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Setembro/2019 CONFIRA NESTA EDIÇÃO O NOVO FORMATO DE LEVAR INFORMAÇÃO À VOCÊ PERTUBE NÃO Quem nunca se deparou com uma ligação num domingo logo pelo início da manhã e ao atender o telefone, se tratava de uma empresa de serviço oferecendo algum plano novo/produto ou fazendo cobrança? Leia Mais: Editoral “Não me perturbe”: O início de um fim preanunciado SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETING Rua Frederico Steidel 255 - Santa Cecilia - São Paulo • www.sintratel.org.br 9.5430-2324 SintratelSP

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CONFIRA NESTAEDIÇÃO O NOVO

FORMATO DE LEVARINFORMAÇÃO À VOCÊ

PERTUBENÃOQuem nunca se deparou com uma ligação num domingo logo pelo início da manhã e ao atender o telefone, se tratava de uma empresa de serviço oferecendo algum plano novo/produto ou fazendo cobrança?Leia Mais: Editoral “Não me perturbe”: O início de um fi m preanunciado

SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETING Rua Frederico Steidel 255 - Santa Cecilia - São Paulo • www.sintratel.org.br 9.5430-2324SintratelSP

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Marco Aurélio Oliveirapresidente Sintratel

“Não me perturbe”: O início de um fi m preanunciado

Quem nunca se deparou com uma ligação num domingo logo pelo início da manhã e ao atender prontamente

o telefone, se tratava de uma empresa de serviço telefônico oferecendo algum plano novo/produto ou fazendo cobrança?

Essa situação não é inusitada, vários de nós já deparamos com ela, ou se não, conhe-cemos alguém que já tenha vivenciado, o que acaba sendo desagradável e incômodo.

Isso, sem contar que hoje, mais recen-temente, essas ligações são efetuadas por robôs que sem quaisquer limites emitem ligações e estão a substituir o atendimento humano dos profi ssionais em Telemarketing.

Fato é que diante de tantas reclamações, desde julho o sistema “Não me perturbe” — que permite aos usuários de telefonia pedir o bloqueio de chamadas de telemarketing indesejadas — alcançou a marca de mais de 1,5 milhão de solicitações, em apenas uma semana.

O sistema foi desenvolvido por empre-sas de Telecom após acordo fi rmado com a Anatel para reduzir o número de queixas e melhorar a relação com os consumidores. Por meio de um site, os clientes de em-presas de telecomunicações cadastram as linhas nas quais não querem mais receber ligações com ofertas de serviços de telefo-nia, TV paga e banda larga.

Tamanha a demanda, que já em seu primeiro dia no ar, nas primeiras 12 horas de funcionamento, o site recebeu mais de 300

mil cadastros na plataforma de bloqueios de ligação. Foram 13 mil acessos simultâneos, alcançando um pico de 40 mil acessos já na parte da manhã, o que chegou a congestio-nar e interromper o serviço. Encerrando o 1º dia, com mais de 500 mil cadastrados.

Estes são alguns números que demos-tram, no mínimo, que alguma coisa, realmen-te, está fora da ordem...

...ligações fora de hora (às 6 da manhã), aos domingos e feriados, nos momentos de descanso, dentre outras, são algumas justi-fi cativas para tamanho sucesso do site logo no seu primeiro dia de funcionamento.

Mas o que está por trás disso?Apesar de toda essa questão que coloca,

mais uma vez, o Telemarketing como algo invasivo, chato, quando não beirando ao vexatório, devemos apontar alguns fatores que são relevantes diante dessa ação e que envolve a vida de inúmeras pessoas que compõem essa categoria, que merece res-peito e valorização.

A categoria dos trabalhadores em Tele-marketing abarca quase 2 milhões de traba-lhadores em todo o Brasil. É formada na sua grande maioria por jovens, mulheres, negros e também os LGBT´s, ou seja, minorias excluídas que encontram nesse setor a tão sonhada oportunidade de acesso ao mundo do trabalho e também a chance de retorno.

Tamanha inclusão?Não. Acabam sendo vitimas de um sis-

tema que busca maximizar seus lucros às

custas de trabalho barato. Atendem e/ou executam ligações durante toda sua jornada de trabalho, estão sempre sentados à fren-te do computador, vivenciando o exercício cotidiano de suas tarefas: batendo metas, alcançando pontuações, ofertando produtos, resolvendo problemas, dentre outras diver-sas formas de atendimento criadas, sempre com o monitoramento constante de suas atividades, sem nenhuma autonomia ou detenção de ferramentas para resolução dos problemas de fato.

O que nos leva a conclusão de que a forma de (má) organização do trabalho, que somada ao desrespeito de um mínimo de regras e bons costumes, desencadearam na criação de tal lei.

