qualidade para o valor investido”, destaca o diretor. Bolognesi conta que inicialmente a equipe estudou fazer parte dos serviços de animação na China, mas os chineses não conseguiram bater o custo de se fazer a produção por aqui na qualidade que o diretor queria.

A animação foi toda feita de forma clássica, com desenhos em papel. Bolognesi queria que os traços tivessem o

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estilo das HQs e escalou Anna Caiado e Daniel Greco para a direção de fotografia. A equipe da Lightstar iniciou o processo de animação, mas logo um estúdio foi montado na Buriti Filmes e os artistas passaram a trabalhar de lá. Assim como nas animações internacionais, as vozes dos atores foram gravadas antes da finalização dos desenhos, para que as expressões pudessem acompanhá-las. No elenco principal estão Selton Mello, Camila Pitanga e rodrigo Santoro.

Selton Mello entrou como produtor associado desde o princípio do projeto. A Gullane entrou como coprodutora mais ou menos na metade do caminho, fazendo o longa ganhar novas dimensões. A HBO entrou como parceira, garantindo a

Animação nacional para adultos usou técnica clássica de desenho sobre papel.

COM A ENTRADA DA HBO NO PROjETO, AléM DOS RECuRSOS DO 3ºA, O lONgA-METRAgEM gANHOu gARANTIA DE ExIBIçãO NA TV PAgA PARA A AMéRICA lATINA.

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SiNOpSe: “Uma História de Amor e Fúria” é um filme de animação que retrata o amor entre um herói imortal e Janaína, a mulher por quem é apaixonado há 600 anos. Como pano de fundo do romance, o longa de Luiz Bolognesi ressalta quatro fases da história do Brasil: a colonização, a

escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra pela água.

exibição na TV paga para a América Latina e aportando recursos do Artigo 3ºA. A Europa Filmes, distribuidora do longa no Brasil, entrou com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, na linha de aquisição. O restante foi captado pelo Artigo 1º, Artigo 1ºA, Proac estadual (São Paulo), e edital de Paulínia, além da linha de produção do FSA.

A animação participou no ano passado do Festival do rio e da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Esse ano, o longa está na seleção da mostra Visions, do Festival Internacional de Cinema de Miami. A partir desta participação, os produtores pretendem procurar um distribuidor internacional. “Pelo perfil, vamos buscar distribuição internacional para televisão”, afirma o diretor.

“Uma História de Amor e Fúria” é a primeira experiência de Bolognesi em animação. “Acho importante destacar que a animação é responsável pelas maiores bilheterias no mundo. Acho importante começarmos no Brasil a trabalhar também com projetos mais autorais. É bom para a indústria audiovisual”, diz o diretor.

uMA HISTóRIA DE AMOR E FúRIA

Formato longa-metragemDireção/Roteiro luiz Bolognesiprodutoras Buriti Filmes e Gullane entretenimento

produção Fabiano Gullane, Caio Gullane, luiz Bolognesi, laíz Bodanzky, Marcos Barreto, Debora ivanov e Gabriel lacerda

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36 • T e l a V i V a • j a n / f e V 2 0 1 3

(upgrade)Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Estreia na próxima NAB, que acontece em abril em Las Vegas, o ChyronIP, um gerador de gráficos e caracteres em tempo real capaz de trabalhar

com conteúdo HD e SD, bem como 2D e 3D. O gerador foi projetado especificamente para o sistema integrado de produção ao vivo TriCaster. Compacto e leve, o gerador permite trabalhar com até dois canais de movimento HD ou SD e envia o conteúdo diretamente para o TriCaster através de uma conexão de rede.

Ideal para produções ao vivo, o novo produto da Chyron permite que os usuários do TriCaster empreguem gráficos de alto desempenho, como os vistos em transmissões esportivas premium. Como os gráficos são entregues através de uma

conexão de rede, as emissoras podem usar o ChyronIP sem ocupar

uma das entradas de câmera disponíveis no TriCaster.

Cor na Retina

A ferramenta de correção de cores DaVinci resolve, da Blackmagic Design, ganhou uma nova versão compatível com as telas retina, do Macbook Pro. Segundo a

Blackmagic, os notebooks da Apple com 15” contam com as telas com melhor definição no mercado, e devem se tornar rapidamente uma das ferramentas mais populares no universo da pós-produção.

O DaVinci resolve 9.1 é compatível com arquivos XML para o recurso Audition do Final Cut Pro X, uma característica popular no editor de vídeo da Apple que traz a capacidade de “empilhar” vários frames em um único local da timeline, permitindo transferir arquivos facilmente entre os dois sistemas, com um fluxo de trabalho mais eficiente.

A nova versão também inclui uma melhoria para o formato de arquivo CinemaDNG, usado por algumas câmeras de cinema digital. Trata-se de um dispositivo de entrada e transformação (IDT) para arquivos CinemaDNG, para a manipulação de imagens rAW em fluxos de trabalho ACES.

O resolve agora pode ser usado com o DeckLink 4K Extreme, dispositivo de captura da Blackmagic Design que inclui todas as características da placa de captura DeckLink HD Extreme 3D, mas com a possibilidade de reproduzir vídeo UltraHD 4K, que é quatro vezes a resolução de vídeo 1080HD.

DaVinci Resolve ganha suporte a telas Retina, da Apple.

DL4360x DigiLink traz roteamento interno de vídeo nativo e Ethernet.

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Caracteres e gráficos por IP

ChyronIP leva a geração de gráficos e caracteres ao TriCaster.

A Artel Video Systems anunciou o chassi de transporte de vídeo DL4360x DigiLink, com um design que combina as funcionalidades de um sistema modular com o roteamento interno tanto de vídeo nativo, quanto por

Ethernet. Essa abordagem elimina a necessidade de conexões e conversões externas, agilizando o encaminhamento e reencaminhamento de vídeo nativo e através de arquivos pela conexão Ethernet. O chassi, que ocupa três unidades de rack, suporta até 12 módulos. O monitoramento e o gerenciamento do chassi são feitos através de LEDs de status externos, uma interface HTTP, e capacidades SNMPv2.

Ethernet e vídeo nativo

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(agenda)

6 e 7 MipDoc, Marriott Hotel, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4441. E-mail: [email protected]. Web: www.mipdoc.com

8 a 11 MipTV, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4441. E-mail: [email protected]. Web: www.miptv.com

10 a 21 Bafici – Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, Buenos Aires, Argentina. E-mail: [email protected]. Web: www.bafici.gob.ar

25 a 5/05 Hot Docs Canadian International Documentary Festival, Toronto, Canadá. Tel.: (416) 203-2155. E-mail: [email protected]. Web: www.hotdocs.ca

26 a 2/05 – xVII Cine-PE, Recife, Pernambuco. Tel.: (81) 3343-5060. E-mail: [email protected] Web: www.cine-pe.com.br/2013

MAIO15 a 26 66º Festival de Cannes, Palais

des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 5359-6100. E-mail: [email protected]. Web: www.festival-cannes.org

21 e 22 57º Painel 2013 Telebrasil, unique Palace, Brasília, DF. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected]. Web: www.convergecom.com.br/eventos

23 a 28 4º CINEfoot Festival de Cinema de Futebol, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 8111-8030. E-mail: [email protected] Web: www.cinefoot.org

30 a 04/06 4º CINEfoot Festival de Cinema de Futebol, São Paulo, SP. Tel.: (21) 8111-8030. E-mail: [email protected] Web: www.cinefoot.org

30/5 Rose D’Or Festival 2013, Bruxelas, Bélgica. Tel.: +41 79 743-3278; E-mail: [email protected] Web: www.rosedor.com/festival-2013

juNHO4 e 5 14º Fórum Brasil de

Televisão. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected]. Web: www.forumbrasiltv.com.br.

10 a 12 NCTA – The Cable Show ’13, Washington, DC, EuA. Tel.: (202) 222-2430. E-mail: [email protected]. Web: www.thecableshow.com

16 a 22 60º Cannes lions, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel: (44-20) 7239-3400. E-mail: Web: www.canneslions.com

AgOSTO6 a 8 ABTA 2013 Feira e

Congresso, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected] Web: www.abta2013.com.br

FEVEREIRO 201320 a 22 3º Rio Content Market,

Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]. Web: www.riocontentmarket.com.br

20 12º Seminário Políticas de (Tele)comunicações, Brasília, DF. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected]. Web: www.convergecom.com.br/portal/eventos/politicas-telecom

21 a 27 53º Festival Internacional de Cine de Cartagena de Índias, Cartagena, Colômbia. E-mail: [email protected]. Web: ficcifestival.com

26 a 28 Andina link 2013, Cartagena, Colômbia. Tel.: (571) 635-6898. E-mail: [email protected]. Web: www.andinalink.com

MARçO1 a 9 28º Festival Internacional de

Cine de guadalajara. E-mail: [email protected]. Web: www.ficg.mex 

ABRIl4 e 14 é Tudo Verdade – Festival

Internacional de Documentários, São Paulo, Rio de Janeiro, Tel.: (11) 3064-7485. E-mail: [email protected]. Web: www.etudoverdade.com.br

6 a 13 NAB Show 2013, Las Vegas Convention Center, Las Vegas, EuA. Tel.: (1-202) 595-2052. E-mail: [email protected]. Web: www.nabshow.com

4 de abrilA evolução da TV e da distribuição de

conteúdo para múltiplas plataformas, discutida por quem está à frente dos mais importantes projetos de novas mídias.

TV 2.0, Centro de Exposições Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected]. Web: www.convergecom.com.br/eventos/tv-20/

3 e 4 de abrilO ponto de encontro para quem

leva mídia social a sério e quer trocar informações e experiências com profissionais de diversas empresas.

7º Web Expo Forum, Centro de Exposições Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected] Web: www.webexpoforum.com.br

16 e 17 de maioComunicação e Marketing na

palma da sua mão: temas atuais do mercado de conteúdo móvel, como as apps, redes sociais móveis a marketing e conteúdo patrocinado, entre outros.

12º Tela Viva Móvel, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: [email protected] Web: www.convergecom.com.br/eventos

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