Pois como diz o ditado “se não vai pelo amor, vai pela dor”, e foi exatamente toda essa má organização, que acarreta em di-versos casos de assédio moral, desencadeia em síndromes do pânico e burnout (esgota-mento profi ssional), dentre outras doenças mentais, psíquicas e físicas que motivou o “não me perturbe”. Já que se o desrespeito acontece no ambiente de trabalho, ele tam-bém se refl ete no atendimento aos clientes.

Sabemos que não são todos que agem dessa forma e algumas medidas de autorre-gulação, como o Probare (Código de Ética), foram realizadas e idealizadas por entidades como a ABT (Associação Brasileira de Teles-serviços) e o Sintelmark(Sindicato patronal de SP)”, mas no universo de inúmeras em-presas o que prevalece é esse sentimento.

Por isso depois de tantas piadas e chaco-tas que assistimos em programas humorís-ticos e em textos que retratam o cotidiano das centrais, o que era encarado como motivo de riso tomou maiores e drásticas proporções.

Ou encaramos isso como um aviso, que pode levar a melhoria das condições de tra-balho e resultar na melhoria do atendimento ao cliente, logo, na organização (inclusive, com a criação de leis que regulamentem a profi ssão). Ou a criação de leis que impeçam o exercício da profi ssão será só o inicio de um fi m preanunciado

SINTRATEL - SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETINGEDITORIAL

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Expediente:PresidenteMarco AurélioCoelho de Oliveira

Jornalista ResponsávelFábioRamalhoMTB44.484/SP

Programação Visual, Artes e DiagramaçãoLucas Sousa

Diretoria de Relações Insti tucionais/Sindicaise Imprensa e ComunicaçãoMarcísio Mendes de Moura

Rua Frederico Steidel 255 - Santa Cecilia - São Paulo • www.sintratel.org.br

SintratelSP

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Em violênciacontra a mulher toda a sociedade deve meter a colher

Por Valmira Luzia da Silva - Diretora de Finanças e Administração

SINTRATEL - SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETINGESPECIAL

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A vida social das mulheres contempo-râneas tem mudado sensivelmen-te, apesar delas ainda se tornarem

mães e esposas, como suas avos. Assim, elas em 2019 são as principais responsá-veis pelo sustento de 45% das famílias brasileiras, ocupando quase a metade das vagas de trabalho no mercado formal. São elas também que geram aquecimento para a economia da sociedade com ativi-dades empreendedoras nas mais diversas áreas profi ssionais.

A importância das mulheres hoje para a economia e estabilidade social das famí-lias é um agravante na situação de violên-cia física e psíquica sofrida por elas nos espaços sociais.

Os casos de prática de VIOLÊNCIA por misoginia que consiste no menosprezo e discriminação da mulher, são responsá-veis pela retirada de centenas de mulhe-res do mercado de trabalho e, por conse-quência, gerando risco para a segurança alimentar e manutenção de seus fi lhos e

prejuízos incalculáveis para a economia da sociedade com desaquecimento e mais gastos com a segurança pública.

É correto afi rmar que por este motivo a violência contra a mulheres é da conta de toda a sociedade, que precisa denun-ciar atos violentos de qualquer natureza e exigir o direito ao exercício pleno da cidadania, para todas as mulheres dentro e fora do lar.

Depoimento: Durante este mês de agosto fui responsável pelo atendimento durante o processo de homologação de uma moça de apenas 25 anos, que conta-va ter feito um acordo de desligamento da empresa que trabalha, devido as ameaças de morte de seu ex-marido.

Assim, ela dizia que mesmo gostando do emprego precisa ir embora e fugir para outro estado, antes que ele a encontrasse, pois havia a ameaçado de morte. Assim, é preciso denunciar o agressor que impõem terror e instabilidade para as mulheres e suas famílias.

SintratelSP

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1 - Redução no absenteísmo dos funcionários

3 - Redução de custo em períodos com menor pico de produção

5-redução dos custo com litígios fruto de conflitos trabalhistas em razão da insatisfa-ção com as jornadas maximizadas conven-cionadas em algumas centrais de tmkt

2 - Otimização da produção em centrais de tlmk ativo e hibrido

4 - Redução de custo com a reposição demão de obra

1 - Folgas mais longas para lazer e repouso

3 - Proteção dos dias de férias e PLR com agendamento de ausências programadas

5 - Mais oportunidade de acolher as necessidades dos filhos e dependentes

2 - Condições de administrar as ausências programadas sem risco de faltas

4 - Possibilidades de aproveitar pontesde feriados

A compensação a jornada de trabalhosem redução de salarioe com mais benefícios

O cotidiano da vida moderna em espe-cial nas grandes cidades, tem impulsionando diversos setores e seus funcionários(as) a buscarem novas alternativas para otimizar o tempo no trabalho, seja para melhorar a con-dições de produção no caso das empresas ou para empregados terem mais qualidade de vida, ou para que as empresas possam melhorar a forma de produção além da redução e custos.

Assim, as formas de compensação da jornada tornaram-se uma alternativa, em especial, para quem trabalha corroborando com a ampliação o tempo de repouso para

Departamento Juídico

desenvolvimento de suas atividades sociais, estudos ou até mesmo lazer para os funcio-nários e funcionarias.

As compensações da jornada de trabalho pode trazer melhoria na qualidade de vida desde que não haja ampliação das horas totais dos mensalistas CLT e, com a devida condição, para que o funcionário(a) também e possa requer horas para ausências progra-madas ou mesmo possam desfrutar de dias subsequentes de folga, como é o caso das compensações de 7.12 semanais com 1.12 ao dia com folgas em 2 dias subsequentes em especial nos sábados e domingos.

É importante salientar que, a compensa-ção da jornada não deve alterar o contrato social de quem trabalha com indesejáveis ampliações na carga de trabalho mensal, de forma sistemática pois, sempre serão balizadas as horas trabalhadas a mais re-alizadas durante a semana ordinária( horas positivas) e as de ausência programadas em razão de haver sempre uma equação destas horas no programa de compen-sação sempre com limitadores, sejam mensais ou periódicos.

A proteção a jornada diferenciada de 36 horas semanais e 180 hs para operado-res(as) de telemarketing é imprescindível sendo por tanto, uma exigência das CCTs a sua regulamentadas através de acordos de compensação da jornada que deverão ser deliberadas em assembleias organi-zadas pelo sindicato, para atender com igualdade (isonomia) os interesses de todos os funcionários.

As compensações sazonais sejam em dias ou semanas, também podem atender as necessidades de empregados e emprega-dores desde que as horas extras não sejam substituídas em sua totalidade e, que haja ao final do período, havido por parte de ambas as partes o cumprimento das normas estabelecidas no acordo de compensação.

As 5 principais vantagens da compensação da jornada

Vantagens para os empregados (as) Vantagens para as empresas

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SINTRATEL SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETINGCENA JURÍDICA SintratelSP

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O Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (Sintratel) realizou, no primeiro semestre deste ano, uma série de ações de sindicalização em empresas do setor.

Na primeira metade do ano de 2019, o Sintratel esteve visitando trabalhadores e trabalhadoras nas empresas Abramo, Action Line, A&C, Bizpro, Aliar, Flex, Iconect, Infinity, Intelserv, J.A Rezende, Konecta, Uranet, Porto Seguro, Puriflora, Puriliv, Puriplus, Neobpo, Mindbe, Quaddra, Sercom, Vikstar, Siscom, Sitel, Teltelemática, TMKT, Ultracenter, Vector, Zanc, Wiz, Telebank.

Ao todo, 2691 pessoas foram atendidas e se associaram ao Sindicato, sem contar aqueles trabalha-dores que fizeram sua extensão cadastral, que é a oportunidade de todos (as) os (as) trabalhadores (as) tirarem suas dúvidas, ter informação de como utilizar os benefícios de associados (as), além de solicitar desconto em faculdades, parques, cinemas, assim como fazer reserva nas colônias de férias.

Programa ascensãoe reconhecimento dotalento profissional

A população LGTB tem conquistado merecido reconhecimento profissional após décadas de luta pelo fim da homofobia no mercado de trabalho. Exemplos como a criação do FORUM DE EMPRESAS E DIREITOS LGBT, que reúne empresas e instituições internacionais, desde 2013 materializam esta nova realidade com a promoção da participação da população LGTB no mercado de trabalho.

Esta promoção de cargos e salários em

favor da população LGBT depende exclu-sivamente do reconhecimento do direito à cidadania destas pessoas. A aplicação de desenvolvimento profissional passará a ser então parte da política gestacionais natural e dinâmico equacionando as relações no tra-balho em favor de todos e todas.

O Sintratel elencou as premissas para a elaboração de um programa de equidade nas relações no trabalho no setor de tele-marketing conheça melhor:

A equidade nas relações do trabalho con-tribui para o desenvolvimento da sociedade, ampliando a participação das pessoas e re-duzindo todo tipo de violência, preparando ainda o futuro, para que as próximas gera-ções usufruam de um mercado de profissio-nal mais humanizada, reparando com isto parte das injustiças sociais que hoje ainda persistem no mercado de trabalho.

• Celebração nos diversos locais de trabalho de Acordos Coletivos com ex-presso entendimento da Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho que reafirma a vedação para aplicação de qualquer políticas que tenham efeito desconstruir a oportunidade de emprego e renda em razão da discriminação.

• Oferta democrática de ingresso em cursos de aprimoramento profissional preparatório para os processos internos de seleção de cargos.

• Aplicação de programas de seleção escalonada de cargos e salários que per-mita o amplo aproveito dos candidatos e candidatas.

• Programas democráticos de incentivos material para a formação universitária e pós-graduações para quem trabalha.

Ampliar os programas em prol da ma-ternidade (e paternidade) independente da identidade de gênero.

• Celebrar Acordo Coletivos com jorna-das de horários flexíveis para mães com filhos na creche.

Sintratel intensifica campanha de sindicalização

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SINTRATEL - SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETINGPOLÍTICAS SOCIAIS SintratelSP

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SINTRATEL - SINDICATO DOS TRABALHADORES TELEMARKETINGESPACO DO DIRETOR

Os refl exos da deforma trabalhista e os prejuízos aos trabalhadores

A cada dia temos a infelicidade de acom-panhar algumas empresas do Setor de Tele-marketing perder contratos com as tomado-ras de serviço, e com isso levando inúmeros trabalhadores e trabalhadoras a engrossar os números de desempregados de nosso país, que já ultrapassam os 13 milhões.

Até aí, em períodos de crise sabemos que se os negócios vão mal, consequentemente, as portas acabam se fechando.

O que não tínhamos conhecimento de fato era sobre a falta de assistência a que os trabalhadores estão sendo submetidos dian-te dos refl exos da Reforma Trabalhista de 2017 - que tanto condenamos e alertamos sobre suas reais intenções: enfraquecer as entidades representativas, retirar direitos trabalhistas e maximizar lucros patronais. Enfi m, priorizar o Capital em detrimento do Trabalho.

Apesar de tantas justifi cativas que ven-tilavam ser a salvação para a geração dos empregos, cotidianamente comprovamos que este não era o verdadeiro conteúdo em seu bojo, vide que passados dois anos os números não se alteraram.

E para piorar, da noite para o dia, o acor-dado subtraiu o que antes era garantido pelo legislado, acarretando prejuízos diretos

ao cotidiano dos trabalhadores (redução no tempo de refeição/lanche e do tempo de descanso, acordo individual de trabalho, dentre vários outros pontos, que só con-tribuíram para a precarização das relações de trabalho).

Isso, sem contar a implementação do tra-balho intermitente, onde os trabalhadores foram alçados à condição de empresários, transferindo a estes o “risco do negócio”.

Outro ponto a ressaltar, são as homolo-gações sem a presença do sindicato como órgão fiscalizador, dando maior autono-mia às empresas no distrato, prejudican-do assim o lado mais fraco da relação: o do trabalhador.

Se com a Reforma a geração de empre-gos inexistiu, o que ela realmente trouxe à tona foi a inadimplência das quitações de pagamentos básicos, como o INSS e o FGTS nas contas dos trabalhadores. Constatamos várias empresas que fecham suas portas, ou desligam inúmeros trabalhadores e traba-lhadoras de uma só vez com parcelamento das verbas rescisórias e demais obriga-ções, quando não, obrigando quem traba-lha a ir buscar seus direitos na fi la imensa do judiciário.

O primeiro que trata da seguridade, tão

atacada nesse atual Governo que insiste na reforma da previdência, custará caro a tão sonhada aposentadoria e para qualquer so-licitação de benefício. Já o segundo, um fun-do para proporcionar estabilidade fi nanceira para o empregado após a demissão torna-se um susto, pois apesar de ser descontado mensalmente, no momento que o trabalha-dor mais precisa, não está lá.

Enfi m, estes são alguns pontos que já conseguimos perceber como refl exos da tão famigerada deforma trabalhista e o que ela acarretou na vida de todos nós, trabalha-dores e trabalhadoras. Poderíamos fi nali-zar estas palavras relembrando que ten-tamos alardear as verdadeiras intenções por trás desse feito, mas de pouco surtiria efeito concreto.

O que nos resta nesse momento é organi-zar nossa ofensiva, unir os trabalhadores em prol da luta pelos seus direitos e alimentar o sentimento de mudança para o que estamos vivenciando fi nde. O momento não é o de se afastar da politica, mas, sim, o de entendê-la e participar efetivamente ao lado de seus pares: os que trabalham.

Por fi m, as palavras de Bertolt Brecht nunca foram tão atuais, “o pior analfabeto é o analfabeto político”, vale a refl exão.

Com isso, o fortalecimento da nossa categoria (e das demais) - pela garantia dos direitos e conquistas - passa claramente pela capacidade de nos organizar. E uma das ações mais signifi cativas neste ponto, é a Sindicalização. Ou seja, a representatividade de fato.

O Analfabeto PolíticoO pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

*Marcísio Moura – Secretário de Relações Institucionais/Sindical e Imprensa e Comuni-cação – Sintratel/SP

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